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BOLETIM CLIMÁTICO OUTONO 2016 Início: 20/03/2016 – 01h30 - Término: 20/06/2016 – 19h34 1. INTRODUÇÃO O outono tem início à 1h30 do dia 20 de março de 2016 e vai até às 19h34 de 20 de junho de 2016. No Paraná, historicamente, nota-se uma redução das chuvas. As variações nas condições do tempo são rápidas mesclando-se dias nos quais as características se assemelham aos do verão assim como aos tipicamente de inverno no final da estação. Ao término da estação não são raros eventos de geadas formadas nos vales, especialmente no sul, quando após a progressão das frentes frias ingressam massas de ar mais frias. No outono ainda são observadas formações de sistemas meteorológicos que geram forte instabilidade entre o centro-sul do Mato Grosso do Sul estendendo-se até o norte/nordeste da Argentina, que costumam atingir faixas do noroeste, oeste, sudoeste e centro-sul do Paraná. 2. CONDIÇÕES OBSERVADAS DEZEMBRO/2015 Dezembro apresentou volumes acumulados de chuvas acima da média em todas as regiões do estado conforme podemos confirmar nas Fig. 01 (a) e Fig. 01(b) respectivamente. Na última quinzena de dezembro as chuvas acumularam valores expressivos em várias regiões paranaenses. No setor leste verificamos que os valores acumulados foram bastante significativos entre a Serra do Mar e a faixa litorânea nas chuvas que ocorreram no litoral do dia 19 (00 h) até às 21h do dia 22 . Os acumulados nas estações meteorológicas e hidrológicas do SIMEPAR da 00 h do dia 19 até às 21h de 22 foram: Pontal do Sul 322,0 mm, Guaratuba 307,8 mm, Matinhos 294,0 mm, Morretes 232,0 mm, Guaraqueçaba 143,0 mm, Paranaguá 123,4 mm e Antonina 122,4 mm, causando inundações em vários pontos.

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BOLETIM CLIMÁTICO OUTONO 2016

Início: 20/03/2016 – 01h30 - Término: 20/06/2016 – 19h34

1. INTRODUÇÃO

O outono tem início à 1h30 do dia 20 de março de 2016 e vai até às 19h34 de 20 de junho de 2016. No Paraná, historicamente, nota-se uma redução das chuvas. As variações nas condições do tempo são rápidas mesclando-se dias nos quais as características se assemelham aos do verão assim como aos tipicamente de inverno no final da estação. Ao término da estação não são raros eventos de geadas formadas nos vales, especialmente no sul, quando após a progressão das frentes frias ingressam massas de ar mais frias. No outono ainda são observadas formações de sistemas meteorológicos que geram forte instabilidade entre o centro-sul do Mato Grosso do Sul estendendo-se até o norte/nordeste da Argentina, que costumam atingir faixas do noroeste, oeste, sudoeste e centro-sul do Paraná.

2. CONDIÇÕES OBSERVADAS

DEZEMBRO/2015

Dezembro apresentou volumes acumulados de chuvas acima da média em todas as regiões do estado conforme podemos confirmar nas Fig. 01 (a) e Fig. 01(b) respectivamente.

Na última quinzena de dezembro as chuvas acumularam valores expressivos em várias regiões paranaenses. No setor leste verificamos que os valores acumulados foram bastante significativos entre a Serra do Mar e a faixa litorânea nas chuvas que ocorreram no litoral do dia 19 (00 h) até às 21h do dia 22. Os acumulados nas estações meteorológicas e hidrológicas do SIMEPAR da 00 h do dia 19 até às 21h de 22 foram: Pontal do Sul 322,0 mm, Guaratuba 307,8 mm, Matinhos 294,0 mm, Morretes 232,0 mm, Guaraqueçaba 143,0 mm, Paranaguá 123,4 mm e Antonina 122,4 mm, causando inundações em vários pontos.

Fig. 01 - (a) – Chuva acumulada (b) Desvios em relação à média

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JANEIRO

Em janeiro as chuvas ficaram próximas à média em vários pontos conforme Fig 02 (a) e (b). Do ponto de vista meteorológico o período mais crítico se concentrou entre os dias 09 a 12. Neste período o volume de chuvas foi particularmente significativo. Em Londrina e parte do norte pioneiro as chuvas provocaram enxurradas e enchentes urbanas. No leste as chuvas acumuladas foram também volumosas nesse período.

Fig. 02 - (a) Chuva acumulada (b) Desvios em relação à média

FEVEREIRO

Em fevereiro choveu acima da média em todas as regiões paranaenses conforme Fig. 03 (a) e (b). A exemplo de dezembro, os maiores desvios se concentraram no norte. Alguns destaques deste mês: em Curitiba choveu 299,6 mm enquanto a média é de 155,2 mm. Em 2011 o total das chuvas havia alcançado os 293,0 mm, portanto, desde que a estação automática do SIMEPAR foi instalada em 1997, este foi o maior valor acumulado para o mês. Em Londrina choveu 300,8 mm para uma média de 182,2 mm. Em 2013 nossa estação registrou 317,0mm. Em Guaratuba foi acumulado 386,8 para uma média de 311,2. Em 1998 aquela estação havia registrado 695,2 mm. Para Ponta Grossa o valor acumulado foi de 283,0 mm para uma média de 169,9 mm. Em 2013 nossa estação registrou 351,2 mm. Em Palmas foram registrados 264,8 mm para uma média de 145,4 mm. No entanto, em 2001 já havíamos registrado 277,6 mm. Estes valores são parciais, pois foram contabilizados até a 01h de 29 de fevereiro.

Fig. 03 - (a) Chuva acumulada (b) Desvios em relação à média

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Monitoramento do El Niño

Resumo

É bastante provável que ocorra a transição de El Niño para a condição de neutralidade para o trimestre de maio-junho-julho com uma tendência para que a La Niña se estabeleça a partir de agosto-setembro-outubro.

Intensidade e anos de El Niño e La Niña

O Índice Oceânico Niño (ION) é utilizado pela NOAA para identificar o El Niño (quente) e La Niña (frio) para eventos no Oceano Pacífico Tropical. Os valores são organizados em médias trimestrais de anomalia de Temperatura Média Superfície do Mar (TSM) para a região do Niño 3+4 (5º N – 5º S, 120º O – 170º O) conforme indicado na Fig. 03.

Fig. 03 – Áreas de monitoramento

Alguns destes valores de ION expressos na Fig. 04 indicam um episódio moderado quando varia de 1,0 a 1,4; forte de 1,5 a 1,9 e muito forte ≥ 2,0.

O El Niño deste ano foi classificado como muito forte e apresentou seu ápice em dezembro de 2015. Este episódio pode ser comparado aos de 1982 /83 e 1997/98.

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Fig. 04 – Intensidade do fenômeno

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Atualizações das condições do El Niño

O boletim emitido pelo Centro de Pevisão Climática/NCEP/NWS em 10 de março indica que as anomalias das Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) diminuíram na maioria das regiões entre os setores leste e central do Oceano Pacífico Equatorial conforme Fig. 05.

Fig. 05 – Anomalias Médias das TSM (ºC). As anomalias são calculadas com referência às médias semanais de 1981 a 2010

Projeções para os próximos meses

Todos os modelos indicam que o El Niño ficará mais fraco com uma transição para a condição de neutralidade no final do outono e/ou início do inverno deste ano, aumentando as probabilidades para a instalação da La Niña para a próxima primavera. Existe no entanto uma considerável incerteza nas simulações ou evidência física de que após um evento de El Niño forte se sucederá uma La Niña igualmente forte. Na Fig. 06 os modelos sugerem a formação de uma La Niña no final do inverno e o início da primavera.

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Fig. 06 – Previsão das anomalias das Temperaturas Médias do Mar (TSM) para a região do Niño 3.4

Em 10 de março de 2016 foram divulgadas as probabilidades para as condições quente, fria ou de neutralidade da TSM para os trimestres citados no gráfico.

Na Fig. 07, as simulações indicam a probabilidade de 50% para que a condição neutra seja alcançada no trimestre maio-junho-julho deste ano e os mesmos 50% para que a condição se estabeleça em agosto-setembro e outubro.

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Fig. 07 – Previsão probabilística

TENDÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS PARA O PARANÁ NO TRIMESTRE MARÇO-ABRIL-MAIO DE 2016

A última atualização (até 17/03) da previsão climática por consenso conjunta entre o CPTEC/INPE, o Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST/INPE), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), todos vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), com a colaboração do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e participação dos Centros Estaduais de Meteorologia, para o trimestre fevereiro a abril de 2016 (FMA/2016) indica que, para o trimestre março-abril-maio de 2016 (MAM/2016), há maior probabilidade dos totais pluviométricos no trimestre ocorrerem na categoria acima da normal climatológica no sul do Mato Grosso do Sul, extremo sul de São Paulo e toda a Região Sul, com distribuição de 40%, 35% e 25% para as categorias acima, dentro e abaixo da faixa normal climatológica, respectivamente. As demais áreas do país (em cinza no mapa) apresentam baixa previsibilidade para o período, o que implica igual probabilidade para as três categorias conforme Fig. 08.

As temperaturas médias começam a diminuir gradativamente, pois o período já indica o deslocamento de massas de ar menos aquecidas que ingressam ao sul do continente.

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Fig. 08 – Previsão de consenso

Trimestre ABRIL-MAIO-JUNHO/2016

O Instituto Nacional de Meteorologia – INMET divulgou em seu site www.inmet.gov.br conforme Fig 09 a previsão de chuvas para o trimestre abril-maio-junho de 2016 como resultado de um modelo estatístico de previsão climática. Por meio dessa simulação o trimestre apresenta uma alta probabilidade das precipitações se enquadrarem acima da normal climatológica no Paraná e começarem a diminuir no sul da Região Sul do país.

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Fig. 09 - Previsão probabilística - INMET