Osni Oniver Astolfo Freire - UFMT · 2020. 2. 14. · OSNI ONIVER ASTOLFO FREIRE ORIENTADOR: PROF....

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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA PRODUÇÃO E QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE RABANETE FERTILIZADO COM DOSES DE NITROGÊNIO OSNI ONIVER ASTOLFO FREIRE SINOP – MT Julho – 2019

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0

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

PRODUÇÃO E QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE RABANETE

FERTILIZADO COM DOSES DE NITROGÊNIO

OSNI ONIVER ASTOLFO FREIRE

SINOP – MT

Julho – 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

PRODUÇÃO E QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE RABANETE

FERTILIZADO COM DOSES DE NITROGÊNIO

OSNI ONIVER ASTOLFO FREIRE

ORIENTADOR: PROF. DR. ROGERIO ALESSANDRO FARIA MACH ADO

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Agronomia do ICAA/CUS/UFMT, como parte das exigências para a obtenção do Grau de Bacharel em Agronomia.

SINOP – MT

Julho – 2019

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ter me dado

saúde e sabedoria pra chegar até esta etapa.

Dedico também a minha família em especial a minha esposa Natalia

Lima Silva Astolfo e meu filho Oniver Miguel Lima Astolfo Freire por serem

minha motivação e meu alicerce, foi por eles que suportei e venci todas as

dificuldades que me foram impostas.

Dedico também a minha mãe Rosangela Astolfo Santos e avôs

maternos Maria Rosa Pereira da Silva e Benedito Astolfo (in memóriam) por

terem me ensinado e incentivado a procurar na área agronômica o caminho

para o sucesso profissional, desde o curso técnico em agricultura que me

proporcionaram viabilidade emocional e financeira para conclusão do

mesmo.

Dedico também ao meu Pai Osni de Souza Freire e meu padrasto

Nivaldo Santos por serem meus exemplos em perseverança e trabalho.

Dedico também a minha Irmã Rose Helida Astolfo Freire, mesmo

sendo mais nova me motivou a buscar nos estudos melhoras de vida.

Dedico também ao Professor Doutor Rogério Alessandro Faria

Machado e família, não só pela orientação que me prestou na realização

deste projeto, mas também pelo acolhimento, conselhos e exemplos que me

prestarão neste tempo de formação acadêmica.

Dedico também à família Astolfo que sempre estiveram em oração por

mim e torcendo por nossa vitória.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar e acima de todos agradeço a Deus por sua infinita misericórdia

pela saúde e sabedoria que me proporcionou e por cumprir sua palavra e a vontade do

meu coração.

Agradeço a minha família, esposa Natalia Lima Silva Astolfo e Filho Oniver Miguel

Lima Astolfo Freire pela paciência e força que me deram nesses momentos de lutas, a

minha mãe Rosangela Astolfo Santos, irmã Rose Helida Astolfo Freire, pai Osni de

Souza Freire, Padrasto Nivaldo Santos e restante da família Astolfo pelas orações e

torcida ao meu favor..

Agradeço aos professores Dr. Rogério Alessandro Faria Machado, Dr. Marcio

Roggia Zanuzo pela orientação e auxílio prestada a minha pessoa para conclusão deste

trabalho, Dra Rafaella Teles Arantes Felipe por ter me cedido dados de suma

importância para realização e conclusão deste trabalho e demais professores que me

proporcionaram conhecimentos e ensinamentos que levarei para o resto de minha vida, e

queme conduziram a formação profissional.

Agradeço aos amigos, Marcelo Bianchi por nos ter fornecido o substrato utilizado

no presente experimento, FabianoBernardo Matos e Willian Buratto pelo auxílio

prestado e duvidas tirada para conclusão deste trabalho e tantos quantos que de uma

forma ou de outra me ajudaram e incentivaram durante minha vida acadêmica.

Agradeço também a todos os funcionários da instituição UFMT que fizeram um

excelente trabalho para que eu pudesse estudar com conforto, higiene, organização e

segurança ao Instituto de Ciências Agrárias e Meio Ambiente e a própria Universidade

Federal do Mato Grosso por ter me proporcionado a chance de formação superior em

Agronomia.

Aqui fica meu muito obrigado e peço a Deus que possa me dar à oportunidade de

retribuir todo o bem que recebi de todos.

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ....................................... ............................................................................... 4

RESUMO ............................................................................................................................... 7

ABSTRACT .......................................... ................................................................................. 8

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................... .................................................................. 10

2.1. Importância econômica e social do rabanete ............................................................. 10

2.2. Adubação na cultura do rabanete .............................................................................. 10

2.3. Nitrogênio e adubação nitrogenada no rabanete........................................................ 11

2.4. Produção e qualidade do rabanete ............................................................................ 12

3. MATERIAL E MÉTODOS.............................. ................................................................... 13

3.1. Área experimental ...................................................................................................... 13

3.2. Delineamento experimental e tratamentos ................................................................. 13

3.3. Instalação do Experimento e Tratos Culturais ............................................................ 14

3.3.1. Substrato .............................................................................................................14

3.3.2. Semeadura, desbaste e condução do experimento .............................................14

3.3.3. Tratamentos e Adubação de cobertura ................................................................15

3.4. Características Avaliadas ........................................................................................... 15

3.5 Análises Estatística ..................................................................................................... 16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................... .............................................................. 17

4.1 Produção do rabanete .......................... ........................................................................ 17

4.1.1. Diâmetro das raízes ............................................................................................17

4.2. Qualidade pós colheita............................................................................................... 18

4.2.1. pH das raízes ......................................................................................................19

4.2.2. Sólidos solúveis - ºBrix ........................................................................................19

4.2.3. Acidez titulável - % àcido málico ..........................................................................20

5. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 22

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................... ........................................................... 23

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RESUMO O nitrogênio destaca-se na nutrição das hortaliças, porém ainda persistem dúvidas a

respeito das quantidades a serem recomendadas para a obtenção de elevadas produções e

melhoria na qualidade pós-colheita das raízes do rabanete cultivado em condições

agroclimáticas com temperaturas elevadas. Este estudo teve por objetivo avaliar se

fertilização com doses de fertilizante nitrogenado influencia na produção e qualidade pós-

colheita de raízes do rabanete cultivada em ambiente protegido. O experimento foi realizado

em ambiente protegido, um telado com sombrite 50%. Foi utilizado delineamento de blocos

casualizados com seis doses de nitrogênio (0, 50, 100, 150, 200 e 250 kg ha-1 de N)

aplicado em cobertura e quatro repetições. As parcelas experimentais eram constituídas por

caixas de madeira com uma área de 0,25 m². Cada unidade experimental era constituída por

quinze plantas, cultivadas, das quinze plantas da parcela foram colhidas nove plantas para

avaliação da produção e da qualidade das raízes. Após a colheita das plantas e separação

das folhas das raízes foram avaliados o diâmetro transversal da raiz (mm), massa fresca

das raízes (g planta-1), pH, sólidos solúveis totais (ºBrix), acidez titulável (ácido málico). As

doses de nitrogênio resultaram em ganhos no diâmetro das raízes, mas não influenciaram

na sua produção. A adubação nitrogenada resultou em aumentos no pH e nos teores de

sólidos solúveis totais, mas não afetou a acidez (% ácido málico) das raízes de rabanete.

Concluiu-se que: a) adubação de cobertura com fertilizante nitrogenado promove aumentos

no desenvolvimento das raízes de rabanete; b) adubação nitrogenada de cobertura com

resulta em melhorias na qualidade pós-colheita das raízes de rabanete.

Palavras Chave: Raphanus sativus L., adubação de cobertura, sólidos solúveis totais, pH e acidez, ácido málico.

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ABSTRACT Nitrogen stands out in the nutrition of vegetables, but there are still doubts about the

amounts to be recommended for high yields and improving the postharvest quality of radish

roots grown under high temperature agroclimatic conditions. The objective of this study was

to evaluate if nitrogen fertilization levels influences the yield and postharvest quality of radish

roots grown in a protected environment. The experiment was carried out in a protected

environment, a screen with 50% shade. A randomized block design with six nitrogen rates (0,

50, 100, 150, 200 and 250 kg ha-1 of N) applied in cover and four replications was used. The

experimental plots consisted of wooden boxes with an area of 0.25 m². Each experimental

unit consisted of fifteen plants, from the fifteen plants of the plot, nine plants were harvested

to evaluate the yield and quality of the roots. After root collection and separation, root cross-

sectional diameter (mm), root fresh mass (g plant-1), pH, total soluble solids (ºBrix), titratable

acidity (malic acid) were evaluated. Nitrogen levels resulted in root diameter gains, but did

not influence its yield. Nitrogen fertilization resulted in increases in pH and total soluble solids

content, but did not affect the acidity (% malic acid) of radish roots. It was concluded that: a)

Nitrogen fertilizer promotes increases in radish root development; b) Nitrogen fertilization top-

dressing results in improvements in postharvest quality of radish roots.

Keywords : Raphanus sativus L., top dressing, total soluble solids, pH and acidity, malic

acid.

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INTRODUÇÃO

O rabanete (Raphanus sativus L.) é uma das plantas hortícolas mais antigas que se

tem notícia, havendo registro de que ele seja cultivado há mais de três mil anos. O rabanete

é uma brassicácea de porte reduzido, originária do mediterrâneo, que nas cultivares de

maior aceitação, produz raízes globulares, de coloração avermelhada e sabor picante.

As hortaliças, de modo geral apresentam grande exigência nutricional para seu

desenvolvimento, com destaque para o potássio e o nitrogênio. O nitrogênio é o segundo

nutriente mais exigido pelas hortaliças, em muitas delas, o nutriente desempenha papel

fundamental no crescimento e no rendimento dos produtos colhidos.

O sucesso da produtividade e qualidade das raízes de rabanete pode ser

influenciada por vários fatores como, a adubação, condições climáticas e cultivares

utilizadas. O nitrogênio (N) é o segundo nutriente mais exigido pela cultura do rabanete,

superado apenas pelo potássio. Diferentes estudos demonstram que adubação nitrogenada

apresenta benefícios para a cultura com ganhos na produtividade e qualidade das raízes.

Os nutrientes desempenham um importante papel na produção das culturas e sua

aplicação é uma das maneiras mais rápida e fácil de aumentar a produção das mesmas.

Entre os nutrientes, o nitrogênio destaca-se na nutrição das hortaliças, porém ainda

persistem dúvidas a respeito das quantidades a serem recomendadas para a obtenção de

altas produtividades e melhorias na qualidade pós-colheita das raízes do rabanete cultivado

em condições tropicais de temperaturas elevadas.

Os estudos de fisiologia pós-colheita em hortaliças são abundantes que em frutas,

devido à diversidade de órgãos utilizados, a variabilidade das espécies e sobretudo a

influência dos diferentes sistemas de manejo sobre qualidade pós-colheita dos produtos

obtidos. Adicionalmente, existem poucos estudos que visam avaliar os efeitos da adubação

de cobertura na qualidade pós-colheita do rabanete.

Deste modo, foi realizado este estudo com o objetivo de avaliar se fertilização com

doses de fertilizante nitrogenado exerce influencia na produção e qualidade pós-colheita de

raízes do rabanete nas condições agroclimáticas da região norte de Mato Grosso.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Importância econômica e social do rabanete

O rabanete (Raphanus sativus L.) é uma das plantas hortícolas mais antigas que se

tem notícia, havendo registro de cultivos há mais de três mil anos. O rabanete é uma

olerícola de porte reduzido, originária do mediterrâneo, cujas cultivares de maior aceitação

produzem raízes globulares, de cor avermelhada e sabor picante (FILGUEIRA, 2008). É

uma importante alternativa para diversificação dos cultivos em propriedades rurais e

urbanas de pequeno porte, quando se objetiva aumentar a quantidade de produtos

cultivados e comercializados (HOFFLAND et al., 1996). Segundo Camargo et al. (2007) a

raiz globular é comestível, apresenta propriedades medicinais, pois auxiliam no sistema

digestivo e é um expectorante natural. Ainda segundo os autores, as raízes são ricas em

vitaminas A, C B1, B2, B6 e fonte de potássio, ácido fólico e cálcio, e fornecem elevada

quantidade de fibras alimentares.

Por possuir ciclo curto esta cultura possibilita o consorcio com outras olerícolas,

podendo ser cultivado até mesmo em vasos, onde o espaço de cultivo é limitado. A cultura

apresenta ciclo de vida curto, cujo período da semeadura à colheita, varia de 25 a 35 dias

(FILGUEIRA, 2008). Segundo este autor, por possuir boa tolerância a temperaturas baixas,

que favorecem as raízes e mantém a planta em estágio vegetativo por mais tempo, o

período de semeadura no outono-inverno, o qual é mais recomendado.

No cultivo do rabanete, é recomendada semeadura direta por não tolerar transplante

de mudas. A semeadura é feita em sulcos com 10 a 15 mm de profundidade, pois se for

semeado mais profundamente, há riscos de deformação das raízes. As sementes devem ser

semeadas mantendo-se um espaçamento entre plantas de 8 a 10 cm e um espaçamento

longitudinal variando de 20 a 25 cm entre sulcos, e o desbaste das plantas deve ser

realizado quando estas apresentarem 5 cm de altura (FILGUEIRA, 2008).

2.2. Adubação na cultura do rabanete

A produção desta espécie pode ser influenciada diretamente pelas condições

físicas, químicas e hídricas do solo, pois é uma cultura sensível a falta ou excesso de água

do solo, e também a disponibilidade de oxigênio, com consequente redução da área foliar e

do rendimento das raízes (SILVA et al., 2012). Por possuir alta demanda de nutrientes,

necessita de solos férteis e com grande disponibilidade de nutrientes, com conseqüência,

quando ocorre a falta de alguns nutrientes, principalmente com nitrogênio e potássio,

dificilmente a suas deficiências são corrigidas durante o ciclo (EL-DESUKI et al., 2005). A

cultura também exige solos mais alcalinos com pH entre 5,5 a 6,8 (FIGUEIRA, 2008).

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Segundo Cecílio Filho et al. (1998) o rabanete é uma hortícola de ciclo bem curto (25

a 35 dias) necessitando de um solo rico em nutrientes que serão essenciais para o pleno

desenvolvimento da parte aérea e principalmente a parte comercial a raiz.

O rabanete exige solos ricos em matéria orgânica e com boa umidade, sendo queo

tamanho da raiz depende da fertilidade do solo, da aeração do solo e da disponibilidade de

água. As hortaliças necessitam de nutrientes em períodos de tempo bem curtos, as

tuberosas, como o rabanete, exigem quantidades significativas de nutrientes do solo em um

período curto (25 a 35 dias), por esta razão os défices nutricionais dificilmente podem ser

revertidos dentro do ciclo de desenvolvimento da cultura (COUTINHO NETO et al., 2010).

Em curto período de crescimento, o rabanete forma uma grande quantidade de

massa no órgão de armazenamento, o que demanda uma grande quantidade de nutrientes,

especialmente nitrogênio e potássio (Oliveira et al., 2014), sendo o potássio necessários em

maior quantidade para a formação da raiz (ISLAM et al., 2011).

2.3. Nitrogênio e adubação nitrogenada no rabanete

O nitrogênio é o segundo nutriente mais exigido pelas hortaliças (FILGUEIRA, 2008).

Em várias hortaliças, o nitrogênio desempenha papel fundamental no crescimento e no

rendimento dos produtos colhidos (Oliveira et al.,2006 ). A adubação nitrogenada seria um

complemento da capacidade de suprimento dos solos, a partir da mineralização de matéria

orgânica, geralmente baixos em relação às necessidades das plantas (Malavolta, 1990).

Cardoso e Hiraki (2001) avaliaram o efeito de doses de N (100, 200 e 300 kg ha-1) e

épocas de aplicação (9 e 20 dias após a semeadura) de N em cobertura no rabanete cv.

redondo vermelho. Eles relataram que a maior produtividade de raízes comerciais (5,1 t ha-1)

foi obtida com aplicação de 300 kg ha-1 de N em comparação a 3,6 t ha-1 com aplicação de

100 kg ha-1.

Segundo Cortez et al. (2010) a influência da combinação de doses de nitrogênio

(uréia) e esterco bovino na cultura do rabanete, foi de crescimento na produtividade. Já

PEDÓ et al. (2014) relatam que a adubação nitrogenada resultou em maior crescimento e

ganho de matéria seca das plantas de rabanete. Lopes et al. (2019) avaliou o crescimento e

desenvolvimento inicial da cultura do rabanete sob diferentes níveis e fontes de adubos

orgânicos (cama de frango, esterco bovino e esterco ovino), onde a fonte de fertilização que

melhor ação proporcionou em termos de crescimento e desenvolvimento da cultura do

rabanete foi o esterco bovino e ovino na quantidade aplicada de 200 g vaso-1.

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2.4. Produção e qualidade do rabanete

Singh et al.(1995) relataram aumentos na produção de folhas e raízes, e no número

de raízes comerciais do rabanete quando as plantas foram fertilizadas com doses de

nitrogênio variando de 0 a 100 kg ha-1. Pell et al. (1990) estudando o efeito do ozonio e

nitrogênio na cultura do rabanete relataram resultados similares aos de Singh et al.(1995).

Em ambos os estudos, os autores destacaram que as menores doses de nitrogênio

resultaram em maior massa foliar em relação a massa total e que a produção de raízes foi

aumentada quando se aplicou as maiores doses de N.

Cardoso e Hiraki (2001) ao avaliarem os efeitos de doses e épocas de aplicação de

nitrato de cálcio em cobertura na cultura do rabanete relataram que a maior produção de

raízes comerciais foi obtida com 200 kg/ha de N, aplicados 9 dias após a semeadura (DAS).

Destaca-se que neste estudo as doses utilizadas foram 100, 200 e 300 kg ha-1 de N, cuja

maior dose não resultou em ganhos de produção das raízes. Tal fato indica que a dose

máxima a ser utilizada deva ser de 200 kg ha-1. Em outro estudo, Jilani, Tariq and Waseem

(2010) estudando os efeitos do nitrogênio na produção e qualidade do rabanete, relataram

que os maiores ganhos na produção e qualidade foram obtidos com as maiores doses de N.

Por outro lado, Já Sanchez et al. (1991) não verificaram respostas da cultura do

rabanete à adubação nitrogenada, mesmo em condições de alta pluviosidade. Neste estudo

foi utilizado o N15, e detectou-se um aproveitamento de apenas 19% do N aplicado pela

cultura, a explicação dado foi que a maior parte do N absorvido pela cultura já estava no

solo, e estaria disponível para as raízes após a mineralização da matéria orgânica. Em seu

estudo também Quadros et al. (2010) não encontraram efeitos de doses N (0, 30, 60, 120 e

240 kg ha-1) na produção de raízes do rabanete fertirrigado utilizando uréia como fonte de N.

É importante destacar que a adubação de cobertura foi realizada parceladamente aos 14, 21

e 28 dias após a semeadura,fato que pode ter contribuído para ausência da resposta ao N,

principalmente pelo parcelamento tardio (28 DAS), pois a colheita ocorreu aos 35 DAS.

A fisiologia pós-colheita em hortaliças é menos estudada que em frutas, devido à

diversidade de órgãos utilizados, a variabilidade das espécies e a influência do manejo

sobre qualidade produtos pós-colheita (CHITARRA, CHITARRA, 2005). Para Valero e

Serrano (2010) os componentes da qualidade normalmente utilizados para caracterizar os

rabanetes incluem perda de peso, acidez titulável, potencial hidrogeniônico, sólidos solúveis

e firmeza. Ainda segundo os autores, nos últimos anos, a acidez total por ter relação com os

sólidos solúveis tem sido um dos critérios de aceitação do produto pelo consumidor.

Colombari et al. (2018) avaliaram a produção e qualidade da cenoura em função do

parcelamento de doses de nitrogênio em cobertura e verificaram que adubação de cobertura

influenciou a produtividade e qualidade da cenoura.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Área experimental

O experimento foi conduzido no período de maio a julho de 2019 em ambiente

protegido (telado) em uma propriedade particular no Bairro Chácaras Tapajós, localizada no

município de Sinop, nas seguintes coordenadas geográficas: latitude 11°50'40" e longitude

55°28'01", na altitude de 380 metros acima do nível do mar. O Clima da região é tropical

chuvoso (tipo Aw – classificação de Köopen), com nítida estação seca de maio a setembro,

e precipitação anual de aproximadamente 1800 a 2000 mm/ano (SOUZA et al., 2013).

O telado apresentava as seguintes dimensões: 6,0 m de comprimento, 3,0 m de

largura e 3 m de pé-direito, coberta com filme tela redutora de radiação - sombrite 50%

(Figura 1A e 1B).

Figura 1. A) Vista frontal do telado. B) Detalhe da área interna do local experimental e das parcelas

ambientais. Sinop, UFMT – MT, 2019.

3.2. Delineamento experimental e tratamentos

O experimento foi implantado adotando-se o delineamento de blocos casualizados

com seis doses de nitrogênio (0, 50, 100, 150, 200 e 250 kg ha-1 de N) e quatro repetições.

Como fonte de potássio foi utilizada o Cloreto de Potássio – KCl com 60% de K2O. As

parcelas experimentais eram constituídas por caixas confeccionadas em madeira com as

seguintes medidas – 1,0 m de comprimento, 0,5 m de largura e 0,25 m de profundidade.

Cada caixa foi divido em duas partes, cada qual com um volume de 62,5 dm3 (Figura 2A e

2B). Cada unidade experimental era constituída por 15 plantas, cultivadas numa área de

0,25 m², e das quinze plantas da parcela foram colhidas nove plantas para avaliação da

produção e da qualidade das raízes.

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Figura 2. A. Detalhe das caixas e do substrato utilizado. B. detalhe da divisão das caixas para

separação das parcelas experimentais. Sinop, UFMT – MT, 2019.

3.3. Instalação do Experimento e Tratos Culturais

3.3.1. Substrato

Foi utilizado como substrato um composto contendo 30% de dejeto de poedeira, 10%

de casca de arroz carbonizada, 10% de pó de carvão peneirado, 10% de engaço e casca de

banana, 10% de resíduo de pré-limpeza de soja e milho e o restante de casca de arroz.

Antes da instalação do experimento, o substrato foi passado por peneira de malha de 4,0

mm, e após acondicionado nas caixas confeccionadas em madeira.

3.3.2. Semeadura, desbaste e condução do experiment o

Foram utilizadas sementes de rabanete cv. “Crimson gigante“ da empresa Topseed©

adquiridas no comercio local, sendo semeadas de 2 a 3 sementes por cova. Aos 10 dias

após a emergência, quando as plântulas apresentavam de 3 a 4 folhas, foi realizado o

desbaste deixando-se uma planta por cova (Figura 3A e 3B).

Figura 3. A) Detalhe da semeadura nos canteiros caixas. B) Detalhe das plantas no canteiro após o desbaste aos 10 DAS. Sinop, UFMT – MT, 2019.

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Durante a condução do experimento, as plantas permaneceram em ambiente telado

com sombrite 50%, cujas parcelas foram irrigadas com uma lâmina de 5,0 mm todos os

dias. Não foi necessário o controle de pragas e doenças, no entanto foi realizada a capina

manual dos canteiros.

3.3.3. Tratamentos e Adubação de cobertura

Aos 12 dias após a emergência foi realizada a adubação de cobertura, aplicando-se

as respectivas doses de nitrogênio em cada um dos tratamentos. As doses de uréia foram

diluídas em 250 mL de água e em seguida distribuídas uniformemente sobre a superfície

dos canteiros. Cada tratamento recebeu uma aplicação adicional correspondente a 90 Kg

ha-1, fornecidos via dissolução do KCl (60% K2O) em 250 mL de água. As plantas foram

regadas diariamente mantendo-se o substrato úmido durante todo período do experimento.

3.4. Características Avaliadas

Após a colheita, as raízes foram lavadas em água corrente e, em seguida foram

separadas da parte aérea e acondicionados em sacos plásticos para as seguintes

avaliações no laboratório de Tecnologia de Alimentos do Campus Universitário de Sinop.

a) Diâmetro da raiz (mm): A medição do diâmetro das raízes foi realizada com

emprego de paquímetro com precisão de 0,01 cm.

b) Massa fresca das raízes (g): A massa das raízes foi determinada em balança de

precisão (0,01g). Os valotres foram expressos em g planta-1.

c) pH: as raízes foram fracionadas e do material resultante, foram amostradas 10 g,

que foram homogeneizadas e diluídas para 100 ml de água destilada e em seguida

realizaram-se as leitura em pHmetro digital modelo.

d) Acidez titulável (AT): 10 g de raízes foram trituradas com 100 ml de água

destilada, e a solução resultante foi titulada com solução de NaOH a 0,1M até atingir

pH 8,2; conforme metodologia do Instituto Adolfo Lutz (2005) com leitura direta no

pHmetro, e os resultados expressos em mg 100 g-1 de ácido málico.

e) Teor de sólidos solúveis (SS): foi determinado em amostras de duas gotas de suco

das raízes colocadas no prisma de um refratômetro digital portátil (Impac Comercial e

Tecnologia Ltda) modelo IBP – 32Kt com correção automática de temperatura e

resultados expressos em porcentagem (%) ou °Brix (Figura 4A e 4B).

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Figura 3. A) Detalhe de uma gota no prisma do refratômetro. B) Detalhe de uma leitura do Brix no

visor do refratômetro. Sinop, UFMT – MT, 2019.

3.5 Análises Estatística

Os dados obtidos foram analisadas pelo teste F, e as doses de nitrogênio

submetidas regressão polinomial, no programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Produção do rabanete As aplicações de doses de fertilizante nitrogenado não influenciaram na produção

(massa fresca) do rabanete, no entanto, apresentaram efeito significativo no diâmetro das

raízes (Tabela 1). Fato similar foi relatado por Sanches et al. (1991) que não encontraram

respostas da cultura do rabanete à adubação nitrogenada utilizando N15, em condições de

alta pluviosidade. Eles relataram o aproveitamento de apenas 19% do N aplicado pela

cultura, cuja explicação dada foi que a maior parte do N absorvido pela cultura já estava no

solo, e estaria disponível para as raízes após a mineralização da matéria orgânica.

Tabela 1. Valores do teste F da analise de variância para produção de massa verde e diâmetro das raízes de rabanete cv. Crimson Gigante cultivado em ambiente protegido submetido à doses de fertilizante nitrogenado. UFMT, Sinop – MT, 2019.

Fontes de variação GL Massa fresca (g planta -1)

Diâmetro das raízes (mm)

Blocos 3 0,997 ns 0,105 ns Doses de nitrogênio 5 1,688 ns 4,194**

Coeficiente de variação (%) 29,41 9,53 ** Significativo a 1%; ns: não significativo.

Também Quadros et al. (2010) não encontraram respostas da produção do rabanete

fertirrigado à adubação nitrogenada. Os autores consideram que o teor matéria orgânica do

solo de 18,0 g dm-3 possa ter disponibilizado nitrogênio em quantidade suficiente para o

rabanete, resultando na falta de resposta da produtividade às doses de N aplicadas.

No presente estudo foi utilizado como substrato um composto orgânico com alto teor

de N, pois fora utilizada cama de aviário, cuja mineralização do nitrogênio possa ter

originado níveis elevados de amônio. Viciedo et al. (2017) relatam que o excesso de amônio

no cultivo de rabanete diminuiu a fotossíntese, transpiração e condutância estomática,

havendo maior redução no acúmulo de matéria seca da raiz em comparação à parte aérea.

4.1.1. Diâmetro das raízes

As doses de fertilizante nitrogenado aplicado em cobertura na cultura do rabanete

resultaram em acréscimos lineares no diâmetro das raízes (Figura 4). A cada adição de 50

kg ha-1 de N houve um acréscimo de 1,64 mm no diâmetro das raízes. O maior crescimento

em diâmetro foi obtido com a adição de 250 kg ha-1 de N e resultou no valor médio de 39,44

mm. Jilani, Tariq and Waseem (2010) estudando as mesmas doses de nitrogênio aplicado

em cobertura no rabanete reportaram resultados semelhantes, cuja maior valor (48,7 mm)

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do diâmetro das raízes foi obtido com adição de 250 kg ha-1 de N. Os autores afirmam que a

razão para obtenção do maior diâmetro das raízes nas parcelas que receberam mais

fertilizantes nitrogenados pode ser devido ao fato de as mesmas eram mais saudáveis e

vigorosas que as demais.

Figura 4 – Diâmetro de raízes de rabanete cv. Crimson Gigante cultivado em ambiente protegido submetido à doses de fertilizante nitrogenado em cobertura. UFMT, Sinop – MT, 2019. Ao compararmos este valor ao máximo obtido no presente estudo (39,44 mm), nota-

se que este é inferior ao anteriormente relatado. Tal fato pode ser explicado pela cultivar

utilizada e principalmente pelas condições edafoclimáticas deste estudo, cujas temperaturas

são elevadas durante o período do dia e também a noite fato que levaria ao consumo

noturno de fotoassimilados, o que diminuiria as reservas a serem acumuladas nas raízes.

4.2. Qualidade pós colheita

A adubação nitrogenada em cobertura resultou em modificações na qualidade das

raízes, pois influenciaram todas as características avaliadas (Tabela 2). Resultados

similares foram relatados por Colombari et al. (2018) ao avaliarem a produção e qualidade

da cenoura em função do parcelamento de doses de nitrogênio em cobertura. Eles

verificaram que adubação de cobertura influenciou a produtividade e qualidade da cenoura.

Tabela 1. Valores do teste F da analise de variância para pH, Brix e Acidez titulável de raízes de rabanete cv. Crimson Gigante cultivado em ambiente protegido submetido à doses de fertilizante nitrogenado. UFMT, Sinop – MT, 2019.

Fontes de variação GL pH Sólidos Solúveis

° Brix Acidez titulável (àcido málico)

Blocos 3 0,213 ns 1,763 ns 0,800 ns Doses de nitrogênio 5 5,819 ** 4,30** 2,649 * Coeficiente de variação (%) 1,60 9,35 18,26 **,* Significativo a 1% e 5%, respectivamente; ns: não significativo.

Diâmetro das raízes (mm) = 0,03277N + 31,0515R² = 0,7992**

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 50 100 150 200 250

Diâ

met

ro d

as r

aíse

s (m

m)

Doses de Nitrogênio (kg ha -1)

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4.2.1. pH das raízes

O pH das raízes de rabanete ajustou-se a um modelo quadrático, cujo maior valor

(6,35) foi obtido com a adição de 150 kg ha-1 de nitrogênio na adubação de cobertura

(Figura 4). Nota-se que as raízes do rabanete apresentam baixa acidez, o que é

comprovado pelos baixos valores da acidez titulável. Em seu estudo Ayub et al. (2013)

relataram valores similares aos apresentados. Os autores avaliando a conservação de

rabanetes sem folhas à temperatura ambiente e encontraram valor de pH igual a 6,18 e teor

de sólidos solúveis de 3,27 °Brix.

Figura 5 – pH das raízes de rabanete Crimson Gigante cultivado em ambiente protegido submetido à doses de fertilizante nitrogenado em cobertura. UFMT, Sinop – MT, 2019.

No estudo Colombari et al. (2018) sobre os efeitos da adubação nitrogenada de

cobertura verificou-se que o maior valor de pH das raízes foi obtido com a aplicação de 96

kg ha-1 de N. Comparando-se esta dose a aquela que proporcionou maior rendimento do

rabanete evidencia-se que o rabanete apresenta maior exigência em N que a cenoura. E,

portanto tal fato deve ser considerado ao se realizar um programa de adubação para o

rabanete, principalmente em regiões com baixa tradição no cultivo da espécie.

4.2.2. Sólidos solúveis - ºBrix

Na Figura 5 nota-se que os teores de sólidos solúveis totais nas raízes do rabanete

apresentaram comportamento quadrático em relação à adubação nitrogenada de cobertura.

Destaca-se que os menores teores foram obtidos com adição de 100 kg ha-1, e que estes

aumentam até a dose de 250 kg ha-1 que proporcionou o maior valor de ºBrix (2,5). Uma

provável explicação para este fato pode estar na interação N x K, na qual a falta ou excesso

de K possa prejudicar assimilação do N conforme Marshner (1995) e Malavolta (2005).

= -0,00001N² + 0,003N + 6,015 R² = 0,494**

5,00

5,20

5,40

5,60

5,80

6,00

6,20

6,40

6,60

0 50 100 150 200 250

pH d

as r

aíze

s

Doses de nitrogênio (kg ha -1)

pH

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Figura 6 – Teor de sólidos solúveis (º Brix) das raízes de rabanete cv. Crimson Gigante cultivado em ambiente protegido submetido à adubação nitrogenado em cobertura. UFMT, Sinop – MT, 2019.

Colombari et al. (2018) sobre os efeitos da adubação nitrogenada de cobertura na

qualidade da cenoura verificaram que o maior valor de sólidos solúveis, e portanto de

acúmulo nas raízes da cenoura foi obtido com a aplicação de cerca de 120 kg ha-1 de N.

4.2.3. Acidez titulável - % àcido málico

Os valores de acidez titulável obtidas das raízes do rabanete responderam à

adubação nitrogenada de cobertura e apresentaram comportamento quadrático. Destaca-se

que o menor teor (5,14 mg 100g-1) foi obtido com adição de 130 kg ha-1, e que este foram

cerca de 20% inferiores ao maior valor (6,2 mg 100g-1) que foi detectado na testemunha e

na dose de 50 kg ha-1 de N. Tal fato evidencia que aplicação de doses menores que 50 kg

ha-1 de N podem resultar em aumento da acidez das raízes e possa prejudicar a qualidade

das raízes colhidas.

Estes fatos corroboram os valores de pH apresentados na figura 4, uma vez que

quando os valores de pH são baixos ocorre o inverso com a acidez titulavel, e o contrário se

observa quando os valores desta são baixos, os valores de pH são elevados. Isso

demonstra que é necessário definir uma dose de fertilizante nitrogenado em coberta para

que se alcance o equilíbrio entre a acidez e a qualidade das raízes do rabanete. Tal fato é

corroborado por Valero e Serrano (2010) os quais afirmam que nos últimos anos, a acidez

total por ter relação com os sólidos solúveis tem sido um dos critério de aceitação do

produto pelo consumidor.

= 0,00001N2 - 0,002N + 2,039 R² = 0,714**

0,00

0,30

0,60

0,90

1,20

1,50

1,80

2,10

2,40

2,70

3,00

0 50 100 150 200 250

Sól

idos

sol

úvei

s to

tais

Brix

)

Doses de nitrogênio (kg ha -1)

Brix

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Figura 7 – Acidez Titulável (% ácido málico) das raízes de rabanete cv. Crimson Gigante cultivado em ambiente protegido submetido à adubação nitrogenado em cobertura. UFMT, Sinop – MT, 2019.

Estes resultados assemelham-se aos reportados por Del Aguila et al. (2006), os

quais verificram que os teores de ácido málico nas raízes do rabanete variaram entre 0,05 e

0,06% ou seja, entre 5,0 e 6,0 mg 100 g-1 de raízes. É importante destacar que no presente

estudo, os teores de ácido málico foram superiores aos encontrados quando se realizou a

adubação de nitrogenada de cobertura. Adicionalmente é importante lembrar que foi

realizada uma adubação potássica de cobertura com 90 kg a1 de K2O, sendo o potássio um

elemento fundamental

Acidez titulável = 0,00005N 2 - 0,013N + 6,400R² = 0,721**

3,03,33,63,94,24,54,85,15,45,76,06,36,6

0 50 100 150 200 250

Áci

do m

álic

o (m

g 10

0g-1

raíz

es)

Doses de nitrogênio (kg ha -1)

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5. CONCLUSÕES

A adubação de cobertura com o fertilizante nitrogenado promove aumentos no

diâmetro das raízes.

A adubação de cobertura com o fertilizante nitrogenado promove melhorias na

qualidade das raízes do rabanete cultivado em ambiente protegido.

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