OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA...

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA ALEXANDRE RODRIGUES DA SILVA OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO VERDE PARA O DESEMPENHO ORGANIZACIONAL NO AGRONEGÓCIO São Paulo 2019

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA

ALEXANDRE RODRIGUES DA SILVA

OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO VERDE PARA O

DESEMPENHO ORGANIZACIONAL NO AGRONEGÓCIO

São Paulo

2019

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ALEXANDRE RODRIGUES DA SILVA

OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO VERDE PARA O

DESEMPENHO ORGANIZACIONAL NO AGRONEGÓCIO

THE DETERMINING FACTORS THE ADOPTION OF GREEN INNOVATION FOR

ORGANIZATIONAL PERFORMANCE IN AGRIBUSINESS

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração – PPGA da

Universidade Nove de Julho – UNINOVE,

como requisito parcial para a obtenção do

grau de Doutor em Administração.

ORIENTADORA: PROFa. DRa. CLAUDIA

BRITO SILVA CIRANI

COORIENTADOR: PROF. DR.

FERNANDO ANTONIO RIBEIRO

SERRA

São Paulo

2019

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Silva, Alexandre Rodrigues da.

Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Verde para o

Desempenho Organizacional no Agronegócio. / Alexandre Rodrigues da

Silva. 2019.

239 f.

Tese (doutorado) – Universidade Nove de Julho – UNINOVE, São

Paulo, 2019.

Orientador (a): Profa. Dra. Claudia Brito Silva Cirani.

Coorientador (a): Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra.

1. Adoção da Inovação. 2. Sustentabilidade. 3. Fatores Determinantes

4. Recursos Naturais.

I. Cirani, Claudia Brito Silva.

II. Serra, Fernando Antonio Ribeiro.

III. Título

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OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO VERDE PARA O

DESEMPENHO ORGANIZACIONAL NO AGRONEGÓCIO

Por

Alexandre Rodrigues da Silva

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração – PPGA da

Universidade Nove de Julho – UNINOVE

como requisito parcial para a obtenção do

grau de Doutor em Administração, sendo a

banca examinadora formada por:

_______________________________________________________________

Presidente: Prof. Dra. Claudia Brito Silva Cirani – Orientadora, UNINOVE

_______________________________________________________________

Membro Interno: Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra – Coorientador, UNINOVE

_______________________________________________________________

Membro Interno: Prof. Dra. Heidy Rodrigues Ramos, UNINOVE

_______________________________________________________________

Membro Interno: Prof. Dr. Leonardo Vils, UNINOVE

_______________________________________________________________

Membro Externo: Prof. Dr. Otávio Bandeira de Lamônica Freire, USP

_______________________________________________________________

Membro Externo: Prof. Dr. Eduardo de Camargo Oliva, Universidade Municipal de São

Caetano do Sul

São Paulo, 14 de fevereiro de 2019.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Estrutura da Pesquisa..........................................................................................22

FIGURA 2 – Evolução de Publicações Adoção da Inovação em Periódicos...........................28

FIGURA 3 – Rede de Cocitação...............................................................................................43

FIGURA 4 – Rede de Pareamento Bibliográfico......................................................................51

FIGURA 5 – Base Intelectual e Mainstream da Pesquisa........................................................53

FIGURA 6 – Estrutura de Pesquisa do Estudo.........................................................................86

FIGURA 7 – Estrutura de Ligações entre os Fatores..............................................................103

FIGURA 8 – Modelo Situacional para a Adoção da Inovação Verde na Cadeia Produtiva da

Mandioca.................................................................................................................................133

FIGURA 9 – Fatores Determinantes no Desempenho Organizacional..................................144

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Matriz de Distinção e Interdependência.............................................................23

TABELA 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra) ......................29

TABELA 3 – Total de Artigos por Citação (por ordem decrescente de quantidade de citações)

...................................................................................................................................................35

TABELA 4 – Análise Fatorial para a Cocitação.......................................................................39

TABELA 5 – Análise Fatorial para o Pareamento Bibliográfico.............................................45

TABELA 6 – Grau de Centralidade do Pareamento Bibliográfico...........................................49

TABELA 7 – Referências de Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde........82

TABELA 8 – Matriz Metodológica do Estudo II.....................................................................93

TABELA 9 – Empresas e Atores-chaves com seus respectivos cargos....................................97

TABELA 10 – Percepção Ex-post dos Gestores das Empresas Processadoras de Mandioca

.................................................................................................................................................132

TABELA 11 – Fatores Determinantes para a Adoção da Inovação Verde.............................134

TABELA 12 – Matriz Contributiva........................................................................................158

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABAM – Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca

CEPEA/ESALQ - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Escola Superior de

Agricultura Luiz de Queiroz

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

DQO – Demanda Química de Oxigênio

DCS – Desempenho Corporativo Sustentável

DESA – Department of Economic and Social Affairs

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

GEE – Gases do Efeito Estufa

GEF/UNCCD – Global Environment Facility/United Nations Convention to Combat

Desertification

IBV – Institutional-Based View

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

NRBV – Natural Resources Vision Based

OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OECD - Organization for Economic Co-operation and Development

ONU – Organização das Nações Unidas

PIB – Produto Interno Bruto

RBT – Resources Based Theory

WCED – World Commission on Environment and Development

AGRADECIMENTOS

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Agradeço a Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para

superar as dificuldades, mostrar os caminhos nas horas incertas e me suprir em todas as

minhas necessidades.

À minha esposa, Monica Castro V. R. da Silva, pelos inúmeros estímulos, orientações,

paciência e exemplo de força, coragem e amor verdadeiro.

Ao meu pai, por acreditar em mim, e à minha mãe, que partiu antes mesmo de

presenciar meu ingresso no mestrado acadêmico, pelo apoio e amor incondicional.

À minha orientadora, Profª. Drª. Cláudia Brito Silva Cirani, pela sabedoria e paciência

no decorrer do caminho.

Ao meu coorientador, Prof. Dr. Fernando Antonio Ribeiro Serra, pela demonstração

de amizade e orientação no momento mais conturbado da minha vida.

Aos meus colegas de doutorado, Luiz Guerrazzi e Isabel Scafuto, pelo empenho,

dedicação e a capacidade de transmitir os seus conhecimentos para este trabalho científico.

A todos os professores do corpo docente da UNINOVE que, com ensinamentos, foram

referenciais para mim.

Aos meus colegas de mestrado e doutorado do PPGA que não me deixaram desistir.

Sinto que nós percorremos este caminho juntos, nos complementando e nos fortalecendo.

Obrigado pela rica troca e cumplicidade.

Enfim, o meu “Obrigado, Senhor” ao melhor presente que Ele reservou para mim: o

meu filho Fellipe que, mesmo sem entender, soube compreender o que o “papai” estava

fazendo em nome da ciência.

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“Tenho a impressão de ter sido uma criança

brincando à beira-mar, divertindo-me em

descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha

mais bonita que as outras, enquanto o imenso

oceano da verdade continuava misterioso diante

de meus olhos”.

(Isaac Newton)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO DA TESE ................................................................................................. 12

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1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................................ 14

1.1.1 Questão de pesquisa ................................................................................................. 17

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 17

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 17

1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 17

1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA ...................................................................................... 21

1.5 MATRIZ DE DISTINÇÃO E INTERDEPENDÊNCIA ................................................ 23

2 ESTUDO I – O MAINSTREAM DA PESQUISA DE ADOÇÃO DA INOVAÇÃO ...... 24

2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 26

2.2 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA ....................................................... 27

2.2.1 Procedimento de Coleta de Dados e Amostra .......................................................... 27

2.2.2 Procedimentos de Análise ........................................................................................ 32

2.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................................... 34

2.3.1 Análise das Citações................................................................................................. 34

2.3.2 Análise de Cocitação ................................................................................................ 39

2.3.3 Ligações da Cocitação .............................................................................................. 42

2.3.4 Pareamento Bibliográfico (Bibliografic Coupling – BC) ........................................ 44

2.3.5 Ligações do Pareamento Bibliográfico (Bibliografic Coupling – BC) .................... 48

2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 54

3 ESTUDO II – FATORES DETERMINANTES PARA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO

VERDE: ESTUDO COM BIODIGESTORES EM EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO

.................................................................................................................................................. 56

3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 58

3.2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 59

3.2.1 Clarificando o Conceito de Inovação Verde ............................................................ 59

3.2.2 Consequências da Inovação Verde ........................................................................... 63

3.2.3 Argumentos teóricos relacionados à Inovação Verde .............................................. 66

3.2.4 Contexto da Sustentabilidade no Agronegócio ........................................................ 68

3.2.5 A Adoção da Inovação ............................................................................................. 70

3.2.6 A Adoção da Inovação Verde Organizacional e a Bioenergia ................................. 72

3.2.7 As Características do Adotante Verde Organizacional ............................................ 75

3.2.8 Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Organizacional ........................ 75

3.2.9 Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Verde ....................................... 78

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3.2.9.1 Fatores Tecnológicos ......................................................................................... 86

3.2.9.2 Fatores Organizacionais .................................................................................... 88

3.2.9.3 Fatores Ambientais ............................................................................................ 90

3.3 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA ....................................................... 93

3.3.1 O Contexto Empírico e Desenho da Pesquisa .......................................................... 93

3.3.2 Procedimento de Coleta de Dados ........................................................................... 96

3.3.3 Procedimentos de Análise ........................................................................................ 99

3.4 RESULTADOS ............................................................................................................ 100

3.4.1 As Influências dos Fatores no Desempenho Organizacional ................................. 104

3.4.1.1 Custo da Adoção .............................................................................................. 104

3.4.1.2 Complexidade .................................................................................................. 107

3.4.1.3 Compatibilidade .............................................................................................. 108

3.4.1.4 Vantagem Relativa .......................................................................................... 109

3.4.1.5 Qualidade dos Recursos Humanos .................................................................. 112

3.4.1.6 Suporte Organizacional ................................................................................... 112

3.4.1.7 Incerteza Ambiental ......................................................................................... 113

3.4.1.8 Suporte Governamental ................................................................................... 115

3.4.1.9 Pressão Regulamentar ..................................................................................... 116

3.4.1.10 Pressão do Cliente ......................................................................................... 119

3.4.1.11 Pressão do Fornecedor do Biodigestor .......................................................... 121

3.4.1.12 Primeiro Adotante.......................................................................................... 126

3.4.2 A Influência do Fator Determinante no Desempenho Organizacional .................. 128

3.4.3 A Adoção do Biodigestor pelos Gestores das Empresas Processadoras de Mandioca

......................................................................................................................................... 130

3.4.4 A Comparação com os Gestores de Suínos e Aves ................................................ 134

3.5 DISCUSSÃO ................................................................................................................ 135

3.5.1 Fatores que Influenciam a Adoção da Inovação Verde.......................................... 135

3.5.2 Fatores Determinantes da Inovação Verde ............................................................. 145

3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 147

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA TESE .......................................................................... 153

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5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 160

APÊNDICE I - ARTIGOS QUE COMPÕEM OS FATORES DAS ANÁLISES –

FATORIAIS PARA A COCITAÇÃO E O PAREAMENTO BIBLIOGRÁFICO ........ 187

APÊNDICE II – ESTUDOS: FATORES DETERMINANTES EM INOVAÇÃO VERDE

................................................................................................................................................ 212

APÊNDICE III - ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA .................... 217

APÊNDICE IV – CONSTRUTO – AUTORES – MARCO TEÓRICO .......................... 226

ANEXO I – PASSO A PASSO – BIBLIOMETRIA .......................................................... 230

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RESUMO

Nesta pesquisa, foram desenvolvidos dois estudos para responder a seguinte questão de

pesquisa: quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho

organizacional no agronegócio? O objetivo geral deste trabalho foi identificar os fatores

determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no

agronegócio. No estudo I, apresentamos um estudo bibliométrico de citação, cocitação e

pareamento, no qual buscamos compreender a estrutura intelectual e o mainstream da

pesquisa de adoção da inovação, fornecendo uma base teórica para a continuidade do estudo.

Os resultados do estudo I apontaram uma relação entre desempenho e adoção da inovação, na

qual os fatores determinantes levam à adoção, proporcionando maiores ganhos e melhor

produtividade. Com o estudo II, procuramos contribuir com a análise da adoção da inovação

verde (biodigestor), respondendo diretamente à questão de pesquisa. Este é um estudo

qualitativo (entrevista semiestruturada) na cadeia produtiva do agronegócio (mandioca, suíno

– um caso – e ave – um caso –), para identificar os fatores determinantes da adoção da

inovação verde no desempenho organizacional. No estudo II, obtivemos resultados positivos

na adoção da inovação verde (biodigestor), por meio dos fatores determinantes, para o

desempenho organizacional no agronegócio. Estes estudos contribuíram para a clarificação

das teorias e pesquisas empíricas existentes sobre adoção da inovação verde em um contexto

específico, bem como para demonstrar os fatores determinantes que levam as empresas a

adotarem determinada inovação. Assim, os estudos possibilitaram a formação de uma agenda

para os gestores, no que diz respeito aos aspectos positivos da adoção da inovação no

agronegócio. Em conclusão, destacamos que o fator determinante principal identificado foi o

benefício econômico apresentado pelo biodigestor que, além de ser um método de tratamento

de resíduos, propicia benefícios ambientais, desde que seja dimensionado de forma correta e

eficiente.

Palavras-chave: Adoção de Inovação, Agronegócio, Desempenho Organizacional, Fatores

Determinantes, Inovação Verde.

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ABSTRACT

In this research, we developed two studies in order to answer the following research question:

what are the determinants of the adoption of green innovation for organizational performance

in agribusiness? The main objective of this work was to identify the determinants of green

innovation adoption for organizational performance in agribusiness. Study I presented a

bibliometric study of citation, cocitation and pairing in which we sought to understand the

intellectual and mainstream structure of innovation research, providing a theoretical basis for

continuing the study. The results of study I pointed out a relationship between performance

and adoption of innovation where the determining factors lead to adoption, providing greater

gains and better productivity. Study II contributed to the analysis of the adoption of green

innovation (biodigestor), responding the research question. It is a qualitative study (semi-

structured interview) in the agribusiness production chain (manioc, swine - a case - and

poultry - a case) to identify the determinants of green innovation in organizational

performance. Study II demonstrated positive results in green innovation adoption

(biodigestor), through the determining factors, for organizational performance in agribusiness.

Our studies have contributed to clarify existing theories and empirical research on green

innovation adoption in a specific context. It also demonstrates the determinants that lead

companies to adopt a particular innovation by providing an agenda for managers regarding the

positive aspects of innovation adoption in agribusiness. In conclusion, we pointed out that the

main determining factor was the economic benefit provided by the biodigester, which is a

waste treatment method that delivers environmental benefits, as long as it is correctly and

efficiently scaled.

Keywords: Innovation Adoption, Agribusiness, Organizational Performance, Determining

Factors, Green Innovation.

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1 INTRODUÇÃO DA TESE

As empresas enfrentam uma crescente pressão, por parte dos stakeholders, para serem

mais verdes e, dessa maneira, reduzirem seu impacto negativo sobre o meio ambiente

(Azevedo, Cudney, Grilo, Carvalho, & Cruz-Machado, 2012). As empresas lidam com essas

pressões concomitantemente com a necessidade de se manterem competitivas, o que gera a

busca pela vantagem competitiva sustentável (Porter & Linde, 1995a, 1995b).

Hart (1995) argumenta que os modelos de vantagem competitiva sustentável precisam

ser expandidos, para explicarem como as restrições e desafios para a preservação dos os

ambientes naturais impactam os modelos de negócio. Da mesma maneira, os recursos e

capacidades enraizados na interação da empresa com seu ambiente natural podem levar à

vantagem competitiva. Sendo assim, uma das questões-chave da adoção de tecnologia limpa

está na compreensão de quais recursos e capacidades são suscetíveis de serem associados à

comercialização desta tecnologia (Hart, 1995). Hart (1995, 1997, 2005) e Schmidheiny e

Zorraquin (1992) sugerem que o desenvolvimento de estratégias de tecnologia limpa requer

um foco na inovação e um posicionamento futuro, como a métrica para o sucesso.

A adoção de inovações com foco na sustentabilidade ambiental (doravante

indistintamente denominada de inovações verdes) tem sido considerada uma iniciativa

fundamental para a redução dos impactos ambientais provenientes de operações. Visa-se, com

tal adoção, a possibilidade de melhorar o desempenho da empresa, seja pelo aumento da

receita ou pela redução dos custos (Monast & Adair, 2013).

A inovação verde é considerada, nesta tese, como sinônimo de inovação ecológica

(ecoinovação), ambiental e sustentável (Tariq, Badir, Tariq, & Bhutta, 2017). Chen et al.

(2006) indicam que a inovação verde também pode estar presente em produtos, processos,

serviços e formas organizacionais, assim como para a inovação em geral. A inovação de

produtos verdes é descrita como uma inovação que leva ao design, fabricação e

comercialização de produtos sem efeito significante sobre o meio ambiente, ao longo de seu

ciclo de vida. Este tipo de inovação busca superar as alternativas concorrentes comumente

usadas, criando mais valor ao produto, em comparação com produtos concorrentes (Wagner,

2009). De maneira análoga, a inovação do processo verde pode ser descrita como avanço em

tecnologias e processos, que resulta na fabricação de produtos com nenhum ou com menor

impacto ambiental (Chen, 2011).

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Chiou, Chan, Lettice e Chung (2011) observaram que a inovação de produtos e

processos verdes possui vários atributos, desenvolvendo-se da mesma forma que outros tipos

de inovações em geral. Por exemplo, uma inovação específica de produto quase certamente

exigirá uma inovação de processo correspondente, e vice-versa. Ideias inovadoras para

produtos geralmente levam a mudanças no processo de produção e novos processos de

produção abrem caminho para a introdução de novos produtos (Nielsen, 2006).

A inovação verde tem sido considerada a partir de atributos similares aos da inovação

em geral, mas em contexto específico (Tariq et al., 2017). Seu objetivo deveria ir além de

satisfazer as necessidades do mercado, almejando trazer benefícios ambientais e humanitários

(Rennings, 2000).

A inovação de produto não verde pode ser descrita como o lançamento de novos

produtos para atender às necessidades dos usuários externos (Damanpour, 2010),

principalmente orientada ao cliente, com o objetivo de comercialização (Schilling, 2017). No

entanto, o contexto para a inovação em produtos verdes vai além das considerações de

necessidades utilitárias e forças de mercado, visando a produção sustentável. Já a inovação em

processos verdes, tem sido definida como o conjunto de técnicas para produzir e

comercializar bens ou serviços, que tem um impacto menor, ou melhor, nos seres humanos e

no meio ambiente (Chen, 2011). A inovação do processo verde considera e inclui o consumo

de energia e a sustentabilidade ecológica, além de melhorar a eficiência da produção.

Para Tariq et al. (2017), a literatura avaliou o impacto no desempenho da inovação

verde a partir de diferentes perspectivas, com possibilidades de consequências positivas. Essas

perspectivas podem ser categorizadas em cinco grupos principais: 1) Desempenho Econômico

e Financeiro; 2) Desempenho do Mercado; 3) Vantagem Competitiva; 4) Desempenho

Ambiental e 5) Desempenho Social. No entanto, apesar de tantos benefícios apontados na

inovação verde, fica o questionamento quanto à evidência desses benefícios, pois as empresas

não adotam facilmente essas inovações.

O contexto em que acontece a inovação verde é importante. Em especial, é essencial

compreender a relação entre o contexto institucional e os fatores determinantes usuais para

inovação, assim como seus critérios, como elencados por Tariq et al. (2017). Por exemplo, a

adoção da inovação pode ser, primariamente, influenciada pelo ambiente institucional, pelos

regulamentos e impostos (Monast & Adair, 2013; Jackson, Boswell & Davis, 2011; Porter &

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Linde, 1995a, 1995b), ou somente acontecer se houver benefício financeiro e de mercado,

como nas organizações não verdes (Schilling, 2017).

No entanto, a quantidade de trabalhos que procuram avaliar a adoção de inovação

verde, segundo o levantamento ad-hoc realizado nesta tese (ver Tabela 9 – página 84), não é

extensa. Esse fato motivou o estudo I, no qual procuramos compreender a adoção de inovação

de forma geral, e um estudo empírico no agronegócio, para melhor compreensão do

fenômeno. Dessa forma, esta tese v atender ao chamado de Zailani et al. (2011), que afirma

que ainda há muito a ser aprendido sobre os fatores que determinam a adoção de inovações

verdes. Com este estudo também visamos contribuir para a lacuna científica apontada por

Hart e Dowell (2011) sobre tecnologia limpa e prevenção da poluição.

Para incorporarem o desenvolvimento sustentável, muitas empresas estão

atentas para o aumento de sua competitividade, por meio de melhorias no desempenho

ambiental e mitigação do impacto ambiental de suas atividades de produção e serviços

sustentáveis, como, por exemplo, a gestão ambiental (Rothenberg & Zyglidopoulos, 2007;

Liu, Liu, Shishime, Yu, Bi, & Fujitsuka, 2010; Zailani, Amran, & Jumadi, 2011). A inovação

verde é aquela destinada à obtenção de melhorias radicais ou incrementais de produtos ou

processos que contribuam para o desenvolvimento sustentável (Zailani et al., 2011). Assim,

sua implementação pode ser considerada um meio importante de resolver os problemas

ambientais das empresas, sendo particularmente importante aprender mais sobre os fatores

que determinam a implementação desse tipo de inovação (Lin & Ho, 2011).

1.1 Problema de Pesquisa

A adoção de uma inovação verde tem a possibilidade de trazer benefícios à empresa,

tais como a otimização e remoção de passos desnecessários na produção, diminuição dos

tempos de ciclo da produção (Hart, 1995), desenvolvimento de capacidades de organização

valiosas e maior integração das partes interessadas - stakehoders (Sharma & Vredenburg,

1998). No entanto, a decisão de uma organização de adotar uma inovação, implementá-la e

difundi-la depende de uma série de fatores determinantes (Greenhalgh, Robert, MacFarlane,

Bate & Kyriakidou, 2004). Os ganhos de desempenho podem ser obstruídos pela incerteza das

organizações em à adoção e uso destas inovações (Talukder, Harris & Mapunda, 2008). Esta

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incerteza inclui fatores comerciais, não tecnológicos, que impedem a adoção de inovações

(Knight, Pfeiffer, & Scott, 2015).

Os estudos mais recentes sobre inovação verde concentram-se nos fatores

determinantes da invenção e da adoção deste tipo de inovação (Berrone et al., 2013; Bönte &

Dienes, 2013; Chiou et al., 2011; Dangelico & Pontrandolfo, 2013; Huang & Li, 2015), o que

pode levar a dois modos distintivos na adoção da inovação verde: pragmático ou

comprometido. O primeiro centra-se nos benefícios econômicos da adoção, enquanto o

segundo modo volta-se ao interesse no valor socioambiental (Darnhofer, Schneeberger, &

Freyer, 2005). Os gestores hesitam em adotar inovações verdes quando existem encargos

financeiros (Musshoff & Hirschauer 2008), mas as preocupações morais, sociais e ambientais,

como orientação ideológica, influenciam positivamente a taxa de adoção da inovação verde

(Mzoughi, 2011).

A adoção da inovação verde exige uma abordagem diferente, uma vez que muitas

destas inovações não são economicamente competitivas nem compatíveis com os sistemas

tecnológicos (Rennings, 2000). Alguns estudiosos voltaram sua atenção aos fatores

socioeconômicos que motivam a adoção de inovações verdes para a sustentabilidade

(Fairweather, 1999; Ilbery, Kirwan & Maye, 2016; Noppers, Keizer, Bolderdijk & Steg,

2014). Por exemplo, Ilbery et al. (2016) sugeriram três fatores determinantes da adoção da

inovação verde, nomeadamente: fator físico, estrutural e sociocultural. Os efeitos de muitas

empresas dentro de uma mesma região focal não podem ser ignorados no processo de adoção

da inovação verde. Por sua vez, a difusão desta inovação pode ser igual (todos passam a

adotar a mesma inovação) ou desigual (nem todos adotam a mesma inovação). Este fato

decorre da externalidade derivada da influência dos colegas e da infraestrutura local, as quais

reduzem as incertezas nas inovações verdes (Schmidtner, Lippert, Engler, Häring, Aurbacher

& Dabbert, 2012; Wollni & Andersson, 2014).

Visando a exploração deste problema, neste trabalho, voltamos nossa pesquisa à

agroindústria, pela sua importância e impacto potencial, especificamente na cadeia da

produção de mandioca. De acordo com Felipe, Alves e Camargo (2010), vários setores da

economia foram beneficiados, nas últimas décadas, pelas recentes mudanças econômicas no

cenário mundial e nacional. Isto afetou também as cadeias agroindustriais, ocasionando

mudanças na estrutura da cadeia de mandioca, suínos e aves nacional. A cultura de mandioca

vem conquistando lugar de destaque em vários países do mundo, devido à facilidade de

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adaptação às mais diversas condições de clima e de solo e pelo fato, também, de suprir a

necessidade alimentar da população mais carente.

Na América do Sul, a produção de mandioca se destacou no ano de 1970, com média

de 35% - mantendo esse índice até 2010. Porém, na sequência, a sua participação no mercado

agronômico foi reduzida e, atualmente, representa 15% sobre o total mundial. Com recorde de

30 milhões de toneladas em 1970, o Brasil estabilizou sua produção na média de 25 milhões

nos anos seguintes. Esta redução da produção brasileira deveu-se a três fatores principais: a)

pelo menor consumo animal, quando comparado à década de 1970, atualmente substituída

pelas rações balanceadas; b) pela redução no consumo humano de farinha, dando lugar e

preferência às massas de trigo; e c) pelo forte avanço nos plantios da Nigéria, República do

Congo e Tailândia. Estes fatores, aliados à falta de mão de obra, certamente estão causando a

redução ou até mesmo a estagnação da produção em alguns estados brasileiros (FAO, 2013;

Felipe et al., 2010; SEAB/DERAL, 2012; Souza, Staduto, Rocha, & Rinaldi, 2005).

Todavia, a falta de pesquisa agronômica, gestão adequada de matéria-prima e acesso

ao mercado internacional são fatores de perda de competitividade da produção de mandioca.

As iniciativas para mudar este quadro acontecem de forma isolada, via ações estaduais ou até

regionais, havendo pouca disseminação dos avanços na cadeia produtiva. Ações conjuntas dos

agentes da cadeia conduziriam a mandiocultura brasileira a elevados níveis de

competitividade em mercados de concorrência crescente (Felipe et al., 2010; SEAB/DERAL,

2012).

A compreensão dos fatores determinantes da adoção da inovação verde é importante

para que os pesquisadores compreendam mais porfundamente as questões que precisam ser

abordadas, bem como para que os profissionais implementem melhores práticas verdes

envolvidas na adoção da inovação, aumentem a produção e ganhem competitividade. Como

uma das principais contribuições, este estudo pode ampliar o escopo da pesquisa em inovação

verde, fornecendo algumas explicações sobre os fatores que determinam a sua adoção. Além

disso, a implementação da inovação verde não depende somente da empresa adotante, mas

também do governo, dos fabricantes e consumidores, portanto, verificar possíveis fatores que

determinam a adoção verde organizacional pode fornecer aos órgãos governamentais

fundamentos auxiliarão na elaboração de melhores políticas ambientais para o setor. Outros

benefícios do estudo incluem ajudar os fabricantes, consumidores e prestadores de serviços a

entenderem os fatores e as barreiras para a adoção de inovação verde, bem como, para os

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17

gestores, fornecer maior aprendizado sobre as normas de gestão ambiental e os recursos

necessários para a implementação e difusão verde.

1.1.1 Questão de pesquisa

Baseando-se no referencial exposto, a questão de pesquisa deste estudo é: quais são os

fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no

agronegócio?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é identificar os fatores determinantes da adoção da

inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos, que guiaram o alcance do objetivo geral desta pesquisa são:

a) Compreender a estrutura intelectual e o mainstream da pesquisa de

adoção da inovação, fornecendo uma base teórica para a continuidade dos estudos;

b) Investigar a adoção da inovação verde (biodigestor) em um contexto

específico (mandioca, suínos e aves), respondendo diretamente à questão de

pesquisa, preenchendo a lacuna teórica de pesquisa (Hart & Dowell, 2011) e

fornecendo diretrizes aos gestores para aumentar sua competitividade.

1.3 Justificativa

O desenvolvimento sustentável requer planejamento e o reconhecimento de que os

recursos são finitos (Botkin & Keller, 2011). Não deve ser confundido com desenvolvimento

econômico, pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia e de recursos

naturais (Bursztyn & Bursztyn, 2013). O desenvolvimento em bases de consumo crescente

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18

não é insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais, dos quais a humanidade

depende (Miller Jr., 2013; Romeiro, 2003, 2012). A sustentabilidade consiste em encontrar

meios de produção, distribuição e consumo dos recursos existentes de forma mais coesiva,

economicamente eficaz e ecologicamente viável (Botkin & Keller, 2011; Bursztyn &

Bursztyn, 2013). Sendo assim, um dos principais desafios da porposta sustentável é a

conscientização de que a sustentabilidade é um processo a ser percorrido e não um alvo

definitivo a ser alcançado (Bursztyn & Bursztyn, 2013).

Para que o desenvolvimento sustentável possa crescer, torna-se necessária a criação de

propostas viáveis de geração de riqueza sem dependendência dos recursos naturais (Romeiro,

2003, 2012). O desenvolvimento sustentável, atualmente, é visto como uma premissa para as

empresas que visam o desenvolvimento econômico (competitividade e um contínuo

crescimento produtivo). Para essas empresas, um dos caminhos para o alcance da

competitividade é a diferenciação de seus produtos, processos e serviços, ou seja, que sejam

capazes de inovar. Mas, ao mesmo tempo, para estarem consoantes com as demandas sociais,

as empresas precisam demonstrar preocupação e interesse em preservar o meio ambiente,

causando menos impactos degradantes e nocivos ao bem-estar social. Assim, às empresas, é

interessante demonstrar que projetos de inovações verdes são capazes de promover o

desenvolvimento econômico, gerando qualidade de vida sem agredir o meio ambiente (Botkin

& Keller, 2011).

Para preencher a lacuna de pesquisa (os fatores que determinam a adoção de inovação

verde), neste trabalho, estudamos a adoção de inovações verdes em empresas processadoras

de mandioca, suínos (um caso) e aves (um caso). Este estudo concentra-se na cadeia produtiva

da mandioca, porém, complementamos a pesquisa com uma empresa de suínos e outra de

aves, as quais também adotaram a mesma tecnologia (biodigestor) da mandiocultura. Essas

empresas, frequentemente, causavam impactos ambientais negativos (material residual

orgânico lançado nos solos e rios, por exemplo). Embora exista um corpo crescente de

literatura relacionada a questões ambientais em uma variedade de disciplinas acadêmicas, a

extensão de trabalhos sobre a inovação verde, cadeia produtiva e fatores determinantes de

adoção ainda é caresse de mais estudos (ver, por exemplo, Berrone, Fosfuri, Gelabert &

Gomez-Mejia, 2013; Bönte & Dienes, 2013; Chiou, Chan, Lettice & Chung, 2011; Dangelico

& Pontrandolfo, 2013; Huang & Li, 2015). Além disso, enquanto o agronegócio, no Brasil,

continuar a crescer economicamente, haverá um enorme mercado consumidor, que sofre de

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19

vários problemas ambientais sérios, como poluição do ar, desperdício de energia e poluição da

água (Bley, 2013; Bley Jr., Libânio, Galinkin & Oliveira, 2009).

O presente estudo tem como objetivo analisar os fatores que determinam a adoção de

inovação verde (biodigestor) no setor da mandiocultura. Pelas descobertas ao longo do

trabalho, triangulamos uma literatura que indicou os os setores de suínos e aves como culturas

interessantes e relacionadas (pelo uso do biodigestor como tecnologia limpa e presernvação

do meio) para o estudo. A compreensão dos fatores determinantes é essencial para que os

profissionais implementem melhores práticas verdes e para que os pesquisadores entendam

em profundidade as questões que precisam ser abordadas. Muitos pesquisadores propuseram

várias explicações sobre quais fatores influenciam a adoção de inovações verdes pelas

empresas (por exemplo, Alvarez-Gil, Berrone, Husillos & Lado, 2007; Aragón-Correa,

Matías-Reche & Senise-Barrio, 2004; Gadenne, Kennedy & McKeiver, 2008; Henriques &

Sadorsky, 1996; López-Gamero, Claver-Cortés & Molina-Azorín, 2011; Williamson, Lynch-

Wood & Ramsay, 2006). A pressão das partes interessadas, a regulação ambiental, o tamanho

da empresa, as características dos gerentes e os recursos humanos são variáveis ambientais e

organizacionais relevantes que aparecem com frequência em pesquisas correlatas (Etzion,

2007; Gonzalez-Benito & Gonzalez-Benito, 2006). Embora fatores organizacionais e

ambientais tenham sido levados em conta em vários estudos sobre questões verdes, esses

fatores ainda não foram considerados nos estudos de gestão ambiental no setor da

mandiocultura. Ainda há muito a ser aprendido sobre como os fatores organizacionais e

ambientais influenciam a adoção de inovações verdes para o setor da mandiocultura.

Empresas de diferentes setores podem reagir de maneira diferente às questões

ambientais (Etzion, 2007). O setor da mandiocultura, a partir das decisões de seus gestores,

pode reagir a problemas ambientais causados pelo processamento e produção de maneira

diferentemente das indústrias de metalurgia (que também lidam com resíduos). Portanto, o

presente estudo tenta fornecer ideias para identificação dos fatores organizacionais e

ambientais que determinam a adoção de inovações verdes no setor da mandiocultura. A

aplicação de critérios ambientais nas operações corporativas exige explorar novas

combinações de recursos e implantar recursos existentes de novas maneiras (Hart, 1995).

Dessa maneira, a adoção de inovações verdes envolve a implementação de processos, técnicas

e sistemas novos ou modificados para reduzir os danos ambientais e pode ser considerada um

processo de inovação (Henriques, & Sadorsky, 2007a, 2007b; Rothenberg & Zyglidopoulos,

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20

2007). O presente estudo analisa a adoção de inovações verdes para empresas processadoras

de mandioca, com uma análise em uma empresa de suínos e outra de aves, à título de captar

possíveis diferenças no perfil de processamento das indústrias na perspectiva da inovação

técnica.

Além de fatores organizacionais e ambientais, a literatura sobre inovação técnica

sugere que a natureza da tecnologia é uma característica relevante que afeta a adoção de novas

tecnologias (Chau & Tam, 1997; Frambach & Schillewaert, 2002; Tornatzky, Fleischer &

Chakrabarti, 1990). Características de uma nova tecnologia, como compatibilidade,

complexidade e vantagem relativa, podem afetar sua adoção (Jeyaraj, Rottman & Lacity,

2006; Rogers, 1962; Tornatzky & Klein, 1982). Frambach & Schillewaert (2002) colocam as

características percebidas da inovação no centro de seu modelo de adoção de inovação

organizacional. Boiral (2002) argumenta que características do conhecimento ambiental são

relevantes na gestão ambiental. Mas as características tecnológicas devem ser levadas em

conta ao se analisar a adoção de inovações verdes. No entanto, pesquisas anteriores sobre

questões ambientais não analisaram empiricamente as influências de fatores tecnológicos na

adoção de práticas verdes (por exemplo, Alvarez-Gil et al., 2007; Aragón-Correa et al., 2004;

Gadenne et al., 2008; Henriques & Sadorsky, 1996; López-Gamero et al., 2009, Williamson,

Wallace & Rajabifard, 2006). A fim de preencher a lacuna de pesquisa, este artigo tem como

objetivo estudar os fatores determinantes – tecnológicos, organizacionais e ambientais – na

adoção de inovações verdes para empresas processadoras de mandioca, suínos (um caso) e

aves (um caso).

Outro fator importante da adoção de inovação verde diz respeito à busca mundial por

fontes energéticas mais limpas e renováveis, visando, sobretudo, a mitigação dos impactos

ocasionados pelas mudanças climáticas, o desmatamento, e a escassez de recursos naturais.

Neste novo modelo de produção energética, o Brasil encontra-se em posição de destaque, seja

pela alta participação das fontes renováveis na matriz energética brasileira ou pelo grande

potencial que o país ainda apresenta para ampliar sua participação, principalmente por meio

da biomassa e da hidroeletricidade (Bley, 2013; Bley et al., 2009). Compreender a adoção da

inovação verde no âmbito das especificidades nacionais e regionais, nas quais as empresas

estão inseridas, é importante, uma vez que as singularidades no Brasil são diferentes em

relação às empresas em outros países e mercados (Bley, 2013; Bley et al., 2009),

principalmente os de economias maduras e desenvolvidas em que predominam estudos sobre

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o tema. Há muitos ganhos em se estudar a adoção da inovação verde de forma mais

aprofundada no Brasil, pois o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro

acumulou crescimento de 14,5% em 2017, segundo estimativas do CEPEA (Centro de

Estudos Avançados em Economia Aplicada), da ESALQ/USP, feitas em parceria com a CNA

(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

A relação da organização com o meio ambiente acontece em contextos complexos. Ao

investigar os fatores determinantes da adoção da inovação verde no desempenho das

organizações, este trabalho contribui para o campo de estudo, ao contribuir com o

preenchimento da lacuna de pesquisas sobre tecnologia limpa e prevenção da poluição

apontada por Hart e Dowell (2011). Além disso, esta investigação serve como orientação para

gestores e empreendedores rurais, cooperativas e gestores públicos na compreensão da adoção

de inovações verdes. Este estudo objetiva elucidar a adoção da inovação verde por meio dos

fatores determinantes – tecnológicos, organizacionais e ambientais, contribuindo para o

conhecimento sobre o desempenho organizacional das empresas que adotam esta inovação, o

que diminuirá, em certo sentido, o grau de incerteza sobre a adoção, ou não, de uma inovação

verde.

1.4 Estrutura da Pesquisa

Esta pesquisa foi dividida em dois estudos interligados. O estudo I, conforme Figura 1,

está segmentado em: introdução, método e procedimentos de pesquisa, com a metodologia

empregada para alcançar o objetivo proposto, resultados, a partir da bibliometria realizada,

discussão com análise dos dados apresentados e, por último, considerações finais do estudo I.

O estudo II está dividido em: introdução, revisão de literatura, método e

procedimentos de pesquisa, com a metodologia empregada para alcançar o objetivo proposto,

resultados, a partir das entrevistas realizadas, discussão com a análise dos dados apresentados

e, por último, as considerações finais do estudo II.

Esta tese está finalizada com as considerações finais, nas quais se demonstra a

interligação entre os dois estudos, e apresentam-se as referências bibliográficas, os apêndices

e os anexos.

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Figura 1: Estrutura da Pesquisa

Fonte: dados da pesquisa (2019).

ESTUDO II

INTRODUÇÃO

ESTUDO I

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

- Introdução

- Método e Procedimentos de

Pesquisa

- Resultados

- Análise e Discussão

- Considerações Finais

- Introdução

- Revisão de Literatura

- Método e Procedimentos de

Pesquisa

- Resultados

- Discussão

- Considerações Finais

- Considerações Finais da Tese

- Implicações Teóricas e

Gerenciais

- Limitações da Pesquisa

- Sugestões para Pesquisas

Futuras

- Referências Bibliográficas

- Apêndices e Anexos

- Problema de Pesquisa

- Questão de Pesquisa

- Objetivos

- Justificativa

- Estrutura da Pesquisa

- Matriz de Amarração

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1.5 Matriz de Distinção e Interdependência

Nesta tese, propomos a estrutura de dois estudos interligados. Portanto, na Tabela 1

representa-se a distinção e a interdependência existente entre a questão de pesquisa, o objetivo

geral, os títulos dos estudos, as perguntas de pesquisa secundárias, os objetivos específicos, as

hipóteses e/ou proposições, bem como as pesquisas sequenciais ou simultâneas, os métodos

únicos ou mistos nas etapas de campo e os procedimentos de coleta e análise de dados.

Tabela 1: Matriz de Distinção e Interdependência

QUESTÃO DA PESQUISA

Quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio?

OBJETIVO GERAL

Identificar os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio.

JUSTIFICATIVA DE DISTINÇÃO JUSTIFICATIVA DE INTERDEPENDÊNCIA

Títulos dos

Estudos

Perguntas de

Pesquisa

Secundárias

Objetivos

Específicos

Hipóteses

e/ou

Proposiçõe

s

Pesquisas

Sequenciai

s ou

Simultânea

Método Único

ou Misto nas

Etapas de

Campo

Procedime

ntos de

Coleta de

Dados

Procediment

os de Análise

de Dados

O

Mainstream

da Pesquisa

de Adoção da

Inovação

Como se

configura o

mainstream

da pesquisa de

adoção da

inovação?

Compreender a

estrutura intelectual e

o mainstream da

pesquisa de adoção

de inovação,

fornecendo uma base

teórica para a

continuidade dos

estudos

NA

Artigos

sobre o

tema

Estudo

Bibliométrico

Artigos da

base WoS e

Scopus a

partir de

palavras-

chave

Bibliometria

de citação,

fatorial,

cocitação e

pareamento

Fatores

Determinante

s para

Adoção da

Inovação

Verde:

Estudo com

Biodigestores

em Empresas

do

Agronegócio

Quais são os

fatores

determinantes

da adoção da

inovação

verde para o

desempenho

organizacional

no

agronegócio?

Investigar a adoção

da inovação verde

(biodigestor) em um

contexto específico

(mandioca, suínos e

aves), respondendo

diretamente à

questão de pesquisa,

preenchendo a lacuna

teórica de pesquisa

(Hart & Dowell,

2011) e fornecendo

diretrizes aos

gestores para

aumentar sua

competitividade.

Fatores

Determinan

tes –

Tecnológic

os,

Organizaci

onais e

Ambientais

Empresas

Processado

ras de

Mandioca,

Suínos (um

caso) e

Aves (um

caso)

Pesquisa

Qualitativa e

Exploratória

Entrevista

semiestrutu

rada

Os dados

foram

separados

por empresa.

As

entrevistas

foram

transcritas

para análise

com ajuda do

software

MAXQDA

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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2 ESTUDO I – O MAINSTREAM DA PESQUISA DE ADOÇÃO DA INOVAÇÃO

RESUMO

Empresas podem se tornar competitivas ao associarem a sua marca com benefícios

socioambientais das inovações verdes: redução de custos de matéria-prima, ganhos de

eficiência na produção, redução nas despesas ambientais, segurança do trabalho e melhoria da

imagem corporativa. Neste estudo, objetivamos compreender a estrutura intelectual e o

mainstream da pesquisa de adoção da inovação, por meio de um estudo bibliométrico, nas

duas principais bases científicas - da ISI Web of Knowledge, com 121 artigos coletados e

Scopus, com 426 artigos coletados. O período de tempo pesquisado foi entre os anos de 1974

e maio de 2018, o qual forneceu uma base teórica para a continuidade dos estudos. Como

resultado, obtivemos um caminho a ser seguido por pesquisas futuras, na busca por

informações mais detalhadas, tanto sobre a difusão da inovação – seu processo – como nos

próprios fatores determinantes da adoção, inclusive com o apontamento do principal fator

determinante. Nos resultados, encontramos orientações práticas ou uma agenda para os

gestores de organizações que pretendam adotar uma inovação, como, por exemplo, a relação

entre características de inovação, características de gestores e adoção de inovações – e como a

influência de uma sobre a outra pode trazer os melhores resultados, sejam econômicos, sejam

ambientais.

Palavras-chave: Adoção da Inovação, Benefícios, Competitiva, Características, Mainstream.

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25

ABSTRACT

Companies may become competitive when they associate their brand with social and

environmental benefits of green innovations: reducing costs of raw materials, efficiency in

production, reduction in environmental costs, safety and improved corporate image. This

study aimed to understand the intellectual framework and the mainstream adoption of

innovation through a bibliometric study on the two principal scientific bases - the ISI Web of

Knowledge, with a sample of 121 articles, and Scopus, with 426 articles collected between

(period from 1974 and 2018/ May). This total sample provided a theoretical basis for the

continuity of the studies. In this study we found a path to be followed by future research in the

search for more detailed information on both the diffusion of innovation - its process - as in

determinants of adoption - and perhaps highlighting the main determining factor. This fact

demonstrated a contribution for previous studies. The results provided a practical guidelines

or a schedule for managers of organizations wishing to adopt an innovation, such as the

relationship between innovation characteristics, characteristics of managers and innovation

adoptions - and how the influence of one over the other could bring the best results, economic

or environmental.

Keywords: Adoption of Innovation, Benefits, Competitive, Characteristics, Mainstream.

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2.1 INTRODUÇÃO

A inovação tem sido considerada como uma fonte primária de vantagem competitiva

(Tushman & O’Reilly, 2002; Winter, 2006). Para que os benefícios da inovação sejam

auferidos, é preciso que se difunda e seja adotada (Rogers, 1962). No entanto, adoção da

inovação é especialmente complexa e consume tempo e recursos (Wirtz, Mory, & Ulrich,

2012).

Embora existam muitos estudos sobre a adoção de inovação, o trabalho fundamental

de Rogers (1962), um sociólogo de estudos rurais, é o que tem sido mais citado. Pela

importância do tema torna-se relevante a compreensão a pesquisa atual da adoção de inovação

e como se desenvolveu a partir deste estudo seminal. Assim, este trabalho tem como objetivo

compreender a estrutura intelectual e o mainstream da pesquisa de adoção da inovação. Para

tal, realizamos um estudo bibliométrico em duas das principais bases científicas - da ISI Web

of Knowledge, com 121 artigos coletados, e Scopus, com 426 artigos, coletados entre os anos

de 1974 e maio de 2018, obtendo uma base teórica para a continuidade dos estudos.

O conhecimento que tem sido produzido e acumulado a partir dos artigos acadêmicos

leva a uma avaliação e compreensão da estrutura intelectual que os suporta (Zupic & Cater,

2015). Por meio deles, é possível verificar tendências e estudos futuros – lacunas que ainda

podem ser estudas, bem como as características principais da base de conhecimento do objeto

que está sendo estudado (Ferreira, Pinto & Serra, 2013). O estudo bibliométrico é um dos

meios pelos quais é possível traçar essa linha de conhecimento e tendências ao longo do

tempo (Callon, Courtial, & Penan, 1993; Ding, Chowdhury, Foo & Qian, 2000). Neste

trabalho, realizamos um estudo bibliométrico de citação, cocitação e pareamento. O estudo de

citação e cocitação, a partir das referências dos artigos de um tema a ser estudado, é capaz de

retratar o conteúdo e a evolução da pesquisa do tema estudado. Já o estudo de pareamento

mede a frequência com que dois documentos da amostra (artigos ou livros, por exemplo)

possuem, no mínimo, uma referência em comum (Ferreira et al., 2013). O pareamento leva

em consideração a sobreposição de suas bibliografias, representando as tendências da

pesquisa na área estudada (Vogel & Güttel, 2012; Zupic & Čater, 2015).

Os estudos bibliométricos de citação identificam menções no texto de informação

extraída de outros documentos, com o objetivo de colocar o trabalho no contexto da temática,

conferir credibilidade, confrontar dados, fatos e argumentos e registrar opiniões similares ou

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conclusões opostas. Os estudos de cocitação são baseados em pares de artigos altamente

citados e os de pareamento identificam quando dois artigos citam um ou mais artigos em

comum. Esses três tipos de estudos bibliométricos, geralmente, são ferramentas no auxílio da

compreensão de abordagens teóricas e sua evolução, como por exemplo: Inovação (Shafique,

2013), Recursos Humanos (Fernandez-Alles & Ramos-Rodriguez, 2009), Gestão do

Conhecimento (Ponzi, 2002) e Estratégia (Ramos-Rodriguez & Ruiz-Navarro, 2004).

Este estudo, após esta introdução, está dividido em: método e procedimentos de

pesquisa, com a metodologia empregada para alcançar o objetivo proposto, resultados, a partir

da bibliometria realizada e, por último, discussão e considerações finais, com a análise dos

dados apresentados.

2.2 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA

Este capítulo apresenta o método e os procedimentos de pesquisa para o estudo

bibliométrico, por meio das técnicas de citação, cocitação e pareamento, suportadas pela

análise fatorial e análise de redes. O trabalho de pesquisa de um determinado campo de

conhecimento pode ser medido quantitativamente pela busca em bases de periódicos

(Diodato, 1994; Raut, Sahu & Ganguly, 2008). A reorganização dos dados disponíveis

possibilita uma análise de conteúdo com menos decisões de escolha subjetivas (Vogel &

Güttel, 2012).

2.2.1 Procedimento de Coleta de Dados e Amostra

Os artigos selecionados para este trabalho foram coletados nas duas principais bases

científicas: ISI Web of Knowledge, com 121 artigos coletados e Scopus, com 426 artigos

coletados, entre os anos de 1974 – quando o termo “adoção da inovação” começou a surgir –

e maio de 2018 – ano de estudo desta Tese – conforme Figura 2. Deve-se levar em conta que

a data corte foi feita em meados de 2018, por causa do início das análises. Portanto, os artigos

levantados em 2018 são proporcionais aos meses pesquisados.

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Figura 2: Evolução de Publicações Adoção da Inovação em Periódicos

Fonte: dados coletados do ISI – Web of Knowledge e Scopus (2018).

Para o primeiro filtro do estudo, foram considerados todos os periódicos de todas as

áreas disponíveis no Journal Citation Reports (JCR) e do Scimago Journal & Country Rank

(SJR), com os seus respectivos Fatores de Impacto (FI), relacionados com adoção da

inovação. O Fator de Impacto, abreviado como FI, é uma medida que reflete o número médio

de citações de artigos científicos publicados em determinado periódico. É empregado

frequentemente para avaliar a importância de um dado periódico em sua área, sendo que

aqueles com um maior FI são considerados mais importantes do que aqueles com um menor

FI. Para a seleção deste estudo, foram utilizadas as palavras-chave innov* e adpopt* no

campo topic. O uso das palavras-chave em inglês justifica-se pela busca em artigos

internacionais. O campo topic delimita a busca entre título, resumo e palavras-chave dos

artigos. O (*) é usado para que qualquer variação da palavra seja considerada.

A amostra foi composta por 547 artigos em 275 periódicos, apresentados na Tabela 2.

Devido ao tamanho da amostra (547 artigos em 275 periódicos), no presente estudo,

limitamos a Tabela 3 apenas aos periódicos que apresentaram dois ou mais artigos, isto é, 41

artigos.

0

10

20

30

40

50

60

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29

Tabela 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra)

Fator de Impacto

2015

Journal

Total de

Artigos da

Amostra

% da

Amostra

JCR SJR

Information & Management 14 2,56% 3.317

European Journal of Innovation Management 13 2,38% 1.880

Journal of Business Research 13 2,38% 3.354

Journal of Engineering and Technology

Management - JET-M 13 2,38% 2.419

Technological Forecasting and Social Change 12 2,19% 2.625

IEEE Transactions on Engineering

Management 11 2,01% 1.188

Journal of Cleaner Production 11 2,01% 5.715

International Journal of Bank Marketing 8 1,46% 2.500

Technovation 8 1,46% 3.265

Journal of Product Innovation Management 7 1,28% 3.759

Agricultural Economics 6 1,10% 1.795

Energy Policy 6 1,10% 4.400

Industrial Marketing Management 6 1,10% 3.340

International Journal of Innovation and

Learning 6 1,10% 0.680

International Journal of Innovation

Management 6 1,10% 1.550

Ecological Economics 5 0,91% 3.120

International Journal of Innovation and

Technology Management 5 0,91% 0.218

Journal of Management & Organization 5 0,91% 0.590

Journal of The Academy of Marketing Science 5 0,91% 5.888

Management Science 5 0,91% 2.822

Asia Pacific Management Review 4 0,73% 0.376

Business Strategy and the Environment 4 0,73% 3.076

Industrial Management and Data Systems 4 0,73% 2.205

Information Systems Research 4 0,73% 2.763

International Journal of Hospitality

Management 4 0,73% 1.280

International Journal of Services, Technology

and Management 4 0,73% 0.143

International Journal of Technology

Management 4 0,73% 0.867

Internet Research 4 0,73% 2.931

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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30

Tabela 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra) – continuação

Fator de Impacto

2015

Journal

Total de

Artigos da

Amostra

% da

Amostra

JCR SJR

Journal of Business and Industrial Marketing 4 0,73% 2.017

Journal of Consumer Marketing 4 0,73% 1.540

Journal of Technology Management and

Innovation 4 0,73% 0.259

MIS Quarterly: Management Information

Systems 4 0,73% 7.268

Technology in Society 4 0,73% 0.524

American Journal of Agricultural Economics 3 0,55% 2.140

Decision Support Systems 3 0,55% 3.222

Information Resources Management Journal

(IRMJ) 3 0,55% 0.156

Innovation: Management, Policy and Practice 3 0,55% 0.690

International Journal of Industrial Organization 3 0,55% 0.795

International Journal of Retail and Distribution

Management 3 0,55% 0.472

Journal of Business Logistics 3 0,55% 2.352

Journal of Construction Engineering and

Management 3 0,55% 1.001

Journal of Consumer Psychology 3 0,55% 3.385

Journal of Management Information Systems 3 0,55% 3.036

Journal of Marketing 3 0,55% 5.947

Journal of Promotion Management 3 0,55% 0.266

Journal of Retailing and Consumer Services 3 0,55% 0.928

Journal of Strategic Information Systems 3 0,55% 3.486

Management Decision 3 0,55% 1.396

Research Policy 3 0,55% 4.495

Strategic Management Journal 3 0,55% 4.461

Supply Chain Management 3 0,55% 4.072

Technology Analysis and Strategic

Management 3 0,55% 1.240

Transportation Research Part A-Policy and

Practice 3

0,55% 2.609

Administration & Society 2 0,37% 1.010

Applied Economics 2 0,37% 0.518

Asian Journal of Technology Innovation 2 0,37% 0.429

British Journal of Management 2 0,37% 2.982

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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31

Tabela 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra) – continuação

Fator de Impacto

2015

Journal

Total de

Artigos da

Amostra

% da

Amostra

JCR SJR

Creativity and Innovation Management 2 0,37% 4.000

Data Base for Advances in Information

Systems 2 0,37% .0251

Decision Sciences 2 0,37% 2.590

Economics of Innovation and New Technology 2 0,37% 0.620

European Review of Agricultural Economics 2 0,37% 2.780

Health Care Management Review 2 0,37% 1.921

International Journal of Business Information

Systems 2 0,37% 0.266

International Journal of e-Business Research 2 0,37% 0.215

International Journal of Electronic Commerce 2 0,37% 1.853

International Journal of Electronic Marketing

and Retailing 2 0,37% 0.480

International Journal of Enterprise Information

Systems 2 0,37% 0.660

International Journal of Enterprise Network

Management 2 0,37% 0.190

International Journal of Operations and

Production Management 2 0,37% 3.339

International Journal of Research in Marketing 2 0,37% 1.775

International Journal of Tourism Research 2 0,37% 1.857

Journal of Business Communication 2 0,37% 0.208

Journal of Decision Systems 2 0,37% .0299

Journal of Economic Dynamics & Control 2 0,37% 1.000

Journal of Electronic Commerce in

Organizations 2 0,37% 0.148

Journal of Electronic Commerce Research 2 0,37% 0.835

Journal of Enterprise Information Management 2 0,37% 0.575

Journal of Evolutionary Economics 2 0,37% 0.862

Journal of Healthcare Management 2 0,37% 0.864

Journal of High Technology Management

Research 2 0,37% 0.405

Journal of Information Technology 2 0,37% 3.532

Journal of International Consumer Marketing 2 0,37% 0.420

Journal of International Food and Agribusiness

Marketing 2 0,37% 0.233

Journal of Internet Banking and Commerce 2 0,37% 2.700

Journal of Marketing Research 2 0,37% 3.700

Journal of Product and Brand Management 2 0,37% 0.659

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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32

Tabela 2 – Journals (por ordem decrescente de total de artigos da amostra) – continuação

Fator de Impacto

2015

Journal

Total de

Artigos da

Amostra

% da

Amostra

JCR SJR

Journal of Public Administration Research and

Theory 2 0,37% 5.730

Journal of Purchasing and Supply Management 2 0,37% 3.240

Journal of Retailing 2 0,37% 3.772

Journal of Science and Technology Policy

Management 2

0,37% 0.163

Journal of Services Marketing 2 0,37% 1.811

Management International Review 2 0,37% 1.516

Omega 2 0,37% 4.029

Public Management Review 2 0,37% 1.622

Revista Brasileira de Gestao de Negocios 2 0,37% 0.181

Southern Economic Journal 2 0,37% 0.499

Systems Research and Behavioral Science 2 0,37% 0.492

Total Quality Management and Business

Excellence 2 0,37% 0.652

World Development 2 0,37% 2.848

Young Consumers 2 0,37% 0.255

Fonte: dados da pesquisa (2019).

2.2.2 Procedimentos de Análise

Inicialmente, para a análise da citação, foi utilizado o software Bibexcel (Pilkington &

Meredith, 2009), que identificou os trabalhos mais representativos no campo, ou seja, os mais

citados. A análise de citações, apresentada na Tabela 3, mais a frente, reflete a frequência com

que os trabalhos individuais são referenciados em outros trabalhos (Vogel & Güttel, 2012).

Neste estudo, foram consideradas as referências com 16 ou mais citações, sendo que abaixo

desse número foram encontrados poucos autores citados.

Para a análise de cocitação foi usada uma matriz de coocorrência gerada no software

Bibexcel, com o uso complementar da análise fatorial e da rede de cocitação. A análise de

cocitação mede a similaridade a partir da frequência em que dois trabalhos são referenciados

em conjunto por outros trabalhos (Small, 1973; McCain, 1990). Este índice pode se alterar ao

longo do tempo e contribui para verificar as alterações de paradigmas e abordagens teóricas

de um tema (Zupic & Čater, 2015). A análise fatorial dá consistência e robustez aos trabalhos

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33

bibliométricos (McCain, 1990). Continuando as análises, foi utilizamos a análise fatorial com

rotação Varimax (Acedo, Barroso & Galan, 2006; Lin & Cheng, 2010), propiciando melhores

interpretações (Fabrigar, Wegener, MacCallum & Strahan, 1999). As cargas fatoriais

consideradas foram próximas ou superiores a 0,4. No que concerne ao padrão de correlação

entre as variáveis, a matriz de correlações deve exibir a maior parte dos coeficientes com

valor acima de 0,30. O teste de Kaiser-Meyer-Olklin (KMO) varia entre 0 e 1. São

considerados adequados valores acima de 0,5 (Shafique, 2013; Guerrazzi, Brandão, Campos

Junior & Lourenço, 2015).

Para nomear os fatores gerados, realizamos uma análise exploratória: foram lidos, a

partir da compreensão do conjunto do conteúdo, resumo, introdução, tema, contexto etc.. No

Apêncide I, constam os resumos de cada artigo. Com o software Ucinet – outro instrumento

bastante utilizado em estudos bibliométricos –, os fatores foram utilizados e sobrepostos na

representação de redes (Ramos-Rodríguez & Ruíz-Navarro, 2004; Lin & Cheng, 2010). A

rede apresenta a proximidade entre artigos e as suas ligações, representando o relacionamento

e a dimensão da quantidade de citações em conjunto. A partir desse ponto, a análise fatorial

foi rodada com o uso do software SPSS e a rede de cocitação com o uso do software Ucinet, a

fim de gerar um diagrama, permitindo visualizar a formação de redes entre estes artigos.

Para o pareamento bibliográfico, por meio do software Bibexcel, foi gerada uma

matriz de coocorrências das referências de cada par de artigos da amostra, preservando-se os

artigos que possuíam, no mínimo, 16 pareamentos (laços > 15) – força do pareamento –, com

no mínimo um documento (nó ≥ 1) – força do relacionamento. O pareamento bibliográfico

existe quando dois artigos citam um ou mais artigos em comum. Ou seja, o mesmo artigo (nó

≥ 1) é citado 16 vezes ou mais (laços > 15). Quanto maior a quantidade de pareamentos,

maior a quantidade de vezes em que o mesmo artigo é citado por outros autores. A amostra,

com 41 artigos, com o ajuste da fatorial, ficou reduzida para 39 artigos no modelo final. Com

a matriz composta pelos 39 artigos, o software Ucinet gerou um diagrama, permitindo

visualizar a formação de redes entre estes artigos. Da mesma forma que ocorreu na análise de

cocitação, usando os mesmos parâmetros (matriz no BibExcel, análise fatorial e geração de

rede), também foi realizada uma análise exploratória, ou seja, todos os artigos que compõem a

amostra foram lidos e identificados nos respectivos fatores.

A relação entre os resultados de cocitação e de pareamento foi representada por uma

matriz de coocorrência entre as referências que compõem a cocitação e os artigos do

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34

pareamento. A partir desta matriz, identificamos a influência do conteúdo intelectual

(cocitação) na pesquisa atual (pareamento), permitindo representar, graficamente, as relações

existentes (o passo a passo da bibliometria encontra-se no Anexo I deste trabalho).

2.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta seção, são apresentados os resultados da pesquisa. São apresentados a análise

das citações, com os 41 artigos, a análise das cocitações, com os dois fatores encontrados por

meio da análise fatorial, as ligações da rede de cocitação (representada graficamente), o

pareamento bibliográfico, com os quatro fatores encontrados por meio da análise fatorial e as

ligações da rede de pareamento (representada graficamente), bem como suas respectivas

análises embasadas na literatura.

2.3.1 Análise das Citações

Os 41 trabalhos com 16 ou mais citações – objeto de análise – são apresentados na

Tabela 3. O resumo de cada um destes trabalhos está apresentado no Apêndice I.

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35

Tabela 3 – Total de Artigos por Citação (por ordem decrescente de quantidade de citações)

Referências Citações

Rogers, E. M. (1962). Diffusion of Innovations. New York: The Free Press. 398

Tornatzky, L. G. & Klein, K. J. 1982. Innovation Characteristics and Innovation

Adoption-implementation: A Meta-analysis of Findings. IEEE Transactions on

Engineering Management, 29 (1), 28-45. doi: 10.1109/Tem.1982.6447463 88

Davis, F. (1989). Perceived Usefulness, Perceived Ease of Use, and User

Acceptance of Information Technology. MIS Quarterly, 13 (3), 319-340.

doi:10.2307/249008 78

Damanpour, F. (1991). Organizational Innovation: A Meta-Analysis of Effects of

Determinants and Moderators. Academy of Management, 34 (3), 555-590. doi:

10.2307/256406 72

Venkatesh, V., Morris, M., Davis, G. & Davis, F. (2003). User Acceptance of

Information Technology: Toward a Unified View. MIS Quarterly, 27 (3), 425-478.

doi:10.2307/30036540 52

Kimberly, J. R. & Evanisko, M. J. (1981). Organizational Innovation: The

Influence of Individual, Organizational, and Contextual Factors on Hospital

Adoption of Technological and Administrative Innovations. Academy

Management, 24 (4), 689-713. doi: 10.2307/256170 51

Zaltman, G., Duncan, R. & Holbeck, J. (1973). Innovation and Organizations.

New York: John Wiley. 49

Moore, G. C. & Benbasat, I. (1991). Development of an Instrument to Measure the

Perceptions of Adopting an Information Technology Innovation. Information

Systems Research, 12 (3), 192-222. doi: 10.1287/Isre.2.3.192 47

Davis, F., Richard, D., Bagozzi, P. & Warshaw, P. R. (1989). User Acceptance of

Computer Technology: A Comparison of Two Theoretical Models. Management

Science, 35 (8), 982-1003. doi: 10.1287/Mnsc.35.8.982 46

Fishbein, M. & Ajzen, I. (1975). Belief, Attitude, Intention, and Behavior: An

Introduction to Theory and Research. Reading, MA: Addison-Wesley. 44

Tornatzky, L. G., Fleischer, M. & Chakrabarti, A. K. (1990). The Processes of

Technological Innovation. Lexington, Mass.: Lexington Books. 41

Venkatesh, V. & Davis, F. D. (2000). A Theoretical Extension of the Technology

Acceptance Model: Four Longitudinal Field Studies. Management Science, 46 (2),

186-204. doi: 10.1287/Mnsc.46.2.186.11926 40

Dewar, R. D. & Dutton, J. E. (1986). The Adoption of Radical and Incremental

Innovations: An Empirical Analysis. Management Science, 32 (11), 1422-1433.

doi: 10.1287/Mnsc.32.11.1422 38

Frambach, R. T. & Schillewaert, N. (2002). Organizational Innovation Adoption:

A Multi-level Framework of Determinants and Opportunities for Future Research.

Journal of Business Research, 55 (2), 163-176. doi: 10.1016/S0148-

2963(00)00152-1 37

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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36

Tabela 3 – Total de Artigos por Citação (por ordem decrescente de quantidade de citações) –

continuação

Referências Citações

Cohen, W. M. & Levinthal, D. A. (1990). Absorptive Capacity: A New

Perspective on Learning and Innovation. Administrative Science Quarterly, 35 (1),

128-152. doi: 10.2307/2393553 36

Rogers, E. M. & Shoemaker, F. F. (1971). Communication of Innovation: A Cross-

cultural Approach. New York: The Free Press. 36

DiMaggio, P. J. & Powell, W. W. (1983). The Iron Cage Revisited: Institutional

Isomorphism and Collective Rationality in Organizational Fields. American

Sociological Review, 48 (2), 147-160. doi: 10.2307/2095101 33

Ajzen, I. (1991). The Theory of Planned Behavior. Organizational Behavior and

Human Decision Processes, 50 (2), 179-211. doi: org/10.1016/0749-

5978(91)90020-T 32

Bass, F. M. (1969). A New Product Growth for Model Consumer Durables.

Management Science, 15 (5), 215-227. doi: 10.1287/Mnsc.15.5.215 32

Schumpeter, J. A. (1934). The Theory of Economic Development: An Inquiry into

Profits, Capital, Credit, Interest, and the Business Cycle. New Brunswick:

Transaction Publishers. 31

Cooper, R. B. & Zmud, R. W. (1990). Information Technology Implementation

Research: A Technological Diffusion Approach. Management Science, 36 (2),

123-139. doi: 10.1287/Mnsc.36.2.123 31

Downs, G. W. Jr. & Mohr, L. B. (1976). Conceptual Issues in the Study of

Innovation. Administrative Science Quarterly, 21 (4), 700-714. doi:

10.2307/2391725 30

Meyer, A. D. & Goes, J. B. (1988). Organizational Assimilation of Innovations: A

Multilevel Contextual Analysis. Academy of Management, 31 (4), 897-923. doi:

10.2307/256344 29

Thong, J. Y. L. (1999). An Integrated Model of Information Systems Adoption in

Small Businesses. Journal of Management Information Systems, 15 (4), 187-214. 29

Gatignon, H. & Robertson, T. S. (1985). A Propositional Inventory for New

Diffusion Research. Journal of Consumer Research, 11 (4), 849–867. doi:

org/10.1086/209021 29

Ajzen, I. & Fishbein, M. (1980). Understanding Attitudes and Predicting Social

Behavior. Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall. 28

Taylor, S. & Todd, P. A. (1995). Understanding Information Technology Usage: A

Test of Competing Models. Information Systems Research, 6 (2), 144-176. doi:

org/10.1287/isre.6.2.144 26

Swanson, E. B. (1994). Information Systems Innovation Among Organizations.

Management Science, 40 (9), 1069-1092. doi: 10.1287/Mnsc.40.9.1069 25

Attewell, P. (1992). Technology Diffusion and Organizational Learning: The Case

of Business Computing. Organization Science, 3 (1), 1-19. doi: 10.1287/Orsc.3.1.1 23

Kwon, T. H. & Zmud, R. W. (1987). Unifying the Fragmented Models of

Information Systems Implementation. In: Critical Issues in Information Systems

Research, 227-251. New York: John Wiley & Sons, Inc. 23

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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37

Tabela 3 – Total de Artigos por Citação (por ordem decrescente de quantidade de citações) –

continuação

Referências Citações

Agarwal, R. & Prasad, J. (1997). The Role of Innovation Characteristics and

Perceived Voluntariness in the Acceptance of Information Technologies. Decision

Sciences, 28 (3), 557–582. doi: 10.1111/j.1540-5915. 1997.tb01322.x 23

Daft, R. L. (1978). A Dual-Core Model of Organizational Innovation. Academy of

Management, 21 (2), 193-210. doi: 10.2307/255754 22

Mathieson, K. (1991). Predicting User Intentions: Comparing the Technology

Acceptance Model with the Theory of Planned Behavior. Information Systems

Research, 2 (3), 173-191. doi: org/10.1287/isre.2.3.173 22

Abrahamson, E. (1991). Managerial Fads and Fashions: The Diffusion and

Rejection of Innovations. The Academy of Management Review, 16 (3), 586-612.

doi: 10.2307/258919 22

Karahanna, E., Straub, D. & Chervany, N. (1999). Information Technology

Adoption Across Time: A Cross-Sectional Comparison of Pre-Adoption and Post-

Adoption Beliefs. MIS Quarterly, 23 (2), 183-213. doi: 10.2307/249751 21

Midgley, D. F. & Dowling, G. R. (1978). Innovativeness: The Concept and Its

Measurement. Journal of Consumer Research, 4 (4), 229–242. doi:

org/10.1086/208701 21

Premkumar, G., Ramamurthy, K. & Nilakanta, S. (1994). Implementation of

Electronic Data Interchange: An Innovation Diffusion Perspective. Journal of

Management Information Systems, 11 (2), 157–187. doi:

org/10.1080/07421222.1994.11518044 21

Nord, W. R. & Tucker, S. (1987). Implementing Routine and Radical Innovations.

Lexington: Lexington Books. 20

Barney, J. (1991). Firm Resources and Sustained Competitive Advantage. Journal

of Management, 17 (1), 99-120. doi: org/10.1177/014920639101700108 16

Garcia, R. & Calantone, R. (2002). A Critical Look at Technological Innovation

Typology and Innovativeness Terminology: A Literature Review. The Journal of

Product Innovation Management, 19 (2), 110-132. doi: 10.1111/1540-

5885.1920110 16

Hofstede, G. (1980). Culture’s Consequences: International Differences in Work-

Related Values. Beverly Hills: Sage Publications Inc. 16

Fonte: dados da pesquisa (2019).

O livro de Rogers (1962) é o mais citado (398 citações). Nesse livro, Everett M.

Rogers explica como inovações se espalham por meio de canais de comunicação ao longo do

tempo. Tais inovações são inicialmente percebidas como incertas e até arriscadas. Para

superar essa incerteza, a maioria das pessoas procura outras pessoas que já adotaram a nova

ideia. Assim, o processo de difusão consiste em alguns indivíduos que adotam primeiro uma

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38

inovação e depois espalham a notícia desta adoção entre o círculo de conhecidos - um

processo que normalmente leva meses ou anos (Rogers, 1962).

Alguns trabalhos analisados nesta pesquisa tratam de diversos temas, em geral,

debatendo a difusão de inovações e sua importância para o desempenho organizacional

(Abrahamson, 1991; Attewell, 1992; Bass, 1969; Cohen & Levinthal, 1990; Cooper & Zmud,

1990; Daft, 1978; Damanpour, 1991; Dewar & Dutton, 1986; Downs & Mohr, 1976;

Frambach & Schillewaert, 2002; Garcia & Calantone, 2002; Kimberly & Evanisko, 1981;

Kwon & Zmud, 1987; Meyer & Goes, 1988; Nord & Tucker, 1987; Rogers & Shoemaker,

1971; Swanson, 1994; Tornatzky & Klein, 1982; Tornatzky, Fleischer & Chakrabarti, 1990;

Zaltman, Duncan & Holbeck, 1973). De predominância qualitativa (ver Miles & Huberman,

1994), alguns destes trabalhos concentram-se em revisões sistemáticas da literatura, nas quais

os autores realizam metanálises, com o objetivo de concentrar em, um só trabalho, resultados

de vários outros e definir o atual status do conhecimento sobre um determinado problema de

pesquisa, tornando desnecessária a consulta sistemática a trabalhos mais antigos (ver Glass,

1976; Hunter, Schmidt & Jackson, 1982). A presença de autores como Barney (1991),

DiMaggio e Powell (1983) e Schumpeter (1934) indicam a relação existente entre adoção da

inovação e recursos e vantagem competitiva das organizações, postura isomórfica e o conceito

de inovação, respectivamente.

Os demais trabalhos apresentados na Tabela 3 discutem a relação entre a aceitação ou

rejeição da inovação, a influência dos atributos da inovação na aceitação ou rejeição e o

processo de adoção (Agarwal & Prasad, 1997; Ajzen & Fishbein, 1980; Ajzen, 1991; Davis,

1989; Davis, Richard, Bagozzi & Warshaw, 1989; Fishbein & Ajzen, 1975; Gatignon &

Robertson, 1985; Hofstede, 1980; Karahanna, Straub & Chervany, 1999; Mathieson, 1991;

Midgley & Dowling, 1978; Moore & Benbasat, 1991; Premkumar, Ramamurthy & Nilakanta,

1994; Taylor & Todd, 1995; Thong, 1999; Venkatesh & Davis, 2000; Venkatesh, Morris,

Davis & Davis, 2003). Dentre estes trabalhos, alguns apresentam frameworks ou modelos de

análise para realizar comparações entre diferentes situações e abordagens, definir o domínio

ou os limites de uma situação, descrever o contexto ou argumentar a validade de uma

descoberta e suportar o desenvolvimento de procedimentos, técnicas ou métodos e

ferramentas (ver Anderson, Sweeney, Williams, Camm, & Martin, 2011; Eppen, Gould &

Schmidt, 1987; Harding & Long, 1998); Odeh & Kamm, 2003; Shehabuddeen, Probert, Phaal

& Platts, 2000; Zilbovicius, 1997).

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39

2.3.2 Análise de Cocitação

Por meio da análise fatorial, dois fatores foram identificados, conforme Tabela 4.

Tabela 4 – Análise Fatorial para a Cocitação

Fator

Referência 1 2

Dewar & Dutton (1986) ,920 ,160 Meyer & Goes (1988) ,918 ,233 Downs & Mohr (1976) ,908 ,240 Daft (1978) ,902 -,039 Nord & Tucker (1987) ,900 ,005 Zaltman et al. (1973) ,886 ,294 Kimberly & Evanisko (1981) ,882 ,245 Cohen & Levinthal (1990) ,865 ,238 Abrahamson (1991) ,861 ,382 Schumpeter (1934) ,847 ,414 Damanpour (1991) ,827 ,340 Tornatzky & Klein (1982) ,797 ,499 Dimaggio & Powell (1983) ,773 ,439 Garcia & Calantone (2002) ,761 ,512 Barney (1991) ,752 ,519 Rogers & Schoemaker (1971) ,743 ,537 Swanson (1994) ,722 ,466 Kwon & Zmud (1987) ,713 ,559 Frambach & Schillewaert (2002) ,710 ,627 Attewell (1992) ,709 ,466 Tornatzky et al. (1990) ,686 ,646 Bass (1969) ,685 ,522 Cooper & Zmud (1990) ,633 ,626 Mathieson (1991) ,105 ,941 Taylor & Todd (1995) ,080 ,933 Venkatesh & Davis (2000) ,133 ,908 Karahanna et al. (1999) ,293 ,904 Venkatesh et al. (2003) ,208 ,903 Davis et al. (1989) ,220 ,902 Ajzen (1991) ,273 ,902 Ajzen & Fishbein (1980) ,295 ,899 Fishbein & Ajzen (1975) ,331 ,887 Agarwal & Prasad (1997) ,436 ,858 Davis (1989) ,394 ,827 Moore & Benbasat (1991) ,527 ,797 Midgley & Dowling (1978) ,565 ,696 Gatignon & Robertson (1985) ,622 ,678 Thong (1999) ,613 ,659 Hofstede (1980) ,584 ,650 Premkumar et al. (1994) ,587 ,638 Rogers (1962) ,322 ,550

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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40

A análise fatorial é uma técnica da estatística destinada a representar um processo

aleatório multivariado, por meio da criação de novas variáveis, derivadas das variáveis

originais e, geralmente, em menor número, que representa as comunalidades do processo

restando às variáveis espúrias não descritas pelo modelo fatorial. Comunalidade é a proporção

de variabilidade de cada variável que é explicada pelos fatores. O valor da comunalidade é o

mesmo, independentemente houver uso de cargas fatoriais de fatores não rotacionados ou

cargas fatoriais de fatores rotacionados para a análise. A denominação da análise multivariada

corresponde a um grande número de métodos e técnicas que utilizam simultaneamente todas

as variáveis na interpretação teórica do conjunto de dados obtidos.

Com a análise fatorial, o pesquisador pode primeiro identificar as dimensões separadas

da estrutura e então determinar o grau em que cada variável é explicada por cada dimensão.

Uma vez que essas dimensões e a explicação de cada variável estejam determinadas, os dois

principais usos da análise fatorial – resumo e redução de dados – podem ser conseguidos. Ao

resumir os dados, a análise fatorial obtém dimensões latentes que, quando interpretadas e

compreendidas, descrevem os dados em um número muito menor de conceitos do que as

variáveis individuais originais. A redução de dados pode ser conseguida calculando-se os

escores para cada dimensão latente e substituindo-se as variáveis originais pelos mesmos.

O resumo apresentado no Apêndice I foi realizado com base na leitura dos trabalhos e

possibilitou diferenciar os dois fatores que identificam os estudos mais citados sobre cada

fator. São eles: o fator 1 (FC1), denominado “Difusão da Inovação” e o fator 2 (FC2),

denominado “Adoção da Inovação”. Cabe ressaltar que a intenção não foi esgotar o estudo,

mas sim trazer uma maior compreensão sobre os subcampos que auxiliam a pesquisa (Vogel

& Güttel, 2013), fundamentando o tema de estudo. Vale lembrar ainda que o resumo de cada

trabalho está na mesma ordem dos títulos da Tabela 4 – Análise Fatorial para a Cocitação, no

final da tese.

O fator 1 (FC1) – Difusão da Inovação, composto por 23 trabalhos, traz a teoria da

Difusão da Inovação de Rogers (1962), analisada sobre vários aspectos. Todos os autores

tentam responder à pergunta principal: como as inovações se difundem? (ver, por exemplo,

Rogers & Schoemaker, 1971). Para responder a esta e outras questões, Tornatzky et al.

(1990), Cooper e Zmud (1990) e Frambach e Schillewaert (2002) colocam o papel do gestor

como fator preponderante na adoção e implementação da inovação e sua difusão. Este papel,

no processo de difusão, desdobra-se em uma série de decisões para avaliar, adotar e

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41

implementar novas tecnologias, bem como uma correta avaliação dos atributos da inovação

(ver, por exemplo, Meyer & Goes, 1988; Zaltman et al., 1973). Principalmente, quando se

trata do tipo de inovação a ser adotada – radical (um tipo de criação que altera toda a base do

processo ou produto), disruptiva (criação totalmente nova), incremental (causa mudanças

graduais no processo ou produto) – (ver Daft, 1978; Damanpour, 1991; Dewar & Dutton,

1986; Kimberly & Evanisko, 1981).

Ao longo da literatura, na tentativa de entender quando e como inovações

tecnicamente ineficientes se difundem ou quando e como inovações tecnicamente eficientes

são rejeitadas, vários autores discutem as implicações entre adoção e rejeição de uma

inovação (ver Abrahamson, 1991; Nord & Tucker, 1987). Esta relação está ligada diretamente

aos atributos da inovação apresentadas por Rogers (1962) (ver, por exemplo, Tornatzky &

Klein, 1982). Estes atributos podem diferenciar inovação de inovatividade. Segundo o Manual

de Oslo, inovação é, a introdução de algo novo em qualquer atividade humana. Inovatividade,

termo defendido por Hult, Hurley & Knight (2004), é a cultura de empresas que têm a busca

de novas ideias de desenvolvimento de novos produtos e serviços inerentes em sua gestão,

bem como a aplicação de cada uma delas contribui no processo de difusão (ver Downs &

Mohr, 1976; Garcia & Calantone, 2002).

Rogers (1962) define difusão como o processo no qual uma inovação é comunicada

por meio de certos canais ao longo do tempo entre os membros de um sistema social.

Conforme expresso nesta definição, a inovação, os canais de comunicação, o tempo e o

sistema social são os quatro componentes-chave da difusão de inovações. Neste ponto, os

trabalhos de Schumpeter (1934) e Barney (1991) concluem o raciocínio de Rogers (1962),

quando o primeiro esclarece a definição de inovação e o segundo explana sobre o conceito de

fontes ou recursos para a vantagem competitiva sustentável (neste caso, os recursos seriam os

canais de comunicação, o tempo e o sistema social) para a difusão da inovação.

O fator 2 (FC2) – Adoção da Inovação, composto por 18 trabalhos, faz uma ampla

varredura no processo de difusão e trata o termo aceitação como fator-chave na adoção da

inovação (ver Davis, 1989). Rogers (1962) afirma que a adoção é uma decisão de uso pleno

de uma inovação como o melhor curso de ação disponível – aceitação – e a rejeição é uma

decisão de não adotar uma inovação. Esta dualidade entre aceitação e rejeição é tratada de

forma detalhada nos trabalhos do fator 2. Esses trabalhos incluem modelos inter-relacionados

que abordam os processos de formação e mudança de crenças, atitudes e intenções (ver, por

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exemplo, Fishbein & Ajzen, 1975), modelos comparativos com a intenção de adotar (ver, por

exemplo, Mathieson, 1991; Taylor & Todd, 1995) e proposta de novos modelos: nos quais a

difusão se aplica ao fluxo de informações, ideias e produtos (Gatignon & Robertson, 1985),

nos quais as características do tomador de decisão, as características organizacionais e as

características ambientais são principais determinantes da adoção da invação (Thong, 1999).

Por meio das características, os processos de influência social (norma subjetiva,

voluntariedade e imagem) e os processos instrumentais cognitivos (relevância no trabalho,

qualidade de resultados, demonstrabilidade do resultado e facilidade de uso percebida)

influenciam significativamente a aceitação da adoção (Venkatesh & Davis, 2000; Venkatesh

et al., 2003).

Para finalizar a análise dos fatores encontrados, a Teoria do Comportamento Planejado

e a Teoria da Ação Racional são usadas para explicar quais são as influências exercidas para a

aceitação da adoção. Assim, as intenções de realizar comportamentos de diferentes tipos

podem ser previstas com alta precisão de atitudes em relação ao comportamento, normas

subjetivas e controle comportamental percebido. Essas intenções, juntamente com as

percepções do controle comportamental, são responsáveis por considerável variação no

comportamento real (Ajzen, 1991; Ajzen & Fishbein, 1980). Alguns autores preconizam

fatores determinantes que influenciam a aceitação no processo da adoção: as percepções

individuais (Agarwal & Prasad, 1997; Moore & Benbasat, 1991), a natureza da inovatividade

(Midgley & Dowling, 1978), cultura corporativa (Hofstede, 1980) e atributos da inovação

(Premkumar et al., 1994).

2.3.3 Ligações da Cocitação

A rede de cocitação apresenta as ligações dos artigos. Cada fator foi representado por

uma figura geométrica. A Figura 3 apresenta a rede de cocitação, em conjunto com os fatores,

conforme a legenda.

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43

Legenda:

Fator 1 (FC1) – Difusão da Inovação

Fator 2 (FC2) – Adoção da Inovação

Figura 3: Rede de Cocitação

Fonte: dados coletados do ISI – Web of Knowledge e Scopus (2018).

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44

Quanto maior a dimensão da figura geométrica da rede, mais citado é o autor, sendo

que o trabalho mais citado foi o de Rogers (1962). Seu índice de centralidade indica que esse

trabalho seminal exerce um papel central ao se ligar a grande maioria dos nós. Ele influencia

os dois fatores, com preponderância maior para o fator 1 – FC1 (difusão da inovação).

Quanto mais próximos os outros autores estão de Rogers (1962), maior é a

comunicação com muitos autores em uma rede. Os vínculos (laços), mais fortes ou mais

fracos, apresentam um fluxo para Rogers (1962). Mesmo os nós (autores) mais afastados

citam Rogers (1962) de forma direta ou por meio de outros autores (intermediação).

Os autores que têm relacionamentos mais distantes – por exemplo, Mathieson (1991)

ou Taylor e Todd (1995) possuem ligações fracas, ou seja, estão envolvidos em menor grau.

Já os mais próximos, por exemplo, Meyer e Goes (1988) e Downs e Mohr (1976), têm

envolvimento maior (ligações fortes).

2.3.4 Pareamento Bibliográfico (Bibliografic Coupling – BC)

Por meio da análise fatorial, realizada para o pareamento bibliográfico, foram

identificados 39 trabalhos. O resumo de cada trabalho – com títulos apresentados na mesma

ordem da Tabela 5 – Análise Fatorial para o Pareamento Bibliográfico, no final da tese,

encontra-se no Apêndice I, após o resumo dos trabalhos da análise de cocitação. Os quatro

fatores encontrados (Tabela 6) foram nomeados utilizando-se o mesmo método da cocitação:

a realização da leitura de cada artigo e identificação do fator. Os fatores nomeados são: Fator

1 (FP1) - Atributos da Inovação; Fator 2 (FP2) - Fatores Determinantes da Adoção; Fator 3

(FP3) - Inovatividade; Fator 4 (FP4) – Curva da Difusão.

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Tabela 5 – Análise Fatorial para o Pareamento Bibliográfico

Referência Fator

1 2 3 4

Zolait (2014) ,902 ,180 ,065 ,070

Ilie et al. (2005) ,846 ,129 ,016 ,035

Hardgrave et al. (2003) ,778 ,094 -,040 -,022

Fallan (2015) ,775 ,362 ,173 ,126

Bhatnagar & Gopalaswamy (2017) ,709 ,378 ,206 ,091

Flight et al. (2011) ,701 ,406 ,246 ,129

He et al. (2006) ,679 ,652 ,074 ,081

Jiang (2009) ,675 ,403 -,060 -,006

Pham & Ho (2015) ,656 ,589 ,091 ,034

Kishore & McLean (2007) ,625 ,553 -,075 -,006

Rao & Troshani (2007) ,617 ,436 -,084 -,042

Premkumar et al. (2008) ,577 ,006 -,153 -,130

Gupta & Arora (2017) ,538 -,124 -,134 -,114

Glavee-Geo et al. (2017) ,535 -,113 -,128 -,106

Makanyeza (2017) ,528 -,118 -,130 -,110

Lafreniere et al. (2012) ,526 ,507 -,095 -,041

Sepasgozar et al. (2016) ,428 ,421 ,301 ,158

Tabak & Barr (1998) -,108 ,831 ,080 ,065

Lohtia & Murakoshi (1999) -,108 ,831 ,080 ,065

Hameed & Counsell (2014) ,123 ,780 -,054 -,001

Sharma & Rai (2003) ,126 ,744 ,109 ,068

Hameed & Counsell (2012) -,161 ,699 -,116 -,094

Lee & Xia (2006) ,018 ,695 -,098 -,050

Franquesa & Brandyberry (2011) ,333 ,631 -,153 -,067

Gallivan (2001) ,309 ,576 -,096 -,146

Unsworth et al. (2012) ,336 ,570 ,284 -,016

Gounaris & Koritos (2012) ,404 ,553 -,078 -,128

Adams et al. (2011) ,339 ,486 ,078 -,095

Azam (2015) ,247 ,456 -,134 -,156

Hameed et al. (2012) ,307 ,401 -,064 -,107

Nystrom et al. (2002) -,053 -,076 ,839 -,068

Damanpour & Schneider (2008) -,047 ,074 ,825 -,007

Damanpour & Wischnevsky (2006) -,034 -,032 ,805 -,058

Damanpour & Gopalakrishnan (1998) -,062 -,087 ,696 -,057

Damanpour & Schneider (2006) -,033 -,041 ,662 -,061

Jensen (2004) -,030 -,048 -,060 ,897

Hoppe (2002) -,030 -,048 -,060 ,897

Jensen (2003) -,038 -,058 -,062 ,717

Jensen (2001) -,039 -,059 -,062 ,661

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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O fator 1 (FP1) do pareamento é composto por 17 artigos, nos quais os autores

discutem e analisam os atributos da adoção apresentados por Rogers (1962) em seu livro

Difusão da Inovação (vantagem relativa, compatibilidade, complexidade, testabilidade e

observabilidade). Embora o questionamento seja o mesmo – quais atributos favorecem a

adoção (ver, principalmente, Bhatnagar & Gopalaswamy, 2017; He et al., 2006; Makanyeza,

2017; Pham & Ho, 2015) –, determinados autores procuram evidenciar em que grau cada

atributo induz à adoção, com escalas de medição, inclusive (ver, por exemplo, Fallan, 2015;

Flight, D’Souza & Allaway, 2011; Ilie, Slyke, Green & Lou, 2005). Outros autores, a maioria,

relacionam os atributos com as teorias do comportamento e da ação racional (Glavee-Geo,

Shaikh & Karjaluoto, 2017; Gupta & Arora, 2017; Hardgrave, Davis & Riemenschneider,

2003; Jiang, 2009; Premkumar, Ramamurthy & Liu, 2008; Rao & Troshani, 2007). Alguns

autores deste fator evidenciaram outros atributos que podem favorecer ou não à adoção (ver

Kishore & McLean, 2007; Lafreniere, Hunter & Deshpande, 2012). Apenas Sepasgozar,

Loosemore & Davis (2016) e Zolait (2014) realizaram uma ampla revisão da literatura acerca

de trabalhos sobre os atributos da inovação e suas influências nas adoções.

No fator 2 (FP2), são discutidos os fatores determinantes da adoção. Autores como

Sharma e Rai (2003), Tabak e Barr (1998), Gallivan (2001) e Gounaris & Koritos (2012)

relacionam a adoção aos fatores individuais – características dos líderes ou gestores. Outros

autores analisam os fatores determinantes às características organizacionais – tamanho, tipo,

escopo, estrutura e ambiente (ver, por exemplo, Franquesa & Brandyberry, 2011; Lee & Xia,

2006; Unsworth, Sawang, Murray, Norman & Sorbello, 2012). Utilizando o recurso da meta-

análise, Hameed & Counsell (2014) identificaram os principais fatores da adoção da inovação

ou tecnologia que influenciam a adoção na organização. Com a mesma metodologia, em um

trabalho anterior, Hameed & Counsell (2012) verificaram a significância da pressão

competitiva, apoio do governo, pressão externa (fatores da teoria institucional), atitude do

CEO, inovatividade do CEO e conhecimento de TI do CEO na adoção de inovação nas

organizações. Azam (2015), também, analisa a relação entre a teoria institucional e a

influência na adoção da organização. Partindo do pressuposto de que as inovações são

complexas e multidimensionais, Adams, Tranfield e Denyer (2011) abordam a questão da

classificação da inovação e quais seriam os fatores preponderantes na adoção desta. Já para

Lohtia e Murakoshi (1999), as vantagens percebidas, a testabilidade e a observabilidade de

uma inovação que envolve reengenharia, redesenho e a informatização da cadeia de

suprimentos têm um impacto significativo em sua adoção. Por último, Hameed, Counsell e

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Swift (2012) desenvolveram um modelo conceitual completo para o processo de adoção de

inovação nas organizações. O modelo utiliza a teoria de Difusão de Inovação (DOI), Teoria

da Ação Racional (TRA), Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM), Teoria do

Comportamento Planejado (TPB) e um framework que contém os fatores da adoção de

inovação, organização, ambiente, diretor executivo (CEO) e aceitação do usuário.

No fator 3 (FP3), encontramos discussões sobre a inovatividade (grau em que um

indivíduo ou organização realiza a adoção) é antecedente na adoção de novas ideias, em

comparação com os outros membros de um sistema. Os trabalhos verificados neste fator

discutem o papel do clima organizacional, que afeta os impactos do contexto organizacional

na inovatividade (Nystrom, Ramamurthy, & Wilson, 2002). Estes artigos discutem a relação

entre características de inovação, características de gestores e adoção de inovações, ou seja, a

inovatividade em organizações públicas (Damanpour & Schneider, 2008), a distinção entre

organizações geradoras de inovação e adotantes da inovação, que contribuiriam para

esclarecer a relação entre inovação e tamanho, o papel da radicalidade da inovação e a seleção

de medidas apropriadas de inovação (Damanpour & Wischnevsky, 2006).

Damanpour e Gopalakrishnan (1998) analisam as organizações que funcionam em um

ambiente estável, que têm estruturas mecanicistas e se presumem não inovativas, enquanto

aquelas em um ambiente instável têm estruturas orgânicas e se presumem serem inovativas.

Por outro lado, Damanpour e Schneider (2006) apresentam a inovatividade sobre os efeitos

das características ambientais, organizacionais e dos gestores de topo sobre a iniciação,

decisão de adoção e implementação da inovação.

No último fator – curva da difusão (fator 4 – FP4), a variável tempo permite aos

pesquisadores classificarem as categorias de adotantes e traçarem curvas de difusão, ou seja, a

adoção de uma inovação segue uma curva normal em forma de “sino”, quando plotada ao

longo do tempo com base na frequência. Se o número acumulado de adotantes for plotado, o

resultado será uma curva em forma de “s”. Jensen, em seus trabalhos, discute se grandes

empresas, geralmente, adotam mais cedo a inovação (Jensen, 2004) e as vantagens e

desvantagens do pioneiro (inovador), analisando um problema em que toda a sequência de

movimentos é repetida (isto é, as empresas podem adotar a inovação ou não em mais de um

período), fornecendo resultados sobre as implicações intertemporais de ser um pioneiro

(Jensen, 2003).

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Para Jensen (2001), a curva de difusão tem maior probabilidade de ser em forma de

“s” (Jensen, 2001) quanto mais competitiva for a indústria e o custo marginal de adoção, o

custo unitário de produção pré-inovação ou menor for a demanda. Hoppe (2002) propõe, em

sua análise, que o momento e a natureza da adoção de novas tecnologias são questões

fundamentais que interferem, incisivamente, na curva da difusão.

2.3.5 Ligações do Pareamento Bibliográfico (Bibliografic Coupling – BC)

A rede de pareamento bibliográfico apresenta os nós, que são os artigos pertencentes à

amostra estudada, e as linhas, que representam as referências compartilhadas. Da mesma

forma que na cocitação, cada fator foi representado por uma figura geométrica, conforme

legenda (Figura 4).

A partir da análise da rede em questão, foi possível verificar a existência de vários

autores com alto e baixo graus de centralidade. A centralidade é uma medida de importância

de um vértice em um grafo. Existem diferentes tipos de medidas de centralidade de um vértice

num grafo que determinam a importância relativa e que permitem, por exemplo, estimar-se o

quanto uma pessoa é influente dentro de uma rede social. Quanto mais alto o grau, mais

influente é esse autor dentro da rede. Após a análise, o software Ucinet gerou uma lista de

autores com alto grau e menor grau de centralidade, como pode ser visualizado na Tabela 6.

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Tabela 6 – Grau de Centralidade do Pareamento Bibliográfico

Referência Grau de Centralidade

Hameed et al. (2012) 297.000

Azam (2015) 296.000

Gallivan (2001) 251.000

Gounaris & Koritos (2012) 202.000

Adams et al. (2011) 184.000

Unsworth et al. (2012) 149.000

Hameed & Counsell (2014) 132.000

Rao & Troshani (2007) 97.000

Pham & Ho (2015) 95.000

Damanpour & Schneider (2006) 91.000

Jiang (2009) 89.000

Hameed & Counsell (2012) 74.000

Damanpour & Wischnevsky (2006) 73.000

Damanpour & Schneider (2008) 68.000

Bhatnagar & Gopalaswamy (2017) 63.000

Sharma & Rai (2003) 62.000

He et al. (2006) 60.000

Flight et al. (2011) 55.000

Lee & Xia (2006) 50.000

Nystrom et al. (2002) 49.000

Lafreniere et al. (2012) 46.000

Fallan (2015) 44.000

Sepasgozar et al. (2016) 43.000

Jensen (2001) 40.000

Kishore & McLean (2007) 39.000

Jensen (2003) 38.000

Glavee-Geo et al. (2017) 36.000

Damanpour & Gopalakrishnan (1998) 35.000

Makanyeza (2017) 34.000

Zolait (2014) 32.000

Premkumar et al. (2008) 32.000

Gupta & Arora (2017) 31.000

Hardgrave et al (2003) 31.000

Franquesa & Brandyberry (2011) 23.000

Hoppe (2002) 23.000

Ilie et al. (2005) 21.000

Lohtia & Murakoshi (1999) 21.000

Tabak & Barr (1998) 21.000

Jensen (2004) 21.000

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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50

É importante notar que os autores componentes do fator 4 (FP4) – curva da difusão –

formam um grupo “fechado” que “conversam” entre eles (são somente dois autores) e estão

totalmente afastados da rede principal do pareamento (como se fossem duas redes distintas).

Pode-se entender que o fator curva da difusão é um tema específico que não possui relação

com os demais fatores.

Na Tabela 6 – Graus de Centralidade, nota-se que os dois primeiros autores, Hameed

et al. (2012) e Azam (2015), com o maior grau de centralidade, pertencem ao fator 2 – fatores

determinantes da adoção. No fator 1 – atributos da inovação, os dois primeiros artigos que

possuem os maiores graus de centralidade são de autoria de Rao e Troshani (2007) e Pham e

Ho (2015). Quando se observa a rede, estes quatro nós possuem vínculos, sejam diretos ou

intermediados, com outros nós (autores).

Também é importante salientar que os trabalhos de Hammed (fator 2 – FP2) possuem

um vínculo muito forte entre si, formando uma triangulação entre os trabalhos. Este tipo de

vínculo demonstra que o tema deste fator é importante nos estudos, pois a rede parece indicar

que os fatores determinantes da adoção têm estreita relação com os atributos da inovação.

Observando-se a rede de pareamento, fica claro que os fatores 1 (FP1) e 2 (FP2) são os

fatores centrais da discussão. O fator 3 (FP3) – Inovatividade – é trazido para a discussão pela

relação com os trabalhos de Damanpour (1991), formando uma nova e forte triangulação que,

por sua vez, está intermediada pelos trabalhos de Unsworth et al. (2012) – fator 2 (FP2) – no

qual a relação deste último é direta com o trabalho de Flight et al. (2011) – fator 1 (FP1).

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51

Legenda:

Fator 1 (FP1) – Atributos da Inovação

Fator 2 (FP2) – Fatores Determinantes da Adoção

Fator 3 (FP3) - Inovatividade

Fator 4 (FP4) - Curva da Difusão

Figura 4: Rede de Pareamento Bibliográfico

Fonte: dados coletados do ISI – Web of Knowledge e Scopus (2018).

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52

Com o presente estudo, pesquisamos a estrutura intelectual e o mainstream da

pesquisa de adoção da inovação, na tentativa de compreender e fornecer uma base teórica para

a continuidade dos estudos. A amostra estudada foi composta por 547 artigos, publicados

entre 1974 e 2018.

O método utilizado foi uma análise bibliométrica de citação, cocitação e pareamento,

em conjunto com análise fatorial e análise de redes, estabelecendo-se um novo paradigma na

pesquisa sobre a estrutura social. Procuramos estudar como os comportamentos ou as opiniões

dos indivíduos (autores) dependem das estruturas nas quais eles se inserem, por exemplo:

porque algumas organizações adotam uma inovação e como adotam.Para isso, a análise deve

ser realizada por meio do conjunto de relações que os autores estabelecem em suas interações

uns com os outros. A estrutura da rede é, então, formada pela opinião dos autores de cada

trabalho, dentro de cada fator.

Com esta estrutura formada, foi possível mapear a herança intelectual do campo, a

partir das referências das publicações no tema (Vogel & Güttel, 2013), o que reflete o

mainstream da pesquisa em adoção da inovação. O objetivo do pareamento deste estudo foi

compreender o que tem sido estudado e as tendências de estudo sobre o tema.

A Figura 5 apresenta esquematicamente a influência principal dos fatores que servem

de base intelectual de autores que iniciaram os estudos sobre adoção da inovação referentes às

discussões em curso. Os trabalhos que compõem a base intelectual abordam, basicamente, o

processo de difusão (fator 1 – FC1) em que alguns indivíduos adotam primeiro uma inovação

e depois espalham a notícia desta adoção (fator 2 – FC2) entre o círculo de conhecidos. O

fator 1 (FC1) tem relação direta com o fator 2 (FC2), cujos trabalhos, geralmente de

metanálises, têm o objetivo de concentrar em um só trabalho resultados de vários outros e

definir o atual status do conhecimento sobre adoção da inovação. De certa forma, dentre os

trabalhos encontrados nos dois fatores, alguns apresentam frameworks ou modelos de análise

da difusão da inovação – como as inovações se difundem. Outros estudos realizam

comparações entre diferentes adoções para definir o modus operandi de uma situação,

descrevem o contexto e argumentam a validade de uma descoberta, seja no processo de

difusão, seja na própria adoção.

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53

Figura 5: Base Intelectual e Mainstream da Pesquisa

Fonte: dados coletados do ISI – Web of Knowledge e Scopus (2018).

Nas discussões em curso, os fatores mais discutidos são os atributos da inovação (fator

1 – FP1 – com 17 trabalhos), fatores determinantes da adoção (fator 2 – FP2 – com 13

trabalhos), Inovatividade (fator 3 – FP3 – com 5 trabalhos) e curva da difusão (fator 4 – FP4 –

com quatro trabalhos, sendo três de um mesmo autor). A relação direta entre o fator 1 (FP1) e

o fator 2 (FP2) parece indicar que os atributos são os fatores determinantes da adoção

(objetivo e discussão de muitos trabalhos nas pesquisas atuais). Outros trabalhos objetivam e

discutem o papel da Inovatividade – fator 3 (FP3) – na adoção (em que grau as características:

primeiro adotante, retardatário etc., determinam a adoção da inovação). Quanto à curva da

difusão (fator 4 – FP4) que classifica as categorias de adotantes e traça curvas de difusão,

pelos trabalhos existentes, parece indicar que o tempo interfere pouco na adoção da invovação

por parte das empresas.

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54

2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma contribuição deste estudo é a identificação de trabalhos, temas e autores que

influenciaram os estudos sobre adoção da inovação, desde o seu início até as pesquisas atuais

e, consequentemente, as tendências doravante, contrapondo a adoção da inovação e os

principais fatores determinantes discutidos desde o surgimento de Difusão da Inovação de

Rogers (1962). O presente estudo revelou um caminho a ser seguido por pesquisas futuras na

busca por informações mais detalhadas, tanto sobre a difusão da inovação – seu processo –

como sobre os próprios fatores determinantes da adoção. Ainda, o presente estudo procurou

evidenciar o principal fator determinante da adoção da inovação.

Nos resultados, encontramos orientações práticas ou uma agenda para os gestores de

organizações que pretendam adotar uma inovação, como, por exemplo, a relação entre

características de inovação, características de gestores e adoção de inovações. Também

indica-se como a influência de uma sobre a outra pode trazer os melhores resultados, seja

econômico, seja ambiental. Outro exemplo versa sobre o grau com que os fatores determinam

ou não uma adoção. Estes exemplos unidos ao principal fator determinante da adoção revelam

um caminho a ser seguido pelos gestores na busca por melhorias no desempenho

organizacional da empresa que adotou uma inovação. Entender em que proporção cada um

destes fatores afeta a adoção da inovação e sua própria difusão precisa ser o foco principal

para garantir a sobrevivência das empresas em um futuro atento às questões ambientais. Esta

nova agenda, mais completa, também demonstra ser uma contribuição do trabalho.

Quando o tema é a inovação verde, empresas e estudiosos de gestão estão sendo

desafiados a desenvolver, cada vez mais, inovações de tecnologia limpa que realmente

resolvam os problemas sociais e ambientais, ao invés de simplesmente reduzir os impactos

negativos associados às suas operações atuais (Hart & Dowell, 2011). Adicionalmente, os

gestores estão sob intensa pressão para agir com responsabilidade social e fornecer produtos

ou serviços que respeitem o meio ambiente. No entanto, nem sempre é clara a forma como a

empresa irá se beneficiar destas atividades ou como o gestor será recompensado se atingir o

intento (McWilliams & Siegel, 2011).

A principal limitação deste estudo é não abranger fatores como a importância do

trabalho em si, e sim a popularidade do trabalho na comunidade acadêmica. Com base nesta

análise, foi possível observar que os artigos com maior grau de inovação ou demoram em

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55

torno de cinco a 10 anos para serem altamente citados ou são ignorados em comparação a

artigos com nenhum grau de inovação.Isto ocorre porquem no momento de realizar a

avaliação, as agências e comitês tratam de citações num intervalo de análise de dois a três

anos (Ioannidis, 2014; Nassi-Caló, 2017; Stephan, Veugelers & Wang, 2017).

Outra limitação deste estudo, que é característica de estudos bibliométricos, seria a

escolha de palavras-chave para a busca. Mesmo usando as palavras “Innov*” e “adopt*” –

que possibilita a busca por qualquer tipo de adoção, esta ainda é uma limitação, pois as

palavras foram pesquisadas em apenas duas bases – a Scopus e a ISI Web of Science. Mesmo

que a ISI seja considerada a principal base de artigos acadêmicos, existem outras bases que

poderiam ser pesquisadas.

Em pesquisas futuras, sugere-se usar palavras-chave que possibilitem uma busca mais

ampla sobre a adoção da inovação. Pesquisar em outras bases de dados pode, também, revelar

novos resultados. Determinar buscas em setores específicos da adoção, como por exemplo,

comércio, serviços e turismo, pode trazer novos indícios sobre a difusão da inovação e os

fatores determinantes.

A importância do Estudo I foi centrada não só no conceito de adoção da inovação, mas

também em entender os fatores determinantes da adoção. Analisar se estes mesmos fatores

são determinantes na adoção da inovação verde é o objetivo subsequente. O próximo estudo

focará nos fatores determinantes da adoção (encontrados no Estudo I) da inovação verde no

desempenho organizacional. Acreditamos que conhecer, principalmente, os fatores

determinantes que levaram o gestor a adotar uma inovação verde e se esta adoção contribui

para o desempenho financeiro e ambiental da organização.

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56

3 ESTUDO II – FATORES DETERMINANTES PARA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO

VERDE: ESTUDO COM BIODIGESTORES EM EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO

RESUMO

O contexto em que acontece a inovação verde é importante. Em especial, é essencial

compreender a relação entre o contexto institucional e os fatores determinantes usuais para

inovação e seus critérios. A adoção da inovação verde pode ser primariamente influenciada

pelo ambiente institucional, pelos regulamentos e impostos ou somente acontecer se houver

benefício financeiro e de mercado, como nas organizações não verdes. De forma a contribuir

com estes questionamentos, neste trabalho, procuramos responder à seguinte pergunta de

pesquisa: quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho

organizacional no agronegócio? Assim, com este trabalho objetivamos, por meio de

entrevistas semiestruturadas, investigar quais são os fatores determinantes da adoção da

inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio. Os resultados alcançados

possibilitaram argumentar que a adoção da inovação, considerando os casos estudados, vai

depender de duas situações extremas: resultado econômico e financeiro e punições ambientais

que podem ser recebidas pela empresa. Os resultados apresentados nesta tese também

contribuem para expandir a literatura de RBT e NRBV (Natural Resource-Based View), em

relação aos recursos e capacidades necessários às empresas na adoção da inovação verde.

Também contribuem para a literatura de IBV sobre como o ambiente institucional, neste caso

as pressões isomórficas, influencia as decisões dos gestores em relação à adoção da inovação

verde e alocação de recursos. As contribuições deste documento incluem o fornecimento de

diretrizes aos gestores para aumentar sua competitividade no mercado atuante, fornecendo

sugestões do governo na formulação de políticas ambientais para o setor, contribuindo para

uma visão sobre a adoção de inovações verdes. A relevância foi evidenciada pela ampliação

do escopo da pesquisa, tanto na gestão ambiental quanto nas questões organizacionais e

teorias científicas.

Palavras-chave: Diretrizes, Fatores Determinantes, Inovação Verde, Punições Ambientais,

Resultado Econômico e Financeiro.

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57

ABSTRACT

Green innovation context is important, particularly to understand the relationship between the

institutional context and the usual determinants for innovation and its criteria. The adoption of

green innovation can be primarily influenced by the institutional environment, by regulations

and taxes or only if there is a financial and market benefit, as much as in non-green

organizations. In order to contribute to these questions, in this paper we sought to answer the

following research question: what are the determining factors of green innovation adoption

for organizational performance in agribusiness? Thus this work aimed, through semi-

structured interviews, to investigate the factors that determine the adoption of green

innovation for organizational performance in agribusiness. The results enabled us to argue

that the adoption of innovation, considering the cases studied, would depend on two extreme

situations: economic and financial results and environmental penalties that can be received.

The results presented in this study also contributed to the expansion of RBT and NRBV

literature in relation to the resources and capabilities required by companies in the adoption of

green innovation. Also, the results contributed to IBV literature on institutional environment,

in this case isomorphic pressures and influence managers' decisions regarding the adoption of

green innovation and resource allocation. The main contributions of this paper include

providing a guideline to managers to increase their competitiveness in the active market and

providing suggestions for the government on formulating environmental policies for the

sector, contributing to a vision on the green innovations adoption. Relevance was evidenced

by the broadening of the scope of research, both in environmental management in

organizational issues and scientific theories.

Keywords: Guidelines, Determining Factors, Green Innovation, Environmental Punishments,

Economic and Financial Result.

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58

3.1 INTRODUÇÃO

A adoção da inovação, geralmente, inicia-se com o reconhecimento de que existe uma

necessidade e com o movimento para a busca de soluções. Assim, a efetiva adoção passa pela

decisão inicial de tentar a adoção de uma solução e, finalmente, chega à decisão de realizar

ações para avançar com a implementação da solução (Damanpour & Schneider 2006;

Gallivan, 2001; Mendel, Meredith, Schoenbaum, Sherbourne & Wells, 2008). Greenhalgh,

Robert, MacFarlane, Bate e Kyriakidou (2004) caracterizam o processo da adoção em pré-

adoção (por exemplo, consciência da inovação), peri-adoção (por exemplo, acesso contínuo a

informações de inovação) e adoção estabelecida (por exemplo, compromisso dos adotantes

com a decisão da adoção). Alternativamente, Frambach e Schillewaert (2002) discutiram duas

etapas associadas à adoção: a decisão da organização de prosseguir com a adoção e a

aceitação e início da equipe de seus processos individuais de aceitação da inovação (a adoção

passará às atividades iniciais de implementação ou reverterá). Finalmente, assim como a

decisão de adotar é um processo, relativo ao modo como a adoção prossegue, é mais

caracterizada em termos de nível, taxa ou grau da adoção (Mendel et al., 2008). Quanto

melhor a compreensão do processo da adoção, mais os desafios latentes da adoção podem ser

abordados, levando à implementação inicial (Wisdom, Chor, Hoagwood & Horwitz, 2013).

Neste capítulo, utilizar-se-á a estrutura apresentada por Lin e Ho (2011), que aponta

que os fatores determinantes são agrupados em fatores tecnológicos, organizacionais e

ambientais – explicitado mais à frente no capítulo “Fatores Determinantes da Adoção da

Inovação Verde”. Esta estrutura no trabalho de Lin e Ho (2011) foi utilizada para analisar os

fatores determinantes no setor de logística. Também, aqui se consideram os artigos e trabalhos

de adoção de inovação, investigados no Estudo I, como base para a argumentação dos

resultados e discussões. Os trabalhos abordados no primeiro estudo consistem no principal

alicerce deste trabalho, que explora a adoção de inovação em contexto institucional

específico, para a melhor compreensão do fenômeno.

Desta forma, espera-se que o objetivo de investigar, por meio de entrevistas, quais são

os fatores determinantes da adoção da inovação verde seja alcançado. Buscamos também

captar a percepção dos gestores sobre o comportamento verde de gestão, que deve

acompanhar a adoção de uma inovação verde. Pretendemos, ainda, evidenciar qual foi o fator

determinante primordial para a adoção da inovação verde no contexto do empredo de

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59

biodigestor na cultura da mandioca, apresentando-se, também, um caso de criação de suínos e

um caso de aves.

As contribuições deste documento incluem o fornecimento de diretrizes aos gestores

para aumentarem sua competitividade no mercado atuante, fornecendo sugestões do governo

na formulação de políticas ambientais para o setor e contribuindo para uma visão sobre a

adoção de inovações verdes. Como fator relevante, espera-se ampliar o escopo da pesquisa,

tanto na gestão ambiental quanto nas questões organizacionais e científicas.

O trabalho está dividido como segue. Introdução, com uma apresentação geral do que

se pretende abordar, revisão da literatura, na qual será apresentado o tema principal do

trabalho, método e procedimentos de pesquisa, com a metodologia empregada para alcançar o

objetivo proposto. Seguem-se os resultados, com dados da pesquisa exploratória realizada,

discussão, com a análise dos dados apresentados e, por último, considerações finais.

3.2 REVISÃO DA LITERATURA

A adoção da inovação geralmente começa com o reconhecimento de que existe uma

necessidade e se move para a busca de soluções, depois para a decisão inicial de tentar a

adoção de uma solução e, finalmente, a decisão real de tentar avançar com a implementação

da solução (Damanpour & Schneider 2006; Gallivan, 2001; Mendel, Meredith, Schoenbaum,

Sherbourne & Wells, 2008). Greenhalgh et al. (2004) caracterizam o processo da adoção em:

pré-adoção (por exemplo, consciência da inovação), peri-adoção (por exemplo, acesso

contínuo a informações de inovação) e adoção estabelecida (por exemplo, compromisso dos

adotantes com a decisão da adoção). Alternativamente, Frambach e Schillewaert (2002)

discutiram duas etapas associadas à adoção: a decisão da organização de prosseguir a adoção

e a aceitação e início da equipe de seus processos individuais de aceitação da inovação (a

adoção passará às atividades iniciais de implementação ou reverterá para a adoção).

Finalmente, assim como a decisão de adotar é um processo, como a adoção prossegue, é

melhor caracterizada em termos de nível, taxa ou grau da adoção (Mendel et al., 2008).

Quanto melhor o processo da adoção pode ser entendido, os desafios da adoção mais

prováveis podem ser abordados, levando à implementação inicial (Wisdom, Chor, Hoagwood

& Horwitz, 2013).

3.2.1 Clarificando o Conceito de Inovação Verde

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60

Torna-se necessário um esclarecimento do conceito de inovação verde para entender

qual literatura deve ser incluída neste trabalho. Outras definições (ou seja, inovação ecológica

ou eco-inovação, inovação ambiental e inovação sustentável) são usadas por estudiosos.

Portanto, para clarificar a definição que será utilizada, serão abordadas as diferenças e

semelhanças entre estes conceitos. Foi revisada uma série de conceitos citados.

De acordo com Church, Hecox, Dresner’s e Edwards (2008), o termo desenvolvimento

sustentável foi utilizado pela primeira vez em 1980 pela União Internacional para a

Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais no relatório da Estratégia de Conservação

Mundial. O relatório define o desenvolvimento sustentável como a integração da conservação

e do desenvolvimento para garantir que as modificações no planeta efetivamente garantam a

sobrevivência e o bem-estar de todas as pessoas. Como afirmado em várias publicações (por

exemplo, Dixon & Fallon, 1989; Mebratu, 1998), o conceito de desenvolvimento sustentável

foi essencialmente cunhado pelo relatório Brundtland, encomendado pelas Nações Unidas

(ONU), no qual é definido como atendendo às necessidades do presente sem comprometer a

capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades. O conceito de

desenvolvimento sustentável implica limites - não limites absolutos, mas limitações impostas

pelo estado atual da tecnologia e da organização social sobre os recursos ambientais e pela

capacidade da biosfera de absorver os efeitos das atividades humanas (WCED, 1987).

Existe uma série de definições para o conceito de eco-inovação. Um dos primeiros,

Fussler e James (1996) definem eco-inovações como novos produtos e processos que

oferecem valor ao cliente e negócios, mas diminuem significativamente os impactos

ambientais. Da mesma forma, Kemp e Pearson (2008) definem a eco-inovação como

produção, assimilação ou exploração de um produto, processo de produção, serviço ou

gerenciamento ou método de negócios que é novo para a organização (desenvolvendo ou

adotando) e que resulta, ao longo de seu ciclo de vida, em uma redução do risco ambiental,

poluição e outros impactos negativos do uso de recursos (incluindo o uso de energia) em

comparação com alternativas relevantes.

O painel INNOVA da Europa conclui que a eco-inovação significa a criação de bens,

processos, sistemas, serviços e procedimentos novos e competitivos que satisfaçam as

necessidades humanas e proporcionem qualidade de vida a todas as pessoas com um uso

mínimo de ciclo natural dos recursos (material incluindo portadores de energia e área de

superfície) por unidade de saída e uma liberação mínima de substâncias tóxicas (Reid &

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Miedzinski, 2008). Com base na perspectiva da dinâmica industrial, Andersen (2008) define a

eco-inovação como inovações capazes de atrair rendas verdes (receitas advindas de inovações

verdes adotadas pelas empresas) no mercado. O conceito está intimamente relacionado com a

competitividade (Andersen, 2008). O foco da pesquisa sobre inovação ecológica deve ser o

grau em que as questões ambientais estão se tornando integradas no processo econômico.

Por conseguinte, a eco-inovação é definida como a criação ou implementação de

produtos (produtos e serviços) novos, ou significativamente melhorados, processos, métodos

de marketing, estruturas organizacionais e arranjos institucionais que - com ou sem intenção -

conduzam a melhorias ambientais em comparação com alternativas relevantes (OCDE, 2009).

Com base nesta definição, Arundel e Kemp (2009) concluem que a eco-inovação é um

novo conceito de grande importância para os empresários e os decisores políticos. Trata-se de

inovações com menor impacto ambiental do que as alternativas relevantes. As inovações

podem ser tecnológicas ou não tecnológicas (organizacionais, institucionais ou baseadas em

marketing). As eco-inovações podem ser influenciadas por considerações econômicas ou

ambientais (por exemplo, objetivos para reduzir os custos de recursos, controle de poluição,

gerenciamento de resíduos ou para vender no mercado mundial de eco-produtos.

Em comparação com as definições de eco-inovação, Oltra e Saint Jean (2009) definem

a inovação ambiental como inovações que consistem em processos, práticas, sistemas e

produtos novos ou modificados que beneficiem o meio ambiente e contribuam para a

sustentabilidade ambiental.

Para definir o conceito de inovação verde, Driessen e Hillebrand (2002) afirmam que a

inovação não precisa ser desenvolvida com o objetivo de reduzir todo o fardo ambiental. No

entanto, a inovação verde deve produzir benefícios ambientais significantes. Chen, Lai e Wen

(2006) definem a inovação verde como inovação de hardware ou software relacionada a

produtos ou processos verdes, incluindo a inovação em tecnologias envolvidas em economia

de energia, prevenção de poluição, reciclagem de resíduos, projetos de produtos verdes ou

gestão ambiental corporativa.

Para resumir, Schiederig, Tietze e Herstatt (2012) clarificam que as definições acima

mencionadas dos conceitos de inovação sustentável, ecológica (eco-inovação), ambiental e

verde têm pequenas diferenças na sua precisão descritiva. No que diz respeito ao conteúdo,

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62

eles parecem examinar o mesmo tópico e podem ser usados em grande parte entre um

conceito e outro. No entanto, Schiederig et al. (2012) identificam seis aspectos importantes

nas diferentes definições: (1) Objeto de inovação: produto, processo, serviço, método; (2)

Orientação do mercado: satisfazer as necessidades / ser competitivo no mercado; (3) Aspecto

ambiental: reduzir o impacto negativo (ótimo = impacto zero); (4) Fase: o ciclo de vida

completo deve ser considerado (para redução de fluxo de material); (5) Impulso: a intenção de

redução pode ser econômica ou ecológica; e (6) Nível: definir um novo padrão de inovação

verde para a empresa.

Os dois primeiros aspectos (objeto de inovação e orientação do mercado) têm um

caráter geral e se aplicam a quase todas as definições de inovação, afirmando que o objeto de

inovação pode ser um produto, processo, serviço ou método (por exemplo, modelo de

negócios) e que uma inovação deve satisfazer a necessidade de um usuário ou resolver um

problema, e, portanto, ser competitivo no mercado (Schiederig, Tietze & Herstatt, 2012).

Quanto ao aspecto ambiental (aspecto 3), todas as definições citadas concordam que a

inovação deve ter um impacto negativo reduzido – ou seja, externalidades negativas mais

baixas (Schiederig et al., 2012). O melhor seria uma inovação sem impacto negativo no meio

ambiente. Este aspecto requer a comparação com alternativas existentes intra ou

interorganizacionais e, portanto, só pode ser especificado de forma relativa e temporária

(Schiederig et al., 2012).

O quarto aspecto (fase) aparece em apenas duas das definições, por Kemp e Pearson

(2008) e Reid e Miedzinski (2008). Esses autores chamam explicitamente para uma análise

completa do ciclo de vida e uma análise completa de todos os fatores de entrada e saída. O

objetivo é reduzir o consumo de recursos (Kemp & Pearson, 2008; Reid & Miedzinski, 2008).

Neste ponto particular, pode haver alguma diferenciação entre os conceitos, uma vez que os

estudiosos que utilizam o conceito de eco-inovação tendem a exigir uma análise de impacto

precisa, enquanto que os estudiosos que utilizam o termo inovação verde permanecem em um

nível superficial (Schiederig et al., 2012).

Em quinto lugar, as definições enfatizam que a intenção para a redução pode ser

econômica ou ecológica, afirmando que, por exemplo, a redução do uso de material no

desenvolvimento de um novo produto pode ter causas diferentes (Schiederig et al., 2012). O

último aspecto aborda os problemas relacionados à definição de inovação e favorável ao meio

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ambiente, uma vez que ambos são relativos e sem valor absoluto – por exemplo, qualquer

inovação pode ser nova para o mundo, indústria ou empresa. Os conceitos são interpretados

como a definição de um novo padrão de inovação verde no nível da empresa (Schiederig et

al., 2012).

Para Schiederig et al. (2012), os dois últimos aspectos (impulso e nível) são os

principais motivos de uma discussão científica, pois impedem que os pesquisadores separem

claramente as inovações verdes e não-verdes e determinem o grau de verde (ou seja, o grau

em que as questões ambientais estão se tornando integradas no processo econômico). Devido

aos inúmeros tipos de inovação, esses aspectos difusos permitem que quase todas as empresas

sejam incluídas na definição de um inovador verde (Andersen, 2008). Comparando a

definição do relatório de Brundtland para a sustentabilidade com as outras três noções, a

diferença mais importante nesta definição é a consideração da dimensão ecológica e social. O

desenvolvimento de inovações sustentáveis, portanto, implementa aspectos econômicos,

verdes e sociais (Schiederig et al., 2012).

Considerando as explanações acimas e com base nas definições existentes e nas

conclusões de Schiederig et al. (2012) – que elas são frequentemente usadas de forma

sinônima –, a expressão “inovação verde” será utilizada nesta pesquisa abordando os seis

aspectos que resumem as principais definições encontradas.

3.2.2 Consequências da Inovação Verde

Segundo Thompson (1992), a inovação é um processo que traduz a ideia em um

produto ou serviço para atender à nova demanda do mercado. Além disso, a inovação verde é

o desenvolvimento de estratégias de produto, processo e gestão para afetar o ambiente interno

e externo (Damanpour, 1992). A inovação verde reduz os impactos ambientais da empresa e

permite que atinjam metas ecológicas e benefícios ambientais (Bernroider, 2002).

A inovação verde pode ser dividida em produto verde, processo verde e inovações de

gerenciamento verde (Chen et al., 2012; Chen & Hsu, 2009). As inovações do produto

incluem modificação nas características do usuário existentes e nas embalagens de bens e

serviços em resposta a preocupações ambientais (Bozkurt & Kalkan, 2014). A inovação de

processos inclui mudanças nos métodos, processos e equipamentos para produzir produtos

ecologicamente corretos que atendam às metas ecológicas (Antonioli et al., 2013). A inovação

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em gestão verde inclui um novo método de gestão nas práticas comerciais no local de trabalho

e nas relações externas da empresa.

Cada tipo de inovação verde pode aumentar o desempenho financeiro das empresas

(Hassan et al., 2013) e motivá-las a adotarem inovações. Entretanto, cada tipo de inovação

apresenta diferentes desafios que podem diminuem as chances de sua adoção. Esse grau de

adoção da inovação verde entre as empresas depende dos benefícios, do rendimento da

inovação para a organização e da capacidade da organização de adotar a inovação (Chau &

Tam, 1997; Forbes et al., 2013).

Os benefícios potenciais que as empresas podem obter com a adoção de inovações

verdes são a redução no consumo de energia e recursos naturais, redução na emissão de gases

do efeito estufa, aumento no desempenho ambiental e financeiro e a capacidade de resposta às

expectativas socioambientais, uma vez que pode ocorrer a redução do impacto negativo ao

meio ambiente (Etzion, 2007; Hart , 1995).

Os argumentos predominantes que apoiam a visão de que a inovação verde tem um

efeito positivo no desempenho financeiro da empresa incluem aumento de vendas e redução

de custo. Uma empresa que adote a inovação verde pode reduzir o custo, devido a atividades

de valor agregado, como a reciclagem de materiais que reduz o desperdício de recursos e um

melhor uso de insumos, ações que contribuem para a lucratividade (Fraj-Andrés, Martinez-

Salinas, & Matute-Vallejo, 2009). Isso pode explicar por que os pesquisadores consideram

estudar as empresas que adotam a inovação verde para ter maior eficiência (Schoenherr &

Talluri, 2013; Sánchez-Medina, Díaz-Pichardo, Bautista-Cruz & Toledo-López, 2013),

especificamente, eficiência operacional (Jabbour, Jugend, de Sousa Jabbour, Gunasekaran, &

Latan, 2015) e maiores retornos sobre ativos e patrimônio (Przychodzen & Przychodzen,

2015).

Os governos implementam regulamentos para cobrar a redução de emissões perigosas

e, portanto, a inovação verde pode ajudar na redução do custo, devido a essa redução. A

inovação verde melhora a imagem da empresa nas percepções dos consumidores e,

consequentemente, leva ao aumento das vendas. Todos esses fatores suportam o argumento de

que a inovação verde de produtos e processos pode ter um efeito positivo no desempenho

financeiro da empresa (Tien, Chung & Tsai, 2005).

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Alguns pesquisadores argumentam que há um impacto negativo da inovação de

produtos e processos verdes no desempenho financeiro de uma empresa. Aqueles que apoiam

o argumento propõem que o envolvimento em iniciativas verdes incorre em mais custos, que

aumentam a desvantagem econômica da empresa, em comparação com outras empresas não

verdes (Tariq et al., 2017). A integração dos conceitos de sustentabilidade ambiental e

ecológica no novo design de produtos e processos não leva a um melhor desempenho

financeiro em curto prazo (Dangelico & Pontrandolfo, 2013), pois esses esforços extras são

dispendiosos e demorados. O desempenho financeiro da empresa, a partir da inovação de

produtos e processos verdes, seja positivo ou negativo, varia de acordo com o setor industrial

(Ngniatedema, Li & Illia, 2014) ou depende de recursos da empresa (Christmann, 2000).

Esses resultados conflitantes podem derivar, em parte, de diferenças nas metodologias

de pesquisa e nas medidas de inovação e desempenho financeiro (Tariq et al., 2017).

Conforme mencionado, ao longo do tempo, foram empregadas diferentes definições de

inovação verde, cada uma com foco diferente e medidores que são válidos para determinadas

indústrias. Problema semelhante existe na medição do desempenho financeiro da empresa

(por exemplo, ROI, vendas, lucro). Alguns pesquisadores usaram medidas subjetivas (por

exemplo, comparando um desempenho financeiro “forte” da empresa com seus concorrentes),

enquanto outros usaram mais medidas objetivas, por exemplo, números de vendas da empresa

(Tariq et al., 2017).

Os estudos neste domínio empregaram diferentes metodologias, que vão desde bancos

de dados temporais até estudos de caso e pesquisa. Cada uma dessas metodologias, embora

tenha vantagens específicas, oferece várias limitações e distorções. A relação entre produtos

verdes, inovação verde e o desempenho financeiro da empresa, não mostra, explicitamente, se

o desempenho financeiro melhorou como resultado da implementação da inovação verde ou

se a empresa já era financeiramente “forte” antes da implementação da inovação verde (Tariq

et al., 2017).

A inovação verde tende a melhorar a imagem geral de uma empresa, uma vez que

atende aos apelos socioambientais na redução do impacto ambiental negativo. Como

consequência, a inovação verde pode levar a um melhor desempenho no mercado (Tariq et al.,

2017). Para Majumdar e Marcus (2001), a reputação positiva, associada à inovação verde,

aumenta o valor de mercado da empresa. Um melhor desempenho ambiental pode facilitar

novas oportunidades de mercado, melhorar a imagem geral ou o prestígio, aumentar a

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fidelização dos clientes e apoiar os esforços de vendas (Ambec & Lanoie, 2008; Triebswetter

& Wackerbauer, 2008). Por outro lado, o sucesso da inovação em produtos verdes depende da

redução do impacto ambiental, bem como do sucesso no mercado (Triguero, Moreno-

Mondéjar, & Davia, 2013).

A inovação em produtos e processos verdes pode contribuir para a vantagem

competitiva das empresas (Chiou et al., 2011; Forsman, 2013; Shrivastava, 1995). Isso pode

ocorrer por meio da diferenciação de produtos e imagem de marca – tanto da empresa como

do produto –, bem como pelas reduções de custos que podem ocorrer com tecnologias

amigáveis ao meio ambiente. As empresas que produzem produtos verdes podem distinguir-se

dos concorrentes, posicionando-se como amigável ao meio ambiente (Ambec & Lenoie,

2008). Assim, as empresas adotam a inovação verde como fonte de vantagem competitiva e

não como fonte de custo adicional (Tariq et al., 2017).

O desempenho ambiental do nível da empresa caracteriza-se pela diminuição das

substâncias perigosas e outros materiais perigosos para o ambiente natural (Klassen &

McLaughlin, 1996). A inovação verde assegura o uso eficiente de materiais junto com a

redução de poluentes (Ambec & Lanoie, 2008; Li, 2014), na melhoria do desempenho

ambiental (Bhushan, 1992). No entanto, Bönte e Dienes (2013) e Chen (2001) argumentam

que alguns pesquisadores não encontraram associação direta entre produto verde e inovação

de processo e desempenho ambiental.

A inovação verde pode ter um efeito significativamente positivo sobre o emprego

(Rennings, Ziegler & Zwick, 2004) e a produtividade do trabalho (Woo, Chung, Chun, Han &

Lee, 2013) e correlaciona-se com a maior compensação para os executivos da empresa. As

indústrias que adotam o processo verde podem contratar mais funcionários, devido ao

aumento da lucratividade e competitividade. Dessa forma, a produtividade do trabalho pode

aumentar em função da satisfação de melhores condições de trabalho. Assim, entender o

efeito das habilidades verdes sobre o fator determinante do empregado em diferentes

contextos pode ser bastante promissor para um maior desenvolvimento teórico e implicações

gerenciais (Berrone & Gomez-Mejia, 2009).

3.2.3 Argumentos teóricos relacionados à Inovação Verde

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Três principais teorias que dominaram a pesquisa sobre inovação verde são a Teoria

Baseada em Recursos (RBT), a Teoria Institucional e a Teoria dos Stakeholders – ou Teoria

das Partes Interessadas (Tariq et al., 2017). A RBT é a teoria mais reconhecida e

frequentemente usada na pesquisa de gerenciamento de inovação verde (Tariq et al., 2017). A

RBT é utilizada em estudos para explicar as variações no desempenho de empresas

envolvidas em esforços de inovação verde (Tariq et al., 2017). A RBT considera que as

empresas com recursos e capacidades melhores, únicos e não imitáveis, provavelmente,

funcionarão melhor e manterão uma vantagem competitiva sustentável (Amores-Salvadó,

Martín-de Castro & Navas-López, 2014), sendo que a diferença de recursos está relacionada à

diferença de desempenho.

No entanto, a RBT foi criticada na literatura por ignorar as mudanças e restrições

impostas pelo ambiente natural. De acordo com Hart (1995), dada a crescente magnitude dos

problemas verdes (escassez de recursos naturais, perda da biodiversidade, mudanças

climáticas e crescimento da demanda de energia, por exemplo) esta omissão tornou a teoria

existente inadequada como base para identificar importantes fontes emergentes de vantagem

competitiva. Hart (2005) propôs uma nova visão, mais adequada, que é a visão baseada em

recursos naturais da empresa (NRBV). A NRBV é uma teoria que prega a aquisição

devantagem competitiva sustentável e está fundamentada na associação da empresa ao meio

ambiente natural.

A NRBV destaca a conexão entre as políticas ecológicas, as capacidades verdes da

organização e a competitividade (Hart, 2005). No entanto, a NRBV não explora em

profundidade se as empresas alcançam e sustentam vantagem competitiva usando recursos e

capacidades únicos e não-imitáveis, porque a maior parte do foco da literatura é restrita ao

compromisso de recursos. Assim, a evidência sobre o efeito de capacidades dinâmicas, sendo

a NRBV uma delas, na inovação verde é relativamente escassa. Portanto, é desejável produzir

mais evidências para promover o campo de inovação verde usando a abordagem de

capacidades dinâmicas (Tariq et al., 2017).

A Teoria Institucional é outra base teórica que está se tornando proeminente na análise

da dinâmica da inovação verde (Shu, Zhou, Xiao, & Gao, 2014), podendo ajudar a fornecer

informações valiosas sobre a influência de vários fatores determinantes na adoção da

inovação verde (Abernethy & Stoelwinder, 1995).

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A Teoria Institucional postula a sobrevivência da empresa com base na sua capacidade

de se conformar com as normas sociais e obter legitimidade das partes interessadas (Irvine,

2011). A Teoria Institucional enfatiza a interação entre organizações e instituições, em que as

instituições podem ter partes interessadas formais ou informais, sendo que as organizações

precisam considerar essas partes na sua tomada de decisão estratégica, ou seja, na intenção e

implementação de uma inovação verde ou não (Shu et al., 2014). Uma das principais razões

pelas quais uma organização adota inovação verde é a pressão das instituições.

Consequentemente, a Teoria Institucional é aplicada para entender os efeitos da pressão

exercida por várias instituições sobre as decisões voltadas às ecologias organizacionais

(Schoenherr & Talluri, 2013).

Outra teoria que é amplamente utilizada pelos pesquisadores da inovação verde é a

Teoria dos Stakeholders. Nesta teoria, sugere-se que a identificação de importantes

intervenientes primários e secundários é importante para uma organização e é particularmente

crítica no caso da inovação verde (Tariq et al., 2017). Freeman, Pierce e Dodd (2000)

destacaram a importância das partes interessadas no processo de tomada de decisão de

organizações que optam por se tornar verde, sendo que a aplicação da teoria das partes

interessadas facilita uma compreensão mais ampla desse processo. Como Hamilton (1995)

destacou, os acionistas perdem renda financeira se a organização é responsável por

destruições ecológicas ou se seu histórico ambiental atrair o destaque negativo da mídia.

Empresas com pouca imagem ambiental podem achar mais difíceis atrair e manter

empregados qualificados com um forte senso de responsabilidade ambiental (Reinhardt,

1998). Portanto, a necessidade de realizar análises de partes interessadas, que diz respeito à

forma como os gerentes realmente lidam com as partes interessadas ou com o domínio

instrumental foi destacada em grande parte da literatura de inovação verde. O domínio

instrumental diz respeito ao que acontece se os gerentes tratarem a empresa de certo modo

(Berrone et al., 2013; Buysse & Verbeke, 2003; Shu et al., 2014).

3.2.4 Contexto da Sustentabilidade no Agronegócio

O agronegócio foi afetado pelas alterações climáticas, mesmos após a Convenção-

Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, estabelecida a partir da Eco-92 e da

Agenda-21. Por tratar-se de um setor significativo em termos de emissões de gases de efeito

estufa (GEE), o agronegócio enfrentou e enfrenta pressões para a redução destas emissões

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(Kolk, Levy & Pinkse, 2008). O 5º Relatório de Avaliação do Clima do Painel

Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) revela que o uso da terra, proveniente do

agronegócio, é responsável por cerca de um quarto das emissões de GEE mundial (Smith,

Bustamante, Ahammad, Clark, Dong, Elsiddig, Haberl, Harper, House, Jafari, Masera, Mbow,

Ravindranath, Rice, Robledo Abad, Romanovskaya, Sperling, Tubiello, 2014). A agricultura

sozinha contribui com 11% das emissões do acordo com o United Nations Environment

Programme (UNEP, 2013).

A disponibilidade de recursos naturais e os avanços tecnológicos, a demanda interna

expressiva e o crescimento do consumo do mercado internacional são indicadores do

potencial de ampliação da produção brasileira. Esse cenário é extremamente positivo, pois o

Brasil precisa continuar estimulando o desenvolvimento, com a produção crescente da

agricultura, para gerar divisas com a exportação e para alimentar a população. Por outro lado,

a questão ambiental e a redução das emissões de GEE são necessidades fundamentais no

desenvolvimento do país, o que concretiza diversos novos imperativos para os produtores e

para a ação governamental. Nesse sentido, será preciso enfrentar um duplo desafio: estimular

o crescimento e reduzir as emissões. Para tanto, a agricultura brasileira dispõe de tecnologias

mitigadoras que podem ser incorporadas pelos agricultores no seu processo de produção. A

utilização de novas práticas de manejo agrícola tem contribuído para a superação de

problemas ocasionados por extremos climáticos, como na defesa contra geadas que incidem

sobre o setor cafeeiro ou a adoção de cultivos mais tolerantes à seca em culturas não irrigadas.

O desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas, além de promover a redução na emissão

de gases do efeito estufa, promove o aumento da produtividade das culturas (Assad, Martins,

& Pinto, 2017).

O agronegócio é um setor de extrema importância na economia brasileira, pois

participa da geração de renda e emprego e denota ao país um papel privilegiado no comércio

mundial. O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas, à frente do

Canadá, Austrália e China, e lidera o ranking de exportação de produtos, entre os quais estão

açúcar, carne de frango, carne bovina, café, suco de laranja, tabaco e álcool. Isso deve-se a

fatores como recursos naturais abundantes, câmbio favorável, aumento da demanda asiática

por agropecuários, produtividade crescente das lavouras, incorporação de novas tecnologias,

linhas de financiamento do governo federal, capacidade de inovação e liderança das pesquisas

científicas em agricultura tropical (FBDS, 2017).

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No cenário brasileiro, o agronegócio é considerado um dos motores da economia

nacional, representando importantes avanços quantitativos e qualitativos. Atualmente, o setor

é responsável por 21,58% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil (CEPEA, 2017).

Esse cenário ascendente do setor no contexto da economia brasileira é resultado do

processo de modernização da agricultura, iniciado em meados da década de 1960, com a

chamada Revolução Verde. À época, foram introduzidos diversos avanços científicos e

tecnológicos à agricultura, ocasionando ganhos sucessivos de produtividade e consequentes

impactos sociais e ambientais. Considerando que o Brasil apresenta um desenvolvimento

econômico fortemente alimentado por atividades agrícolas, é crescente o debate acerca dos

aspectos econômicos do agronegócio brasileiro e a preocupação com a sustentabilidade dessa

atividade. Assim, as questões pertinentes nesses debates vão além dos aspectos econômicos

para abordar a dimensão socioambiental desta atividade. Isso significa que os desafios

indicam, por um lado, o crescimento populacional, que necessita de níveis cada vez mais

elevados na produção de alimentos e, de outro, uma produção cada vez com menos utilização

de agroquímicos. Esse caminhar indica aumento dos níveis produtivos, com a otimização dos

recursos disponíveis, a ampliação da produtividade do trabalhador, tendo presente sua

qualificação, a implantação de novas tecnologias, possibilitando o desenvolvimento

equilibrado e sustentado do agronegócio. (Kischner, Vione, Fernandes & Thesing, 2018).

Para Kischner et al. (2018), a sustentabilidade é uma questão pertinente para os

diferentes setores e para a sociedade de maneira geral. Percebe-se uma postura da população

cada vez mais consciente com a necessidade de melhoria nas condições econômicas, sociais e

ambientais dos diferentes segmentos produtivos. O ambiente do agronegócio, de forma mais

evidente, conquista um espaço estratégico na dimensão ambiental e social. Porém, os aspectos

econômicos estão cada vez mais presentes nos estudos acadêmicos e empresariais, para além

de apresentar retornos financeiros, aos agentes envolvidos. Isso significa que o tema também

necessita de desenvolvimento quanto às práticas sociais benéficas à população. A

sustentabilidade no ambiente do agronegócio significa a presença das políticas públicas no

desenvolvimento de um espaço que incentive as empresas a aderirem às práticas mais

sustentáveis de produção. Portanto, esse processo instiga as diversas correntes e matizes de

pensamento que buscam a sustentabilidade ambiental, social, econômica e política.

3.2.5 A Adoção da Inovação

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Tem havido crescente interesse em usar modelos para entender processos e resultados

e assimilação na adoção da inovação (Prescott & Conger 1995; Saga & Zmud 1994;

Orlikowski, 1993; Fichman & Kemerer 1997). A adoção refere-se à decisão de qualquer

organização de usar uma inovação (Rogers, 1962). Rogers (1962) define o processo da adoção

como aquele por meio do qual uma unidade de decisão individual, ou outra, passa do primeiro

conhecimento de uma inovação, formando uma atitude em relação à inovação (a decisão de

adotar ou rejeitar), para a implementação da nova ideia e para a confirmação desta decisão.

No que se refere à adoção de inovação organizacional, podem distinguir-se duas

etapas principais: iniciação e implementação. A decisão da adoção ocorre entre a iniciação e a

etapa de implementação. A decisão de um indivíduo dentro de uma organização de adotar

uma inovação específica raramente é independente de outras decisões (Rogers, 1962). O

processo pode ser contingente (dependente de uma decisão feita por outra pessoa na

organização), coletivo (o indivíduo tem um “voto”, mas, em última análise, deve concordar

com a decisão de um grupo), ou autoritário (o indivíduo é informado se deve ou não adotar).

As decisões autorizativas, por exemplo, tornando obrigatória a adoção por indivíduos, podem

aumentar a chance da adoção inicial dos sujeitos, mas também podem reduzir a chance de que

a inovação seja implementada e roteada com sucesso (Wisdom et al., 2013). A adoção é um

processo e não um evento, sendo diferentes as preocupações dominantes em diferentes

estágios (Rogers, 1962).

Na fase de iniciação, a organização conhece a inovação, forma uma atitude em relação

a ela e avalia o novo produto ou processo. Essa fase envolve conscientização, consideração e

intenção (Rogers, 1962). Na fase de implementação, a organização decide comprar e utilizar a

inovação. No entanto, sua decisão da adoção organizacional é apenas o início da

implementação. A aceitação ou assimilação dentro da organização agora se torna importante.

Do ponto de vista de um fornecedor, o processo de inovação só pode ser considerado um

sucesso quando a inovação é aceita e integrada na organização e os adotantes-alvo

demonstram compromisso de continuar usando o produto durante um período de tempo

(Bhattacherjee, 1998). Essa abordagem é consistente com Rogers (1962), que define a adoção

como a decisão de fazer pleno uso de uma inovação como o melhor curso de ação disponível.

Embora o modelo de Rogers (1962) tenha sido o primeiro modelo de processo da

adoção e implementação organizacional, tem havido muitos outros modelos de estágio

apresentados ao longo dos anos (Gallivan, 2001). O modelo de seis estágios proposto por

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Kwon e Zmud (1987) e Cooper e Zmud (1990) tem sido elogiado como um exemplo de

definições para uma construção adequada de modelo (Chor, Wisdom, Olin, Hoagwood, &

Horwitz, 2014). As etapas deste modelo da adoção e implementação organizacional são

definidas da seguinte forma (Cooper & Zmud, 1990): Iniciação - uma correspondência é

encontrada entre uma inovação e sua aplicação na organização; Adoção - é tomada uma

decisão para investir recursos para acomodar o esforço de implementação; Adaptação - a

inovação é desenvolvida, instalada e mantida. Os procedimentos são desenvolvidos e

revisados. Os membros são treinados tanto nos novos procedimentos quanto na inovação;

Aceitação - os membros da organização são induzidos a comprometer-se com o uso da

inovação; Rotinização - o uso da aplicação de tecnologia é incentivado como uma atividade

normal; e Infusão - o aumento da efetividade organizacional é obtido usando a inovação de

forma mais abrangente e integrada para suportar aspectos de alto nível do trabalho (Cooper &

Zmud, 1990).

3.2.6 A Adoção da Inovação Verde Organizacional e a Bioenergia

Muitas vezes, são fatores comerciais, não tecnológicos, que impedem a adoção de

inovações. Na política energética, é dada muita atenção à análise e incentivo à procura de

energias renováveis. Entretanto, as novas tecnologias podem também necessitar de novos

mercados de abastecimento, serviços para construir, operar e manter a tecnologia inovadora

(Knight et al., 2015).

No setor de bioenergia, a partir de material residual orgânico, a incerteza sobre o preço

e a disponibilidade de “matéria-prima de biomassa residual”, ou seja, subprodutos orgânicos

da produção agrícola são, muitas vezes, fatores críticos que desencorajam investimentos e/ou

adoções em inovações de projetos individuais da bioenergia (Scott, Ho, & Dey, 2013).

As adoções de inovações baseadas em tecnologias de bioenergia a partir de material

residual orgânico têm o potencial de melhorar a sustentabilidade ambiental global de

economias e sociedades. Essas tecnologias geram, simultaneamente, energia com menores

impactos ambientais em comparação com energia proveniente de combustíveis fósseis

(Iakovou, Karagiannidis, Vlachos, Toka & Malamakis, 2010; Kothari, Tyagi & Pathak, 2010).

O conceito de hierarquia de resíduos para o gerenciamento de recursos indica que a

reutilização e reciclagem de material é melhor do que converter materiais em energia

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(recuperação) e que a recuperação é preferível à disposição (Grosso, Motta & Rigamonti,

2010; Schmidt, Holm, Merrild & Christensen, 2007). Portanto, a indústria de bioenergia, a

partir do material residual orgânico, se concentra em materiais residuais que não podem ser

reciclados economicamente – resíduos biogênicos (Knight et al., 2015).

Exemplos de resíduos biogênicos são o desperdício de alimentos da cadeia de

abastecimento de alimentos, palha e cascas de processos agrícolas, lamas de esgoto e a fração

residual remanescente após o processamento dos resíduos urbanos. Diferentes tipos de

matéria-prima são mais ou menos adequados para diferentes tecnologias de conversão. Cada

matéria-prima tem diferentes desafios tecnológicos e legislativos para os desenvolvedores de

projetos superarem. A energia, nesse contexto, significa calor ou energia, ou ambos,

produzidos em uma planta combinada de calor e energia (Gold & Seuring, 2011).

Embora as adoções de inovações em “tecnologias avançadas de conversão de

biomassa”, como a pirólise e a gaseificação dos resíduos de material orgânico (Arena, 2012;

Asadullah, 2014), sejam mais tecnologicamente complexas, as vantagens incluem eficiência

de conversão melhorada, subprodutos de maior valor e a produção de vetores de energia

estáveis (Knight et al., 2015). Os produtos incluem o gás de síntese da gaseificação, o biogás

(gás rico em metano) da digestão anaeróbica e vários produtos de bio-óleo de pirólise e

refinação, que podem ser movidos ou armazenados (Arena, 2012; Asadullah, 2014).

Em suma, o que se pretende evidenciar é que, em se tratando de adoção da inovação

em tecnologia de bioenergia a partir de material residual orgânico, há muita incerteza sobre o

fornecimento de resíduos e matérias-primas, em termos de seu valor e do volume do mercado.

O equilíbrio e a taxa de mudança de oferta e demanda é, portanto, difícil de estimar,

especialmente quando os conceitos de biorrefinaria começam a entrar no mercado. Em médio

prazo, os vários fatores aqui discutidos significam que o volume de suprimentos poderia

reduzir, que faria subirem os preços (Knight et al., 2015).

Os contratos de curto prazo são mais atraentes para os vendedores, e não os contratos

de longo prazo procurados pelos desenvolvedores. Por isso, os financiadores são dissuadidos

por este risco e novas plantas de resíduos em energia nunca serão construídas (Gold &

Seuring, 2011).

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No entanto a produção de energia não é o objetivo central da organização, como no

caso de uma cadeia de fornecimento de produtos oriundos de empresas processadoras de

mandioca, descrita por Silva e Cirani (2016). Este tipo de cadeia mapeia as várias

combinações de fatores ambientais, de marketing e econômicos, que motivam a participação

dos atores da cadeia de suprimentos. Enfatizam, principalmente, o alcance da criação de valor

nas inovações da cadeia verde de suprimentos, em vez de mera redução de custos (Knight et

al., 2015).

Uma inovação verde é adotada quando os principais gestores decidem prosseguir com

a nova ideia e alocar recursos para ela. Iniciação e implementação, por outro lado, exigem

cooperação e compromisso dos demais membros da organização (Damanpour & Schneider,

2006). Por exemplo, o início bem-sucedido requer mais coordenação entre as unidades para

facilitar a fertilização cruzada de ideias entre membros organizacionais com diversas origens

e treinamento (Aiken & Hage, 1971; Nystrom et al., 2002). A implementação bem-sucedida

requer o compromisso contínuo dos principais gestores com a inovação verde, o envolvimento

e o apoio dos gestores do meio e o fator determinante dos membros ou clientes da

organização para usar a inovação (Dougherty & Hardy, 1996; Klein & Sorra, 1996).

As organizações adotam a inovação, em parte, para se adaptarem às novas condições

ambientais. Assim, o intercâmbio de informações com o meio ambiente e as atividades

profissionais extraorganizacionais podem ajudar os gestores e os demais membros da

organização a melhorarem seu conhecimento de eventos e tendências ambientais para iniciar

mudanças e propor novas ideias para adoção (Damanpour & Schneider, 2006).

As partes interessadas apresentam grandes demandas por inovações que produzam

impactos ambientais e benefícios sociais positivos. Os gestores da cadeia verde de

suprimentos reúnem iniciativas de várias formas, incluindo a adoção da inovação (Meehan &

Bryde, 2011) e a promoção desta a adoção a outras empresas. Dessa maneira, pelo simples

fato de as empresas adotarem a inovação, a imitação ou a conformidade com outras empresas

inseridas no mesmo mercado passa de uma para outra (Rolfstam, 2012).

Em geral, as fases de iniciação e implementação do processo da adoção são mais

complexas e mais desafiadoras para os principais gestores do que tomar a decisão da adoção.

Essas fases envolvem muito planejamento, com análises das despesas financeiras e cenários

econômicos (Damanpour & Schneider, 2006).

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75

3.2.7 As Características do Adotante Verde Organizacional

Uma inovação verde é adotada quando os principais gestores decidem prosseguir com

a nova ideia e alocar recursos para ela. Iniciação e implementação, por outro lado, exigem

cooperação e compromisso dos demais membros da organização (Damanpour & Schneider,

2006). Por exemplo, o início bem-sucedido requer mais coordenação entre as unidades para

facilitar a fertilização cruzada de ideias entre membros organizacionais com diversas origens

e treinamento (Aiken & Hage, 1971; Nystrom et al., 2002). A implementação bem-sucedida

requer o compromisso contínuo dos principais gestores com a inovação verde, o envolvimento

e o apoio dos gestores do meio e o fator determinante dos membros ou clientes da

organização para usar a inovação (Dougherty & Hardy, 1996; Klein & Sorra, 1996).

As organizações adotam a inovação em parte para se adaptarem às novas condições

ambientais. Assim, o intercâmbio de informações com o meio ambiente e as atividades

profissionais extra-organizacionais podem ajudar os gestores e os demais membros da

organização a melhorar seu conhecimento de eventos e tendências ambientais para iniciar

mudanças e propor novas ideias para adoção (Damanpour & Schneider, 2006).

As partes interessadas realizam grandes demandas por inovações que produzam

impactos ambientais e benefícios sociais positivos. Os gestores da cadeia verde de

suprimentos reúnem iniciativas de várias formas, incluindo a adoção da inovação (Meehan &

Bryde, 2011) e a promoção desta a adoção a outras empresas – pelo simples fato de adotarem,

a imitação ou estar em conformidade com outras empresas inseridas no mesmo mercado,

passa de uma para outra (Rolfstam, 2012).

Em geral, as fases de iniciação e implementação do processo da adoção são mais

complexas e mais desafiadoras para os principais gestores do que tomar a decisão da adoção.

Elas envolvem muito planejamento com análises das despesas financeiras e cenários

econômicos (Damanpour & Schneider, 2006).

3.2.8 Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Organizacional

As percepções de uma inovação por membros da unidade de decisão (DMU) de uma

organização afetam sua avaliação e propensão para adotar um novo produto (Ostlund, 1974;

Tornatzky & Klein, 1982; Rogers, 1962). Os benefícios percebidos, incluindo incentivos

econômicos, de adotar a inovação devem exceder as alternativas, que envolvem a decisão das

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76

organizações em considerarem a adoção (Frambach & Schillewaert, 2002). De fato, o

benefício líquido percebido que a inovação oferece tem um efeito importante na adoção

organizacional (Robinson, 1990; Mansfield, 1993). Outras características de inovação que

influenciam a decisão de adoção incluem compatibilidade percebida, complexidade,

observabilidade e capacidade de avaliação (Rogers, 1962), bem como a incerteza percebida

(Nooteboom, 1989).

As características organizacionais também influenciam a decisão de adoção

(Robertson & Wind, 1980, 1983; Cohn & Turyn, 1984; Damanpour, 1991). Três tipos de

características, ao nível organizacional, podem ser identificados: tamanho da organização

(Kennedy, 1993); estrutura organizacional (Zaltman, Duncan, & Holbek, 1973) e inovação

organizacional (Morrison, 1996). Há correlação do tamanho da organização com outras

variáveis, como estrutura, estratégia e cultura, por exemplo, a estrutura da organização pode

facilitar ou inibir a adoção de inovação (Frambach & Schillewaert, 2002). As organizações

mais formalizadas e centralizadas (muitas vezes empresas maiores) têm menos probabilidades

de iniciar decisões de adoção de inovação, mas estão mais bem equipadas para implementar

uma inovação. O contrário é válido para organizações altamente complexas ou especializadas

(Zaltman et al., 1973).

O grau em que uma organização é receptiva a novos produtos ou ideias influenciará

sua propensão para adotar novos produtos (Morrison, 1996). Isto também está relacionado à

postura estratégica de uma empresa (Wisdom et al., 2013). As organizações que perseguem

uma estratégia de marketing agressiva e orientada para a inovação são mais propensas a

alimentarem suas atividades com uma orientação aberta à inovação (Han, Kim, & Srivastava,

1998; Hurley & Hult, 1998; Srinivasan, Lilien, & Rangaswami, 2002).

A decisão de uma organização de adotar uma inovação e seus esforços para

implementá-la e sustentá-la (ou seja, os fatores determinantes) dependem de uma série de

influências externas (Greenhalgh et al., 2004). A atividade de marketing de fornecedores pode

influenciar significativamente a probabilidade de que uma inovação seja adotada por

organizações (Frambach, Barkema, Nooteboom, & Wedel, 1998). A interação, em termos de

frequência e riqueza, entre membros de uma rede social também pode aumentar a velocidade

e a taxa de adoção de inovação (Zaltman et al., 1973; Lind & Zmud, 1991). A participação de

membros de uma organização em redes informais facilita a disseminação de informações

sobre uma inovação, o que pode influenciar positivamente a probabilidade de adoção (desde

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77

que a informação seja positiva). O grau em que as organizações compartilham informações

com outras pessoas é referido como seu grau de interconexão. Quanto maior o grau de

partilha de informação (informal), mais provavelmente as organizações estão expostas a

novas ideias e produtos (Rogers, 1962).

Uma influência importante na decisão de uma organização de adoção da inovação a

possibilidade de organizações similares adotarem ou planejarem adotá-la (Burns & Wholey

1993; Fennell & Warnecke, 1988; Robertson & Wind, 1980, 1983; Westphal, Gulati &

Shortell, 1997). As organizações podem adotar uma inovação baseadas no número de outras

organizações inter-relacionadas em seu ambiente de mercado que já adotaram a inovação

(Frambach & Schillewaert, 2002). Além das influências sociais, o ambiente de negócios afeta

o comportamento de adoção de diferentes maneiras (Wisdom et al., 2013). Em primeiro lugar,

um potencial adotante pode obter um benefício intrínseco pelo fato de que os parceiros

comerciais da rede já adotaram a inovação (ou seja, uma forma de externalidade da rede).

Além disso, pressões competitivas podem promover a adoção (Frambach & Schillewaert,

2002).

As redes interorganizacionais promovem a adoção de uma inovação somente depois

que isso geralmente é percebido como “a norma”. Até então, as redes também podem servir

para dissuadir as organizações de adotarem inovações que não possuem vantagens percebidas

(Abrahamson, 1991; Fitzgerald, Ferlie, Wood & Hawkins, 2002; Westphal et al., 1997). As

formas organizacionais integrativas que vinculam as organizações de provedores, por meio de

estruturas comuns de gerenciamento, governança, valores e objetivos compartilhados

explícitos, podem ajudar a disseminar inovações entre organizações membros (Meyer,

Johnson, & Ethington, 1997).

Em mercados altamente competitivos, a adoção de inovação pode ser necessária para

manter a posição de mercado (Robertson & Gatignon, 1986). A não adoção de uma inovação

que é adotada por outros em tal ambiente pode resultar em desvantagem competitiva. Esse

fator depende da importância estratégica da inovação e suas implicações potenciais para a

efetividade e eficiência das atividades da empresa (Robertson & Gatignon, 1986).

Na literatura, foram encontradas diferentes relações entre competitividade da indústria

ou concentração e adoção (Frambach & Schillewaert, 2002). Na literatura de organização

industrial, um impacto positivo foi encontrado tanto para os altos níveis de concentração da

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78

indústria como para os baixos níveis (Kamien & Schwartz, 1982; Baldwin & Scott, 1987). Na

literatura de marketing, Gatignon e Robertson (1989) evidenciaram que níveis mais altos de

competição estimulam a adoção de inovação.

Mas o fator que parece predominante é quando a tecnologia oferece o potencial de

melhorar substancialmente o desempenho organizacional (tanto financeiro quanto ambiental).

No entanto, os ganhos de desempenho são, muitas vezes, obstruídos pela incerteza das

organizações ao aceitarem e usarem os sistemas disponíveis (Talukder et al., 2008). Devido à

persistência e importância deste problema, explicar a aceitação da tecnologia a favor do meio

ambiente no qual a organização está inserida tem sido uma questão de estudo de longo prazo

em organizações e pesquisas (Davis, 1989).

De acordo com Frambach et al. (1998), as condições ambientais obrigam, cada vez

mais, as organizações a inovarem e a trazerem novos produtos para o mercado. Uma vez que

apenas uma fração dos novos produtos é bem-sucedida, é necessário um entendimento

completo dos motivos subjacentes às decisões de adoção de inovação por potenciais

adotantes. Da mesma forma, Bhattacherjee e Sanford (2006) afirmam que entender a

aceitação da tecnologia associada ao desenvolvimento sustentável é importante porque há

benefícios esperados do uso desta tecnologia no meio ambiente. Esses benefícios são o ganho

de eficiência, a eficácia ou a produtividade e não podem ser realizados se as organizações não

aceitam determinada tecnologia. Assim, a compreensão dos motivos que influenciam a

aceitação de tecnologias que favorecem o meio ambiente tem sido uma preocupação dos

estudiosos e decisores organizacionais (Sherif, Zmud, & Browne, 2006; Venkatesh & Davis,

2000).

As inovações tecnológicas ambientais estão, rapidamente, substituindo as antigas,

fornecendo ferramentas poderosas, eficiência e velocidade para conservação do meio

ambiente (Wisdom et al., 2013). Sua adoção pode ser bem-sucedida, no entanto, somente

quando todos, organização, funcionários e, principalmente, os gestores aceitam e,

efetivamente, adotam tal tecnologia. Consequentemente, uma organização deve compreender

o processo de aceitação e os motivos que são essenciais para um processo eficaz (Lee, Kim,

Rhee & Trimi, 2006).

3.2.9 Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação Verde

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79

A sustentabilidade implica um contexto – passado-presente-futuro e os cidadãos e as

empresas, muitas vezes, preferem benefícios econômicos imediatos a benefícios sustentáveis

em prazo futuro. O consumo de bens e serviços envolve escolhas individuais que, muitas

vezes, envolvem interesses de curto prazo, em vez de metas sustentáveis em longo prazo

(Magee, Scerri, James, Thom, Padgham, Hickmott, Deng & Cahill, 2013). A inovação

tecnológica na distribuição de energia, por exemplo, não garante padrões de consumo

sustentáveis (Lopes, Antunes, & Martins, 2012). Em casos extremos, pode até levar a

fenômenos como o efeito rebote, isto é, um aumento do consumo de energia como

consequência da melhoria na eficiência técnica dos aparelhos ou dos serviços prestados

(Sorrell & Dimitropoulos, 2008; Wang, Lu, & Wang, 2014). O modelo de crescimento com

um horizonte de curto prazo e o interesse individual estão muito distantes da adoção da

inovação verde com uma orientação de longo prazo e colaboração criativa – questões

importantes para a adoção da inovação verde. Além disso, as atitudes e percepções de adoção

da inovação e sustentabilidade tendem a variar durante os diferentes estágios da adoção da

inovação (Magee et al., 2013).

As organizações com maiores recursos financeiro investem mais na inovação, em

parte porque podem se dar ao luxo de assumir mais riscos e absorver mais facilmente o custo

do fracasso (Aiken & Hage, 1971; Nystrom et al., 2002). Embora se espere que o desempenho

financeiro afete de forma positiva todas as fases da inovação, provavelmente, influenciará

mais fortemente a decisão da adoção (Damanpour & Schneider, 2006).

Os fatores determinantes das organizações para a adoção da inovação, no caso das

tecnologias avançadas de conversão de biomassa, é a geração de energia e calor a partir de

resíduos. Quando consideramos suas consequências para as prioridades da cadeia verde de

suprimentos, geralmente, os projetos oriundos destas tecnologias são tipicamente de pequena

escala e distribuídos (Knight et al., 2015).

É necessário integrar as inovações verdes na cadeia produtiva (Zailani, Amran, &

Jumadi, 2011), pois um dos grandes desafios enfrentados pela indústria foi a criação de uma

sociedade sustentável em longo prazo, com o menor impacto ambiental negativo possível (Lin

& Ho, 2008). De fato, uma nova abordagem, que foi denominada como abordagem de

“inovação verde” surgiu no início dos anos 2000, em resposta às pressões ambientais cada vez

maiores (Mena, Christopher, Johnson & Jia, 2007). Esta nova abordagem ultrapassou a ênfase

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padrão para eficiente e efetiva, levando em consideração as medidas de proteção para o meio

ambiente (Zailani et al., 2011).

Grande parte da teoria que explica sobre a inovação e os fatores associados à inovação

bem-sucedida pode esclarecer a ação dos negócios inovadores em resposta a questões

ecológicas (Foster & Green, 2000). Conforme Noci e Verganti (1999), os custos associados à

gestão ambiental e ao consumo de recursos naturais e à disposição de resíduos estavam em

tendências crescentes na década de 2000. Isso forçou muitas empresas a optarem por alcançar

um sistema de gerenciamento ambiental certificado e desenvolver inovações tecnológicas que

visassemm melhorar constantemente o desempenho ambiental de seus processos e produtos

(Zailani et al., 2011). No entanto, a implementação da inovação verde requer altas habilidades

para acumular mais tecnologias relacionadas. Conforme demonstrado por Ho, Lin e Chiang

(2009), o sucesso da inovação verde depende da capacidade de adquirir novas tecnologias por

meio de treinamento e educação para tornar os profissionais mais conhecedores. Sendo assim,

existem três fatores que influenciam a implementação da inovação verde: habilidades

gerenciais, incentivo organizacional à inovação e apoio aos recursos de inovação (Ho et al.,

2009).

Lin e Ho (2008) evidenciaram que as práticas ambientais, o incentivo organizacional,

a qualidade dos recursos humanos, a incerteza ambiental e o apoio governamental apresentam

influências significativas na disposição de adotar inovações verdes para provedores de

serviços na cadeia verde. Chen et al. (2006) definem a inovação verde como inovação de

hardware ou software, que está relacionada a produtos ou processos ecológicos. Estão

incluídas inovações em tecnologia como economia de energia, prevenção de poluição,

reciclagem de resíduos, projetos de produtos ecológicos ou gestão verde.

Misturas complexas das prioridades de tecnologias avançadas de conversão de

biomassa (custo, meio ambiente, social, marketing etc.) levam a um conjunto de requisitos

igualmente complexos na interface da cadeia de suprimentos com fornecedores de matérias-

primas e com segurança de fornecimento. Cada cadeia tem como fator determinante central o

baixo custo, mas também os benefícios comunitários, ecológicos e de reputação (Knight et al.,

2015). O desenvolvimento de mercados sustentáveis com base no exemplo da bioenergia, a

partir do material residual orgânico mencionado, é vital para a sustentabilidade, apesar das

altas incertezas de oferta. Dessa forma, o correto gerenciamento na cadeia verde de

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suprimentos pode levar à evolução dos mercados, apesar dos muitos desafios que isto

apresenta (Knight et al., 2015).

Uma revisão das pesquisas sobre adoção da inovação verde, utilizando os termos

Factors, Determinants, Green (ou Sustain ou Eco), Innovation e Adoption revela que, até o

momento, diversos estudos foram realizados sobre os fatores determinantes da adoção da

inovação verde. Um resumo de 26 estudos sobre este tema é fornecido no Apêndice II. As

referências completas desses estudos são apresentadas na Tabela 7.

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Tabela 7 – Referências de Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde

Artigo Referências

1 Dhraief, M. Z., Bedhiaf-Romdhani, S., Dhehibi, B., Oueslati-Zlaouia, M., Jebali, O. & Youssef, S. B.

(2018). Factors Affecting the Adoption of Innovative Technologies by Livestock Farmers in Arid Area

of Tunisia. FARA Research Report, 3 (5), 1- 22.

2 Petridis, N. E., Digkas, G. & Anastasakis, L. (2017). Determinants of ICT Innovation and Imitation in

the Agrifood Sector. In: 8th International Conference on Information and Communication

Technologies in Agriculture, Food and Environment (HAICTA 2017), Chania, Greece, 21-24

September, 2017.

3 Khan, S. A. (2017). Consumer Innovation Adoption Stages and Determinants. Working Paper n. 3,

March 2017, Department of Management, Ca´Foscari University of Venice.

4 Chiu, C-Y., Chen, S. & Chen, C-L. (2017). An Integrated Perspective of TOE Framework and

Innovation Diffusion in Broadband Mobile Applications Adoption by Enterprises. International

Journal of Management, Economics and Social Sciences (IJMESS), 6 (1), 14-39.

5 Kousar, S., Sabri, P. S. Ul., Zafar, M. & Akhtar, A. (2017). Technological Factors and Adoption of

Green Innovation - Moderating Role of Government Intervention: A Case of SMEs in Pakistan.

Pakistan Journal of Commerce and Social Sciences, 11 (3), 833-861.

6 Bossle, M. B., De Barcellos, M. D. & Vieira, L. M. (2016). Why Food Companies go Green? The

Determinant Factors to Adopt Eco-innovations. British Food Journal, 118 (6), 1-20.

7 Ibrahima, I. B. & Jaafarb, H. S. B. (2016). Factors of Environment Management Practices Adoptions.

Procedia - Social and Behavioral Sciences, 224, 353-359.

8 Radu, L-D. (2016). Determinants of Green ICT Adoption in Organizations: A Theoretical Perspective.

Sustainability, 8 (731), 1-16. doi:10.3390

9 Mwangi, M. & Kariuki, S. (2015). Factors Determining Adoption of New Agricultural Technology by

Smallholder Farmers in Developing Countries. Journal of Economics and Sustainable Development, 6

(5), 208-217.

10 Zailani, S., Govindan, K., Iranmanesh, M., Shaharudin, M. R. & Sia Chong, Y. (2015). Green

Innovation Adoption in Automotive Supply Chain: The Malaysian Case. Journal of Cleaner

Production. doi: 10.1016/j.jclepro.2015.06.039.

11 Ho, Y.-H., Lin, C.-Y., Tsai, J.-S. (2014). An Empirical Study on Organizational Infusion of Green

Practices in Chinese Logistics Companies. Journal of Economic and Social Studies, 4 (2), 159-189.

12 Zailani, S., Iranmanesh, M., Nikbin, D. & Jumadi, H. B. (2014). Determinants and Environmental

Outcome of Green Technology Innovation Adoption in the Transportation Industry in Malaysia. Asian

Journal of Technology Innovation, 22 (2), 286-301. doi: 10.1080/19761597.2014.973167

13 Zhanga, Y., Thompson, R. G., Bao, X. & Jiang, Y. (2014). Analyzing the Promoting Factors for

Adopting Green Logistics Practices: A Case Study of Road Freight Industry in Nanjing, China.

Procedia - Social and Behavioral Sciences, 125, 432- 444.

14 Galliano, D. & Nadel, S. (2013). The Determinants of Eco-Innovation Adoption According to Firm’s

Strategic Profile: The Case of French Industry. CAIRN.INFO Inernational Edition, 1-22. Acesso:

28/01/2019. Disponível: https://www.cairn-int.info/article_p.php?ID_ARTICLE=E_REI_142_0077

15 Jumadi, H. B. & Zailani, S. (2011). Determinants of Green Technology Innovation Adoption Among

Transportation Companies in Malaysia. Research Gate, 1-6. Acesso: 28/01/2019. Disponível:

https://www.researchgate.net/publication/269928389.

16 Lin, C. Y. & Ho, Y. H. (2011). Determinants of Green Practice Adoption for Logistics Companies in

China. Journal of Business Ethics, 98, 67-83. doi: 10.1 007/s 10551-01 0-0535-9

17 Weng, M-H. & Lin, C-Y. (2011). Determinants of Green Innovation Adoption for Small and Medium-

size Enterprises (SMES). African Journal of Business Management, 5 (22), 9154-9163.

18 Horbach, J., Rammer, C. & Rennings, K. (2011). Determinants of Eco-innovations by Type of

Environmental Impact the Role of Regulatory Push/Pull, Technology Push and Market Pull. Acesso:

28/01/2019. Disponível: ftp://ftp.zew.de/pub/zew-docs/dp/dp11027.pdf.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019).

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83

Tabela 7 – Referências de Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde -

continuação Artigo Referências

19 Zailani, S., Amran, A. & Jumadi, H. B. (2011). Green Innovation Adoption among Logistics Service

Providers in Malaysia: An Exploratory Study on the Managers´ Perceptions. International Business

Management, 5 (3), 104-113.

20 Horbach, J., Oltra, V., & Belin, J. (2011). Determinants and Specificities of Eco-innovations – An

Econometric Analysis for the French and German Industry based on the Community Innovation

Survey. Cahiers du GREThA, n°2011-17, http://ideas.repec.org/p/grt/wpegrt/2011-17.html.

21 Jansson, J. Marell, A. & Nordlund, A. (2010). Green Consumer Behavior: Determinants of Curtailment

and Eco-innovation Adoption. Journal of Consumer Marketing, 27 (4), 358–370.

22 Ho, Y-H; Lin, C-Y; Chiang, S-H. (2009). Organizational Determinants of Green Innovation

Implementation in the Logistics Industry. International Journal of Organizational Innovation, 2 (1), 3-

12.

23 Scott, S. D., Plotnikoff, R. C., Karunamuni, N., Bize, R. & Rodgers, W. (2008). Factors Influencing

the Adoption of an Innovation: An examination of the Uptake of the Canadian Heart Health Kit

(HHK). Implementation Science,3 (41), 1-8. doi:10.1186/1748-5908-3-41

24 Lin, C. Y. & Ho, Y. H. (2008). An Empirical Study on Logistics Service Providers’ Intention to Adopt

Green Innovations. Journal of Technology Management and Innovation, 3 (1), 17-26.

25 Horbach, J. (2006). Determinants of Environmental Innovation - New Evidence from German Panel

Data Sources, 1-24. Nota di Lavoro, No. 13. Fondazione Eni Enrico Mattei (FEEM), Milano.

26 Carrillo-Huerta, M. M. (1978). Determinants of the Adoption of Agricultural Innovations. The

American Economist, 50-55.

Fonte: Dados da Pesquisa (2019).

Os resultados empíricos confirmam uma relação positiva entre a inovação verde e o

desempenho da empresa (ver, por exemplo, Zailani, Govindan, Iranmanesh, Shaharudin, &

Sia Chong, 2015). A inovação verde está intimamente associada à gestão ambiental

corporativa e à conquista do objetivo ecológico. Portanto, acredita-se amplamente que a

inovação verde estimula o desempenho ambiental (ver, por exemplo, Horbach, 2006;

Ibrahima & Jaafarb, 2016; Zhanga, Thompson, Bao & Jiang, 2014). A inovação de produto e

o processo verde não apenas reduzem o impacto ambiental negativo, mas também aumentam

o desempenho econômico e social de uma empresa, por meio da redução de resíduos e custos

(ver, por exemplo, Galliano & Nadel, 2013; Khan, 2017; Radu, 2016). As empresas

implementam a inovação do processo verde no processo de fabricação para reduzir o tempo

de produção e os custos (ver, por exemplo, Horbach, Oltra, & Belin, 2011.). Além disso, uma

boa inovação de produto melhora a posição de mercado, afirma a marca, ultrapassa a

concorrência, cria avanços e atrai novos clientes (ver, por exemplo, Bossle, De Barcellos &

Vieira, 2016). Portanto, três tipos de desempenho, ou seja, ambientais, sociais e econômicos

são considerados os benefícios e resultados da adoção da inovação verde.

Uma parte desta pesquisa empírica focalizou o papel das empresas de pequeno e

médio porte na degradação ambiental e investigou os fatores determinantes para a adoção de

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inovação verde entre empresas de pequeno e médio porte (ver, por exemplo, Kousar, Sabri,

Zafar & Akhtar, 2017). As razões por trás da falta de adoção da inovação verde são

relativamente pesquisadas (ver, por exemplo, Dhraief, Bedhiaf-Romdhani, Dhehibi, Oueslati-

Zlaouia, Jebali & Youssef, 2018) e alguns pesquisadores estabeleceram relações entre adoção

de inovação e desenvolvimento financeiro das PME (Weng & Lin, 2011). Ao perceberem que

as empresas, tanto em economias desenvolvidas quanto em desenvolvimento, têm impactos

ambientais significativos, os pesquisadores estão ansiosos para ter uma sólida compreensão

dos fatores que influenciam as estratégias pró-ambientais entre as empresas (ver, por

exemplo, Horbach, Rammer & Rennings, 2011; Jumadi & Zailani, 2011; Zailani, Iranmanesh,

Nikbin, & Jumadi, 2014).

Durante as últimas décadas, a literatura empírica investigou vários fatores que

influenciam as práticas favoráveis ao meio ambiente da empresa. Entre eles, fatores

individuais, organizacionais e contextuais têm um impacto maior na adoção de inovações

verdes, enquanto os fatores administrativos são menos influentes nesse tipo de adoção (ver,

por exemplo, Lin & Ho, 2011). Da mesma forma, alguns fatores internos, como

conhecimento, crescimento da empresa, habilidades do gestor, capital humano e custo, e

fatores externos, como pressão do stakeholder, regulação ambiental e networking, aparecem

frequentemente na literatura como fatores influentes na adoção da inovação verde (ver, por

exemplo, Chiu, Chen, & Chen, 2017; Ho, Lin, & Chiang, 2009). No entanto, alguns estudos

sugerem que o ambiente da organização e a cooperação com órgãos reguladores são fatores

mais relevantes na adoção da inovação verde, especialmente no setor de tecnologia da

informação (Weng & Lin, 2011).

Embora uma variedade de determinantes da adoção da inovação tenha sido proposta

nos estudos anteriores, esses fatores podem ser agrupados em contexto tecnológico,

organizacional e ambiental (Ho, Lin, & Tsai, 2014). De acordo com a teoria de difusão de

inovação (Rogers, 1962; Tornatzky et al., 1990), um modelo para qualquer difusão de

inovação precisa considerar diferentes fatores que podem influenciar a inclinação de usar a

inovação em seus contextos tecnológicos, organizacionais e ambientais específicos de uma

organização (Ho et al., 2009). A estrutura tecnológica, organizacional e ambiental – TOE –

(Tornatzky et al., 1990) é amplamente utilizada no estudo da adoção de inovações, a partir de

perspectivas contextuais. Lin e Ho (2011) também utilizaram a estrutura do TOE na análise da

decisão de adoção da inovação verde para empresas de logística chinesas.

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A estrutura TOE, conforme apresentado originalmente e posteriormente adaptado em

estudos de adoção da inovação, fornece uma estrutura analítica útil que pode ser usada para

estudar a adoção e assimilação de diferentes tipos de inovação (Ho et al., 2014). A estrutura

do TOE tem uma base teórica sólida, suporte empírico consistente e o potencial de aplicação

aos domínios de inovação, embora os fatores específicos identificados nos três contextos

possam variar em diferentes estudos (Zhu, Kraemer & Xu, 2006).

Essa estrutura é consistente com a teoria do DOI, na qual Rogers (1962) enfatizou as

características individuais e as características internas e externas da organização, como

impulsionadoras da inovação organizacional (Zhu et al., 2006). Estas características são

idênticas ao contexto de tecnologia e organização da estrutura do TOE, mas esta também

inclui um novo e importante componente, o contexto do ambiente. O contexto do ambiente

apresenta restrições e oportunidades para a inovação tecnológica, sendo que a estrutura TOE

torna a teoria de difusão de inovação de Rogers mais capaz de explicar a adoção da inovação

(Ho et al., 2014).

Segundo Lin e Ho (2011), a estrutura do TOE identifica três aspectos do contexto de

uma empresa que influenciam a adoção da inovação. A dimensão tecnológica inclui questões

tecnológicas associadas às empresas como, por exemplo, custos, complexidade,

compatibilidade e vantagem relativa. A dimensão organizacional refere-se a medidas

descritivas como o tamanho da empresa, a qualidade dos recursos humanos, o comportamento

estratégico da alta administração e a disponibilidade de recursos. A dimensão ambiental é a

arena na qual uma empresa conduz seus negócios, incluindo concorrentes, acesso a recursos,

ambiente industrial e regulamentações governamentais (Tornatzky et al., 1990).

Portanto, com base na estrutura do TOE (Tornatzky et al., 1990), este trabalho tenta

investigar os fatores tecnológicos, organizacionais e ambientais na adoção da inovação verde

(biodigestor) para o desempenho organizacional em empresas processadoras de mandioca,

uma empresa de suínos e uma de ave. A Figura 6 ilustra a estrutura de pesquisa do estudo. Os

fatores tecnológicos incluem o custo de adoção, complexidade, compatibilidade e vantagem

relativa das inovações verdes. Os fatores organizacionais incluem a qualidade dos recursos

humanos e o suporte organizacional e os fatores ambientais incluem incerteza ambiental,

suporte governamental, pressão regulamentar, pressão do cliente, pressão do fornecedor do

biodigestor e o primeiro adotante.

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Figura 6: Estrutura de Pesquisa do Estudo

Fonte: adaptado de Lin & Ho (2011).

3.2.9.1 Fatores Tecnológicos

Características de uma inovação, como custos da adoção, compatibilidade,

complexidade e vantagem relativa podem afetar a difusão da inovação (Jeyaraj et al., 2006;

Rogers, 1962; Tornatzky & Klein, 1982). Frambach e Schillewaert (2002) colocam as

características percebidas da inovação no centro de seu modelo de difusão de inovação

organizacional. Boiral (2002) argumenta que características do conhecimento ambiental são

relevantes na gestão ambiental. Portanto, as características tecnológicas devem ser levadas em

conta ao se analisar a adoção de inovações verdes. As características tecnológicas percebidas

de uma inovação podem ser consideradas como crenças cognitivas refletidas em uma atitude

em relação à inovação. Várias características tecnológicas de uma inovação podem afetar sua

difusão, incluindo custo da adoção, complexidade, compatibilidade, vantagem relativa,

confiabilidade, observabilidade, facilidade de uso, utilidade percebida, intensidade da

informação, incerteza e assim por diante (Frambach & Schillewaert, 2002; Jeyaraj et al.,

2006; Taylor & McAdam, 2004; Tornatzky & Klein, 1982; Zhu et al., 2006). O presente

estudo considera apenas os custos de adoção, complexidade, compatibilidade e vantagem

relativa, porque essas características têm sido consistentemente mais importantes para

influenciar o comportamento de adoção da inovação do que as outras (Rogers, 1962; Sia, Teo,

Tan, & Wei, 2004; Tornatzky & Klein, 1982).

Os custos de adoção incluem os recursos financeiros e humanos necessários para

implementar e usar inovações verdes. Os custos têm sido postulados há muito tempo como

Adoção de Inovação Verde

Fatores Tecnológicos Fatores Organizacionais Fatores Ambientais

Compatibilidade Pressão Regulamentar

Vantagem Relativa Pressão do Cliente

Incerteza Ambiental

Suporte Governamental

Pressão do Fornecedor

Primeiro Adotante

Custo da Adoção

Complexidade

Qualidade dos Recursos Humanos

Suporte Organizacional

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uma barreira para a adoção de inovações (Rogers, 1962; Iacovou, Benbasat & Dexter, 1995;

Torantzky & Klein, 1982). No entanto, alguns pesquisadores argumentam que altos custos de

adoção podem motivar os adotantes da inovação a tratarem a inovação mais seriamente e

implementá-la mais ativamente, a fim de tornar a inovação mais econômica (Cooper & Zmud,

1990; Rogers, 1962). Infelizmente, ainda há falta de evidências empíricas para esse

argumento, porque estudos anteriores sobre adoção da inovação ainda não levaram em conta

os custos de adoção (Bhatnagar & Gopalaswamy, 2017; Glavee-Geo et al., 2017; Gupta &

Arora, 2017; Makanyeza, 2017; Tariq et al. 2017). Nesta tese, se considera que o custo de

adoção fará com que uma empresa trate a inovação verde mais seriamente e reforce a sua

adoção dentro da empresa.

Complexidade é o grau em que uma inovação é percebida como relativamente difícil

de entender e usar. Isso aumentará a dificuldade na transferência de conhecimento e na

difusão da inovação (Rogers, 1962) e, em geral, é hipoteticamente relacionada à difusão da

inovação (Tornatzky & Klein, 1982). Inovações verdes incorporam conhecimento tácito e

explícito. O conhecimento tácito pode ser inerente à identificação de fontes de poluição,

reagindo rapidamente a derramamentos acidentais e propondo soluções preventivas (Boiral,

2002). Isso leva à ambiguidade das práticas, que é um grande obstáculo à transferência das

melhores práticas dentro de uma empresa (Szulanski, 1996). Uma empresa está apta a

implementar inovação quando o conhecimento é compartilhado facilmente dentro da

organização. O compartilhamento eficiente de conhecimento pode levar a melhores

capacidades inovadoras em termos de aprendizado de ordem superior e, consequentemente,

pode melhorar o desempenho organizacional, incluindo a eficácia da gestão ambiental

(Etzion, 2007). Uma inovação verde com alta complexidade contém muito conhecimento

tácito, que requer esforços laboriosos para aprender e difundir. A dificuldade em aprender e

compartilhar conhecimento tácito torna relativamente difícil infundir uma inovação verde (Ho

et al., 2014).

Compatibilidade é o grau em que uma inovação é percebida como sendo consistente

com os valores, experiências e necessidades existentes das empresas (Rogers, 1962), sendo

relevante para a difusão da inovação verde. Como várias inovações verdes são adições às

tecnologias e processos atuais das empresas, a difusão de inovações verdes não é um evento

único, mas pode ser descrita como um processo de acumulação e integração de conhecimento.

Inovações verdes que são mais compatíveis com as tecnologias e processos atuais de uma

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empresa serão mais facilmente difundidas dentro da organização (Ho et al., 2014). Dupuy

(1997), em um estudo da indústria química orgânica de Ontário, encontrou apoio para a noção

de que inovações que são adições à tecnologia existente, como equipamentos de redução, são

mais prováveis de adotar inovações do que tecnologias mais difíceis de serem incorporaradas

no processo de produção. O ajuste entre experiências anteriores e ações ambientais pode gerar

uma maior eficácia ambiental (Etzion, 2007). Para diminuir possíveis objeções contra a

adoção de inovações verdes, uma empresa terá mais probabilidade de implementar uma

inovação verde que seja mais compatível com o atual conhecimento operacional da empresa

(Ho et al., 2014).

Vantagem relativa é a percepção de que uma inovação é mais vantajosa que sua ideia

substituta e os seus benefícios percebidos podem ser medidos em termos econômicos e

sociais, como conveniência e satisfação. É mais provável que as empresas implementem uma

tecnologia capaz de proporcionar melhor desempenho e maiores ganhos econômicos do que

as outras tecnologias (Rogers, 1962). A vantagem relativa está positivamente relacionada à

difusão da inovação (Rogers, 1962; Tornatzky & Klein, 1982). Potenciais benefícios

organizacionais das inovações verdes incluem redução de consumo de energia e recursos

naturais, redução de desperdício e emissão de poluentes, melhor desempenho ambiental e

financeiro e maior responsividade à expectativa socioambiental (Etzion, 2007; Hart, 1995).

Em um estudo da indústria de papel e celulose espanhola, Del Rio (2005) sugere que as

vantagens econômicas e financeiras são características tecnológicas importantes que

influenciam a adoção de tecnologias limpas. Os benefícios líquidos percebidos que a inovação

verde oferece servirão como fatores determinantes para as empresas implementarem a

inovação verde.

3.2.9.2 Fatores Organizacionais

O contexto organizacional implica nos processos e atributos que restringem ou

facilitam a inovação. Diversos estudos discutiram as influências de uma variedade de

características organizacionais, como qualidade dos recursos humanos, liderança da alta

gerência, apoio organizacional, cultura organizacional e tamanho organizacional na difusão da

inovação (Damanpour & Schneider, 2006; Taylor & McAdam, 2004) e estratégia ambiental

(Etzion, 2007; Gonzalez-Benito & Gonzalez-Benito, 2006). Recursos organizacionais

suficientes e capacidades organizacionais qualificadas são duas características organizacionais

relevantes que promovem a inovação (Damanpour, 1991; Jeyaraj et al., 2006) e o desempenho

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ambiental (Hart, 1995; Russo & Fouts, 1997). A disponibilidade de recursos, suporte de

gestão, capacidades de aprendizagem organizacional e recursos humanos influenciarão a

adoção de inovações verdes (Alvarez-Gil et al., 2007; Lee, 2008). Os seguidores apenas

apresentam a qualidade dos recursos humanos, o suporte organizacional e o tamanho da

empresa, pois são variáveis relacionadas a recursos organizacionais amplamente analisadas na

literatura (Ho et al., 2014).

A qualidade dos recursos humanos é um fator essencial, que influencia a difusão da

inovação (Fichman & Kemerer, 1997; Tornatzky et al., 1990). Recursos humanos qualificados

são úteis para difundir inovações, por causa de suas capacidades de aprendizado competentes.

A implementação de inovações verdes é um processo complexo que exige coordenação

interdisciplinar e mudanças significativas no processo de operação existente (Russo & Fouts,

1997). É um processo intensivo em recursos humanos e depende do desenvolvimento e

treinamento de habilidades tácitas por meio do envolvimento dos funcionários (Hart, 1995;

Del Brio & Junquera, 2003). Uma empresa com maior capacidade inovadora terá maior

probabilidade de implementar, com sucesso, uma estratégia ambiental avançada (Christmann,

2000; Judge & Elenkov, 2005). A falta de capacidade de absorção do receptor é uma das

principais barreiras à transferência de conhecimento técnico dentro de uma empresa

(Szulanski, 1996) e, para superar as barreiras de conhecimento para a adoção de inovações

verdes, os funcionários precisam de treinamento extensivo e especializado. Os funcionários

com capacidades de aprendizado competentes estarão aptos a aumentar sua capacidade de

absorção por meio de programas de treinamento, que podem promover a adoção de inovações

verdes (Ho et al., 2014).

O suporte organizacional é um conjunto de medidas que uma empresa utiliza para

ajudar os funcionários a usar as inovações verdes. Incentivar a difusão da inovação e garantir

a disponibilidade de recursos financeiros e técnicos para a inovação têm efeitos positivos na

implementação da inovação (Damanpour & Schneider, 2006; Jeyaraj et al., 2006; Lee, Lee &

Kwon, 2005). Para o desenvolvimento da gestão ambiental, o apoio organizacional é

essencial, pois os funcionários serão motivados a implementar o comportamento ecológico e

os recursos necessários para a adoção de inovações verdes estarão mais facilmente

disponíveis. Além disso, a alta gerência desempenha um papel essencial no suporte

organizacional (Christmann, 2000; Judge & Elenkov, 2005). Muitas inovações verdes exigem

a colaboração e coordenação de diferentes departamentos e divisões durante o processo de

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difusão. Assim, para garantir uma difusão bem-sucedida, as iniciativas verdes são,

geralmente, endossadas e incentivadas pela alta administração (Gonzalez-Benito & Gonzalez-

Benito, 2006). A tarefa central da alta gerência é obter recursos e montá-los em capacidades

organizacionais para que a empresa seja capaz de implementar inovações verdes para obter

vantagem competitiva ambiental (Judge & Elenkov, 2005).

3.2.9.3 Fatores Ambientais

Os fatores ambientais, neste estudo, referem-se à conceituação padrão do ambiente

externo na literatura de comportamento organizacional. O ambiente externo, no qual uma

empresa conduz seus negócios, é um fator importante que afeta a adoção de inovações e a

estratégia ambiental (Frambach & Schillewaert, 2002; Damanpour & Schneider, 2006; Jeyaraj

et al., 2006). Certas variáveis ambientais, como incerteza ambiental, munificência ambiental,

apoio governamental, tipo de indústria, competição e relações de rede, são frequentemente

discutidas na literatura sobre difusão de inovação (Tornatzky et al., 1990; Zhu et al., 2006) e

gestão ambiental (Etzion, 2007; Gonzalez-Benito & Gonzalez-Benito, 2006). A incerteza

ambiental e a disponibilidade de recursos externos são consistentemente consideradas como

dois fatores ambientais primários que influenciam a difusão da inovação e a estratégia

ambiental (Aragon-Correa & Sharma, 2003; Jeyaraj et al., 2006; Rothenberg &

Zyglidopoulos, 2007; Tornatsky et al., 1990). O governo desempenha um papel importante no

apoio a recursos para adoção de inovação (Lee, 2008; Li & Atuahene-Gima, 2002; Scupola,

2003). Da mesma forma, a pressão das partes interessadas é outro fator ambiental relevante

que influencia os comportamentos ambientais organizacionais, e está amplamente

representada em pesquisas sobre questões ambientais (Buysse & Verbeke, 2003; Sharma &

Henriques, 2005). O presente estudo analisa possíveis influências da incerteza ambiental,

suporte governamental, pressão das partes interessadas (pressão regulamentar, pressão do

cliente e pressão do fornecedor do biodigestor) e do primeiro adotante na adoção da inovação

verde.

A incerteza ambiental refere-se a mudanças frequentes e imprevisíveis nas

preferências dos clientes, no desenvolvimento tecnológico e no comportamento competitivo

percebido pelos gerentes e tem sido vista como a característica ambiental mais relevante que

afeta a tomada de decisão de uma empresa (Li & Atuahene-Gima, 2002). Gerentes que

enfrentam ambientes de negócios incertos tendem a ser mais proativos e usam estratégias

mais inovadoras do que os gerentes em ambientes menos turbulentos. Sob alta incerteza

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ambiental, as empresas tentarão coletar e processar informações com frequência e rapidez

para lidar com mudanças ambientais (Gupta & Govindrajan, 1991) e também tendem a

dedicar mais esforços à inovação e aumentar a taxa de inovação para manter uma vantagem

competitiva (Damanpour, 1991; Kimberly & Evanisko, 1981; Zhu & Weyant, 2003). A

implementação de inovações verdes pode ser considerada como um processo de inovação

técnica que pode melhorar o desempenho ambiental de uma empresa. Assim, as empresas são

mais propensas a investir em recursos para implementar inovações verdes para gerar a

capacidade de melhorar o desempenho ambiental em ambientes incertos (Aragon-Correa &

Sharma, 2003; Rothenberg & Zyglidopoulos, 2007). Espera-se que a adoção de inovações

verdes esteja positivamente associada à percepção de incerteza ambiental.

O suporte governamental é um fator ambiental relevante, que influencia a inovação

técnica. Os governos podem promover a inovação técnica por meio de várias políticas

encorajadoras, como incentivo financeiro, recursos técnicos, projetos-piloto e incentivos

fiscais (Tornatzky et al., 1990; Scupola, 2003). A implementação de inovações verdes

depende, em certa medida, da disponibilidade de recursos externos. A grande quantidade de

recursos no ambiente de negócios aumenta o grau de engajamento da empresa na gestão

ambiental (Aragon-Correa & Sharma, 2003; Rothenberg & Zyglidopoulos, 2007). O governo

pode aumentar a munificência, fornecendo subsídios governamentais ou incentivos fiscais

para tecnologias alternativas de energia, financiamento bancário a taxas mais baixas para

tecnologias amigas do ambiente e menores prêmios de seguro para menores riscos ambientais

(Aragon-Correa & Sharma, 2003). Lee (2008), em um estudo de pequenas e médias empresas

coreanas, também sugere que o apoio governamental em iniciativas verdes tem uma

influência positiva na disposição da empresa em participar da cadeia de suprimento verde.

Espera-se uma associação positiva entre adoção da inovação verde e suporte governamental.

As partes interessadas (stakeholders) são indivíduos ou grupos que afetam as

atividades de uma empresa e também são afetados por essas atividades. A pressão das partes

interessadas é considerada como o fator de influência mais importante que na estratégia

ambiental de uma empresa (Buysse & Verbeke, 2003; Gonzalez-Benito & Gonzalez-Benito,

2006; Sharma & Henriques, 2005). De acordo com a teoria dos stakeholders, as organizações

realizam atividades para satisfazer seus principais parceiros. Entre vários grupos de partes

interessadas, os clientes e os reguladores são vistos como os stakeholders mais importantes de

uma empresa (Christmann, 2004; Etzion, 2007). Pesquisas revelam as relações positivas entre

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as atividades ambientais das empresas e a pressão regulatória e do cliente (por exemplo,

Christmann, 2004; Lee, 2008; Wong & Fryxell, 2004).

Inseridas em um ambiente dinâmico e em constantes transformações, as organizações

contemporâneas precisam manter-se atualizadas, de forma a responderem estrategicamente às

pressões institucionais recebidas do governo, clientes, órgãos públicos, sociedade, e de seu

próprio segmento para a institucionalização de práticas sustentáveis e o alcance de novos

mercados na arena global (Machado-da-Silva, Fonseca & Crubellate, 2010; Scott, 2014).

O impacto das instituições nas organizações tem conferido à Teoria Institucional o

ponto de partida para numerosos estudos que sugerem moldes para as decisões

organizacionais, a partir de significados sociais e valores socialmente construídos. O objetivo

central é assegurar legitimidade ou conformidade às normas e aos padrões institucionais

estabelecidos. As normas e padrões institucionais fazem com que as organizações passem a

condicionar, ou mesmo determinar, as suas escolhas estratégicas em virtude das pressões

sofridas no ambiente institucional (Oliver, 1991; Scott, 2014).

Dimaggio e Powell (1983) refinam o conceito de Isomorfismo organizacional e

identificam três mecanismos, por meio dos quais mudanças institucionais isomórficas

aconteceriam: coercitivas (influências políticas e de problemas de legitimidade), miméticas

(em um ambiente de incertezas, as organizações podem se modelar, espelhando-se em outras)

e normativas (esforço coletivo de membros de uma determinada ocupação para definir

condições e métodos de trabalho com fins de controlar a elaboração de procedimentos e de

estabelecer um padrão para obter a legitimação).

Próximos aos inovadores, estão os adotantes iniciais ou primeiros adeptos. Têm como

característica o perfil de serem líderes de opinião. Sua aprovação de inovação tem como

objetivo transpor o abismo para que o novo produto ou inovação chegue aos demais perfis.

Assim que atingido esse resultado, não haverá a lacuna entre os formadores de opinião da

grande maioria das pessoas.

A adoção de uma inovação verde geralmente envolve o comprometimento de recursos

para a implementação desta inovação, melhorando a produtividade e o desempenho ambiental

(Grover, Purvis & Segars, 2007; Rogers, 1962). Neste ponto, os benefícios da inovação

podem ser percebidos pelos primeiros adotantes. Agindo cedo em relação aos pares, o

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primeiro adotante estabelece melhorias pioneiras de custo e serviço, o que lhe permite obter

maiores ganhos de desempenho. Na prática, isso significa que esses primeiros adotantes

usufruem dessas inovações iniciais, enquanto obtêm benefícios substanciais (Rogers, 1962;

Zhu, Sarkis & Lai, 2012).

3.3 MÉTODO E PROCEDIMENTOS DE PESQUISA

3.3.1 O Contexto Empírico e Desenho da Pesquisa

Com o objetivo de garantir a validade e confiabilidade deste estudo, na Tabela 8,

apresentam-se os procedimentos da pesquisa que serão explicados ao longo da seção de

método.

Tabela 8: Matriz Metodológica do Estudo II.

Tópicos da Metodologia Estratégia dos Métodos

Natureza da Pesquisa Qualitativa

Abordagem Metodológica Descritiva \ Exploratória

Paradigma Fenomenológico

Método Pesquisa de Campo

Unidade de Análise

Amostra das empresas processadoras de mandioca,

suínos e aves

Procedimentos de Coleta de Dados

Realização de Entrevistas Semiestruturadas e Pesquisas

de Dados Secundários (notícias, dados dos sites etc.)

Instrumento de Coleta de Dados Roteiro de entrevista e formulários

Análise dos Dados

Análise de Conteúdo com o suporte do Software

MAXQDA

Fonte: dados da pesquisa (2019).

O universo da pesquisa utilizada compreendeu empresas associadas à ABAM

(Associação Brasileira dos Produtores de Amido e Mandioca) e ao SIMP (Sindicato das

Indústrias Produtoras de Mandioca do Paraná). A ABAM é uma entidade sem fins lucrativos

criada no Estado do Paraná, em 1991, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento e

economia regionais, promovendo a cooperação das empresas brasileiras desse segmento. Ao

longo de sua história, a ABAM trabalhou para promover estudos e parcerias tecnológicas,

visando estimular o desenvolvimento do setor. As empresas associadas estão situadas nos

estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, conforme dados do site da associação

(ABAM, 2017). Adicionalmente, a amostra contém ainda uma empresa processadora de

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suínos, outra de aves, duas empresas fornecedoras do biodigestor e o representante do ORA

(Órgão Regulador Ambiental), importante órgão para a triangulação das entrevistas.

Todas as empresas apresentavam, como sistema de manejo de material orgânico

residual (manipueira – resíduo líquido da industrialização da mandioca –, bagaço da casca,

fibras etc., lavagem dos caminhões com fezes de suínos e de aves), lagoas anaeróbias que

resultavam em grandes emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), dentre eles o metano, para

a atmosfera. Com a adoção do biodigestor, que encapsula o material orgânico residual, este

deixa de ser lançado na lagoa e passa a ser enviado ao biodigestor – no qual ocorre a queima

transformando-o em biogás, (o gás metano é totalmente aproveitado para a geração de energia

térmica). Com o processo, diminui-se, consideravelmente, o uso da lenha (combustível fóssil

inicialmente utilizado para a geração de energia térmica), as emissões de GEE, a poluição do

solo, das águas e da atmosfera (Silva & Cirani, 2016; Silva, Cirani & Serra, 2016).

A seleção da amostra qualitativa deste estudo ocorreu por meio de uma parceria

firmada com a empresa Planotec Assessoria Agronômica e Planejamento, responsável pela

construção e instalação da tecnologia aplicada de biodigestores. A partir do contato pessoal

com o pesquisador, foram apresentados os benefícios que o projeto poderia gerar quanto à

viabilidade financeira, eficiência energética e redução de impactos ambientais. Também, ao

longo das entrevistas, foram obtidos os contatos dos representantes da empresa de suínos, de

aves, da outra empresa fornecedora do biodigestor e do ORA (Órgão Regulador Ambiental).

Nos estudos de Silva e Cirani (2016) e Silva et al., (2016), a partir das empresas

processadoras de mandioca, foram classificados três conjuntos de organizações. Primeiro,

pelo porte da empresa – seis de porte médio, três de porte grande e uma de porte pequeno.

Segundo, pelo tipo da empresa – seis são independentes, duas são cooperativas e duas fazem

parte de grupo corporativo. O terceiro, pelo mercado – sete são exportadoras e três atendem

apenas ao mercado interno. Este é o perfil de empresa que buscamos nesta pesquisa.

Quanto aos gestores, segundo Silva e Cirani (2016) e Silva et al., (2016), três gestores

são proprietários das empresas. Os gestores profissionais estão localizados nas empresas de

maior porte e/ou das que fazem parte de grupos corporativos. Existe um predomínio de

empresas de controle familiar, sendo sete gestores contra três não familiares. Estes gestores

reconheceram, em suas empresas, a redução nos custos de materiais, consumo de energia e,

principalmente, a redução de resíduos orgânicos – uma vez que estão em conformidade com

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os regulamentos ambientais, evitando multas. Apesar dos benefícios ambientais reconhecidos,

estas declarações parecem indicar um forte fator determinante econômico e da pressão

institucional pela legislação ambiental, refletida pela aplicação de multas e até a ameaça sobre

a operação. Outro aspecto, também importante, foi relatado pelos gestores sobre a conquista

da legitimidade e melhora da imagem corporativa. Os colaboradores reconheceram os

benefícios ambientais, na qualidade de vida no trabalho e na comunidade circunvizinha às

empresas. Antes, a vizinhança reclamava de odores putrefatos atraindo roedores e insetos,

causando sérios problemas ambientais, como a destruição dos recursos naturais renováveis,

especialmente a água. Essas reclamações são indícios de pressões institucionais.

Um último ponto importante que avaliamos nesta pesquisa foi a adoção da inovação

verde por outras empresas, após a primeira ter adotado a inovação. Seria essa uma postura

isomórfica mimética?

Este tipo de postura pode significar a adaptação ao ambiente institucional, a partir de

um comportamento isomórfico, intermediário ou idiossincrático das empresas em relação aos

seus recursos organizacionais (neste caso, os gestores e os mercados). Apesar de não ter sido

o foco desta pesquisa, infere-se que os mercados, pelos seus critérios, poderiam impor pressão

isomórfica coercitiva sobre as empresas. Mas, como o foco do estudo foi investigar os fatores

determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no

agronegócio, assim, possivelmente as pressões isomórficas são miméticas.

Para melhor compreender e proporcionar mais familiaridade com o fenômeno, neste

estudo utilizamos a pesquisa de natureza qualitativa com abordagem explicativa. Assim,

identificam-se os fatores que definem ou que colaboram para a ocorrência do fenômeno

(Hambrick, 2007; Martins & Theóphilo, 2009), a partir de relatos de pessoas que tiveram

experiências práticas. Como método, utilizou-se a pesquisa de campo, pois foram realizadas

entrevistas com os atores-chave (Fonseca, 2002). Foi usado o paradigma fenomenológico por

ser uma estratégia qualitativa, na qual o pesquisador identifica a essência das experiências

humanas sobre um fenômeno, como descrito pelos participantes do estudo (Creswell, 2010).

Quanto ao desenho da pesquisa, e para minimizar a variação externa do fenômeno

estudado (Eisenhardt, 1989), são consideradas algumas dimensões como relevantes na escolha

da amostra para a triangulação dos dados – empresas pertencentes ao mesmo mercado e com a

mesma cultura de produção (mandioca, por exemplo). Dessa forma, a amostra permite

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detectar características do mercado e aspectos culturais que possam ter influenciado as

respostas.

3.3.2 Procedimento de Coleta de Dados

Inicialmente, antes das entrevistas com os gestores das empresas processadoras de

mandioca, suínos, aves e fornecedores do biodigestor, foram coletados dados de outras fontes

secundárias sobre estas empresas (sites das empresas, informativos, reportagens, dados das

empresas junto à ABAM e ao SIMP). Desta forma, obtivemos mais familiaridade com a

cultura e o mercado e possibilitou-se a triangulação – alternativa para se empreender múltiplas

práticas metodológicas, perspectivas e observadores em uma mesma pesquisa. A triangulação

garante rigor, riqueza e complexidade ao trabalho, além de um desenvolvimento de um estudo

mais detalhado sobre a adoção de inovação e suas implicações. Há que se atentar que, apesar

da fonte principal de dados ter origem nas entrevistas semiestruturadas realizadas nesta tese

(Spradley, 1979; Saunders, Lewis & Thornhill, 2009), as informações contidas em fontes

secundárias contribuíram na formulação das questões da entrevista semiestruturada. As fontes

secundárias e as entrevistas ainda possibilitaram a triangulação de dados, permitiram conhecer

as intenções e experiências de atores-chave diretamente envolvidos com o mercado, a gestão e

as decisões em relação à adoção da inovação (biodigestor). As entrevistas, desta tese, foram

realizadas seguindo alguns cuidados para a sua condução, como a utilização de expressões

curtas, eco, reformulação, perguntas adicionais, silêncio e incompreensão involuntária

(Ghiglione & Matalon, 1997).

Além dos entrevistados das empresas processadoras de mandioca, uma de suínos e

outra de aves, mais dois fornecedores do biodigestor foram entrevistados, para triangular e

para entender o poder das acreditações sobre o mercado de atuação destas empresas e as

características institucionais. A seguir, podem-se visualizar, na Tabela 9, as empresas, os

entrevistados e seus respectivos cargos. Todas as empresas e seus entrevistados foram

substituídos por legendas para preservação das identidades.

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Tabela 9 – Empresas e Atores-chaves com seus respectivos cargos

Empresas Atores-chaves

(Entrevistados) Cargos Porte Tipo de Empresa Tipo de Gestão Tipo de Mercado Entrevista - Verbatim

Data Duração Páginas

Fornecedor do Biodigestor 1 FB1 Engenheiro Agrônomo Pequeno Independente Familiar Nacional 29/08/2018 00:42:56 12

Mandioca 1 M1 Gerente de Amidonaria Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 10/09/2018 00:24:26 10

Mandioca 2 M2 Engenheiro Ambiental Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 14/09/2018 00:34:21 16

Mandioca 3 M3 Supervisor de Produção e

Manutenção Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 19/09/2018 00:41:19 19

Mandioca 4 M4 Proprietário Médio Independente Familiar Nacional e Internacional 22/09/2018 00:56:21 21

Mandioca 5 M5 Proprietário Médio Independente Familiar Nacional 25/09/2018 00:43:17 23

Mandioca 6 M6 Supervisor do Controle de

Qualidade Médio Independente Familiar Nacional 26/09/2018 00:47:38 25

Mandioca 7 M7 Gerente Industrial Grande Independente Não Familiar Nacional e Internacional 27/09/2018 00:37:37 21

Mandioca 8 M8 Supervisor de Manutenção Médio Independente Familiar Nacional 29/09/2018 00:12:57 07

Mandioca 9 M9 Gerente de Produção Grande Parte de um Grupo Não Familiar Nacional e Internacional 01/10/2018 00:24:50 09

Mandioca 10 M10 Gerente Industrial Grande Parte de um Grupo Não Familiar Nacional e Internacional 01/10/2018 00:21:51 09

Mandioca 11 M11 Gerente Administrativo Grande Parte de um Grupo Não Familiar Nacional e Internacional 02/10/2018 00:18:46 07

Mandioca 12 M12 Gestor Comercial e

Proprietário Médio Independente Familiar Nacional e Internacional 02/10/2018 00:25:29 12

Suíno 1 S1 Gerente de Nogócios da

Área de Suínos Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 08/10/2018 00:49:08 16

Ave 1 A1 Supervisor Ambiental da

Área de Aves Grande Cooperativa Não Familiar Nacional e Internacional 09/10/2018 00:43:28 19

Fornecedor do Biodigestor 2 FB2 Engenheiro Agrícola Grande Independente Não Familiar Nacional e Internacional 29/10/2018 00:53:03 17

Mandioca 13 M13 Proprietária Grande Independente Familiar Nacional e Internacional 30/10/2018 00:26:57 07

Órgão Regulador Ambiental -

ORA ORA1 Chefe Responsável Pequeno

Órgão

Governamental Não Familiar Nacional 14/11/2018 00:57:05 8

TOTAL 11:01:29 219

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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As entrevistas foram agendadas por meio de uma relação de telefones e contatos dos

gestores das empresas processadoras de mandioca, cedida pela empresa Planotec (responsável

pela implementação do biodigestor), sendo todas localizadas no noroeste do Paraná. Cabe

ressaltar que nem todos os gestores da relação adotaram a inovação – um fator positivo, pois a

pesquisa desta tese comparou os adotantes dos não adotantes da inovação verde, por meio dos

fornecedores de biodigestor e do órgão regulador ambiental. Foram realizados mais de 80

telefonemas, nos quais era solicitada uma entrevista com a pessoa envolvida diretamente com

a implementação do biodigestor. No caso dos não adotantes, a entrevista foi realizada com o

próprio gestor da empresa fornecedora do biodigestor (proprietário ou gerente) e com o chefe

responsável do órgão regulador ambiental. Transcorreram inúmeras trocas de e-mails até que

fossem agendadas as 18 entrevistas realizadas por telefone. As entrevistas realizadas foram

transcritas literalmente – verbatim – (Fielding & Thomas, 2001).

As entrevistas duraram cerca de 30 a 60 minutos cada, e foram todas gravadas e

transcritas literalmente – verbatim – (Fielding & Thomas, 2001), abrindo possibilidades de

interpretações para a pesquisa. Além das notas que foram tomadas durante as entrevistas, uma

reavaliação era realizada dentro de um período de 24 horas, para completar detalhes e acessar

algo que, porventura, não tivesse sido verificado na gravação, seja pelas notas, seja pelos

dados secundários. Este processo permite que o pesquisador avalie seus vieses e sentimentos

pessoais e compreenda sua influência na pesquisa (Emerson, Fretz, & Shaw 2011; Kvale,

2007). Na transcrição, foram tomados alguns cuidados, como identificar o entrevistado e o

entrevistador por meio de códigos e também transcrever as palavras da forma que foram

faladas – ou seja, de forma literal – (Kvale, 2007). As expressões de desagrado, prazer etc.,

percebidas pelo entrevistador e usadas pelos entrevistados, foram inseridas (Ramilo & Freitas,

2001). Ao todo, foram 219 páginas com 8.609 linhas de transcrição e mais 21 páginas de

anotações feitas durante as entrevistas, somando-se 240 páginas.

Foram elaborados três roteiros de entrevista semiestruturada – um para os gestores,

outro para os fornecedores do biodigestor e um outro para o órgão regulamentar, contendo as

questões iniciais e a fonte para o questionamento, apresentados no Apêndice III. As questões

foram elaboradas com o cuidado de estabelecer uma validade prévia (Bianchi & Ikeda, 2008),

para estabelecer uma relação entre a pesquisa e a teoria. Assim, buscou-se associar os

construtos com os autores e o marco teórico (Apêndice IV).

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A partir das respostas dos entrevistados, novas questões foram colocadas. As mesmas

eram repetidas para os novos entrevistados ou complementadas por questionamentos das

entrevistas anteriores. Foram utilizados os principais tipos de questões: as descritivas, as

estruturais e as de contraste (Spradley, 1979). As questões descritivas – muito usadas nas

entrevistas –, permitem identificar a linguagem do entrevistado, como por exemplo: “qual o

cargo do entrevistado?”. Já as questões estruturais são as que permitem descobrir como o

entrevistado organiza seu conhecimento, por exemplo: “o fato de implementar o biodigestor

ocasionou alguma mudança na empresa?”. E as questões de contraste permitem distinguir o

significado que o entrevistado emprega para diferenciar os objetos e eventos no seu mundo,

por exemplo: “considera alguma empresa que atua no mercado como sendo sua concorrente?

Quais? Por quê?”.

3.3.3 Procedimentos de Análise

Os dados foram analisados inicialmente a partir de resumos individuais de cada caso –

pesquisa indutiva de casos – (Miles & Huberman, 1994), sintetizando e comparando as

transcrições das entrevistas com as notas que foram coletadas. A seguir, realizamos uma

revisão crítica com base em questionamentos, para que fosse garantida tanto a validade

interna no desenvolvimento da pesquisa, na validade do processo e do método (Cho & Trent,

2006) quanto a validade externa nos resultados da pesquisa (Hair, Black, Babin, Anderson &

Tatham, 2010). Dois objetivos do cuidado com as validades merecem destaque: primeiro, na

validade interna, estabelecer relações causais – uma condição pode levar à outra – e, segundo,

na validade externa, verificar se as descobertas do estudo podem ser generalizadas ou

replicadas (Yin, 2002; Eisenhardt, 1989).

A literatura existente foi considerada conforme as ideias foram aparecendo

(Eisenhardt, 1989), verificando-se os construtos similares que emergiram dos dados usados e

criando-se tabelas e figuras para facilitar a comparação (Miles & Huberman, 1994). Após este

passo, a proposta, neste ponto da pesquisa, foi desenvolver um modelo situacional de adoção

da inovação verde no agronegócio da mandiocultura.

Foram feitas múltiplas leituras para o desenvolvimento de uma estrutura de dados e

também foi realizada uma codificação interativa com auxílio do software MAXQDA. Foram

consideradas as categorias de primeira ordem, as categorias emergentes de segunda ordem e

as dimensões agregadas, que ajudaram a identificar os fatores determinantes relacionados,

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principalmente, na perspectiva dos entrevistados das empresas processadoras de mandioca. O

MAXQDA não foi desenvolvido para o uso em Grouded Theory como o Atlas-TI e N-Vivo,

sendo, por este motivo, mais adequado a um modelo situacional qualitativo.

3.4 RESULTADOS

A apresentação dos resultados é revelada por extratos das entrevistas. As reticências

expressam pequenas pausas entre uma frase e outra. Vale relembrar que as empresas e os

entrevistados são identificados por códigos (conforme atores-chaves da Tabela 9). As

declarações são feitas, quando for o caso, no masculino, deixando não identificado o gênero

do entrevistado. A Figura 7 apresenta as relações entre os construtos, a partir das entrevistas

realizadas e considerando, principalmente, a cogeração da mandioca, mas triangulando com

aves e suínos.

O mapa da Figura 7 apresentado com as ligações indica que aconteceram muitas

menções ao custo da adoção em relação ao custo (despesa com lenha durante a implantação e

fase inicial da operação) e investimento relacionado com o tempo de retorno. As linhas mais

espessas indicam que, durante a codificação, foi dada mais relevância a esses trechos pelo

pesquisador, em função da ênfase dada pelo entrevistado na resposta. O mesmo ocorre na

relação do suporte governamental e a falta de incentivo, na relação da compatibilidade e a

carga orgânica e da vantagem relativa e o benefício econômico – advindo da redução de custo

com lenha.

É importante destacar que existe também uma linha espessa e outra espessa e tracejada

– sobrepostas – relacionando, fortemente, a legitimidade, reputação e imagem da empresa

indiretamente. A aquisição das outras vantagens relativas explica, segundo o relato dos

gestores, o ganho obtido, indiretamente, nestas três últimas vantagens. Com a adoção do

biodigestor, a eliminação do mau cheiro, do lançamento de material residual no solo, do corte

de lenha, da fumaça, das cinzas etc. melhoraram a legitimidade, reputação e imagem da

empresa perante os clientes, concorrentes e à comunidade circunvizinha.

A relevância maior das conexões também foi identificada na ligação da complexidade

e sua dificuldade, na relação entre suporte organizacional e seus termos relacionados –

projetos e segurança –, na qualidade dos recursos humanos e sua relação com o

conhecimento, na pressão regulamentar e sua relação com normas e leis, exercendo um

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indicativo de isomorfismo coercitivo. Neste último caso, os gestores relataram que o órgão

regulador ambiental realiza fiscalizações mensais e monitoramento do efluente lançado nas

lagoas. Caso o efluente, após analisado, estivesse fora das normas, a empresa era multada,

podendo ser fechada em caso reincidente.

Na relação entre a pressão do cliente e as práticas ambientais, ocorre a mesma ligação

direta – mas nesse caso, indica, indiretamente, um isomorfismo mimético. Ou seja, da mesma

forma, os gestores ressaltaram a cobrança insistente, durante as auditorias – visita de clientes

na cadeia produtiva –, sobre as práticas verdes e comportamento verde na fabricação do

produto final. No processo de fabricação houve exigência de certificados ambientais, selo

verde ou prêmios que indicassem o cuidado na fabricação do produto sem prejudicar o meio

ambiente.

Existe, também, uma relação direta da incerteza ambiental com o comportamento

competitivo, indicando uma preocupação com o concorrente, nas próprias palavras dos

gestores.

No caso da pressão do fornecedor do biodigestor, houve relações com demonstração,

divulgação, projeto de implantação, estudo de viabilidade, ideia e créditos de carbono. Nno

início, o biodigestor foi adotado como uma forma de compensar as emissões de carbono por

empresas estrangeiras e essas relações indicam um isomorfismo mimético. Ou seja,

identificamos pressões das empresas estrangeiras vindo ao país e oferecendo a construção e

implantação do biodigestor em troca de um percentual nos créditos obtidos. Houve processo

parecido também com o fornecedor local (FB1) que, com apoio do primeiro adotante, fez a

demonstração da viabilidade e retorno financeiro do biodigestor aos demais. Assim, percebeu-

se um comportamento mimético das empresas.

No caso do primeiro adotante, a relação direta deste fator destaca-se na produtividade

e no desempenho econômico demonstrado pelo pioneiro para os demais adotantes, indicando,

também, um isomorfismo mimético.

Na rede apresentada na Figura 7, as ligações tracejadas indicam relações não diretas

com cada fator e seus termos relacionados. Quanto mais espessa a linha tracejada, mais

menções indiretas foram observadas durante as entrevistas. Apesar de indiretas e com menor

quantidade de menções, até porque o foco da pesquisa esteve sobre o fator determinante, as

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ligações mais espessas indicam outras relações importantes, considerando o grau de

importância e menção de cada fator e seus respectivos termos relacionados. Observa-se

também que todos os fatores estudados e seus respectivos termos possuem ligações com os

outros, indicando que todos, em maior ou menor grau, estão relacionados.

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Figura 7: Estrutura de Ligações entre os Fatores

Fonte: Dados da Pesquisa (2019).

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3.4.1 As Influências dos Fatores no Desempenho Organizacional

Os resultados foram obtidos a partir das entrevistas, e com o suporte de outras

informações disponíveis nos sites das empresas, notícias, site do órgão regulador ambiental

etc. Foram analisadas duas dimensões: as influências de cada um dos fatores com o

desempenho organizacional e qual, dentre todos, é o fator determinante na adoção da

inovação verde (biodigestor).

3.4.1.1 Custo da Adoção

Os principais termos relacionados com este fator, colhidos durante as entrevistas,

foram custo, investimento e tempo de retorno. O custo do investimento está diretamente

relacionado com o tempo e a quantidade de retorno, na opinião dos entrevistados FB1 e FB2

(os fornecedores do biodigestor).

O entrevistado FB2 foi mais claro ao relatar que:

“Quando você vai apresentar um projeto desses em uma indústria, o cara quer é uma coisa: que

mostre o quanto que ele vai ter de retorno... por mais que você fale que o tratamento vai ser

eficiente, o cara vai querer ver números... E aí por isso que o biodigestor (quando há a

possibilidade de se fazer um biodigestor)... é fácil de demonstrar o quanto de retorno ele vai

dar... Uma vez montado e operando, o único gasto que vai existir depois é o de manutenção...”

(FB2).

O entrevistado FB1, da rede de fornecedores, relata que, após várias tentativas de

venda do biodigestor e de demonstrar o ganho e o tempo de retorno, mesmo assim, o gestor

não ficou convencido, e ele ofereceu a implantação do biodigestor a preço de custo:

“Porque eu fiz várias visitas e enchi o saco deles e, na verdade, eu fiz o cálculo pelas Nações

Unidas e eles iam ter uma economia de 30%... só que 30% já pagava em 6, 7 meses, né...

aquele valor... Na verdade, pagava até um pouco antes... mas aí a gente foi e eu falei: ‘_Oh...

vou fazer a preço de custo, vocês compram o material, eu vou instalar a preço de custo e

vamos encarar.’ Aí, chegamos lá e encaramos o negócio. A Mandioca 1 gastava R$ 5.000,00

de lenha por dia... dois dias depois que eu instalei o biogás, eles estavam economizando R$

4.000,00 de lenha por dia... o projeto custou R$ 160.000,00... se pagou em 40 dias....” (FB1).

O gestor da Mandioca 1 foi mais além e acrescentou:

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“... a questão é que além de abaixar o meu custo de produção, do meu produto, gastei

menos biomassa... a gente está economizando bem mais do que pensava...” (M1).

O gestor da Mandioca 2 aponta uma redução maior ainda no custo e no tempo de

retorno:

“Ah... no nosso caso ele pagou toda a estrutura em dois meses... entende? Nós

pagamos em dois meses... como a gente fez um investimento simples, né... na época

gastamos uns R$ 200.000,00... e isso foi pago em dois meses... Na época, se optou

pela lenha porque o custo de investimento... ele era muito mais baixo... entende?... o

retorno se apresentou mais interessante...” (M2).

O gestor da Mandioca 3 observou uma relação direta entre a redução do custo com

lenha e o ganho obtido:

“... eu fechei o mês passado... eu tinha R$ 400.000,00... eu tive isso de ganho... eu

deixei de queimar lenha... porque eu ia gastar R$ 400.000,00 a mais com lenha que eu

deixei de consumir... é ganho real... em alguns meses a economia chega a 80%... a

redução de custo está relacionada à produção de gás que você vai ter... todo mundo

trabalha pelo custo-benefício...” (M3).

Alguns gestores apontam o biodigestor como uma forma de reduzir custos, pontuando

que a produção de biogás, em alguns casos, não se dá logo de início, o que, por vezes, pode

prolongar o tempo de retorno do investimento:

“Aqui a gente sempre trabalha para diminuir custo... Adquirir ele foi uma maneira de

diminuir custo... o retorno foi mais de um ano porque no começo não é 100% de gás...

então no começo era metade lenha, metade do gás... Não foi no primeiro dia que

economizou 100%...” (M6).

Os gestores da Mandioca 7, 8, 9 10, 11, 12 e 13, como tantos outros, fizeram um

estudo de viabilidade que comprovou, por meio de cálculos, a redução de custos e o tempo de

retorno. Para exemplificar:

“Olha... se eu considerar, 630 toneladas/mês de lenha... seu eu colocar isso vezes R$

145,00... o preço da tonelada de lenha... isso dá R$ 91.350,00... então... tipo assim...

em dois... três meses... ele pagou esse investimento...” (M7).

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“... quando a gente calculou o tempo em que ele se pagaria, seis meses, e o investimento nele,

R$ 300.000,00 e quanto nós reduziríamos o gasto com lenha, quase 100%... chegamos à

conclusão que era totalmente viável...” (M11).

No caso das empresas processadoras de mandioca, o tempo de retorno é extremamente

curto, considerando o valor do investimento. O custo total de um biodigestor, em média e

dependendo do tamanho, varia de R$200.000,00 a R$ 300.000,00, segundo o fornecedor do

biodigestor (FB1 e FB2). Se considerarmos, na opinião dos entrevistados, o tempo de retorno,

o custo se paga em poucos meses e o investimento é totalmente viável. Situação diferente

ocorre no caso da empresa de suínos. Quando questionado sobre o tempo de retorno, o gestor

da Suíno 1 respondeu:

“Ele é demorado... a gente não trabalha aqui com a introdução de um biodigestor em menos de

10 anos... 10 anos com biodigestor na área de produção de suínos... o tempo de retorno é bem

maior... ele tem que ser feito até por uma necessidade ambiental... Da sobrevivência da

atividade... se o produtor é só suinocultor... Eu te digo que o biodigestor passa a ser uma

despesa... o único benefício é ele poder ter a atividade...” (S1).

O mesmo gestor complementa:

“Porque ele não pode lançar esse dejeto no meio ambiente... então... Tem que fazer parte dos

custos da atividade... quando as empresas de suínos instalam o biodigestor, elas são mais

movidas pela necessidade de manter o meio ambiente limpo do que esperar um retorno

econômico disso...” (S1).

No caso das aves, o tempo de retorno é menor – comparado com os suínos – devido à

carga orgânica baixa que vai para os biodigestores, conforme relata o gestor da empresa de

aves:

“O que vai para o biodigestor é o esgoto sanitário... principalmente o esgoto que vem da

lavação de caminhões... O caminhão que trouxe o frango do campo... Ele descarregou todas as

gaiolas... Só que ficou aquele monte de fezes de frango... o custo do nosso biodigestor foi de

R$ 450.000,00... com ele eu economizo R$ 30.000,00 por mês... nesse caso, devido à carga

orgânica baixa, o meu retorno é de quase dois anos... eu não posso lançar no biodigestor os

pedaços do frango que são retirados... apenas as fezes da lavagem dos caminhões... e o esgoto

sanitário...” (A1).

No caso dos suínos e das aves é importante ressaltar que, conforme informaram os

gestores S1 e A1, os materiais orgânicos residuais sólidos (peles, ossos, restos de carnes) e

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líquidos (sangue e urina) não podem ser lançados no efluente, em razão do alto nível de

contaminação por meio de patógenos – organismos que são capazes de causar doença em um

hospedeiro.

Destaca-se ainda a diferença da utilização da geração de calor. No caso das empresas

de mandioca, o biodigestor, por meio do gás metano, gera calor para secar a mandioca que foi

ralada. No caso dos suínos, segundo o gestor S1, o calor gerado, geralmente, é usado para

aquecer o berçário de porquinhos (no caso de granjas). No caso das aves, segundo o gestor

A1, o calor é, geralmente, utilizado para aquecer a descaldagem (no caso de frigoríficos),

local são imersos os frangos após serem sangrados.

3.4.1.2 Complexidade

Os termos pertinentes à complexidade estão relacionados com dificuldade, resistência,

burocracia e treinamento, no que diz respeito à implantação e operação do biodigestor.

Todos os gestores afirmam, em unanimidade, que é muito fácil operar o biodigestor.

Os mesmos gestores, entretanto, também ressaltam que foi importante o treinamento básico

fornecido pelas empresas fornecedoras do biodigestor. Alguns depoimentos:

“O Biodigestor é fácil de operar... nós tivemos treinamento com o pessoal que construiu o

biodigestor... o manuseio mais correto possível... com treinamento e tudo para garantir os

trabalhadores o máximo de segurança...” (M13).

“O biodigestor é tranquilo... é o funcionário que liga, desliga... mas foi feito o treinamento

através do pessoal que forneceu equipamento...” (M12).

“É fácil... o pessoal tem que entender o que eles tem que fazer para regular o pH... daí eles

aprendem... nós demos toda a assistência técnica e o pessoal aprendeu rapidinho e hoje tá

operando... bem bacana...” (M10).

“Aqui é assim... do funcionamento... da forma que é... não tem segredo, não... o pessoal aqui

trabalha bem... conseguiu se adaptar bem com ele...” (M8).

“Na verdade, não tem muito que o que fazer... o que a gente faz é acompanhar... todo dia nós

acompanhamos o pH de saída do biodigestor... só... e nada mais...” (M7).

Já o fornecedor do biodigestor (FB2) pontua:

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“Você tem que pensar na eficiência do tratamento... um biodigestor bem montado, bem

operado, você pode ter eficiências de até... na ordem de 90% de tratamento... ou superior...”

(FB2).

A dificuldade, resistência e burocracia, neste ponto, na opinião dos gestores, centra-se na

formação de outros gases, além do metano que danificam o biodigestor, a manta – gel

membrana – que recobre a lagoa, acidificação – aumento de acidez no efluente – e da

dificuldade de conversão do biogás em energia elétrica:

“Então, o suíno tenho problema que tem o gás sulfídrico... A mandioca não tem esse

problema... Então, tem que ter um filtro melhor, com melhor capacidade de filtrar esse gás...”

(M1).

“... ainda existem pessoas que tem um certo... desconforto... medo disso... aquilo... tanto da

parte de motor... antigamente você... estragava muito... você... porque o gás é corrosivo, né?...

Então você teria que filtrar ele... não sabia como é que fazia... e tal... a parte operacional era

difícil... então... assim...” (M2).

“É... porque começou a... começou a rasgar... furar... a gel membrana tava com indício de

começar a apodrecer...” (M3).

“Então, duas ou três vezes, a gente teve problemas de acidificação do biodigestor... aí foi um

Deus nos acuda... levava, aí, três meses até recuperar nossos biodigestores...” (M7).

“Porque quando eu utilizo o biogás para produzir energia elétrica eu tenho que fazer um

investimento muito maior nos motores... O motor... O gerador... Para tudo isso... Isso tem que

estar... A concessionária coloca um monte de... Várias regras para ele colocar essa energia na

produção... é muita burocracia...” (S1).

Pelos depoimentos colhidos, pode-se notar que não há complexidade na operação do

biodigestor. Ele é fácil de operar e a manutenção é barata, sendo que qualquer funcionário da

empresa pode operá-lo após um treinamento básico.

3.4.1.3 Compatibilidade

Estrutura da empresa, produção, cadeia produtiva e carga orgânica foram os termos

relacionados na entrevista realizada, quando se perguntou se o biodigestor era compatível com

a empresa. Neste item, os entrevistados responderam apenas que foi fácil integrar o

biodigestor na cadeia produtiva sem ocasionar nenhuma mudança na empresa ou na produção.

É importante relatar que o biodigestor é construído com base no tamanho da empresa

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(estrutura) e da sua produção, ou seja, empresas maiores têm produções maiores, logo,

biodigestores maiores. As empresas menores, devido à pequena produção, têm biodigestores

menores ou nem os têm, pois, a legislação não obriga o produtor a ter um biodigestor, apesar

de obrigá-lo a fazer um tratamento adequado do efluente:

“É... A vantagem do biodigestor, em mandioca, é que a carga orgânica do efluente é bastante

alta em relação aos demais, sabe? Comparando com os suínos, a proporção é bastante, com

agricultura... unidade de leite... Então, a grande vantagem da mandioca é a carga orgânica do

efluente que é bem superior aos demais, sabe? Tem uma fábrica hoje, que eu tenho 950 metros

cúbicos de gás metano...” (M1).

“Na realidade... aqui o biogás é o gás metano... tanto na mandioca como no milho é o mesmo

com a diferença que na mandioca você tem uma produção... bem maior que no caso do milho...

então... a mandioca ele tem um poder enorme em termo de produção de gás... já o milho... é

bem menos...” (M3).

“Então... assim... quanto mais moagem, mais produção tem... Mais alimento você tá jogando

nessa primeira lagoa e mais gás vai gerar...” (M12).

“Aí você vai dizer: Todo seu sistema vai ter biodigestor? Não... Nem todo mundo tem uma

escala de dejeto de produção suficiente para utilizar um biodigestor... Os Pequenos produtores

não têm dejeto suficiente que gera gás para eles utilizarem os biodigestores... a legislação... Ela

permite que o produtor mantenha lagoas aeróbicas, anaeróbicas... Fazem uma pré

fermentação... Por um período de quatro meses... Seis meses... No qual um dejeto passa a ter

características que pode ser usado na fertirrigação...” (S1).

3.4.1.4 Vantagem Relativa

Os principais termos relacionados, colhidos durante a entrevista, foram benefícios

econômicos, benefícios ambientais, imagem da empresa, reputação da empresa, legitimidade

da empresa, novos mercados, melhor desempenho, maior ganho e redução de custos. Quanto

ao acesso a novos mercados, todos foram unânimes em afirmar que a adoção do biodigestor

não tem relação alguma com acesso a novos mercados, uma vez que todos possuem uma

clientela fixa. Os termos relacionados, junto aos entrevistados, proporcionaram muitos

comentários e depoimentos. Vamos apresentar alguns deles, que representam as opiniões dos

demais:

“A biomassa era muito escassa e cara na época. Se tu pegar uma lagoa, tu ver a quantidade de

gás metano que ela produz e é gás metano que vai queimar... Porque a gente não pegar, fechar

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a lagoa e não usar? Foi aí que nós começamos a usar os biodigestores... o benefício econômico

foi muito interessante... A vantagem do biodigestor, em mandioca, é que a carga orgânica do

efluente é bastante alta em relação aos demais, sabe?... quanto maior a carga org|ânica, maior o

retorno econômico...” (M1).

O gestor da Mandioca 1 complementa:

“...mas tem a questão da sustentabilidade também, isso pegou bem melhor... Por exemplo,

assim ó, um gás que estava indo para atmosfera causando o efeito estufa e agora que você

colocou uma lona, pegou a tubulação e tá queimando ele, ele também gera... Pegou muito bem

a questão do meio ambiente, menos cheiro e tudo mais aí... Isso gerou prêmios para a

empresa... a questão da sustentabilidade...” (M1).

O gestor da Mandioca 2 relaciona o biodigestor a um eficiente tratamento do efluente

e fala sobre a imagem da empresa após o biodigestor:

“Além do benefício econômico, que foi mais vantajoso para a gente, ele passa a ser um

equipamento para melhor tratamento do seu resíduo... como benefício ambiental... não é só a

questão do biogás...é uma questão de tratamento... muitas pessoas que, de certa forma, tem

uma certa dificuldade em tratar seus efluentes, pelos projetos, pelo sistema que tem... coloca-se

um biodigestor para ajudar da decomposição da matéria orgânica...... então hoje a gente tem

uma eficiência de tratamento muito melhor do que tinha antes... sem o biodigestor... sem

contar que o efluente tratado é utilizado para fertirrigação...” (M2).

“Para nós o custo do biodigestor e o retorno que ele te dá foi, de longe, o melhor... para o meio

ambiente acho que ficou bom... porque... ó... só pra você ter uma ideia... antes... quando era

lenha... a gente tirava uma média de duas, três carriolas de cinza por dia... porque não tinha

onde jogar, então a gente jogava em qualquer lugar aí... ah... tinha a chaminé lá, né, o dia todo

uma fumaça preta... o dia inteiro subindo... E... Hoje cê não vê nada... Tudo limpinho...” (M5).

O gestor da Mandioca 6 destaca:

“Então... quando a gente até colocou isso aqui... o biodigestor era uma coisa que... muita gente

veio aqui visitar... porque justamente o benefício que trazia, justamente esse que eu comentei...

o forte odor que saia da lagoa por causa do material orgânico em putrefação... nossa... era um

tratamento eficiente porque não tinha mais aquele cheiro forte... e aí a questão que era uma

coisa muito mais limpa, né... aí... então... a imagem da empresa virou uma referência porque a

gente foi um dos primeiros que colocou aqui na região...” (M6).

Já o gestor da Mandioca 8, resume o depoimento de todos os gestores entrevistados:

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“O melhor benefício é o econômico... redução de 100% no uso da lenha... que é cara... É...

você tem dois benefícios ambientais... você reduz a queima de madeira... e também não emite

o gás metano para a atmosfera... com o efluente tratado, utilizo ele para fertirrigação... outro

benefício econômico... não gasto mais com fertilizantes... e a nossa imagem melhorou... muitos

clientes elogiaram nossa iniciativa... e a própria comunidade por causa do mau cheiro que saia

da lagoa... agora não sai mais porque a lagoa está coberta e o gás vai direto para a tubulação

queimar na caldeira...” (M8).

O chefe responsável do ORA1 argumenta:

“...eu diria que à medida que forem aparecendo resultados econômicos positivos em relação a

isso, as indústrias poderão, ou mesmo as atividades, a utilizar disso... então, no estado não

houve uma mudança em relação as energias produzidas por fonte fotovoltaica ou biomassa

com a isenção de ICMS... os efluentes das indústrias geram emissões gasosas atmosféricas, os

particulados, odor e também o efluente final... e com isso nós vamos trabalhando ao longo do

tempo para que houvesse melhorias nesse sistema... aquelas empresas que implantaram seus

biodigestores foi em função de interesse próprios deles... depois foram licenciados pelo ORA...

o ORA não obriga ninguém... na verdade, a empresa apresenta o seu sistema de tratamento e

esse sistema de tratamento tem que estar adequado aos parâmetros estabelecidos de

lançamento...” (ORA1).

Quanto à imagem da empresa, reputação e legitimidade, os gestores ressaltam:

“A gente observa, claro, que muda a imagem perante a comunidade... porque se interessa no

assunto... vê que a gente tá adotando algumas práticas ambientais... e, nesse sentido, os órgãos

ambientais também... é... enxergam com bons olhos...” (M2).

“Melhora sim... A gente... Eu sinto assim que tem concorrente que admira a gente... pela

iniciativa e até acaba respeitando um pouco mais a nossa unidade né?” (M12).

“Mexe... Porque um dos processos de você minimizar carga de contaminação de uma

produção... Uma produção de suínos através do dejeto é você ter sistemas mais eficientes que

não gerem contaminação... Tá? Então... O fato de você ter processos na sua produção junto à

comunidade que você tem biodigestores e não simplesmente tem uma lagoa lá... Onde você usa

o dejeto... Isso traz... Isso melhora e é significativo... Sustentável, né? A palavra sustentável

entra muito bem nisso... Eu tenho biodigestores e, além disso, eu uso o meu dejeto para fazer

irrigação da produção agrícola... Então... Esse apelo socioambiental... Ele é muito grande...”

(S1).

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“Como eu posso dizer... Eu acredito que tudo que é... A gente vai renovando... Vai

melhorando... Isso melhora a imagem empresa... E a gente trabalha para quê tudo o quê vai

trazer recursos bons, nós vamos investir...” (M13).

3.4.1.5 Qualidade dos Recursos Humanos

Os termos pertinentes à qualidade dos recursos humanos estão relacionados com

solução de problemas, novas ideias, novas tecnologias, conhecimento e melhorias. Durante os

depoimentos, observou-se um grande conhecimento, por parte dos entrevistados, no quesito

biodigestão e biodigestores, bem como em melhorias, novas ideias e tecnologias que podem

ser implantadas na solução de diversos problemas:

“Aí a gente ficou conhecendo tudo sobre a questão de biodigestores... A gente tinha feito

biodigestores nos nossos protótipos, mas a gente passou a conhecer mais um pouco dos

biodigestores de projetos industriais.” (FB1).

“Aí nós pensamos: Porque a gente não pega esse gás e transforma em energia térmica? Aí a

gente começou a desenhar este projeto... Entendeu? A gente não pensava mais em créditos de

carbono... Só em energia térmica...” (M1).

“Isso aí... a gente pode perceber, porque depois nós fizemos algumas melhorias... E... e

principalmente algum detalhe... assim... de vazão... porque você não sabe... é... dimensionar...

você vê um efluente ali... você acha que vai ter uma produção de gás e depois quando você vê,

pode dar... no nosso caso foi... a surpresa maior...porque o rendimento foi maior... Então...

como foi maior... eu tive que fazer algumas mudanças para não deixar de... como existia... não

deixar de consumir ele.. o biogás...” (M3).

“Hum... hum... sim... no nosso biodigestor... é... claro, você vai adquirindo experiência... então

você acaba mudando também o seu pensamento conforme você vai vivenciando... vai

experimentando as coisas... é... a gente, por exemplo, a gente fez a compra diretamente da gel

membrana, eles executaram a obra... é... tiveram algumas questões... tipo... de ancoragem,

dimensionamento... mas resolvemos...” (M4).

3.4.1.6 Suporte Organizacional

Segurança, comportamento verde, projetos e recursos foram os termos relacionados na

entrevista realizada, quando se perguntou se a alta administração incentivava os funcionários,

oferecia recompensas ou recursos para entenderem sobre práticas ambientais e

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comportamento verde. Para os gestores entrevistados, a questão da segurança, aliada ao

comportamento verde, são itens importantes a serem considerados:

“O grande trunfo nosso aqui... aí sim, eu posso dizer que nós fomos os primeiros... até em

função de algumas exigências que a Mandioca 3 tem... é... como conceito isso... que é a parte

de segurança e a parte legal... ambiental, né? A Mandioca 3 tem uma área ambiental que

trata...trata só disso...” (M3).

Eu acho que é um pouco de parte daquilo que eu penso de... como filosofia de vida... sabe? Em

casa eu faço... procuro... é... separar o lixo que pode ser reciclado... e tudo mais... aqui, na

nossa cidade... tem uma organização que cuida disso também... então eu sempre procuro fazer

essas coisas... separação... e tudo mais... e aqui também...” (M4).

“Bom... a gente na época, a gente tinha mais a questão de segurança... que a gente também já

tinha o sistema já implantado... básico... de segurança... como a gente comentou... de... controle

de pressão... de válvula... de proteção... do próprio... da própria lagoa do biodigestor... toda

cercada... colocou ali... gramado... todo... para controle de altura dessa água, né?” (M6).

“Sim... Olha nós fazemos a Dipat aqui mesmo... O nosso pessoal... Toda segunda-feira eles

fazem treinamento tanto da parte da produção... Em geral... Envolvendo tudo que está aqui

dentro da nossa fábrica... Sempre com a consciência de preservar o meio ambiente... e

segurança na produção... Principalmente a parte de perdas... Resíduos...” (M13).

Com relação à parte de projetos e recursos, todos os gestores fizeram os biodigestores

com recursos próprios. Na época, a Itaipu tinha um projeto de biodigestor para a geração de

energia elétrica. A própria Itaipu implantava o biodigestor, os motos geradores e a ligação

com companhia elétrica, que tinha o prazo de cinco anos. Após este prazo, o projeto findava-

se e os gestores partiam para a geração de energia térmica, só que com recursos próprios

(segundo depoimentos dos fornecedores de biodigestores FB1 e FB2).

3.4.1.7 Incerteza Ambiental

Os principais termos relacionados, colhidos durante a entrevista, foram mercado,

concorrente, comportamento competitivo e sazonalidade. Quando questionados sobre a

decisão de adotar o biodigestor como uma forma de se manter atuante no mercado e sobre

quanto os concorrentes influenciaram na decisão da adoção, alguns aspectos relevantes forma

obtidos nas respostas:

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“Não, ainda não... A gente tem um projeto... O problema nosso é que nós temos sazonalidade,

na nossa região, não temos 11 meses direto... tem empresas que tem... Isso facilita bastante,

sabe? Eles têm plantio próprio, fornecedores... A Mandioca 1 hoje não tem fornecimento de 11

meses... Se você tem fornecimento de 11 meses tu consegue produzir energia elétrica e energia

térmica e até sobra... Quando não tem, a gente trabalha com produtos para amido modificado...

Não trabalha só com fécula... É um produto mais especializado que a gente trabalha, sabe?

Então, quando eu não tenho mandioca, eu diluo a fécula...” (M1).

“Então assim... é... foi um... gerou... gerou... um... uma novidade no mercado da mandioca e

fez com que todo mundo colocasse... o pessoal observou as vantagens disso... concorrência?

ah... na verdade assim... é... é... como é que se diz... até o próprio M1... ele deve ter contado...

não sei se ele contou... essa história para você... que ele falava que depois que nós instalamos o

biodigestor nosso parecia que tinha uma santa milagreira, lá... porque cada semana aparecia

uma lá querendo visitar... conhecer, entender o processo... enfim... a Mandioca 1 não tem

porque temer a concorrência... isso não é segredo de estado...” (M2).

“Mas o mercado... o mercado tá... não é assim também não... o mercado... ele trabalha... tem

vários... tem algumas empresas que... lógico que tem as selo verde, mas muitas trabalham com

o preço... se você tem empresas, você tem negociação... se você não tem... não tem

negociação... e tem alguns casos que você tem os seus clientes físicos... eles veem muito a

questão de... a qualidade do teu produto... para estabilidade... que você consegue entregar...

consegue manter... consegue ter um produto para atender na hora que ele precisa... muitas

empresas trabalham nesse ramo... e olha também a parte... isso é todas as empresas... não é só a

Lar... mas trabalham com o custo-benefício, né? Se você tem um produto de qualidade, com

valor mais baixo, você ganha o cliente...” (M3).

“É oscilação de oferta de matéria prima... é... tem anos que você vai... tem excedente... tem

falta de matéria prima... então... isso oscila muito... e é assim... sempre foi assim e, no caso da

mandioca, sempre será...” (M4).

“Eu consigo competir no mercado... aqueles que não adotaram vão ter um custo mais alto no

produto final... Se eu continuasse com a lenha talvez eu fosse perder uma venda para alguém

que consegue vender mais barato do que eu... ia ter mais lucro do que eu... é a concorrência...”

(M5).

“Infelizmente, o cara não pega esse dinheiro que tá economizando e põe no bolso... ele repassa

isso para o preço do produto... todo mundo teve que correr atrás do biodigestor para se manter

no mercado... se houve concorrência?... claro...” (M7).

“... adotar o biodigestor foi uma forma de nos mantermos atuantes no mercado... você reduz o

custo... você pode manter o seu produto... ser competitivo...” (M8).

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“Manter-me atuante no mercado? Não... no caso de suínos... é mais outra questão... Acho que é

mais a questão de você respeitar as normas ambientais, o que o biodigestor te proporciona...

nenhuma empresa me paga a mais por quilo de suíno por eu ter ou não um biodigestor...” (S1).

“Eu consigo me manter atuante no mercado... você vai ter o desembolso de um lado, né... para

o investimento, né... mas, ao mesmo tempo, ele auto se paga... então, no final das contas, a

economia vai se refletir no preço do meu produto lá na frente...” (A1).

Na opinião de um dos fornecedores do biodigestor, a questão de se manter atuante no

mercado está pautada pelo benefício ambiental – como expressa o gestor da Suínos 1:

“Estar ambientalmente correto é uma forma de se manter no mercado... para a concorrência...

quando você coloca uma propaganda de que você é ambientalmente correto... isso chama a

atenção...” (FB2).

3.4.1.8 Suporte Governamental

Os termos pertinentes ao suporte governamental estão relacionados com apoio,

incentivo, órgãos de fomento, falta de apoio e falta de incentivo. Os depoimentos dos gestores

versaram sobre a falta de apoio financeiro e incentivo fiscal, da parte do governo, na adoção

de uma tecnologia limpa. Quando perguntados se eles receberam algum apoio financeiro ou

incentivo fiscal para a adoção de uma inovação verde, algumas respostas representaram todos

os outros gestores:

“Não recebemos e desconheço da existência disso... um exemplo... a empresa que faz a

reciclagem... ela tem todo o trabalho para produzir um plástico reciclável e paga o mesmo

imposto do cara que pega o petróleo para fazer plástico... que incentivo que o cara tem? O cara

que faz isso daí teria que ter uma tributação diferenciada... alguma coisa assim...” (M2).

“Não... é muito pelo contrário... inclusive... na época... é... que a gente tava com essa ideia... a

gente foi buscar recurso... alguma taxa atrativa... aí é que o recurso não casa com a prática...

você tem muitos defensores desta questão: ah... precisa inovar... precisa investir naquilo que é

ambientalmente correto... ecofriendly... e tudo mais... mas, na prática não acontece dessa

forma... você vai atrás de uma linha de crédito específica... uma taxa melhor... é muita

burocracia... A gente conversou com o BRDE... era muito burocrático... o sistema... o

procedimento... como tudo funcionava... exigia-se muitos projetos... e a gente não acabou

buscando esse recurso através deles e acabando fazendo tudo por conta própria...” (M4).

“Não... infelizmente não... o que acontece muito é você fazer o reuso para ter o menor custo

possível... e aí você reduz o teu custo do teu produto para se manter competitivo no mercado...

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mas ajuda do governo... não teve nenhuma... pelo menos na cadeia produtiva da mandioca...”

(M9).

Apenas dois gestores citaram órgãos de fomento que ofereciam linhas de crédito para

a construção de biodigestores ou investimento em tecnologia limpa. Um, inclusive, conseguiu

lembrar qual era o órgão:

“A gente, para comprar o equipamento, fez um empréstimo... financiamos uma boa parte...,

mas não lembro qual era o órgão de fomento...” (M12).

“Sim... sim... esse trabalho que a gente fez foi, basicamente, os custos para a implantação dos

biodigestores tudo foi... a fundo perdido... pelo FINEP... isso enquanto nós estávamos na

geração de energia elétrica... quando partimos para a geração de energia térmica... aí foi

investimento nosso... enquanto era fornecimento de energia... nós tínhamos apoio do FINEP...

o prazo era de cinco anos de fornecimento de energia... quando acabou o prazo, decidimos

partir para a energia térmica com investimento nosso...” (A1).

Um dos fornecedores do biodigestor confirma a existência de linhas de crédito

específicas para a construção de biodigestores, mas não soube dizer qual órgão as oferecia:

“Teve... lá atrás... umas linhas de crédito específicas para isso... para a construção de

biodigestores... não sei como está hoje... pelo menos, para determinados setores existia... na

suinocultura existia essa linha de crédito...” (FB2).

O próprio órgão regulador ambiental afirmou que houve empresas que recebiam

incentivos do governo, mas não soube detalhar:

“É... não sei por quanto tempo...” (ORA1).

3.4.1.9 Pressão Regulamentar

Os termos pertinentes à pressão regulamentar estão normas e leis, fiscalização, multa,

denúncia, problemas ambientais, reclamação, auto monitoramento, odores e isomorfismo

coercitivo. Quando perguntados sobre se o governo definia regulamentos ambientais para

inovações verdes, se havia pressão por parte do governo para adotar o biodigestor e se havia

fiscalização, as principais respostas foram:

“Sim... não... foi bem tranquilo... a questão do licenciamento... tudo... com o ORA... que é o

Órgão Regulador Ambiental... inclusive o Chefe Responsável vinha aqui, observava... as

lagoas... tudo mais... então... a gente procura preservar e ir... plantando mais árvores ao nosso

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redor porque tem também... a parte legal que tem que ter, mas além disso a gente também tem

essa preocupação... sempre tá plantando mais árvore... que não vá atrapalhar a circulação... a

propriedade, né?” (M4).

“Isso acontece até hoje ainda... às vezes ele passa aí... até olha, né, para ver se não tem coisa

indo para o rio... para ver se está tudo certinho... lixo... essas coisas... de vez em quando eles

olham...” (M5).

“Então..., mas como o tratamento era muito eficiente... o monitoramento era mensal e a água

não tinha nada que... era pura... livre de resíduos... não tinha nada que... mesmo antes de fazer

o biodigestor... mesmo antes, a gente nunca teve problema nenhum... o rapaz que era do

ORA... ele fiscalizava aqui... ele até comentava que o melhor tratamento de efluentes, que eu

tenho, é de vocês... mas nunca aconteceu... nenhuma sanção... não teve nada...” (M6).

“Não... só do ORA, né... esse sim... tá direto aí... se você estiver fora do padrão... tem multa

sim... o ORA é muito rígido..., mas nunca fomos multados... a gente sempre teve certinho... as

multas são caras... se bobearem, eles vêm aí e fecham a fábrica, né... diferente de quando você

tem um processo que tá parametrizado pelo órgão do governo... se você tá fora do parâmetro e

aí você faz um investimento para se adequar no parâmetro... como nós fizemos... para você

entender melhor... O metano... ele não é controlado pelo governo... você não tem um limite de

metano para lançar... e você não vê isso acontecendo... você olha para a lagoa, você não vê isso

acontecendo... o metano subindo ali... é diferente de uma chaminé com uma fumaça preta...

você tá vendo aquela coisa ali... que você tem que tomar uma atitude para resolver, né? Na

verdade a gente tem um termo de... um acordo que as empresas têm com o Órgão

Regulamentar de auto monitoramento... então nós temos que fazer o auto monitoramento e

uma vez por mês eu tenho que mandar esse efluente para um laboratório terceirizado e aí o

meu resultado tem que bater com o resultado do terceirizado... e aí a gente apresenta para o

Órgão Regulamentar... e aí, de vez em quando eles vêm aí fazer uma fiscalização...” (M7).

“Com relação à área ambiental... eles vêm periodicamente... às vezes de 30 em 30 dias... às

vezes um pouco mais..., mas sempre com relação ao despejo para o recurso hídrico... eles

fazem análise da água que sai do efluente... e análise do solo onde está sendo despejado... e

qual é a carga que está sendo infiltrada...” (M9).

“A fiscalização que tem é a viabilidade do projeto ambiental... que é verificado pelo ORA...”

(M11).

“É... na realidade, o que acontece... todas as fecularias... elas têm que fazer o tratamento do

efluente residual que sai da indústria ali... então... assim... esse efluente... tem empresas que

fazem irrigação... no pasto... ... às vezes nem tem biodigestor... o cara faz o tratamento através

de lagoas... então ele tem a primeira lagoa... a lagoa primária... depois passa por mais três

lagoas... é feito um tratamento... tem empresas que adicionam bactérias, né... vai ajudar na

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decomposição alí... quando chega na última lagoa vai pro rio... a água limpinha... da forma que

a legislação pede... a primeira lagoa é onde gera o gás... é uma lagoa... anaeróbia... como nós

temos excedente de biogás, partimos para a geração de energia elétrica... só que é bem

burocrático e para você fazer a ligação com a concessionária é mais burocrático ainda... bem

complicado porque depende de liberação do ORA... O órgão governamental..., mas hoje, além

de energia térmica, nós geramos energia elétrica que vai para a concessionária e volta para nós

como créditos na nossa conta de energia da indústria...” (M12).

Os respondentes não citados nos trechos acima disseram que nunca tiveram problemas

ambientais nem sofriam pressão por parte do governo, uma vez que atendiam a legislação

vigente – o tratamento do efluente –, apesar das fiscalizações pelo órgão regulador ambiental.

O fornecedor de biodigestores (FB2), durante a entrevista, relatou um caso de

autuação pelo órgão ambiental onde as lagoas anaeróbias estavam em área de APP (Área de

Preservação Permanente):

“... era um projeto de expansão e produção... e ao mesmo tempo nós tivemos um outro trabalho

lá... eles foram notificados pelo órgão ambiental... no caso... ORA... houve na época uma multa

e foi dado um prazo a ser cumprido para realocação das lagoas... eles tinham parte das lagoas

dentro da área de preservação permanente... na época, nós apresentamos o projeto, entramos

com uma defesa administrativa junto ao órgão, conseguimos, através dessa representação, uma

redução no valor da multa...então... com a fábrica em operação... nós mexemos em todo o

sistema... realocamos as lagoas... para fora da área de APP... e aí bastou cumprir os prazos que

nós apresentamos para o órgão... foi um processo um tanto quanto longo... em questões

ambientais... a regulamentação está se tornando cada vez mais rígida... Mas outra coisa

importante também é mencionar que não existe uma regulamentação para a quantidade de

liberação de gás metano na atmosfera... a regulamentação existe para a liberação do efluente

líquido... não existe ainda uma norma regulamentar para a liberação do gás... a medição da

quantidade de gás que é liberado é feita com base no volume do efluente...” (FB2).

Em contraponto, o depoimento a seguir é do chefe responsável pelo ORA. Ele fala

sobre a regulamentação ambiental e as autuações realizadas:

“Veja... as multas... as nossas multas eu não diria que elas são altas, não... porque as multas

estão associadas... nós temos um manual de fiscalização... ela é baseada no decreto que

regulamenta a lei de crimes ambientais... então o ORA identifica as empresas como pequenas,

médias, grandes e excepcionais... são esses quatro critérios... e também tem o critério se a

multa é leve, mínima, média, grave ou gravíssima... no caso, quando é gravíssima a multa é

mais elevada... pode variar, por exemplo, de R$ 1.000,00 a R$ 50.000,00... mas elas variam

dependendo do tipo de empresa... e elas podem chegar a mais... a R$ 50.000.000,00... mas nós

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nunca tivemos multas que passassem de R$ 100.000,00, por exemplo... e para ter esse valor

precisa ser uma situação muito grave e estar relacionada ao tamanho da empresa e do físico, o

suinocultor... por exemplo... um suinocultor despeja dejetos no rio... é muito grave... porém, o

suinocultor, mesmo ele tendo um número grande de animais... qual seria a dosemetria que se

aplica para isso? Você não pode aplicar uma multa que ele não tenha condições de pagar... nós

levamos em consideração essa questão de que quem cometeu o delito ambiental... e

obviamente, naqueles casos onde o ORA não é atendido nem uma, nem duas, nem três vezes...

o ORA sugere a interdição... a gente sugere a interdição da atividade...” (ORA1).

Na sequência, o entrevistado explica como é feita a denúncia e autuação:

“Por exemplo, assim ó... denúncia de odores... é uma denúncia que não há como comprovar a

origem porque não existia metodologia, hoje já tem, para a medição desses odores... mas foi

feito um estudo associando questão de odores, o vento e pontos potencialmente geradores de

odores... a gente identificou empresas que tinham um potencial alto... e aí nós passamos a agir

individualmente... em cada uma dessas empresas... exigindo maior manutenção na operação de

suas atividades... essa questão do odor ainda é uma situação complicada... o que a gente pode

fazer é inferir de onde que veio o odor em função da direção do vento e do ponto... mas...

afirmar é impossível... ainda mais quando esse evento passa por duas ou três atividades

geradoras de odor... então... qual é o evento que gerou aquele odor reclamado pela população?

A gente pode até imaginar e dizer, mas em termos de comprovação... não tem validade...”

(ORA1).

Conclui, ORA1, explicando como é realizado o automonitoramento pelas indústrias da

região:

“Isso vai como uma condição para a licença ambiental... ela depende do tamanho da indústria,

do tamanho do efluente, do tipo de resíduo... a empresa é obrigada a apresentar um relatório

informando a qualidade do efluente através das medições realizadas pela própria indústria...

caso ela tenha tido algum parâmetro em desconformidade com o que foi estabelecido na

licença, a empresa tem que apresentar o que ela vai fazer para remediar... mas tudo isso

depende de análises de técnicos e nem isso sempre acontece com todas as indústrias do

estado... porque é muito coisa e o número de pessoal que nós temos é restrito...” (ORA1).

3.4.1.10 Pressão do Cliente

Auditoria, selo verde, práticas ambientais, prêmios e isomorfismo mimético foram os

termos relacionados na entrevista realizada, quando se perguntou se os clientes “obrigam a

empresa a melhorar” o desempenho ambiental, se essa melhora é importante para o cliente e

se este influenciou na decisão da adoção do biodigestor, uma vez que esse tipo de cliente,

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geralmente, procura produtos com o chamado selo verde ou “empresas amigas do meio

ambiente”.

Esse item, no geral, também foi pouco comentado pelos gestores, levando a respostas

do tipo “Não... nunca sofremos pressão dos nossos clientes” ou “Temos uma clientela fixa”.

Mas merecem destaque algumas respostas de alguns entrevistados:

“Mas o mercado... não é assim também não... tem algumas empresas que... lógico que tem as

selo verde, mas muitas trabalham com o preço... se você tem empresas, você tem negociação...

se você não tem... não tem negociação... e tem alguns casos que você tem os seus clientes

físicos... eles veem muito a questão de... a qualidade do teu produto... para estabilidade... que

você consegue entregar... consegue manter... consegue ter um produto para atender na hora que

ele precisa... muitas empresas trabalham nesse ramo... e olha também a parte... isso é todas as

empresas... não é só a Mandioca 3... mas trabalham com o custo-benefício, né? Se você tem

um produto de qualidade, com valor mais baixo, você ganha o cliente...” (M3).

“A gente tem essa consciência e esse tipo de cliente que faz essa busca por empresas que

tenham essa preocupação e a gente sabe dessa preocupação, mas ela nunca foi levada mais

adiante no sentido de ter notado e percebido através de uma campanha de marketing, algum

posicionamento da marca com relação a isso para estar atendendo esse cliente em especifico...

o nosso cliente é mais o tradicional mesmo...” (M4).

“Tem empresa que olha isso aí... cliente nosso... tanto é que as vezes eles perguntam se a lenha

é nativa, quer saber a origem do amido, quer saber se a lenha é de reflorestamento, se é

certificada...... eles perguntam isso aí... a gente diz que não usa mais... cliente empresa grande

né... empresa pequena não olha não...” (M5).

“Nas auditorias, os clientes fazem essas perguntas... na auditoria a gente vai até o produtor

rural... e toda a cadeia de fornecedor deles... eles fazem essas auditorias para a gente saber se tá

seguindo as normas ambientais, de boas práticas de fabricação, né... cada vez mais a gente tem

sido cobrado... nesse item... Não importa oferecer só um bom produto, mas também tem que

ser um produto que... onde a empresa que produz, ela respeita o meio ambiente...” (M6).

“A palavra sustentável entra muito bem nisso... eu tenho biodigestores e além disso eu uso o

meu dejeto para fazer irrigação da produção agrícola... esse apelo socioambiental... ele é muito

grande... a gente não tem selo verde para isso, mas nós trabalhamos os nossos principais

clientes com toda a parte demonstrando o nosso investimento na relação ambiental... há uma

pressão de clientes muito mais voltada para o bem-estar animal... para a questão de uso de

antibióticos... o meu cliente vai querer que eu cumpra as normas ambientais... porque se eu não

cumprir as normas ambientais, eu não deveria estar operando... então eu cumpro a norma

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ambiental... o biodigestor aí é uma ferramenta... que eu posso optar ou não... aí depende do

meu tamanho e que benefícios ele vai me trazer se eu tenho condição de usá-lo...” (S1).

“Vamos dizer assim... falando em clientes de uma forma geral... o Brasil... é um país

que ainda não olha para estas questões... a maioria das pessoas ainda não tem muita

consciência de comprar de tal empresa porque são amigas do meio ambiente... olhando para

fora... por exemplo, hoje, o MD (maior rede de fast food de hambúrgueres do mundo) é um

cliente da Ave 1... um dos grandes clientes da Ave 1... ele é um cliente que ele exige que a

gente tenha a certificação de responsabilidade socioambiental...então nós temos a certificação

de responsabilidade socioambiental do Mc Donald´s... se a gente não entender os indicadores

de desempenho... chamados KPIs, não tivermos programas ambientais, não tivermos objetivos

e metas, tudo aquilo que a ISO 14001... que exige através de uma NBR... nós não... eles não

fazem a compra do nosso produto... então assim... isso tudo... é claro... olhando por esse lado,

né... vamos dizer assim... os clientes externos estão muito mais preocupados com isso... então,

de fato, é uma diferencial... eles vêm, fazem essas auditorias, o cliente é de excelente

qualidade... eles gostam muito de ver isso, cara... infelizmente o cliente brasileiro ainda não se

atenta muito a essa questão...” (A1).

A opinião de um dos fornecedores do biodigestor aponta para o lado socioambiental

também:

“E aí esse produto que você coloca no mercado você tem que dizer que no mínimo você está

ambientalmente correto... hoje você pega um consumidor... ele vai na gôndola do

supermercado... pega o produto e quer saber a origem... se aquele produto tem algum atestado

ambiental... selo verde... não vou dizer todos os clientes... mas existe um segmento... e tá

começando a fazer certa diferença...” (FB2).

“Sim... a gente tem, periodicamente, a auditoria das empresas onde a gente fornece o produto...

e eles vêm fazer auditoria... e nessas auditorias a gente tem ouvido bastante a questão do meio

ambiente... eles trabalham bastante em cima disso... então... conforme a visita eles verificam

bastante esse ponto forte do biogás que nós temos...” (M17).

3.4.1.11 Pressão do Fornecedor do Biodigestor

Os principais termos relacionados, colhidos durante a entrevista, foram projeto de

implantação, estudo de viabilidade, demonstração, divulgação, ideia, créditos de carbono e

isomorfismo mimético. Os entrevistados foram questionados sobre por que a empresa adotou

o biodigestor, como este foi adotado, se outra empresa adotou antes, de onde veio a ideia,

como a empresa ficou sabendo do biodigestor e se o fornecedor do biodigestor influenciou na

adoção. Nos relatos a seguir, estão demonstradas algumas opiniões que representam a maioria

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dos entrevistados e um ponto em comum: a influência do fornecedor na adoção do

biodigestor:

A ideia e o porquê de ser adotado, no caso desta entrevista, veio do fornecedor do

biodigestor (FC1), que ofereceu à Mandioca 1:

“...aí, ninguém queria ser o primeiro. Visitei algumas empresas... quatro, cinco vezes...

ninguém queria fazer. Eram projetos que a gente tinha orçamento de 1 milhão, 2 milhões de

reais... aí eu falei: ‘_Não dá...’. Eu vi os caras instalando a lona larga lá, e em outros lugares...

aí eu falei: ‘_Vamos encarar esse negócio aí.’ Aí, até que em julho... junho de 2011, o

pessoal... a Mandioca 1 falou: ‘_Vamos fazer um projeto aqui... faz o seguinte... faz o

biodigestor com o material mais barato que você tem... invés de fazer duas lagoas, faz uma só e

vamos ver o que que dá.... dois dias depois a Mandioca 1 estava economizando 80% de lenha...

depois chegaram a 100%...” (FB1).

O fornecedor do biodigestor (FB1) relatou como as outras empresas ficaram sabendo

do biodigestor, como foi adotado posteriormente:

“...daí o gestor M1 que, na época, era vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores

de Amido e Mandioca que é a ABAM... Aí, eu falei... eu conversei com eles, ‘_Mas, oh...como

eu vou fazer a preço de custo, eu gostaria que vocês divulgassem nosso projeto.’ Aí, o M1 me

convidou para eu dar uma palestra na ABAM. Quando eu saí de lá, eu tinha uns 30 cartões. Eu

tinha 30 biodigestores para fazer. Só que... inclusive as pessoas que... eu tentei várias vezes

entrar em contato... que nunca me receberam... me estenderam o tapete vermelho..., mas

depois, todas as indústrias foram visitando a Mandioca 1 e foram vendo que tinha economia,

né?” (FB1).

O fornecedor do biodigestor (FB1) explana, no seu relato, que ninguém na região tinha

adotado antes, uma vez que ele afirma ser o único a oferecer o biodigestor e conta como se

deu o processo de influência na adoção:

“Num primeiro momento, não tinha nenhum concorrente meu... só que eu não aguentei... Aí,

eu... bom, parei, selecionei os melhores clientes e daí... atendi muito bem os meus clientes...

né? Quando o cliente tinha problema ambiental, eu ia, fazia a parte da licença ambiental que eu

já sabia fazer... porque eu fui criado nisso... na parte da licença ambiental... resolvi alguns

problemas... porque a fecularia estava lacrada pelo Ministério Público... a gente abriu... e...

tipo... questão de dias, né? Aí, a gente foi sendo conhecido na região. Hoje, a maioria das

empresas... porque, praticamente, é tão viável, que todas as fecularias e farinheiras já fizeram.

A gente fez, eu acredito, uns 50%... ou 60%... talvez, né... eu não conheço todas... as que

tem..., mas eu acredito que foi uns 60%... entre farinheira e fecularia...” (FB1).

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Para estabelecer o contraponto, apresenta-se agora o relato dos gestores:

“A gente acreditou nesta tecnologia, tá... é uma tecnologia, a princípio, de literatura, mas

sempre a gente pensava em créditos de carbono. E quando a gente pensava em créditos de

carbono, eu considerava no plural... aí nós pensamos: Porque a gente não pega esse gás e

transforma em energia térmica? Aí a gente começou a desenhar este projeto... Entendeu? A

gente não pensava mais em créditos de carbono... Só em energia térmica...aí conversando com

o rapaz, com o FB1, ele tinha uns projetos lá na Itaipu e ele era o meu colega, ele é agrônomo...

Aí a gente começou a discutir umas coisas... Aí que nós começamos a pensar nesses projetos

vimos por lá um negócio... aí que começou um negócio do projeto e deu certo... Aí nós

começamos a usar os biodigestores...” (M1).

O gestor da Mandioca 1 explica como ocorreu seu processo de adoção e como as

outras empresas ficaram sabendo do biodigestor:

“Na verdade, a Mandioca 1... Eu trabalho na Mandioca 1... A Mandioca 1 tem duas unidades...

então a gente começou pela unidade, que é mais moderna, e era mais fácil de fazer, tá? Aí, nós

conseguimos um retorno do investimento de 46 dias... Não chegou nem há 2 meses... como eu

sou da ABAM, a gente convidou o FB1 para participar lá numa reunião... Aí que o pessoal

começou a ver o que eles estavam perdendo em cada indústria... eles foram lá na fábrica

visitar... Esse pessoal... para ver o que que dava, né... eles viram o biodigestor instalado... eles

viram como era simples a coisa, então aí eles partiram para coisa, né? O investimento não era

alto...” (M1).

O gestor da Mandioca 2 relata:

“Na época a gente teve esse contato com o FB1... e juntamente com ele, a gente conseguiu...

começamos a trabalhar nessa linha... de gerar calor, né... aí ele... a gente começou... juntamente

com ele a... revisar alguns cálculos, algumas coisas aí... enfim... e conseguimos... chegamos

num resultado e apresentamos para a empresa... e dissemos: a gente saiu dessa linha de...

energia... de protocolo de carbono... é isso e aquilo... então... nos deram esse voto de

confiança... aí instalamos em 2011, na primeira indústria nossa aqui de mandioca... e o que a

gente esperava foi... duas vezes melhor do que a gente tinha calculado... a gente na época...

calculava uma economia na faixa de uns 30, 35% da madeira que a gente utilizada na

caldeira... e... nós chegamos aí na... no final do primeiro ano a... com uma média de 75% na

economia de madeira...” (M2).

“Nós fomos verificar... fizemos uma visita lá na Mandioca 1 e entendemos que nós já... já tinha

perdido muito tempo... é.... sem essa implantação... então... nós resolvemos montar aqui...

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lógico que o investimento, no começo, ele assusta um pouquinho... porque você não tem

aquela certeza que vai... vai funcionar, mas como nós fizemos o teste em função de uma

orientação desse pessoal da Mandioca 1... e vimos que realmente o teste que ele nos orientou a

fazer era verídico... Nós... é... montamos aqui... Quem montou para nós foi o FB1 que já tinha

montado em outras indústrias...” (M3).

“Um lugar que a gente visitava para saber se... porque como é um investimento elevado...

também porque a nossa lagoa é muito grande... a gente observou que em outras fecularias... eu

e meu pai, na época... a gente visitou a Mandioca 1... e a gente fez um contato mais próximo

com a fecularia da Mandioca 1 e depois nós tomamos a decisão de fazer o investimento aqui

também... a gente tem uma relação muito boa com o M1 e o pessoal da Mandioca 1... e a gente

visitou e tomou a decisão de fazer o biodigestor... até... quem a gente pegou para instalar... é o

FB1... foi um investimento que já se pagou... muito rápido... em poucos meses...” (M4).

“Então... esse biodigestor... ele... eu fiquei sabendo dele na reunião da ABAM. A ABAM é a

Associação da Indústria de Mandioca... de Amido e Mandioca... aí... nessa reunião apareceu

um rapaz lá... o nome dele é FB1... ele tinha feito da Mandioca 1... a Mandioca 1 até parece

que financiou ele lá... comprou todos os materiais... era novo... ninguém tinha ainda... daí ele

fez lá e deu certo... ficou bom lá... para a Mandioca 1... a gente veio na reunião da ABAM e lá

ele mostrou, fez as fotos... mostrou... aí... daí... eu não fui um dos primeiro que colocou, não...

daí teve um pessoal que colocou... e aí a gente viu que era bom... Mas a primeira a colocar foi

a Mandioca 1... daí um fui pedi também, mas quando eu pedi já tinha uns 10 esperando... Aí a

fila já tava grande, né... aí todo mundo viu que era bom... aí ele começou a instalar... ele

instalou o nosso também...” (M5).

“O consumo nosso de lenha era bastante alto... 50 toneladas por dia... e aí foi... o FB1...

quando foi nos apresentado... ele trouxe aqui a ideia... porque acho que ele já tinha...

trabalhava, né... começou a trabalhar lá com os suínos, né... e algumas fecularias que tinha

começado a fazer... ele mostrou a viabilidade do que a gente tinha ali... que era uma lagoa já

bem antiga... tinha muito material ali na lagoa e aí ele falou assim: ‘_Olha... é o ideal para a

gente fazer, né?’... e aí fez a implantação... com um sistema... um sistema... na época eu até

lembro que tinha outros bem mais caros, né... eram projetos... são... e esse nosso foi um preço

mais baixo... aí... assim... logo no começo... a gente já percebeu uma diminuição muito grande

no consumo de lenha...” (M6).

O gestor da Mandioca 8 contatou o outro fornecedor de biodigestor, o FB2, mas ficou

sabendo da utilização de biodigestores na cultura da mandioca por meio de notícias que

recebeu dos biodigestores do FB1:

“Então foi assim... a gente precisava fazer umas alterações no nosso processo aqui, fazer umas

adequações também de mata ciliar, tinha algumas lagoas que estavam dentro da área de mata...

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e aí a gente teria que fazer uma readequação das lagoas, né?... Nós procuramos, então, um

engenheiro... o FB2... engenheiro agrônomo... eu já tinha lido alguma coisa de biodigestores,

de um trabalho até que foi desenvolvido aqui... biodigestores para fecularia... aí... quando a

gente foi conversar com o FB2, ele sugeriu, então, da gente fazer essa adequação das lagoas e

já pensar em um sistema de biodigestor com lona... que é um negócio muito barato... você põe

a lona por cima da lagoa e tá resolvido... não tem nada daquele sistema europeu... igual a todos

os biodigestores aqui da região... esse sistema é muito barato e o retorno é muito rápido...”

(M7).

“A gente ficou sabendo entrando em contato com outras indústrias do ramo... quem instalou

para nós aqui foi... FB1... o pessoal daqui chegou a visitar outras fecularias para ver como era e

se dava certo..., o nosso se pagou em menos de um ano... um retorno rápido...” (M8).

“Quem nos apresentou o biodigestor foi o FB1... foi ele que implantou o nosso... ficamos

sabendo atráves da ABAM e fomos visitar a Mandioca 1 para saber qual seria o retorno

esperado e se realmemte dava certo... a implantação foi rápida e fácil... o retorno se deu bem

antes do que esperávamos... foi ótimo...” (M9).

“Através do FB1... ele nos mostrou o projeto, fomos ver como operava na Mandioca 1,

falamos com o M1 e ficamos satisfeitos com os resultados... quando a gente calculou o tempo

em que ele se pagaria... o investimento nele... e quanto nós reduziríamos o gasto com lenha...

chegamos à conclusão que era totalmente viável...” (M10).

“O biodigestor, na verdade, nem foi uma ideia nossa... na apresentação em uma reunião da

ABAM... uma das pessoas lá apresentou esse projeto e uma outra empresa já tinha feito... e o

que era interessante ele nos passou... investimento inicial baixo, redução drástica no consumo

de lenha e retorno rápido... os estudos que fizemos foi em relação às empresas que já tinham

instalado... avaliamos os outros e vimos que foram rentáveis e viáveis... aí a gente foi lá e fez o

projeto e a instalação propriamente dita com o FB1...” (M11).

O relato do gestor da Mandioca 12 se destaca dos demais porque, além do biogás

utilizado na forma de energia térmica, a empresa produz, também, energia elétrica advinda do

biogás:

“Olha... conversa de biodigestor já tem a um bom tempo... né... de muito tempo atrás...

porém... essa forma simples e eficiente a gente nunca viu... à princípio... quem começou a...

quem ofereceu para nós foi o FB1... na realidade através de outras empresas também... que já

tavam colocando... fazendo com ele... a Mandioca 1 foi a primeira, depois veio para nós... nós

conversamos com eles e alinhamos como eles estavam fazendo e fizemos também... além da

redução da lenha, hoje a gente economiza na faixa de uns 20% de energia elétrica que a gente

gasta... como estava sobrando biogás... então... nós começamos a ir atrás e achamos uma

empresa, fizemos uma parceria e colocamos um gerador para trabalhar... a gente comprou o

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equipamento... compramos o projeto... fizemos as liberações necessárias e o projeto necessário

para interligar com a concessionária... está sendo ótimo...” (M12).

O depoimento do gestor A1 esclarece melhor como tudo começou:

“A questão na verdade dessa tecnologia de biodigestão foi um trabalho em parceria com a

Itaipu... quando se iniciaram os projetos do programa de geração de energia distribuída com

saneamento ambiental... o objetivo da Itaipu era estudar a capacidade de produção de biogás a

partir de diferentes tipos de biomassa... então ela trabalhou com a biomassa de suínos... aves...

aí, posteriormente, surgiram a partir da fécula de mandioca... o FB1 fez aquele modelo de

lagoa coberta mesmo... o mais simples... pegamos uma lagoa anaeróbia, dragamos ela,

limpamos, instalamos a drenagem... impermeabilização de fundo... drenagem de gases... com

intuito de avaliar esse potencial de produção de biogás... no nosso caso... foi com a biomassa

de aves... é foi muito bom o retorno...” (A1).

“Olha... foi assim... O FB1... ele tava fazendo em algumas empresas e ele veio fazer uma

avaliação e falou o quê ficaria bom... e conforme o resultado que foi avaliado na época, com o

biodigestor, isso ia reduzir do nosso custo fixo que seria a lenha né... o FB1 foi apresentar lá na

ABAM... A Mandioca 1 foi a primeira adotar aí nós conversamos com o pessoal da Mandioca

1... eles deram uma boa indicação... aí nós iniciamos o processo de implantação...” (M13).

A única empresa que não fez o projeto com o FB1 ou ficou sabendo do biodigestor por

meio de notícias do FB1 foi a Suínos 1, por estar localizada em outro estado. O gestor da S1

não detalhou como tudo começou ou de quem foi a ideia, pois ele não acompanhou o processo

de implantação na época.

3.4.1.12 Primeiro Adotante

Neste item, a entrevista se concentrou na influência do primeiro a adotar, a Mandioca

1, e se, realmente, o primeiro a adotar é importante no processo de adoção das demais

empresas. Pelos relatos descritos no item anterior (pressão do fornecedor), percebe-se a

influência do primeiro adotante (todos foram visitar para ver como era). Os principais termos

relacionados foram produtividade, desempenho ambiental, desempenho econômico e

isomorfismo mimético. Para confirmar essa evidência, fizemos a pergunta: o primeiro a

adotar é importante? Por quê? Os relatos a seguir resumem a mesma opinião dos demais

gestores:

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“A isso com certeza... houve... e os feculeiros só acreditam vendo... aí então o empresário

investiu, mas só investiu a partir momento que ele viu o retorno... vendo o outro, serve como

uma experiência...” (M9).

“Eu acho que isso influencia sim... porque quando há uma... por exemplo... de um lado tem as

indústrias de cavaco e lenha e do outro você tem uma lagoa... vamos dizer... o ouro tem que ser

lapidado... quando as pessoas começaram a ter essa informação de que a própria Mandioca 1...

o próprio M1 diz: Olha, lá a gente fez a instalação do biodigestor, tá gerando gás, tá

queimando, deu uma redução de tantos por cento de cavaco... consequentemente as pessoas

vão adotar também...” (M11).

“Influencia sim... Porquê como o primeiro a adotar foi M1 que, na época era vice-presidente da

ABAM... o pessoal tá muito em contato... vai trocando informação e visualizando o benefício

do negócio né? Isso acaba influenciando sim... Tem muitos que tem medo de arriscar, logo de

cara, e fica aguardando alguém fazer para depois, fazer...” (M12).

“Se eu tenho uma expectativa aberta de pagar um biodigestor no negócio que ele me pague em

três meses ou um ano... é um risco calculado..., mas eu assumo e mostro e provo isso aí para

todo mundo... todo mundo vai atrás...” (S1).

“Eles queriam ver primeiro o mártir, né... quem seria... e no caso foi a Mandioca 1, né... e aí

todo mundo foi visitar... parecia romaria... tinha lista de espera para adotar o biodigestor... a

questão da fecularia é um negócio bastante simples... fizeram um negócio que se economizava

muita lenha... né? Se você ver que o negócio tem um potencial... a mesma coisa na tua casa...

você gera um combustível para o seu carro... e você joga esse combustível fora e tá pagando

caro pelo outro... tá errado... então é essa a questão... o pessoal viu que, considerando o

raciocino, o gasto era muito baixo... poderia jogar para dentro da caldeira que não ia ter

problema nenhum... economizando mais de 70% em madeira e em alguns momentos... 100%...

Por que que eu vou perder meu tempo jogando o meu combustível fora? É... hoje em dia não se

pode perder nada... então o pessoal viu que era uma grande oportunidade... Todo mundo

investiu, né...” (A1).

“Sim... é importante... ela influencia sim... as outras vão querer ver se projeto vai dar certo...

nesse caso específico precisou uma grande adotar... os outros irem lá e ver os ganhos

específicos... Ver se realmente gerava uma economia e quais eram os ganhos... aí sim... adotar

também...” (FB2).

“Ah... Sim ...com certeza... ah... hoje... todo mundo vai atrás de resultados né... e de repente se

não tem resultado... não tem uma indicação... não tem como você estar investindo...” (M13).

“Veja... houve uma febre de biodigestores na atividade de suinocultura em que havia aquela

promessa dos créditos de carbono... só que não houve acompanhamento disso... a maioria

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desses biodigestores foram desativados... eu penso que um bom projeto que esteja trazendo

benefícios não só ambientais... porque ninguém... nós vivemos em um mundo econômico...

para mover um sistema ambiental, ele, o empreendedor procura ter associado aí um sistema

que tenha benefício além do custo... então... quando tem essas boas experiências em que tem o

tratamento do efluente final da indústria, por exemplo, esse efluente final tem um tratamento

adequado, há redução de emissões, de odores porque está em um sistema fechado e, além

disso, ele pode usar esse biogás em suas atividades, para aquecimento do leitão... isso tudo

pode ser lucrativo... eu acredito que isso pode ser replicado sim...” (ORA1).

3.4.2 A Influência do Fator Determinante no Desempenho Organizacional

Ao término da entrevista, após a discussão dos principais fatores envolvidos na adoção

da inovação verde, insistiu-se em uma última pergunta: qual foi o fator determinante na

adoção da inovação verde? Foi um fator ambiental ou econômico? Por quê? As respostas

apresentadas a seguir definem o fator que determinou a adoção do biodigestor:

“É... na verdade... todos vieram por questões econômicas porque a economia é muito grande,

se paga muito rápido...” (FB1).

“O econômico... hoje, para ter uma ideia, hoje a gente está economizando 18 hectares, por

indústria, de eucaliptos... se eu não tivesse o biodigestor, eu estaria cortando, por ano, 18

hectares...” (M1).

“O econômico... não tenha dúvida, né? Porque é... é... vamos dizer... se a coisa não se paga,

não tem filosofia que vai fazê-la existir, né?” (M2).

“Aqui na indústria... a indústria trabalhou bastante a questão econômica... o custo-benefício...”

(M3).

“É um conjunto..., mas... o principal, mesmo, é o de ordem econômica... a redução no meu

custo com lenha foi drástica...” (M4).

“Foi o econômico... o econômico não se discute... A economia que você faz... O que nós mais

olhamos foi o econômico... é... não adianta eu falar que não foi porque foi... é do custo

benefício...” (M5).

“É o econômico... nos fizemos um estudo antes para saber se valia à pena... o custo... o

retorno...” (M6).

“O econômico... porque ele é mais fácil de ser visto... a redução no custo da lenha é

imediata...” (M7).

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“Econômico... o custo com lenha que caiu para zero...” (M8).

“Econômico... sem dúvida nenhuma... redução no custo com lenha e utilização do efluente

final para fertirrigação...” (M9).

“Eliminar o consumo de lenha... porque ninguém tava aguentando comprar lenha... geração de

gás e redução do consumo de lenha... porque ele gerando gás e eliminando a lenha, ela vai

economizar...foi o fator econômico sim... é... imagina você fazer um negócio que não vai te dar

retorno nenhum econômico?” (M10).

“A gente vem num páreo muito sistêmico, entendeu? O biodigestor for interessante pela

redução de custo... e por agregar valores para a subatividade da indústria... O biodigestor... ele

surge para você reduzir custo, certo?” (M11).

“Econômico em primeiro lugar para indústria porquê de cara a gente já visualizava redução de

consumo de lenha... não imaginávamos que iria zerar, mas... zerou... então...esse aí que foi o

principal fator... e aí depois vem a parte de sustentabilidade... vem a parte de respeito ao meio

ambiente... e tudo isso aí...” (M12).

“Ah... eu não tenho dúvida... para a nossa realidade... adoção do biodigestor ela é de

responsabilidade ambiental... ambiental... então a questão aí para mim é, realmente, a adoção

ela é ambiental... não que ela seja 100% necessária... mas ela auxilia no processo ambiental...

no mínimo o gás gerado ele é queimado e usado de outra forma...” (S1).

“Ambiental porque... com certeza... as duas coisas pesam juntas, mas se eu tiver que escolher

em uma escala hierárquica... claro... ambiental em primeiro lugar, segundo econômico... acho

que se encaixa muito bem nesse conceito de sustentabilidade... (A1).

“O grande fator sempre é o econômico... isso não se discute... com certeza... o empresário quer

ver números... todos os grandes projetos... principalmente onde existe uma grande carga

orgânica que você pode aproveitar...” (FB2).

“Econômico... a redução do custo... quando fizemos o estudo de viabilidade econômica

verificamos uma forte redução dos custos... Se não houvesse retorno não valeria a pena investir

no biodigestor... como eu disse no início... reduzirmos o nosso custo com lenha em 100%...

Isso foi muito bom... nós gastamos 230.000 no biodigestor... e o nosso gasto com lenha girava

em torno de 200 a 300 mil por mês... O retorno foi realmente muito rápido...” (M13).

“Olha... eu acredito que o que tenha sido predominante foi a questão econômica... apesar de

haver a questão do tratamento do efluente, há a questão do reaproveitamento de energia... a

empresa quer saber o retorno dela...” (ORA1).

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Para 16 entrevistados, com exceção do gestor da Suíno 1 e do gestor da Ave 1, o fator

determinante para a adoção do biodigestor foi o econômico. No caso desses dois gestores, o

fator ambiental foi preponderante, pois ambos têm alto grau de responsabilidades ambientais,

uma vez que, em sua cadeia produtiva, o material orgânico residual principal (restos de pele e

carne, ossos, penas, sangue e urina) não pode ser lançado no efluente. Justamente estes

matérias têm maior carga orgânica, portanto são responsáveis pela maior produção de biogás.

O tempo de retorno elevado – 10 anos para a Suínos 1 e dois anos e meio para a Ave 1 – é

ocasionado pela baixa geração de energia térmica, mas suficiente para o fim desejado:

geração de calor no berçário dos porcos e aquecimento da água usada para descaldagem dos

frangos, respectivamente.

3.4.3 A Adoção do Biodigestor pelos Gestores das Empresas Processadoras de Mandioca

A Tabela 10 apresentada a seguir reflete a percepção ex-post dos gestores adotantes do

biodigestor nas empresas processadoras de mandioca, a partir das entrevistas realizadas. A

percepção dos gestores, após a implantação do biodigestor, é que esta foi importante para

reduzir o impacto ambiental, mas também trouxe benefícios para o desempenho

organizacional e a melhora da imagem corporativa. Os gestores reconhecem que a utilização

do biodigestor destrói organismos patogênicos e parasitas que seriam lançados nos solos e nos

rios, além de transformar gases que seriam prejudiciais em fonte de energia.

O impacto para o desempenho é reconhecido pela redução de custos de materiais, bem

como na redução do consumo de energia e na redução de resíduos. Em especial, a redução de

resíduos orgânicos traz o benefício de estar em conformidade com os regulamentos

ambientais, além de evitarem multas. Os gestores também colocam impacto positivo nas

vendas e no fluxo de caixa da empresa. Estas declarações parecem indicar, apesar dos

benefícios ambientais reconhecidos, o fator determinante econômico e a pressão institucional

pela legislação ambiental, refletida pela aplicação de multas e até a ameaça sobre a operação.

Este é um aspecto que será explorado nas entrevistas subsequentemente apresentadas.

Outro impacto reconhecido ocorre na imagem corporativa tanto pela legitimidade

interna como pela externa, visto que os gestores declararam que os trabalhadores reconhecem

os benefícios para o meio-ambiente, para as empresas e para a qualidade de vida. A

legitimidade no mercado parece ser importante, não só pela imagem em relação à redução do

impacto ambiental, mas pelo fato de uma parte significativa das empresas servirem a

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131

mercados externos, como outras pertencerem a cooperativas e grupos corporativos. Este é

também um aspecto a ser explorado nas entrevistas posteriores.

As empresas estudadas causavam não só a poluição do solo (uma vez que o material

orgânico residual era descartado no próprio terreno) como também a poluição hídrica (o

material orgânico em decomposição escorria para os rios, riachos e lagos próximos). Há que

se mencionar novamente o forte odor putrefato que se espalhava pelas regiões vizinhas às

empresas, atingindo as comunidades próximas, atraindo roedores e insetos, causando sérios

problemas ambientais, como a destruição dos recursos naturais renováveis, especialmente a

água.

O fato mais importante é que as reclamações por parte das comunidades

circunvizinhas às empresas processadoras de mandioca cessaram, tanto pelos odores

putrefatos quanto pelo desaparecimento de insetos e roedores quando o material orgânico

residual, presentes quando eram lançados os materiais residuais no terreno ao céu aberto.

Independentemente do eventual fator determinante econômico ou pela pressão

institucional, a constatação dos benefícios da implementação do biodigestor levou à busca por

novas práticas de preservação. Em especial, empresas passaram a buscar o reuso de água, que

é um insumo de uso abundante na produção da mandioca (por exemplo, itens mencionados os

gestores M3, M4, M6 e M10). O reuso de embalagens retornáveis ou biodegradáveis também

foi apontado pelos gestores (M3, M4, M6 e M10). Também aumentaram as ações de

conscientização dos trabalhadores em relação às práticas internas e da necessidade de

preservação ambiental.

As respostas dos gestores em relação aos fatores determinantes confirmaram,

inicialmente, o fator determinante econômico para a adoção da inovação verde. As respostas

destacam a redução de custos, a melhora dos resultados financeiros, bem como o aumento da

eficiência. Alguns gestores declararam a avaliação financeira do retorno e payback em menos

de um ano (M1, M2, M3, M4, M5, M8 e M10). Apesar do uso do biodigestor, algumas

empresas ainda mantêm reserva de lenha para eventualidades (M1, M2, M5, M7, M8 e M9).

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132

Tabela 10 – Percepção Ex-post dos Gestores das Empresas Processadoras de Mandioca

PERCEPÇÃO EX-POST EMPRESAS PROCESSADORAS DE MANDIOCA

M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10 M11 M12 M13

IMPACTO

Impacto positivo da adoção de inovação verde para o ambiente X X X X X X X

Impacto positivo da adoção de inovação verde para o desempenho X X X X X

Melhora da imagem corporativa X X

AÇÕES

Envolvimento de todos os funcionários X X X X X X X X

Outras práticas e sistemas para a gestão verde X X X X X X X

FATOR DETERMINANTE PARA ADOÇÃO

Melhora da imagem corporativa X X X X X X X X

Redução de custos e aumento de lucros X X X X X X X X X X X X X

Aumento da eficiência X X X X X X X X

Acesso a novos mercados X X X X X X

Aumento da quota de mercado X X X X X X

Fonte: Dados da Pesquisa (2019).

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133

Na Figura 8, estão resumidos os achados em relação à adoção de biodigestores nas

empresas processadoras de mandioca. Os resultados foram classificados em Ex-Ante, neste

caso, relacionado à adoção da inovação verde, e do biodigestor na produção de mandioca, no

lado esquerdo da Figura 8. Do lado direito, são apresentadas as percepções e comportamentos

depois da adoção da inovação verde (Ex-Post).

Figura 8 – Modelo Situacional para a Adoção da Inovação Verde na Cadeia Produtiva da

Mandioca

Fonte: Dados da Pesquisa (2019).

Os resultados indicam que os determinantes para adoção da inovação verde,

independentemente das pressões institucionais, como a reclamação dos vizinhos e a

possibilidade de multas pelo descarte de material poluente, por exemplo, não levaram

aparentemente à adoção da inovação verde de forma voluntária. A adoção do biodigestor foi

determinada pelo resultado econômico e financeiro da adoção. Ou seja, apesar das pressões

institucionais e de legitimidade, o impacto econômico e financeiro da adoção da inovação é o

fator que predomina.

No caso da mandioca, pela carga orgânica, os paybacks da solução acontecem

em prazo reduzido. Ainda assim, adotar é dependente do conhecimento da solução,

investimento e benefícios. Sendo assim, a consideração da adoção da inovação verde parece

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134

ter sido influenciada pela ação comercial do fornecedor do biodigestor, ao apresentar as

possíveis vantagens de sua implementação. As informações obtidas parecem indicar que o

fator determinante econômico e financeiro emerge desta interação com o fornecedor. Percebe-

se também que a influência do agente de inovação, neste caso o fornecedor do biodigestor, é

fundamental para ter acesso a um primeiro adotante relevante, que neste caso, possibilitou o

acesso simultâneo a muitos gestores de mandioca. A partir da adoção e divulgação dos

benefícios, gradativamente, os gestores avaliam os benefícios específicos, neste caso,

econômicos e financeiros, para suas unidades e passam a adotar a inovação.

Apesar do fator determinante não ser ambiental, a partir da adoção, os demais

benefícios (como imagem, legitimidade, reputação, entre outros) são reconhecidos pelos

adotantes, apesar de não terem influenciado a adoção prioritariamente.

3.4.4 A Comparação com os Gestores de Suínos e Aves

A Tabela 11 resume os fatores determinantes para a adoção da inovação verde, neste

caso, o biodigestor, comparando a mandiocultura e a suinocultura/avicultura.

Tabela 11 – Fatores Determinantes para a Adoção da Inovação Verde

Atividade Mandiocultura Suinocultura e Avicultura

Determinante para Adoção da Inovação

(Biodigestor) Resultado Econômico e Financeiro

Punições e Riscos

para a Atividade

Carga Orgânica + -

Potencial de Redução de Custos e

Ganho de Eficiência + -

Percepção e Impacto Potencial de Dano

Ambiental - +

Pressão para Adoção Mimética Coercitiva

Papéis Fundamentais Fornecedor e Primeiro adotante Licenciamento e Fiscalização

Fonte: Dados da Pesquisa (2019).

Em comparação com a produção de mandioca, apesar de payback com prazo muito

elevado, o material orgânico residual sólido (peles, ossos, restos de carnes) e líquido (sangue e

urina) gerado pela atividade de suinocultura e avicultura, ao ser lançado no meio ambiente,

pode causar problemas perceptíveis e com impactos potenciais muito graves para as empresas.

Estes impactos podem levar até mesmo ao fechamento das empresas, como aconteceu com

uma indústria frigorífica, caso relatado pelo ORA1, devido aos fortes odores e diversas

fiscalizações e multas aplicadas. Na suinocultura e avicultura, os resíduos não podem ser

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lançados no efluente em razão do alto nível de contaminação por meio de patógenos –

organismos que são capazes de causar doença em um hospedeiro. Na cadeia produtiva da

mandioca, apesar do odor e da possibilidade de combustão pela carga orgânica, o impacto

potencial é menos perceptível e com consequências ambientais menores.

Os resultados apresentados possibilitam argumentar que a adoção da inovação,

considerando os casos estudados, vai depender de duas situações extremas: resultado

econômico e financeiro; e punições ambientais que podem ser recebidas pelas empresas.

3.5 DISCUSSÃO

Neste estudo foram estudados os fatores que determinaram a adoção da inovação

verde. O estudo foi conduzido com foco na mandiocultura e comparado, para efeitos de

triangulação, com a suinocultura e avicultura.

Este é um estudo qualitativo e foram entrevistados gestores das empresas que adotam

biodigestores, sendo 13 gestores de empresas processadoras de mandioca, um gestor de

empresa suinocultura e um de avicultura. Também foram entrevistados dois fornecedores do

biodigestor para a cadeia produtiva da mandioca e um gestor do órgão ambiental estadual. Foi

realizada uma triangulação, a partir de informações secundárias disponíveis e dos dados dos

trabalhos de Silva e Cirani (2016), Silva, Cirani e Serra (2016), que também investigaram o

uso de biodigestor na cadeia produtiva da mandioca.

Com este trabalho, procuramos contribuir para a compreensão dos fatores que

determinaram a adoção das inovações verdes, pelo desenvolvimento do modelo situacional

para a adoção da inovação verde na cadeia produtiva da mandioca (Figura 8), e pela

comparação com a suinocultura/avicultura, possibilitando a avaliação em contextos distintos

para a decisão de adoção da inovação. Vale ressaltar que este trabalho foi realizado em uma

economia emergente, na qual os contextos são bastante distintos dos que predominam em

economias maduras.

3.5.1 Fatores que Influenciam a Adoção da Inovação Verde

A avaliação dos fatores foi desenvolvida de acordo com a literatura de difusão da

inovação (Rogers, 1962; Tornatzky & Fleischer, 1990) e o modelo de adoção proposto por

Lin e Ho (2011). O custo de adoção foi avaliado de acordo com os recursos financeiros

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necessários para considerar a adoção da inovação verde e começar a utilizá-la (custo – lenha,

investimento e tempo de retorno). A complexidade foi avaliada pela facilidade de

aprendizagem e uso da inovação. A compatibilidade foi avaliada com base nos graus de

adequação percebida entre a carga orgânica, produção e cadeia produtiva existentes na

estrutura da empresa. A vantagem relativa foi avaliada, a partir do benefício ambiental e

econômico, acesso a novos mercados, melhor desempenho, maiores ganhos, redução de

custos e melhoraria da imagem, reputação e legitimidade da empresa.

As ligações entre os fatores exibidos na Figura 7 forneceram as evidências iniciais

para analisar a associaciação dos fatores tecnológicos e a adoção da inovação verde. Os custos

incluem os recursos financeiros e humanos necessários na adoção de inovação verde. De

modo geral, os custos têm sido considerados como uma barreira para a adoção de inovações

(Rogers, 1962; Iacovou et al., 1995; Torantzky & Klein, 1982). Como observado na

apresentação dos resultados, os custos da adoção tiveram influência importante no caso da

produção de mandioca: os decisores pela adoção precisam saber o quanto será investido, o

tempo de retorno do investimento e o quanto será retornado. A importância de um bom estudo

de viabilidade parece ser necessária para demonstrar estes itens (Silva & Cirani, 2016; Silva,

Cirani & Serra, 2016).

O projeto de implantação pode ser detalhado para apresentar qualquer adversidade

possível durante sua execução – a previsão de custos adicionais deve ser incorporada para que

o tempo de retorno e o quanto será retornado possam ser demonstrados, prevendo-se o melhor

ou o pior cenário. Neste estudo, observou-se que a construção do biodigestor, que envolve

terraplanagem, assentamento, tubulação de PVC, revestimento e cobertura com manta de

vinil, é extremamente fácil. O material utilizado é de custo reduzido, o que permite um

investimento também de custo reduzido. Uma vez recoberta a lagoa com a manta, a produção

de gás metano também é rápida, o que agiliza o retorno do investimento em poucos meses –

quando a carga orgânica acumulada reduz em 100% a lenha que era utilizada. Todos estes

aspectos associados contribuíram para que o custo da adoção não tenha sida uma barreira, mas

sim uma influência totalmente positiva na adoção da inovação verde.

Complexidade é o grau em que uma inovação é percebida como relativamente difícil

de entender e usar (Rogers, 1962; Tornatzky & Klein, 1982). O estudo demonstrou que a

adoção de inovação verde, neste caso, é muito fácil de entender e usar. A complexidade

centrou-se mais na questão burocrática quanto se tentou converter o biogás à bioenergia

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elétrica (a operação dos equipamentos para conversão de biogás em bioenergia requer

treinamento).

Os resultados demonstraram que o biodigestor não é complexo, tanto na sua

construção como na sua operação. Os caldeiristas – que levavam a lenha para a caldeira – são

os que operam o biodigestor. O controle do biogás é realizado por um painel que regula e

indica a quantidade de gases formados na lagoa recoberta. A única preocupação sobre a

operação é com a segurança dos operadores, uma vez que quantidades enormes de gás são

produzidas. Dessa forma, o risco de explosão é eminente, caso não se observem os cuidados

necessários apontados no treinamento básico, disponibilizados pelo fornecedor do biodigestor.

Compatibilidade é o grau em que uma inovação é percebida como sendo consistente

com os valores, experiências e necessidades existentes das empresas. Assim, vale dizer que

inovações verdes que são mais compatíveis com as tecnologias e processos atuais de uma

empresa serão mais facilmente difundidas dentro da organização (Rogers, 1962).

A carga orgânica foi o termo mais relatado pelos gestores no fator compatibilidade.

Para um adequado funcionamento do biodigestor, torna-se necessário que a carga orgânica do

efluente (oriunda da cadeia produtiva e da produção) seja compatível com a capacidade do

biodigestor. Caso a carga orgânica seja baixa, o tempo para a formação de gás é maior .

Quanto mais demorada a formação – devido à carga – mais demorado torna-se o tempo de

retorno do valor investido, ocasionando elevação de custos na compra da lenha. O presente

estudo destacou que a adoção do biogiestor foi totalmente compatível com a estrutura e com

as necessidades da empresa, tanto na produção como na cadeia produtiva.

Vantagem relativa é a percepção de que uma inovação é mais vantajosa que sua ideia

substituta. Os benefícios líquidos percebidos que a adoção da inovação verde oferece servirão

como fatores determinantes para as empresas implementarem a inovação verde (Rogers, 1962;

Tornatzky & Klein, 1982). Potenciais benefícios organizacionais das inovações verdes

incluem redução de consumo de energia e recursos naturais, redução de desperdício e emissão

de poluentes, melhor desempenho ambiental e financeiro e maior responsividade à expectativa

socioambiental (Etzion, 2007; Hart, 1995).

Como visto nos resultados apresentados, identificou-se, como fator determinante da

adoção da inovação verde, o benefício econômico, no caso da mandiocultura, proporcionado

pela adoção do biodigestor, apesar do apelo socioambiental que o mesmo proporciona. A

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conquista de novos mercados, maiores ganhos e redução de custos foram indicados como as

maiores vantagens relativas, seguidas pela legitimidade, reputação e imagem da empresa. O

que se observa, pelos relatos apresentados nos resultados, são os principais benefícios:

redução na queima de lenha, não emissão de gás metano na atmosfera ocasionado mau cheiro,

utilização do efluente tratado na fertirrigação. Estes benefícios propiciam uma melhora na

imagem, elogios por parte dos clientes, da comunidade e dos próprios concorrentes, que

legitmam e melhoram a reputação da empresa.

A qualidade dos recursos humanos foi avaliada de acordo com as capacidades de

aquisição de conhecimento, solução de problemas, propostas de novas ideias e tecnologias

que levassem a melhorias. O suporte organizacional foi avaliado de acordo com os graus de

suporte de recursos da empresa e as atitudes dos líderes em relação às questões ambientais. A

qualidade dos recursos humanos é um fator essencial que influencia a difusão da inovação.

Recursos humanos qualificados são úteis para difundir inovações, por causa de suas

capacidades de aprendizado competentes (Damanpour & Schneider, 2006; Taylor &

McAdam, 2004).

O presente estudo indicou que um grande conhecimento aliado a novas ideias e novas

tecnologias promoveram melhorias consideráveis e solução de problemas na adoção de

inovação verde. No caso do biodigestor, conforme os colaboradores foram adquirindo

experiência, melhorias foram implementadas. A vivência na operação do biodigestor permitiu

que novos pensamentos, ideias e soluções para os problemas surgissem. Um dos principais

problemas ambientais que foram solucionados com a adoção do biodigestor foi a questão da

relação entre dimensionamento do biodigestor e vazão do efluente. Se, por exemplo, a vazão

do efluente é maior do que o dimensionamento do biodigestor é capaz de suportar, grandes

quantidades de gás serão produzidas, as quais não serão queimadas na demanda suficiente,

ocasionando rasgos na manta de vinil e liberando o gás para a atmosfera.

O suporte organizacional é a medida que uma empresa ajuda os funcionários a usarem

as inovações verdes. Incentivar a difusão da inovação e garantir a disponibilidade de recursos

financeiros e técnicos para a inovação têm efeitos positivos na implementação da inovação

(Damanpour & Schneider, 2006; Jeyaraj et al., 2006; Lee, Lee & Kwon, 2005).

O estudo identificou que segurança, recursos, projetos e comportamento verde são

incentivados pela alta administração na adoção da inovação verde. A alta administração tem

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facilidade em repassar o seu comportamento verde por meio de exemplos. Alguns gestores

relataram que têm como filosofia de vida as questões de segurança, reciclagem e preservação

do meio ambiente. Essas intenções propiciam os recursos necessários para o aprendizado dos

colaboradores, por meio de cursos, palestras, criação de departamentos de segurança e do

meio ambiente. Plantio de árvores e preservação do meio ambiente são os requisitos principais

destes gestores.

O ambiente externo, no qual uma empresa conduz seus negócios, é um fator

importante que afeta a adoção de inovações e a estratégia ambiental (Frambach &

Schillewaert, 2002; Damanpour & Schneider, 2006; Jeyaraj et al., 2006). Os fatores

ambientais, neste estudo, referem-se à conceituação padrão do ambiente externo na literatura

de comportamento organizacional. A incerteza ambiental é considerada como fator ambiental

primário que influencia a difusão da inovação e a estratégia ambiental (Aragon-Correa &

Sharma, 2003; Jeyaraj et al., 2006; Rothenberg & Zyglidopoulos, 2007; Tornatsky et al.,

1990).

Esta pesquisa também evidenciou que, em um ambiente de incertezas, as empresas

enfrentam um comportamento competitivo no mercado em que estão inseridas, em parte pela

sazonalidade da mandioca, em parte para se manterem competitivas com preços menores no

produto final (advindo da adoção do biodigestor, que promoveu a redução drástica no

consumo de lenha). Os gestores relataram que a adoção do biodigestor proporcionou preços

competitivos, ocasionados pela redução no custo com lenha. Uma vez que se elimina o custo,

a economia é repassada para o preço. Para esses gestores, quem não tem biodigestor, não

consegue competir com preços menores no produto final. Também evidenciaram que estar

ambientalmente correto é uma forma de se manter atuante no mercado, uma vez que existem

clientes que procuram produtos cujas empresas são amigas do meio ambiente. Produzir de

forma ambientalmente correta e respeitar o meio ambiente evitando degradações são alguns

dos pontos que reforçam estes fatores.

O governo desempenha um papel importante no apoio a recursos para adoção de

inovação (Lee, 2008; Li & Atuahene-Gima, 2002; Scupola, 2003). O suporte governamental é

um fator ambiental relevante e que influencia a inovação técnica. Os governos podem

promover a inovação técnica, por meio de várias políticas encorajadoras, como incentivo

financeiro, recursos técnicos, projetos-piloto e incentivos fiscais (Tornatzky et al., 1990;

Scupola, 2003).

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Neste ponto, o estudo destacou a falta de incentivo fiscal e apoio financeiro, por parte

do governo, aos adotantes da inovação verde. Dos 18 entrevistados, apenas dois conseguiram

obter, depois de um longo processo burocrático, apoio financeiro por meio de órgãos de

fomento. Apesar da grande maioria dos entrevistados concordarem que o apoio deveria ser

mais divulgado pelos órgãos de fomento, o fornecedor do biodigestor (FB1) comentou que,

talvez, tivesse a existência de uma linha de crédito específica para biodigestor na suinocultura,

mas não tinha certeza. Já o FB2 afirma que existia um apoio financeiro, mas não sabe se ainda

existe e qual era o órgão de fomento.

A pressão das partes interessadas é outro fator ambiental relevante que influencia os

comportamentos ambientais organizacionais, e está amplamente envolvida em pesquisas sobre

questões ambientais (Buysse & Verbeke, 2003; Sharma & Henriques, 2005). Dimaggio e

Powell (1983) refinam o conceito de Isomorfismo organizacional e identificam três

mecanismos, por meio dos quais mudanças institucionais isomórficas aconteceriam:

coercitivos, miméticos e normativos.

Inseridas em um ambiente dinâmico e em constantes transformações, as organizações

contemporâneas precisam manter-se atualizadas, de forma a responderem estrategicamente às

pressões institucionais recebidas do governo, clientes, órgãos públicos, sociedade e de seu

próprio segmento para a institucionalização de práticas sustentáveis e o alcance de novos

mercados na arena global (Machado-da-Silva, Fonseca, & Crubellate, 2010; Scott, 2014).

Neste ponto, esta tese destaca três pressões importantes sofridas pelos gestores: a

pressão regulatória, a pressão do cliente e a pressão do fornecedor do biodigestor. A pressão

regulatória foi evidenciada pelos diversos relatos, confirmados pelo próprio órgão

regulamentar ambiental, de gestores quanto às constantes fiscalizações, denúncias e

reclamações pelos odores do material orgânico descartado de forma inadequada (nos rios e no

solo). Outros pontos de pressão para a doção verde são a obrigação do automonitoramento dos

efluentes – que deveriam relatar os parâmetros permitidos pelo órgão regulamentar com base

nas normas e leis –, as multas que eram recebidas e, em algus casos, o fechamento da

atividade industrial, relatada pelo chefe responsável do órgão regulamentar ambiental. Todos

esses termos, evidenciados nos relatos, indicam um comportamento coercitivo – isomorfismo

coercitivo – por parte do governo que exerce pressões para que a atividade industrial não

cause problemas ambientais. Nesta questão, apesar do órgão regulamentar ambiental não

obrigar a adoção do biodigestor, mas o tratamento adequado do efluente, o instrumento foi um

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facilitador na prevenção do dano ao meio ambiente. Há que se considerar que o odor, com o

biogestor, fica encapsulado, evitando o escape de gases para a atmosfera e que o material

orgânico residual não precisa mais lançado no meio ambiente, mas pode utilizado na sua

totalidade para a geração de energia térmica, elétrica (um caso) e fertirrigação.

A pressão do cliente, como a pressão regulamentar, também corrobora a literatura

apresentada e exerce comportamento isomorfórmico, desta vez, mimético. Um ponto forte

indicado pelos gestores nos relatos, foi a tentativa das empresas de se manterem atuantes no

mercado, não só com preços competivivos, mas, muito mais pelo comportamento verde

demonstrado aos clientes durante as auditorias, prêmios, selo verde e práticas ambientais.

Neste ponto vale destacar que o selo verde da pressão do cliente está estritamente relacionado

com o comportamento verde do suporte organizacional (ver Figura 7), demonstrando uma

congruência entre a aliteratura e a realidade existente nesta amostra. Ou seja, é necessário que

o comportamento verde seja incentivado pela alta administração na obtenção de práticas

ambientais adequadas à cadeia produtiva da empresa.

A pressão do fornecedor do biodigestor (FB1, especificamente), evidenciada pelos

relatos dos gestores, indicam um comportamento mimético – a adoção do biodigestor pelas

empresas para se manterem no mercado competitivo à preços reduzidos no produto final. A

insistência, pormeio da divulgação e visitas à exaustão por parte dos fornecedores ações

relatadas pelo próprio FB1, gerou frutos. Assim, após a divulgação do produto na ABAM, os

gestores estenderam o “tapete vermelho”, com mais de 30 cartões de gestores e biodigestores

encomendados. Esse fato corrobora a influência da pressão isomorfórmica mimética na

adoção da inovação verde. Neste ponto, vale destacar também que o estudo de viabilidade –

demonstrar que o biodigestor é um benefício econômico – apresentado pela pressão do

fornecedor do biodigestor está estritamente relacionado à solução de problemas da qualidade

dos recursos humanos e ao maior ganho da vantagem relativa (ver Figura 7).

A adoção de uma inovação verde, geralmente, envolve o comprometimento de

recursos para a implementação desta inovação, melhorando a produtividade e o desempenho

ambiental (Grover, Purvis & Segars, 2007; Rogers, 1962). Neste ponto, os benefícios da

inovação podem ser percebidos pelos primeiros adotantes. Agindo cedo em relação aos pares,

o primeiro adotante estabelece melhorias pioneiras de custo e serviço, o que lhe permite obter

maiores ganhos de desempenho. Na prática, isso significa que esses primeiros adotantes

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usufruem dessas inovações iniciais, enquanto obtêm benefícios substanciais (Rogers, 1962;

Zhu et al., 2012).

Neste ponto deste estudo, destaca-se que a influência do primeiro adotante se deu mais

pela produtividade e o benefício econômico evidenciado pelos pares – no caso da

mandiocultura, do que o benefício ambiental. Durante as visitas ou “romarias”, como alguns

relataram, os pares queriam saber de quanto seria o investimento, o tempo de retorno e quanto

seria retornado. Todos estes termos do primeiro adotante indicam, mais uma vez, o

isomorfismo mimético – manterem-se atuantes no mercado, competindo com preços menores.

A redução no consumo de lenha, ou seja, a redução de custos, contribuiu para o repasse dessa

redução no preço do produto final, permitindo que todos os pares do biodigestor pudessem

usufruir da mesma produtividade e benefício econômico do primeiro adotante. Vale a pena

destacar que benefício econômico do primeiro adotante está estritamente relacionado com

redução de custos da vantagem relativa (ver Figura 7).

Quando se consideram os fatores determinantes das organizações para a adoção da

inovação, este estudo demonstrou que a produção de energia – térmica ou elétrica – associada

ao tratamento eficiente do efluente tornam-se o melhor negócio. Principalmente, se for

considerados redução de custos e retorno financeiro – ambos no menor tempo possível. A

aquisição de matérias-primas – antes lenha e agora biogás – é fundamental para a estratégia de

negócios destas empresas.

Como criar uma sociedade sustentável em longo prazo com o menor impacto

ambiental negativo possível? A resposta está na adoção eficiente da inovação verde da cadeia

produtiva. É fato que, nesta amostra, o fator determinante da adoção da inovação verde para o

desempenho organizacional no agronegócio foi o benefício econômico evidenciado pela

redução de custo (consumo de lenha) na mandiocultura. Segundo o relato do fornecedor do

biodigestor (FB2), este processador é o único tratamento de efluente que permite um retorno

econômico.

Embora a adoção do biodigestor proporcione melhorias ambientais (eliminação de

cinzas, fumaça, odores, descarte de material orgânico, dentre outros), o que mais atraiu os

demais adotantes foi o fator econômico que determinou a adoção da inovação verde: baixo

investimento, tempo de retorno muito rápido e redução drástica (termo usado pelos próprios

gestores durante as entrevistas) no consumo de lenha. A adoção dos biodigestores é um

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caminho alternativo para o crescimento econômico, que pode gerar biogás, energia elétrica,

combustíveis alternativos, entre outros. Com seu uso, os impactos ambientais provocados

pelos materiais orgânicos residuais no meio ambiente são reduzidos, melhorando a qualidade

de vida da população.

A grande maioria dos gestores entrevistados deixou claro que o atrativo maior, o fator

determinante em projetos sustentáveis, é a lucratividade. Mas também, como se pôde

constatar na pesquisa realizada, os gestores estão atentos no que diz respeito à preservação

ambiental da região onde o projeto está inserido. Os benefícios ambientais, em determinados

aspectos, mostram-se muito mais “lucrativos” do ponto de vista social e ambiental, por

melhorarem a imagem da empresa (quando ela demonstra um compromisso social em não

degradar o meio ambiente) e evitarem pesadas multas ambientais (o que contribui para um

melhor fluxo de caixa da empresa).

Cabe destacar que esse fenômeno ocorreu na mandiocultura. No caso de suínos (um

caso) e aves (um caso), o fator determinante é realmente ambiental. Outro ponto importante a

se destacar são as pressões institucionais evidenciadas: o isomorfismo coercitivo, promovido

pelo órgão regulamentar ambiental, e o isomorfismo mimético, promovido pela pressão do

cliente, pressão do fornecedor do biodigestor e do primeiro adotante.

Com base na literatura revisada (Estudo I) e nos achados das entrevistas (Estudo II), a

Figura 9 apresenta um framework que indica as possíveis influências dos fatores

determinantes para a inovação verde e as percepções e comportamentos dos gestores em

relação à adoção.

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Figura 9 – Fatores Determinantes no Desempenho Organizacional

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

O framework relaciona os fatores determinantes na adoção da inovação verde com as

percepções e comportamentos dos gestores e das empresas nesta adoção. Os fatores

tecnológicos (custos da adoção, a compatibilidade da inovação e as vantagens relativas)

proporcionam benefícios econômicos (baixo investimento, retorno rápido etc.) e ambientais

(prevenção da poluição). Quando a empresa preserva o meio ambiente, pode adquirir

legitimidade, reputação e melhoria na imagem da empresa perante as partes interessadas

(comunidade, clientes, concorrentes). Todos esses benefícios (baixo custo, preço competitivo

no mercado etc.) podem, por sua vez, levar a empresa a adquirir novos mercados, expandindo

sua marca.

Os fatores organizacionais (qualidade dos recursos humanos e suporte organizacional)

propiciam novas ideias, melhorias e solução de problemas, seja com a inovação adotada ou

mesmo para a empresa que adquiriu a inovação. Neste ponto, é importante que a empresa

ofereça todo o suporte para que os funcionários estejam aptos a lidarem com a inovação

como, por exemplo, cursos de capacitação, e práticas ambientais. Apenas com a preparação

dos empregados pode ocorrer melhoria do desempenho ambiental da empresa, a segurança na

operação da inovação e o incentivo de novos projetos complementares à inovação adotada.

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Os fatores ambientais, como incerteza ambiental e suporte governamental, tornam as

empresas mais competitivas no mercado atuante, direcionando-as a oferecerem preços mais

baixos para os produtos ofertados e evidências de que são empresas amigas do meio ambiente.

Essas evidências estão ligadas à divulgação de que adotam não só uma inovação verde, mas

também práticas verdes na produção e manipulação de seus produtos. Quando estas empresas

recebem incentivos do governo na adoção de uma inovação verde, torna-se ainda mais

vantajoso serem competitivas. A pressão regulatória do cliente e do fornecedor origina

isomorfismo coercitivo e mimético no comportamento das empresas. O governo também

dispara o isomorfismo coercitivo, por meio dos órgãos reguladores do meio ambiente, realiza

fiscalizações, “obrigando” as empresas a adotarem um comportamento verde, ou seja, a não

poluírem o meio ambiente. Da parte do cliente e do fornecedor do biodigestor, o isomorfismo

é mimético, ou seja, as empresas tentam imitar as outras para se manterem competitivas no

mercado. Este fato ocorre, principalmente, quando o primeiro adotante evidencia paras as

demais empresas os maiores ganhos e melhor produtividade advindas da adoção da inovação

verde.

3.5.2 Fatores Determinantes da Inovação Verde

Os resultados desta tese indicam que os fatores determinantes para adoção da inovação

verde, na produção de mandioca, independentemente das pressões institucionais, como a

reclamação dos vizinhos e a possibilidade de multas pelo descarte de material poluente, não

levaram aparentemente à adoção da inovação verde de forma voluntária. A consideração da

adoção da inovação verde parece ter sido influenciada pela ação comercial do fornecedor do

biodigestor ao apresentar as possíveis vantagens de sua implementação. Os resultados também

parecem indicar que os fatores determinantes econômicos e financeiros emergem desta

interação com o fornecedor.

De certa forma, os resultados colocam um requisito complementar na relação entre a

escolha eficiente versus as pressões externas (Abranhamson, 1991). Isto talvez aconteça pela

incerteza gerada pelo desconhecimento (García-Maroto et al., 2015), que é atenuada

inicialmente pela interação com o fornecedor. O interesse pelo impacto imediato no

desempenho econômico e financeiro, que ressalta o potencial de benefícios percebidos e que

poderão ser avaliados após a implementação da inovação verde, pode ser potcializado pelas

informações prestadas na interação (Robinson, 1990; Mansfield, 1993; Frambach &

Schilewaert, 2002). A relação com o fornecedor, ou o acesso ao conhecimento e informação

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sobre a inovação verde, parece ser um antecedente importante. Também parece ter impactado

a possibilidade de melhor compreensão das possibilidades de melhoria do desempenho

financeiro mencionado, como do desempenho ambiental (Talukder et al., 2008), criando uma

semente para o desempenho sustentável (Bhattacherjce & Sanford, 2006).

A adoção da inovação verde na cadeia produtiva da mandioca, no entanto, não

aconteceu pela argumentação do fornecedor. Foi necessária a adoção por uma das empresas

para que outras viessem a optar pelo biodigestor, indicando um comportamento de

isomorfismo mimético (DiMaggio & Powell, 1983), preponderante às demais pressões

institucionais e competitivas (Delmas & Toffel, 2008). Esse resultado vai ao encontro da

busca por legitimidade e reputação preconizada por alguns trabalhos (McWilliams & Siegel,

2011). A influência da adoção por organizações similares parece ser importante e confirma o

que foi apontado por trabalhos anteriores em contextos distintos (Robertson & Wind, 1980,

1983; Fennel & Warnecke, 1988; Burns & Wholey, 1993; Westphal et al., 1997). No entanto,

também vale avaliar se a incerteza em relação à inovação é inibida pelo investimento inicial

necessário (Kaiser et al., 2008), em relação aos potenciais benefícios.

Vale investigar melhor o perfil da empresa que iniciou a adoção da inovação verde,

pois esta deve ter características que possibilitaram a influência sobre as demais da indústria.

Por exemplo, organizações maiores (Wisdom et al., 2013) ou com maior desempenho

financeiro (Aiken & Hage, 1971; Nystron et al., 2002; Damanpour & Schneider, 2006) teriam

maior propensão a adotar a inovação verde. Neste caso, também existe a possibilidade das

empresas que fazem parte de cooperativas e grupos, pela influência das redes

interorganizacionais (Abrahamson, 1991; Westphal et al., 1997; Fitzgerald et al., 2002), serem

potenciais adotantes. Aparentemente, a adoção não acontece por nível de competição

exacerbado no contexto estudado, como ocorre em outras situações investigadas

anteriormente (Gatignon & Robertson, 1989). Os gestores podem ter influenciado a decisão

(Damampour & Schneider, 2006) e vale avaliar também as características de cada empresa,

que podem ser moderadoras do processo de adoção da inovação verde.

A consciência em relação à importância da sustentabilidade ambiental prévia não

parece existir ou ser importante como gatilho de ações da adoção da inovação verde. O

aumento da consciência para a sustentabilidade parece despertar após a implementação e

verificação dos benefícios do uso da inovação verde. Neste caso, parece que os benefícios

econômicos e financeiros determinam as novas iniciativas em produtos e processos, como

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aconteceu com os novos subprodutos, reuso de água e na modificação das embalagens. A

imagem corporativa e a legitimidade parece ser consequência do todo, mas podem ser

importantes para a atuação nos mercados internacionais.

De qualquer modo, este ganho de consciência parece dar início a um ciclo virtuoso na

empresa, pois estimula requisitos e ações positivas investigadas em pesquisas anteriores.

Nesse ciclo virtuoso estão os seguintes passos: a) as ações oriundas de maior consciência

ambiental em treinamento, que melhora a qualidade dos recursos humanos (Lin & Ho, 2008);

b) incentivo ao uso de sistemas de gerenciamento ambiental (Zailani et al., 2011); e c)

benefício auferido com o uso da energia verde (Santos, 2012; Byrka et al., 2016) pelo

recuperação, no lugar da disposição (Schmidt et al, 2007; Grosso et al., 2010) de materiais

residuais perigosos que não poderiam ser reciclados economicamente (Knight et al., 2015).

No entanto, nesta pesquisa, ao se triangular a empresa de mandiocultura com as

empresas de suicultura e avicultura, aparece outro extremo, no qual, em função dos potenciais

dados ambientais, e pela pressão coercitiva, pode haver até o fechamento das empresas. Dessa

forma, o fator determinante deixa de ser econômico e financeiro (Tabela 11).

Em suma, existem diversas possibilidades de contribuição com a investigação no

contexto estudado, que estabelece condições de contorno específicas. Uma contribuição

relevante está relacionada ao contexto cultural desta pesquisa. Este é um trabalho dedicado à

agroindústria, segmento importante em uma economia emergente, que apresenta também

maior dificuldade de conscientização para redução dos impactos ambientais (Senyolo, Long,

Blok & Omta, 2017). Outro fator relevante, que merece ser avaliado pelas entrevistas

subsequentes, é a existência de incentivos governamentais (Ho et al., 2009) para a adoção da

inovação verde, neste caso, o biodigestor.

3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo principal investigar, por meio de entrevistas,

quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho

organizacional no agronegócio. Este mesmo estudo foi mais além e evidenciou qual seria o

único fator determinante, dentre todos apresentados, para a adoção de inovação verde.

Para melhor compreensão do assunto, foi necessário fazer uma revisão da literatura

acerca dos temas concernentes à inovação verde, sustentabilidade no agronegócio, adoção da

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inovação e fatores determinantes da adoção da inovação. Buscaram-se os conceitos da Teoria

Baseada em Recursos (RBT), Teoria Institucional e Teoria dos Stakeholders, que permitiram

aprofundamento da pesquisa e apresentaram a relevância da temática e suas peculiaridades

para o desenvolvimento deste projeto.

Para consecução do objetivo, foram feitas entrevistas semiestruturadas. Os resultados

obtidos nas entrevistas permitiram a caracterização das unidades de geração de energia

térmica e elétrica a base de biogás, da cadeia produtiva da mandioca, dos suínos e das aves,

seus principais subprodutos, dos investimentos e custos do biodigestor e dos fatores

determinantes envolvidos na adoção da inovação.

De tudo, se concluiu que o fator determinante para a adoção da inovação verde na

produção da mandioca foi o benefício econômico – redução de custos de 100% no consumo

de lenha – apresentado pelo biodigestor. Além disso, este mostrou ser um método de

tratamento de resíduos, propiciando benefícios ambientais, desde que seja dimensionado de

forma correta e eficiente.

Para ajudar as organizações na adoção de inovações verdes com sucesso, é necessário

fazer uma análise sobre os fatores que influenciam a adoção dessas inovações nas

organizações. Uma compreensão dos fatores determinantes é essencial para os profissionais

adotarem inovações verdes.

Este estudo conduziu uma pesquisa sobre os fatores que afetaram a adoção de

inovações verdes para empresas processadoras de mandioca, suínos e aves do agronegócio. Os

fatores determinantes são classificados em fatores tecnológicos, organizacionais e ambientais.

Os resultados da pesquisa revelaram que, com excessão da complexidade e do suporte

governamental, todos os demais fatores exerceram influências significativamente positivas na

adoção da inovação verde. De todos os fatores analisados, o fator determinante foi o benefício

econômico.

Desta forma, o objetivo de investigar quais são os fatores determinantes da adoção da

inovação verde, e dentre todos apresentados qual é o único fator determinante para o

desempenho organizacional no agronegócio, foi alcançado. Por meio de entrevistas,

identificamos não só qual foi o fator determinante, mas também, que os gestores estão atentos

ao comportamento verde de gestão que deve acompanhar a adoção de uma inovação verde

como é o biodigestor.

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Isso posto, a questão de pesquisa do estudo: “quais são os fatores determinantes da

adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio?” foi

respondida. Além disso, conseguimos evidenciar qual foi o fator determinante primordial para

a adoção da inovação verde nesse contexto – biodigestor na cultura da mandioca,

apresentando, também, um caso de suínos e um caso de aves.

As contribuições deste documento incluem o fornecimento de diretrizes aos gestores

para aumentarem sua competitividade no mercado atuante, fornecendo sugestões do governo

na formulação de políticas ambientais para o setor e contribuindo para uma visão sobre a

adoção de inovações verdes. A relevância foi evidenciada pela ampliação do escopo da

pesquisa, tanto na gestão ambiental quanto nas questões organizacionais e científicas.

Dentre as diretrizes para os gestores que pretendem adotar uma inovação verde,

destacam-se:

• Conhecimento: gestores instruídos promovem a adoção de tecnologias inovadoras,

bem como orientam técnicas melhores aos colaboradores no processo de adoção.

Neste ponto, o governo pode estimular programas de disseminação de tecnologias

inovadoras por meio de cursos ou palestras. O fortalecimento do vínculo entre

atividade de pesquisa e atividade de extensão, por meio de uma abordagem

participativa em que todas as partes interessadas são incluídas (pesquisadores, agentes

de extensão, sociedades civis, instituições públicas e privadas, etc.), pode melhorar a

adoção de tecnologia inovadora.

• Custo: tecnologias inovadoras que contribuem para o meio ambiente devem ser mais

acessíveis no que diz respeito ao investimento da inovação. Neste contexto, o governo

pode melhorar o acesso dos gestores a programas de fomento, para incentivar a adoção

de tecnologias inovadoras. O governo pode fornecer recursos financeiros e materiais

suficientes, recursos humanos e treinamento adequado em tecnologias modernas.

• Associações: a participação dos gestores em associações promove a adoção da

tecnologia inovadora, contribuindo para o conhecimento e disseminação de tal adoção.

Além disso, as associações podem proporcionar uma oportunidade para a integração

de gestores, melhorando seus meios de subsistência por meio de uma tecnologia fácil

de usar e de custo reduzido. O governo pode modificar o status dessas organizações

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para ter mais flexibilidade e dar mais vantagens aos gestores que se tornarem membros

dessas organizações.

• Benefícios Econômicos: gestores de empresas que estão envolvidas no setor agrícola

precisam inovar para aumentar sua produtividade e suprir os mercados com novos

produtos, incorporando preços baixos e bens de alta qualidade ao mesmo tempo, de

modo a satisfazer os desafios dos consumidores.

• Pressão Institucional – Isomorfismo: o temor ao risco de retorno em qualquer coisa

que seja nova e inovadora é uma característica típica de gestores de empresas que

tendem a imitar ao invés de inovar. Gestores de empresas do setor agrícola, cujo

mercado é menos propenso em evitar incertezas, são mais prováveis de tomar

iniciativas e inovar do que imitar. Por outro lado, os gestores estão dispostos a desistir

de suas expectativas no presente por uma questão de melhores ganhos futuros em sua

adoção de uma tecnologia inovadora.

• Primeiro Adotante: como as necessidades de informação variam entre os estágios,

diferentes mensagens e canais de comunicação podem ser usados em diferentes

estágios para melhorar a percepção (potencial) dos gestores. Por exemplo, em caso de

adoção futura distante, os gerentes devem usar estratégias de comunicação que

envolvam indivíduos em uma simulação de resultados. Por essa simulação, espera-se

que se reduzam as incertezas de desempenho e haja encorajamento de sentimentos

positivos, enquanto no caso de adoção futura, os gerentes devem usar estratégias que

os envolvam em uma simulação de processo que reduza custo. Em particular, anúncios

e mensagens de mídia de massa que aumentam a conscientização do produto podem

ajudar gestores no estágio do conhecimento a passar para o próximo nível. Assim

também, a opinião de pares pode ajudar gestores, na fase de persuasão, a formarem

uma impressão positiva e passarem para a próxima fase. Enquanto isso, a assistência

técnica por agentes de mudança ou representantes de vendas pode ajudar os gestores a

reduzir a complexidade operacional na fase de implementação para passar para a etapa

final.

• Pressão do Cliente: a avaliação do consumidor e a adoção de uma nova tecnologia

resultam em respostas emocionais que devem ser consideradas durante o

desenvolvimento de estratégias de lançamento de produtos. A este respeito, projetar

uma proposição de valor convincente por combinar tecnologia limpa, prevenção da

poluição, práticas ambientais, comportamento verde e gestão ambiental é uma

estratégia adequada para incentivar as vendas. O suporte pós-venda e o

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compartilhamento de conhecimento com os clientes garantirão a relação bem-sucedida

dos clientes posteriormente.

• Compatibilidade e Suporte Organizacional: para a empresa, os gestores devem se

certificar de que a inovação verde adotada deve ser compatível com o sistema

existente. Apenas depois disso, os gestores devem se envolver com a mudança, ajudar

os funcionários a absorver as informações e construir a estrutura de assimilação de

conhecimento dentro da empresa. O apoio contínuo da empresa, juntamente com a

disposição e a capacidade do fornecedor, também deve ser levado em conta para

garantir o uso bem-sucedido e eficaz da tecnologia inovadora adotada. O nível de

gestão das empresas deve ter a mentalidade de mudar a atitude de aceitação em

tecnologias inovadoras verdes, a fim de ajudar o desenvolvimento sustentável das

empresas. Da mesma forma, as empresas devem considerar as vantagens relativas

advindas da adoção da inovação e investir mais recursos para acompanhar as rápidas

mudanças das tendências tecnológicas e garantir a competitividade em longo prazo.

Este trabalho tem limitações que devem ser destacadas: as maiores críticas aos estudos

qualitativos são a falta de procedimentos rigorosos para guiar a correlação dos achados e a

falta de regras precisas sobre as técnicas empregadas. Cada observação é única, depende do

objeto, do investigador e do participante. Outra limitação apontada é que, tanto os

investigadores como investigados são agentes, o que implica o risco de perder a objetivação,

estando em jogo a subjetividade do investigador. Além disso, pode haver redução da

compreensão do outro e da realidade a uma compreensão introspectiva de si mesmo

(familiaridade/estranhamento). Pode ocorrer também a representatividade da fala individual

em relação a um coletivo maior (checar o que é dito com o que é feito, celebrado e/ou está

cristalizado).

No que se refere à escolha das palavras-chave, para a pesquisa do material de estudo,

há variedade de definições do tema adoção da inovação, e principalmente há diferenciação

entre adoção da inovação sustentável (sustain*) – ou adoção da ecoinovação (eco*) – e

adoção da inovação verde (green*), mesmo assim, há o risco de se omitir artigos relacionados

ao tema.

Outra limitação deste estudo foi a possibilidade da ocorrência de viés do respondente,

afetando os resultados. Além disso, como este trabalho enfoca a adoção organizacional de

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inovações verdes nas empresas processadoras de mandioca, suínos (um caso) e aves (um

caso), os resultados da pesquisa podem ser limitados em sua generalização. Diferentes países

e setores industriais podem levar a conclusões diferentes do presente estudo. Entende-se assim

que, da mesma forma que em outros trabalhos, os frutos desta pesquisa não são um modelo

acabado, pois o dinamismo com que as teorias evoluem acaba por excluir tal possibilidade.

A amostra foi mais um dos fatores limitantes da pesquisa. Há que se considerar que

com amostras maiores podem-se realizar análises quantitativas complementares ao estudo

qualitativo. Combinar técnicas quantitativas e qualitativas torna uma pesquisa mais forte e

reduz os problemas de adoção exclusiva de um dos grupos.

Diante do exposto, para trabalhos futuros, sugere-se a ampliação da amostra para que o

método de pesquisa possa ser qualitativo e quantitativo.

Outra proposta interessante seria comparar este setor (mandiocultura) com outro setor

dentro do agronegócio, suínos e aves, por exemplo, com amostras maiores destas duas

culturas, que também adotem a tecnologia de biodigestores. Ou ainda, comparar os adotantes

dos não adotantes da inovação verde (biodigestor).

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA TESE

Esta pesquisa contribuiu com a literatura da RBT, na qual a área-chave para a

investigação esteve relacionada com o NRBV (Natural Resource-Based View): quais recursos

são necessários para permitir que as empresas envolvidas no contexto do agronegócio –

precisamente, na cultura de mandioca, suínos (um caso) e aves (um caso) – identifiquem,

desenvolvam e lucrem com a inovação verde (Hart & Dowell, 2011). Além disso, a presente

tese contribuiu, também, com a literatura da IBV (Institutional-Based View), em especial com

a literatura de isomorfismo, visto que as empresas estudadas estão submetidas a fortes

pressões institucionais, aqui discutidas conceitualmente e com potencial para estudos futuros.

Como demonstrado, as empresas desenvolvem interesses como resultado de pressões

competitivas e institucionais e o desenvolvimento prévio de uma estratégia ambiental proativa

amplifica o efeito destas pressões. Neste caso, os fatores que afetam o sucesso da empresa

estão, mais uma vez, relacionados com a adoção de uma inovação (Rogers, 1962).

Neste estudo, foram identificadas as pressões institucionais sofridas pelas empresas,

que mostram comportamentos distintos em relação às pressões coercitivas e miméticas,

indicando a adaptação de estratégias (Wilson & McKiernan, 2011) e a adoção da inovação

(Rogers, 1962).

Os resultados apresentados nesta tese também contribuem para expandir a literatura de

RBT e NRBV, em relação aos recursos e capacidades necessários às empresas na adoção da

inovação verde. Contribuem também para a literatura de IBV, de acordo com a suposição de

Peng (2002) de que o ambiente institucional, neste caso as pressões isomórficas, influencia as

decisões dos gestores em relação à adoção da inovação verde e alocação de recursos.

A tese foi dividida em dois trabalhos interdependentes. No estudo I, foi preparado um

estudo bibliométrico de citação, cocitação e pareamento bibliográfico, que possibilitou

compreender a pesquisa em adoção da inovação, a partir da verificação das bases intelectuais

que suportam os trabalhos na atualidade. Ao se tentar sintetizar em um parágrafo todo o

estudo I (ver Figura 5), pode-se colocar que há um processo de difusão no qual alguns

indivíduos adotam primeiro uma inovação e depois espalham a notícia desta adoção entre o

círculo de conhecidos. Nesse processo, os fatores determinantes possuem uma ligação com os

atributos da inovação. Nesse contexto, as empresas, na sua busca por legitimação, reputação e,

principalmente, vantagem econômica (redução de custos, maiores ganhos, melhor

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produtividade), tendem a se tornar homogêneas na adoção da inovação, focando em

benefícios econômicos e sofrendo pressões isomórficas coercitivas – órgão regulamentar

ambiental – e miméticas – pressão do fornecedor do biodigestor, pressão do cliente e do

primeiro adotante.

Aqui vale uma observação sobre a semântica distinta entre legitimação e reputação.

Embora, por definição, possam parecer similares, parece existir uma diferença (Suchman,

1995). Na busca por reputação, as empresas buscam a inovação verde (McKee, Mills, &

Wheatherbee, 2005), enquanto a legitimação pode ser alcançada por todos, pois é um

indicador de aceitação social (Elliott, 2013). No entanto, a reputação é uma possível fonte de

vantagem competitiva (Barnett, Jermier, & Lafferty, 2006), que não vai ser alcançada por

todos (Elliott, 2013).

O estudo II evidenciou, principalmente, a adoção da inovação, permitindo verificar

quais são os fatores determinantes a influenciam. Verificamos ainda o principal fator

determinante – benefício econômico – e suas relações nas decisões dos gestores, conforme

está sintetizado na Figura 7. Além disso, os resultados indicaram que a adoção de uma

inovação verde, geralmente, envolve o comprometimento de recursos para a implementação

desta inovação, melhorando a produtividade e o desempenho (Grover, Purvis & Segars, 2007;

Rogers, 1962). Para promover a difusão da inovação verde, as empresas podem tentar

melhorar suas capacidades de aprendizagem organizacional e disponibilizar recursos

organizacionais para seus funcionários. Além de ser um regulador, o governo deve fornecer

recursos financeiros, técnicos e educacionais suficientes para a difusão de inovações verdes.

O estudo II indicou ainda que, para ajudar as organizações a adotarem uma inovação

verde com sucesso, é necessário fazer uma análise sobre os fatores que influenciam a difusão

da inovação nas organizações. Uma compreensão dos fatores determinantes é essencial para

os profissionais implementarem melhor a inovação verde. Para o desenvolvimento da gestão

ambiental, o apoio organizacional é essencial, pois os funcionários serão motivados a

implementar o comportamento verde e os recursos necessários para a adoção de inovações

verdes estarão mais facilmente disponíveis. Cabe ressaltar que as grandes empresas tendem a

adotar inovações verdes mais facilmente do que as pequenas, porque possuem recursos

suficientes e infraestruturas sólidas. As pequenas empresas, por outro lado, podem sofrer com

a falta de recursos financeiros e profissionais, o que resulta em dificuldades na adoção de

inovações verdes.

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155

Em suma, as implicações teóricas deste trabalho para a inovação, como dito

anteriormente, centram-se na prevenção da poluição, por meio de uma tecnologia limpa (o

biodigestor), em que existe um grande potencial em identificar os fatores que afetam a relação

entre inovação e desempenho organizacional. Descobrir quais recursos e capacidades são

capazes de difundir a inovação, bem como propiciar o desempenho organizacional (ambiental

e financeiro), foram as áreas-chave de investigação, a partir do estado da arte encontrado –

pouca pesquisa sobre tecnologia limpa na prevenção da poluição (Hart & Dowell, 2011). Este

trabalho contribuiu para acrescentar conhecimento científico e práticas de gestão na lacuna

teórica apresentada por Hart e Dowell (2011). Clarificou, ainda, com contribuições científicas,

as teorias RBT (recursos e capacidades), IBV (ambiente institucional) e a Teoria ,dos

Stakeholders (influências das partes interessadas), no que se refere à inovação verde,

tecnologia limpa, prevenção da poluição e agronegócio.

Outra contribuição revela-se pelo Modelo Situacional para a Adoção da Inovação

Verde na Cadeia Produtiva da Mandioca, apresentado (Figura 8).

A inovação contribui para um entendimento maior do tema inovação e sua relação

com o desempenho organizacional. Para o desenvolvimento de estratégias de tecnologia

limpa, há que se focar na inovação, seja para descobrir os recursos e as capacidades

necessários para a adoção da inovação verde (tecnologia limpa), seja em evidenciar quais

recursos e capacidades se combinam a ponto de afetar o desempenho organizacional. Ao

incorporar uma tecnologia limpa, as empresas objetivam, também, aumentar a sua

competitividade. Isto posto, este trabalho contribuiu no âmbito científico ao analisar a adoção

da inovação verde (recursos) no desempenho organizacional e quais são os fatores

(capacidades) que afetam esta adoção.

As contribuições desta tese incluem o fornecimento de diretrizes aos gestores do

agronegócio para aumentar sua competitividade verde, fornecendo sugestões ao governo na

formulação de políticas ambientais, contribuindo para uma visão sobre a difusão e adoção de

inovações verdes no agronegócio e ampliando o escopo da pesquisa, tanto na gestão ambiental

quanto nas questões de inovações verdes.

Quanto às limitações da tese, todos os dois estudos apresentam limitações, as quais

vão ser tratadas na ordem em que eles se apresentam na tese. No estudo I, por se tratar de um

estudo bibliométrico, existem limitações ligadas ao método: como qualquer estudo de revisão,

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não cobre toda a pesquisa sobre adoção da inovação. Como sugestão de estudos futuros,

sugere-se incluir outras bases no levantamento, por conter uma quantidade significativa de

periódicos ligados ao assunto e que não fazem parte das bases estudadas. Outra limitação foi o

uso da palavra-chave de pesquisa, reduzida pela verificação de palavras-chave innov* e

adpopt*. Sugere-se usar palavras-chave complementares nos artigos selecionados (green*,

ecolog*, sustain* e ecoinnov*), para os vários sinônimos de inovação verde. Outras possíveis

limitações foram reduzidas pelo fato de termos usadot dois métodos de análise

complementares (análise fatorial e redes) e feito um estudo conjunto de cocitação e

pareamento.

O estudo II apresenta limitações inerentes a um estudo qualitativo e parte delas foram

atenuadas pelo rigor metodológico e pela quantidade de entrevistas, considerando que houve

saturação de respostas com poucas entrevistas realizadas (na terceira entrevista com

entrevistados). Outra possível limitação em relação à subjetividade na codificação foi

atenuada pela verificação complementar por um professor.

Todas as transcrições verbatim, realizadas pelo autor, foram verificadas. Para evitar

problemas e vieses de análise, foi utilizado o software MAXQDA, que, não tendo sido

desenvolvido para o uso em Grouded Theory, como o Atlas-TI e N-Vivo, foi por este motivo

mais adequado à elaboração de um modelo situacional qualitativo, que se propõe a indicar

caminhos também para pesquisas quantitativas futuras. Em especial, este estudo teve a

limitação de considerar os adotantes da inovação e poderia seguir com estudos que olhassem o

lado dos não adotantes, tanto com estudos qualitativos quanto quantitativos.

Os estudos remetem para a realização de outras pesquisas futuras, para melhor

compreensão do fenômeno. Estas sugestões de direcionamento estão apresentadas a seguir:

• Qual é a influência e como acontece o eventual desenvolvimento de competências a

partir das pressões institucionais diversas sobre as empresas das cadeias produtivas do

agronegócio?

• Como acontece a evolução das empresas das cadeias produtivas do agronegócio no

progresso de busca por legitimação e ganho de reputação, em função da hierarquia de

pressões? Como e quanto tempo leva esta adaptação?

• Em que condições does it pay to be green, na visão de Ambec e Lenoie (2008), as

empresas se tornam verdes?

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• Quais são as barreiras que impedem uma adoção da inovação verde?

• Qual é e como acontece o impacto regulatório sobre as empresas adotantes e não

adotantes de uma inovação verde? Existem diferenças?

• Qual é e como acontece a adoção da inovação verde em outras culturas do

agronegócio (citrocultura, bovinocultura, ovinocultura, etc.)?

Embora muitas outras frentes de pesquisa possam acontecer, a agenda proposta a partir

dos resultados desta tese parece ser prioritária, para ajudar na compreensão da influência dos

fatores determinantes e de como as empresas podem auferir vantagem competitiva sustentável

e ampliar a sua relevância para as partes interessadas (stakeholders).

Este estudo é baseado nas perspectivas e percepções dos entrevistados, além do que

estava disponibilizado em documentos e nos sites das empresas em um momento particular,

refletindo o contexto e as interações que estavam em curso. Apesar de ser, fundamentalmente,

um estudo qualitativo, e que se focou nos fatores determinantes da adoção da inovação verde,

acredita-se que os leitores desta tese possam fazer suas extrapolações vinculadas ao contexto

apresentado (Patton, 2002). Assim, espera-se que os leitores possam inferir, a partir dos

resultados obtidos e avaliar como a análise pode ser aplicável para outras situações

relacionadas com fatores determinantes ou adaptações ao ambiente institucional.

Segue a matriz contributiva para a particularização dos resultados, contribuições,

limitações e pesquisas futuras de cada estudo e como eles juntos respondem à questão de

pesquisa e conferem ineditismo à tese, justificando, assim, a integração dos achados dos

estudos (Tabela 12).

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Tabela 12 – Matriz Contributiva. QUESTÃO DA PESQUISA

Quais são os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio?

OBJETIVO GERAL

Identificar os fatores determinantes da adoção da inovação verde para o desempenho organizacional no agronegócio.

CONCLUSÃO PARTICULARIZADA

Síntese dos Resultados Contribuições para o Avanço do

Conhecimento Limitações Proposta de Estudos Futuros

ESTUDO 1: O processo de

difusão onde alguns indivíduos

adotam primeiro uma inovação e depois espalham a notícia desta

adoção entre o círculo de

conhecidos e onde os fatores determinantes possuem um

relação com os atributos da

inovação, as empresas, na sua busca por legitimação, reputação

e, principalmente, vantagem

econômica (redução de custos, maiores ganhos, melhor

produtividade), tendem a se

tornar homogêneas na adoção da inovação, focando em benefícios

econômicos e sofrendo pressões

isomórficas coercitivas – órgão regulamentar ambiental – e

miméticas – pressão do

fornecedor do biodigestor, pressão do cliente e primeiro

adotante.

ESTUDO 2: Demonstrou como

os fatores determinantes

influenciam, bem como o

principal fator determinante – benefício econômico – e suas

relações nas decisões dos

gestores. A adoção de uma inovação verde geralmente

envolve o comprometimento de

recursos para a implementação desta inovação, melhorando a

produtividade e o desempenho.

ESTUDO 1: Permitiu a

identificação de trabalhos, temas

e autores que influenciaram os estudos sobre adoção da

inovação, desde o seu início até

às pesquisas atuais e, consequentemente, as tendências

doravante. Outra contribuição é

que os resultados servem também para trazer orientações práticas

ou uma agenda para os gestores

de organizações que pretendam adotar uma inovação.

ESTUDO 2: As implicações

teóricas deste trabalho para a inovação, como dito

anteriormente, centram-se na

prevenção da poluição por meio de uma tecnologia limpa (o

biodigestor) onde existe um

grande potencial em identificar os fatores que afetam a relação

entre inovação e desempenho

organizacional. Descobrir quais recursos e capacidades são

capazes de difundir a inovação,

berm como propiciar o desempenho organizacional

(ambiental e financeiro) foram as

áreas-chaves de investigação a partir do estado da arte

encontrado.

ESTUDO 1: A principal

limitação deste estudo –

característica de estudos bibliométricos – é a escolha de

palavras-chaves para a busca.

Mesmo usando as palavras “Innov*” e “adopt*” – que

possibilita qualquer tipo de

adoção –, ainda é uma limitação, pois foram pesquisadas em

apenas duas bases – a Scopus e a

ISI Web of Science. Mesmo a ISI sendo considerada a principal

base de artigos acadêmicos,

existem outras bases que poderiam ser pesquisadas.

ESTUDO 2: Uma limitação

deste estudo foi que os resultados podem sofrer com o viés do

respondente. Além disso, como

este trabalho enfoca a adoção organizacional de inovações

verdes nas empresas

processadoras de mandioca, suínos (um caso) e aves (um

caso), os resultados da pesquisa

podem ser limitados em sua generalização. Diferentes países

e setores industriais podem levar

a conclusões diferentes do presente estudo. Entende-se

assim que, da mesma forma que

em outros trabalhos, os frutos desta pesquisa não são um

modelo acabado, pois o

dinamismo com que as teorias evoluem acabam por excluir tal

possibilidade.

ESTUDO 1: Incluir outras bases

no levantamento, por conter uma quantidade significativa de

periódicos ligados ao assunto e

que não fazem parte das bases estudadas. usar palavras-chave

complementares nos artigos

selecionados (green*, ecolog*, sustain* e ecoinnov*) para os

vários sinômicos de inovação

verde. ESTUDO 2: O estudo remete para a realização de

outras pesquisas futuras para

melhor compreensão do fenômeno: Quais são as barreiras

que impedem uma adoção da

inovação verde? Qual é e como acontece o impacto regulatório

sobre as empresas adotantes e

não adotantes de uma inovação verde? Existem diferenças? Qual

é e como acontece a adoção da

inovação verde em outras culturas do agronegócio

(citrocultura, bovinocultura,

ovinocultura, etc.)? Em que condições “does it pay to be

green”, na visão de Ambec e

Lenoie (2008), as empresas se tornam verdes?

CONCLUSÃO INTEGRADORA

As empresas desenvolvem interesses como resultado de pressões competitivas e institucionais e que o desenvolvimento prévio de uma estratégia ambiental proativa amplifica o efeito destas pressões. Neste caso, os fatores que afetam o sucesso da empresa estão, mais uma vez,

relacionados com a adoção de uma inovação. Neste estudo, foram identificadas as pressões institucionais sofridas pelas empresas, que

mostram comportamentos distintos em relação às pressões coercitivas e miméticas, indicando a adaptação de estratégias e a adoção da

inovação. Os resultados apresentados nesta tese também contribuem para expandir a literatura de RBT e NRBV em relação aos recursos e

capacidades necessários às empresas na adoção da inovação verde, bem como contribuem para a literatura de IBV de que o ambiente institucional, neste caso as pressões isomórficas, influenciam as decisões dos gestores em relação à adoção da inovação verde e alocação de

recursos. Para o desenvolvimento de estratégias de tecnologia limpa, há que se focar na inovação - o que contribui para um entendimento

maior do tema inovação e sua relação com o desempenho organizacional - , seja em descobrir os recursos e as capacidades necessárias para a adoção da inovação verde (tecnologia limpa), seja em evidenciar quais recursos e capacidades se combinam a ponto de afetar o desempenho

organizacional.

INEDITISMO DA TESE

Este trabalho contribuiu para acrescentar conhecimento científico e práticas de gestão na lacuna teórica apresentada por Hart e Dowell

(2011). Clarificou ainda, com contribuições científicas, as teorias RBT (recursos e capacidades), IBV (ambiente institucional) e a Teoria dos

Stakeholders (influências das partes interessadas) no que se refere a inovação verde, tecnologia limpa, prevenção da poluição e agronegócio.

Apresentou um modelo situacional dos fatores determinantes para o desempenho organizacional no agronegócio (mandioca, suínos – um caso – e aves – um caso).

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

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Por último, de tudo o que foi apresentado e discutido, torna-se importante destacar que

para que uma inovação verde tenha sustentabilidade tem que se olhar, obrigatoriamente, para

os aspectos ambientais, econômicos e sociais. Desde o manejo até a interação desses sistemas.

A inovação verde é essencial, mas ela tem que ser testada e ser observada para que se

possa resolver, o quanto antes, os problemas que possam surgir com esta inovação.

Às vezes, um imposto sobre a geração de energia elétrica faz com que as pessoas se

sintam desmotivadas. Há que se criar uma política de estado para que este tipo de energia seja

incentivado porque são investimentos que envolvem custos, além da questão da necessidade

da sustentabilidade. Neste ponto, a inovação verde, para a questão ambiental, é essencial.

O biodigestor para produção de energia elétrica envolve todo um processo burocrático

e difícil de ser realizado. Adotar uma inovação verde só pela questão ambiental, só se a

empresa estiver em uma situação muito crítica, a ponto de fechar ou o manejo envolva carga

orgânica com alta contaminação de patógenos.

Adotar uma inovação verde, por si só, não resolve. É necessário acompanhar se esta

inovação trará sustentabilidade ou se esta inovação será tão difícil de operar que as empresas

nem darão a devida atenção para ela.

A inovação verde tem que trazer melhorias para o meio ambiente, mas, para quem vai

adotar aquela inovação, que possa reduzir custos porque quando chegar no custo, a questão

ambiental não pode ficar para trás.

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187

APÊNDICE I - ARTIGOS QUE COMPÕEM OS FATORES DAS ANÁLISES – FATORIAIS

PARA A COCITAÇÃO E O PAREAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Resumo dos Tabalhos – Análise Fatorial da Cocitação

Referência Resumo Dewar &

Dutton (1986) Neste artigo, os autores propõem e testam empiricamente a necessidade de modelos diferentes

para prever a adoção de inovações técnicas de processo que contenham um alto grau de novos

conhecimentos (inovações radicais) e um baixo grau de novos conhecimentos (inovações

incrementais). Os resultados de uma amostra de 40 fabricantes de calçados sugerem que a

profundidade de conhecimento extensiva (medida pelo número de especialistas técnicos) é

importante para a adoção de ambos os tipos de inovação. As empresas maiores provavelmente

terão mais especialistas técnicos e adotarão inovações radicais. O estudo não encontrou

associações entre a adoção do tipo de inovação e a tomada de decisões descentralizada,

atitudes gerenciais em relação à mudança e exposição a informações externas. Por implicação,

os gerentes que tentam encorajar a adoção de inovação técnica de processo não precisam se

preocupar tanto em modificar a centralização da tomada de decisões, atitudes gerenciais e

exposição a informações externas quanto os gerentes tentando encorajar outros tipos de

adoção de inovação, por exemplo, inovações em serviços sociais. fatores foram encontrados

para ser importante. Em vez disso, o investimento em capital humano na forma de

especialistas técnicos parece ser um grande facilitador da adoção de inovação técnica de

processo.

Meyer & Goes

(1988) Neste estudo, analisa-se a assimilação de inovações nas organizações, um processo que se

desdobra em uma série de decisões para avaliar, adotar e implementar novas tecnologias. A

assimilação foi conceituada como um processo de nove etapas e medida pelo rastreamento de

300 adoções potenciais por meiode organizações durante um período de seis anos. Um

modelo foi sugerindo, implicando que a assimilação organizacional de inovações tecnológicas

é determinada por três classes de antecedentes: atributos contextuais, atributos de inovação e

atributos decorrentes da interação de contextos e inovações.

Downs &

Mohr (1976) Nete artigo, os autores discutem uma série de questões conceituais complexas e atualmente

não resolvidas que surgem na pesquisa sobre inovação em organizações complexas. Em um

esforço para vincular as questões, eles são abordados por meio de uma exploração dos fatores

responsáveis pela instabilidade nos resultados empíricos. Quatro fontes separadas de

instabilidade são definidas e suas implicações teóricas e metodológicas são tratadas com

alguma extensão. A análise da adoção relativa das inovações e a inovatividade das

organizações são encontradas por simetria teórica de imagem especular. As quatro fontes de

instabilidade parecem ter as mesmas implicações para o desenvolvimento de uma teoria da

adoção. Sete prescrições para pesquisa em inovação são sugeridas. Embora este estudo sugira

como alguém pode chegar a uma teoria geral da inovação, na verdade não constrói nenhuma

teoria específica.

Daft (1978) Neste artigo, o autor examina o papel dos administradores e funcionários técnicos no processo

que leva à adoção da inovação. Uma divisão acentuada do trabalho é encontrada. As

evidências indicam que dois processos de inovação distintos - bottom-up e top-down - podem

existir nas organizações. Os resultados são usados para propor um modelo dual-core de

inovação organizacional.

Nord &

Tucker (1987) Neste livro, relata=se a pesquisa sobre a implementação de contas pelas organizações: seis

bancos comerciais e seis associações de poupança e empréstimo. Algumas das

implementações da adoção foram bem-sucedidas e outras não. Nord e Tucker examinam as

razões e as condições contextuais para o sucesso e o fracasso e relacionam suas descobertas

com a área de gestão da inovação. Os autores descobrem que os requisitos para o sucesso

foram: (a) flexibilidade, (b) concentração de poder, (c) acesso à competência técnica e (d)

atenção aos pontos de vista daqueles que são diretamente responsáveis pela implementação.

Os autores concluem que a implementação envolve uma série de subtarefas, começando na

fase de projeto e se estendendo até a implementação real.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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188

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Zaltman et al.

(1973) No livro, os autores exploram as características da inovação ao longo de toda uma série de

dimensões. Uma tabela, que mostra a relação entre atributos e as etapas da decisão da

inovação, é construída pelos autores. A tabela apresentada sugere uma reflexão sobre a

questão: quão importantes são esses atributos de inovação e para quais tipos de problemas.

Todas as etapas do processo de decisão são analisadas, em detalhes, pelos autores do ponto

de vista gerencial, tornando a obra um guia para os gestores interessados em adotar uma

inovação. A resistência à inovação e como ela se relaciona com as etapas da adoção são

discutidas pelos autores, mas as táticas para superar tal problemas não são aprofundadas. O

livro revisa toda a literatura sobre a adoção da inovação comparando com a teoria de outros

autores.

Kimberly &

Evanisko

(1981)

Este artigo aborda os efeitos combinados das variáveis individuais, organizacionais e

contextuais na adoção organizacional de dois tipos de inovação - um tipo diretamente

relacionado à tecnologia central da organização e outros relacionados a preocupações

administrativas - com o objetivo de avançar em direção a um tratamento mais abrangente da

inovação organizacional do que antes foi encontrado na literatura. Os autores desenvolvem

uma série de hipóteses bivariadas para variáveis que haviam sido encontradas em pesquisas

anteriores relacionadas significativamente à adoção de inovações e depois examinam essas

relações postuladas em uma estrutura multivariada com dois tipos diferentes de inovação

como variáveis dependentes. Essa estratégia foi planejada para incluir fatores individuais,

organizacionais e contextuais e desenvolver uma análise mais abrangente sobre a adoção de

inovações.

Cohen &

Levinthal

(1990) Neste artigo, os autores argumentam que a capacidade de uma empresa reconhecer o valor de

novas informações externas, assimilá-las e aplicá-las a fins comerciais é essencial para suas

capacidades absortivas inovadoras. Afirmam ainda que o desenvolvimento da capacidade de

absorção e, por sua vez, o desempenho inovador, são dependentes da história ou do caminho

e argumentam como a falta de investimento em uma área de especialização antecipada pode

impedir o desenvolvimento futuro de uma capacidade técnica naquela área. A discussão

enfoca as implicações da capacidade absortiva para a análise de outras atividades inovadoras

relacionadas, incluindo pesquisa básica, adoção e difusão de inovações e decisões de

participação em empreendimentos cooperativos de P & D.

Abrahamson

(1991) Na tentativa de entender quando e como inovações tecnicamente ineficientes se difundem ou

quando e como inovações tecnicamente eficientes são rejeitadas, neste artigo são

apresentados dois objetivos: (1) desenvolver uma tipologia que concentre a atenção em três

perspectivas menos dominantes que podem ser usadas para orientar a pesquisa sobre essas

questões e (2) sugerir como os cientistas organizacionais podem desenvolver teorias mais

abrangentes de difusão e rejeição da inovação. Essas resoluções são importantes porque

indicam que processos que estimulam a adoção de inovações eficientes podem coexistir com

processos que estimulam a adoção de ineficientes. Além disso, essas resoluções informam

pesquisas sobre a difusão e a rejeição de muitos tipos diferentes de inovações em diferentes

contextos.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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189

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Schumpeter

(1934) Schumpeter proclama, nesta clássica análise da sociedade capitalista publicada pela primeira

vez em 1911, que a economia é um mecanismo natural de auto-regulação quando não é

perturbada por "intrusos sociais e outros". Em seu prefácio, ele argumenta que, apesar das

fraquezas, as teorias são baseadas na lógica e fornecem estrutura para a compreensão do fato.

Daqueles que argumentam contra ele, Schumpeter faz uma pergunta fundamental: "É

realmente artificial manter separados os fenômenos incidentais para conduzir uma empresa e

os fenômenos incidentais para criar uma nova?" Em suas respostas, Schumpeter oferece

orientação aos políticos do Mundo.

Damanpour

(1991) Neste artigo, o autor realiza uma metanálise das relações entre inovação organizacional e 13

de seus fatores determinantes potenciais resultando em associações estatisticamente

significativas para especialização, diferenciação funcional, profissionalismo, centralização,

atitude gerencial em relação à mudança, recursos de conhecimento técnico, intensidade

administrativa, recursos de folga e recursos de comunicação externos e internos. Os

resultados sugerem que as relações entre os determinantes e a inovação são estáveis,

colocando em dúvida as afirmações prévias de sua instabilidade. A análise dos moderadores

indicou que o tipo de organização que adota inovações e seu escopo são moderadores mais

efetivos das relações focais do que o tipo de inovação e o estágio de adoção. Várias teorias de

inovação são examinadas em termos dos dados agregados.

Tornatzky &

Klein (1982) Os autores realizam uma revisão e meta-análise de setenta e cinco artigos referentes às

características da inovação e sua relação com a adoção e implementação da inovação. Uma

parte da análise consiste em construir um perfil metodológico dos estudos existentes e

construí-lo com uma abordagem ótima hipotética. Uma segunda parte do estudo emprega

técnicas estatísticas meta-analíticas para avaliar a generalidade e consistência dos resultados

empíricos existentes. Três características de inovação (compatibilidade, vantagem relativa e

complexidade) têm as relações mais consistentes e significativas para a adoção da inovação.

Sugestões para pesquisas futuras na área são feitas.

Dimaggio &

Powell (1983) O que torna as organizações tão similares? Os autores afirmam que o mecanismo da

racionalização e da burocratização se deslocou do mercado competitivo para o Estado e para

as categorias profissionais. Uma vez que um grupo de organizações emerge como um campo,

surge um paradoxo: atores racionais tornam suas organizações cada vez mais similares, à

medida que tentam transformá-las. Os autores descrevem três processos de isomorfismo –

coercitivo, mimético e normativo – que conduzem a esse resultado. Hipóteses são definidas

sobre o impacto da centralização e da dependência de recursos, da ambigüidade de metas e da

incerteza técnica, e da profissionalização e estruturação em mudanças isomórficas. Por fim,

os autores sugerem implicações para a teoria das organizações e para a mudança social.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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190

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Garcia &

Calantone

(2002) Uma revisão da literatura das disciplinas de marketing, engenharia e desenvolvimento de

novos produtos tenta esclarecer e dar continuidade ao uso dos termos inovação e

inovatividade. Esta revisão mostra que é importante considerar tanto uma perspectiva de

marketing e tecnológica quanto uma perspectiva de nível micro e macro ao identificar

inovações. Sugere-se um método para classificar as inovações para que os profissionais e

acadêmicos possam conversar com um entendimento comum de como um tipo de inovação

específico é identificado e como o processo de inovação pode ser exclusivo para esse tipo de

inovação em particular. Uma lista recomendada de medidas baseadas na literatura existente é

fornecida para futuras pesquisas empíricas sobre inovações tecnológicas e inovatividade.

Barney (1991) Compreender as fontes de vantagem competitiva sustentada tornou-se uma importante área

de pesquisa em gestão estratégica. Com base nas suposições de que os recursos estratégicos

são distribuídos heterogeneamente entre as firmas e que essas diferenças são estáveis ao

longo do tempo, neste artigo examina-se a ligação entre os recursos da empresa e a vantagem

competitiva sustentada. Quatro indicadores empíricos do potencial dos recursos da firma

para gerar vantagem competitiva sustentada - valor, consciência, imitabilidade e

substituibilidade - são discutidos. O modelo é aplicado analisando o potencial de vários

recursos da firma para gerar vantagens competitivas sustentadas. O artigo conclui

examinando as implicações desse modelo de recursos firmes de vantagem competitiva

sustentada para outras disciplinas de negócios.

Rogers &

Schoemaker

(1971)

Como as inovações (definidas como ideias, produtos e práticas percebidas como novas por

um indivíduo) se difundem para os membros de um sistema social? Os autores respondem a

esta e outras questões sobre o caráter dos inovadores, a taxa de adoção de ideias e o processo

de tomada de decisão em 103 generalizações sobre a difusão da inovação. Essas proposições

são sintetizadas a partir de mais de 1.500 publicações que tratam da comunicação de

inovações. As novas ideias estudadas vão desde tratores na Turquia, técnicas de

planejamento familiar entre donas de casa hindus, até matemática moderna entre os

professores da Pensilvânia. O livro é uma atualização de uma edição de 1962, que coloca sua

ênfase em perspectivas interculturais e os conceitos e teorias em comunicação e psicologia

social. Uma extensa bibliografia de aproximadamente 1200 relatórios empíricos e cerca de

300 relatórios não-empíricos é anexada.

Swanson

(1994) Neste trabalho, os autores pretendem abrir novos caminhos para o estudo da inovação em SI.

Questões básicas são abordadas: O que é uma inovação em SI e como ela difere de outras

inovações organizacionais? As inovações de SI são diferentes entre si de maneiras

importantes? Por quais mecanismos eles se originam e se difundem entre as organizações

com quais consequências? Quem são os prováveis inovadores - os primeiros adotantes? Por

que as inovações de SI tendem a evoluir ao longo de sua difusão e que padrões são

característicos dessas mudanças? Os autores concluem desenhando as implicações mais

amplas da pesquisa.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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191

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Kwon & Zmud

(1987) Para entender claramente os fatores que afetam a difusão de inovação o modelo de seis

estágios criado pelos autores propõe um modelo de seis estágios de implementação de TI

que permite explorar de maneira abrangente o processo de implementação de TI até o

ponto em que o uso rotineiro da inovação deve ocorrer dentro de uma organização. O

modelo reflete sobre o processo de mudança e descreve a mudança organizacional

associada à introdução de nova tecnologia incorporando a filosofia da literatura sobre

inovação e difusão. Os autores identificaram cinco grandes categorias contextuais de

fatores que têm impacto na tecnologia: comunidade de usuários, organização, tecnologia,

tarefa e ambiente organizacional. Eles também afirmaram que esses fatores estariam

associados a cada estágio de implementação.

Frambach

&Schillewaert

(2002) O objetivo deste artigo é discutir as principais descobertas sobre adoção organizacional e

integrá-las em um framework. A estrutura proposta pelos autores aborda a decisão de

adoção em dois níveis, ou seja, o nível organizacional e o adotante individual dentro de

uma organização. Pesquisas sobre adoção de inovação e aceitação de tecnologia que

surgiram na literatura de marketing e gerenciamento foram integradas. Os autores

concluem identificando várias questões de pesquisa que precisam de mais atenção.

Attewell (1992) A difusão da inovação é reconceituada em termos de aprendizagem organizacional,

desenvolvimento de habilidades e barreiras de conhecimento. Essa abordagem é mostrada

pelos autores através de um estudo empírico da difusão da computação empresarial nos

Estados Unidos, relatando pesquisas e dados etnográficos sobre a disseminação da

computação empresarial, sobre os processos e habilidades de aprendizagem exigidos e

sobre as práticas institucionais em mudança que facilitam difusão.

Tornatzky et al.

(1990) Esta revisão da literatura relacionada com inovação tecnológica e processo de inovação

define conceitos e termos básicos e descreve os principais temas analíticos; desenvolve as

dimensões individuais e organizacionais em que as atividades inovativas ocorrem; a

sequência de eventos, desde a geração de tecnologia até a implementação e disseminação,

é descrita, e opções estratégicas disponíveis para as organizações na gestão da inovação

são discutidas. Uma avaliação do papel do governo em afetar a tecnologia organizacional é

fornecida; apresenta uma lista de conclusões que enfocam os estágios de inovação, as

unidades sociais envolvidas no processo de inovação, percepções de inovação por

produtores e usuários de tecnologia, índices de inovação, incerteza sobre novas

tecnologias, relação entre inovação e tamanho e estrutura organizacional, inovação em

público e organizações do setor privado, características de indivíduos inovadores, a relação

da função de pesquisa e desenvolvimento (P & D) à inovação, implementação de inovação,

transferência de tecnologia, interações de pesquisa universidade / indústria, a inovatividade

de pequenas empresas de alta tecnologia e os efeitos de regulação e outras políticas

governamentais sobre inovação.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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192

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Bass (1969)

A preocupação deste artigo é o desenvolvimento de uma teoria de tempo de compra inicial de

novos produtos de consumo. Um modelo de crescimento para o momento da compra inicial de

novos produtos é desenvolvido e testado empiricamente contra dados de onze bens duráveis.

A suposição básica do modelo é que o momento da compra inicial do consumidor está

relacionado ao número de compradores anteriores. Uma lógica comportamental para o modelo

é oferecida em termos de comportamento inovador e imitativo. O modelo gera boas previsões

do pico de vendas e do momento do pico quando aplicado a dados históricos. Uma previsão

de longo alcance é desenvolvida para as vendas de televisores a cores.

Cooper &

Zmud (1990) Com base nas literaturas de difusão de inovação e tecnológicas, questões de pesquisa relativas

à implementação de um sistema de informações de controle de estoque e produção são

identificadas e examinadas empiricamente. Essas questões enfocam a interação de tarefas

gerenciais com a tecnologia da informação e o efeito resultante na adoção e difusão dessa

tecnologia. Usando uma amostra aleatória de empresas de manufatura nos Estados Unidos, os

autores descobrem que essa interação de fato afeta a adoção, embora não pareça afetar a

difusão. Esses resultados apoiam a noção de que, embora os modelos de decisão racional

possam ser úteis para explicar a adoção da tecnologia da informação, os modelos políticos e

de aprendizagem podem ser mais úteis quando se examina a difusão.

Mathieson

(1991) Este estudo compara dois modelos que preveem a intenção de um indivíduo de usar um SI: o

modelo de aceitação de tecnologia (TAM) e a teoria do comportamento planejado (TPB). A

comparação foi projetada para ser a mais justa possível, não favorecendo um modelo em

detrimento do outro. Tanto a TAM quanto a TPB previram a intenção de usar um IS muito

bem, com a TAM tendo uma vantagem empírica leve. O TAM é mais fácil de aplicar, mas

apenas fornece informações muito gerais sobre as opiniões dos usuários sobre um sistema. O

TPB fornece informações mais específicas que podem orientar melhor o desenvolvimento.

Taylor &

Todd (1995) O Modelo de Aceitação de Tecnologia e duas variações da Teoria do Comportamento

Planejado são comparados para avaliar qual modelo melhor ajuda a entender o uso da

tecnologia da informação. Os modelos foram comparados usando dados de estudantes

coletados de 786 usuários em potencial de um centro de recursos de computadores. Os dados

de comportamento foram baseados no monitoramento de 3.780 visitas ao centro de recursos

durante um período de 12 semanas. A estimativa ponderada de mínimos quadrados revelou

que todos os três modelos tiveram um bom desempenho em termos de ajuste e foram

aproximadamente equivalentes em termos de sua capacidade de explicar o comportamento. A

decomposição das estruturas de crença na Teoria do Comportamento Planejado forneceu um

aumento moderado na explicação da intenção comportamental. No geral, os resultados

indicam que a Teoria do Comportamento Planejado decomposta fornece uma compreensão

mais completa da intenção comportamental, concentrando-se nos fatores que provavelmente

influenciam o uso dos sistemas por meio da aplicação de estratégias de design e

implementação.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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193

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Venkatesh &

Davis (2000) A presente pesquisa desenvolve e testa uma extensão teórica do Modelo de Aceitação de

Tecnologia (TAM) que explica a utilidade percebida e as intenções de uso em termos de

influência social e processos instrumentais cognitivos. O modelo estendido, denominado

TAM2, foi testado usando dados longitudinais coletados em quatro sistemas diferentes em

quatro organizações (N = 156), dois envolvendo uso voluntário e dois envolvendo uso

obrigatório. Os construtos do modelo foram medidos em três pontos no tempo em cada

organização: pré-implementação, um mês após a implementação e três meses após a

implementação. O modelo estendido foi fortemente apoiado para todas as quatro

organizações em todos os três pontos de medição, representando 40% - 60% da variância nas

percepções de utilidade e 34% - 52% da variância nas intenções de uso. Ambos os processos

de influência social (norma subjetiva, voluntariedade e imagem) e os processos instrumentais

cognitivos (relevância no trabalho, qualidade de resultados, demonstrabilidade do resultado e

facilidade de uso percebida) influenciaram significativamente a aceitação do usuário. Estes

resultados avançam a teoria e contribuem para a fundação de futuras pesquisas destinadas a

melhorar nossa compreensão do comportamento de adoção do usuário.

Karahanna et

al. (1999) O presente estudo combina teorias de difusão e atitude de inovação em um quadro teórico

para examinar as diferenças nas crenças e atitudes pré-adoção e pós-adoção. O exame da

tecnologia Windows em uma única organização indica que os usuários e os possíveis

adotantes da tecnologia da informação diferem em seus determinantes de intenção

comportamental, atitude e norma subjetiva. A intenção de adoção em potencial é determinada

apenas por pressões normativas, enquanto a intenção do usuário é determinada apenas pela

atitude. Além disso, os potenciais adotantes baseiam sua atitude em um conjunto mais rico de

características de inovação do que os usuários. Enquanto a atitude de pré-adoção é baseada

em percepções de utilidade, facilidade de uso, demonstrabilidade de resultados, visibilidade e

testabilidade, a atitude pós-adoção é baseada somente em crenças de utilidade e percepções

de aprimoramentos de imagem.

Venkatesh et

al. (2003) A pesquisa sobre aceitação da tecnologia da informação (TI) rendeu muitos modelos

concorrentes, cada um com diferentes conjuntos de determinantes de aceitação. Neste artigo,

os autores (1) revisam a literatura de aceitação do usuário e discutem oito modelos

proeminentes, (2) foram comparados, empiricamente, os oito modelos e suas extensões, (3)

foi formulado um modelo unificado que integra elementos entre os oito modelos e (4)

empiricamente, os autores validaram o modelo unificado. Usando dados de quatro

organizações durante um período de seis meses com três pontos de medição, os oito modelos

explicaram entre 17% e 53% da variação nas intenções do usuário de usar a tecnologia da

informação. Em seguida, foi formulado um modelo unificado, denominado Teoria Unificada

de Aceitação e Uso de Tecnologia (UTAUT), com quatro determinantes centrais de intenção

e uso, e até quatro moderadores de relações-chave. O UTAUT fornece uma ferramenta útil

para os gerentes que precisam avaliar a probabilidade de sucesso para novas introduções

tecnológicas e os ajuda a entender os direcionadores de aceitação para projetar proativamente

intervenções (incluindo treinamento, marketing, etc.) direcionadas a populações de usuários

que possam ser menos inclinadas a adotar e usar novos sistemas.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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194

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Davis et al.

(1989) Esta pesquisa aborda a capacidade de prever a aceitação de computadores pessoais a partir de

uma medida de suas intenções e a capacidade de explicar suas intenções em termos de suas

atitudes, normas subjetivas, utilidade percebida, facilidade de uso percebida e variáveis

relacionadas. Em um estudo longitudinal de 107 usuários, as intenções de usar um sistema

específico, medido após uma introdução de uma hora ao sistema, foram correlacionadas a

0,35 com o uso do sistema 14 semanas depois. A correlação de uso da intenção foi 0,63 no

final deste período de tempo. A utilidade percebida influenciou fortemente as intenções das

pessoas, explicando mais da metade da variação nas intenções no final de 14 semanas. A

facilidade de uso percebida também teve um efeito pequeno, mas significativo, nas intenções,

embora esse efeito tenha diminuído com o tempo. As atitudes mediam apenas parcialmente os

efeitos dessas crenças nas intenções. As normas subjetivas não tiveram efeito sobre as

intenções. Esses resultados sugerem a possibilidade de modelos simples, mas poderosos, dos

determinantes da aceitação do usuário, com valor prático para avaliar sistemas e orientar

intervenções gerenciais voltadas à redução do problema de tecnologia computacional

subutilizada.

Ajzen (1991)

O artigo versa sobre pesquisas de vários aspectos da teoria do comportamento planejado

(Ajzen, 1985, 1987) são revisadas, e algumas questões não resolvidas são discutidas. Em

termos gerais, a teoria é considerada bem apoiada por evidências empíricas. As intenções de

realizar comportamentos de diferentes tipos podem ser previstas com alta precisão de atitudes

em relação ao comportamento, normas subjetivas e controle comportamental percebido; e

essas intenções, juntamente com as percepções do controle comportamental, são responsáveis

por considerável variação no comportamento real. A otimização da expectativa e das medidas

de valor é oferecida como um meio de lidar com as limitações de medição. Finalmente, a

inclusão do comportamento passado na equação de previsão é mostrada para fornecer um

meio de testar a suficiência da teoria, outra questão que permanece por resolver. A evidência

disponível limitada a respeito dessa questão mostra que a teoria está prevendo o

comportamento muito bem em comparação com o teto imposto pela confiabilidade

comportamental.

Ajzen &

Fishbein

(1980) Muitas pesquisas foram conduzidas na teoria da ação racional de Ajzen e Fishbein (1980;

Fishbein & Ajzen, 1975). De acordo com a teoria proposta pelos autores neste trabalho, o

comportamento é determinado pela intenção comportamental de emitir o comportamento.

Existem dois fatores principais que determinam as intenções comportamentais: um fator

pessoal ou "atitudinal" e um fator social ou "normativo". De acordo com uma formulação de

valor esperado, o primeiro componente (a atitude da pessoa em relação a um comportamento

específico) é proposto como uma função das crenças salientes (comportamentais) sobre as

consequências percebidas da realização do comportamento e da avaliação da pessoa

(resultado). O segundo componente, normas subjetivas, consiste nas percepções de um ator

sobre o que importantes indivíduos ou grupos específicos de pensamento acham que ele

deveria fazer. As normas subjetivas são uma função das crenças (normativas) da pessoa em

relação ao que cada um deles pensa que deve fazer e a motivação para obedecer. A

importância relativa dos componentes atitudinais e normativos na determinação da intenção

deve variar de acordo com o comportamento, a situação e as diferenças individuais do ator.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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195

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Fishbein &

Ajzen (1975) Neste livro, Fishbein e Ajzen procuram realizar dois objetivos: (1) fornecer uma revisão

abrangente de uma ampla gama de literatura teórica e empírica dedicada aos fenômenos

atitudinais, e (2) demonstrar que esta literatura pode ser incorporada dentro de um estrutura

explicativa unificada e sistemática. Uma avaliação de seus esforços requer uma avaliação do

grau em que cada um desses objetivos foi alcançado. Fishbein e Ajzen prosseguem

construindo um conjunto de modelos inter-relacionados que abordam os processos de

formação e mudança de crenças, atitudes e intenções. A estrutura resultante tem

conseqüências intelectuais significativas. O sistema fornece pelo menos explicações post hoc

para certas incoerências incômodas em pesquisas anteriores. A estrutura facilita a declaração

explícita de estratégias de pesquisa que são apropriadas para o exame dos elementos

específicos dos quais ela é composta. O trabalho conduz a uma maior integração da literatura

existente. O sistema teórico está bem fundamentado em pesquisas anteriores e uma grande

proporção das proposições que compõem a estrutura são testáveis.

Agarwal &

Prasad (1997)

Neste artigo,os autores enfocam as percepções individuais sobre as características da

tecnologia alvo como variáveis explicativas e preditivas para o comportamento de aceitação e

apresentam um estudo empírico examinando os efeitos dessas percepções em dois resultados

frequentemente utilizados no contexto da inovação representada pela WWW. Os dois

resultados examinados são o uso inicial de uma inovação e a intenção de continuar tal uso no

futuro, isto é, rotinizar o uso da tecnologia. Duas questões de pesquisa motivaram e

orientaram o estudo. Primeiro, as percepções que preveem o uso inicial são as mesmas que

predizem intenções de uso futuro? Os resultados confirmam, conforme a hipótese de

pesquisas anteriores, que as características da inovação explicam o comportamento de

aceitação. Os resultados revelam ainda que as características específicas que são relevantes

para cada resultado de aceitação são diferentes. A segunda pergunta de pesquisa pergunta se a

voluntariedade percebida desempenha um papel na aceitação da tecnologia. Os resultados

mostram que a pressão externa tem um impacto no comportamento de aceitação dos

adotantes. Implicações teóricas e práticas que se seguem são apresentadas.

Davis (1989)

A presente pesquisa desenvolve e valida novas escalas para duas variáveis específicas,

utilidade percebida e facilidade de uso percebida, as quais são hipotetizadas como

determinantes fundamentais da aceitação do usuário. As medidas foram refinadas e

simplificadas, resultando em duas escalas de seis itens com confiabilidade de 0,98 para

utilidade e 0,94 para facilidade de uso. As escalas apresentaram alta validade convergente,

discriminante e fatorial. Em ambos os casos, a utilidade teve uma correlação

significativamente maior com o comportamento de uso do que a facilidade de uso. Análises

de regressão sugerem que a facilidade de uso percebida pode, na verdade, ser um antecedente

causal da utilidade percebida, em oposição a um determinante paralelo e direto do uso do

sistema. Implicações são desenhadas para pesquisas futuras sobre a aceitação do usuário.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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196

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Moore &

Benbasat

(1991) Este artigo relata o desenvolvimento de um instrumento projetado para medir as várias

percepções que um indivíduo pode ter ao adotar uma inovação em tecnologia da informação

(TI). Este instrumento pretende ser uma ferramenta para o estudo da adoção inicial e

eventual difusão de inovações de TI dentro das organizações. Para este estudo, os itens

recém-criados e os existentes foram colocados em um pool comum e submetidos a quatro

rodadas de classificação pelos juízes para estabelecer quais itens deveriam estar nas várias

escalas. O objetivo foi verificar a validade convergente e discriminante das escalas,

examinando como os itens foram classificados em várias categorias de construto. A análise

do acordo entre os juízes sobre o posicionamento dos itens identificou tanto itens ruins

quanto pontos fracos em algumas definições originais dos construtos. Estes foram

posteriormente redefinidos. Escalas para as construções resultantes foram submetidas a três

testes de campo separados. Após o teste final, todas as escalas demonstraram níveis

aceitáveis de confiabilidade. Sua validade foi ainda verificada usando análise fatorial, bem

como a realização de análise discriminante comparando respostas entre adotantes e não-

adotantes da inovação. O resultado é um instrumento de 38 itens, parcimonioso,

compreendendo oito escalas que fornecem uma ferramenta útil para o estudo da adoção

inicial e difusão de inovações.

Midgley &

Dowling (1978) A natureza da inovatividade e sua relação com a adoção são exploradas neste artigo.

Argumenta-se que a inovatividade deve ser conceituada em um nível mais alto de abstração,

e que o reconhecimento explícito deve ser dado aos processos complexos de comunicação

que intervêm entre este construto e o comportamento observável. O objetivo deste artigo é

questionar a validade de ambos os construtos. Os autores argumentam que algumas

metodologias contemporâneas não fornecem medições confiáveis de um traço de

personalidade, "inovatividade" e, na verdade, grande parte da prática atual em relação à

definição e mensuração da capacidade de inovação é tautológica. O foco principal dos

autores está em metodologias que igualam o tempo de adoção à inovação e, ao fazê-lo,

ignoram os processos sociais dinâmicos que caracterizam a difusão de inovações. Os autores

esperam estimular uma discussão mais aprofundada sobre este tópico vital, no sentido em

que assumem o argumento de Rogers (1976) de uma abordagem mais orientada para o

processo de pesquisa neste campo.

Gatignon &

Robertson

(1985)

A literatura sobre a teoria da difusão oferece uma estrutura conceitual razoavelmente bem

desenvolvida para o estudo das comunicações. Conforme desenvolvido em várias

disciplinas, a difusão se aplica ao fluxo de informações, idéias e produtos; sua singularidade

é seu foco na transferência de comunicação interpessoal. Este artigo oferece novas

proposições teóricas para promover a pesquisa de difusão do consumidor e fornecer uma

base para a modelagem de difusão.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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197

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Thong (1999)

Baseado em teorias da literatura de inovação tecnológica, este estudo desenvolve um modelo

integrado de adoção de sistemas de informação (SI) em pequenas empresas. O modelo

especifica variáveis contextuais, como características do tomador de decisão, características

do SI, características organizacionais e características ambientais, como principais

determinantes da adoção de EIs em pequenas empresas. Um inquérito por questionário foi

realizado em 166 pequenas empresas. A análise de dados mostra que as pequenas empresas

com certas características de CEO (capacidade de inovação e nível de conhecimento de SI),

características de inovação (vantagem relativa, compatibilidade e complexidade de SI) e

características organizacionais (tamanho do negócio e nível de conhecimento dos

funcionários) são mais prováveis adotar o IS. Embora as características do CEO e da inovação

sejam determinantes importantes da decisão a adotar, elas não afetam a extensão da adoção do

SI. A extensão da adoção do SI é determinada principalmente pelas características

organizacionais. Finalmente, a característica ambiental da competição não tem efeito direto

sobre a adoção de empresas de pequeno porte.

Hofstede

(1980) Este trabalho é baseado em um estudo monumental das subsidiárias de vendas de uma grande

corporação multinacional que opera em 39 países no mundo. O autor encontrou quatro

dimensões principais para classificar culturas em todo o mundo: (i) distância de poder, (ii)

evitar a incerteza, (iii) individualismo e (iv) masculinidade, na quais propõe algumas teorias

para explicar como as culturas se tornam como são, que combinam clima, desenvolvimento

econômico e processo histórico. O autor analisa os resultados de questionários obtidos nos 39

países diferentes, aplicados a funcionários e usa os resultados para extrair dimensões ao longo

dos quais compara essas diferentes culturas, avalia e discute os agrupamentos resultantes.

Premkumar et

al. (1994) Este estudo, baseado na pesquisa em teoria da inovação e sistemas de informação, examina a

relação entre várias características de inovação (complexidade, duas formas de

compatibilidade, custos, vantagem relativa e comunicabilidade) e vários atributos de difusão

(adaptação, difusão interna, difusão externa, e sucesso da implementação) do EDI nas

organizações. Os dados para o estudo foram coletados de uma pesquisa de campo em grande

escala com 20 empresas nos Estados Unidos que implementaram EDI. Os resultados das

análises de regressão multivariada revelaram que a vantagem relativa, os custos e a

compatibilidade técnica foram os principais preditores de adaptação. Embora a vantagem

relativa e a duração fossem preditores importantes de difusão interna, a compatibilidade

técnica e a duração mostraram-se importantes preditores da difusão externa. Ambas as formas

de compatibilidade (técnica e organizacional) e os custos foram considerados importantes

preditores do sucesso da implementação no EDI.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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198

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial da Cocitação – continuação

Referência Resumo Rogers

(1962)

O processo de adoção de novas inovações tem sido estudado por mais de 30 anos, e um dos

modelos de adoção mais populares é descrito por Rogers em seu livro, Difusão de Inovações

(Sherry & Gibson, 2002). Muita pesquisa de uma ampla variedade de disciplinas usou o modelo

como uma estrutura. Dooley (1999) e Stuart (2000) mencionaram várias dessas disciplinas como

ciência política, saúde pública, comunicações, história, economia, tecnologia e educação, e

definiram a teoria de Rogers como uma estrutura teórica amplamente utilizada na área de

difusão de tecnologia e adoção. A teoria da difusão de inovações de Rogers é a mais apropriada

para investigar a adoção de tecnologia (Medlin, 2001; Parisot, 1995). De fato, muitas pesquisas

de difusão envolvem inovações tecnológicas, de modo que Rogers (1962) usava a palavra

“tecnologia” e “inovação” como sinônimos. Para Rogers, “uma tecnologia é um projeto de ação

instrumental que reduz a incerteza nas relações de causa e efeito envolvidas na obtenção de um

resultado desejado” (p. 13). Para Rogers (1962), a adoção é uma decisão de “uso pleno de uma

inovação como o melhor curso de ação disponível” e a rejeição é uma decisão “não adotar uma

inovação” (p. 177). Rogers (1962) define difusão como “o processo no qual uma inovação é

comunicada através de certos canais ao longo do tempo entre os membros de um sistema social”

(p. 5). Conforme expresso nesta definição, a inovação, os canais de comunicação, o tempo e o

sistema social são os quatro componentes-chave da difusão de inovações.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

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199

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico

Referência Resumo

Zolait (2014)

Este artigo revisa a literatura existente e estudos sobre o impacto dos Sistemas de Informação

(SI) na adoção do Internet Banking (IB). Revisamos a teoria da adoção e seus atributos

utilizados em estudos de IB em diferentes contextos e abordagens. Este estudo explicativo foi

conduzido para desenvolver uma compreensão da pesquisa teórica do IB. Os resultados

indicam que há uma grande quantidade de literatura sobre a adoção do IB. A maioria das

pesquisas do IB investigou a adoção do IB usando a abordagem psicológica, na qual alguns

usaram a abordagem social ou uma abordagem combinada de ambos. Nossa pesquisa

recomenda novas abordagens para investigar a adoção do IB e desenvolver novas teorias.

Especificamente, e entre outros, a Prontidão Baseada em Informações do Usuário é uma nova

abordagem que este estudo recomenda para futuras pesquisas de adoção de inovação.

Ilie et al.

(2005) Entender os fatores que influenciam a adoção dos usuários e o uso de tecnologias de

informação emergentes é uma questão crítica para pesquisadores e profissionais. Esta pesquisa

tem como objetivo aprofundar nossa compreensão dos fenômenos subjacentes à adoção e uso

de tecnologia, examinando se existem diferenças de gênero na importância das características

de inovação percebidas nas intenções de uso de tecnologias de comunicação. Especificamente,

investigamos se o gênero modera a influência dos atributos da inovação (vantagem relativa

percebida, compatibilidade, facilidade de uso, visibilidade, demonstração de resultados e massa

crítica) sobre as intenções de usar uma tecnologia de comunicação: mensagens instantâneas. Os

resultados sugerem um forte efeito de moderação do gênero entre as percepções de vantagem

relativa, facilidade de uso, visibilidade, demonstrabilidade do resultado, massa crítica e

intenções de uso. Contribuições e direções futuras para pesquisa são apresentadas.

Hardgrave et

al. (2003) A presente pesquisa baseia-se em teorias de formação de intenção e difusão de inovação para

avançar o conhecimento sobre por que os desenvolvedores aceitam ou resistem a seguir

metodologias. Os resultados de um estudo de campo dentro de uma grande organização

indicam que as intenções dos desenvolvedores são diretamente influenciadas pelos atributos da

inovação (percepções de utilidade, pressão social, compatibilidade e mandato organizacional).

Os resultados sugerem, contrariamente à crença popular, que um mandato organizacional não é

suficiente para garantir o uso da metodologia de forma sustentada.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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200

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Fallan (2015)

Este artigo procura explorar se o contexto interno - a percepção dos tomadores de decisão

sobre os atributos do conteúdo da informação - pode prever a variação nas taxas de adoção

de diferentes tipos de conteúdo, e se a teoria da adoção da inovação pode representar

fatores importantes dessa tomada de decisão. O processo de gerenciamento corporativo

decide quais tipos de conteúdo de informações ambientais devem ser divulgados /

adotados. Cada categoria de conteúdo é vista como uma inovação que a empresa decide

adotar ou não. Entrevistas com a administração em várias empresas ilustram o processo de

decisão da divulgação e ajudam a prever as taxas de adoção. O nível absoluto de taxas de

adoção é afetado pelo tamanho da empresa e pelo risco ambiental. No entanto, as

categorias de conteúdo que têm taxas de adoção relativamente altas ou baixas são

consistentes entre as subamostras, independentemente dessas características corporativas.

Essa variação consistente nas taxas de adoção parece ser bem previsível pela teoria da

adoção da inovação e seu foco nos cinco atributos da própria informação: compatibilidade,

capacidade de julgamento, complexidade, observabilidade e vantagem relativa. O

arcabouço teórico permite contextos internos e gerais diferentes ou em mutação, e deve ser

aplicável a outras configurações, mesmo que as previsões específicas para taxas de adoção

neste artigo não possam ser aplicadas como tal. Atributos percebidos do conteúdo da

informação em si e da teoria da adoção da inovação são usados pela primeira vez para

explicar a razão da prática de relatórios, e são considerados ferramentas frutíferas para

prever variações consistentes nas taxas de adoção entre diferentes tipos de conteúdo. Essa

abordagem fornece uma nova visão sobre as forças motrizes da oferta de divulgação.

Bhatnagar &

Gopalaswamy

(2017) Este artigo tem como objetivo identificar as dimensões da competência de inovação em

serviços de uma empresa. Este documento também visa estabelecer a relação entre as

dimensões de competência de inovação de serviço de uma empresa e os atributos de

inovação de serviço orientados ao cliente e a adoção pelo cliente. Este estudo investiga o

lado da oferta de inovação de serviços para avaliar os principais impulsionadores ou

capacidades que influenciam o processo de inovação de serviço no nível da empresa. Este

estudo usa o método de triangulação usando o conceito teórico existente complementado

por 18 entrevistas em profundidade de gerentes de nível sênior de empresas de serviços de

três setores - hospitalidade, serviços de telecomunicações móveis e serviços financeiros.

Os resultados da entrevista foram complementados por 12 estudos de caso de inovação de

serviços (quatro de cada setor). A análise de conteúdo das entrevistas em profundidade foi

realizada por meio de três avaliadores, e a confiabilidade entre avaliadores foi testada. Os

estudos de caso foram categorizados em termos da força da dimensão da competência de

inovação observada. Com base na análise de conteúdo das entrevistas e na categorização

das observações do estudo de caso, foram identificadas seis dimensões distintas da

competência de inovação em serviços da empresa. Quatro atributos de cada dimensão

também foram identificados. Com base nos insights de entrevistas e observações de casos,

sete proposições são sugeridas, e uma estrutura conceitual é apresentada para estabelecer a

relação entre as dimensões de competência de inovação de serviço da empresa e as

configurações de inovação de serviço e a adoção pelo cliente. Este documento preenche

uma importante lacuna de conhecimento em relação às dimensões de um componente

crítico de oferta de inovação de serviço, ou seja, competência de inovação.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

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201

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Flight et al.

(2011)

O objetivo deste trabalho é desenvolver uma escala de medição que englobe uma ampla gama

de atributos do produto. Além disso, um modelo abrangente é desenvolvido e testado,

ilustrando a relação entre os atributos do produto e a adoção. Utilizando 628 respondentes,

uma escala de medição é desenvolvida e um modelo de equações estruturais é testado através

de uma série de pesquisas em múltiplos estágios. O escopo da pesquisa é produtos duráveis

para o consumidor. Este trabalho foi bem-sucedido no desenvolvimento de uma escala de 43

itens que mede 15 atributos únicos de inovação. Essa escala é então usada para testar um

modelo de segunda ordem, ilustrando as relações que as características de inovação têm entre

si e, em última análise, a adoção da inovação. A principal limitação desta pesquisa é a falta de

variedade nos produtos em análise. Para os quatro produtos duráveis de consumo estudados, a

pesquisa encontra resultados significativos. No entanto, essas descobertas teriam maior

impacto se refletissem uma gama mais ampla de produtos e classes de produtos. Até o

momento, houve poucas tentativas de modelar e testar de forma exaustiva o papel que as

características da inovação desempenham durante o processo de adoção. Esta pesquisa testa

empiricamente características de primeira e segunda ordem dentro do contexto de um modelo

de equações estruturais.

He et al.

(2006)

A adoção de inovações de TI está atraindo cada vez mais atenção. Os pesquisadores estão

particularmente interessados em fatores que afetam a adoção de inovações de SI e de TI. A

teoria da difusão da inovação é usada frequentemente para avaliar o efeito dos atributos de

inovação percebidos e a adoção de inovações. No entanto, o poder explicativo dos atributos de

inovação percebidos varia em diferentes inovações. Dada a importância do pagamento

eletrônico on-line para o desenvolvimento do e-commerce e sua importância como inovação

de pagamento, esta pesquisa examina a adoção do pagamento eletrônico on-line por empresas

usando o modelo relacional de Rogers de atributos de inovação percebida e taxa de adoção .

Os resultados indicam que apenas a compatibilidade percebida tem influência significativa na

adoção de e-payment on-line de empresas chinesas. Espera-se que esta pesquisa possa ajudar

outros pesquisadores com procedimentos estatísticos relacionados e etapas analíticas em seu

estudo de adoção de SI / TI usando a teoria de difusão de inovação.

Jiang (2009)

Este estudo fornece uma estrutura que capta os antecedentes da adoção da Internet móvel e a

disposição de pagar por esse serviço. A teoria da ação racional e os componentes de uma

teoria da adoção da inovação foram integrados em um modelo de pesquisa de adoção pelo

consumidor da internet móvel. O modelo hipotético incluiu percepções de atributos da

inovação: qualidade de serviço (internet fixa e serviço de tecnologia móvel), crenças sobre

internet móvel e variáveis de diferenças individuais para explicar a intenção de adotar a

internet móvel. Um questionário online foi usado para coletar dados. Os resultados mostraram

que as crenças e percepções de qualidade desempenham um papel significativo em influenciar

as intenções de adoção da internet móvel.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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202

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Pham & Ho

(2015) Tendo em consideração os fundamentos teóricos da difusão da inovação e os atributos

específicos dos pagamentos móveis NFC, este estudo propõe uma estrutura de pesquisa para

fornecer uma compreensão profunda dos fatores que facilitam ou impedem a adoção de

pagamentos móveis baseados em NFC entre os consumidores taiwaneses. Os resultados

revelaram que a intenção de adotar pagamentos móveis NFC é afetada pela maioria dos

atributos relacionados ao produto, pessoais e atratividade de alternativas. Este artigo é capaz

de avançar na literatura sobre adoção de inovação e facilitar os profissionais de marketing de

tecnologia em pagamentos móveis NFC. Ele fornece uma diretriz útil para ajudar os

pesquisadores a investigar questões relacionadas a pagamentos móveis NFC. Ele também traz

algumas implicações gerenciais ajudando as partes relevantes no ecossistema de pagamentos

móveis NFC, como operadoras de redes móveis, emissores de cartões, instituições de

processamento de pagamentos, tomadores de decisões bancárias e comerciantes ao elaborar

suas estratégias de negócios e campanhas de marketing para facilitar pagamentos móveis

NFC.

Kishore &

McLean

(2007) Este artigo reconceitualiza o atributo de compatibilidade da inovação que gerou resultados

mistos na literatura de sistemas de informação (IS) e desenvolve uma estrutura de alinhamento

organizacional (OA) para contextos secundários de adoção de TI, fundamentada no modelo de

mudança organizacional de Leavitt e suas extensões e aplicações na área de SI. Enraizado em

teorias de estruturação e "sensemaking", o artigo conceitua OA como uma representação de

estruturas institucionais de significação, dominação e legitimação, e propõe que o OA

percebido entre uma inovação de TI e seus componentes organizacionais complementares

impactará os comportamentos secundários de adoção dos membros da organização em relação

a essa inovação. Esta proposição é avaliada empiricamente através de um estudo de campo de

reutilização de software em um grande banco dos EUA. Os dados da pesquisa coletados dos

profissionais de SI são analisados usando mínimos quadrados parciais (PLS). Uma abordagem

de comparação de modelos é utilizada para comparar a influência dos constructos de

compatibilidade e OA no comportamento de adoção de nível individual de profissionais de SI.

Os resultados fornecem um bom suporte para o modelo de pesquisa. Como hipotetizado, o

construto OA é considerado um preditor significativo do comportamento de adoção.

Entretanto, a compatibilidade é encontrada para não ter uma relação significativa com o

comportamento de adoção, somando-se aos achados mistos sobre este constructo na literatura.

Resultados do estudo e suas limitações, generalização, contribuições e implicações são

discutidos.

Rao &

Troshani

(2007)

Os serviços móveis são anunciados para criar um enorme espectro de oportunidades de

negócios. A aceitação do usuário desses serviços é de suma importância. Consequentemente,

uma visão mais profunda da pesquisa baseada em nos atributos da inovação é necessária para

entender melhor os fatores determinantes subjacentes que levam os usuários à adoção de

serviços móveis. Como os serviços móveis trazem atributos funcionais adicionais, incluindo

aspectos hedônicos e experienciais, o uso de modelos existentes para prever a aceitação de

serviços móveis por indivíduos pode ser inadequado. O objetivo deste artigo é explorar,

analisar e avaliar criticamente o uso de teorias de aceitação existentes à luz dos atributose de

inovação dos serviços móveis em evolução e onipresentes e suas tecnologias subjacentes.

Constructos que afetam o comportamento de adoção do consumidor são discutidos e

proposições relevantes são feitas. Implicações gerenciais são exploradas e futuras direções de

pesquisa também são identificadas.

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

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203

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Premkumar et

al. (2008) Embora as mensagens instantâneas (IM) tenham sido muito populares entre os adolescentes e

estudantes universitários para comunicação social e recreativa, seu uso em ambientes

corporativos tem sido limitado. Nós examinamos os atributos que influenciam a intenção de

usar e uso real de mensagens instantâneas. Um modelo de pesquisa foi desenvolvido com base

na difusão da inovação e teorias sócio-psicológicas. O modelo examinou a influência de sete

atributos (variáveis) em três estruturas de crenças (atitudinal, normativa e controle). O modelo

foi validado empiricamente usando uma pesquisa de campo de 349 entrevistados. Os

resultados indicaram que cinco das sete variáveis explicaram cerca de 41% da variância na

intenção de usar IM. As cinco variáveis significativas foram: crenças utilitárias, crenças

hedônicas, normas subjetivas, massa crítica e facilidade de uso. O fator determinante da

afiliação não foi significativo e a crença social teve um impacto negativo na intenção. Como

esperado, a intenção de usar teve uma influência significativa no uso real.

Gupta &

Arora (2017) O objetivo deste artigo é examinar a influência relativa dos atributos da inovação entre "razões

para" e "razões contra" a adoção de serviços bancários móveis (m-banking) entre os

consumidores indianos. Utilizando o arcabouço da teoria do raciocínio comportamental (BRT),

hipotetizaram-se relações entre atributos, valores, construtos de raciocínio, atitudes e

intenções. As hipóteses foram testadas usando uma amostra representativa de dados obtidos de

consumidores bancários indianos (n = 379). Análise fatorial confirmatória e modelagem de

equações estruturais foram utilizadas para analisar os dados. Os resultados indicam que tanto

“razões para” quanto “razões contra” influenciam a adoção do m-banking. Entre as “razões

para” a adoção do m-banking, onipresente é o principal determinante, e entre as “razões

contra” a adoção do m-banking, a barreira tradicional é o principal determinante. Os resultados

também confirmam que o valor da “abertura à mudança” influencia significativamente as

razões para adoção e não tem impacto sobre as razões e a atitude em relação ao m-banking.

Este estudo examina os clientes em apenas um contexto (ou seja, a Índia). Pesquisas futuras

podem examinar amostras em outros países para que os resultados possam ser generalizados.

Além disso, o papel mediador dos fatores demográficos pode ser estudado em estudos futuros

para prever a adoção do m-banking. Os resultados deste estudo enfatizam a importância de

examinar os fatores pró-adoção e anti-adoção enquanto desenvolvem a estratégia de

marketing. Este estudo confirma que a adoção do m-banking pode ser aumentada se os

gerentes tentarem minimizar o efeito das barreiras da adoção do m-banking. Este é o primeiro

estudo a examinar a adoção do m-banking usando o BRT, que investiga as razões e os motivos

contra a adoção do m-banking em um único framework..

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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204

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Glavee-Geo

et al. (2017)

Este estudo fornece uma visão abrangente sobre os atributos da inovação decisivos que afetam

a intenção de um indivíduo em adotar serviços bancários móveis (m-banking) no Paquistão.

Uma abordagem de pesquisa foi usada com uma amostra de 189 respostas de todo o Paquistão.

A análise multigrupo foi realizada para detectar diferenças de gênero entre homens e mulheres

no processo de adoção do m-banking. O artigo encontrou apoio para o efeito positivo do

controle comportamental percebido (PBC) e atitudes (ATT) em relação às intenções de adoção

do m-banking. Diferenças significativas entre homens e mulheres foram encontrados para

afetar as normas sociais (SN) sobre a intenção de adoção, mesmo que a amostra combinada de

homens e mulheres foi insignificante. O efeito do SN na adoção mbanking é mais forte para as

mulheres do que para os homens. Curiosamente, nosso artigo fornece resultados contraditórios

sobre o papel do PBC na intenção de adoção. O efeito do PBC na intenção de adoção

mbanking foi significativamente mais forte para homens do que para mulheres. Os resultados

apresentam implicações do comportamento do consumidor e da comunicação de marketing

para o marketing bancário. Embora homens e mulheres não difiram em seu ATT em relação à

adoção de serviços bancários em geral, a nuance sucinta entre homens e mulheres em termos

da influência de SN e PBC com a intenção de adoção exige uma reorientação estratégica de

como homens e mulheres como consumidores Os serviços de m-banking devem ser

adequadamente segmentados, direcionados e comunicados. A formulação de estratégias de

marketing para atingir potenciais consumidores e reforçar a utilidade do m-banking para os

consumidores existentes não deve ser "one size fits all". A comercialização de serviços de m-

banking para segmentos de homens e mulheres deve ser abordada estrategicamente para

aumentar as taxas de adoção em economias emergentes / em desenvolvimento.

Makanyeza

(2017) O objetivo deste estudo foi investigar os atributos da inovação determinantes na intenção dos

consumidores de adotar serviços bancários móveis no Zimbábue. Uma pesquisa com 232

clientes do banco foi realizada em Chinhoyi, Zimbábue, utilizando um questionário estruturado

com perguntas do tipo Likert. Os clientes foram interceptados aleatoriamente quando saíram

de cinco grandes bancos. Modelagem de equações estruturais, teste T de amostras

independentes e ANOVA unidirecional foram usados para testar hipóteses de pesquisa. O

estudo constatou que a utilidade percebida, a autoeficácia percebida, a influência social, a

vantagem relativa e a compatibilidade percebida têm um efeito positivo, enquanto o risco

percebido tem um efeito negativo na intenção comportamental de adotar serviços bancários

móveis no Zimbábue. A facilidade de uso percebida, condições facilitadoras, complexidade

percebida, capacidade de julgamento percebida, conhecimento de consciência e fatores

demográficos (gênero, idade, educação e renda) não influenciaram significativamente a

intenção comportamental de adotar serviços bancários móveis. Descobriu-se que a facilidade

de uso percebida influencia positivamente a utilidade percebida, enquanto a autoeficácia

percebida foi encontrada como tendo um efeito positivo na facilidade de uso percebida. A

intenção comportamental foi encontrada para influenciar positivamente o uso de serviços

bancários móveis no Zimbábue. Os dados foram coletados de clientes de bancos em Chinhoyi,

uma das cidades emergentes no Zimbábue. Pesquisas futuras devem ser expandidas para

incluir outras grandes cidades no Zimbábue e em outros países. Estudos mais semelhantes

devem ser realizados para testar os fatores identificados na literatura em diferentes contextos e

mercados e em outras inovações.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Lafreniere et

al. (2012) Este estudo explora os atributos que influenciam a decisão de compra em adoção de inovação

no setor público. Os dados qualitativos, usando entrevistas semi-estruturadas em

profundidade, foram coletados de profissionais de TI em uma instituição pós-secundária que

regularmente tomam decisões de compra. As opções de compra que não atendiam aos

requisitos mínimos estabelecidos pelos atributos não compensatórios (orçamento,

redundância, estratégia organizacional, expectativa de vida, tempo, compatibilidade e

fornecedor respeitável) foram imediatamente eliminadas. As opções restantes foram avaliadas

por atributos de adição ponderados (complexidade, pressão social, suporte de TI, preço e

características de inovação percebidas) para obter um valor geral para cada opção. Esses

achados são consistentes com as estratégias clássicas de decisão na literatura de escolha do

consumidor. A contribuição significativa deste projeto de pesquisa é uma compreensão mais

abrangente dos diferentes fatores e seu nível de impacto nas decisões de compra na adoção da

inovação.

Sepasgozar et

al. (2016) O objetivo deste artigo é fornecer uma análise crítica das pesquisas atuais em torno da adoção

de tecnologias em construção com o objetivo de formular uma nova estrutura conceitual para

levar adiante nossa compreensão dessa importante questão. Revisando a literatura existente,

um total de novecentos artigos foram examinados em publicações internacionalmente

revisadas fora da construção, como sistemas de informação, em construção com foco em

tecnologias de comunicação de informação e em seleção de tecnologia de construção, como

seleção de bombas de concreto. Este estudo enfoca os atributos da inovação tecnológica, que é

o uso de qualquer nova ideia criativa, prática, artefato material, tecnologia ou uma mudança

não trivial e melhoria em um produto ou sistema que produza mudanças significativas e

beneficie as partes interessadas.

Tabak & Barr

(1998) Este estudo explora as categorias cognitivas e os fatores determinantes de categoria que os

gerentes de topo são suscetíveis de usar em decisões estratégicas sobre adoção de inovação

organizacional. Os dados foram coletados de 1096 executivos de hospitais em todo o país. Os

resultados indicaram que (1) os fatores determinantes de "controlável", "alta vantagem

relativa", "compatível", "descomplicada" e "baixo risco" têm alta validade para inovações de

imagem categorizadas como "funcionais" pelos gerentes de topo; e que (2) os membros da

categoria inovação determinam as intenções dos gestores de topo de adotar. Direções de

pesquisas futuras são discutidas.

Lohtia &

Murakoshi

(1999)

O Efficient Consumer Response (ECR) envolve a reengenharia, o redesenho e a

informatização da cadeia de suprimentos e visa trazer mais valor para o consumidor. Embora a

ECR esteja sendo adotada nos Estados Unidos e em vários mercados internacionais, ela

recebeu muito pouca atenção na literatura de marketing. No Japão, as empresas só

recentemente começaram a adotar o ECR. Usando a teoria da adoção da inovação, este estudo

é o primeiro a examinar empiricamente os fatores determinantes da inovação ECR que

influenciarão a adoção no Japão. Um exame empírico realizado em dados coletados de

fabricantes, atacadistas e varejistas japoneses sugere que as vantagens percebidas, a

capacidade de teste e a observabilidade do ECR têm um impacto significativo em sua adoção.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Hameed &

Counsell

(2014) Este artigo apresenta os resultados de uma meta-análise de fatores determinantes de inovação

que influenciam a adoção da tecnologia da informação (TI) nas organizações. Estudos

anteriores que examinam os determinantes da adoção da inovação em TI produziram

resultados inconsistentes e contraditórios, e a dedução de um conjunto definitivo de atributos

para a adoção da inovação tornou-se impraticável. O estudo agregou resultados de pesquisas

anteriores sobre adoção de TI usando meta-análise para identificar os principais fatores em

termos de inovação ou tecnologia que influenciam a adoção de TI na organização. Seis

características de inovação mais comumente examinadas por pesquisadores foram analisadas.

Os resultados desta meta-análise confirmam que a vantagem relativa, a compatibilidade, o

custo, a observabilidade e a testabilidade são fortes determinantes da adoção da inovação em

TI. No entanto, o estudo não encontrou associação entre complexidade e adoção de inovação

de TI. O efeito do estágio de inovação, tipo de inovação, tipo de organização e tamanho da

organização, como quatro condições moderadoras, também foi examinado.

Sharma & Rai

(2003) Este estudo examina a relação entre a adoção da inovação em SI e os fatores determinantes de

liderança nos departamentos de sistemas de informação (ISDs); A engenharia de software

auxiliada por computador (CASE) é a inovação específica considerada aqui, com poder

posicional e estabilidade no trabalho do líder da ISD, as principais características de liderança.

Uma amostra dos principais executivos de SI nas organizações dos EUA foi o objeto da

pesquisa. Análise discriminante foi utilizada para analisar os dados coletados. Ao contrário da

crença comum na literatura de difusão de inovação, descobrimos que tanto o poder posicional

quanto a estabilidade no emprego do líder da DSI estão negativamente relacionados à adoção

organizacional da inovação em SI.

Hameed &

Counsell

(2012)

A literatura do Sistema de Informação identificou vários fatores determinantes que impactam

a adoção e implementação de TI. Este estudo apresenta uma meta-análise das descobertas da

literatura passada sobre adoção de TI para verificar a significância da pressão competitiva,

apoio do governo, pressão externa, atitude do CEO, posse do gerente, inovatividade do CEO e

conhecimento de TI do CEO na adoção de TI nas organizações. O estudo descobriu que,

exceto pelo cargo de gerente, todos os atributos tiveram influência considerável na adoção de

TI. Dentre os fatores considerados, a pressão externa ou as demandas dos parceiros comerciais

e potenciais clientes foram as mais influentes no processo de adoção. O estudo também

examinou o efeito de duas condições moderadoras para a relação entre os atributos e a adoção

de TI.

Lee & Xia

(2006) O tamanho organizacional tem sido considerado um importante fator da adoção de inovação

de TI. No entanto, os resultados empíricos sobre a relação entre eles têm sido

perturbadoramente misturados e inconsistentes. Através de uma meta-análise de 54

correlações derivadas de 21 estudos empíricos, tenta-se explicar e resolver esses resultados

mistos, sintetizando através de estudos os efeitos do tamanho organizacional na adoção de

inovação de TI e examinando os efeitos de seis moderadores sobre a relação. Os resultados

sugeriram que, embora existisse uma relação positiva entre eles, a relação foi moderada por

cinco fatores determinantes (variáveis): tipo de inovação de TI, tipo de organização, estágio de

adoção, escopo de tamanho e tipo de medida de tamanho. Isso sugeriu que os resultados

empíricos mistos de estudos anteriores podem ser explicados pela falta de consideração dos

moderadores.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Franquesa &

Brandyberry

(2011)

Este estudo explora a relevância de diferentes tipos de folga organizacional em pequenas e

médias empresas (PMEs), bem como a relação entre esses tipos de folga e a adoção de

inovações em tecnologia da informação (TI). Utilizando dados recentes de uma amostra

representativa de 2.307 PMEs norte-americanas, concluímos que as relações de folga-

inovação descritas anteriormente em empresas maiores não são válidas para as PMEs.

Nossos resultados mostram que, dependendo do fator determinante (tipo de inovação e tipo

de folga), a linearidade e a direção do relacionamento mudam. Discutimos as implicações

relativas de outros fatores determinantes relacionados com as condições ambientais,

tecnológicas e organizacionais que promovem a adoção da inovação nas PMEs.

Gallivan (2001) Este artigo explora a aplicabilidade de modelos tradicionais de adoção e difusão de

inovação a processos de inovação de autoridade contingentes que ocorrem dentro de um

contexto organizacional; isto é, quando os empregados nas organizações adotam uma

inovação que foi escolhida por uma figura de autoridade. Este documento identifica lacunas

existentes em modelos tradicionais de adoção de inovação e conclui que é necessário um

novo framework que incorpore os processos e fatores determinantes exclusivos relacionados

à adoção organizacional e à assimilação de inovações. Uma nova estrutura teórica híbrida é

desenvolvida, que combina insights de pesquisa em nível organizacional sobre

implementação de tecnologia com construtos de modelos tradicionais de adoção de

inovação. A teoria resultante é uma teoria híbrida do processo-variância, que captura os

eventos de implementação e os fatores que os influenciam.

Unsworth et al.

(2012) Os autores desenvolvem e testam uma estrutura integrativa de base teórica dos principais

fatores proximais (orientação, pressão e controle) que ajuda a explicar os efeitos de fatores

mais gerais (a estratégia, estrutura e ambiente da organização) sobre as intenções de adotar

uma inovação em um ano depois. Os gerentes seniores de 134 organizações foram

pesquisados e análises fatoriais confirmatórias mostraram que esses fatores centrais

hipotetizados forneceram um bom ajuste aos dados, indicando que nossa estrutura pode

fornecer uma base teórica para a literatura anterior, em grande parte teórica. Além disso, em

um subgrupo de 63 organizações, o controle mediou os efeitos da estratégia organizacional

e da centralização nas intenções de adoção de inovação organizacional um ano depois. Esse

modelo de fatores centrais permite que os pesquisadores entendam por que certas variáveis

são importantes para a adoção da inovação organizacional e promovem a identificação de

áreas de pesquisa férteis em torno de orientação, pressão e controle, e permite que os

gerentes se concentrem nos gatilhos mais proximais para aumentar a adoção da inovação.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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208

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Gounaris &

Koritos

(2012) O objetivo desta pesquisa é examinar a possibilidade de distinguir entre adotantes e não-

adotantes ao conceituar os fatores determinantes da decisão de adotar inovações de base

tecnológica. Um segundo objetivo da pesquisa é examinar a validade fatorial através da

avaliação do poder explicativo da conceituação investigada. Na busca desses objetivos, a

teoria da racionalidade limitada representa o arcabouço teórico subjacente, e o Internet

Banking (IB) representa o referencial nomológico, no qual duas conceituações alternativas,

uma para adotantes de IB e uma segunda para não-adotantes, são consideradas. “Intenção de

adotar” e “adoção” são as variáveis de critério, respectivamente. Uma descoberta importante

desta investigação é que a decisão de adotar melhora o entendimento dos adotantes em relação

aos benefícios proporcionados por uma inovação. Consequentemente, eles detêm uma

percepção precisa, menos ambígua, de como os atributos específicos da inovação se traduzem

em benefícios. Do ponto de vista do praticante, este estudo mostra que os gerentes podem

estruturar o conteúdo de sua comunicação para facilitar a ascensão dos motoristas sociais, mas

devem evitar confiar em tais elementos para acelerar o ritmo da taxa de adoção. Em vez disso,

no centro das campanhas de comunicação, os profissionais devem colocar declarações breves

e claras demonstrando os argumentos instrumentais em favor da decisão de adoção.

Adams et al.

(2011) Neste artigo, no qual as inovações são conceituadas como complexas e multidimensionais,

relata-se um estudo exploratório, de método misto, abordando a questão da classificação da

inovação. Dados de uma investigação temática rigorosa da literatura e quatro estudos de caso,

são sintetizados em um quadro descritivo incorporando 13 variáveis (fatores da adoção). Após

a operacionalização do framework, realiza-se uma análise de cluster dos retornos de uma

pesquisa pós-adoção de 310 inovações. Três tipos distintos de inovação são identificados:

prontamente adotados, desafiadores e ocultos. Os fatores ruptura, observabilidade, perfil e

risco foram considerados particularmente importantes na distinção de clusters que oferecem

oportunidades para um novo desenvolvimento teórico. O Serviço Nacional de Saúde do Reino

Unido (NHS) constitui o contexto para o estudo. Implicações para teoria e prática são

examinadas.

Azam (2015)

Fundamentado na literatura de difusão da inovação, teoria institucional e teoria baseada em

recursos, este estudo desenvolveu um modelo abrangente de pesquisa integrada com foco nos

objetivos da pesquisa. Seguindo um paradigma de pesquisa positivista, este estudo emprega

uma abordagem de pesquisa de método misto. Um quadro conceitual preliminar é

desenvolvido através de uma extensa revisão de literatura e é refinado pelos resultados de um

estudo de campo aprofundado. Durante o estudo de campo, um total de 11 proprietários de

SME ou tomadores de decisão foram entrevistados. As estimativas mostram a avaliação

cognitiva como um fator determinante para a expectativa, que é moldada principalmente pelas

crenças dos empreendedores (percepção) e também influenciada pela inovação e cultura dos

proprietários. A cultura influencia ainda mais a expectativa. O estudo conclui que a condição

facilitadora, a pressão ambiental e a prontidão do país são fatores determinantes da expectativa

e do uso das TIC. Os resultados também revelam que a integração e o grau de utilização das

TIC afetam significativamente o desempenho das PMEs.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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209

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Hameed et al.

(2012) Neste artigo, desenvolve-se um modelo conceitual para o processo de adoção de inovação

em TI nas organizações. O modelo utiliza a teoria de Difusão de Inovação (DOI), Teoria

da Ação Racional (TRA), Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM), Teoria do

Comportamento Planejado (TPB) e um framework que contém os fatores da adoção de

inovação, organização, ambiente, diretor executivo (CEO) e aceitação do usuário. O

modelo apresenta a adoção de TI como uma sequência de etapas, progredindo de

iniciação para adoção, decisão e implementação. O estudo apresenta um modelo com

uma perspectiva de processo interativo que considera a análise de nível organizacional

até a aquisição de tecnologia e análise de nível individual para a aceitação do usuário de

TI.

Nystrom et al.

(2002) Esta pesquisa explora o papel do clima organizacional, pois afeta os impactos do contexto

organizacional na inovatividade. Contexto refere-se aqui ao tamanho organizacional,

recursos de folga e idade organizacional. Analisam-se três dimensões climáticas

conhecidas como variáveis moderadoras: orientação para risco, orientação externa e

orientação para realização. Dados descrevem a adoção de tecnologias de imagens

médicas por 70 hospitais. A inovatividade é uma variável multidimensional composta de

radicalidade, vantagem relativa e número de inovações adotadas. Os resultados mostram

que o tamanho organizacional e a folga estão positivamente relacionados com a

capacidade de inovatividade. Análises de regressão hierárquica indicam que as medidas

climáticas de orientação para riscos e orientação externa interagem significativamente

com as dimensões de contexto de tamanho organizacional e idade organizacional. O

modelo desenvolvido e testado neste projeto explica mais de 50% da variância total em

inovatividade.

Damanpour &

Schneider (2008) Estudos sobre a associação entre características de inovação e adoção de inovação no

nível de organização são escassos. Este estudo desenvolve hipóteses diretas e

moderadoras para a relação entre características de inovação, características de gestores e

adoção de inovações, ou seja, a inovatividade em organizações públicas. As hipóteses são

testadas usando dados de pesquisas sobre a adoção de 25 inovações em 725 governos

locais nos Estados Unidos e dados de um painel de especialistas. Os resultados sugerem

que tanto as características da inovação quanto as características do gerente influenciam a

adoção da inovação; no entanto, eles não revelam efeitos moderadores significativos das

características do gestor na relação entre características de inovação e adoção de

inovação. As implicações dos resultados são discutidas para futuras pesquisas sobre

adoção de inovação no setor público.

Damanpour

&Wischnevsky

(2006) A pesquisa sobre inovação nas organizações geralmente examinou as diferenças nas

características das organizações inovativas e não inovativas, um empreendimento que

muitas vezes produziu resultados inconsistentes. Neste trabalho, propõe-se que pesquisas

futuras possam resolver essas inconsistências, incorporando na teoria as diferenças entre

organizações que geram maioritariamente inovações e aquelas que mais adotam

inovações. Os autores referimo-se aos primeiros, que são principalmente produtores ou

fornecedores de inovação, como organizações geradoras de inovação, e aos últimos, que

são preponderantemente usuários de inovações produzidas por organizações geradoras de

inovação, como organizações que adotam a inovação. Com base na noção de que os

processos de geração e adoção da inovação são fenômenos distintos que são facilitados

por diferentes condições organizacionais, discute-se como a distinção entre organizações

geradoras de inovação e adotantes da inovação contribuiriam para esclarecer vários

resultados inconsistentes da pesquisa, como a relação entre inovação e tamanho, o papel

da radicalidade da inovação e a seleção de medidas apropriadas de inovação.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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210

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Damanpour &

Gopalakrishnan

(1998)

Os estudiosos de inovatividade enfrentam um problema de pesquisa permanente: como

criar modelos que são testáveis, mas que refletem a complexidade dos ambientes de

negócios reais. Alguns autores sugerem que as organizações que funcionam em um

ambiente estável têm estruturas mecanicistas e se presume não inovativas, enquanto

aquelas em um ambiente instável têm estruturas orgânicas e se presume serem

inovativas. A taxa de adoção se relaciona com o grau de inovatividade da organização.

Reflete a magnitude da inovação, ou seja, o número de inovações que a organização

adota em um determinado período. Neste artigo, os autores desenvolvem um modelo

mais complexo para as relações estrutura-inovação. Esse modelo permite comparar e,

posteriormente, ampliar as três teorias de estrutura e inovação que abordam as

dimensões da inovação. Uma série de proposições para prever as características

estruturais que facilitam a adoção de inovações de diferentes tipos em diferentes

estágios, sob quatro condições de mudança ambiental são sugeridas.

Damanpour &

Schneider (2006) Este estudo examina a inovatividade sobre os efeitos das características ambientais,

organizacionais e dos gestores de topo sobre a iniciação, decisão de adoção e

implementação da inovação. Usando uma amostra de aproximadamente 1.200

organizações públicas nos Estados Unidos, o estudo mostra que as características

organizacionais e as atitudes dos gerentes superiores em relação à inovação têm uma

influência mais forte do que as características demográficas ambientais e gerenciais.

Diferenças na significância dos efeitos de vários antecedentes, nas fases de adoção da

inovação são encontradas.

Jensen (2004) Uma nova explicação teórica é fornecida para a observação empírica de que grandes

empresas geralmente adotam mais cedo, embora haja exceções notáveis. A análise se

concentra na adoção de uma inovação de lucratividade incerta por uma grande empresa

com duas fábricas e uma pequena empresa com uma. Os custos marginais de produção

estão aumentando em cada usina e as economias de operação de multiplicação são

possíveis. Estes têm efeitos conflitantes sobre o incentivo para adotar. A grande empresa

se beneficia mais da adoção de um sucesso. No entanto, se um adotante precisar fechar

uma fábrica para aprender sobre a inovação, a perda de economias de multiplicação

reduz o incentivo da grande empresa a adotar. Economias multiplantas ausentes, a

grande empresa é mais propensa a liderar uma difusão porque seu maior retorno de um

sucesso domina. No entanto, a pequena empresa é mais propensa a liderar uma difusão

se houver economias multiplicadoras e a desvantagem do custo de aprendizagem da

grande empresa dominar.

Hoppe (2002) O momento e a natureza da adoção de novas tecnologias são questões fundamentais na

compreensão do desempenho, da competitividade e do crescimento da produtividade. Há

duas regularidades empíricas comumente observadas ou "fatos estilizados" de adoção de

novas tecnologias. Em primeiro lugar, a adoção de novas tecnologias é, em geral, tudo

menos instantânea. Em segundo lugar, uma vez que a adoção inicial ocorre, o caminho

de integração entre firmas tende a ser em forma de S, ou seja, algumas firmas adotam

cedo e outras tardiamente, com um processo de adoção acelerado inicialmente seguido

por um processo de desaceleração. Este artigo analisa a literatura teórica sobre o

momento da adoção de novas tecnologias. Apresenta o estado da arte, uma vez que se

enquadra em duas grandes categorias, dependendo se o modelo específico lida com a

incerteza quanto à chegada e valor de uma nova tecnologia e / ou interação estratégica

no mercado de produtos. A evidência empírica é revisada, e recomendações são dadas

para pesquisas futuras.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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211

Resumo dos Trabalhos – Análise Fatorial do Pareamento Bibliográfico – continuação

Referência Resumo

Jensen

(2003) Este artigo analisa a adoção da inovação quando a incerteza sobre sua lucratividade não pode ser

resolvida imediatamente. As empresas começam com uma estimativa comum da probabilidade

de alta demanda. Se algum adota, todos observam a demanda realizada. Um aumento na

estimativa inicial pode diminuir o número de equilíbrios dos adotantes iniciais, porque resulta em

estimativas atualizadas mais altas que podem induzir adoção futura por firmas adicionais, o que

reduz o retorno inicial da adoção. Além disso, a liderança inovadora não implica adoção inicial

porque a liderança implica um maior retorno de espera, bem como um maior retorno da adoção.

A liderança, no entanto, ainda fornece um retorno esperado maior. Este artigo estuda a natureza

da liderança inovadora, na forma de uma vantagem pioneira, na adoção estratégica de uma

inovação sujeita a esse tipo de incerteza. Nesta análise, todas as empresas adotam imediatamente

probabilidades de sucesso suficientemente altas. Assim, o objetivo é examinar as implicações de

uma ordem de movimentos determinada exogenamente, não determinar endogenamente a ordem

de adoção. Este artigo, portanto, também contribui para a literatura sobre vantagens e

desvantagens do pioneiro, analisando um problema em que toda a sequência de movimentos é

repetida (isto é, as empresas podem adotar ou não em mais de um período). Isso fornece

resultados interessantes sobre as implicações intertemporais de ser um pioneiro.

Jensen

(2001) A curva de difusão intrafirma de equilíbrio é em forma de S ou côncava, como são

empiricamente observadas. Essa curva de difusão tem maior probabilidade de ser em forma de S

quanto mais competitiva for a indústria, quanto maior o custo marginal de adoção ou o custo

unitário de produção pré-inovação ou menor a demanda. A difusão é mais longa, e assim a

extensão da adoção em qualquer data é menor quanto mais competitiva for a indústria, maior o

custo marginal de adoção ou o custo unitário de produção pré-inovação ou menor a demanda.

Um resultado surpreendente é que um aumento na redução do custo unitário da inovação tem um

efeito ambíguo na difusão. Uma redução maior de custos permite que cada empresa obtenha um

maior fluxo de lucro a cada data a partir da mesma taxa de adoção. No entanto, um efeito mais

sutil é que ele também permite que a empresa ganhe o mesmo fluxo de lucro com uma taxa de

adoção mais lenta, reduzindo os custos de adoção. Ou seja, as empresas também têm um

incentivo para espalhar a difusão por um longo período de tempo para economizar nos custos de

adoção.

Fonte: dados da pesquisa (2019).

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212

APÊNDICE II – ESTUDOS: FATORES DETERMINANTES EM INOVAÇÃO VERDE

Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde

Autor(es) Base Teórica Metodologia

Principal Contexto Foco Empírico Resultados

Sugestão Trabalhos

Futuros

1 - Dhraief,

M. Z.,

Bedhiaf-

Romdhani,

S., Dhehibi,

B.,

Oueslati-

Zlaouia, M.,

Jebali, O. &

Youssef, S.

B. (2018).

Adoção Tecnológica /

Fatores Econômicos -

Sociais - Institucionais

(Akudugu et al., 2012)

Quantitativo -

Questionário -

Regressão

Logística

Binária

200 agricultores na área

de Sidi-Bouzid, usando

uma técnica de

amostragem aleatória

estratificada; 100

adotantes e 100 não-

adotantes de tecnologias

inovadoras: blocos de

alimentação, cacto

helicóptero, bebedouro

automático, sistema solar

de refrigeração do leite,

carneiros melhorados e

variedades melhoradas de

cevada

Investiga os determinantes

das decisões dos

agricultores para adotar TI

na área árida da Tunísia

O governo deve intensificar os

programas de treinamento para

agricultores e agentes de

extensão com a colaboração do

gerente de projetos. Os

tomadores de decisão devem

considerar essa pesquisa para

melhor direcionar os

agricultores e uma melhor

adoção e difusão de TI na

Tunísia.

Sem sugestões

2 - Petridis,

N. E.,

Digkas, G.

&

Anastasakis,

L. (2017).

Adoção Tecnológica /

Fatores Sócio-econômicos /

Fatores Ambientais /

Fatores Culturais

Quantitativo -

Análise de

dados

secundários -

1996-2016

30.000 empresas

envolvidas no setor

agroalimentar que

adotaram um site

Um exame holístico dos

fatores determinantes que

afetam a propensão de

empresas em inovar ou

imitar

O parâmetro de inovação está

positivamente associado à renda

rural, emprego feminino,

atividade de exportação e

educação dos agricultores,

enquanto o parâmetro de

imitação é aumentado em

sociedades com grande evitação

de incertezas.

Sem sugestões

3 - Khan, S.

A. (2017).

Difusão da Inovação (DOI)

/ Adoção da Inovação

Organizacional / Estágios

da Adoção /

Características da Inovação

Quantitativo -

2

Questionários -

Análise

Fatorial

Exploratória -

SEM

1º Questionário: 110

respondentes (conhecidos,

colegas e amigos) de um

questionário on line

parcialmente baseados em

residentes europeus e

asiáticos. 2º Questionário:

246 respondentes

(conhecidos, colegas e

amigos) de um

questionário on line

parcialmente baseados em

residentes europeus e

asiáticos

Identifica e verifica a

natureza do processo em

múltiplos estágios da

adoção de inovações de

alto envolvimento e

identifica vários preditores

de cada etapa identificada.

O estágio de persuasão é

positivamente afetado por todos

os benefícios percebidos como

vantagem relativa,

compatibilidade, ecologia e

imagem esperada. Os resultados

sugerem que os indivíduos usam

diferentes critérios de avaliação

durante o processo de adoção

em múltiplos estágios e

diferentes atributos percebidos

afetam os estágios de maneira

diferente

Novos insights para futuras

pesquisas para enriquecer a

literatura de adoção de

inovação do consumidor. Os

resultados do estudo devem

ser verificados em outras

configurações semelhantes

4 - Chiu, C-

Y., Chen, S.

& Chen, C-

L. (2017).

Tecnologia de

comunicação móvel de

banda larga / Aplicativos

móveis / TOE

(Technology-Organization-

Environment) Framework /

Difusão da Inovação (DOI)

/ Estágio de adoção de

tecnologia de inovação /

Fatores Tecnológicos -

Organizacionais -

Ambientais

Quantitativo -

Questionário -

SEM

303 questionários

respondidos pelas

empresas da Associação

Nacional de Pequenas e

Médias Empresas e

Centro Corporativo de

Desenvolvimento de

Sinergia

Discute e analisa três

aspectos da estrutura do

TOE, ou seja, contextos

tecnológicos,

organizacionais e

ambientais com impacto

positivo na adoção de

aplicativos móveis de

banda larga

Para a empresa, a equipe de

gerenciamento deve se certificar

de que o novo aplicativo deve

ser compatível com o sistema

existente, depois se envolver

com a mudança, ajudar os

funcionários a absorver as

informações e construir a

estrutura de assimilação de

conhecimento dentro da

empresa.

As pesquisas futuras podem

consider o ponto de vista e

valor do cliente no futuro.

5 - Kousar,

S., Sabri, P.

S. Ul.,

Zafar, M. &

Akhtar, A.

(2017).

Teoria da Inovação Verde /

Adoção de Inovação Verde

e PMEs / Fatores

Tecnológicos / Intervenção

Governamental

Quantitativo -

Questionário -

Análise de

Regressão

Múltipla

A técnica de amostragem

probabilística aleatória foi

usada para coletar os

dados de gerentes,

executivos seniores e

técnicos de PMEs.

Mede o tamanho do

impacto dos fatores

tecnológicos na adoção de

inovações verdes nas

PMEs e testa o papel

moderador da intervenção

do governo entre os

fatores tecnológicos e a

adoção de inovações

verdes. Proposta de um

modelo

Os resultados sugerem que a

complexidade da tecnologia

afeta negativamente e

significativamente a adoção da

tecnologia verde, enquanto as

vantagens relativas e a

capacidade tridimensional

afetam positiva e

significativamente a adoção da

tecnologia verde. Indicam que a

intervenção do governo modera

significativamente entre

complexidade, vantagens

relativas, confiabilidade e

adoção de tecnologia verde

Estudos futuros podem

utilizar o modelo proposto

em outros setores da

economia e em outros

países. Incorporar a

conscientização tecnológica

dos proprietários de PMEs e

seu histórico familiar para

desenvolver uma

compreensão dos fatores

tecnológicos que afetam a

adoção da inovação verde.

Melhorar o modelo teórico

ao vincular a adoção de

inovação verde a um

ambiente sustentável

6 - Bossle,

M. B., De

Barcellos,

M. D. &

Vieira, L.

M. (2016).

Inovação e Eco-inovação /

Fatores da Adoção de

Inovação

Quantitativo -

Questionário -

SPSS

581 indústrias do setor de

alimentos

Preencher a lacuna

encontrada em diversos

estudos sobre ecoinovação

que investigam os fatores

externos como os fatores

mais influentes para a

adoção da ecoinovação,

enquanto os fatores

internos à empresa devem

ser melhor avaliados

A combinação de fatores

internos e externos à

ecoinovação traz resultados

positivos para a cadeia

alimentar.

Testar os efeitos de todos os

fatores propostos neste

modelo conceitual sobre a

adoção da ecoinovação nos

países de acordo com seu

nível de desenvolvimento ou

divididos por subsetores da

indústria de

alimentos.Incluir alguns

moderadores no modelo, ou

seja, o construto da aversão

ao risco da alta gerência

pode moderar a adoção da

ecoinovação ou a percepção

de tecnologia no setor

Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.

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213

Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde – continuação

Autor(es) Base Teórica Metodologia

Principal Contexto Foco Empírico Resultados

Sugestão Trabalhos

Futuros

7 - Ibrahima,

I. B. &

Jaafarb, H.

S. B. (2016)

Práticas de Gestão

Ambiental / TOE / Teoria

do Comportamento

Planejado (TPB)

Quantitativo -

Questionário

205 questionários válidos

da Federação dos

Transitários da Malásia

Propor um modelo

integrado que combina a

Teoria do Comportamento

Planejado (TPB) e o

Modelo de Tecnologia-

Organização-Ambiente

(TOE), duas teorias mais

utilizadas em estudos de

meio ambiente e inovação

O fator ambiental foi o fator

mais influente que afetou a

adoção de Práticas de Gestão

Ambiental seguido por fatores

organizacionais e tecnológicos.

Toda a dimensão do TOE e a

teoria do TPB determinam

grandemente a adaptação da

empresa às Práticas de Gestão

Ambiental

Até a conclusão do artigo

(2016), o modelo de

pesquisa inicial ainda não

foi testado. Assim,

desenvolver um instrumento

para pesquisa e teste do

modelo de pesquisa é

crucial para pesquisas

futuras.

8 - Radu, L-

D. (2016).

Tecnologias de informação

e comunicação (TICs)

verdes / Práticas de Gestão

Ambiental

Revisão da

Literatura com

a palavra-

chave "green

ICT nas bases

de dados ACM

Digital

Library, Web

of Science,

Science Direct

and IEEE

Xplore Digital

Library

Dos 435 artigos, 70 foram

selecionados entre os anos

de 2008 e 2015

Identificar, analisar e

classificar os

determinantes gerais e

específicos da adoção de

Tecnologias de

informação e

comunicação (TICs)

verdes nas organizações

com base na literatura

neste campo

Identificação dos determinantes

específicos da adoção de TICs

verdes: transferência de

responsabilidades, dinâmica da

indústria de TIC, suporte à

implementação de EMPs,

processos colaborativos de

negócios verdes, aproveitamento

do potencial da presença no

mercado virtual sem afetar

adversamente a imagem da

empresa e modelagem e

implementação de novos

processos verdes.

Foco na avaliação empírica

dos determinantes

específicos para o caso da

adoção de TICs verdes.

Examinar a inter-relação

entre eles. Explorar essa

relação, porque os

determinantes gerais são a

base para os determinantes

específicos.

9 - Mwangi,

M. &

Kariuki, S.

(2015).

Adoção Tecnológica /

Determinantes da Adoção

de Tecnologia Agrícola /

Fatores Tecnológicos -

Econômicos -

Institucionais (Akudugu et

al., 2012)

Revisão da

literatura

Estudos anteriores feitos

sobre adoção de

tecnologia

Lançar alguma luz sobre

os fatores potenciais que

influenciam a adoção de

tecnologia agrícola nos

países em

desenvolvimento

A partir do estudo, fatores

tecnológicos, econômicos,

institucionais e fatores humanos

específicos foram evidenciados

como determinantes na adoção

de tecnologias agrícolas

Ampliar o leque de

variáveis utilizadas,

incluindo a percepção dos

agricultores em relação à

nova tecnologia

10 - Zailani,

S.,

Govindan,

K.,

Iranmanesh,

M.,

Shaharudin,

M. R. & Sia

Chong, Y.

(2015).

Inovação Verde /

Regulamentação Ambiental

/ Demanda do Mercado /

Iniciativa Interna da

Empresa / Desempenho

Sustentável

Quantitativo -

Questionário -

SEM

153 empresas da indústria

de cadeia de suprimentos

automotiva da Malásia

Investigar os

determinantes da adoção

da inovação verde e seu

efeito no desempenho da

empresa

As regulamentações ambientais,

a demanda do mercado e as

iniciativas internas das empresas

têm um efeito positivo nas

iniciativas de inovação verde

(GII), enquanto as GIIs têm um

efeito positivo nas três

categorias de desempenho

sustentável (ou seja, ambiental,

social e econômico).

Pesquisas futuras devem

testar o modelo de pesquisa

em diferentes indústrias e

países. O estudo também

deve ser realizado em

diferentes regiões do país

para comparação de dados e

obtenção de informações

adicionais.

11 - Ho, Y.-

H., Lin, C.-

Y., Tsai, J.-

S. (2014).

Infusão organizacional de

práticas verdes / Fatores

que influenciam a infusão

organizacional de práticas

verdes / Estrutura TOE

Quantitativo -

Questionário -

Análise de

Regressão

293 gestores de empresas

de logística da China

Explorar os fatores que

afetam a infusão

organizacional de práticas

verdes em empresas de

logística chinesas

Os resultados da pesquisa

revelam que a complexidade,

compatibilidade e vantagem

relativa das práticas ecológicas,

qualidade dos recursos

humanos, apoio organizacional,

apoio governamental e pressão

regulatória exibem influências

significativas na infusão prática

verde para as empresas de

logística na China. As

influências do custo de adoção,

do tamanho da empresa, da

incerteza ambiental e da pressão

do cliente sobre o

comportamento ecológico das

empresas de logística não são

significativas.

Estudos futuros podem usar

o modelo proposto para

outros países e setores

industriais

12 - Zailani,

S.,

Iranmanesh,

M., Nikbin,

D. &

Jumadi, H.

B. (2014).

Determinantes da adoção

de inovação tecnológica

verde / Fatores

Organizacionais e

Ambientais / Adoção de

inovação de tecnologia

verde /

Quantitativo -

Questionário -

SEM

252 empresas empresas

de transporte da Malásia

Investigar os antecedentes

e resultados da adoção de

inovação de tecnologia

verde em empresas de

transporte na Malásia

A qualidade dos recursos

humanos, a pressão do cliente e

a incerteza ambiental

influenciam significativamente a

adoção de inovação verde para

empresas de transporte,

enquanto a influência do apoio

organizacional e governamental

não é significativa. Além disso,

os resultados deste estudo

indicam que existe uma relação

significativa entre a adoção de

inovação de tecnologia verde e o

resultado ambiental

Testar o modelo de pesquisa

deste estudo coletando

dados de pequenas e novas

empresas. Replicar este

estudo com diferentes

metodologias de coleta de

dados e amostras para

triangular os resultados.

Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.

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214

Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde – continuação

Autor(es) Base Teórica Metodologia

Principal Contexto Foco Empírico Resultados

Sugestão Trabalhos

Futuros

13 - Zhanga,

Y.,

Thompson,

R. G., Bao,

X. & Jiang,

Y. (2014).

Gestão Ambiental

Corporativa (CEM) /

Fatores de Adoção de

Logística Verde

Quantitativo -

Questionário e

Entrevista -

SEM

104 respondentes da

indústria do transporte do

frete de estrada em

Nanjing, China.

Descrever práticas de

logística ecológica na

China e identificar fatores

que terão efeito

significativo na adoção da

logística verde em frotas

de caminhões. Propor um

modelo baseado na Teoria

Institucional Econômica

Os principais fatores

determinantes identificados

incluíram uma estratégia de

gestão ambiental, obrigatória e

normativa e pressão da cadeia de

suprimentos. As atuais

atividades de logística verde das

frotas de caminhões

identificadas estão relacionadas

ao gerenciamento do ambiente

logístico, armazenamento e

embalagem verde, transporte

verde, gestão de frota,

implementação de combustível

alternativo e inovação logística

Considerando as diferenças

entre os fatores internos e

externos e o comportamento

logístico verde, as relações

quantitativas desenvolvidas

deveriam ser estudadas em

maior profundidade em

trabalhos futuros. Pesquisas

adicionais também podem

ser realizadas em outras

cidades da China

14 -

Galliano, D.

& Nadel, S.

(2013).

Os determinantes da

inovação ambiental /

Características internas,

estruturais e estratégicas da

empresa / Fatores

relacionados ao ambiente

externo da empresa /

Modelos de adoção com

base no perfil estratégico

da empresa

Quantitativo -

Questionário -

Análise de

Regressão

2 bases de dados:

Community Innovation

Survey (CIS 8) - (2006–

2008) e Annual Business

Survey (EAE 2007)

Analisar os fatores que

influenciam o

comportamento de

empresas industriais

francesas em adotar a

ecoinovação

Os resultados do modelo geral

confirmam o papel estruturante

das características internas de

uma empresa e as de seu

ambiente externo em sua

atividade eco-inovadora e os

processos em funcionamento no

compromisso de inovar. O papel

de comunicar a imagem da

marca e a importância central da

coevolução de práticas

inovadoras são dois fatores

dominantes na construção desse

compromisso

Sem sugestões

15 - Jumadi,

H. B. &

Zailani, S.

(2011).

Determinantes da adoção

da inovação da tecnologia

verde / Inovação da

tecnologia verde em

empresas de transporte /

TOE (Technology-

Organization-Environment)

Framework / Difusão da

Inovação (DOI)

Revisão da

Literatura

Serviços de transporte da

Malásia

Analisar os fatores que

influenciam a adoção de

inovação em tecnologia

verde nos serviços de

transporte da Malásia

O fator determinante que

influencia a adoção de inovação

tecnológica verde para as

Empresas de Logística de

Transporte da Malásia é

tecnológico, organizacional e

ambiental

Sem sugestões

16 - Lin, C.

Y. & Ho, Y.

H. (2011).

Fatores Determinantes

(TOE) / Influência dos

fatores

Quantitativo -

Questionário

322 empresas de logística

chinesas

Analisar os fatores que

influenciam a adoção de

práticas verdes no setor de

logística chinês

Os resultados da pesquisa

revelam que a vantagem relativa

e a compatibilidade das práticas

ecológicas, o suporte

organizacional, a qualidade dos

recursos humanos, a pressão

regulatória e o apoio

governamental influenciam

significativamente a adoção de

práticas ecológicas para a

logística chinesa

Explorar a adoção de outras

práticas verdes, como

resíduos sólidos / água e

redução de emissões e

métodos de transporte mais

limpos

17 - Weng,

M-H. & Lin,

C-Y. (2011).

Adoção de Práticas Verdes

/ TOE

Quantitativo -

Questionário -

Análise de

Regressão

244 respondentes de

empresas de pequeno e

médio porte em

Guangdong Province,

China

Desenvolver um modelo

que analise os fatores que

influenciam a adoção de

inovações verdes para as

pequenas e médias

empresas (PMEs)

As características tecnológicas

das inovações verdes,

características organizacionais,

apoio governamental, pressão do

cliente e pressão regulatória

influenciam significativamente a

adoção de inovação verde para

as PMEs, enquanto a influência

da incerteza ambiental não é

significativa.

Considerar, nas questões

ambientais das PMEs,

simultaneamente as

características tecnológicas,

organizacionais e

ambientais. Considerar,

também, outros possíveis

fatores tecnológicos,

organizacionais e

ambientais em estudos

futuros

18 -

Horbach, J.,

Rammer, C.

& Rennings,

K. (2011).

Inovação Ambiental /

Determinantes da Inovação

Ambiental

Quantitativo -

Questionário -

1294 empresas

pertencentes à base de

dados da Pesquisa

Comunitária da Inovação

(CIS) da Comissão

Europeia

Testar se diferentes tipos

de eco-inovações (de

acordo com seus impactos

ambientais) são

impulsionados por

diferentes fatores.

Demonstram que as atividades

de inovação com impactos

ambientais altos ou médios

concentram-se na redução do

uso de energia, emissões de

CO2 e reciclagem, enquanto

áreas "antigas", como a redução

de outras emissões atmosféricas

ou de água, não estão no foco

das discussões políticas atuais

Sem sugestões

19 - Zailani,

S., Amran,

A. &

Jumadi, H.

B. (2011).

As indústrias de serviços

de logística / As indústrias

de logística na Malásia /

Meio ambiente e logística /

Inovação verde

Qualitativo -

Questionário

Sim/Não

70 indústrias de serviços

de logística da Malásia

Entender se as empresas

de logística sabem o que é

inovação verde, a

necessidade de serem

amigas do meio ambiente,

especialmente, no que diz

respeito aos impactos

negativos que a empresa

pode provocar

As empresas de logística da

Malásia sabem o que é inovação

verde e sabem da importância

das práticas verdes de gestão

Sem sugestões

Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.

Page 218: OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/2090/2/Alexandre...Silva, Alexandre Rodrigues da. Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação

215

Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde – continuação

Autor(es) Base Teórica Metodologia

Principal Contexto Foco Empírico Resultados

Sugestão Trabalhos

Futuros

20 -

Horbach, J.,

Oltra, V., &

Belin, J.

(2011).

Características específicas

e determinantes das

ecoinovações

Quantitativo -

Base de Dados

- Análise

Econométrica

Base de dados da quarta

Pesquisa Comunitária à

Inovação (CIS) para a

França e a Alemanha

Contribuir para o gap de

nálises internacionais que

permitam reconhecer fatos

estilizados

“internacionais”, mas

também características

regionais de eco-

inovações

Os resultados confirmam o

papel central da regulação e da

redução de custos como

motivações para a ecoinovação.

Além disso, as atividades eco-

inovadoras parecem exigir mais

fontes externas de conhecimento

e informação do que a inovação

em geral.

Sem sugestões

21 - Jansson,

J. Marell, A.

& Nordlund,

A. (2010).

Determinantes do

comportamento do

consumidor verde /

Comportamentos de

restrição e escolhas

tecnológicas /

Quantitativo -

Questionário -

Análise de

Regressão

1832 proprietários de

veículos de combustível

alternativo (AFV) na

Suécia

Examinar os

determinantes dos

comportamentos de

contingenciamento verde

e a adoção pelo

consumidor de inovações

comercializadas como

verdes (eco-inovações) e

analisar fatores que

explicam esses dois tipos

de comportamentos

verdes.

Os resultados mostram que

valores, crenças, normas e força

do hábito determinam a

disposição para reduzir e a

disposição para a adoção da eco-

inovação. As normas pessoais

têm uma forte influência

positiva na disposição para os

comportamentos e a força do

hábito tem uma influência

negativa. Os outros

determinantes têm influência

variada dependendo do tipo de

comportamento

Estudar se a tendência em

adotar inovações ecológicas

é semelhante à adoção de

inovação tradicional

22 - Ho, Y-

H; Lin, C-Y;

Chiang, S-H.

(2009).

Inovação verde / Indústria

de logística /

Determinantes

organizacionais

Quantitativo -

Questionário -

Análise de

Regressão

312 gestores de empresas

de logística de Taiwan

Examinar as influências

dos fatores

organizacionais na

implementação de

inovações verdes no setor

de logística

Os resultados da pesquisa

revelam que o apoio

organizacional à inovação, a

qualidade do capital humano e a

acumulação de conhecimento

organizacional estão

significativamente associados

positivamente à implementação

de inovações verdes

Sem sugestões

23 - Scott, S.

D.,

Plotnikoff,

R. C.,

Karunamuni,

N., Bize, R.

& Rodgers,

W. (2008).

Toria da Difusão da

inovação / Teoria do

Comportamento Planejado

Quantitativo -

Questionário

115 médicos de família na

província de Alberta,

Canadá

Determinar se os atributos

específicos do Kit do

Coração Saudável, assim

como fatores contextuais e

situacionais estão

associados à intenção e

uso real do kit por

médicos e para determinar

se quaisquer fatores

contextuais e situacionais

estão associados a

barreiras individuais ou

ambientais que impeçam a

aceitação da kit entre os

médicos que não o fazem

ou planejem usar o kit

O uso do kit foi associado à

intenção de usá-lo, bem como a

vantagem relativa e os anos de

experiência. Vantagem relativa e

a observabilidade dos benefícios

do kit também foram

significativamente associados à

intenção dos médicos de usá-lo.

Médicos que trabalham em

consultórios médicos

particulares relataram ter mais

barreiras individuais e

ambientais ao uso do kit

Estudos futuros devem

investigar se esses

resultados são verdadeiros

para a manutenção do

comportamento a longo

prazo. Examinar outros

construtos teóricos que não

foram empregados neste

estudo e examinar mais

detalhadamente a natureza

dos conceitos (ou seja, se os

médicos conceituaram

vantagem relativa em

termos de rentabilidade

econômica, prestígio social

ou facilidade de uso)

24 - Lin, C.

Y. & Ho, Y.

H. (2008).

Determinantes da adoção

da inovação verde /

Quantitativo -

Questionário

162 empresas de logística

em Taiwan

Examinar se seis fatores

determinantes

(Teconológico,

Organizacional e

Ambiental) podem

influencia a intenção de

adotar inovações verdes

para prestadores de

serviços logísticos

Todos os fatores influenciam

positivamente a intenção de

adotar práticas verdes.

Explicitação e acumulação de

práticas verdes, incentivo

organizacional, qualidade dos

recursos humanos, incerteza

ambiental e apoio

governamental exibem

influências significativas na

disposição de adotar práticas

verdes

Um estudo sobre as relações

entre a adoção de inovações

verdes, desempenho

ambiental e desempenho da

cadeia de suprimentos

também pode ser realizado

no futuro. Além disso,

outros possíveis fatores

influentes na adoção de

inovações verdes também

podem ser levados em

consideração em um estudo

adicional

25 -

Horbach, J.

(2006).

Teoria da Inovação

Ambiental / Impulso de

tecnologia (lado da oferta) /

Demanda: ciclo de

negócios / Politica

ambiental

Quantitativo -

Base de Dados

- Análise

Econométrica

Dois bancos de dados de

painéis alemães: o painel

de criação do Instituto

para Pesquisa de Emprego

(IAB) e o Painel de

Inovação de Mannheim

(MIP) do Centro para

Pesquisa Econômica

Européia (ZEW)

Analisar os determinantes

ambientais permitindo a

inclusão de muitas

variáveis explicativas,

como diferentes

instrumentos de política

ou a influência de partes

interessadas e grupos de

pressão

Mostram que a melhoria das

capacidades tecnológicas

(“capital de conhecimento”) por

P & D ou medidas de educação

adicional provocam inovações

ambientais. Empresas

inovadoras gerais e ambientais

no passado são mais propensas a

inovar no presente.

Regulamentação ambiental,

ferramentas de gestão ambiental

e mudanças e melhorias

organizacionais gerais

desencadeiam a inovação

ambiental. A redução de custos

é uma importante força motriz

da inovação ambiental.

Sem sugestões

Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.

Page 219: OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/2090/2/Alexandre...Silva, Alexandre Rodrigues da. Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação

216

Estudos sobre Fatores Determinantes em Inovação Verde – continuação

Autor(es) Base Teórica Metodologia

Principal Contexto Foco Empírico Resultados

Sugestão Trabalhos

Futuros

26 -

Carrillo-

Huerta, M.

M. (1978).

Mudança Tecnológica e

Modelo de Adoção de

Tang para Inovações

Agropecuárias

Tecnológicas /

Estudo de Caso

- Regressão

Linear

Múltipla

Uma comunidade rural

mexicana de tamanho

reduzido (localizada a

cerca de cinquenta

quilômetros a noroeste da

cidade de Veracruz), onde

a maior parte da

população

economicamente ativa

está envolvida em

atividades agrícolas

Testar, diretamente, o

modelo de adoção de

Tang para inovações

agrícolas através de

métodos estatísticos

As condições econômicas dos

agricultores e do meio ambiente

da região sugerem que a

participação do crédito agrícola

no financiamento de operações

agrícolas é a única variável que

mais influencia a adoção

Sem sugestões

Fonte: Dados da Pesquisa: 2019.

Page 220: OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/2090/2/Alexandre...Silva, Alexandre Rodrigues da. Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação

217

APÊNDICE III - ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA

Identificação da Empresa e do Entrevistado

Nome da Empresa:_______________________________________________________

Nome do Entrevistado:____________________________________________________

Cargo do Entrevistado:____________________________________________________

Há quantos anos está neste cargo:___________________________________________

Há quantos anos está nesta empresa:_________________________________________

ROTEIRO DE ENTREVISTA - GESTOR

FATORES TECNOLÓGICOS:

1 Custo da adoção: Na sua opinião,

1.1 Qual foi o custo total do biodigestor? Valeu à pena?

1.2 Quanto tempo foi gasto para implementar o biodigestor? Foi difícil?

1.3 O tempo de retorno (payback) foi rápido?

1.4 Com o biodigestor que custos foram reduzidos?

2 Complexidade: Na sua opinião,

2.1 Aprender a operar o biodigestor requer muito aprendizado? Por quê?

2.2 Operar o biodigestor requer muita experiência?

2.3 Compartilhar o conhecimento sobre o uso do biodigestor é difícil?

3 Compatibilidade: Na sua opinião,

3.1 O biodigestor é compatível com a produção existente da empresa? De que forma?

3.2 O biodigestor é consistente com os valores da empresa?

3.3 Integrar o biodigestor na cadeia produtiva da empresa foi fácil?

3.4 O fato de implementar o biodigestor ocasionou alguma mudança na estrutura da empresa?

4 Vantagem relativa: Na sua opinião,

4.1 Quais os benefícios econômicos e ambientais que o biodigestor proporcionou?

Page 221: OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/2090/2/Alexandre...Silva, Alexandre Rodrigues da. Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação

218

4.2 Esses benefícios melhoram a imagem da empresa?

4.3 Esses benefícios trouxeram reputação e legitimidade para empresa?

4.4 Houve acesso a novos mercados após a adoção do biodigestor? De que forma?

4.5 Com a melhoria da imagem da empresa e o acesso a novos mercados, quais foram os

benefícios obtidos pela empresa?

FATORES ORGANIZACIONAIS:

1 Qualidade dos recursos humanos: Na sua opinião,

1.1 Os funcionários são capazes de usar novas tecnologias para resolver problemas

facilmente?

1.2 Os funcionários são capazes de fornecer novas ideias para a empresa?

1.3 Os funcionários são capazes de aprender novas tecnologias com facilidade?

1.4 Os funcionários são capazes de compartilhar conhecimento entre si?

1.5 Quais foram as melhorias apontadas pelos funcionários após a implantação do

biodigestor?

2 Suporte organizacional: Na sua opinião,

2.1 A alta administração incentiva os funcionários a aprenderem sobre preservação do meio

ambiente?

2.2 Sua empresa oferece recompensas pelo comportamento verde dos funcionários?

2.3 A alta administração pode ajudar os funcionários a lidar com questões ambientais?

2.4 Sua empresa fornece recursos para os funcionários aprenderem o conhecimento verde?

FATORES AMBIENTAIS:

1 Incerteza ambiental: Na sua opinião,

1.1 Adotar o biodigestor foi uma decisão para se manter atuante no mercado? Por quê?

1.2 Considera alguma empresa que atua no mercado como sendo sua concorrente? Quais? Por

quê? Elas adotam o biodigestor? Elas adotaram antes da sua empresa?

1.3 Os concorrentes influenciaram na decisão da adoção do biodigestor? De que forma?

2 Suporte governamental: Na sua opinião,

2.1 O governo forneceu algum apoio ou incentivo financeiro para adotar o biodigestor?

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219

2.2 O governo ajuda na formação de mão de obra com habilidades de inovações verdes?

2.3 O governo fornece assistência técnica para adotar inovações verdes?

3 Pressão regulamentar: Na sua opinião,

3.1 O governo define regulamentos ambientais para inovações verdes?

3.2 As associações industriais exigem que a empresa se adeque aos regulamentos ambientais?

3.3 Houve pressão, por parte do governo, para adotar o biodigestor? Quais foram? Por quê?

3.4 Houve pressão, por parte da comunidade circunvizinha, para que a empresa se adequasse

às normas ambientais?

4 Pressão do cliente: Na sua opinião,

4.1 Os clientes obrigam a empresa a melhorar o desempenho ambiental?

4.2 Cuidar do meio ambiente é uma consideração importante para os clientes?

4.3 Os clientes influenciaram na decisão da adoção do biodigestor? De que forma?

5 Pressão do fornecedor do biodigestor: Na sua opinião,

5.1 Por que a empresa adotou o biodigestor? Como foi adotado? Alguém Adotou antes?

5.2 De onde veio a ideia?

5.3 Como a empresa ficou sabendo do biodigestor?

5.4 O fornecedor do biodigestor influenciou na adoção?

5.5 O primeiro a adotar é importante?

QUAL É O FATOR DETERMINANTE NA ADOÇÃO DO BIODIGESTOR?

ROTEIRO DE ENTREVISTA – FORNECEDOR DO BIODIGESTOR

FATORES TECNOLÓGICOS:

1 Custo da adoção: Na sua opinião,

1.1 Qual é o custo total do biodigestor? Vale à pena para quem adota? Por quê?

1.2 Quanto tempo se gasta para construir o biodigestor e deixá-lo e pleno funcionamento? É

difícil? Por quê?

1.3 Por que, mesmo com o biodigestor em pleno funcionamento, algumas empresas reservar

parte da lenha ou compram um pouco de lenha para ser queimada na fornalha e gerar energia

térmica?

Page 223: OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/2090/2/Alexandre...Silva, Alexandre Rodrigues da. Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação

220

1.4 Que outros danos ambientais uma empresa que não adota o biodigestor pode causar? Qual

o custo por não adotar?

2 Complexidade: Na sua opinião,

2.1 Aprender a operar o biodigestor requer muito aprendizado? Por quê?

2.2 Operar o biodigestor requer muita experiência?

2.3 Compartilhar o conhecimento sobre o uso do biodigestor é difícil?

2.4 Que mudanças você observou, nas empresas adotantes, entre a construção do primeiro

biodigestor e os atuais? Elas se tornaram mais receptivas? Por quê?

2.5 Quais são as diferenças na construção do biodigestor entre empresas de grande, médio e

pequeno porte? Por quê?

2.6 Quais foram as principais mudanças que você observou na sua empresa desde o início da

venda do primeiro biodigestor até hoje? Por quê?

2.7 Quais são as principais preocupações das empresas que adotam um biodigestor, caso haja

algum problema no funcionamento do biodigestor? Que tipos de problemas podem ocorrer

durante o funcionamento do biodigestor? Por quê? Como resolver?

3 Compatibilidade: Na sua opinião,

3.1 O biodigestor é compatível com a produção existente da empresa? De que forma?

3.2 O biodigestor é consistente com os valores da empresa?

3.3 Integrar o biodigestor na cadeia produtiva da empresa é fácil? De que forma?

3.4 O fato de implementar o biodigestor ocasionou alguma mudança na estrutura da

empresa?

3.5 Em que outras culturas do agronegócio o biodigestor foi implantado? Você pode citar

alguns casos de sucesso e de fracasso e por que alguns obtiveram sucesso enquanto outros

fracassaram?

3.6 Foi difícil vender a ideia de adotar o biodigestor na geração de energia térmica? Por quê?

Quais foram as barreiras que você teve que enfrentar para emplacar o biodigestor como

gerador de energia térmica de tecnologia limpa?

4 Vantagem relativa: Na sua opinião,

4.1 Quais os benefícios econômicos e ambientais que o biodigestor proporciona?

4.2 Esses benefícios melhoram a imagem da empresa? De que forma?

4.3 Esses benefícios trazem reputação e legitimidade para empresa? Como?

Page 224: OS FATORES DETERMINANTES DA ADOÇÃO DA ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/2090/2/Alexandre...Silva, Alexandre Rodrigues da. Os Fatores Determinantes da Adoção da Inovação

221

4.4 Quais são os benefícios financeiros para quem fornece o biodigestor? Acesso a novos

mercados? Representatividade perante as empresas adotantes (uma vez que você não só vende

o biodigestor, como constrói, ensina como operar e presta assistência técnica e manutenção)?

FATORES ORGANIZACIONAIS:

1 Qualidade dos recursos humanos: Na sua opinião,

1.1 O conhecimento e o aprendizado de como operacionalizar o biodigestor é fácil de ser

ensinado? Por quê?

1.2 Quais foram as melhorias na operação e na própria construção do biodigestor? Sua equipe

está em constante busca de novas técnicas de melhoria? De que forma?

1.3 Qual a estrutura básica que uma empresa precisa ter para fornecer o biodigestor (desde a

construção até a operação)? Requer funcionários altamente especializados?

2 Suporte organizacional: Na sua opinião,

2.1 A alta administração incentiva os funcionários a aprenderem sobre preservação do meio

ambiente?

2.2 Sua empresa oferece recompensas pelo comportamento verde dos funcionários?

2.3 A alta administração pode ajudar os funcionários a lidar com questões ambientais?

2.4 Sua empresa fornece recursos para os funcionários aprenderem o conhecimento verde?

FATORES AMBIENTAIS:

1 Incerteza ambiental: Na sua opinião,

1.1 Você acredita que adotar o biodigestor é uma decisão, das empresas adotantes, para se

manterem atuantes no mercado? Por quê?

1.2 Considera alguma empresa que atua no mercado como sendo sua concorrente? Quais? Por

quê?

1.3 Os concorrentes e cliente influenciam na decisão da adoção do biodigestor? De que

forma?

2 Suporte governamental: Na sua opinião,

2.1 O governo forneceu algum apoio ou incentivo financeiro para a construção e operação do

biodigestor? De que forma?

2.2 O governo ajuda na formação de mão de obra com habilidades no biodigestor?

2.3 O governo fornece assistência técnica para o biodigestor?

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222

3 Pressão regulamentar: Na sua opinião,

3.1 O governo define regulamentos ambientais para inovações verdes?

3.2 As associações industriais exigem que a empresa se adeque aos regulamentos ambientais?

3.3 Por que as empresas passaram a adotar uma tecnologia limpa? A que você atribui essa

busca pelo biodigestor? Houve pressão, por parte do governo, para adotar uma inovação verde

de tecnologia limpa e preservação do meio ambiente? Quais foram as pressões? De que forma

foram aplicadas?

3.4 Houve pressão, por parte da comunidade circunvizinha, para que a empresa se adequasse

às normas ambientais? Por quê?

4 Pressão do cliente: Na sua opinião,

4.1 Os clientes obrigam a empresa a melhorar o desempenho ambiental?

4.2 Cuidar do meio ambiente é uma consideração importante para os clientes?

4.3 Os clientes influenciaram na decisão da adoção do biodigestor? De que forma?

5 Pressão do fornecedor do biodigestor: Na sua opinião,

5.1 Para qual empresa você vendeu o primeiro biodigestor? Como a empresa ficou sabendo do

biodigestor? Quem tomou a decisão? Qual influência foi levada em consideração na tomada

de decisão? Ganho de eficiência? Ganho financeiro?

5.2 O primeiro a adotar é importante?

5.3 De onde veio a ideia de vender biodigestores? Quais são os benefícios que você

argumenta para a adoção do biodigestor?

5.4 Por que a empresa adota o biodigestor? Ela recebia multas? Tinha problemas com a

imagem ou queria se destacar? Recebia pressão dos vizinhos ou da sociedade? Como foi

adotado? Alguém adotou antes?

5.5 Depois do primeiro a adotar, as demais empresas adotaram por quê? Elas pediram dados

da que adotou primeiro? Visitaram o primeiro adotante? Adotaram por que alguma empresa

que adotou antes era importante ou referência no mercado?

5.6 As empresas que não adotam o biodigestor, o que alegam? Elas têm contato com as

empresas que adotaram? Qual a sua percepção?

QUAL É O FATOR DETERMINANTE NA ADOÇÃO DO BIODIGESTOR?

ROTEIRO DE ENTREVISTA – ÓRGÃO REGULADOR AMBIENTAL

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223

FATORES TECNOLÓGICOS:

1 Custo da adoção: Na sua opinião,

1.1 Já fizeram autuações? São públicas? Você saberia dizer o valor das multas relacionado aos

principais problemas encontrados nas empresas da região?

1.2 Por que, mesmo com o biodigestor em pleno funcionamento, algumas empresas reservar

parte da lenha ou compram um pouco de lenha para ser queimada na fornalha e gerar energia

térmica?

1.3 Que outros danos ambientais uma empresa que não adota o biodigestor pode causar? Qual

o custo por não adotar? Como têm solucionado? Você poderia citar alguns exemplos?

2 Complexidade: Na sua opinião,

2.1 Como é realizada a fiscalização antes e depois do biodigestor considerando as diversas

empresas existentes na região? De que forma?

2.2 Quais são os principais problemas ambientais relacionados à produção da região

(mandioca, suínos e aves)?

2.3 Que mudanças você observou nas empresas adotantes? Elas se tornaram mais receptivas?

Por quê? E as não adotantes?

2.5 Todas as empresas da região que vocês fiscalizam adotaram o biodigestor?

2.6 As empresas que não adotaram o biodigestor, o que alegam? Qual a sua percepção?

2.7 Como funciona o acordo de auto monitoramento do efluente?

3 Compatibilidade: Na sua opinião,

3.1 Integrar o biodigestor na cadeia produtiva da empresa resolve os problemas ambientais

que eram causados? De que forma?

3.4 O fato de implementar o biodigestor ocasionou alguma mudança na fiscalização?

3.5 Em que outras culturas do agronegócio o biodigestor foi implantado? Você pode citar

alguns casos de sucesso e de fracasso e por que alguns obtiveram sucesso enquanto outros

fracassaram?

4 Vantagem relativa: Na sua opinião,

4.1 Quais os benefícios econômicos e ambientais que o biodigestor proporciona?

4.2 Esses benefícios melhoram a imagem da empresa? De que forma?

4.3 Esses benefícios trazem reputação e legitimidade para empresa? Como?

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224

FATORES ORGANIZACIONAIS:

1 Qualidade dos recursos humanos: Na sua opinião,

1.1 Quais são os conhecimentos necessários para atuar como fiscal do meio ambiente? Quais

são os objetos de fiscalização sujeitos a autuações?

1.2 Quais regiões são fiscalizadas pela equipe do órgão ambiental?

1.3 Qual a estrutura básica que o órgão tem para realizar as fiscalizações? Requer

funcionários altamente especializados?

1.4 Quantas pessoas participam da fiscalização?

2 Suporte organizacional: Na sua opinião,

2.1 A alta administração incentiva os funcionários a aprenderem sobre preservação do meio

ambiente?

2.2 A alta administração pode ajudar os funcionários a lidar com questões ambientais?

2.3 Sua empresa fornece recursos para os funcionários aprenderem o conhecimento

ambiental?

FATORES AMBIENTAIS:

1 Incerteza ambiental: Na sua opinião,

1.1 Você acredita que adotar o biodigestor é uma decisão, das empresas adotantes, para se

manterem atuantes no mercado? Por quê?

1.2 Que outros órgãos ambientais da região realizam as fiscalizações e autuações?

2 Suporte governamental: Na sua opinião,

2.1 O governo fornece algum apoio ou incentivo financeiro para a construção e operação do

biodigestor? De que forma?

2.2 O governo ajuda na formação de mão de obra com habilidades no biodigestor?

2.3 O governo fornece assistência técnica para o biodigestor?

3 Pressão regulamentar: Na sua opinião,

3.1 O governo define regulamentos ambientais para inovações verdes?

3.2 De que forma os órgãos ambientais exigem que a empresa se adeque aos regulamentos

ambientais?

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225

3.3 Por que as empresas passaram a adotar uma tecnologia limpa? A que você atribui essa

busca pelo biodigestor? Houve pressão, por parte do governo, para adotar uma inovação verde

de tecnologia limpa e preservação do meio ambiente? Quais foram as pressões? De que forma

foram aplicadas?

3.4 Houve pressão, por parte da comunidade circunvizinha, para que a empresa se adequasse

às normas ambientais? Por quê?

3.5 O primeiro a adotar é importante? Por quê?

3.6 Por que a empresa adota o biodigestor? Ela recebia multas? Tinha problemas com a

imagem ou queria se destacar? Recebia pressão dos vizinhos ou da sociedade?

3.7 Depois do primeiro a adotar, as demais empresas adotaram por quê? Elas pediram dados

da que adotou primeiro? Visitaram o primeiro adotante? Adotaram por que alguma empresa

que adotou antes era importante ou referência no mercado?

3.8 As empresas que não adotam o biodigestor, o que alegam? Elas têm contato com as

empresas que adotaram? Qual a sua percepção?

QUAL É O FATOR DETERMINANTE NA ADOÇÃO DO BIODIGESTOR?

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226

APÊNDICE IV – CONSTRUTO – AUTORES – MARCO TEÓRICO

Matriz de Amarração – Construto – Autores – Marco Teórico

Construto Autores Definição Teórica do Construto e Marco Teórico

1 Custo da adoção

Bhatnagar &

Gopalaswamy

(2017); Cooper &

Zmud (1990);

Glavee-Geo et

al.(2017); Gupta &

Arora (2017);

Iacovou, Benbasat

& Dexter (1995);

Makanyeza (2017);

Rogers (1962);

Tariq et al. (2017);

Torantzky & Klein

(1982)

Os custos de adoção incluem os recursos financeiros e humanos

necessários para implementar e usar inovações verdes. Os

custos têm sido postulados há muito tempo como uma barreira

para a adoção de inovações. No entanto, alguns pesquisadores

argumentam que altos custos de adoção podem motivar os

adotantes da inovação a tratar a inovação mais seriamente e

implementá-la mais ativamente, a fim de tornar a inovação mais

econômica. Infelizmente, ainda há falta de evidências empíricas

para esse argumento, porque estudos anteriores sobre adoção da

inovação ainda não levaram em conta os custos de adoção.

2 Complexidade

Boiral (2002); Ho,

Lin & Tsai (2014);

Rogers (1962);

Tornatzky & Klein

(1982); Szulanski

(1996)

Complexidade é o grau em que uma inovação é percebida como

relativamente difícil de entender e usar. Isso aumentará a

dificuldade na transferência de conhecimento e na difusão da

inovação e, em geral, é hipoteticamente relacionado à difusão

da inovação. Inovações verdes incorporam conhecimento tácito

e explícito. O conhecimento tácito pode ser inerente à

identificação de fontes de poluição, reagindo rapidamente a

derramamentos acidentais e propondo soluções preventivas.

Isso leva à ambiguidade das práticas. A ambiguidade é um

grande obstáculo à transferência das melhores práticas dentro de

uma empresa. Uma empresa está apta a implementar inovação

quando o conhecimento é compartilhado facilmente dentro da

organização. O compartilhamento eficiente de conhecimento

pode levar a melhores capacidades inovadoras em termos de

aprendizado de ordem superior e, consequentemente, pode

melhorar o desempenho organizacional, incluindo a eficácia da

gestão ambiental. Uma inovação verde com alta complexidade

contém muito conhecimento tácito que requer esforços

laboriosos para aprender e difundir. A dificuldade em aprender

e compartilhar conhecimento tácito torna relativamente difícil

infundir uma inovação verde.

3 Compatibilidade

Dupuy (1997);

Etzion (2007);

Rogers (1962)

Compatibilidade é o grau em que uma inovação é percebida

como sendo consistente com os valores, experiências e

necessidades existentes das empresas. A compatibilidade é

relevante para a difusão da inovação verde. Como várias

inovações verdes são adições às tecnologias e processos atuais

das empresas, a difusão de inovações verdes não é um evento

único, mas pode ser descrita como um processo de acumulação

e integração de conhecimento. Inovações verdes que são mais

compatíveis com as tecnologias e processos atuais de uma

empresa serão mais facilmente difundidas dentro da

organização. Um estudo da indústria química orgânica de

Ontário, encontrou apoio para a noção de que inovações que são

adições à tecnologia existente, como equipamentos de redução,

são mais prováveis de adotar do que tecnologias mais difíceis

de incorporar no processo de produção. O ajuste entre

experiências anteriores e ações ambientais pode gerar uma

maior eficácia ambiental. Para diminuir possíveis objeções

contra a adoção de inovações verdes, uma empresa terá mais

probabilidade de implementar uma inovação verde que seja

mais compatível com o atual conhecimento operacional da

empresa.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

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227

Matriz de Amarração – Construto – Autores – Marco Teórico – continuação

Construto Autores Definição Teórica do Construto e Marco Teórico

4 Vantagem relativa

Del Rio (2005);

Etzion (2007); Hart

(1995); Rogers

(1962); Tornatzky

& Klein (1982)

Vantagem relativa é a percepção de que uma inovação é mais

vantajosa que sua ideia substituta. Os benefícios percebidos

podem ser medidos em termos econômicos e sociais, como

conveniência e satisfação. É mais provável que as empresas

implementem uma tecnologia capaz de proporcionar melhor

desempenho e maiores ganhos econômicos do que as outras

tecnologias. A vantagem relativa está positivamente relacionada

à difusão da inovação. Potenciais benefícios organizacionais das

inovações verdes incluem redução de consumo de energia e

recursos naturais, redução de desperdício e emissão de

poluentes, melhor desempenho ambiental e financeiro e maior

responsividade à expectativa socioambiental. Em um estudo da

indústria de papel e celulose espanhola, sugere-se que as

vantagens econômicas e financeiras são características

tecnológicas importantes que influenciam a adoção de

tecnologias limpas. Os benefícios líquidos percebidos que a

inovação verde oferece servirão como fatores determinantes

para as empresas implementarem a inovação verde.

Pesquisa - Parte 2: Fatores Organizacionais

Construtos Autores Definição Teórica do Construto e Marco Teórico

5 Qualidade dos recursos

humanos

Christmann (2000);

Del Brio &

Junquera (2003);

Fichman &

Kemerer (1997);

Hart (1995); Ho,

Lin & Tsai (2014);

Judge & Elenkov

(2005); Russo &

Fouts (1997);

Szulanski (1996);

Tornatzky et al.

(1990)

A qualidade dos recursos humanos é um fator essencial que

influencia a difusão da inovação. Recursos humanos

qualificados são úteis para difundir inovações por causa de suas

capacidades de aprendizado competentes. A implementação de

inovações verdes é um processo complexo que exige

coordenação interdisciplinar e mudanças significativas no

processo de operação existente. É intensivo em recursos

humanos e depende do desenvolvimento e treinamento de

habilidades tácitas através do envolvimento dos funcionários.

Uma empresa com maior capacidade inovadora terá maior

probabilidade de implementar com sucesso uma estratégia

ambiental avançada. A falta de capacidade de absorção do

receptor é uma das principais barreiras à transferência de

conhecimento técnico dentro de uma empresa. Para superar as

barreiras de conhecimento para a adoção de inovações verdes,

os funcionários precisam de treinamento extensivo e

especializado para aprender os princípios subjacentes à

inovação. Os funcionários com capacidades de aprendizado

competentes estarão aptos a aumentar sua capacidade de

absorção por meio de programas de treinamento que podem

promover a adoção de inovações verdes.

6 Suporte organizacional

Christmann (2000);

Damanpour &

Schneider (2006);

Del Brio &

Junquera (2003);

Etzion (2007);

Frambach &

Schillewaert

(2002); Gonzalez-

Benito &

Gonzalez-Benito

(2006); Jeyaraj et

al. (2006); Judge &

Elenkov (2005);

Lee, Lee & Kwon

(2005); Rogers

(1962); Zhu et al.

(2006)

O suporte organizacional é a medida em que uma empresa ajuda

os funcionários a usar as inovações verdes. Incentivar a difusão

da inovação e garantir a disponibilidade de recursos financeiros

e técnicos para a inovação têm efeitos positivos na

implementação da inovação. Para o desenvolvimento da gestão

ambiental, o apoio organizacional é essencial, pois os

funcionários serão motivados a implementar o comportamento

ecológico e os recursos necessários para a adoção de inovações

verdes estarão mais facilmente disponíveis. Além disso, a alta

gerência desempenha um papel essencial no suporte

organizacional. Muitas inovações verdes exigem a colaboração

e coordenação de diferentes departamentos e divisões durante o

processo de difusão. Para garantir uma difusão bem-sucedida,

as iniciativas verdes são geralmente endossadas e incentivadas

pela alta administração. A tarefa central da alta gerência é obter

recursos e montá-los em capacidades organizacionais para que a

empresa seja capaz de implementar inovações verdes para obter

vantagem competitiva ambiental.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

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228

Matriz de Amarração – Construto – Autores – Marco Teórico – continuação

Pesquisa - Parte 3: Fatores Ambientais

Construtos Autores Definição Teórica do Construto e Marco Teórico

7 Incerteza ambiental

Aragon-

Correa &

Sharma

(2003);

Damanpour

(1991); Gupta

&

Govindrajan

(1991);

Kimberly &

Evanisko

(1981); Li &

Atuahene-

Gima (2002);

Rothenberg &

Zyglidopoulos

(2007); Zhu &

Weyant

(2003)

A incerteza ambiental refere-se a mudanças

frequentes e imprevisíveis nas preferências dos

clientes, no desenvolvimento tecnológico e no

comportamento competitivo percebido pelos

gerentes. Ele tem sido visto como a

característica ambiental mais relevante que afeta

a tomada de decisão de uma empresa. Gerentes

que enfrentam ambientes de negócios incertos

tendem a ser mais proativos e usam estratégias

mais inovadoras do que os gerentes em

ambientes menos turbulentos. Sob alta incerteza

ambiental, as empresas tentarão coletar e

processar informações com frequência e rapidez

para lidar com mudanças ambientais e também

tendem a dedicar mais esforços à inovação e

aumentar a taxa de inovação para manter uma

vantagem competitiva. A implementação de

inovações verdes pode ser considerada como um

processo de inovação técnica que pode melhorar

o desempenho ambiental de uma empresa. As

empresas são mais propensas a investir em

recursos para implementar inovações verdes

para gerar a capacidade de melhorar o

desempenho ambiental em ambientes incertos.

Espera-se que a adoção de inovações verdes

esteja positivamente associada à percepção de

incerteza ambiental.

8 Suporte governamental

Aragon-

Correa &

Sharma

(2003); Lee

(2008);

Rothenberg &

Zyglidopoulos

(2007);

Scupola

(2003);

Tornatzky et

al. (1990)

O apoio governamental é um fator ambiental

relevante que influencia a inovação técnica. Os

governos podem promover a inovação técnica

por meio de várias políticas encorajadoras, como

incentivo financeiro, recursos técnicos, projetos-

piloto e incentivos fiscais. A implementação de

inovações verdes depende, em certa medida, da

disponibilidade de recursos externos. A grande

quantidade de recursos no ambiente de negócios

aumenta o grau de engajamento da empresa na

gestão ambiental. O governo pode aumentar a

munificência fornecendo subsídios

governamentais ou incentivos fiscais para

tecnologias alternativas de energia,

financiamento bancário a taxas mais baixas para

tecnologias amigas do ambiente e menores

prêmios de seguro para menores riscos

ambientais. Em um estudo de pequenas e médias

empresas coreanas, também sugere que o apoio

governamental em iniciativas verdes tem uma

influência positiva na disposição da empresa em

participar da cadeia de suprimento verde.

Espera-se uma associação positiva entre adoção

da inovação verde e apoio governamental.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

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229

Matriz de Amarração – Construto – Autores – Marco Teórico – continuação

9 Pressão regulamentar

10 Pressão do cliente

11 Pressão do fornecedor do

biodigestor

Buysse & Verbeke

(2003); Christmann

(2004); Etzion

(2007); Gonzalez-

Benito &

Gonzalez-Benito

(2006); Lee (2008);

Sharma &

Henriques (2005);

Wong & Fryxell

(2004); Dimaggio

& Powell (1983);

Machado-da-Silva,

Fonseca &

Crubellate, 2010;

Oliver, 1991; Scott,

2014

As partes interessadas (stakeholders) são indivíduos ou grupos

que afetam as atividades de uma empresa e também são

afetados pelas atividades da empresa. A pressão das partes

interessadas é considerada como o fator mais importante que

influencia a estratégia ambiental de uma empresa. De acordo

com a teoria dos stakeholders, as organizações realizam

atividades para satisfazer seus principais stakeholders. Entre

vários grupos de partes interessadas, os clientes e os reguladores

são vistos como os stakeholders mais importantes de uma

empresa. Pesquisas revelam as relações positivas entre as

atividades ambientais das empresas, pressão regulatória, do

cliente e do fornecedor.

Dimaggio e Powell (1983) refinam o conceito de Isomorfismo

organizacional e identificam três mecanismos através dos quais

mudanças institucionais isomórficas aconteceriam: coercitivos

(influências políticas e de problemas de legitimidade),

miméticos (em um ambiente de incertezas, as organizações

podem se modelar espelhando se em outras) e normativos

(esforço coletivo de membros de uma determinada ocupação

para definir condições e métodos de trabalho com fins de

controlar a elaboração de procedimentos e de estabelecer um

padrão para obter a legitimação).

Inseridas em um ambiente dinâmico e em constantes

transformações, as organizações contemporâneas precisam

manter-se atualizadas, de forma a responderem

estrategicamente às pressões institucionais recebidas do

governo, clientes, órgãos públicos, sociedade, e de seu próprio

segmento para a institucionalização de práticas sustentáveis e o

alcance de novos mercados na arena global.

O impacto das instituições nas organizações tem conferido à

Teoria Institucional o ponto de partida para numerosos estudos

que sugerem para as decisões organizacionais moldes a partir de

significados sociais e valores socialmente construídos, cujo

objetivo central é assegurar legitimidade ou conformidade às

normas e aos padrões institucionais estabelecidos. As normas e

padrões institucionais fazem com que as organizações passem a

condicionar, ou mesmo determinar, as suas escolhas

estratégicas em virtude das pressões sofridas no ambiente

institucional.

12 Primeiro Adotante

Grover, Purvis &

Segars (2007);

Rogers (1962);

Zhu, Sarkis & Lai

(2012)

Próximos aos inovadores estão os adotantes iniciais ou

primeiros adeptos. Têm como característica o perfil de serem

líderes de opinião. Sua aprovação de inovação que tem como

objetivo transpor o abismo para que o novo produto ou

inovação chegue aos demais perfis. Assim que atingido esse

resultado não haverá a lacuna entre os formadores de opinião da

grande maioria das pessoas.

A adoção de uma inovação verde geralmente envolve o

comprometimento de recursos para a implementação desta

inovação, melhorando a produtividade e o desempenho

ambiental. Neste ponto, os benefícios da inovação podem ser

percebidos pelos primeiros adotantes. Agindo cedo em relação

aos pares, o primeiro adotante estabelece melhorias pioneiras de

custo e serviço, permitindo-lhe obter maiores ganhos de

desempenho. Na prática, isso significa que esses primeiros

adotantes usufruem dessas inovações iniciais, enquanto obtêm

benefícios substanciais.

Fonte: Dados da pesquisa (2019).

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230

ANEXO I – PASSO A PASSO – BIBLIOMETRIA

Procedimentos para pesquisa bibliométrica Elaborado por Luiz Guerrazzi- out/2014 a partir de versão inicial de Bernardo Serra. (v. jun2015)

Download gratuito do Bibexcel e exercícios iniciais -+

http://homepage.univie.ac.at/juan.gorraiz/bibexcel/index.html

1 – WEB OF SCIENCE (WoS) ou Scopus

• Acessar pela biblioteca digital da Uninove

o Selecionar base de dados / multidisciplinar / WoS / Scopus

• Acesso alternativo: www.isiknowledge.com

• Busca:

o Selecionar em que campo realizar a pesquisa:

• Opções: tópico, autor; grupo de autores, editor, nome da publicação,

DOI, ano de publicação, endereço (ver nota 1).

• “topic”: busca a palavra-chave no título, abstract e KW.

o Inserir palavras para a busca.

• Há opções para truncamento (nota 2).

• Podem ser usados condicionantes booleanos (And, Or, Not), (3).

• “*” na palavra-chave: busca serve para todas as variações da palavra a

partir do asterisco.

o Selecionar limites da pesquisa.

• Opções: ano e base de dados das citações, sugere-se deixar todas

marcadas.

• Campo de estudo

2 – Opções para refinar resultados

• Opções: áreas de pesquisa, tipos de documentos, autores, editores, títulos da fonte,

título da conferência, ano de publicação, idiomas, países/territórios.

3 – Salvar a pesquisa

• Identificar os artigos que serão selecionados. Clicar em “Adicionar à lista marcada”,

depois seguir uma das opções:

a. Marcar individualmente (quadro à frente de cada artigo) ou

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231

b. “Todos da página” (quadro no alto, à esquerda da página), ou

c. No comando “adicionar à lista marcada”, máximo de 500 registros por vez, especificar

seleção dos artigos escolhidos;

• Observar campo “lista marcada” para quantidade de registros adicionados.

a. Registros com já estão na lista.

• Clicar em “lista marcada”:

a. Selecionar “Principal Coleção do WoS”;

b. Sugestão para marcar os campos:

i. Resumo;

ii. Referências citadas;

iii. Palavras chave.

• Exportar os registros:

a. Selecionar email;

b. Informar endereço no campo “Até”.

• Legenda do arquivo gerado (padrão SSCI – Social Science Citation Index)

PT J = Inicia um artigo

ER = Encerra o artigo

EF = Encerra arquivo geral

AU = Autores (sobrenome e 1º letra do nome) AF

= Autores (sobrenome e 1º nome)

TI = Titulo

LA = Idioma

DT = Tipo do trabalho

AB = Resumo

DE = Palavras Chave do AUTOR ID =

Palavras Chave do WoS

BP = Página inicial do artigo EP

= Página final do artigo PY =

Ano

VL = Volume

IS = Edição

SO = Periódico

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232

C1 = Instituição e País

CD ou CR = Referências

4. Pré-procedimentos – Bibexcel

• Copiar arquivo gerado do email, selecionando de PT J até EF e colar no programa

bloco de notas;

i. Sempre deve iniciar com PT J e terminar com ER. A seleção toda termina com EF.

ii. Não há espação no final entre ER e EF.

• Salvar com nome de até 15 letras (.txt);

• Em pesquisas com mais de 500 artigos os arquivos resultantes devem ser

integrados do seguinte modo, exemplo para pesquisa com 1500 artigos:

i. No arquivo 1 (do artigo 1 ao 500) as letras EF ao fim do arquivo devem ser apagadas;

ii. No arquivo 2 (do 501 ao 1000) o conteúdo deve ser colado ao final do arquivo 1.

Apagar as letras EF do final;

iii. No arquivo 3 (1001 a 1500) colar conteúdo no final do arquivo 1;

5. Bibexcel (para Scopus ver nota 6)

• Abrir Bibexcel;

• Selecionar pasta e clicar no arquivo .txt da pesquisa, em seguida em “View file”;

• Visualizar o conteúdo na caixa “The list”;

• Ir em “Misc” na barra superior de comando:

i. “Convert to dialog...”;

ii. Clicar em “Convert from Web of Science”;

iii. Clicar em “Plain text”, OK, SIM;

iv. Foi gerado um arquivo .doc, como mostrado na caixa “The box”;

• Selecione o arquivo .doc gerado e clique em “View file”;

• Inserir em “Old tag” a legenda referente ao campo a ser selecionado (para

pesquisas em citação e co-citação, CD (mais comum) ou CR, dependendo do campo

constante no .doc);

• Em “Select field to be analysed...”, optar por “Any ; separated field”, a seguir

clicar em “Prep”, depois em OK e Sim.

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233

i. Será gerado arquivo .out (relação das referências por artigo, para toda a amostra)

ii. .out para .1st – edit out files > keep only authors first initial

iii. .1st para .low – edit out files > convert upper lower case > good for cited references

strings

• No campo “Frequency distribution” marcar “Sort descending”.

i. Na barra branca selecionar a opção “Whole string”;

ii. Clicar em “Start” e OK;

iii. Será gerado arquivo .cit;

• Selecionar o arquivo .cit e clicar em “View file”.

i. Em “The list” aparecerá conteúdo do arquivo com a frequência de ocorrência da

informação solicitada em ordem decrescente;

ii. Correção do .out – ver nota 4;

1. Outra opção e mais simples é corrigir o .cit diretamente nele, “ajustando” o número de

citações pela análise do próprio arquivo.

2. Selecionar as linhas que com deseja fazer a pesquisa (incluir algumas linhas a mais).

Pintar a seleção e colocar o arquivo todo em ordem alfabética. Procurar as linhas pintadas e

analizar nas

proximidades dela se há alguma ocorrência similar, mas que não foi utilizada pelo Bibexcel.

Não salvar com a opção que transforma

para formato excel (xlsx), formato .cit deve ser mantido.

6. Geração da Matriz de cocitação

• Na caixa “The list”, selecionar, no arquivo .cit (já corrigido), a amostragem que

fará parte da matriz – a quantidade de linhas selecionadas equivalerá às linhas e colunas da

matriz quadrada.

i. Ir para “Analyze” na barra superior;

ii. Depois em “Co-ocurrence”, clicar em “Select units via listbox”;

• Selecionar o arquivo .low mas não clicar em “View file”.

i. Ir para “Analyze” na barra superior;

ii. Depois em “Co-ocurrence”, clicar em “Make pairs via listbox”;

iii. Aparecerá uma caixa de diálogo, clicar em NÃO e, em seguida, em OK. iv. Será criado

um arquivo .coc;

• “View file” do arquivo .coc

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234

i. Em “Analyze” na barra superior, clicar em “List units in pairs”;

ii. Na caixa de diálogo, selecione OK;

iii. Será gerado um arquivo .ccc;

• “View file” do arquivo .ccc;

• Selecionar o arquivo .coc mas não clicar em “View file”;

i. Em “Analyze” na barra superior, clicar em “Make a matrix for MDS etc”;

ii. Nas caixas de diálogo, clicar sucessivamente em:

1. OK

2. NÃO

3. SIM

4. SIM

5. NÃO

6. Finalmente em OK

iii. Gerado arquivo .ma2 com a matriz que será utilizada no Excel. Todos os arquivos

gerados pelo Bibexcel são compatíveis com o Excel. Somatória das linhas ou colunas:

frequência individual de cocitação.

• Para cluster no Bibexcel, usar o arquivo .coc:

i. Analyse > co-occurence > cluster pairs ii. OK, SIM,

OK

iii. Deve ser usado o arquivo .per

7. Preparo da matriz

• Abrir o arquivo .ma2 no Excel;

• Inserir coluna antes da coluna “A”;

• Sugere-se editar os rótulos da linha “1”, mantendo apenas autor e ano, apagando

demais informações;

• Selecionar e copiar toda a linha “1”;

• Colar especial na coluna “A”, a partir da linha “1”, marcar a opção “Transpor”;

• Numa pesquisa de cocitação, a matriz indica quantidade de citações por par de

autores;

8. Ucinet / Pajek

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235

• Download do Ucinet em http://www.analytictech.com/ucinet/ - versão gratuita

para 90 dias. (Ucinet Quick Start Guide)

• Download do Pajek em http://vlado.fmf.uni-lj.si/pub/networks/pajek/ - versão

gratuita. (Pajek – Reference Manual e Mapping Science Using Bibexcel and Pajek).

• Na página inicial:

i. Clicar em “Matrix spreadsheet editor”;

ii. Abrirá um editor de tabelas onde há todo o conteúdo da tabela contendo a matriz;

iii. Se o número de linhas e colunas for inferior a 30, ajustar pela opção

“Dimensions” o número de linhas e colunas;

iv. Marcar a opção “Symmetric”;

v. Abrir a matriz selecionando “Open”, escolher .xlsx como tipo de arquivo a ser aberto, e

posteriormente escolher o arquivo .xlsx originado do .ma2;

vi. Salvar a tabela, formato Ucinet.

• Novamente na página inicial:

i. Clicar em visualize > netdraw (Visualiza network with NetDraw”);

ii. Abrir o “NetDraw”;

1. Na barra de ferramentas, clicar em “Open Ucinetnetwork database”;

2. Na janela “Open data file”:

a. Selecionar tabela salva pelo Ucinet;

b. OK

3. Se necessário, gerar um arquivo editor de atributos com as variáveis relevantes para a

definição do atributo.

4. Possível editar o netdraw com a função properties.

9. SPSS – Procedimentos

• Mapa MDS (proxscal)

i. Abrir matriz .xls no SPSS;

ii. Ir em “Analisar”, “Escala”, “Proxscal”;

iii. Definir com os parâmetros padrão;

iv. Passar todos os rótulos de linhas para “Proximidades”;

v. Em “Modelo” :

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236

1. Marcar: “Matriz completa”, “Similaridades”, “Intervalo”;

2. Clicar em “Continuar”;

vi. Em “Opções”:

1. Marcar “Torgerson”;

2. Clicar em “Continuar”;

3. Clicar em OK para obtenção da matriz de proximidades.

• Análise fatorial

i. Com a matriz aberta no SPSS;

ii. Na barra superior ir em Analisar > Redução de dimensão > Fator; iii. Passar todos

os rótulos para “Variáveis”, com exceção de V1...Vn; iv. Em “Rotação”, selecionar

“Varimax” e clicar em “Continuar”;

v. Em “Extração”, selecionar “Diagrama de sedimentação” e “Continuar”;

vi. Clicar em OK para rodar a análise fatorial;

vii. Verificar o “Scree plot”;

viii. Rodar novamente com a nova quantidade de fatores, com base no scree plot.

ix. Definir quantidade de fatores em Analisar > Redução de dimensão > Fator

> Extração

Notas

1 – Campos de busca

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2 – Opções de Truncamento

3 – Booleanos

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4 – Correção do arquivo.out utilizando o arquivo.cit (ver alternativa mais simples no item 5)

Sugere-se analisar arquivo .cit antes de prosseguir.

• Abrir arquivos .cit e .out no Excel; • No .cit: selecionar linhas (número de citações e autores) com que a pesquisa

seguirá;

• Mudar cor das células que foram as referências selecionadas (no arquivo .cit). • Inserir linha antes da linha 1 e colocar autofiltro do excel; • Classificar o arquivo .cit em ordem alfabética por autor (por meio da inserção

de autofiltro ou por “Dados/classificar/A-Z”).

• Analisar se há ocorrências não coloridas que deveriam estar contidas nas

observações coloridas.

• Corrigir o motivo no arquivo .out já previamente ordenado em ordem

alfabética. Principais motivos dessas ocorrências são abreviaturas diferentes para mesmas

observações (autor/artigo/journal).

• Voltar o .out para seu formato original – sem autofiltro e ordenado por artigo. • Voltar para o procedimento 5 (Bibexcel), mantendo o novo .cit no “View file”; • Prosseguir para geração de novo .cit, que será criado com agrupamento

corrigido de citações/autores.

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5 – Sequência geral Pesquisa WoS -+.txt -+ .doc -+ .out -+ .1st -+ .low -+.cit -+ .coc -+ .ccc -+ .ma2 -+ xlsx

-+ SPSS -+Ucinet/Pajek .coc -+ .per -+ cluster no Bibexcel 6 – Para arquivos do Scopus, usar em MISC: Convert from scopus RIS format. Em algumas

vezes é solicitado para incluis “carriadge return”, basta seguir os passos que o Bibexcel

indica.

7 – Caso a pesquisa seja feita no WoS e Scopus, as bases podem ser unificadas no arquivo

.out, tomando cuidado com a duplicidade de artigos e usando a primeira coluna, número de

ordem do artigo para a eliminação dos duplicados.

Referências

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Ucinet guide - http://faculty.ucr.edu/~hanneman/nettext/