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Universidade de Brasília ALINE DE CASTRO SANTOS OS JOGOS COOPERATIVOS COMO FATOR MOTIVACIONAL NAS AULAS DO PROJETO SEGUNDO TEMPO FORMOSA-GO 2007

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Universidade de Brasília

ALINE DE CASTRO SANTOS

OS JOGOS COOPERATIVOS COMO FATOR MOTIVACIONAL NAS AULAS DO PROJETO SEGUNDO TEMPO

FORMOSA-GO 2007

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ALINE DE CASTRO SANTOS

OS JOGOS COOPERATIVOS COMO FATOR MOTIVACIONAL NAS AULAS DO PROJETO SEGUNDO TEMPO

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Profª. Ms. Rosa Maria Batista da Silva

Formosa-GO

2007

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SANTOS, Aline de Castro.

OS JOGOS COOPERATIVOS COMO FATOR MOTIVACIONAL NAS AULAS DO

PROJETO SEGUNDO TEMPO

39 p.

TCC (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007.

1. Jogos Cooperativos 2. Motivação 3. Programa Segundo Tempo

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ALINE DE CASTRO SANTOS

OS JOGOS COOPERATIVOS COMO FATOR MOTIVACIONAL NAS AULAS DO PROJETO SEGUNDO TEMPO

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar pela Comissão formada pelos professores:

Presidente: Professor Mestre Rosa Maria Batista da Silva

Membro: Professor Mestre Sérgio

Cidade (UF), Brasília-DF, Agosto de 2007.

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Dedico aos meus pais. Dedico a eles que me ensinaram a

trabalhar, a ter boa índole, caráter, a ser um ser humano

melhor. A vocês com toda a minha gratidão e amor.

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Agradeço em primeiro lugar a Deus, o grande Deus, que nada

deixa passar despercebido, a Deus por ter me dado a

oportunidade de viver na Terra com dignidade e seriedade,

procurando com amor, humildade e tolerância servir ao meu

próximo. A minha família que é tudo de melhor que tenho na

vida.

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"É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar;

é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada

até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes

em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em

conformidade viver ..." (Martin Luther King)

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RESUMO O presente trabalho trata sobre os jogos cooperativos como fator motivacional nas

aulas do Programa Segundo Tempo em duas escolas de Formosa-GO. A revisão

bibliográfica inicia-se com conceito sobre motivação, motivação nas aulas de

educação física, os jogos cooperativos e os jogos competitivos. A problemática

tratada nesta pesquisa apresenta as características típicas da pesquisa qualitativa,

tais como: o foco do estudo está na compreensão e descrição do fenômeno; o

instrumento chave na coleta e análise dos dados é o pesquisador; o ambiente

natural é a fonte direta dos dados; o processo de análise dos dados é indutivo; e o

produto final é caracterizado por uma rica descrição do fenômeno (MERRIAN, 1998,

p. 13). Para melhor compreender a dimensão deste estudo e considerando sua

natureza, o trabalho será desenvolvido segundo a Pesquisa Qualitativa Genérica ou

Básica. A população constitui-se 4 professores de Educação Física e 80 alunos das

Escolas Municipais Liãozinho e Auta Vidal na cidade de Formosa-GO. Para a coleta

de dados, o principal instrumento empregado foi um questionário aberto, aos

professores e semi-aberto aos alunos (ver anexos 1 e 2). Os questionários foram

aplicados pelo próprio pesquisador aos integrantes da pesquisa nas escolas

relacionadas anteriormente.

Palavras-chave: Jogos Cooperativos, Motivação, Programa Segundo Tempo.

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SUMÁRIO

I - INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1

II – OBJETIVO................................................................................................... 3

III – REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................... 4

3.1 Os vários caminhos da motivação............................................................... 4

3.2 Motivação e prática do esporte escolar-educação física............................. 6

3.3 Jogos Cooperativos como fator motivacional.............................................. 9

IV – METODOLOGIA......................................................................................... 14

4.1 População e amostra................................................................................... 14

4.2 Coleta de dados / instrumentos................................................................... 14

V - RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................... 15

5.1 Resultados e análise dos resultados – alunos............................................ 15

5.2 Resultados e análise dos resultados – professores.................................... 19

VI – CONCLUSÃO............................................................................................ 23

VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 24

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I – INTRODUÇÃO

A observação das aulas do Programa Segundo Tempo foi o que desencadeou o

presente trabalho, que busca na cooperação a motivação para a solução do abandono ou

a prática desinteressada.

Bordenave (1992) afirma que a participação é uma necessidade fundamental do

ser humano. Através dela o indivíduo realiza, faz coisas e explora o mundo, interage

com pessoas, desenvolve o pensamento reflexivo e sua auto-expressão, cria e recria

coisas e se valoriza perante os outros.

Para Chaves (2003), a motivação é algo muito importante para solucionar a

maior parte dos problemas encontrados nessas crianças do ensino fundamental. A

motivação está relacionada a estímulos extrínsecos que são estímulos externos ou

incentivação. E os intrínsecos, são aqueles inerentes ao indivíduo e que, portanto vem

de “dentro” ligado a necessidade, no sentido de motivar para a ação.

O professor é o incentivador no processo ensino-aprendizagem, que deve,

segundo Mello (1982), se preocupar em sintonizar, criar ou dinamizar motivos nos

alunos, para que estes se tornem operantes.

O processo motivacional é a função dinamizadora do treinamento, da

aprendizagem. São os motivos que canalizam as informações percebidas, na direção do

comportamento como fala Feijó (1998). E se as atividades não forem conduzidas de

forma correta pode ainda segundo Feijó, despertar rivalidade, inveja, insegurança,

ambições irrealistas, medos, falta de visão do conjunto, incompetência, mau

profissionalismo – esta é uma lista de problemas que podem ocorrer com o aluno.

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Chaves (2003), considera que o movimento humano possui intencionalidade, e

está carregado de emoções (...) o clima motivacional numa aula do Projeto Segundo

Tempo é de fundamental importância na formação integral do educando. O professor

deve utilizar todas as armas pedagógicas possíveis, mudando assim as perspectivas de

pesquisa, do ensino e de sua intervenção nas aulas.

Todavia, várias interferências poderão influenciar o nível de motivação dos

alunos. A qualidade da aula, estrutura e materiais disponibilizados, a relação entre

alunos e entre alunos e professor são alguns dos fatores que poderão estar influenciando

positivamente ou não os níveis de motivação dos alunos.

Portanto qual será o nível de motivação nas aulas do Programa Segundo Tempo

entre os alunos do Ensino Fundamental nas escolas públicas de Formosa-GO.

A presente pesquisa tem o intuito de melhorar o entendimento dos motivos que

levam ao afastamento desses alunos de uma participação mais efetiva nas atividades

propostas, contribuindo assim para que o professor de Educação Física possa atuar na

formação integral do aluno, pautada em valores éticos e morais, de cidadania, de

cooperação, integração e respeito.

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II - OBJETIVO

Verificar os jogos cooperativos como fator motivacional nas aulas do Programa

Segundo Tempo no Ensino Fundamental de duas escolas públicas de Formosa-GO.

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III – REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 OS VÁRIOS CAMINHOS DA MOTIVAÇÃO

As pessoas são motivos por uma ampla gama de motivos (fisiológicos, afetivos,

sociais, estima, auto-realização etc), o não conhecimento desses motivos pode levar a

não participação e até mesmo a marginalização no processo de ensino-aprendizagem.

Para Feijó (1998) o processo motivacional é a função dinamizadora do

treinamento, da aprendizagem, são os motivos que canalizam as emoções percebidas, na

direção do comportamento.

Figueiredo (2000) cita a motivação como uma “força interna”, que impulsiona

determinadas ações. Na verdade, essa “força” (...) está no ambiente no qual está

inserido.

São muitas as abordagens sobre esse tema, vários psicólogos e pesquisadores

falam das teorias de Maslow dentre eles Weiten (2004) e Chaves (1995) que

mencionam a hierarquia das necessidades sendo por ele representada por uma pirâmide:

na base ficam as mais básicas. São as necessidades fisiológicas fundamentais, essenciais

à sobrevivência (comida, água, de uma temperatura estável do corpo e etc.) esta

satisfação ativa as necessidades do nível seguinte. A segunda camada é formada pelas

necessidades de segurança e proteção (buscar trabalho estável e poupar dinheiro), na

terceira camada ficam as necessidades de pertinência e amor (associação e aceitação),

em quarto, as necessidades de estima (realização e reconhecimento), em quinto lugar

ficam as necessidades cognitivas (conhecimento e compreensão), em sexto, necessidade

estética (ordem e beleza), no ponto mais alto está a necessidade de auto-realização

(realização do potencial).

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De acordo com Maslow, as pessoas ficam frustradas se não puderem fazer uso

de todo seu talento ou buscar seus interesses verdadeiros, ele acredita ainda que a

natureza humana determina a ordem dos vários tipos de níveis de necessidade, essa

hierarquia é organizada de acordo com os fundamentos biológicos e sociais. Na medida

em que ascende os motivos se tornam menos biológicos e mais sociais em sua origem.

Tal nível varia dependendo do indivíduo e das circunstâncias. “O conceito de interesse

está intimamente relacionado com o conceito de necessidade, não há como separar a

idéia de motivação da definição de necessidade”. (FEIJÒ, 1998, p 56).

Chaves (1995), separou e direcionou essas teorias e deu várias aplicabilidades

para elas, segundo ele foi feita uma análise dos aspectos ou situações que acontecem

durante as aulas, que podem desencadear nos alunos, sentimentos capazes de conduzir a

participar ou não das atividades propostas:

• Necessidades fisiológicas (uso de drogas, sono, fadiga etc).

Ele diz que o professor deve envolver e propor atividades alternativas, com a

finalidade de integrar e não excluir o aluno do grupo.

• Necessidade de segurança.

É muito importante conhecer os vários aspectos, fatos, atitudes, valores,

conteúdos e enfim, todas as experiências, retirar todas as fontes de insegurança.

Os conteúdos serão trabalhados o mais próximo possível da realidade desses

alunos. Deve se evitar a cobrança de resultados para não gerar sentimentos de

incapacidade (ansiedade, agressividade etc.), é importante trabalhar o lúdico, ressaltar

os pontos positivos e adaptar as atividades e adequar o grau de dificuldades; trabalhar o

respeito às diferenças e agressividade que podem estar camuflando os sentimentos de

inferioridade e incompetência, o professor deve proporcionar o maior número de

experiências possíveis.

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• Necessidade afetivo-sociais.

Os indivíduos têm necessidade de estar inseridos dentro de um grupo e interagir

com ele. Para Feijó (1992), a identidade do grupo se caracteriza (...) por liderança,

interesse, condições de trabalho, perspectiva de progresso, compreensão, ajuda mútua,

respeito e aceitação. O trabalho de socialização pode contribuir individualmente e para

o grupo.

• Necessidade de estima.

É a percepção que o indivíduo tem de si mesmo. Quando a estima está alta gera

uma tendência maior de superar as dificuldades e o contrário pode levar a fraqueza e

impotência. O professor deve procurar não super-valorizar alguns alunos e a repreensão

exagerada de outros, para evitar sentimentos de medo e impotência. O professor é o

incentivador no processo de ensino-aprendizagem, que deve segundo Mello (1982), se

preocupar em sintonizar, criar ou dinamizar motivos nos alunos, para que estes se

tornem operantes.

Weiten (2004), fala que essas teorias têm pontos fortes e fracos, como, aliás,

todas as outras teorias motivacionais. Não há, na investigação uma teoria preponderante.

Talvez seja muito difícil esperar que uma única teoria venha explicar a grande variedade

de motivos que induzem o comportamento em direção a um objetivo.

3.2 MOTIVAÇÃO E PRÁTICA DO ESPORTE ESCOLAR-EDUCAÇÃO FÍSICA

Na relação ensino-aprendizagem, em qualquer ambiente, conteúdo ou momento,

a motivação para esta tarefa constitui-se um dos elementos centrais para sua execução

bem sucedida. Constantemente, indaga-se o que uma pessoa pretende, o que influencia

sua decisão, o que será importante para ela naquele momento, naquela circunstância.

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Vários fatores motivam o ser humano, em seu dia-a-dia, tanto de forma interna como de

forma externa. A força de cada motivo e seus padrões ocorrem, influenciam e são

diferenciados pela maneira de perceber o mundo que cada indivíduo possui.

Um dos principais fatores que interferem no comportamento de uma pessoa é,

indubitavelmente, a motivação, que influi, com muita propriedade, em todos os tipos de

comportamentos, permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em

atividades que se relacionem com: aprendizagem, desempenho e atenção.

No tocante ao Esporte Escolar (Educação Física), a situação parece semelhante,

pois pode-se dizer que depende muito das aspirações dos alunos para que um

determinado elemento motivacional tenha uma função positiva, ou seja, um aluno pode

se sentir mais motivado ao praticar basquetebol, e outro pode sentir o mesmo com

relação ao voleibol.

Cabe também, uma observação ao educador, em qualquer que seja sua feição

(técnico, professor, instrutor, dirigente, familiar, ...) sua personalidade, sua aparência,

naturalidade, dinamismo, entusiasmo pelo trabalho, bom humor, cordialidade,

disposição são importantes fatores motivacionais observados por quem os cerca.

Machado (1995) cita que muitos são os motivos responsáveis pelo bom

desenvolvimento e desempenho na aquisição e manutenção de habilidades. Existem

vários tipos de atividades e nem todas envolvem o movimento muscular (ouvir uma aula

teórica é uma atividade diferente de participar de um debate, jogar futebol ou dramatizar

um texto). Geralmente as atividades que requerem maior participação, com mais

movimentos, concentram maior número de motivos dos participantes, despertando

maior interesse e desafio, o que por si só é estimulante e motivador.

Uma preparação psicológica bem programada e bem administrada em atividades

de rotina, conseguirá trabalhar o nível motivacional, a aquisição de maior confiança, o

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equilíbrio emocional e, o indivíduo munido dessas qualidades poderá transpor as demais

barreiras de desempenho, como os problemas com: adversários, ambiente, arbitragem,

integração com o grupo, personalidade e preparo físico.

Para Maggil (1984) a motivação é importante para a compreensão da

aprendizagem e do desempenho de habilidades motoras, pois tem um papel importante

na iniciação, manutenção e intensidade do comportamento. Sem a presença da

motivação, os alunos em aulas de Educação Física, não exercerão as atividades ou

então, farão mal o que for proposto.

O professor de educação Física deseja "motivar" seus alunos para o esporte, e

quando leva isto a sério, procura direcionar seus alunos para a prática de maneira que

venham a praticá-la também fora das aulas obrigatórias. Também é preciso considerar

que entre os objetivos relevantes do ensino moderno desta disciplina, está o preceito da

Educação Física Permanente, isto é, como promoção e motivação da prática dos

esportes para o resto da vida.

Segundo Costa (1989) o interesse na atividade esportiva não deve acabar com

término do período escolar, como acontece, ainda hoje, com muitos adolescentes. Ao

contrário, o esporte deve constituir um campo de ação e de vivência interessante e

atraente para o homem. A isto se pode acrescentar que o esporte não deve ser uma

prática por mera obrigação, mas sim que tenha características prazerosas. É função do

professor de Educação Física, quando deseja motivar seus alunos para a prática

permanente dos esportes, observar os seus objetivos, fazer o possível para criar valores

de estímulos positivos e atraentes ao maior número de participantes ou até para todos os

alunos.

A motivação no esporte depende da estrutura da personalidade do atleta,

sobretudo de como e em que medida se convertem algumas necessidades esportivas

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relevantes em alguma característica da estrutura deste indivíduo. O desenvolvimento

intelectual é um forte aliado do desportista que busca o sucesso; nesta dimensão a visão

da necessidade e utilidade da prática esportiva, relacionando o envolvimento do

treinamento físico com questões de ordem geral, as funções socializadoras, as funções

compensadoras no esporte. Considerando que o reforço intelectual da motivação no

esporte requer um determinado nível intelectual, é compreensível que este esforço

possua uma maior importância entre pesquisadores da Psicologia do Esporte do que

propriamente entre os esportistas ou dirigentes.

De Marco & Junqueira (1993) consideram que cabe observar que a motivação

nos esportes é determinada, por um lado, pelas possibilidades específicas do esporte

como campo de ação e de vivência, e por outro lado, pela influência dos aspectos

motivacionais específicos da personalidade. Esses últimos ultrapassam de longe os

limites do esporte. Continuam dizendo que:

As motivações dos atletas tem sido classificadas de diversas maneiras, incluindo desde as necessidades fisiológicas ou psicológicas básicas até a influência de fatores decorrentes da vida em sociedade. Além do mais, as motivações podem ser resultado da natureza intrínseca da tarefa ou do prêmio, tanto social como material. Muitas correntes novas na pesquisa da motivação trazem informações úteis para técnicos e atletas, tais como as tentativas de analisar a motivação no esporte e o estudo dos processos cognitivos que formam as "estruturas" motivacionais nos indivíduos quando desempenham alguma atividade em situações que visam sucesso (p. 89-90).

O papel mais importante desempenhado pelo professor é o de motivador.

Fazendo com que um professor sensível esteja consciente das necessidades de seus

atletas, este mesmo treinador deve conhecer uma grande variedade de técnicas

motivacionais e achar a combinação ideal para resultados produtivos. As atitudes do

professor devem se ajustar a cada pessoa, pois os conceitos de incentivo e desempenho

ótimo são subjetivos e particulares.

3.3 JOGOS COOPERATIVOS COMO FATOR MOTIVACIONAL

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Entende-se por jogos todo e qualquer competição onde as regras são feitas ou

criadas num ambiente restrito ou até mesmo imediato.

O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, seguindo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana (HUIZINGA, 1996, 33).

Segundo Brotto (2001) os jogos cooperativos surgiram da preocupação com a

excessiva valorização dada ao individualismo e à competição exacerbada, na sociedade,

na cultura ocidental.

Ainda segundo o autor a competição tem sido adotada como uma regra em

praticamente todos os setores da vida social.

"Temos competido em lugares, com pessoas e em momentos que não precisamos

e muito menos deveríamos. Temos agido como se essa fosse a única opção". (BROTTO,

2001, 45).

[...] existe a necessidade para criar modelos cooperativos de jogar juntos, para oferecer um equilíbrio diante da competição que nos envolve. Sem alternativas cooperativas as quais passamos escolher, nos não sabemos discernir sobre quando a competição é o modo apropriado (WEINSTEIN & GOODMAN et al., 1993: 26).

Para Orlick (1989) a criança não é ensinada a ter prazer em busca de

conhecimento; elas são ensinadas a se esforçarem para tirar boas notas. Nesse sentido

ele afirma que não se ensina a criança a gostar de esportes e sim a vencer jogos.

Segundo Brotto (2001) os jogos tornaram-se rígidos e altamente organizados,

dando a ilusão que sé existe uma maneira de jogar.

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"As crianças não jogam jogos competitivos elas obedecem". (KAGAN et al.,

1994, 23).

Para Brotto (2001) este fato se dá pela orientação transmitida por uma parcela

significativa de professores, pais e meios de comunicação, não oferecem alternativas a

serem experimentadas.

Kagan (1994) cita que grande parte dos jogos conhecidos estimula o confronto

ao invés do encontro. Essas situações são capazes de eliminar a diversão e a pura alegria

de jogar. Sendo estruturados para eliminação de pessoas e para produzir ,ais perdedores

do que vencedores, os jogos tornaram-se um espaço de tensão e ilusão.

"Se fizermos um balanço de nossas experiências de jogar na escola ou fora dela,

verificaremos que pendem muito para o lado dos jogos competitivos". (BROTTO, 2001,

45).

Com o objetivo de promover a auto-estima foram criados os jogos cooperativos,

juntamente com o desenvolvimento de habilidades interpessoais positivas. E muitos

deles são orientados para a prevenção do problema.

"Apesar de jogos cooperativos existirem em muitas culturas há séculos, em

nossa cultura oriental existem jogos que são desenhados de forma a unir os jogadores

em direção a uma meta comum e desejável a todos". (ORLICK et al, 1989, 04).

Nesse sentido, segundo Brotto (2001) resgatar, recriar e difundir os jogos

cooperativos é um exercício de potencialidade de valores e atitudes, capaz de favorecer

o desenvolvimento da sociedade humana como um todo integrado.

"Jogos cooperativos são jogos com uma estrutura alternativa onde os

participantes, jogam uns com os outros, ao invés de uns contra os outros". (DEACOVE,

1974, 01).

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Nesse sentido Brotto (2001) assina que joga-se para superar desafios e não para

derrotar os outros; joga-se para se gostar do jogo, pelo prazer de jogar. São jogos onde o

esforço cooperativo é necessário para atingir um objetivo comum e não para fins

mutuamente exclusivos.

[...] jogando cooperativamente temos a chance de considerar o outro como parceiro, um solidário, em vez de tê-lo como adversário, operando para interesses mútuos e priorizando a integridade de todos. (BROTTO, 2001, 54).

Segundo Kagan (1994) os jogos cooperativos são jogos de compartilhar, unir

pessoas, despertar a coragem para assumir riscos, tendo pouca preocupação com o

fracasso e o sucesso em si mesmo. Reforçando a confiança pessoal e interpessoal, uma

vez que ganhar e perder são apenas referencias para o continuo aperfeiçoamento de

todos.

Segundo Brotto (2001) vários autores refletiram sobre a relação entre jogos

cooperativos e jogos competitivos, aonde chegaram a um entendimento comum sobre o

assunto.

O jogo competitivo consiste em jogos e atividades onde os participantes jogam juntos, ao invés de contra os outros, apenas pela diversão. Através desse tipo de jogo, nós aprendemos a trabalhar em grupo, confiança e coesão grupal. A ênfase está na participação total, espontaneidade, partilha, prazer em jogar, aceitação de todos os jogadores, dar o melhor, mudar regras e limites que restringem os jogadores e no reconhecimento que todo jogador é importante. Nós não comparamos nossas diferentes habilidades nem performances anteriores, nós não enfatizamos a vitória e a derrota, resultados ou marcas (SOBEL et al, 1983, 01).

Para Brotto (2001) essa reflexão visa primeiramente ampliar a percepção sobre

as dimensões que o jogo e o esporte oferece como campo de vivencia humana; e, indicar

que nos jogos e esportes, bem como na vida, existem alternativas para jogar além das

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formas de competição, usualmente sugeridas como única ou a melhor maneira de jogar

ou viver.

Tabela 1: Dimensões que o jogo e o esporte oferecem

JOGOS COMPETITIVOS JOGOS COOPERATIVOS

São divertidos apenas para uns. São divertidos para todos

Alguns jogadores têm o sentimento de derrota. Todos os jogadores têm um sentimento

de vitória.

Alguns jogadores são excluídos por sua falta de

habilidade.

Todos se envolvem independentemente

de sua habilidade.

Aprende-se a ser desconfiado, egoístas ou se

sentirem melindrados com os outros.

Aprende-se a compartilhar e a confiar.

Divisão por categorias: meninos x meninas,

criando barreiras entre as pessoas e justificando as

diferenças como uma forma de exclusão.

Há mistura de grupos que brincam

juntos criando alto nível de aceitação

mútua.

Os perdedores ficam de fora do jogo e

simplesmente se tornam observadores.

Os jogadores estão envolvidos nos jogos

por um período maior, tendo mais

tempo para desenvolver suas

capacidades.

Os jogadores não se solidarizam e ficam felizes

quando alguma coisa de "ruim" acontece aos

outros.

Aprende-se a solidarizar com os

sentimentos dos outros, desejando

também o seu sucesso.

Os jogadores são desunidos. Os jogadores aprendem a ter um senso

de unidade.

Os jogadores perdem a confiança em si mesmo

quando eles são rejeitados ou quando perdem.

Desenvolvem a auto-confiança porque

todos são bem aceitos.

Pouca tolerância à derrota desenvolve em alguns

jogadores um sentimento de desistência face a

dificuldades.

A habilidade de perseverar face as

dificuldades é fortalecida

Poucos se tornam bem sucedidos. Todos encontram um caminho para

crescer e desenvolver. Fonte: WALKER, 1987, 183.

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Talvez seja preciso um pouco de paciência para aprender essa "nova" forma de jogar, principalmente se os participantes nunca jogaram de forma cooperativa antes. [...] uma vez que os participantes passam pela transição (jogo competitivo para o jogo cooperativo) e começam a jogar cooperativamente, a supervisão e a preocupação com regras tornam-se mínimas (ORLICK et al, 1978, 04).

Segundo Brotto (2001) como toda e qualquer mudança a presença de resistências

iniciais pode nos indicar cuidados importantes, que quando respeitados podem atuar

com balizadores e moduladores das nossas intervenções.

"A consciência da cooperação como num movimento de síntese interior-exterior,

se mantém em constante renovação e nos instiga a abrir os olhos e enxergar com o

coração e descobrir nossas mais essenciais aspirações" (BROTTO, 2001, 65).

IV – METODOLOGIA

4.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população constitui-se de todos os professores de Educação Física e alunos

das Escolas Municipais Alta Vidal e Liãozinho em Formosa-GO. No projeto, foi

proposto como amostra, entrevistar 100% dos professores que totalizam 4 professores

de educação física e 10% dos alunos do 3° a 4º serie do ensino fundamental que

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totalizam 80 alunos, sendo 40 do gênero feminino e 40 do gênero masculino, todos estes

alunos faziam parte do Projeto Segundo Tempo.

4.2 COLETA DE DADOS / INSTRUMENTOS

Para a coleta de dados, o principal instrumento empregado foi um questionário

aberto, aos professores e semi-aberto aos alunos (ver anexos 1 e 2). Os questionários

foram aplicados pelo próprio pesquisador aos integrantes da pesquisa nas escolas

relacionadas anteriormente, durante dois meses de fevereiro de 2005 a março de 2005.

Sendo que os questionários eram distribuídos e coletados posteriormente pela

pesquisadora.

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V – RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo trata dos resultados obtidos através dos questionários aplicados em

duas escolas municipais de Formosa-GO (Escola Municipal Alta Vidal e Escola

Municipal Liãozinho), os questionários foram aplicados com 4 professores e 80 alunos

do Ensino Fundamental em ambas as escolas, visando descobrir como os jogos

cooperativos pode motivar alunos e professores nas aulas do Programa Segundo

Tempo.

5.1 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS ALUNOS

Gráfico 1: Se sente mais motivado quando o professor de educação física explica:

8%3%

9%

80%

Jogo Competitivo

Jogos Cooperativos

Atividades dealongamento,ginástica, dançaBrincadeiras

Pelos dados obtidos e observados no gráfico 1 em ambas as escolas a maioria

dos alunos 80% responderam que se sentem mais motivados quando o professor de

educação física explica sobre jogo convencional, 9% se sente mais motivado quando o

professor explica brincadeiras, 8% quando explica jogos cooperativos e 3% quando são

explicadas atividades de alongamento, ginástica ou dança.

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Os jogos competitivos, também têm seu papel educacional, quando nos ensinam

a lidar com a competitividade existente dentro de nós. Compreender a competição e as

emoções relacionadas a ela num ambiente assistido, no espaço da aprendizagem, é uma

oportunidade para que as crianças passem a lidar com a realidade do mundo competitivo

de maneira mais serena e equilibrada. Afinal, a competição pode gerar diversos

conflitos e emoções desagradáveis. Pode levar à comparação, frustração, ao sentimento

de vitória ou de derrota, à exclusão, e as situações de aula, quando bem encaminhadas,

podem contribuir para ajustar a percepção destes momentos à sua verdadeira dimensão

íntima, visando o equilíbrio. No ambiente competitivo bem administrado também estão

presentes a necessidade do respeito, a superação de limites e a amizade.

Gráfico 2: Qual aula do Programa Segundo Tempo, você percebe que modificou

seu comportamento, melhorando seu relacionamento com as pessoas do seu

convívio?

70%

15%

5%10%

Jogos competitivos

Jogos cooperativos

Dança, ginástica ealongamentoBrincadeiras

De acordo com os dados demonstrados no gráfico acima os alunos de ambas as

escolas questionados sobre qual a aula do Programa Segundo Tempo, ele percebeu que

modificou seu comportamento, melhorando seu relacionamento com as pessoas do seu

convívio, 70% respondeu que foram as aulas onde houveram jogos competitivos, 15%

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disseram ser as aulas onde tiveram jogos cooperativos, 10% disseram ser as brincadeiras

e 5% dança, alongamento e ginástica. O que demonstra que os alunos ainda têm

preferência pela competição, quando saudável, a competição pode permitir que uma

pessoa chegue a um desempenho que dificilmente conseguiria alcançar sem a

contraposição de outra. Segundo Schutz (2002), a competição é prejudicial quando há a

tentativa de trapacear, quando há um gasto excessivo de energia para ganhar ou, ainda,

quando representa a diminuição do adversário. Do contrário, ela pode ser altamente

positiva, preparando a pessoa inclusive para a competitividade da própria vida, às vezes

expressa pela chamada "seleção natural". Assim, a presença do outro em situações de

comparação e disputa pode levar a um significativo aprimoramento cognitivo, afetivo,

motor e social.

Gráfico 3: Acha que a mudança do seu comportamento durante o ano de 2006 está

relacionada as aulas do Programa Segundo Tempo?

40%

30%

30%

ConcordoDiscordoConcordo em parte

Os dados demonstrados no gráfico mostram que 40% dos alunos concordam que

a mudança do seu comportamento durante o ano de 2006 está relacionada às aulas do

Programa Segundo Tempo, 30% (sendo que estes são todos da Escola Municipal

Liãozinho) discordam que a mudança de seus comportamentos estão relacionadas com

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as do Programa Segundo Tempo e 30% concordam em parte que a mudança de

comportamento dos mesmos está relacionada com as aulas do Programa.

Gráfico 4: Se sente motivado a participar das aulas do Programa Segundo Tempo

em sua escola.

65%10%

25%

ConcordoDiscordoConcordo em parte

De acordo com os dados obtidos e demonstrados no gráfico 4 a maioria (65%)

dos alunos de ambas as escolas responderam que se sentem motivados a participar das

aulas do Programa Segundo Tempo, 25% concordam em parte que se sentem motivados

e 10% discordam dizendo-se desmotivados a participarem das aulas do Programa

Segundo Tempo de suas escolas.

Questão 5 e 6: Atividades que mais estimulam os desentendimentos do grupo e

atividades que mais ajudam no bom relacionamento entre os alunos.

Nesta questão os alunos de ambas as escolas em sua maioria deram a mesma

resposta para duas questões opostas, ou seja, responderam que os jogos competitivos

são os que mais estimulam o desentendimento do grupo e responderam que os jogos

competitivos são os que mais ajudam no bom relacionamento entre os alunos,

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mostrando aí uma grave discrepância entre as respostas, o que demonstra que na

realidade os alunos não sabem direito o que são e o que implica os jogos competitivos,

ou cooperativos. Deixando claro, que os mesmos não têm uma noção correta ou de

diferenciação entre as atividades, optando sempre em sua maioria por jogos

competitivos em todas as respostas, por serem estes jogos o que eles conhecem.

5.2 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS PROFESSORES

Questão 1: Se sente mais estimulado a realizar as aulas do Programa Segundo

Tempo quando é:

Dos quatro professores entrevistados responderam que se sentem mais

estimulados a realizar as aulas de esporte escolar quanto são os jogos cooperativos

trabalhados nas aulas.

As atividades que privilegiam os aspectos cooperativos são importantes por

contribuírem para o desenvolvimento do sentido de pertencer a um grupo, para a

formação de pessoas conscientes de sua responsabilidade social, pois trabalham

respeito, fraternidade e solidariedade de forma lúdica e altamente compensatória,

levando a perceber a interdependência entre todas as criaturas. Nelas, ninguém perde,

ninguém é isolado ou rejeitado porque falhou. Quando há cooperação todos ganham,

baseados num sistema de ajuda mútua.

Questão 2: Você acha que as atividades (diferentes dos jogos competitivos)

estimulam um melhor relacionamento humano? Melhorando assim, a motivação e

o comportamento do aluno dentro da escola?

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Dentre os quatro professores entrevistados apenas um discorda que as atividades

diferentes dos jogos competitivos estimulam um melhor relacionamento humano,

melhorando assim, a motivação e o comportamento do aluno dentro da escola, todos os

outros concordam que sim, que estimulam um melhor relacionamento humano e

melhora a motivação e o comportamento do aluno dentro da escola.

A principal diferença entre cooperação e competição é que no primeiro todos

cooperam e ganham, eliminando-se o medo do fracasso e aumentando-se a auto-estima

e a confiança em si mesmo. Ao passo que no segundo, a valorização e reforço são

deixados ao acaso ou concedidos apenas ao vencedor, o que gera frustração, medo e

insegurança.

Gráfico 5: Você acha que as atividades de competição estimulam a agressividade?

25%

25%25%

25%

Concordo em parteConcordoDiscordoDiscordo em parte

De acordo com os dados obtidos e representados no gráfico acima, vê-se que a

opinião dos professores estão bastante divididas, o que demonstra que os mesmos estão

em dúvida sobre a questão, devido mesmo a natureza da pergunta,

Questão 5: Em qual aula do Programa Segundo Tempo os alunos demonstram

maior motivação?

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Professor 1: quando realizo pequenos jogos recreativos.

Professor 2: jogos cooperativos e competitivos.

Professor 3: nas aulas em que a modalidade desportiva tem a sua preferência. As

meninas que não gostam de esporte se divertem mais nas outras aulas.

Professor 4: nos jogos competitivos.

Os Jogos Cooperativos vêm com a intenção de compartilhar, unir pessoas,

despertar a coragem para correr riscos com pouca preocupação com o fracasso e sucesso

em si mesmo. Eles reforçam a confiança em si mesmo e nos outros, e todos podem

participar autenticamente, onde ganhar e perder são apenas referências para o contínuo

aperfeiçoamento pessoal e coletivo.

Dentro desta visão, pode-se concluir o raciocínio que os Jogos Cooperativos são

uma forma de integrar os valores humanos e a convivência dos indivíduos no

desenvolvimento de uma aprendizagem, de forma a estar jogando uns com os outros ao

invés de uns contra os outros.

Gráfico 6: O Programa Segundo Tempo é importante para melhorar o

comportamento do aluno dentro da escola, no que se refere ao relacionamento com

o colega?

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100%

ConcordoConcordo em parteDiscordoDiscordo em parte

Todos os professores entrevistados concordam que o PST é importante para

melhorar o comportamento do aluno dentro da escola, no que se refere ao

relacionamento com o colega. A educação física escolar como principio fundamental

deve procurar despertar nas crianças o "eu" e as relações sociais. A sua prática esta

voltada para o desenvolvimento nas crianças desde o nascimento de vínculos afetivos,

individualização, socialização, vontades próprias e relacionamentos por meio de fazer

novas amizades levando em consideração fatores como sexo, idade, interesses e

sociabilidade.

O comportamento social como as atitudes, capacidade e os problemas do

individuo devem ser um meio de se iniciar o esporte escolar adequado a cada aluno

sendo também conservado o nível de concentração e interação dos alunos, portanto, o

professor deve incentivar as crianças a se sociabilizarem e se relacionarem entre si e o

jogo pode ser uma ferramenta importante para isto, auxiliando também no incentivo ao

cumprimento de regras.

O "eu" então descreve a consciência que cada pessoa tem da própria existência,

composta pelos seus pensamentos e sentimentos, neste sentido a criança começa a se

conhecer e desenvolver seu "eu" numa escala progressiva desde a 1ª infância o que

começa a partir dos 5 anos onde ela mostra-se independente expondo suas idéias e

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interesses, seguindo então dos 6, aos 11 anos onde ocorrem umas séries de mudanças

voltadas a maneira como a criança se vê, se percebe corporalmente, se comunica e

começa a se sociabilizar mostrando-se descontraída e de fácil convívio, posteriormente

dos 12 aos 16 anos a criança inicia uma reação de atitude madura e de aceitação social

até ter suas idéias e opinião e se tornar independente e autoconfiante. Portanto, a

educação física escolar é importante, pois é onde a criança começa a conviver com um

mundo, e com pessoas diferentes de atitudes variadas.

Nos aspectos psicológicos e fisiológicos a educação física escolar é vista como

lazer e recreação, mas, deveria exercer um papel de disciplina que ensina, formando

indivíduos socialmente e fisicamente.

VI – CONCLUSÃO

Ao finalizar este trabalho pôde-se perceber que o grande entrave para uma maior

motivação nas aulas do Programa Segundo Tempo em Formosa-GO, está basicamente

na falta de atualização dos professores, que ainda vêem a educação física apenas de

forma competitiva, a bola e o jogo de futebol ainda é uma presença marcante, os

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professores colocam os alunos (meninos) para jogarem e dão alguma brincadeira para as

meninas, como um professor entrevistado citou.

Assim, falta atualização, formação continuada, e quiçá uma boa parcela de boa

vontade, vontade de mudar, de viver uma nova educação física, viver o esporte escolar,

que forma indivíduos de forma mais ampla e consciente, que integre o físico, o

emocional e o psicológico. Vale ressaltar, que em ambas as escolas, as respostas foram

praticamente as mesmas, tanto dos professores quanto dos alunos, mostrando que existe

um pensamento geral e homogêneo acerca do Programa Segundo Tempo no Ensino

Fundamental das duas escolas pesquisadas na cidade de Formosa-GO.

Das muitas ferramentas imprescindíveis para o cultivo de novos campos

humanos, a cooperação e os jogos cooperativos tem uma importante contribuição a

oferecer. Em um primeiro estágio, como um ímpeto mobilizador para a busca do

encontro, em um segundo estágio, como substrato flexibilizador de antigas resistências

e em um terceiro estágio, como elemento propulsor para realização conjunta de novas e

maiores realizações. Sendo assim, a cooperação é sem dúvida uma ferramenta de

extrema importância para a motivação nas aulas de esporte escolar.

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Cláudio Luis de Alvarenga. Educação Física Escolar as representações sociais. Rio de Janeiro: Shape, 2001. BROTTO, F.O. Jogos Cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar. 3ª ed. São Paulo: Projeto Cooperação, 1999. CHAVES, Walmer Monteiro. A importância da motivação na participação dos alunos nas aulas de educação física. São Paulo: UNICAMP, 2000. Monografia apresentada ao curso de Educação Física da UNICAMP.

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FEIJÓ, Olavo G. Psicologia para o esporte. Rio de Janeiro: Shape, 1998. JORDANO, Ivo; BOM, Thales & ROSE JR. Dante. Educação Física da pré-escola a universidade. São Paulo: EPU, 2003. MATTOS, Mauro Gomes; ROSETTO JR, Adriano José; BLECHER, Shelly. Teoria e prática da metodologia da pesquisa em Educação Física. São Paulo: Phorte, 2004. MELLO, Irene Carvalho. O processo didático. 4ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1982. MERRINA, J.L. Introdução a pesquisa científica. São Paulo: Loyola, 1998. MORRIS, Charles; MAISTO, Albert. Introdução a Psicologia. 6ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000. PREDEBON, José. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente. São Paulo: Atlas, 1998. SOLER, Reinaldo. Brincando e aprendendo com os jogos cooperativos. Rio de Janeiro: Sprint, 2005.

STAKE, R.E. Pesquisa qualitativa / naturalista: problemas epistemológicos. Educação e Seleção nº 7, jan/jun, 1983.

TRIVINOS, Augusto N.S., Introdução à pesquisa em ciências sociais – pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

WEITTEN, Waymer. Introdução a Psicologia: temas e variações. 4ª ed. São Paulo: Thompson Pioneira, 2004.

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VIII – ANEXOS

QUESTIONÁRIO PROFESSORES

1. Você se sente mais estimulado a realizar as aulas do Programa Segundo Tempo,

quando é:

( ) Jogos competitivos (futsal, voleibol, handebol, basquete)

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( ) Jogos cooperativos (jogos diferentes dos convencionais citados no item acima)

( ) Atividades de alongamento, ginástica e dança

( ) Brincadeiras

2. Você acha que as atividades (diferentes dos jogos competitivos) estimulam um

melhor relacionamento humano? Melhorando assim, a motivação e o comportamento do

aluno dentro da escola?

( ) CONCORDO

( ) DISCORDO

( ) CONCORDO EM PARTE

3. Você acha que as atividades com competições estimulam a agressividade?

( ) CONCORDO

( ) DISCORDO

( ) CONCORDO EM PARTE

4. Em qual aula do PST os alunos demonstram maior motivação?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

__________

5. O PST é importante para melhorar o comportamento do aluno dentro da escola, no

que se refere ao relacionamento com o colega?

( ) CONCORDO

( ) DISCORDO

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( ) CONCORDO EM PARTE

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QUESTIONÁRIO ALUNOS

1. Você se sente mais motivado quando o professor de Educação Física, nas aulas do

PST, explica:

( ) Jogo convencional (futebol de salão, basquete, voleibol, handebol)

( ) Jogos cooperativos (jogos diferentes dos convencionais citados no item acima)

( ) Atividades de alongamento, ginástica e dança

( ) Brincadeiras

2. Qual aula do PST, você percebe que modificou seu comportamento, melhorando seu

relacionamento com as pessoas do seu convívio?

( ) Jogos competitivos (futsal, voleibol, handebol, basquete)

( ) Jogos cooperativos (jogos diferentes dos convencionais citados no item acima)

( ) Atividades de alongamento, ginástica e dança

( ) Brincadeiras

3. Você acha que a mudança do seu comportamento durante o ano de 2006 está

relacionada as aulas do PST?

( ) CONCORDO

( ) DISCORDO

( ) CONCORDO EM PARTE

4. Você se sente motivado a participar das aulas do PST em sua escola?

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( ) CONCORDO

( ) DISCORDO

( ) CONCORDO EM PARTE

5. Quais as atividades que mais estimulam os desentendimentos do grupo?

( ) Jogos competitivos (futsal, voleibol, handebol, basquete)

( ) Jogos cooperativos (jogos diferentes dos convencionais citados no item acima)

( ) Atividades de alongamento, ginástica e dança

( ) Brincadeiras

6. Quais as atividades mais ajudam no bom relacionamento entre os alunos?

( ) Jogos competitivos (futsal, voleibol, handebol, basquete)

( ) Jogos cooperativos (jogos diferentes dos convencionais citados no item acima)

( ) Atividades de alongamento, ginástica e dança

( ) Brincadeiras