Os Sete Poderes, Álex Rovira Celma
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OsSete Poderes
Álex Rovira Celma
OsSetePoderes
Para minha filha Mariona.Foi ela quem ditou para mim este conto, entre sonhos,
olhares e sorrisos, durante seus primeiros meses de vida,revelando-me o verdadeiro poder que nasce da força interior.
Ela me mostrou a extraordinária força que é capaz de emanar do menor e mais delicado coração quando,
apesar de sua fragilidade, sente vontade de viver e crescer para encarnar o maior de todos os poderes: o amor.
É também para Mónica, minha mulher.E para os meus filhos Laia e Pol. Assim como para todos os seres humanos que optam por dar sentido
à vida no exercício do otimismo, da entrega, da generosidade, da esperança e da alegria.
ÁLEX ROVIRA CELMA
Título original: Los Siete PoderesCopyright © 2006 por Álex Rovira Celma
Copyright da ilustração original © 2006 por Josep FeliuCopyright da tradução © 2008 por GMT Editores Ltda.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes
sem autorização por escrito dos editores.
traduçãoAndré Telles
preparo de originaisHelena Carone
revisãoAna GrilloSheila Til
Tereza da Rocha
projeto gráfico e diagramação Valéria Teixeira
capaMiriam Lerner
pré-impressãoô de casa
impressão e acabamentoBartira Gráfica e Editora S/A
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
Todos os direitos reservados, no Brasil, porGMT Editores Ltda.
Rua Voluntários da Pátria, 45 – Gr. 1.404 – Botafogo22270-000 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2286-9944 – Fax: (21) 2286-9244E-mail: [email protected]
www.sextante.com.br
R78s Rovira Celma, ÁlexOs sete poderes / Álex Rovira Celma [tradução de André Telles].
– Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
Tradução de: Los siete poderesISBN 978-85-7542-419-3
1. Sucesso – Aspectos psicológicos. I. Título.
CDD 158.108-2826 CDU 159.947
Nosso medo mais profundo é reconhecer que somos inconcebivelmente poderosos.
Não é nossa escuridão, e sim nossa luz o que mais nos atemoriza (...).
Ao permitir que nossa luz se irradie, estamos permitindo, sem nos dar conta,
que outras pessoas façam o mesmo.
Ao nos libertar dos nossos medos, nossa presença automaticamente
liberta os outros.
NELSON MANDELA
Sumário
Prólogo 11
PRIMEIRA PARTE
O desafio
I O reino de Albor 15
II O chamado do rei 18
III O bosque dos Nove Teixos 23
IV O lago dos Doze Cisnes 26
V A Fonte de Cristal 29
VI O vale das Dez Montanhas 32
VII Sob os galhos de Dru 37
SEGUNDA PARTE
A viagem pela Terra do Destino
VIII Sombra e fogo 45
IX O poder da coragem 52
X O elixir da infalibilidade 55
XI O poder da responsabilidade 59
XII A Torre Infinita 61
XIII O poder da determinação 69
XIV O trono de ouro 72
XV O poder da humildade 76
Prólogo
“Qual é a chave para transformar a vida? Em que medida
nosso destino já está traçado? Será que podemos realmente
construir o futuro que desejamos?” Perguntei isso a um dos
meus professores quando eu era adolescente. Sua resposta foi
simples e veio por meio de uma antiga lenda.
Há muitos e muitos anos, os homens conheciam o segredo que
permitia que sonhos e anseios se tornassem realidade. Porém,
abusaram tanto dele que os sábios responsáveis por sua guarda
decidiram escondê-lo em um lugar aonde só quem realmente
merecesse conseguiria chegar. Mas onde esconder aquele que
provavelmente era o tesouro mais valioso para a humanidade?
Um dos membros do conselho de sábios sugeriu enterrá-lo no
centro da terra. Seus companheiros argumentaram que, cedo ou
tarde, alguém escavaria até os rincões mais profundos do plane-
ta para encontrá-lo.
Outro sábio sugeriu levá-lo até a montanha mais alta e lá en-
terrá-lo, sob a neve eterna. Mas houve quem fosse contrário à
idéia, dizendo que chegaria o dia em que muitos homens e mu-
lheres seriam capazes de escalar o pico mais alto e descobrir o
tesouro. Os demais sábios concordaram e, preocupados, conti-
nuaram a discutir.
Passado um momento, um terceiro tomou a palavra e disse
que, sem dúvida, o melhor esconderijo era o abismo mais fundo
XVI O abismo impossível 78
XVII O poder da confiança 83
XVIII No topo 87
XIX A montanha do Destino 90
TERCEIRA PARTE
O regresso
XX Sangue, suor e lágrimas 97
XXI O amanhecer 102
XXII O poder do amor 106
XXIII O poder da união e da cooperação 110
XXIV O adeus 112
XXV Um novo dia 114
Os Sete Poderes 115
Epílogo 118
E por falar em poder... 119
Agradecimentos 123
11
do maior dos oceanos. “Tampouco este será um bom lugar. Um
dia haverá seres humanos que aprenderão a navegar pelos abis-
mos do mar e, certamente, o acharão”, replicaram os outros.
Desanimados e resignados, os membros do conselho de sábios
entreolharam-se com tristeza. Não havia lugar na terra onde
ocultar o segredo que transformava os sonhos em realidade.
Sob um grande silêncio, o mais venerável e discreto de todos
tomou a palavra e, quase num sussurro, disse: “Há um lugar, um
único lugar, aonde muito poucos seriam capazes de chegar.”
A expectativa foi grande. Começou uma confusão. Olhares se
cruzaram em meio a murmúrios e exclamações. “Que lugar é
esse, mestre?!”, perguntou, inquieto, um dos sábios ao ancião.
“O coração... Vamos escondê-lo no coração de cada homem e
cada mulher que vive neste lindo planeta. Todos os corações de-
verão alojar esse extraordinário tesouro, pois poucos terão a co-
ragem, a perseverança, a fé, a humildade e a paciência de olhar
em seu interior e desvendar o segredo. Só quem for capaz de des-
cobrir que a maior das riquezas e o maior dos poderes reside em
seu coração deve ser digno de alcançar o tesouro.”
E assim, como em um pacto sagrado e graças a um encan-
tamento, há milênios o segredo que converte em realidade os
anseios da alma descansa no coração de cada um de nós.
Espero que esta história, ou melhor, esta viagem que agora se
inicia guie o leitor até seu tesouro.
O destino final é, sempre, seu coração.
A ele dirijo uma saudação calorosa.
Com profunda gratidão e respeito,
ÁLEX ROVIRA CELMA
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PRIMEIRA PARTE
O desafio
I
O reino de Albor
Há muito tempo, quando alguns homens ainda compreendiam
a linguagem dos pássaros, vivia no próspero reino de Albor um
rei que era profundamente amado e respeitado por todos os seus
súditos. Homem de grande força e extraordinária coragem, havia
sido o único monarca capaz de defender suas belas terras dos
ataques do exército liderado pelo perverso e invencível Nul,
Senhor das Trevas.
Centenas de reinos sucumbiram, um após o outro, ao de-
molidor avanço do mal, e apenas Albor, como uma ilha no
oceano, escapava de seu domínio avassalador. O rei e seus solda-
dos resistiam graças à mágica Albor, a reluzente espada que dava
nome ao reino e que, mil anos antes, fora forjada com o fogo de
Aur, o grande dragão branco. Ela fora concebida para armazenar
e transformar em poder toda a força interior encerrada no
coração de seus legítimos donos, transformando-se, assim, com
o passar dos anos, na arma mais poderosa sobre a face da terra.
Porém, o astucioso Nul soube esperar o momento certo para
desferir o mais doloroso e demolidor dos golpes. Oculto sob
uma capa negra que o tornava invisível e aproveitando-se dos
festejos pelo nascimento de Jano, filho único do rei e herdeiro
do trono, Nul raptou o menino na sua primeira noite de vida.
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com a força física e moral necessárias para rechaçar o ataque
devastador que Nul levaria a cabo após sua morte. Sem um líder
reconhecido por todos, a derrota seria certa e o reino e toda a
terra cairiam nas garras das trevas.
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Não só seqüestrou a criança, como conseguiu apoderar-se da
espada mágica.
O reino naufragou na tristeza e no desespero. Seu futuro
anunciava-se sombrio, mais vulnerável que nunca, sem príncipe
e sem a mágica Albor. Para Nul, espectro imune à ação do tempo,
bastava esperar a morte do rei para tomar o último reduto que
resistia à sua ambição desmedida.
Mas quem adoeceu foi a rainha, que morreria anos depois,
enquanto o rei envelhecia a olhos vistos. Esses tristes aconteci-
mentos abateram tanto os homens e mulheres de Albor que eles
já não percebiam a primavera nos brotos das árvores nem nas
flores que cresciam nos jardins.
Naturalmente, foram feitos muitos esforços vãos, desespera-
dos, para encontrar o príncipe e recuperar a espada. Centenas de
valentes cavaleiros partiram em seu encalço, até a Terra do
Destino, nas fronteiras do reino com o mundo do além, pois
acreditava-se que fora lá que o Senhor das Trevas havia escondi-
do Jano e Albor. Ninguém jamais regressou.
Passaram-se os anos, e os rumores tornaram-se lendas que
contavam que Jano havia se transformado em escravo eterno
de Nul.
O rei, porém, nunca perdeu a esperança. Estava convencido
de que um dia voltaria a abraçar seu filho e a brandir sua espada.
Essa convicção, essa força interior, serviu para unir o reino diante
do infortúnio.
Os nobres e fiéis cavaleiros se empenharam para manter seu
espírito firme e para proteger de novos ataques o reino e os ideais
que o rei lhes havia transmitido com seu exemplo. Talvez por
essa razão Nul tenha desistido da conquista.
Com o passar do tempo, o rei, velho e cansado, compreendeu
que lhe restavam poucas manhãs. Devia cumprir sua missão
derradeira e mais importante: indicar um herdeiro, um sucessor
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