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OS SOFISTAS E O SEU CONTEXTO
Crise da aristocracia e dos valores tradicionais.
a crescente afirmação do poder do ‘demos’, acaba com a ideia de que a areté estivesse associado à nascença, isto é, que se nascia virtuoso e não se tornava.
Os sofistas souberam captar este momento.
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Não constituem um bloco de pensadores, mas sim um complexo de esforços independentes para satisfazer, com meios análogos, necessidades idênticas.
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Os sofistas, usando a persuasão, consegue fazer com que apareçam como melhores não as opiniões mais chegada à verdade, mas as mais vantajosas.
A técnica argumentativa de Protágoras se encontra sobretudo em seu tratado antilogia, em que desenvolve a antilógica como tentativa de argumentação pró e contra determinada posição, sendo ambas igualmente verdadeiras e defensáveis.
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Aspecto positivo dos sofistas: o deslocamento do eixo da física e do cosmos para o homem, utilizando como temas predominantes a ética, a política, a retórica, a arte, a língua, a religião e a educação, ou seja, aquilo que chamamos de cultura do homem.
É correto compreender o nascimento do humanismo.
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Protágoras – o homem é a medida de todas as coisas.
Verdade parcial ou verdade absoluta?
A participação dos sofistas é essencialmente humanística e gnosiológica
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Protágoras negava a existência de um critério absoluto. O único critério é somente o homem individual. ‘Tal como cada coisa aparece para mim, tal ela é para mim; tal como aparece para ti, tal é para ti’.
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“Em torno de cada coisa há dois raciocínios que se contrapõem, ... É possível apresentar razões que se anulam reciprocamente. (...) Trata-se de ensinar a criticar e discutir, a organizar um torneio de razões contra razões”.
‘A tornar mais forte o mais fraco argumento’.
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“Existe algo que é mais útil, mais conveniente e, portanto, mais oportuno, sabendo convencer também os outros e reconhecê-lo e pô-lo em prática”.
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Górgias – mestre da retórica – mais importante do que o verdadeiro é o que pode ser provado ou defendido.
Para este autor há divórcio entre ser e pensamento. Ainda que fosse pensável, o ser permaneceria inexprimível. Com efeito, a palavra não pode transmitir verazmente coisa nenhuma que não seja ela própria.
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Com alguém poderia expressar com a palavra o que vê ?
Destruída a possibilidade de alcançar uma verdade absoluta, parece que só restou a Górgias o caminho da opinião ( doxa ).
Se não existe verdade absoluta e tudo é falso, a palavra adquire então autonomia própria, quase ilimitada.
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Sei que nada sei
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Nasceu e morreu em Atenas em 469 a.C - 399 a.C.
Foi acusado de ateísmo e de corromper os jovens com a sua filosofia.
Tinha o hábito de dialogar e debater com as pessoas de sua cidade.
Não fundou escola.
Preferiu realizar seu trabalho em locais públicos.
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Inicialmente, seguiu o ensinamento dos naturalistas.
Com o tempo, passou a sentir uma grande insatisfação com legado desses filósofos.
Concentrou-se na questão do que é o homem – o grau de conhecimento que o homem pode ter de si mesmo.
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Foi acusado de não crer nos deuses da cidade e de corromper os jovens. Era uma espécie de pregador leigo.
Sofreu influência da sofística, mas também combateu-a.
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A liberdade de seus discursos, a feição austera de seu caráter, a sua atitude crítica e irônica, criaram descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua probidade.
Mileto, Anito e Licon moveram uma acusação contra ele:de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria introduzindo outros.
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Sócrates nada escreveu
Aristófanes, com sua comédia as Nuvens, faz um verdadeiro ataque de acusação contra seu ensinamento. Sócrates é considerado o pior dos sofistas.
Platão. Platão faz de Sócrates seu principal protagonista na maioria de seus diálogos e Poe na boca de Sócrates todas suas ideia filosóficas.
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Aristóteles, que só ocasionalmente fala de Sócrates.
Existem ainda os vários socráticos que fundaram as assim chamada escolas socráticas menores, os quais deixaram pouco coisa de Sócrates.
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A quarta fonte é Aristóteles, que só ocasionalmente fala de Sócrates.
Existem ainda os vários socráticos que fundaram as assim chamada escolas socráticas menores, os quais deixaram pouco coisa de Sócrates.
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Sócrates e a filosofia da natureza physis.
Para Sócrates o cosmo é inacessível ao homem. Quem se dedica a ciência do cosmo, totalmente absorvido por elas esquece de si mesmo, daquilo que é mais importante: o homem e os problemas do homem.
Deslocou seu interesse filosófico da physis para a natureza do homem.
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Que é o homem? O homem é a sua alma.
Para os órficos, a alma era o demônio quem em nós expiava a culpa;
Para Sócrates, a alma coincide com a nossa consciência pensante e operante, com a nossa razão e com sede da nossa atividade pensante e eticamente operante. É o eu consciente, é personalidade intelectual e moral.
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Revolução operada por Sócrates.
A vida do homem adquire sentido pleno na unidade alma-corpo. A vida órfica e a vida pitagórica com a doutrina da purificação tendiam a purificar uma alma-demônio que era diferente do eu, da consciência. Dilaceravam a unidade do homem. Sócrates é ponto de ruptura da filosofia.
A doutrina de Sócrates pode ser assim resumida: Conhecer a si mesmo e Cuidar de si mesmo. Que significam estas proposições? É conhecer a própria alma, e cuidar da própria alma.
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A revolução dos valores
Qual é a verdadeira natureza do homem? Qual é seu fim último? Qual a verdadeira areté do homem?
Para os sofistas, o fim último, eram as técnicas, suas habilidades retóricas.
Para Sócrates a areté humana é aquilo que permite à alma ser boa. É aquilo que pela sua natureza ela deve ser.
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Mas o que é virtude?
A virtude é a ciência, o conhecimento. O vício, contrário da virtude, é privação de ciência e de conhecimento, ignorância. Se o homem distingue-se pela alma, e se sua alma é o eu consciente e inteligente, então a areté, ou seja, aquilo que atualiza plenamente essa consciência e inteligência, só pode o conhecimento.
Qual é o valor supremo para os homens?
O conhecimento, já que o conhecimento faz a alma ser o que deve ser e por isso realiza o homem, cuja essência está na alma.
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Os gregos, os sofistas tinham como valores fundamentais aqueles ligados ao corpo: a saúde, o vigor físico, a beleza, o bens exteriores como a riqueza, o poder, a fama.
Sócrates subordinou a validez destes bens ao seu bom uso. ele afirmou que o bom uso depende exclusivamente do conhecimento.
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Sócrates unifica as virtudes tradicionais – sapiência, justiça, sabedoria, fortaleza, temperança - em uma única virtude: o conhecimento.
quem faz o mal (que é ignorância) o faz justamente só por ignorância e não porque queira o mal sabendo que é mal.
Portanto: a virtude é a ciência, conhecimento; ninguém peca voluntariamente, o vicio é
ignorância
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os gregos e os sofista entendiam por virtudes algo fundado sobre o costume, os hábitos e as convicções da sociedade grega, mas não fundado e justificado sobre rigorosas bases racionais.
Sócrates faz exatamente o que os pré-socráticos fizeram diante da natureza e que os sofistas tentaram fazer diante do homem: tenta submeter ao domínio da razão a vida humana, assim como tinham submetido o mundo externo ao domínio da razão humana.
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A virtude encontra seu fundamento não nos costumes e nos hábitos, mas na razão, no conhecimento.
Não qualquer conhecimento, mas na maior e elevada ciência. A ciência do que é o homem e do que é bom e útil ao homem. Nos supremos valores éticos.
Como justificar o princípio: o homem só quer o bem e não o mal, e quem faz o mal o faz involuntariamente. Ninguém peca voluntariamente.
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Unilateralidade das afirmações socráticas:
que não é possível ser virtuoso sem o conhecimento, porque não se pode fazer o bem sem conhecê-lo, possui fundamento.
Que não é possível conhecer o bem sem fazê-lo, este ponto é duvidoso.
Veja que o conhecimento do bem, para Sócrates, não é só condição necessária, mas também suficiente para ser virtuoso.
Nosso ponto de vistaO conhecimento do bem é necessário, mas não é suficiente. Na ação moral, a vontade (do bem) é tão importante quanto o conhecimento do bem. O excesso de confiança na razão e na inteligência parece que não basta para a prática do bem. A ação moral consiste no equilíbrio das faculdades humanas do querer (vontade) com a razão (conhecimento).
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• resumindo
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SÓCRATES
Os filósofos pré-socráticos queriam responder: O que é a natureza?
Sócrates procurava responder: O que é a realidade última do homem?
A resposta a que Sócrates chegou é a de que o homem é a sua alma
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Daimon não é demônio. Ao contrário é o anjo bom, o gênio protetor.
O DAIMON é a voz da interioridade, aquele conselheiro da consciência. Todos nós possuímos um DAIMON.
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A DIALÉTICA SOCRÁTICA. O MÉTODO DIALÓGICO.
Função do método dialógico.
Para entender corretamente o método socrático de filosofar, é preciso entendê-lo em referência ao conceito de psyché, ou seja, à alma, ao cuidado da alma.
Só se cuida da alma com o dia-logo, ou seja, com o logos que, procedendo por pergunta e resposta, envolve efetivamente e afetivamente mestre e discípulo em busca da verdade.
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As finalidades do método dialógico socrático são fundamentalmente de natureza ética-educativa e em segundo lugar de natureza lógica-gnosiológica.
A dialética socrática tem for finalidade a virtude, a afirmação de que a alma e o cuidado da alma são o Máximo bem para o homem. A purificação da alma acontece através de perguntas e respostas, para libertá-la dos erros e dispô-la a verdade.
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Momentos do método.O não-saber socrático.
O não não-saber é o ponto de partida. Para Sócrates, a primeira condição do saber e do diálogo filosófico é a consciência da própria ignorância. Sapiente é somente quem sabe de não saber.
O não-saber socrático não é o princípio do ceticismo. A chave de leitura é a ruptura com os filósofos da natureza e com os sofistas. O não saber de Sócrates é uma crítica à preensão dos pré-socráticos em conhecer as secretas leis do cosmo. Contra a pretensão dos sofistas se saber quase o saber ilimitado. Hipias se glorificava de saber tudo e saber fazer tudo.
A afirmação socrática do não saber significava a crítica da inconsistência da pretensão de saber tudo.
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A ironia socrática.
Dois momentos da ironia socrática:
a confutaçãoa maiêutica
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A confutação.
O primeiro momento da ironia é o momento em que Sócrates levava o interlocutor a reconhecer a sua própria ignorância.. No dialogo, o reconhecimento da própria ignorância.
Primeiro Sócrates forçava o interlocutor a definir o assunto; depois aprofundava os vários conceitos, definições, explicando as falhas e contradições;
Em seguida tentava uma nova definição e, com o mesmo procedimento, confutava as novas afirmações.
Procedia assim até o momento em que o interlocutor se reconhecia ignorante.
A confutação consiste na purificação, enquanto destruía certezas não autenticas, frágeis, aparentes, falsas e logo conduziria a certezas.
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A maiêutica.
É a segunda parte da ironia socrática.
Segundo Sócrates, a alma só pode alcançar a verdade se dela estiver grávida.
Assim como a mulher que está grávida no coro tem a necessidade do obstetra para dar a luz, assim o discípulo que tem a alma grávida da verdade tem necessidade de um espécie de obstetra que o ajude a dar luz a esta verdade. Eis a maiêutica socrática.
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Recapitulando
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Insistindo no perpétuo fluxo das coisas e na variabilidadeextrema das impressões sensitivas determinadas pelosindivíduos que de contínuo se transformam, concluíram os sofistas pela impossibilidade absoluta e objetiva do saber.
Sócrates restabelece-lhe a possibilidade, determinando o verdadeiro objeto da ciência.
O objeto da ciência não é o sensível, o particular, o indivíduo que passa; é o inteligível, o conceito que se exprime pela definição.
Este conceito ou idéia geral obtêm-se por um processo dialético por ele chamado indução.
O MétodoO Método
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•Na exposição polêmica e didática de suas idéias, Sócratesadotava sempre o diálogo, que revestia uma dúplice forma,conforme se tratava de um adversário a confutar ou de um discípulo a instruir.
• No primeiro caso, é o que se denomina ironia socrática.
• No segundo caso, é um processo pedagógico, em memóriada profissão materna, denominava ele de maiêutica ou engenhosa obstetrícia do espírito, que facilitava a parturiçãodas idéias.
O MétodoO Método
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O Método de Sócrates Método de análise conceitual: “O que é...?”
Geralmente as virtudes. Ex: coragem, justiça.
Dialética: perguntas e respostas conduzem à essência do conceito.
Teoria da reminiscência: no fundo, cada ser já conhece a verdade, é preciso apenas lembrar-se