Os desafios enfrentados pelos professores
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Os desafios enfrentados pelos professores
A matéria “Gaúchos distantes da escola ideal”, publicada no jornal Zero Hora (08/04), dá
conta de algo que os profissionais da educação já constataram há muito tempo, o descaso
com o setor, a falta de infraestrutura das escolas públicas do nosso Estado e leis que não
dão o devido regulamento a esta atividade essencial à sociedade. Na verdade, as regras já
foram aprovadas pelo Conselho Estadual de Educação (CEED), sem que haja, até agora, no
entanto, segundo a presidente do Conselho, Cecília Farias, “qualquer projeto sendo
colocado em prática para mudar essa situação”.
Há inúmeras discrepâncias entre o ideal e a realidade. Aliás, estamos muito longe do
ideal. Vamos aos exemplos: Para a Educação Especial, há um decreto nacional que prevê o
acesso universal a alunos especiais. Contudo, são raras as escolas que possuem
acessibilidade universal. “Falta investimento para a adaptação nas unidades”, afirma a
diretora pedagógica da SEC (Secretaria de Educação), Sônia Balzano.
Assim como a filosofia e sociologia, a língua espanhola e a Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) passaram a ser obrigatórias no ensino médio, mas como o Estado tem dificuldade
para contratar professores até de Português, Matemática e Geografia, imaginemos a
dificuldade para a contratação para essas outras áreas. Outra determinação é a criação do
ensino à distância para o ensino médio, todavia não há nenhum curso EAD atualmente na
rede pública estadual. Nem sequer projetos.
A mais polêmica resolução, no entanto, diz respeito a travestis e transexuais. O parecer
aconselha as escolas a adotar o nome social escolhido pelo aluno. “Trata-se de uma vitória
para que as escolas dêem atenção às diferenças”, afirma Cecília Farias. O próprio CEED
orienta os professores a tratar os alunos pelo nome que ele escolheu. Outro problema está
no acesso à educação infantil : há uma necessidade de mais investimentos nesse setor.
Observando estes fatos não fica difícil entender por que o Rio Grande do Sul ocupa a
vergonhosa 20° posição no que tange ao acesso à Educação Infantil no país, atendendo
apenas 36% das crianças abaixo de cinco anos, segundo o IBGE. São muitos os problemas.
Isso tudo sem falar na desvalorização profissional do professor, dos problemas encarados
em sala de aula com alunos carentes, ausência de centros de informática nas escolas e de
outros suportes básicos essenciais ao bom termo da atividade de educação.
Diante deste quadro de dificuldades e desafios, há que se prestar tributo e
reconhecimento ao profissional de educação, representante maior do ato de ensinar, o
professor, alguém que luta contra tudo e contra todos para realizar o seu trabalho, por
vezes nas condições mais adversas possíveis. Não podemos depender, contudo, a vida
inteira do altruísmo e abnegação de uma classe que possui amor ao que faz, mas necessita,
mais do que nunca, de condições de trabalhos dignas e adequadas. Senão, vejamos: como
iremos edificar, através das gerações futuras, um país que nos orgulhe e seja referência
mundial no conserto das nações? Certamente com estradas, indústrias, exportações, etc,
mas, sobretudo, com educação de qualidade, a mola mestra impulsionadora da construção
do capital humano e da própria sociedade.