Os Lusíadas são (e dão) Arte
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por Teresa Guerreiro
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Introdução Constitui prática corrente, na EB de Vila Boim, a concretização de projetos e atividades que
conjuguem o melhor de distintas disciplinas, de modo a enriquecer e melhorar as aprendizagensdos alunos. Nesta medida, o que partilhamos agora não é original – felizmente para todos!
A novidade está no tema abordado - Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, obra maior daliteratura portuguesa e conteúdo do currículo do 9º ano, na disciplina de Língua Portuguesa.
As docentes desta disciplina, Carmen Santos e Teresa Guerreiro, foram desafiadas peladocente de Educação Visual, Manuela Soares, para dar corpo a uma atividade que pusesse em jogoa aprendizagem desta obra e a sua interpretação não apenas literária mas também visual. Assimnasceu a exposição que dá nome ao projeto Os Lusíadas são (e dão) arte.
Com a colaboração da Biblioteca Escolar da EB de Vila Boim, a exposição cresce etransforma-se em livro digital, agora disponível para todos e não apenas para os que tiveram a sortede ver estes magníficos trabalhos ao vivo: nunca é demais valorizar o que de bom os nossos alunossão capazes de fazer.
Que outros trabalhos, no futuro, sejam assim delineados e concretizados: o ensino e aaprendizagem não podem nunca dissociar-se da criatividade e do prazer de aprender.
Carmen Santos, Manuela Soares e Teresa Guerreiro
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CANTO I – INVOCAÇÃOSusana Garcia
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4
E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mi um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mi vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloco e corrente,
Por que de vossas águas Febo ordene
Que não tenham enveja às de Hipocrene.
5
Dai-me ũa fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou frauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa,
Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
Dai-me igual canto aos feitos da famosa
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
Que se espalhe e se cante no universo,
Se tão sublime preço cabe em verso.
O poeta invoca as tágides, as ninfas doTejo, para que o ajudem na tarefaimensa que tem pela frente: contar osfeitos grandiosos dos portugueses.
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CANTO I – INÍCIO DA NARRAÇÃOPedro Ferreira
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CANTO I – INÍCIO DA NARRAÇÃOAndré Catita
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CANTO I – INÍCIO DA NARRAÇÃOSílvia Vieira
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CANTO I – INÍCIO DA NARRAÇÃOCristina Domingos
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Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos, onde as proas vão cortando
As marítimas águas consagradas,Que do gado de Próteu são cortadas,
Início da narração, in medias res, ouseja, quando a viagem dos portuguesesjá vai a meio, com tempo ameno e maramigo.
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CANTO I – CONSÍLIO DOS DEUSESJoão Grilo
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Quando os Deuses no Olimpo luminoso,
Onde o governo está da humana gente,
Se ajuntam em consílio glorioso,
Sobre as cousas futuras do Oriente.
Pisando o cristalino Céu fermoso,
Vêm pela Via Láctea juntamente,
Convocados, da parte de Tonante,
Pelo neto gentil do velho Atlante.
Enquanto os nautas sulcam os mares, éconvocado por Júpiter o grandiosoConsílio do Deuses, que se reúnem noOlimpo para decidir se deverão apoiarou rejeitar os intentos dos portugueses:chegar à Índia.
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CANTO I – CONSÍLIO DOS DEUSES: JÚPITERLuís Almas
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Estava o Padre ali, sublime e dino,
Que vibra os feros raios de Vulcano,
Num assento de estrelas cristalino,
Com gesto alto, severo e soberano;
Do rosto respirava um ar divino,
Que divino tornara um corpo humano;
Com ũa coroa e ceptro rutilante,De outra pedra mais clara que diamante.
Descrição de Júpiter, o pai dos deuses,figura sublime e grandiosa, que mostrao seu imenso poder através do “gestoalto e soberano” e da “coroa e ceptrorutilante”. É Júpiter quem convoca osdeuses para o Consílio.
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CANTO I – CONSÍLIO DOS DEUSES: DISCURSO DE MARTEDanilo Andrade
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37
A viseira do elmo de diamante
Alevantando um pouco, mui seguro,
Por dar seu parecer se pôs diante
De Júpiter, armado, forte e duro;
E dando ũa pancada penetrante
Co conto do bastão no sólio puro,
O Céu tremeu, e Apolo, de torvado,
Um pouco a luz perdeu, como enfiado;
No decurso do Consílio dos Deuses,Baco insurge-se contra os portuguesesenquanto Vénus os apoia, o queprovoca discussão e confusão naassembleia. Então, Marte, deus daguerra, toma a palavra e impõe o seupoder perante todos – irá também dar oseu apoio aos nautas lusos.
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CANTO II – VÉNUS E AS NEREIDAS PROTEGEM A FROTAAna Rita Carlos
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Põe-se a Deusa com outras em direito
Da proa capitaina, e ali fechando
O caminho da barra, estão de jeito
Que em vão assopra o vento, a vela inchando;
Põem no madeiro duro o brando peito,
Pera detrás a forte nau forçando;
Outras em derredor levando-a estavam
E da barra inimiga a desviavam.
Foram muitos os perigos por quepassaram os portugueses: tempestades,ventos nefastos e a crueldade doselementos. Vénus, desde o inícioapoiante dos navegantes, protege-os aolongo do caminho.
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CANTO III – INÊS DE CASTROLeonor Rodrigues
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«Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana terra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste, e dino da memória
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que despois de ser morta foi Rainha.
Ao longo da viagem, os navegadoresportugueses param em várias terras.Em Melinde, são recebidos pelo seu rei,que pede a Vasco da Gama que lhe dêinformações sobre o seu país. Este,entre outros, narra-lhe o episódio deInês de Castro.
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CANTO III – INÊS DE CASTROMaria Vinagre
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«Tu só, tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Vasco da Gama, na sua narração,aponta o Amor como o grande causadorde todo o sofrimento por que passaramInês de Castro, D. Pedro e o povoportuguês.
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CANTO III – INÊS DE CASTROCatarina Baleca
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CANTO III – INÊS DE CASTROCatarina Tibério
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«Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saüdosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Descrição de Inês de Castro,apresentada como uma mulher pura einocente, apaixonada e vítima do seuamor, inconsciente dos perigos quecorre por sua causa.
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CANTO III – INÊS DE CASTROAna Nascimento
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«De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,
D. Pedro, filho de D. Afonso IV eherdeiro do trono de Portugal, tambémele profundamente apaixonado porInês, recusa casar com qualquer mulherque o pai lhe destine, o que provoca “omurmurar do povo” e a preocupação dorei.
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CANTO III – INÊS DE CASTROAna Laura Micaelo
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«Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo co sangue só da morte indina
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra ũa fraca dama delicada?
D. Afonso IV determina a morte de Inês,para que o amor que prende D. Pedro aela desapareça e o rei consiga alcançaros seus objetivos reais.Vasco da Gama considera tal decisão deenorme crueldade.
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CANTO III – INÊS DE CASTROBeatriz Mantas
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«Traziam-a os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saüdade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,
Inês de Castro é levada à presença dorei, que já se encontra “movido apiedade”, sendo no entanto persuadidopelo povo cruel a manter a suadeterminação.Inês, nas estâncias seguintes, iráproferir um comovente discurso dedefesa, sem, no entanto, conseguirdissuadir o monarca.
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CANTO IV – DESPEDIDAS EM BELÉMAndreia Conceição
![Page 34: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/34.jpg)
CANTO IV – DESPEDIDAS EM BELÉMJosé Leal
![Page 35: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/35.jpg)
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«Pelas praias vestidos os soldados
De várias cores vêm e várias artes,
E não menos de esforço aparelhados
Pera buscar do mundo novas partes.
Nas fortes naus os ventos sossegados
Ondeiam os aéreos estandartes;
Elas prometem, vendo os mares largos,
De ser no Olimpo estrelas, como a de Argos.
Vasco da Gama prossegue a narração dahistória de Portugal ao Rei de Melinde,relatando-lhe os eventos que ocorreramno dia em que a armada partiu deLisboa, narrando as despedidas emBelém
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CANTO V – O ADAMASTORMaria Romão
![Page 37: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/37.jpg)
39
«Não acabava, quando ũa figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.
40
«Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo.
Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo,
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!
Conforme já foi explicado, foraminúmeros – e terríveis – os perigos porque os navegadores portuguesespassaram ao longo de tão arriscadaviagem. O gigante Adamastor constituiexemplo e símbolo máximo dostremendos terrores que sofreram osnautas lusos.
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CANTO VI – BACO CONVENCE NEPTUNO A ALIAR-SE CONTRA OS PORTUGUESES Maria José Andrade
![Page 39: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/39.jpg)
8
No mais interno fundo das profundas
Cavernas altas, onde o mar se esconde,
Lá donde as ondas saem furibundas
Quando às iras do vento o mar responde,
Neptuno mora e moram as jocundas
Nereidas e outros Deuses do mar, onde
As águas campo deixam às cidades
Que habitam estas húmidas Deidades.
Baco, deus que, desde o Consílio dosDeuses (canto I), se manifestou contraos intentos dos portugueses, nuncadeixou de tentar frustrar a sua empresa,procurando aliados para derrotar osportugueses, conseguindo convencerNeptuno, deus dos mares.
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CANTO VI – BACO CONVENCE NEPTUNO A ALIAR-SE CONTRA OS PORTUGUESESSoraia Malhado
![Page 41: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/41.jpg)
15
– «Ó Neptuno (lhe disse) não te espantes
De Baco nos teus reinos receberes,
Porque também cos grandes e possantes
Mostra a Fortuna injusta seus poderes.
Manda chamar os Deuses do mar, antes
Que fale mais, se ouvir-me o mais quiseres;
Verão da desventura grandes modos:
Ouçam todos o mal que toca a todos.»
Baco argumenta perante Neptuno, nosentido de o convencer a aliar-se a si,para destruir os navegadoresportugueses e impedi-los de chegar àÍndia.
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CANTO VI – TEMPESTADE MARÍTIMANuno Mexia
![Page 43: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/43.jpg)
72
O céu fere com gritos nisto a gente,
Cum súbito temor e desacordo;
Que, no romper da vela, a nau pendente
Toma grão suma d' água pelo bordo.
– «Alija (disse o mestre rijamente,
Alija tudo ao mar, não falte acordo!
Vão outros dar à bomba, não cessando;
À bomba, que nos imos alagando!»
Na sequência da aliança feita entreBaco e Neptuno, este último provocauma tremenda tempestade que poráem grande perigo as vidas dosportugueses.
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CANTO VI – VÉNUS SALVA OS PORTUGUESES DA TEMPESTADECatarina Demétrio
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85
Mas já a amorosa Estrela cintilava
Diante do Sol claro, no horizonte,
Mensageira do dia, e visitava
A terra e o largo mar, com leda fronte.
A Deusa que nos Céus a governava,
De quem foge o ensífero Orionte,
Tanto que o mar e a cara armada vira,
Tocada junto foi de medo e de ira.
Estavam já os portugueses quase anaufragar quando a sempre amiga dosnavegadores, Vénus, convoca o seu“exército” de ninfas e nereidas econsegue acalmar os ventosdestruidores.
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CANTO VI – VÉNUS SALVA OS PORTUGUESES DA TEMPESTADEAna Catarina Fortalezas
![Page 47: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/47.jpg)
87
Grinaldas manda pôr de várias cores
Sobre cabelos louros a porfia.
Quem não dirá que nacem roxas flores
Sobre ouro natural, que Amor enfia?
Abrandar determina, por amores,
Dos ventos a nojosa companhia,
Mostrando-lhe as amadas Ninfas belas,
Que mais fermosas vinham que as estrelas.
As ninfas vão conseguir acalmar osventos cruéis seduzindo-os eabrandando os seus ímpetosdestruidores.
![Page 48: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/48.jpg)
CANTO VI – VÉNUS SALVA OS PORTUGUESES DA TEMPESTADEJoana Trindade
![Page 49: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/49.jpg)
88
Assi foi; porque, tanto que chegaram
À vista delas, logo lhe falecem
As forças com que dantes pelejaram,
E já como rendidos lhe obedecem;
Os pés e mãos parece que lhe ataram
Os cabelos que os raios escurecem.
A Bóreas, que do peito mais queria,
Assi disse a belíssima Oritia:
Os ventos terríficos, na presença dasninfas, rendem-se aos seus encantos.
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CANTO VI – CHEGADA À ÍNDIAJoão Pedro de Sousa
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92
Já a manhã clara dava nos outeiros
Por onde o Ganges murmurando soa,
Quando da celsa gávea os marinheiros
Enxergaram terra alta, pela proa.
Já fora de tormenta e dos primeiros
Mares, o temor vão do peito voa.
Disse alegre o piloto Melindano:
– «Terra é de Calecu, se não me engano.
Vencida a tempestade, numa bela“manhã clara”, os portugueses avistamCalecut: conseguiram chegar à Índia!
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CANTO IX – ILHA DOS AMORESGonçalo Vieira
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«Oh! Não me fujas! Assi nunca o breve
Tempo fuja de tua formosura;
Que, só com refrear o passo leve,
Vencerás da fortuna a força dura.
Que Emperador, que exército se atreve
A quebrantar a fúria da ventura
Que, em quanto desejei, me vai seguindo,
O que tu só farás não me fugindo?
Após o estabelecimento dos contactoscom as autoridades locais, osportugueses retornam à pátria, sendopremiados com uma divina Ilha dosAmores, presente de Vénus para osrecompensar pelos feitos alcançados.Leonardo é um dos marinheiros quepersegue uma ninfa formosa mas difícil.
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CANTO IX – ILHA DOS AMORESMarta Arguelles
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Já não fugia a bela Ninfa tanto,
Por se dar cara ao triste que a seguia,
Como por ir ouvindo o doce canto,
As namoradas mágoas que dizia.
Volvendo o rosto, já sereno e santo,
Toda banhada em riso e alegria,
Cair se deixa aos pés do vencedor,
Que todo se desfaz em puro amor.
Leonardo, já desolado por ver que, aocontrário dos companheiros, nãoconseguia obter os favores da ninfa,roga-lhe compaixão. Esta, já rendida àssuas palavras doces, ainda foge, masapenas para o continuar a ouvir,acabando por se deixar “cair” nosbraços do marinheiro.
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CANTO IX – ILHA DOS AMORESAntónio Dias
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Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas,
Tétis e a Ilha angélica pintada,
Outra cousa não é que as deleitosas
Honras que a vida fazem sublimada.
Aquelas preminências gloriosas,
Os triunfos, a fronte coroada
De palma e louro, a glória e maravilha,
Estes são os deleites desta Ilha.
Descrição dos “deleites” que sãooferecidos aos navegadoresportugueses, que são recebidos porTétis e as ninfas do oceano.
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CANTO IX – ILHA DOS AMORESCarlota Malhado
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Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas,
Tétis e a Ilha angélica pintada,
Outra cousa não é que as deleitosas
Honras que a vida fazem sublimada.
Aquelas preminências gloriosas,
Os triunfos, a fronte coroada
De palma e louro, a glória e maravilha,
Estes são os deleites desta Ilha.
(...)
92
Mas a Fama, trombeta de obras tais,
Lhe deu no Mundo nomes tão estranhos
De Deuses, Semideuses, Imortais,
Indígetes, Heróicos e de Magnos.
Por isso, ó vós que as famas estimais,
Se quiserdes no mundo ser tamanhos,
Despertai já do sono do ócio ignavo,
Que o ânimo, de livre, faz escravo.
Após a narração do encontro entre osnautas e as ninfas, o poeta tecealgumas considerações, explicando asimbologia da Ilha dos Amores erefletindo sobre o modo de alcançar aFama.
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CANTO IX – ILHA DOS AMORESMónica Grilo
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E fareis claro o Rei que tanto amais,
Agora cos conselhos bem cuidados,
Agora co as espadas, que imortais
Vos farão, como os vossos já passados.
Impossibilidades não façais,
Que quem quis, sempre pôde; e numerados
Sereis entre os Heróis esclarecidos
E nesta «Ilha de Vénus» recebidos.
Após a narração do encontro entre osnautas e as ninfas, o poeta tecealgumas considerações, explicando asimbologia da Ilha dos Amores erefletindo sobre o modo de alcançar aFama.
![Page 62: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/62.jpg)
CANTO X – ILHA DOS AMORESJosé César
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1
Mas já o claro amador da Larisseia
Adúltera inclinava os animais
Lá pera o grande lago que rodeia
Temistitão nos fins Ocidentais;
O grande ardor do Sol Favónio enfreia
Co sopro que nos tanques naturais
Encrespa a água serena e despertava
Os lírios e jasmins, que a calma agrava,
Descrição do ambiente na Ilha dosAmores, onde as ninfas irão oferecerum banquete em honra dosportugueses e lhes serão dadas aconhecer as futuras glórias no Oriente ea visão da Máquina do Mundo, quemostrará a extensão do impérioportuguês.
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CANTO X – ILHA DOS AMORESEsperança Magarreiro
![Page 65: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/65.jpg)
2
Quando as fermosas Ninfas, cos amantes
Pela mão, já conformes e contentes,
Subiam pera os paços radiantes
E de metais ornados reluzentes,
Mandados da Rainha, que abundantes
Mesas d' altos manjares excelentes
Lhe tinha aparelhados, que a fraqueza
Restaurem da cansada natureza.
As ninfas oferecem aos “amantes”portugueses um esplendorosobanquete em sua honra e glória, paraque “a fraqueza/ restaurem da cansadanatureza”.
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CANTO X – REGRESSO A PORTUGALLuís Branquinho
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144
Assi foram cortando o mar sereno,
Com vento sempre manso e nunca irado,
Até que houveram vista do terreno
Em que naceram, sempre desejado.
Entraram pela foz do Tejo ameno,
E à sua pátria e Rei temido e amado
O prémio e glória dão por que mandou,
E com títulos novos se ilustrou.
Após a passagem pela Ilha dos Amores,os navegadores portugueses regressama Portugal, onde serão recebidos emglória pelo povo e pelo rei.
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![Page 69: Os Lusíadas são (e dão) Arte](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042514/568c53d41a28ab4916bc6291/html5/thumbnails/69.jpg)
Nomes dos alunos participantes: 9ºA
Ana Laura MicaeloAna Rita CarlosAndreia ConceiçãoAntónio DiasCarlota MalhadoEsperança MagarreiroJoão SousaJosé CésarLuís BranquinhoMaria Beatriz MantasMaria do Carmo RomãoMaria José AndradeMarta ArguellesMónica GriloNuno MexiaSílvia VieiraSoraia MalhadoSusana Garcia
9ºB Ana Catarina Fortalezas Ana Leonor Rodrigues Ana Margarida Nascimento André Catita Catarina Demétrio Catarina Tibério Catarina Baleca Cristina Duarte Danilo Andrade Gonçalo Vieira Joana Trindade João Grilo José Leal Luís Almas Maria Vinagre Pedro Ferreira
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FICHA TÉCNICA:
Ilustrações feitas pelos alunos das turmas A e B do 9º ano, nas aulas de Educação Visual, a partir das suas escolhas de estrofes ou versos estudados da obra Os Lusíadas, nas aulas de Português.
Docentes envolvidos: Carmen Santos, Manuela Soares, Teresa Guerreiro
Montagem da exposição: 9ºA, professoras Manuela Soares e Teresa Guerreiro
Divulgação, grafismo, construção e publicação online do livro digital: Biblioteca Escolar da E.B. de Vila Boim
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS Nº3 DE ELVAS
ESCOLA BÁSICA DE VILA BOIM
ANO LETIVO DE 2013/2014