OS DESAFIOS DO MERCADO PARA FIDELIZAR CLIENTES MEIRELLES GUIMARÃES.pdf · 5 RESUMO “Os desafios...
Transcript of OS DESAFIOS DO MERCADO PARA FIDELIZAR CLIENTES MEIRELLES GUIMARÃES.pdf · 5 RESUMO “Os desafios...
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
OS DESAFIOS DO MERCADO PARA FIDELIZAR
CLIENTES
Por: Edward Meirelles Guimarães
Orientador
Prof. Sérgio Majerowicz
Rio de Janeiro
2007
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
OS DESAFIOS DO MERCADO PARA FIDELIZAR
CLIENTES
Apresentação de monografia à
Universidade Cândido Mendes como
requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em pós-
graduação.
Por: Edward Meirelles Guimarães
3
AGRADECIMENTOS
A Deus que permitiu que eu
chegasse até aqui com todas as
dificuldades encontradas.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, meu irmão, minha
namorada, minha família, meus
amigos, aos professores que tive na
vida e a todas as pessoas que me
ajudaram a chegar até aqui.
5
RESUMO
“Os desafios enfrentados pelo mercado na busca pela clientela fixa” e um trabalho
onde será abordado o conceito de Marketing de Relacionamento levando em
consideração o papel do cliente e as técnicas, as estratégias e as ferramentas do
processo de fidelização de clientes. Desse modo, o objetivo deste trabalho é
analisar e identificar as questões relativas ao marketing de relacionamento,
enfocando principalmente as definições e as estratégias de fidelização de clientes.
Em um ambiente caracterizado por uma economia emergente, transformações
constantes, mercado turbulento e globalizado e além de tudo, clientes cada vez
mais exigentes. As empresas precisam identificar fatores relevantes para o
sucesso organizacional. Desse modo, realizamos pesquisas em livros, revistas e
textos que nos revelaram que através do Marketing de Relacionamento, como um
instrumento de fidelização, tornando-se possível conquistar e reter cada vez mais
um número maior de clientes e desta forma, estabelecer um ‘feeling’ crescente
desses e a empresa mantendo sua lealdade e auferindo lucros para esta a qual
procura um custo cada vez menor.
Palavras-Chave: Marketing, cliente, fidelização de clientes.
6
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Como fontes, serão
utilizados artigos e bibliografia referente temática abordada. Depois de coletados
os dados, serão analisados adequadamente, dando seguimento à redação
monográfica.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – A História 09
CAPÍTULO II – O Mercado 14
CAPÍTULO III – O Posicionamento 22
CAPÍTULO IV – Produto 29
CAPÍTULO V – Comunicação 39
CONCLUSÃO 46
BIBLIOGRAFIA 47
ANEXOS 48
FOLHA DE AVALIAÇÃO 53
8
INTRODUÇÃO
Com a globalização do mercado, as organizações têm que ter atenção
redobrada com os clientes que estão cada vez mais exigentes, pois, a cada dia
aparecem novas tecnologias e novos tipos de produtos a serviços. Em função
disso, conhecer estratégias que garantem a manutenção e a lealdade dos clientes
se faz cada vez mais necessária.
Os objetivos desse trabalho são: Analisar a importância da clientela fixa
para o crescimento do mercado; apontar estratégias que proporcionem um
aumento na adesão da clientela perante este mercado.
Neste sentido, algumas questões se colocam: Qual a importância da
clientela fiel para o crescimento do mercado? Quais as estratégias necessárias
para promover um aumento na adesão da clientela?
Desta forma, abordaremos no primeiro capítulo as definições e principais
teorias de marketing de relacionamento.
Quando se fala de marketing de relacionamento, necessariamente
menciona-se os clientes, imprescindíveis neste contexto, pois , de modo geral
cliente é aquele que compra os produtos das empresas, sendo ele a base de
qualquer negócio, é a razão deste trabalho. Entende-se marketing como a arte de
vender produtos, porém, a sua meta principal de fato é tornar o esforço de venda
supérfluo. Busca-se na verdade o máximo de conhecimento sobre o cliente para
que o produto ou serviço acabe se adaptando ao seu gosto e se venda por si só.
Deste modo, o segundo capítulo constará de indagações a respeito do
cliente, seu perfil e o que representa para as organizações.
Recentemente a fidelização de clientes tem sido abordada por um número
significativo de pesquisadores. Cliente fiel é aquele que volta sempre a
organização por estar plenamente satisfeito com o produto ou com o serviço. A
fidelização nada mais é que o processo pelo qual o cliente se torna fiel.
Deste modo, no terceiro capítulo, serão apresentados os conceitos de
fidelização e de algumas estratégias, técnicas e ferramentas deste processo.
9
Justifica-se abordar o tema porque mais do que nunca é preciso que as
organizações se esforcem no sentido de fortalecer a relação com seus clientes. O
cliente fiel é mais barato e gera maiores oportunidades de negócio para a
empresa. Manter o cliente fiel à empresa por muitas vezes é difícil, mas ao mesmo
tempo essencial para sobrevivência da mesma.
CAPÍTULO I
ESTRUTURANDO UM CONCIETO DE MARKETING DE RELACIONAMENTO
Após o entendimento desses conceitos teóricos, pode-se definir marketing de
relacionamento a partir de alguns autores. Para Philip Kotler:
“Dentre todas as inúmeras definições existentes para
relacionamento com o cliente, podemos estabelecer uma
distinção entre definições sociais e gerenciais. Uma definição
social que serve a nosso respeito é: Marketing é um
processo social por meio do qual as pessoas e grupo de
pessoas obtêm aquilo de que necessitam e que desejam
com a criação, oferta e livre negociação de produtos e
serviços de valor com outros.
Pode se presumir que sempre haverá necessidade de
algum esforço de vendas, mas o objetivo do marketing de
relacionamento a tornar a venda supérflua. A meta é
conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou
serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o
marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí
basta o produto ou o serviço disponível”. ( PHILIP KOTLER
1981)
10
1.1 O QUE É MARKETING?
Atualmente, quando falamos de marketing, estamos nos referindo às
estratégias planejadas por uma empresa para colocação de um determinado
produto no mercado, com o intuito de atender e satisfazer as demandas e
necessidades de seu público-alvo, os clientes.
Todavia, para se a chegar essa definição de marketing, é preciso entender
que a mesma passou por várias etapas, que envolvem transformações em seu
próprio conceito e público em sua evolução histórica, econômica, social e cultural.
Foi no final da Segunda Guerra Mundial que a expressão “marketing” foi
criada. Nesse período havia um processo de reconstrução das economias dos
países europeus, particularmente daqueles que tiveram os sues territórios mais
afetados pelos conflitos armados.
Como foi liderada pelos EUA, é evidente que a reconstrução trouxe muitos
benefícios para as empresas norte-americanas, que puderam expandir suas
atuações para aqueles países.
Além do crescimento dessas organizações, nesse período surge também
um novo tipo de consumidor mais exigente, imediatista e com disposição para
aproveitar o melhor da vida por meio de consumos e serviços. Esse consumidor é
fruto das profundas transformações ocorridas na Europa no pós-gerra. O europeu
se torna consciente da futilidade da vida: ameaça de uma possível guerra nuclear
entre EUA e URSS o tornaria, por viver num território intermediário, em principal
vítima.
Essa nova consciência, que levou a grandes mobilizações na sociedade
civil, propiciou inclusive as movimentações culturais emergentes nos anos 50/60,
modificando padrões de vida e de consumo estabelecidos desde o começo do
século XX, os quais privilegiavam projetos de vida a longo prazo, visando a
acumulação de bens que seriam transmitidos para os seus herdeiros.
11
O novo homem surgido no pós-guerra valoriza mais o conforto, o bem-estar
e o gozo imediato da vida. E, são nos produtos decorrentes do progesso
tecnológico que ele encontra suporte para suas realizações.
Desse modo, as empresas passam a querer conhecer melhor esse novo
tipo de consumidor emergente, investigando suas motivações para compra. Por
outro lado as Universidades, percebendo uma nova demanda incorporam nos
seus cursos de negócios, disciplinas privilegiando pesquisa e análise dos clientes
e consumidores.
Com isso, no início dos anos 50 nascem as disciplinas empenhadas no
estudo de mercado, que no seu conjunto formam uma nova especialidade: a
mercadologia.
Como a expressão “mercadologia” era muito limitada para significar o
estudo de mercado, os acadêmicos passaram a usar o termo “marketing” que
tinha um aspecto mais abrangente por usar a palavra “market” com o sufixo “ing”
sinalizando que tudo que pudesse ser relacionado ao mercado estaria incluído no
marketing. Neste “tudo” estariam incluídos a pesquisa, o desenvolvimento de
novos produtos, a gerência de produtos , a logística de vendas, a precificação, o
controle de vendas, a propaganda etc.
Nos anos 60, Jerome Mccarthy apresentou o conceito dos 4 Ps, são eles:
Product (produto), Price (preço), Place (lugar ou ponto de venda) e Promotion
(promoção), caracterizando o “mix de marketing”. Os 4Ps formam a base que
compõe toda a estratégia de mercado de uma empresa.
1.2 - A HISTÓRIA DO MARKETING COM O RELACIONAMENTO
Todas as instituições, sejam elas organizadas com ou sem fins lucrativos,
têm nos 4PSs sua base de interação com o mercado. As adequações de
Produto/Serviço, de Preço/Remuneração, dos Pontos de Venda/Distribuição e da
Promoção/Propaganda às demandas e expectativas do mercado e seus
segmentos são preocupações fundamentais de qualquer organização.
12
Devido as transformações ocorridas no campo sociocultural em mercado,
principalmente a partir dos anos 80, os 4Ps sofreram uma transformação para
uma atualização mais abrangente passaram a ser assim definidos: Produtos,
Preços, Distribuição e Comunicação.
Para melhor entendimento sobre a definição de mrketing, é preciso analisar
alguns conceitos que formam as bases mercadológicas através de alguns
elementos-chave.
O primeiro ponto a se analisar são as necessidades, desejos e demandas
dos seres humanos.
Em toda a história da humanidade, o homem precisou de diferentes
elementos para sobreviver e se satisfazer, os quais são desde os mais vitais até
os mais supérfluos, porém acabam desenvolvendo a necessidade humana em
torno da satisfação básica.
Os desejos são carências por satisfações específicas que atendam as
necessidades, enquanto a demanda é a procura por produtos ou serviços
específicos que satisfaçam os desejos, apoiadas pela possibilidade de aquisição.
Desse modo, os profissionais de marketing procuram o todo momento
verificar as vontades humanas, criando desejos com apelos fortes e
influenciadores para fazer com que haja procura por aquilo que foi desenvolvido
pela empresa.
O segundo ponto a ser analisado está relacionado com o produto. Pode se
definir produto como sendo algo desenvolvido para satisfazer uma necessidade ou
desejo. Este pode ser subdividido em três níveis: bem físico, serviço, e uma idéia.
E um único produto pode conter esses três aspectos como fator comercial,
envolvendo-o de tal forma que possa transformá-lo de forma essencial ao
consumidor.
Por isso as empresas devem estar preocupadas não só em vender o bem
físico ao cliente, mas, tudo o que vem por trás dele. O importante no caso é criar
valor. Benefícios implícitos, muitas vezes servirão de apoio no momento da
13
decisão por parte do consumidor. Este decide o que vai comprar quando se
depara com o produto ou serviço que atenda sua necessidade e apresente um
maior número de elementos que o beneficiem.
Desta maneira valor, custo e satisfação tornam-se essenciais para qualquer
prática onde o valor é a estimativa que se tem de criar um conjunto de
necessidades, o custo está relacionado diretamente com a questão financeira, já
que o preço é um dos fatores decisivos na hora da compra.
O marketing está baseado na premissa de que as pessoas decidem
satisfazer suas necessidades através da troca, que pode ser definida como o ato
de obter um produto/serviço desejado de alguém, oferecendo algo em
contrapartida.
Para que a troca possa existir, cinco condições básicas devem estar
presentes: mínimo de duas pessoas participantes, cada parte com algo a oferecer,
capacidade de comunicação e entrega, livre arbitrariedade em aceitar ou rejeitar a
oferta, e por fim estar apto para se relacionar com outra pessoa.
A partir destes elementos deve-se agora analisar o mercado. Ele consiste
em todos os potenciais consumidores que compartilham de uma mesma
necessidade ou desejo específico, que podem ou têm condições de faze-lo. Assim
o tamanho do mercado será definido por potenciais clientes existentes que
formarão a demanda por aquilo que está sendo ofertado.
As organizações estão a todo o momento observando o mercado para
descobrir novos nichos que possibilitem sua expansão e crescimento. A estratégia
adotada para conquistar esses nichos de mercado, terá forte influência de
elementos ambientais, que englobam análises demográficas, econômicas, político-
legais e sócio-culturais.
1.3 Marketing é Tudo
A tecnologia está transformando as escolhas e estas estão transformando o
mercado. Como conseqüência, estamos testemunhando o surgimento de um novo
14
paradigma do marketing – não um marketing do “Faça mais”, que simplesmente
aumenta o volume dos discursos de vendas do passado, mas um marketing
baseado na experiência e no conhecimento que representa a morte definitiva do
vendedor.
Há várias décadas, havia empresas concentrando suas energias de vendas
em modificar a mentalidade do cliente adaptando-a para seus produtos. Ofereciam
lemas como “Você pode escolher qualquer cor, desde que seja preto”. Com o
desenvolvimento da tecnologia e o aumento da competição, algumas empresas
se mostraram mais dispostas a entender as necessidades do cliente, passando a
perguntar “De que cor você prefere?”.
Com tantas empresas oferecendo produtos, a fidelização do cliente seria
uma tarefa muito dispendiosa utilizando os métodos convencionais de aumentar o
pessoal de vendas ou aumentar o pessoal do marketing. A melhor opção torna-se
estabelecer uma real interação empresa-cliente, onde o cliente fala de suas
necessidades e assim ajuda a lançar os novos produtos.
1.4 O Marketing é tudo e tudo é o Marketing
No passado, a noção de marketing poderia resumir-se em uma ligação do
executivo-chefe para o HeadHunter onde dizia “Encontre um bom homem de
marketing” ou seja, marketing era visto como uma função isolada na empresa, que
estaria inclusive subordinada a outras funções. Este marketing era entendido
como um conjunto de vários truques para iludir o cliente persuadindo-o a comprar
os produtos daquela empresa. Hoje, o marketing não é uma função e sim uma
forma de fazer negócios, e não está restrita a um departamento, todos dentro da
empresa devem ter a consciência, desde a moça que serve o cafezinho até o mais
executivo.
15
CAPÍTULO II
O MERCADO
1.1 O objetivo é ganhar o mercado e não apenas participar passivamente
Às vezes deter o mercado amplia-lo, outras vezes, diminui-lo. A Apple
conseguiu fazer as duas coisas nos esforços de criar e deter o mercado. Se
naquela época ela tivesse a mentalidade de fatia de mercado, teria lançado um
computador dentro dos padrões de já gigante IBM, e ficaria sempre sujeito às
vontades da IBM, mas ao invés disso, procurou um mercado que ainda não
existia, encontrou o mercado de editoração eletrônica, criou micros específicos
para isso. Uma vez dentro das empresas, qualquer outro passo seria mais fácil,
então manteve contato e um bom relacionamento com seus clientes, avaliando
quais eram suas maiores necessidades, e assim criou o primeiro sistema ope-
racional baseado em gráficos e ícones, o principal diferencial e seu equipa-mento
era a facilidade demanuseio.
1.2 A evolução do marketing junto a tecnologia
Em um mundo de produção em massa, a contrapartida era o marketing de
massa. Era um mundo de produção flexível, a contrapartida é o marketing flexível.
A tecnologia vem primeiro, a capacidade de comercializar vem depois.
Produtos respeitáveis, como a bicicleta, que surgiu de projeto nos desenhos
de Leonardo da Vinci. Hoje, empresas como a National Bicycle Industry Company
em Kokubu, Japão fabrica sob encomenda em uma linha de montagem. As
medidas são especificadas pelo cliente final que recebe sua bicicleta 2 semanas
depois de seu pedido e a um preço 10% acima do preço dos modelos prontos. A
empresa oferece 11.231.862 variações de seus modelos.
16
Estamos testemunhando a obsolescência da propaganda em massa. No
antigo modelo, vende-se bem produtos fabricados em massa para o mercado de
massa através de propaganda em massa. Quando passamos a ter uma enorme
diversidade de produtos, os anúncios também começam a se diversificar e
começam a perder o efeito porque o público perde a capacidade de lembrar que
ator recomenda que produto, ou quais as vantagens de determinados produtos.
Por exemplo a série de comerciais “Everedy”, excelente e aclamada pela crítica,
que mostrava um coelho incansável em sua marcha. O comercial teve tanto
sucesso que uma pesquisa realizada pela Video Storyboard tests, aclamou-o
como sendo um dos melhores comerciais para a Duracell (Concorrente da
Everedy), pois 40% das pessoas que gostaram do anúncio atribuíram-no à
Duracell. O que produziu aumento da demanda por Duracell. Isto é um dos efeitos
do aumento da quantidade da propaganda na cabeça do consumidor.
1.3 Vender o produto é vender o serviço e vice versa
A fronteira entre produtos e serviços, que antes era uma coisa super rígida,
como dois pólos opostos, hoje está se tornando um híbrido, como por exemplo
quando vemos que a General Motors ganha mais dinheiro emprestando dinheiro
para que seus clientes comprem seus carros do que com a produção de carros em
si. Do outro lado do híbrido estão empresas de serviços repetitivos aos quais dá
nome de produtos, como por exemplo um banco que já tem pacotes de
empréstimos pré customizados, bem como empresas de consultoria que oferecem
pacotes com autorias regulares.
À medida que produtos e serviços se juntam, é importante que o
empresário compreenda com nitidez o que faz parte do novo híbrido. O
componente serviço não satisfeito consertando-se um produto se este se quebrar.
O serviço não é um evento, é o processo de criação de um ambiente de
informação, garantia e conforto ao consumidor. Considere a experiência de Ter
comprado um vídeo cassete caro. A pessoa leva o aparelho para casa, o aparelho
17
cai acidentalmente no chão e quebra. Como consumidor, você tem que tomar uma
decisão ao levar o produto de volta à loja. Vai dizer que veio quebrado ou vai dizer
a verdade?
A resposta depende de como a loja responderá. A maioria dos clientes
aprecia uma loja que os encoraja a contar a verdade, tratando todos os problemas
do cliente. A empresa que adota uma política de “Resolvemos tudo, sem
perguntas” em situações diversas podem ganhar um cliente para o resto da vida.
1.4 Tecnologia vende tecnologia
A tecnologia e marketing já foram considerados inimigos. A mesmice fria e
impessoal da tecnologia e a peculiaridade humana do marketing pareciam estar
em freqüentes brigas. Os computadores só tornariam o marketing menos pessoal;
o marketing jamais aprenderia a apreciar a aparência e a essência dos
computadores, banco de dados e o resto da parafernália de alta tecnologia. Na
realidade o casamento entre a tecnologia e o marketing alterou consideravelmente
a relação entre a empresa e o cliente e o trabalho do vendedor. Os vendedores
transformaram-se em consumidores de marketing. Armados com seus notebooks
possuem informações vitais para auxiliar as decisões dos clientes.
1.5 Novos temas para um novo marketing
Atualmente as transformações são tantas e ocorrem tão rápido que os
padrões e comportamentos estabelecidos no mercado já não são mais
sustentáveis . A administração moderna defronta-se com tantas peculiaridades
que às vezes a situação foge se seu controle. Algumas das coisas que acontecem
nesta nova era competitiva:
• A diversidade de produtos e serviços aumenta até em pequenos segmentos de
mercado
18
• A competição mundial aumenta
• Os mercados ficam tão segmentados que os nichos tornam-se soberanos
• As distinções entre produtos ficam pouco nítidas
• Os ciclos de vida dos produtos são acelerados
• Os canais de distribuição estão em um fluxo constante. Embora ficar ao lado
do cliente seja preeminente, os canais muitas vezes obscurecem o diálogo
com ele
• A mídia promocional tradicional amplifica o nível de barulho e não consegue
comunicar mensagens claras. Reina a confusão
• As organizações diminuem e se reestruturam, procurando novas formas de
fazer negócios
• Ambiente de negócios e o curso dos eventos competitivos são imprevisíveis
• A previsão e as pesquisas não proporcionam um caminho de ação nítido.
1.5 Desenvolvendo uma estratégia
No atual mercado competitivo, a empresa só sobreviverá se conseguir
definir uma posição singular. O desenvolvimento de uma estratégia de
posicionamento sólida é a chave para o sucesso do marketing.
Trata-se de um processo comporto de três etapas. Inicialmente a empresa
precisa conhecer-se muito bem – seus pontos fortes e fracos, seus objetivos e
sonhos. Segundo, a empresa precisa conhecer o mercado. As empresas devem
usar abordagens mais qualitativas. Os gerentes de marketing têm que desenvolver
uma noção intuitiva do mercado. Ao invés de coletar números as empresas devem
estar atentas às necessidades, problemas, frustrações e desejos dos clientes. Por
fim, a empresa tem que usar essa informação para definir uma estratégia de
posicionamento. Cada empresa precisa encontrar seu próprio caminho e estar
disposta a ajustar a estratégia de acordo com as mudanças nas condições de
mercado.
19
1.7 Auditorias internas: Conhecimento do mercado
Para de dar início ao desenvolvimento de uma estratégia de
posicionamento, é essencial que a empresa se conheça muito bem, situação
financeira, objetivos, pessoal e capacidade de mudança.
A compreensão das forças internas em uma empresa deve vir natural-
mente mas, na maioria das vezes, isso não acontece. Muitos gerentes estão tão
concentrados em fatores externos – novas tecnologias, novos concorrentes, novos
mercados – que se esquecem de olhar para dentro. Não conseguem examinar o
próprio processo decisório.
Durante a auditoria interna, não coleta-se meros fatos e estatísticas. Buscar
informações qualitativas, tais como as percepções e os sentimentos da gerência.
Acima de tudo, queremos descobrir se todos os membros-chave da equipe
gerencial estão cantando a mesma música e até que ponto acreditam nela.
As percepções e atitudes dos executivos da empresa são fundamentais ao
posicionamento da empresa. A gerência tem que implementar a estratégia de
posicionamento e comunicá-la a seus funcionários, clientes e parceiros. Para que
ela seja implementada da melhor forma possível.
Durante a auditoria interna, não coleta-se meros fatos e estatísticas. Buscar
informações qualitativas, tais como as percepções e os sentimentos da gerência.
Acima de tudo , queremos descobrir se todos os membros-chave da equipe
gerencial estão cantando a mesma música e até que ponto acreditam nela.
Para desenvolver uma visão conjunta, partes diferentes de uma empresa
têm que conhecer os objetivos e as necessidades umas das outras. A equipe
gerencial precisa entender e apreciar a mecânica do mercado e as necessidades
dos clientes. Todos os funcionários da empresa tem que participar do processo de
marketing de relações. Mais especificamente, as equipes de marketing e
desenvolvimento do produto precisam trabalhar juntas e se conhecerem. Pois, as
pessoas gostam de ter a tecnologia mais recente. Por isso é tão importante fazer
20
com que o pessoal técnico participe do processo de marketing e vendas. Essas
podem representar melhor os avanços e o potencial tecnológico.
1.8 Auditorias externas: Marketing de experiência
Depois de conhecer a si mesmo, o interno, deve conhecer o externo, o
mercado, os clientes e a infra-estrutura. É necessário conhecer os pontos fortes e
os pontos fracos de seus concorrentes, as opiniões e as atitudes dos possíveis
clientes e as tendências políticas e sociais do mercado.
É de suma importância que as empresas entendam que elas têm que
satisfazer as necessidades dos clientes, não apenas produzir mercadorias. E para
isso, tem que monitorar e conhecer o mercado.
A maior parte das pesquisas simplesmente não conseguem proporcionar as
conclusões e a compreensão necessárias para que os gerentes tomem decisões
confortáveis. Fazer com que eles saiam das fábricas e conversem com os clientes
é o melhor método de pesquisa que a empresa pode adotar.
Em uma tentativa de entender as necessidades e os desejos do cliente,
muitas empresas realizam pesquisas de mercado e análises estatísticas. Em
alguns negócios onde as mudanças são lentas, essas técnicas podem funcionar
bem. Os fabricantes de pneus, por exemplo, desenvolveram análises estatísticas
de demandas que vinculam as vendas de automóveis. No entanto, essas técnicas
de estatísticas não funcionam bem em setores de rápida transformação que
começam a entrar em territórios inexplorados. Como por exemplo, em 1976,
pouquíssimas pessoas precisavam de computa-dores pessoais. Pesquisas de
marketing tradicionais teriam mostrado um mercado para algumas centenas de
unidades e não para alguns milhões, como se verificou.
As estatísticas não mentem, mas também não entendem o consumidor. A
maioria das abordagens tradicionais ao marketing tenta prever com precisão o
imprevisível. E ninguém controla as respostas das pessoas aos novos avanços.
“As pessoas querem prever tudo. Tentam transformar tudo em ciência. Não ficam
21
a vontade com a incerteza. Porém, uma certa dose de incerteza tem que ser
aceita como um fato da vida”, explica Levy.
A maioria das empresas pesquisam o mercado afim de determinar o nível
de demanda do consumidor. Porém, os aspectos qualitativos do mercado são
mais importantes.
1.9 A abordagem qualitativa
Se os gerentes de marketing não podem confiar nos números, como
poderão entender o ambiente de mercado? Tem que usar uma combinação de
intuição e perspicácia, a fim de perceber as mudanças nas atitudes. Tem que
desenvolver uma intuição de mercado. Entretanto como alguns pensam, intuição
não é mágica. É julgamento baseado na experiência e da dedicação aos clientes e
ao mercado.
Durante a auditoria, entrevista-se pessoas de diversos grupos: clientes
existentes, possíveis clientes, distribuidores, especialistas do setor e analistas
financeiros. Nessas entrevistas, não procuram fatos e números específicos. Ao
contrário, identifica-se os padrões, atitudes e opiniões que influenciam o processo.
O empreendedores geralmente começam com o pé direito. Quase sempre
tem uma noção intuitiva do mercado para o qual está vendendo. Os altos
executivos lidam diretamente com seus clientes. Estão sempre conscientes do que
está acontecendo no mercado. Esse é um dos principais motivos do sucesso de
tantas pequenas empresas de setores em rápido crescimento. Essas empresas
estão mais afinadas com o mercado do que seus concorrentes maiores.
O objetivo de uma auditoria externa é coletar informações e idéias do
ambiente. Essas informações são então usadas no desenvolvimento de uma
estratégia de posicionamento. A auditoria pode funcionar como uma verificação
sobre a veracidade das percepções expressas pelos executivos da empresa
durante a auditoria interna.
22
2.1 A opção por uma estratégia
Depois que conhece o mercado, a empresa precisa optar por uma
estratégia, a fim de posicionar seus produtos neste mercado. Trata-se de um
processo confuso, sem regras nítidas que o orientem.
A verdade é que boas estratégias empresariais surgem da liderança,
criatividade e de um ambiente que as estimulem. A estratégia tem que se tornar
um processo ativo. Deve incluir acréscimos ao conhecimento da equipe,
aperfeiçoamento e busca de idéias, levando-as aos clientes e membros da infra
estrutura. O posicionamento é um processo em eterna mudança. Tem que ser
continuamente trabalhado.
Uma das técnicas utilizadas para se desenvolver uma estratégia é usar a
idéia de denominadores do posicionamento. Faz-se um esquema, enumerando os
pontos fortes e fracos em três categorias de posicionamento: produto, mercado e
empresa. Na categoria produto comparamos o produto com seus concorrentes em
termos de poder, velocidade e compatibilidade. Na categoria mercado,
comparamos distribuição, equipe de vendas e clientes. Na categoria empresa,
comparamos recursos financeiros, reputação e imagem gerencial. Então depois de
conseguir uma visão geral de todos os elementos, define-se uma estratégia inicial,
que será alterada continuamente conforme as alterações do mercado e da
empresa.
CAPÍTULO III
POSICIONAMENTO
1.1 - Inserção de novos produtos no mercado competitivo
A hora de colocar um produto no mercado é a preocupação principal de
toda a gerência. Hoje, a tecnologia e a informação estão em pé de igualdade. A
23
informação é tão penetrante que logo que se torna visível uma tecnologia, já está
disponível para todos. A liderança tem uma duração muito menor no negócio da
tecnologia do que em outros setores. Exige-se que todos mantenham um prazo
para comercializar os produtos no mercado, da diretoria aos gerentes de
engenharia.
Índice de lançamento do produto a um milhão de usuários
Anos de lançamento do produto a um milhão de usuários
Telefone – 20
Televisão – 15
Televisão a cabo – 10
Videocassete – 6
Telefone celular – 7
PC – 4
Fonte: RMI / Phillips Publishing
1. 2 - O Surgimento dos “outros”
Hoje, parece haver mais de tudo – mais fábricas de biscoitos, mais f;abricas
de sorvete, mais marcas de roupa, mais carros, mais fornecedores de
computador, mais fornecedores de software e mais empresas de serviços.
Um Artigo da Business week discutiu os modismos da década de 80.
Observa-se que os executivos agarravam-se a qualquer idéia gerencial que
pareça ser uma resposta rápida. Na década de 90, voltaremos ao velho método de
“Delinear e atacar”. As empresas tentarão alcançar uma posição superior
construindo relações baseadas na confiança, receptividade e qualidade.
Marketing é como ir à Lua
24
Nos setores de rápida transformação, marketing é como dirigir um foguete
da Terra para a lua. Nós sabemos que a lua está lá, mas está constantemente
mudando de posição. Teremos que corrigir a rota para alcançarmos.
Marketing é uma questão de criar mercados, não de participar do mercado
Penetrar no mercado visando apenas atingir uma maior fatia do mercado
existente, muitas vezes destrói a rentabilidade. Quando se cria um novo mercado,
a rentabilidade tende a ser muito maior, como é o caso da Apple que é a 3ª mais
rentável dos EUA, e detém apenas 10% do mercado em que atua, é que ela
inovou quando resolveu dedicar-se apenas à parte gráfica.
Marketing tem a ver com processo, não com táticas promocionais
Em 1983, a IBM lançou o PCjr, com uma campanha promocional
multimilionária. Utilizou revistas, rádio entre outros, mas o equipamento não
vendeu bem. O problema é que a IBM não teve como avaliar o produto a tempo
neste caso, a revenda não se empolgou com o produto, além de não o
conhecerem bem. Seria muito melhor se tivessem feito um pré lançamento com
testes, assim teriam um feedback sobre o produto antes de colocá-lo à disposição
no mercado de massa.
Marketing é qualitativo e não quantitativo
Os homens de negócios adoram números, fazem com que se sintam
seguros. Entretanto, quando falamos de inovação tecnológica, precisamos confiar
no feelng, pois pesquisas de mercado neste sentido usualmente custam fortunas.
Marketing é trabalho de todos
25
Marketing é desenvolver e manter relações com o cliente, é integrá-lo ao
projeto, desenvolvimento, produção e processo de vendas da empresa. A
empresa inteira tem que pensar em termos de marketing.
1.3 – Marketing de relações: A cartada do consumidor
O que realmente importa para uma empresa é como os possíveis clientes e
os que já existentes veêm-na em relação às concorrentes.
A liderança no mercado pode chamar a atenção de um consumidor e ser
um fator importante a ser considerado por ele mas, hoje, existe mais de único líder
em praticamente todos os segmentos do mercado, por isso não basta ser líder.
Com a fragmentação dos mercados, um número maior de participantes
pode alcançar uma posição reconhecida, mesmo sem os recursos elevados. Vale
ressaltar que uma posição de destaque pode ser obtida até mesmo em um
mercado abarrotado.
“Conquistar posições singulares no mercado”, esta capacidade é uma força
poderosa em marketing. No coração de toda boa estratégia de marketing está
uma boa estratégia de posicionamento. Posicionamento é o que você faz com
seus clientes para definir sua posição no setor. E, em um mundo onde o moderno
é uma batalha pela fidelidade do cliente onde o posicionamento é vital ao sucesso.
Como uma empresa pode estabelecer uma posição sólida nos mercados
atuais, em rápida transformação? Precisam do que chamamos posicionamento
dinâmico.
Atualmente a teoria de posicionamento é centrada na empresa, não no
consumidor e na maioria dos casos, o posicionamento adotado é o estático.
As empresas que atuam em mercados estáticos costumam se diferenciar
simplesmente não sendo as maiores, mas oferecendo o melhor serviço.
No novo ambiente d década de 90 o posicionamento centra-se no cliente.
Uma empresa que ocupe a posição número um hoje, não tem garantia alguma de
26
ser a número um amanhã. O conhecimento da marca pelo marcado não é mais
suficiente para levar uma empresa ao sucesso. As atitudes, não as palavras,
fazem as coisas acontecer. Uma prova disso é que todos nós conhecemos muitos
produtos e serviços que jamais pensaríamos em comprar.
Para sobreviver em mercados dinâmicos, as empresas precisam
estabelecer estratégias que sobrevivam às mudanças turbulentas no mercado.
Elas precisam conhecer a estrutura do mercado. Por isso, precisam desenvolver
relações com fornecedores e distribuidores, investidores, clientes e outras
pessoas e empresas importantes do mercado. Clientes e fornecedores influenciam
as mudanças dos produtos e serviços através da participação nessas relações. As
mudanças no ambiente de mercado podem alterar rapidamente preços e
tecnologias, mas boas relações podem durar a vida toda.
O posicionamento dinâmico é um processo multidimencional:
posicionamento do produto, posicionamento no mercado e posicionamento da
empresa. Essas três etapas interagem umas com as outras de formas sutis,
porém importantes.
Posicionamento do Produto – a empresa tem que determinar como deseja
colocar o seu produto no mercado competitivo, os fatores intangíveis são a chave
para a construção de ralações com os consumidores e a conquista de um
posicionamento sólido do produto.
Posicionamento no mercado – o produto tem que ganhar o reconhecimento
do mercado. Tem que ganhar credibilidade junto aos consumidores. O mercado
tem que encarar o produto como um vencedor.
Posicionamento da empresa – quando os produtos são rentáveis, muitos de
seus erros são desculpados, se não esquecidos. Mas quando os lucros caem, sua
posição se obscurece. Se uma empresa de descobrir em tal situação, terá que
começar novamente do estágio do posicionamento do produto e reconstruir sua
posição no mercado.
O posicionamento dinâmico traça uma linha em comum em todas as partes
da empresa, conectando-as, em seguida, ao mercado.
27
Imagem da empresa – Os empregados gostam de trabalhar para uma
empresa com a qual possam se identificar enquanto o pessoal do mercado
financeiro gosta de empresa que tenha uma visão nítida de seu papel no mercado.
Marketing – É basicamente o desenvolvimento de relações.
Saúde financeira – Uma empresa bem posicionada pode levantar novos recursos
com maior facilidade.
O conhecimento de um vendedor sobre seus produtos e sua adaptação aos
ambientes muitas vezes voláteis de seus clientes pode ser a linha divisória entre o
sucesso e o fracasso das empresas.
O vendedor como “persuasivo” ou “mais próximo” dos pedidos será varrido
do mapa. O vendedor transmitirá informações, educação, treinamento, design
detalhamento e informações confiáveis. Será o elo entre o projeto do produto, a
fábrica e o cliente.
1.4 – Posicionamento do Produto
Com os milhares de novos produtos que surgem a cada dia e a
intensificação da concorrência, o posicionamento do produto fica cada vez mais
difícil.
Para conquistar uma posição forte no mercado uma empresa precisa
diferenciar seu produto de todos os demais existentes no mercado. Se faz
necessária a cooperação entre os setores de projeto, produção e marketing. Deve-
se Ter a consciência de que o produto e o mercado formam, juntos, um único
corpo.
28
A diferenciação de um produto pode ser feita de diversas formas:
tecnologia, preço, aplicação, qualidade, serviço, canais de distribuição, público
alvo, clientes específicos e alianças.
Alguns conceitos devem ser levados em consideração na tentativa de
posicionar bem o produto.
O mercado é que posiciona os produtos, e não a empresa. Por isso, as
empresas precisam entender como funcionam as engrenagens do mercado, para
poderem influenciar a forma através da qual o mercado posiciona seus produtos.
As empresas devem enfocar fatores de posicionamento intangíveis. Mais
eficaz do que estabelecer posições através de preços ou especificações técnicas
é estabelecer posições baseadas em fatores “subliminares”, como liderança
tecnológica e qualidade.
As empresas têm que desenvolver o produto completo. Os produtos
possuem atributos tangíveis e intangíveis. Imagine o produto computador. Se junto
com a máquina não vierem os programas de utilização, o produto perderá uma
parte tangível. Já se o computador proceder de uma empresa desconhecida e
com apoio financeiro duvidoso, ao produto faltarão alguns elementos intangíveis.
As empresas têm que entender o que é o sucesso e o que é o fracasso.
Para que possam lançar no mercado produtos de sucesso, as empresas precisam
entender as sutilezas de seus sucessos ou fracassos anteriores, analisando
sempre seus resultados.
As empresas tem que estar voltadas para a mercado, sempre procurando
clientes e possíveis clientes.
Entender o verdadeiro papel da marca. Os consumidores estão cada vez
mais dispostos a experimentar novos nomes que aparecem no mercado. Uma
marca tem que ser mais do que um simples ícone, tem que representar as
qualidades da empresa e o do produto.
Uma empresa tem que estar disposta a experimentar. Experimentar novos
produtos ou estratégias, sempre atenta à resposta do mercado. Se seus clientes
29
andarem em determinada direção, uma nova estratégia deve ser lançada na
mesma direção.
CAPÍTULO IV
PRODUTO
1.1- Ambiente define o produto
Um produto pode apresentar diversos significados sob a ótica dos
consumidores. Todos os atores externos ao produto, os elementos de mercado,
como tendências tecnológicas, dinâmica, concorrência, tendências sociais e
econômicas, influenciam a maneira do consumidor ver um determinado produto.
Imaginemos duas marcas de vinho, fabricadas com as mesmas uvas,
armazenadas na mesma adega, engarrafadas no mesmo tipo de garrafa.
Simplesmente idênticas. Imaginemos que uma delas é vendida em
supermercados enquanto a outra é vendida apenas em delicatessen e servida
apenas nos mais finos restaurantes. As marcas deixaram de ser idênticas. A do
supermercado pode chegar a ser vista até com certo desprezo enquanto a outra é
vista como artigo de altíssima categoria.
As empresas devem utilizar as variações de comportamento induzidas pelo
meio para tirar proveito para seu produto. Um exemplo claro de ssa aplicação
podemos conferir com a nova campanha de marketing dos carros da Ford. Nos
comerciais, a empresa enfatiza que só os seus carros possuem motor Zetec
Rocam. Embora a grande maioria das pessoas não faça a menor idéia do que
esse termo significa, identifica-o como um grande diferencial com relação aos
concorrentes.
Vejamos um exemplo:
30
No início dos anos 70, a Measurex vendia um computador digital para fabricantes
de papel. Utilizando esse computador, os fabricantes conseguiam produzir uma
maior quantidade de papel usando a mesma quantidade de matéria prima. Os
clientes viam o produto como um instrumento para melhorar sua produtividade e,
sabendo disso, a Measurex procurava reforçar essa idéia.
O produto era uma máquina e seu concorrente também podia criar uma
máquina semelhante.
Porém, em 1973, o embargo do petróleo provocou mudanças drásticas no
mercado. A fabricação de papel é um processo que consome muita energia e, por
isso, o aumento do preço do petróleo representou uma grande ameaça à
rentabilidade do setor. Em resposta a esse mercado em transformação a
Measurex veiculou anúncios que diziam: “A Interstate paper Company vai
economizar 100 barris de petróleo por dia com o uso do Measurex...”. Assim, a
empresa redefiniu o computador como um produto que poupava energia. Os
fabricantes de papel compraram computadores para poupar energia e as vendas
da Measurex continuaram crescendo. O produto era fisicamente o mesmo, mas
com uma nova definição e posição no mercado.
1.2 – Enfoque nos fatores intangíveis
É comum encontrarmos empresas que comparam seus produtos como o
mais barato ou mais potente do setor. Sendo assim, elaboram estratégias para
posicionar a marca como, por exemplo, a mais barata.
Acontece que é bastante difícil se manter como o mais barato ou o mais
potente para sempre. Novas tecnologias e processos surgem a todo instante,
inclusive para o seu concorrente, trazendo a idéia de que um dia alguém pode
fabricar um produto mais barato ou mais potente que o seu.
Ë muito mais interessante se posicionar baseado em fatores como
qualidade, confiabilidade e serviço, os chamados fatores intangíveis.
31
Um bom exemplo de base em fatores intangíveis é a Sony. Durante anos a
empresa vem construindo uma imagem que se traduza em inovação (foram eles
que inventaram o walkman e uma série de outros aparelhos), tecnologia de ponta
e extrema qualidade. Criou-se com isso uma marca sólida, que transfere para
qualquer novo produto da empresa suas qualidades intrínsecas.
Os serviços prestados por uma empresa que acompanham um produto
também são fatores de grande influência na cabeça do consumidor. Se você tem
que escolher entre duas marcas de automóveis, uma conhecida e que oferece
garantia de 2 anos, várias oficinas autorizadas pela cidade, uma central de
atendimento que esclareça suas dúvidas no pós venda, e que presta um ótimo
atendimento no momento da compra, e outra marca que simplesmente quer
vender o carro e nunca mais ouvir falar de você, certamente a opção será a
primeira.
Um agente fundamental para introduzir os fatores intangíveis, resumidos
em uma marca, na cabeça do consumidor é a publicidade. Você prefere uma
geladeira Brastemp ou uma que “não é uma Brastemp mas...”?
1.3 – O produto total
Como pudemos observar , o produto total é composto de partes tangíveis e
intangíveis. O consumidor compra uma percepção como parte de todo produto
tangível. A percepção estende-se da reputação pela qualidade do produto e seu
fabricante à reputação de outros usuários do produto. E o que é mais importante,
a percepção abrange a responsabilidade pela solução. Se o produto possui alta
qualidade, bom serviço, bom suporte , liderança em tecnologia, etc., maior será
probabilidade de aceitação por parte do mercado.
A compra deve significar uma experiência benéfica ao consumidor, deve se
adequar aos seus planos e objetivos, satisfazendo-o integralmente. A satisfação
do consumidor é o principal medidor da aceitação de um produto e é calculada
subtraindo a experiência esperada da experiência realmente percebida.
32
1.5 – Encontrando o alvo certo
O posicionamento também se baseia na forma de se estabelecer um alvo
para o produto. As empresas podem desenvolver posições sólidas para seus
produtos concentrando-se em segmentos específicos do mercado.
Algumas empresas tentam erradamente ser tudo para todos. É mais
vantajoso ser grande em um mercado pequeno de que pequeno em um mercado
grande (e grandes).
Uma empresa que escolha um público alvo específico tem concorrência
menor, mais chances de estudar seu público a fundo e, consequentemente, mais
chances de se tornar líder em seu segmento.
Em um mundo cada vez mais globalizado, os negócios locais que atendem
às necessidades de uma pequena comunidade de consumidores estão em
ascensão. Concentrando seus esforços em um determinado segmento, uma
empresa pode satisfazer melhor às necessidades de seus clientes. E são
exatamente essas necessidades de seus clientes. E são exatamente essas
necessidades de seus clientes que vão ditar a estratégia da empresa.
1.6 – Por que o sucesso e o fracasso de um produto
O primeiro mandamento da administração é que a força propulsora do
desenvolvimento de novos produtos não é a tecnologia nem o dinheiro e sim a
imaginação das pessoas. O que determina o fracasso de um produto é o fato de
que não são voltados para o mercado. Algumas características de produtos bem
sucedidos são:
• Apelam para novos mercados
• Não são invenções, no verdadeiro sentido do termo, mas montagens de
tecnologias interrelacionadas
33
• Dependem de novas tecnologias recém desenvolvidas e da infra-estrutura de
mercado
• Aparecem na hora certa, daí a importância de se ter um olho no mercado e
outro nos avanços tecnológicos
• São adaptados às exigências de mercado
• São desenvolvidos por pequenas equipes
• Os principais clientes freqüentemente desempenham um papel cruciam em
seu design e aperfeiçoamento, o que alias denota uma tendência futura: o
consumidor será integrado de alguma forma ao processo de elaboração do
produto
• Os usuários iniciais determinam o sucesso ou o fracasso de um produto.
Tornam-se seus defensores e ajudam a vender os produtos a novos
compradores
• Produtos novos e revolucionários geram novas linguagens
• O sucesso é conhecer bem o mercado, a fim de adaptar adequadamente sua
tecnologia
O fracasso vem quando ocorre uma ruptura no processo de comunicação,
resultando também de uma má administração e da incapacidade de implementar
de forma eficiente o desenvolvimento do produto. Algumas características de
produtos que fracassaram são as seguintes:
• O produto não cria nem expande o mercado
• A indecisão reflete-se no design e nos recursos do produto
• Devido ao sucesso do produto inicial, a arrogância se instala
• A idéia do primeiro produto ocorreu em um ambiente que já não existe
• A democracia define o produto
• A empresa perde de vista a influência orientadora do mercado
34
• As técnicas promocionais de marketing substituem o marketing de relações e o
marketing de desenvolvimento
Se tivéssemos que reduzir toda esta parte de sucesso/fracasso em uma
única pergunta e resposta, ela seria a seguinte:
Por que um produto faz tanto sucesso?
Porque o público gosta
Em marketing a “boa vontade” e a habilidade de interpretar seu público é tudo.
1.7 – Conceitos originais, aperfeiçoamento incrementais
Os mercados não são recursos infinitos a serem explorados. Eles crescem,
se modificam e se desenvolvem em resposta a produtos inovadores e formas
inovadoras de fazer negócios.
O marketing tem que se concentrar ao processo de adaptação e não
apenas na fabricação de produtos pois é a capacidade de adaptação que torna um
produto ou uma tecnologia voltada para o mercado.
O posicionamento do produto não é só uma questão de inventar e oferecer
um produto singular. É muito mais uma questão da empresa adaptar rapidamente
sua tecnologia como resposta ao diálogo com o cliente.
O termo voltado para o mercado implica, de certa forma, que o mercado diz
a empresa o que fazer e como fazer a capacidade das empresas se adaptarem às
mudanças tecnológicas e em seus produtos como resposta às necessidades dos
clientes.
Os produtos voltados para o mercado baseiam-se, para sue próprio
sucesso, na compreensão das necessidades dos clientes, no ambiente
competitivo, nas questões essenciais para o setor, na propaganda de boca, na
aceitação da infra-estrutura, na adaptabilidade, na eficácia da solução em relação
aos custos e na credibilidade e reputação do fornecedor.
35
Estudos recentes mostram que os consumidores estão experimentando e
mudando de marcas mais do que nunca. No caso de produtos de baixo risco
(preço baixo), uma marca estabelecida é aceita da cara, levando diretamente à
experimentação e compra. No caso de produtos de alto risco (preço elevado), a
marca é vista de forma multidimensional. Um produto complexo, de alto risco,
carrega consigo a história e o desempenho da empresa, a liderança técnica, o
campo (os seguidores criados pela tecnologia ou produto), os usuários, a
qualidade e suporte do produto e da empresa, além de muitas outras coisas.
Embalagem também é importante , bem como o artista ou atleta escolhido
para anunciá-lo. Imagine-se fazendo compras em um supermercado e tendo que
selecionar as marcas de alimentos com base no desempenho financeiro de seu
fabricante ou na compatibilidade dos produtos afins.
Muitos produtos e serviços passam pelo ciclo fracasso, mudança, fracasso,
mudança. A empresa que conseguir modificar seu produto mais rápido e de forma
mais eficaz vencerá a batalha de posicionamento do produto. A única forma de
sobreviver em mercados dinâmicos é manter a flexibilidade do processo de
posicionamento.
1.8 – Credibilidade e como ela se desenvolve
O mercado globalizado se depara com crescentes avanços tecnológicos.
Esta tecnologia torna-se atraente por estar ligada com o futuro. Porém o futuro
gera uma sensação de insegurança para o mercado, que tenta ganhar segurança
num fornecedor confiável, de imagem sólida. Logo a conquista do endosso do
mercado é vital para o sucesso. Credibilidade torna-se uma palavra chave.
O mercado é movido por uma forte concorrência, que confunde o
consumidor. Este, então, procura apoiar-se numa empresa que possa lhe dar
conforto, estabilidade e confiança, “protegendo-o” da gama de informações
promocionais e duvidosas.
36
Nesse contexto, atualmente decide-se ouvir diretamente de outras pessoas
– amigos, especialistas e vendedores – suas opiniões sobre o produto. Os
potenciais consumidores avaliam seu futuro fornecedor através de: inferência, se
está baseada financeiramente por investidores respeitáveis; referência, se
conhecidos estão satisfeitos com o produto; evidências, se podem verificar
quantitativamente o desempenho da empresa.
No início de uma campanha para a conquista da credibilidade, que
inevitavelmente é um processo lento e difícil, é aconselhável que se selecione,
cuidadosamente, os primeiros usuários do produto, seguidos das principais firmas
de suporte externas e, não menos importante, a conquista de uma infra-estrutura
adequada, tendo sempre o cuidado de controlar a imagem da empresa.
1.9 – Estratégias para a conquista da credibilidade
• Uso da Propaganda de Boca:
A propaganda de boca é a forma mais poderosa de comunicação no mundo
dos negócios, pois um comentário é capaz de ficar na cabeça das pessoas por
estarem em sincronia, se identificarem. São, então, mais dignas de crédito e mais
convenientes que qualquer outro meio de propaganda, principalmente se o
emissor estiver à frente e, ainda mais, se for uma pessoa quem respeitamos.
O ideal é que toda infra-estrutura e formadores de opinião participem desse
processo de representação pessoal, ou seja, os funcionários, distribuidores,
revendedores, pesquisadores, professores universitários, representantes do
governo, analistas financeiros e jornalistas.
A grande vantagem da propaganda de boca é que o feedback é
instantâneo, ou seja, ao mesmo tempo em que se fala, há um sinal de assimilação
por parte do receptor, seja por gestos ou expressões. Ao desenrolar dessa
comunicação em feedback, a propaganda pode ser alterada, de acordo com cada
pessoa.
37
A escolha dos primeiros promotores da propaganda de boca é que o
feedback é instantâneo, ou seja, ao mesmo tempo em que se fala, há um sinal de
assimilação por parte do receptor, seja por gestos ou expressões. Ao desenrolar
dessa comunicação em feedback, a propaganda pode ser alterada, de acordo com
cada pessoa.
A escolha dos primeiros promotores da propaganda de boca é de
fundamental importância para o sucesso da empresa. Eles serão responsáveis por
uma boa representação da empresa e uma boa imagem. Geralmente são
convidados os principais clientes, onde vale a regra 90/10: 10% dos críticos, que
desenvolvem a imagem da empresa, influenciará indiretamente os outros 90%.
São importantes também, para a empresa: os observadores do setor, que obtém
informações necessárias e prestam consultoria; a imprensa, que divulga segundo
informações recebidas através das redes de propaganda de boca; a cadeia de
vendas, onde um encontro pessoal pode gerar enormes dividendos; e a
comunidade, que a partir de uma visita à empresa pode formar sua própria
opinião.
• Desenvolvimento da Infra-estrutura:
O desenvolvimento de uma sólida infra-estrutura é de grande importância
para a empresa. Ë a opinião da rede infra-estrutural que promove a importância
dos avanços, norteia investimentos e irá criar o maior mercado.
O processo de desenvolvimento da infra-estrutura trata da construção de
alianças, ajudando a gerar credibilidade para o produto e para a empresa.
• Formação de Relações Estratégicas:
O marketing de relações é essencial ao desenvolvimento de liderança,
fidelidade do consumidor e rápida aceitação de novos produtos. Consta portanto
de ser uma tarefa árdua e de difícil manutenção , fazendo desse marketing a única
38
forma de manter a fidelidade do cliente. Como resultado, procuram principalmente
um maior desenvolvimento na área de P&D, finanças e estratégias de marketing.
Forçadas pela globalização, as empresas buscam, através dessas alianças,
reduzir os custos com desenvolvimento; Ter acesso a mercados e expandi-los;
rapidez na melhoria de tecnologia; adquirir conhecimentos administrativos,
capacidade de distribuição e capital; e a escolha do parceiro certo, que o faça
ganhar credibilidade no mercado.
Um bom motivo para que uma grande empresa se associe a uma pequena
é que esta desenvolve suas tecnologias mais rapidamente, sem muita burocracia:
lançam produtos ovos e inovadores no mercado e descobrem novas
oportunidades. Essa característica deve ser mantida na fusão, preservando sua
independência e personalidade para não correr o risco de matar seu caráter
inovador, por isso a idéia não é adquirir mas, sim, se aliar.
O processo de criação dos produtos se dá pela: pesquisa pura, que
responde às questões fundamentais, patrocinada pelas universidades; pesquisa
aplicada, que se dirige a um resultado específico, patrocinada pelas grandes
empresas; desenvolvimento, que desenvolve o produto para fins lucrativos,
patrocinada pelas pequenas empresas; e produção e marketing, que promove o
retorno do dinheiro investido, onde as grandes empresas são líderes.
A conseqüência dessa alianças é o rumo para uma economia global, onde
produtos e serviços são misturados intercambiados, o que valoriza ainda mais as
relações estratégicas e a constante necessidade de agir, não de planejar.
O mais importante nessa relação, porém, deve ser o prévio esclarecimento
dos objetivos e divergências das empresas envolvidas, bem como um claro
acordo.
• Vender para os Clientes Certos:
39
O marketing estratégico se preocupa na seleção dos clientes certos, da
forma certa, pois o método é mais importante que o número de clientes. Os
clientes são a chave de qualquer negócio.
A maneira pela qual devemos selecionar nossos clientes é verificar sua
probabilidade de crescimento e sucesso na próxima década, ou seja, as empresas
emergentes, pois são essas que experimentam produtos novos e inovadores,
tendo a oportunidade de comprar mais com seu crescimento. Essa avaliação
somente poderá ser feita de forma qualitativa.
A segmentação do mercado se dá através de uma “seqüência de
adaptação”. É formado pelos: inovadores, que se fascinam pela tecnologia e estão
sempre dispostos a conhecer novos produtos; usuários iniciais; usuários tardios; e
retardatários, que mais respondem às pressões competitivas. As estratégias de
vendas são diferentes para cada um dos grupos da maneira que os inovadores se
aventuram em um novo produto e espalham informações através da propaganda
de boca. Logo, empresas pequenas não podem esperar pelos retardatários, têm
que almejar os inovadores, de preferência, os mais visíveis entre eles.
Destaquemos, entretanto, que nem todos os inovadores são pequenos e, nessas
grandes empresas, a inovação é departamentalizada, ou seja, alguns setores são
inovadores, outros, retardatários.
CAPÍTULO V
COMUNICAÇÃO
1.1 – Do monólogo ao diálogo
É através do diálogo que as relações são construídas e os produtos são
concebidos, adaptados e aceitos. Dentre as formas diretas de diálogo com o
cliente estão o telemarketing e as vendas diretas. As formas indiretas usam
intermediários para transmitir as mensagens. Considera-se a publicidade uma
40
forma indireta de comunicação. Os anúncios são informações, não comunicação.
A mala direta encaixa-se na mesma categoria.
Todas as empresas deveriam pensar em implantar serviços on-line ou um
sistemas de discagem direta gratuita. O serviço é a melhor forma de comunicação
podem ser usadas para comunicação. Estas ferramentas de comunicação podem
ser usadas para proporcionar oportunidades de desenvolvimento de relações.
Relações de mercado tratam do desenvolvimento de programas de
comunicação em todos os níveis da infra-estrutura. Seu objetivo é criar alianças,
referência e propaganda de boca necessária para que uma empresa atinja a
posição de liderança. Não se pode ter primeiro um programa sólido de relações de
mercado.
Atualmente a fidelidade à marca está agonizando pois os consumidores
estão mais dispostos a experimentar uma nova marca. A forma mais eficaz de
manter uma posição no mercado é sustentar as comunicações: o jornalista.
Os jornalistas são os intérpretes da informação. Infelizmente, a controvérsia
e a ant-matéria (no sentido de uma matéria que transmite informações negativas)
atraem leitores. As gerências têm que levá-la a sério e lidar com ela de forma
construtiva, desenvolvendo canais de comunicação mais diretos com seus clientes
e sua infra-estrutura.
A comunicação é papel da gerência. E exatamente da comunicação que
trata o desenvolvimento de relações. A comunicação constrói relações. Se forem
colocadas camadas de pessoas entre a gerência e os principais componentes da
infra-estrutura, o mercado nunca terá uma noção real do que impulsiona a
empresa. Se, por outro lado, a alta gerência se encontrar regularmente com os
principais membros da infra-estrutura: jornalistas, analistas financeiros e
funcionários, todos se beneficiarão. Cada grupo sairá com uma melhor
compreensão da posição dos outros. Haveria uma probabilidade menor de mal-
entendidos, desconfiança e surpresa. Cultivar a comunicação é um trabalho e
nenhuma agência de relações públicas pode fazer pela empresa. Tem-se que lidar
com a imprensa levando em consideração que ela está quase no topo de uma
41
pirâmide. Antes de conversar com a imprensa, é essencial criar a base dessa
pirâmide. As empresas têm, primeiro, que se concentrar em se estabelecer na
infra-estrutura e no desenvolvimento de referências favoráveis. Então, e só então,
devem de preocupar com a cobertura da imprensa.
Artigos na mídia são interpretados mais como objetivos do que como
anúncios. Se uma empresa consegue Ter uma cobertura favorável da imprensa, a
probabilidade de sua mensagem ser absorvida será maior. O desenvolvimento de
relações bem sucedidas com a imprensa exige tempo, planejamento e reforços
constantes.
Uma das principais queixas é a atenção concentrada em um produto antes
dele estar disponível ou antes de ser adequadamente distribuído. É o caso de
quando o produto que acaba de ser anunciado ainda não pode ser encontrado. Só
pode gerar vendas para seus concorrentes.
Lembre-se que os primeiros clientes são os bens mais valiosos na
construção de uma base de referência. Antes de conversar com a imprensa, a
ger6encia deve certificar-se de que esses primeiros clientes estejam felizes.
As empresas deveriam, então, encontrar-se individualmente com os
membros da imprensa. As mensagens podem ser talhadas para a audiência: uma
para as revistas especializadas, outra para as revistas de negócios, uma terceira
para a imprensa em geral.
A imprensa tem boa memória, ainda que não se possa dizer o mesmo do
público, por isso, tome muito cuidado com todos os atos a serem tomados. Com a
imprensa, a sinceridade ganha pontos.
Contudo, a forma mais eficaz de se lidar com a imprensa é tratar antes com
seus clientes. Quando as coisas dão errado, converse primeiro com os
funcionários e depois com os clientes. Se as pessoas mais próximas do problema
ou mais afetadas por ele forem informadas e ficarem satisfeitas com sua resposta,
a imprensa refletirá essa atitude.
42
Em suma, há vários anos, um famoso industrial disse que o sucesso nos
negócios baseia-se em duas coisas: no desenvolvimento de relações e na
paciência.
Em nenhum outro lugar isso é mais verdadeiro do que no posicionamento
no mercado. Nenhuma das atividades de posicionamento no mercado (uso da
propaganda de boca, desenvolvimento da infra-estrutura, formação de relações
estratégicas, venda para os clientes certos, desenvolvimento de comunicação)
garantirá sozinha o sucesso. E nenhuma trará sucesso da noite para o dia.
Precisamos de um longo tempo para estabelecer contatos e construir relações.
Mas, juntos, e no tempo certo, esses elementos funcionarão. Trarão
reconhecimento e credibilidade para uma empresa e seus produtos. Os negócios
têm a ver com as pessoas, não com as coisas. Quando uma empresa concentra
seus negócios no desenvolvimento de relações no mercado, fica impossível
perder.
1.2 – A empresa: Só uma coisa importa
O fator mais importante no posicionamento da empresa é o sucesso
financeiro. Sem sucesso financeiro, o resto de nada adianta. Uma empresa sem
lucros não consegue manter sua posição por muito tempo. Quando compram
produtos complexo, tais como computadores ou equipamento de telecomunicação,
as pessoas estão assumindo um compromisso de longo prazo. Não querem
comprar de uma empresa com problemas financeiros ou um futuro incerto.
Ao comprar tecnologia e produtos complexos, os consumidores querem
comprar de um vendedor e usam o desempenho financeiro como indicador da
aceitação e do sucesso do produto da empresa. A condição financeira da empresa
é um sinal de estabilidade, ou instabilidade, para o mercado. Pois, quando as
empresas perdem dinheiro, reduzem as operações, as linhas de produto e os
serviços.
43
O posicionamento da empresa está no topo da hierarquia de
posicionamento. As empresas têm que posicionar seus produtos primeiro. Em
seguida, os produtos t6em que ganhar aceitação da infra-estrutura. O resultado do
sucesso nessas duas áreas á uma posição forte para a empresa.
Às vezes, a posição de uma empresa pode ser estabelecida com base em
apenas um ou dois produtos-chave. Se uma empresa escolher cuidadosamente
esses produtos, e ganhar uma aceitação altamente visível por sua
comercialização, pode construir uma reputação sólida, mesmo se o resto de sua
linha de produtos for medíocre. O ideal, portanto, é que as empresas desenvolvam
um mix balanceado de produtos. Devem desenvolver e construir uma imagem de
liderança tecnológica: porém, para manter o fluxo de capital, devem desenvolver
também produtos que ampliem a linha de produtos existentes.
Se uma empresa consegue estabelecer uma posição sólida, ou definir uma
personalidade, pode ter muitos benefícios. O posicionamento da empresa tende a
ter efeitos duradouros. Dentre os outros benefícios de uma posição sólida para a
empresa estão: penetração mais rápida no mercado, os consumidores se sentem
seguros quando lidam com líderes do setor; menos obstáculos aos produtos, uma
posição sólida permite que uma empresa tenha sucesso em vender produtos mais
fracos, bem como os mais fortes; melhor acesso às informações tecnológicas e
sobre o mercado, todos querem discutir com eles novas idéias; custos de vendas
menores, o mercado aceita seus novos produtos com maior rapidez simplesmente
porque levam seu nome; preços mais altos, pelos seus produtos e serviços,
muitas vezes, elas determinam os preços no setor; melhor recrutamento, podem
recrutar os melhores talentos, pois as pessoas querem trabalhar onde têm
projeção; maior lealdade dos funcionários, os funcionários se identificam com seu
sucesso; e melhor relação preço/ganhos, os investidores são atraídos por
empresas com uma posição sólida no mercado.
Obviamente, todos esses benefícios desaparecerão se os lucros da
empresa começarem a escorregar. As pessoas não se preocupam muito com a
estabilidade financeira das empresas de bens de consumo. A maioria dos
44
consumidores nem sabe quem é o fabricante da pasta de dentes que usam.
Porém, comprar um produto tecnológico caro envolve um compromisso maior. Se
a empresa falir, quem dará assistência ao produto? Quem fornecerá peças novas?
Portanto, em se tratando do posicionamento de uma empresa de
tecnologia, só uma coisa importa, o sucesso financeiro, que por sua vez irá
possibilitar estabilidade a toda empresa.
1.3 – Concorrentes intangíveis
Quando se fala em concorrentes de uma empresa os primeiros nomes que
surgem na mente são de outras empresas, que atuam no mesmo segmento que a
primeira. Porém, os concorrentes mais poderosos, os verdadeiros concorrentes,
são os chamados “concorrentes intangíveis”.
Esses concorrentes são na verdade formas de pensar e ver o mundo. São
obstáculos que se colocam no caminho do sucesso. Gerentes de marketing
resistindo à mudanças, empreendedores pensando no estilo burocrático, são
exemplos de manifestações dessa concorrência invisível.
Os concorrentes intangíveis se manifestam principalmente das seguintes
maneiras:
• Mudança – A sociedade está em constante evolução. O mercado muda, a
empresa muda, tudo muda. O ambiente como um todo permanece em
constante transformação. A empresa tem que perceber a mudança assim que
ela ocorre. Tem que sempre estar monitorando o mercado para poder captar
uma mudança antes mesmo dela ocorrer e se adaptar à nova situação
• Resistência à mudança – Não basta apenas perceber uma mudança. A
empresa deve reagir à ela
45
• Consumidores bem informados – Com um acesso sem precedentes a um
número cada vez maior de informações, os consumidores estão cada vez
mais desenvolvendo um senso crítico sobre suas relações às necessidades
• Mentalidade de pasteurização – Produzir produtos homogeneizados é
vantajoso do ponto de vista do setor de produção, mas não do marketing. Os
consumidores querem cada vez mais produtos personalizados
• Mentalidade de grandeza – Tal mentalidade está relacionada à aversão ao
risco. As pequenas empresas não podem se dar ao luxo de escolher o
caminho mais seguro, o que estimula sua criatividade e as faz atingir, apesar
dos riscos maiores, melhores resultados
• Conceito do produto – Ter uma visão ampliada do seu produto faz com que
uma empresa possa se posicionar melhor no mercado, percebendo quem são
seus concorrentes diretos e indiretos e expandindo suas fronteiras de atuação.
46
CONCLUSÃO
Uma das lições mais importantes que aprendemos é a mudança de foco
das empresas, que vem transformando sua relação com seus consumidores. Ao
longo do tempo:
Foco no Produto... Foco no Cliente... Foco no DO Cliente
Isso significa que as empresas devem ter um conhecimento tal de seu
público a ponto de toda a corporação conseguir enxergar o produto/serviço da
mesma forma que seus clientes. Conseguir entender a sua mente, analisar suas
percepções e por fim determinar estratégias que permitam atender da melhor
forma suas necessidades.
Nesse sentido, o marketing é utilizado para criar uma relação forte entre
empresa e cliente, onde a marca terá o papel de transmitir as qualidades
intangíveis da corporação, as que realmente conquistam a lealdade do seu
público.
Outro ponto importante tem que ser levado em conta. Quando alguém
compra um produto ou serviço, ele cria uma expectativa quanto ao que lhe será
apresentado. Quando recebe (o produto ou serviço), é a hora da percepção, que
vai confirmar, anular ou superar suas expectativas. Fazendo essa comparação
obtém-se a satisfação.
Para realizar um bom marketing de relacionamento em uma grande
empresa pode-se fazer uso de uma série de ferramentas tecnológicas, como
captação e análise de um eficaz banco de dados dos seus clientes. Através dele
consegue-se um tratamento mais personalizado ao público. Porém é uma ação
bastante custosa, e por isso não pode ser utilizado com todos os seus clientes. A
empresa deve concentrar as ações de relacionamento em seus principais clientes,
os que realmente são responsáveis por seu faturamento. A “Teoria 20/80” diz que
20% de sua carteira de clientes é responsável por 80% de seu faturamento, e
poucos casos fogem à essa regra. Ë nesses 20% que seu marketing de
relacionamento deve ser aplicado.
47
BIBLIOGRAFIA
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação. São Paulo: Altas. 1986.
COBRA, Marcos. Administração de Vendas. 2ª ed. São Paulo: Atlas.
. Administração de Marketing. 2ª ed. São Paulo: Atlas. 1992.
CAMPANHOLE, Adriano, CAMPANHOLE, Hilton Lobo. Consolidação das Leis do
Trabalho. 93ª ed. São Paulo: Atlas. 1995.
CORREA, Cristiane. – Para sair do aperto. Revista exame. São paulo: Abril, 723,
nº. 19, Ano 34, p. 48 – 52, set. 2000.
FORSYTH, Patrick. Tudo sobre Marketing. 10ª ed. São Paulo: Nobel. 1993.
KOTLER, Philip.. Administração de Marketing. 10ª ed. São Paulo. Prentice Hall.
2000.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing. 4ª ed. São Paulo: Atlas. 1997.
MAXIMINIANO, Antônio César Amaru. Introdução à Administração. 5ª ed. São
Paulo: Atlas. 2000.
MIRANDA, Roberta Lira. Estratégias e Técnicas Avançadas de Negociação e
Vendas. São Paulo: Bookmídia Editora. 1999.
PORTER, Michael. Não existe Santos Graals. Revista Exame. São Paulo: Abril,
699, nº. 21, Ano 33, p. 130 – 134. Out. 1999.
ROCHA, Angela da, CHRISTENSEN Carl. Marketing: Teoria e prática no Brasil.
São Paulo: Atlas. 1999.
SILBERGER, Steven. MBA em 10 lições. 5ª ed. São Paulo: Campus. 1996.
48
ANEXO I
Revista: HSM – Ano 5 nº 155 – Março 2007
Falta de comunicação
Alessandra Assad – Curitiba/PR
De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Gestão & RH com
as maiores empresas nacionais e multinacionais e multinacionais, 70% dos
executivos da área de suprimentos acreditam que a principal medida que deve ser
adotada para recuperar a auto estima das pessoas e do clima organizacional é
manter os canais de comunicação abertos e eficientes. Além disso, para 77% dos
gestores entrevistados, os profissionais mais admirados são os que levam a
marca da organização para outros setores, desenvolvendo ações que promovam
melhorias.
49
ANEXO II
ENTREVISTAS
Revista Você S/A – Grandes lições para fidelizar o mercado – Mar 2007
Ajude o seu cliente a encontrar a melhor opção para ele:
“Tive a sorte de Ter grandes líderes, um deles me ensinou
que um dos segredos é a paixão pelo produto que você
vende. Quando ela é verdadeira e intensa, conseguimos
facilmente saber como, quando e por que nosso produto
consegue ajudar nossos clientes. Assim, ficamos ao ouvir um
“não”. Afinal, estamos ajudando o cliente a tomar a melhor
decisão para ele. Aprenda a ganhar dinheiro ajudando as
pessoas” Cláudio Diogo - consultor
Analise a concorrência:
“Observei que os concorrentes mais fracos mantinham o
mesmo discurso há anos, sem atualização. Trabalhando
junto às comissões de formaturas, o calendário fica
claramente dividido em semestres, e a cada novo semestre
os adversários implementam novas estratégias, novos
produtos, agilidade na percepção da mudança e uma pronta
reação são decisivas para o fechamento de novas turmas.
Tão importante quanto saber o que levou aquela turma a
fechar o contrato é saber o que não deu certo. Analisar por
que a opção foi a empresa A ou B” Fernando Saldanha –
diretor comercial do studio A Quatro, empresa de convites de
formatura.
50
Coloque-se no lugar do cliente:
“Trabalho com franquias, e a minha responsabilidade é muito
grande. Em 95% dos casos, os franqueados apostam todas
as suas economias no China In Box. Neste caso, você não
pode esquecer da filosofia do ganha-ganha, para que quem
compre ganhe e você não tenha prejuízos. Quando comecei
meu negócio, cresci muito rápido e, em alguns momentos,
coloquei em risco todas as economias de um franqueado
novo. Nunca faça a ninguém aquilo que você não gostaria
que fizessem para você” Robinson Shiba, presidente do
China In Box, grupo que já tem mais de 120 franquias em
todo Brasil.
51
ANEXO III
REPORTAGENS
Jornal do Comércio – Agência do Estado – Rio, 26 de março de 2007.
Patrícia Cançado
Hering Buscará recursos para financiar expansão
Santa Catarina – A rotatividade maior de coleção nas lojas é
apenas uma face das mudanças que a Hering pretende
promover até 2012. Fontes próximas a companhia dizem que
agora, com o caixa mais saudável graças ao alongamento de
sua divida, ela se prepara para seguir um destes dois
caminhos: fazer um novo lançamento de ações da bovespa –
a empresa tem capital aberto, mais suas ações são pouco
negociadas na bolsa – Ou vender uma participação para um
fundo de private equity. Com essa estratégia, a hering que
financiar seu projeto de expansão, que começa a tomar
corpo este ano.
52
ANEXO IV
QUESTIONÁRIO
Pesquisa feita com 50 gestores em vendas sobre alguns aspectos de fidelização e
mercado, e as respostas foram a seguinte:
a) Na atual situação do mercado, você acredita em fidelização de clientes?
67% - Sim
33% - Não
b) Você se considera atualmente na zona de conforto?
56% - Sim
44% - Não
c) Hoje você se considera uma pessoa com espírito empreendedor?
53% - Sim
47% - Não
53
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
Título da Monografia: “Os desafios do mercado para fidelizar clientes”
Autor: Edward Meirelles Guimarães
Data da entrega:
Avaliado por:
Conceito: