OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Ensinar os principais...
-
Upload
nguyenkien -
Category
Documents
-
view
214 -
download
0
Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · Ensinar os principais...
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PARANÁ GOVERNO DO
ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA
PROFESSOR PDE – TURMA 2013
Título: O futsal no Ensino Médio: atendendo as necessidades dos alunos mediante suas diferentes habilidades.
Autor Daniel Bernardes de Brito.
Disciplina/Área Educação Física.
Escola de Implementação do Projeto
Colégio Estadual Chateaubriandense- Ensino Médio, Normal e Profissional.
Município da escola Assis Chateaubriand – PR.
Núcleo Regional de Educação Assis Chateaubriand – PR.
Professora Orientador Felipe Canan.
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste Paranaense – UNIOESTE (Campus de Marechal Cândido Rondon).
Relação Interdisciplinar Educação Física/ cidadania.
Resumo Como a Educação Física pode promover o desenvolvimento da cidadania, o presente trabalho ocupou-se do fato de que o futsal vem se tornando uma modalidade esportiva que só atrai os alunos que já têm habilidades desenvolvidas para essa prática, segregando e excluindo os demais. Dessa forma, a proposta deste estudo é proporcionar, através da pedagogia do esporte (FREIRE, 2011) e do trabalho com a cultura corporal (PARANÁ, 2008), o desenvolvimento de uma sequência didática que organize uma metodologia do ensino do futsal compatível com as necessidades individuais de cada aluno, tomando como parâmetro o primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Chateaubriandense de Assis Chateaubriand, PR. Sendo assim, a partir da aplicação de um questionário no qual os professores de Educação Física relataram as suas dificuldades metodológicas em trabalhar o futsal no primeiro ano do Ensino Médio, bem como um questionário QMAD (SERPAS, 1991, SERPAS; FRIAS,1990) sobre as motivações que levam os alunos dessa série à prática ou não do futsal nas aulas de Educação Física, organizou-se a sequência didática, cuja qual pretende visar a participação e a aprendizagem efetiva de todos os alunos sem discriminar os mais fracos ou privilegiar os fortes, o que é comum em nosso sistema capitalista.
Palavras-chave Futsal; Esportes; Metodologia.
Formato do Material Didático Unidade Didática.
Público Alvo Alunos do primeiro ano do Ensino Médio do período matutino.
1. APRESENTAÇÃO
O presente trabalho é uma das etapas do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE e organiza uma Produção Didático-Pedagógica que, a partir de
uma pesquisa com os professores de Educação Física do município de Assis-
Chateaubriand, PR, objetiva criar uma proposta de ensino do futsal para o primeiro
ano do Ensino Médio, tendo como base o Colégio Estadual Chateaubriandense-
Ensino Médio, Normal e Profissional.
Sendo assim, a partir de várias correntes pedagógicas que abordam o ensino
de futsal, propõe-se uma metodologia que atenda às necessidades de todos os
alunos, fazendo com que seu desenvolvimento motriz, cognitivo e afetivo sejam
desenvolvidos em sua plenitude.
2. JUSTIFICATIVA
O esporte ganha cada vez mais espaço na sociedade atual. Apresenta-se
como grande fenômeno social de muita importância e relevância para todos nós. No
universo de crianças, jovens, adolescentes e pessoas adultas, quem nunca praticou
uma modalidade esportiva? Acredita-se que poucas pessoas não conhecem o futsal
e na maioria das vezes o não conhecimento acontece mais por falta de oportunidade
do que por opção. Qual o pai que não quer ver seu filho/ filha praticando pelo menos
uma modalidade esportiva?
Nesse sentido, a escola tem grande responsabilidade em oferecer em seus
currículos essa atividade, mas cabe a nós, professores de Educação Física,
escolher a pedagogia que melhor atenderá as necessidades dos alunos e a
metodologia que dará a todos o melhor resultado no seu desenvolvimento motriz,
cognitivo e afetivo, promovendo assim o crescimento global do ser humano.
Também nós, professores de Educação Física, precisamos motivar nossos
alunos e para isso é necessário também que estejamos motivados. A prática sem
prazer, gosto e/ou alegria pode deixar o ambiente carregado, pesado e na maioria
das vezes pode também provocar a desmotivação do aluno e professor,
prejudicando a aprendizagem dos alunos e consequentemente o ensino docente.
Dessa forma, o mínimo que podemos fazer é organizar as aulas com uma sequência
pedagógica capaz de provocar e propiciar a nossos alunos o objetivo desejado.
Por esses motivos, faz todo sentido escolher, dentre todas as modalidades
esportivas, o futsal que está enraizado na cultura brasileira como paixão nacional e
conteúdo estruturante das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná (PARANÁ, 2008), na disciplina de Educação Física. O mesmo é uma
modalidade esportiva presente em quase todas as escolas públicas e particulares da
Educação Básica de todo o Brasil. Necessita de pouco material e não exige espaços
sofisticados, podendo ser ensinado a todas as idades e gêneros, inclusive colocando
meninos e meninas juntos, prática comum nos tempos atuais. Ainda apresenta a
capacidade de envolver alunos de classes sociais heterogêneas sem problema
algum, bastando tão somente utilizar-se a pedagogia e a metodologia adequada,
que facilite e motive os nossos alunos a aprender a desenvolver suas muitas
habilidades, liberdade para a criatividade, capacidade para tomar as decisões e
resolver problemas com maior naturalidade.
Com base em autores renomados como Freire (2011), Graça e Mesquita
(2007), Gallahue et al. (2013), Scaglia (1999), Reverdito (2005) e em trinta anos de
magistério, o presente trabalho busca propor uma metodologia que aponte outros
encaminhamentos diferentes do modelo militarista e tecnicista do passado. Vivemos
em uma época e realidade bem diferentes, precisamos preparar nossos alunos para
a vida e não podemos descartar ninguém. É preciso incluir. Não podemos
discriminar nem selecionar os melhores e bem dotados para ensinar (SAVIANI,
1986).
Baseando-se nesse compromisso, escolheu-se os alunos do primeiro ano do
Ensino Médio do Colégio Estadual Chateaubriandense, Assis Chateaubriand, PR,
para realizar a pesquisa de intervenção, por entender que os mesmos, nessa faixa
etária e nessa seriação, necessitam de maiores cuidados e atenção, por serem
recém-chegados do Ensino Fundamental, encontrando muita dificuldade de
adaptação, podendo estranhar a estrutura física, pedagógica, a matriz curricular e a
metodologia dos professores. Portanto, desenvolver uma metodologia de ensino do
futsal no primeiro ano do Ensino Médio, compatível com as necessidades de cada
aluno, é o mínimo a ser feito como profissional da educação, na busca de uma
escola de melhor qualidade.
3. PROBLEMA / PROBLEMATIZAÇÃO
Ensinar nos dias de hoje vem se tornando cada vez mais um desafio a todos
os professores e, neste caso especial, a nós, professores de Educação Física.
Ensinar uma criança ou um adolescente a jogar futsal dentro da escola requer, por
parte do professor, um conhecimento profundo sobre metodologia, pedagogia e
psicologia, entre outros. Sendo assim, a forma pela qual estamos ensinando nossos
alunos a jogar futsal em nossas aulas pode estar contribuindo para a falta de
motivação, o desinteresse, e a exclusão dos menos habilidosos? É possível
estarmos privilegiando os mais habilidosos, além de reproduzir a competitividade
exacerbada, situação na qual exclui-se os fracos e só os fortes têm o prazer de
aprender a jogar? Nesse sentido, como efetivar uma prática educacional do futsal
onde todos tenham suas habilidades desenvolvidas?
4. OBJETIVO GERAL
Desenvolver, a partir de pesquisa realizada com os educadores e alunos do
primeiro ano do Ensino Médio sobre quais são os problemas pedagógicos
advindos do ensino do futsal na atualidade, uma sequência didática para essa
série escolar, que apresente uma metodologia de ensino do futsal compatível
com as necessidades individuais de cada aluno.
4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Ensinar os principais fundamentos TÉCNICOS e TÁTICOS do futsal;
Elaborar uma sequência de ensino para abordar os fundamentos do futsal na
qual todos possam ser incluídos.
5. DESENVOLVIMENTO
5.1 PESQUISA COM OS EDUCADORES
A presente sequência didática se originou a partir da entrevista com
professores e educandos sobre quais são os problemas pedagógicos advindos do
ensino do futsal na atualidade, realizada no segundo semestre de 2013, em Assis
Chateaubriand.
No trabalho com os educadores, para esta pesquisa foram elaboradas dez
perguntas descritivas, destinadas a nove professores de Educação Física do
município de Assis Chateaubriand, sobre as dificuldades encontradas por eles
quando ensinam futsal aos alunos do primeiro ano do Ensino Médio.
A primeira pergunta referiu-se a maior dificuldade do(a) professor(a) nas
aulas de Educação Física no primeiro ano do Ensino Médio. Os educadores
responderam que as dificuldades apresentadas pela maioria dos professores é o
desnível motor entre as meninas e os meninos, que pode ser explicado por Freire
(2011, p.26). Diz o referido autor:
Se a criança for à escola de esportes e trouxer um repertório motor bastante rico, as exigências do gesto desportivo serão atendidas com certa facilidade. Se, ao contrário, o repertório motor for pobre, as dificuldades poderão ser grandes.
Nesse caso o autor diz que será necessário voltar as formas básicas de
atividades para enriquecer o acervo motor da criança. O mesmo poderá ocorrer com
os adolescentes.
A segunda pergunta referiu-se a metodologia utilizada pelo professor(a) para
ensinar o futsal a alunos(as) do primeiro ano do Ensino Médio. Pela resposta dos
educadores(as), a escolha do método é importante, pois nele estão contidas as
intenções do professor, mas o Coletivo de autores (1992, p.71) comenta sobre no
que o professor deverá estar preocupado, na hora de aplicar seu método, ou seja:
Na escola, é preciso resgatar os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, defendem o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que jogo se faz “a dois”, e de que é diferente jogar “com” o companheiro e jogar “contra” o adversário.
Então, a terceira pergunta quis saber qual o procedimento do professor(a)
quando um aluno(a) recusa-se a participar das aulas de Educação Física. Para os
educadores selecionados, se o aluno não quer fazer a aula, caso não tenha
justificativa plausível, o mesmo deverá ser incluído com os demais na aula, e os
professores devem observar o que esses alunos(as) dizem. (REVERDITO;
SCAGLIA, 2007). Isso demonstra que ocasionalmente encontramos profissionais
desmotivando crianças e adolescentes à prática de determinado esporte, em função
de suas características antropométricas e até mesmo culturais, rotulando, a criança
de que ela não é capaz de aprender, colocando a culpa no biotipo ou na velha
história que se tem de nascer com o “dom”. Longe da conclusão de que alguém é
capaz de aprender, nos deparamos com conclusões inatistas e ‘achismos’,
revelando a incompetência em ensinar quando aquela criança/adolescente não
demonstra aprender determinadas especificidades, características desta ou daquela
modalidade.
A quarta questão perguntou de que forma o professor (a) motiva seus
alunos(as) a fazer as aulas de futsal no primeiro ano do Ensino Médio. O
questionário demonstrou que criar um ambiente favorável e valorizar os alunos é
fundamental para o sucesso de uma aula, mas segundo Graça e Mesquita (2007) o
professor no ensino aprendizagem deverá assumir o papel de agente mediador e
incentivador na busca do saber. A função do professor, longe de ser o único detentor
das tarefas de ensino, deverá ser estimular os alunos a buscarem outras fontes para
a aprendizagem, fazendo com que encontrem soluções próprias para problemas
contextualizados.
A quinta pergunta questionou: Há predominância dos alunos mais habilidosos
sobre os menos habilidosos quando o professor(a) ministram suas aulas de futsal?
De forma geral, todos os professores responderam que sim e que sentem
dificuldade em administrar essas diferenças, mas colocam algumas normas para não
prejudicar os menos habilidosos. Todavia, é preciso refletir sobre que normas seriam
essas, pois tal reflexão não ficou clara nas respostas dada pelos professores. Como
proposta, sugere-se que acate-se algumas ideias dos Jogos Cooperativos, para
diminuir a competição. Parafraseando Soler (2006): Evite jogos que busquem a
eliminação; valorize mais o processo e menos o resultado final; fuja dos jogos
individuais, valorize os jogos em grupo; divida os times de forma criativa e não por
ter mais ou menos habilidades; proponha jogos competitivos e cooperativos para
que o grupo possa perceber onde se sente melhor; permita que a liderança circule
pelo grupo. Todos devem, em algum momento, liderar.
A sexta questão perguntou se o professor(a) consegue integrar meninos e
meninas em suas aulas de futsal. A pesquisa demonstrou que isso é possível, mas
que demanda algumas adaptações às regras do futsal. Se colocarem-se meninos e
meninas para jogar o futsal tal como ele é, a integração pode se tornar mais difícil.
Como precisamos garantir o agrupamento de todos os alunos, além de garantir a
diversidade por heterogeneidade e principalmente de gênero, sugere-se novamente
a aprendizagem cooperativa, jogando com número de alunos reduzidos,
promovendo a participação de todos e deixando o jogo menos complexo.
Na sétima questão, perguntou-se ao professor(a) em qual momento de sua
aula de futsal os alunos estão mais integrados e motivados. Foram respostas a
possibilidade de os alunos escolherem os times, os exercícios e jogos com bolas e
as atividades lúdicas, recreativas e jogos pré-desportivos.
Todas as repostas dadas na questão sete comprovam que precisamos de
uma nova metodologia para ensinar o futsal, o que se propõe no presente trabalho,
ou seja, desenvolver uma metodologia que além de ensinar tenha o lúdico, a
cooperação, a recreação e os jogos pré- desportivos.
A oitava pergunta perguntou se o professor(a) tem recebido apoio da escola
para desenvolver seu trabalho de maneira satisfatória. Nesse item, as respostas
demonstram que a maioria das escolas apoia o trabalho do educador. Evidencia-se
que a escola, através da Direção e Equipe Pedagógica, deve dar total apoio para o
desenvolvimento do trabalho dos professores de Educação Física, pois sem esse
apoio fica praticamente impossível desenvolver um bom trabalho.
A nona perguntou observou se o professor(a) acha importante ter uma boa
estrutura física, materiais esportivos adequados e suficiente para uma boa aula
prática de futsal. Aqui as opiniões se dividiram, pois a metade dos entrevistados
atribui o sucesso das aulas de Educação Física ao preparo do educador, enquanto
os demais acreditam ser indispensável uma boa estrutura física e materiais de boa
qualidade e quantidade suficiente, sobretudo no futsal.
Dessa forma, para desenvolver um trabalho satisfatório o professor(a) precisa
de um material de boa qualidade e em quantidade suficiente. Julga-se ser no mínimo
uma bola para cada dois alunos, a quadra deve ser coberta e totalmente protegida
de muros e alambrados para a bola não sair, piso adequado e limpo, além de ter
total apoio da equipe pedagógica e do diretor.
Por fim, a décima questão perguntou ao professor(a), no caso de alunos(as)
desmotivados a participar das
aulas de futsal, se a culpa é do
aluno ou do professor. Os
entrevistados afirmaram que, na
maior parte das vezes, a culpa é
dos dois, pois um se completa no outro durante o processo de ensino aprendizagem.
Existem controvérsias relacionadas com as teorias sobre desenvolvimento da
motivação do indivíduo para uma atividade física ou desporto. No entanto, se pode
concluir que a motivação é um aspecto psicológico tão importante quanto o aspecto
físico. Assim, o Profissional de Educação Física deveria preocupar-se não somente
com a parte física das pessoas, mas também com o aspecto psíquico, uma vez que
muitas vezes esses aspectos são determinantes para o desenvolvimento das
práticas desportivas, principalmente nas crianças e adolescentes, também à
manutenção desse comportamento quando adultos (ROCHA, 2009, p. 09).
A conclusão desse trabalho demonstrou que ninguém faz nada se não estiver
motivado por algo. Portanto, nossos alunos precisam estarem motivados para as
nossas aulas de Educação Física. O professor(a) só passará esta motivação se
estiver seguro do que faz e neste caso específico, terá que além de ter os
conhecimento do futsal, saber passar para os alunos com entusiasmo, alegria e
prazer.
5.2 PESQUISA COM OS EDUCANDOS
O presente questionário objetivou pesquisar as motivações que levam os
alunos do primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Chateaubriandense de
Assis Chateaubriand- Paraná, período matutino, à prática ou não prática do futsal
nas aulas de Educação Física.
Aplicou-se o Questionário QMAD, versão traduzida e adaptada (SERPAS,
1991, SERPAS; FRIAS, 1990), contendo 29 perguntas, a 46 alunos, sendo 21 do
sexo masculino e 25 do feminino. Foram considerados para análises e comparações
somente os fatores de maior relevância (4 a 5) e menor relevância (1 a 2).
Para os meninos os motivos mais importantes e relevantes são: ganhar o
Questionários como este podem ser adaptados e aplicados a outras turmas de Ensino Médio ou de Ensino Fundamental, no sentido de diagnosticar a situação dos alunos e dos professores para, a partir desse quadro, eleger uma metodologia e/ou um plano de trabalho específico com o conteúdo selecionado.
jogo, trabalhar em equipe, tirar boas notas, sentirem-se mais saudáveis, estar em
boa condição física e divertimento. Os motivos menos irrelevantes são: ter emoções
fortes e não participam das aulas de Educação Física.
Para as meninas os motivos mais relevantes são: fazer algo que é bom, tirar
boas notas e fazer novas amizades. Consideraram menos relevante o esporte fazer
parte do currículo, ter emoções fortes, pretexto para sair de casa, receber prêmios,
entrar em competição, ter a sensação de ser muito importante, ser conhecida e ter
prazer nas instalações e materiais esportivos.
As análises comparativas entre os dois sexos levam a crer que as respostas
do público masculino estão voltadas ao ato de jogar em si, ou seja, à experiência
proporcionada pelo jogo e o prazer que o mesmo provoca. As respostas das
meninas evidenciaram uma pouca motivação para a prática, para o ato de jogar,
sendo necessário, neste caso, uma necessidade exterior, além da própria atividade,
para as motivar. Resta verificar se a falta de motivação em relação à atividade está
relacionada ao tradicionalismo presente nas aulas de Educação Física, que se pauta
em uma repetição de movimentos pouco conectados ao jogo em si, ou ao machismo
histórico presente no futebol e futsal, ou algum outro motivo relacionado ao
crescimento, desenvolvimento e maturação.
Algumas diferenças culturais entre meninos e meninas são explicadas por
Freire (2011). Os meninos desde muito cedo são incentivados pelos pais e amigos a
demonstrar sua competência física e a competirem entre si. Ao contrário, as meninas
são incentivadas a cuidar da autoimagem, conviver e brincar, passear com as
amigas e dedicarem-se o mínimo possível a atividades que exijam força física.
5.3 PLANO DE AULA DA UNIDADE DIDÁTICA
A partir das conclusões observadas na pesquisa com os professores e alunos
de Educação Física de Assis Chateaubriand sobre os desafios do ensino do futsal no
primeiro ano do Ensino Médio, organizou-se uma sequência didática
correspondendo a 32 encontros de uma hora aula cada.
O planejamento se organizou para que cada atividade seja realizada pelo
educando duas vezes, de forma a que o mesmo possa fixar o movimento e a
sequência elaborada. As bases teóricas foram o método situacional, global, analítico
sintético, parcial, recreativo e o método de confrontação no futsal (DIETRICH et al.
1984). Também apresentam-se atividades com base em Kröger e Roth (2006),
Lopes (1967) e Melo (2011).
I MÓDULO
Atividades recreativas, atividades técnicas, jogos pré-desportivos e jogos de
rua
Primeira aula: Jogos e exercícios
Primeiro momento: Alunos correm por toda parte da quadra de futsal
acompanhando as linhas demarcatórias da quadra, conduzindo uma bola de futsal.
Objetivo: preparar para movimentos e atividades mais intensas, além de
propiciar ao alunos maior compreensão das dimensões da quadra de futsal.
Figura 1: Conhecendo a quadra.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Segundo momento: Zerinho
Dentre as brincadeiras de corda, uma das mais simples é a do Zerinho,
porque os participantes não precisam pular corda, mas apenas entrar de um lado e
sair do outro correndo, sem tocar na corda. Nessa atividade os alunos
desenvolverão coordenações espaço-temporais bastante significativas, orientadas
pelo ritmo das batidas da corda. Aqui os alunos deverão conduzir a bola com os pés
e passar a corda sem ser tocados por ela e sem perder o controle da bola. Outras
variações são:
Zerinho sem batidas vazias: os alunos não podem deixar passar a batida da
corda sem que um esteja passando com a bola;
Zerinho cooperativo: passamos a contar os acertos, voltando a zero sempre
que houver um erro, ou seja, uma batida vazia ou um tropeço na corda.
Enquanto os alunos conseguirem passar seguidamente sob a corda sem
deixar batidas vazias, o professor vai contando: 1,2,3,4,5 e assim por diante.
Nesse caso, o erro de um significa o erro de todos e o acerto de cada um
resulta no acerto de todos.
Objetivo: espírito coletivo, preocupação com o outro e aprender a socializar as
habilidades individuais.
Figura 2: Espírito coletivo, preocupação com o outro.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Terceiro momento: Pebolim humano. O grupo dividido em duas equipes,
cada equipe segurando uma corda, menos os dois goleiros. Cada equipe, sem que
seus jogadores larguem de suas cordas, tentarão fazer gols uma na outra. Só que
ninguém poderá soltar das cordas. Caso isso ocorra, será falta para a outra equipe.
Objetivo: fortalecer o espirito coletivo, desenvolver habilidades motoras com
correr, saltar, desviar, desinibir e descontrair o grupo.
Figura 3: Pebolim humano.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Quarto momento: Destinado a criatividade dos alunos. Eles deverão
apresentar uma atividade relacionada à modalidade, podendo ser variações das
atividades realizadas, criadas por eles ou resgatadas de outros tempos.
Segunda aula: Jogos e exercícios
Primeiro momento: Rebatida: Quadra de futsal. Duas duplas divididas em
duas metades de quadra. Quadra A, duplas A e B, Quadra B, duplas C e D.
Atividades iguais para as duplas da quadra A e B. Uma dupla chuta a outra defende.
Cada dupla tem direito a seis chutes. Gol direto vale um, rebatida pelo adversário
vale dois, rebatida da trave e postes vale três. A regra será definida pelo professor e
alunos
Figura 4: Rebatidas.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Segundo momento: Em uma quadra jogam duas equipes de seis jogadores,
tendo cada uma um goleiro e sendo que cada equipe é formada por três duplas
(jogadores de mãos dadas).
Objetivo: espirito de equipe, integração e cooperação.
Figura 5: Jogo de futsal com equipes de mãos dadas.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Terceiro momento: Destinado a criatividade dos alunos, os quais deverão
apresentar uma atividade relacionada à modalidade, podendo ser variações das
atividades realizadas ou criadas pelos próprios alunos e/ou também resgatadas de
outros tempos.
Terceira aula: Jogos e exercícios
Primeiro momento: Bolichebol. Quadra de futsal. Divide-se a quadra em
quatro campos de boliche. Cada campo tem duas duplas. No meio colocam-se
cones ou garrafas pet como se fossem pinos do boliche. A bola tem que ser chutada
com os pés. As regras deverão ser elaboradas por professor e alunos.
Objetivo: desenvolver o chute e a pontaria.
Figura 6: Boliche com os pés.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Alunos formam um círculo, com dois alunos no centro. Os
alunos do círculo trocam passes, evitando que os alunos do centro apanhem a bola.
Se um deles apanhar a bola, o último aluno que a tocou troca de lugar com ele.
Objetivo: integração, passe, domínio e marcação.
Figura 7: Atividade de integração, passe, domínio e marcação.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Quarta aula: Jogos e exercícios
Primeiro momento: Futtênis: Quadra de futsal dividida em várias mini
quadras em miniatura de tênis e no meio separada por cones ou garrafas pet. A bola
de futebol de campo. Jogado em duas duplas em cada quadra e com os pés.
Professor e alunos deverão elaborar e estabelecer as regras.
Figura 8: Futtênis.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Segundo momento: “Bobinho”. Formam-se grupos de cinco alunos em
círculos com um aluno no meio (bobinho). Os alunos do círculo passam a bola entre
si, evitando que a bola seja tocada pelo “bobinho”. Se este tocar, quem perdeu a
bola passa a ser o bobinho.
Objetivo: integração de grupo, descontração, passe, marcação e espírito
colaborativo.
Figura 9: Direção de passe e marcação.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Terceiro momento: Destinado a criatividade dos alunos. Eles deverão
apresentar uma atividade relacionada à modalidade, podendo ser variações das
atividades realizadas, criadas por eles ou resgatadas de outros tempos.
Quinta aula: Jogos e Exercícios
Primeiro momento: Alunos divididos em dois grupos, cada grupo dentro de
cada área, conduzindo as bolas sem encostar nos colegas. Ao sinal do professor,
eles deverão conduzir a bola com velocidade até a outra área e executar a mesma
movimentação.
Objetivo: movimento, drible e noção de espaço.
Figura 10: Trabalho com o drible e a noção de espaço.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Segundo momento: Futebocha. Quadra de futsal dividida em vários campos
de bocha. Cada campo duas duplas. Mesma regra da bocha e a bola deve ser
movimentada com os pés. As dimensões dos campos e as regras podem ser
elaboradas pelo professor e alunos.
Figura 11: Futebocha.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Sexta aula: Jogos e exercícios
Primeiro momento: Um jogo de futsal de quatro contra quatro onde os alunos
tentam colocar a bola na linha de fundo da quadra oposta. Os outros alunos deverão
esperar no fundo da quadra.
Objetivo: desenvolver partes do jogo e alguns fundamentos.
Figura 12: Atividade com partes do jogo e de alguns fundamentos.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Nas linhas de fundo de cada metade de quadra distante
mais ou menos uns três metros um do outro, encontram-se jogadores da equipe
adversária, cada um com um aro na mão. As duas equipes jogam uma contra a
outra, o restante dos jogadores ficam no centro, tentando fazer a bola passar por
dentro dos aros que seus companheiros seguram na linha de fundo. Cada vez que
conseguir passar a bola, sua equipe marcará um ponto.
Objetivo: cooperação, aprimorar o passe, condução da bola e deslocamentos.
Figura 13: Atividade de condução de bola e deslocamentos.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Sétima aula: Jogos e exercícios
Primeiro momento: Estabelecer quatro bases, uma em cada canto da quadra.
Dentro de cada base um jogador da equipe que tem a posse da bola. Fora das
bases, quatro companheiros passarão a bola entre si, tentando fazer a bola chegar
nas mãos ou pés do companheiro que está dentro de cada base. A outra equipe com
o mesmo número de jogadores tentará impedir. Cada vez que a equipe fizer a bola
chegar ao seu objetivo (jogador dentro da base) marca-se um ponto a seu favor.
Caso perca-se a bola para o adversário, a situação se inverte.
Objetivo. passe, drible, deslocamentos marcação e cooperação.
Figura 14: Atividade de deslocamento, marcação e cooperação.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Duas equipes com seis jogadores cada uma, distribuídas
em dois campos que estão divididos em três zonas (duas extremidades do meio). Na
zona do meio só pode haver dois jogadores de uma equipe. Em outra metade da
quadra, dois jogadores da outra equipe. No lado A há quatro jogadores de uma
equipe e dois da outra no meio, no lado B são ocupados os restantes dos setores.
Os jogadores das zonas extremas têm a tarefa de passar a bola entre si e os do
meio tentarão evitar. A cada bola interceptada se consegue um ponto.
Objetivo: dar direção no passe, antecipação de passes, deslocamentos.
Figura 15: Direção no passe, antecipação do passe e deslocamentos.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
II MÓDULO
Situações de jogo, jogos reduzidos e jogos de rua
Oitava aula.
Primeiro momento: Quadra de futsal, campo reduzido, três pequenos gols, um
contra um, gol livre. O jogador de posse da bola pode fazer gol em qualquer um dos
gols.
Figura 16: Exercício um a um.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Em meia quadra uma equipe de quatro jogadores ataca a
outra equipe de quatro jogadores e um goleiro. Para cada gol, os atacantes recebem
um ponto. Cada bola roubada pela defesa também vale um ponto.
Figura 17: Roubando a bola.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Nona aula
Primeiro momento: Quadra de futsal dividida em vários campinhos. Gols de
mais ou menos um metro de largura formado por cones. Joga-se em duplas ou trios.
As dimensões do campo e as regras devem ser elaboradas pelo professor e seus
alunos.
Figura 18: Criando e combinando as regras.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Segundo momento. A quadra de futsal será dividida em vários campinhos e os
gols formados por cones. Um jogo de dois contra um. Quando o jogador que está só
recupera a posse de bola, o jogador que está no gol vem jogar com ele e um dos
jogadores da outra equipe vai para o gol.
Figura 19: Dois contra um.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Décima aula.
Primeiro momento: Quadra de futsal, cinco jogadores em cada equipe. Equipe
A e equipe B. A equipe A tenta manter a posse de bola em sua metade da quadra, a
equipe B tenta retirar a bola e levar para seu campo. No meio das duas metades de
quadra existe uma área neutra, onde não se pode tomar a bola do adversário.
Figura 20: Desenvolvendo passe e controle de bola.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Quadra de futsal dividida em vários espaços. Um jogo de
três contra três, sendo o gol marcado por cones de três lados. Cada jogador é
responsável por defender um lado do gol.
Figura 21: Exercitando a defesa.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Décima primeira aula.
Primeiro Momento: Quadra de futsal. Confrontam-se duas equipes com quatro
jogadores cada uma. Equipe A de posse de bola, uma bola para cada jogador e cada
jogador com a bola tem um marcador individual. A bola só poderá ser tomada pelo
marcador individual.
Figura: 22: Marcação individual.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Quadra de futsal. Meia quadra, cada equipe com quatro
jogadores e o goleiro neutro. Todos atacam todos defendem no mesmo gol. O gol só
é valido de fora da área.
Figura 23: Ataque e defesa coletiva.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Décima segunda aula.
Primeiro momento: Quadra de futsal, quatro contra quatro, gol no meio da
quadra (mini gol), sem goleiro. Vale gol dos dois lados.
Figura 24: Gol de ambos os lados.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento. Quadra de futsal dividida em várias quadras miniaturas
(espaço reduzido), jogam um contra um, com gols pequenos feitos por cones.
Figura 25: Um a um.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Décima terceira aula.
Primeiro momento: Quadra de futsal, meia quadra, cinco contra cinco, sendo
que para a equipe chutar ao gol a mesma tem que trocar cinco passes na sequência.
Figura 26: Sequência de cinco passes.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Na quadra serão colocados gols feitos com cones em
uma dimensão reduzida. Duas equipes jogam entre si, tentando passar a bola entre
os cones (gol). Para concretizar um gol o companheiro deverá receber a bola do
outro lado do cone (jogador receptor). Cada vez que a equipe conseguir passar a
bola sem que o adversário a pegue, sua equipe ganhará um ponto.
Objetivo: diversificar a forma de jogar para desenvolver outras habilidades.
Figura 27: Diversidade de jogo e desenvolvimento de várias habilidades.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Décima quarta aula
Primeiro momento: Quadra de futsal. Em meia quadra, quatro defensores
contra três atacantes. O gol só será válido de dentro da área. Professor e alunos
deverão criar as regras e variações.
Figura 28: Defesa contra o ataque.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Destinado a criatividade dos alunos, no qual eles deverão
apresentar uma atividade relacionada à modalidade, podendo ser variações das
atividades realizadas ou criadas pelos próprios alunos, bem como resgatadas de
outros tempos.
III MÓDULO
Jogos modificados, lógica tática, jogo formal
Décima quinta aula: Jogos e exercícios
Primeiro momento: Quadra de futsal. Duas equipes jogam uma contra a outra,
sendo permitido a uma equipe um toque e a outra dois toques. Professor e alunos
deverão estabelecer variações e regras.
Figura 29: Exercitando números diferentes de toques.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Segundo momento: Um jogo normal, onde dois alunos de cada equipe só
podem jogar com dois toques e os outros têm a liberdade para jogar. Após um tempo
trocar as funções.
Objetivo: espirito de equipe, função, técnica e raciocínio rápido.
Figura 30: Marcação e passe.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Décima sexta aula.
Primeiro momento: Duas bolas e a quadra de futsal. Duas equipes de cinco
jogadores cada uma, jogam uma contra a outra, porém, ao invés de utilizar uma
bola, utilizam-se duas.
Figura 31: Jogando com duas bolas.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Segundo momento. Defesa avançada. Quadra de futsal. Duas equipes jogam
uma contra a outra em um jogo normal. Ao fazer um gol, todos os jogadores da
equipe que fez o gol deverão estar além da linha central da quadra (campo de
ataque). Caso contrário o gol será revertido para a equipe adversária. O professor e
alunos criarão outras variações e regras
Figura 32: Desenvolvendo o avance e o ataque.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Décima sétima aula.
Primeiro momento: Quadra de futsal, meia quadra, cinco gols pequenos. Uma
equipe com três jogadores e outro com dois jogadores. Equipe de três jogadores
defende três gols e a equipe de dois jogadores defendem dois gols. Gol livre.
Figura 33: Gol livre.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Segundo momento: Todos tocam, todos passam. Distribuir os alunos dentro
da quadra, divididos em dois grupos de cinco, cujos quais jogam normalmente, mas
antes que que se tente chutar a gol, a bola deverá ser passada a todos os membros
da equipe. Uma vez marcado o gol, a bola passa novamente por todos os jogadores
antes de se tentar outro chute a gol.
Objetivo: igualdade, cooperação, inclusão e espirito coletivo.
Figura 34: Cooperação nos passes.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Décima oitava aula.
Primeiro momento: Um jogo de cinco contra cinco. Cada equipe com um
goleiro, e cada equipe deverá ter três atacantes e dois defensores, os jogadores não
poderão sair de sua área de ação.
Objetivo: superioridade numérica do ataque sobre a defesa.
Figura 35: Ataque sobre a defesa.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Dividir os alunos em duas equipes de cinco alunos cada
uma. Cada equipe tentará manter a posse de bola dentro de sua metade de quadra,
enquanto a outra tentará tirar a posse de bola e levar para sua metade de quadra,
conseguindo inverter os papéis.
Objetivo: posse de bola, marcação, desmarcação, espirito coletivo.
Figura 36: Posse de bola, marcação e demarcação.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Décima nona aula.
Primeiro momento: Três equipes em quadra, a equipe A ataca a equipe B
enquanto a equipe C descansa. Se a equipe B perde a bola para equipe A, esta
ataca a equipe C. Se a equipe A faz o gol na equipe B, a equipe A passa atacar a
equipe C.
Objetivo: concentração, atenção, movimentação e envolvimento.
Figura 37: Concentração, atenção, movimentação e envolvimento
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Bitoques. Quadra de futsal, duas equipes de cinco
jogadores. Equipes A e B jogam uma contra outra. A princípio, estabelece-se o
número de dois toques por jogador, mas o professor e os alunos podem estabelecer
o número de toques, o tempo de jogo e as regras.
Figura 38: Exercitando mais de um toque por jogada.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Vigésima aula.
Primeiro momento. Quadra de futsal na qual joga-se um contra um, com
goleiros.
Figura 39: Um contra um.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Duas equipes de cinco jogadores, cada uma joga em um
lado da quadra. A equipe só ganhará o direito de jogar quando completar 10 passes
sem que a outra equipe toque na bola. Completado os dez passes, automaticamente
passam a jogar e fazer gol. O goleiro deverá ir para o gol contrário e virar adversário.
A outra equipe continuará tentando os dez passes. Quando conseguir, o seu goleiro
deverá ir para o gol do adversário e as duas equipes jogarão conforme as normas
estabelecidas pelo professor e alunos no início da atividade.
Objetivo: movimentação, passe, deslocamentos, descontração e espirito
coletivo.
Figura 40: Passes, movimentação e deslocamento.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Vigésima primeira aula.
Primeiro momento: Duas equipes de cinco jogadores cada uma, contando
com o goleiro, jogam na quadra com as regras do futsal. A equipe que faz o gol
permanece na quadra e a equipe que sofre o gol dá lugar a outra equipe. Uma
equipe jogará no sistema 2 x 2 e a outra no sistema 2 x 1 x 1.
Objetivo: aprender os sistemas.
Figura 41: Diferentes sistemas do Futsal.
Equipe A Sistema 2 x2 Equipe B Sistema 2 x 1 x 1
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Quadra de futsal (meia quadra), cinco contra cinco. Cada
gol feito, a equipe tem direito de tirar um adversário do jogo. O jogo termina quando
uma equipe conseguir eliminar todos os adversários.
Figura 42: Eliminando o adversário.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Vigésima segunda aula.
Primeiro momento: Campo cruzado-quadra de futsal. Quatro equipes de três
jogadores cada uma, jogam ao mesmo tempo, duas na vertical e duas na horizontal.
Figura 43: Jogo cruzado.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Vigésima terceira aula.
Primeiro momento: Quadra de futsal, cinco contra cinco, quadra toda. Depois
que a bola passar a metade da quadra, a equipe não poderá mais voltar a bola para
seu campo de defesa.
Figura 44: Exercícios de defesa.
Fonte: Elaboração do próprio autor (2013).
Segundo momento: Todos marcam o gol. É um jogo comum, mas para que
um time vença, cada membro da equipe tem que marcar pelo menos um gol. Pode
ser jogado com traves grandes, que vão de um lado a outro da quadra. Assim que
todos os jogadores tiverem marcado um gol, uma nova partida começa. Ao perceber
qualquer evidência de pressão indevida exercida sobre os últimos a marcarem o gol,
ou ainda sobre os gols que não aconteceram, discutir o problema com os alunos.
Objetivo: espirito de equipe, colaboração, igualdade, dificultar o
desenvolvimento para que os alunos possam decidir e ajustar suas táticas de
cooperação.
Figura 45: Espirito de equipe e táticas de cooperação.
Fonte: Elaboração do autor (2013).
Vigésima quarta aula.
Torneio de futsal envolvendo todos os alunos da sala. Rebatida individual por
sexo e em dupla misto.
Vigésima quinta aula.
Torneio de futsal envolvendo todos os alunos da sala. Torneio de penalidades
individual por sexo e em dupla misto.
Vigésima sexta aula.
Torneio de futsal envolvendo todos os alunos da sala. Campo reduzido 1x1 e
2x2 misto.
Observação: Para completar a carga horária de 32 horas os alunos
escolherão seis momentos a serem repetidos como aulas, os quais julgarem de mais
relevância para si mesmos.
6. AVALIAÇÃO A avaliação acontecerá mediante a observação da participação do educando
e de sua melhora no domínio dos fundamentos do futsal a partir dos jogos e
exercícios propostos. Também se observará como eles trabalham em grupo, tomam
decisões em equipe ou ainda como desenvolvem suas diferentes habilidades em
cada exercício ou jogo proposto. O objetivo final é que essa gama de possibilidades
trabalhe os passes e os movimentos do futsal sem o desportismo e a competição
ferrenha que são heranças desse esporte na cultura brasileira.
REFERÊNCIAS
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. 3 ed. Cortez, 1992. Disponível em: <http://educfisicaufal.files.wordpress.com/2011/04/coletivo-de-autores.pdf >. Acesso em: 04 mai. 2013.
DIETRICH, K.; DÜRRWÄCHTER, G.; SCHALLER, H-J. Os grandes jogos: metodologia e prática. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984.
FREIRE, J. B. Pedagogia do Futebol. 3 ed. Campinas: São Paulo, Autores Associados, 2011. 100 p.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Crescimento na adolescência, puberdade e maturidade reprodutiva. In: Compreendendo o desenvolvimento motor – bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013, p. 313-330.
GRACA, A.; MESQUITA, I. A investigação sobre os modelos de ensino dos jogos desportivos. Rev. Port. Cien. Desp., Porto, v. 7, n. 3, dez. 2007. Disponível em <http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-05232007000300014&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 07 jun. 2013.
KRÖGER, Christian; ROTH, Klaus. Escola da Bola: Um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. São Paulo: Phorte, 2006. LOPES, Alexandre Apolo da Silveira Menezes (1967). Futsal: metodologia e didática na aprendizagem. 2ª edição, São Paulo: Phorte, 2007.
MELO, Rogério da Silva. Futsal: 1000 exercícios. 6ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2011.
REVERDITO, R. S. Pedagogia do Esporte: da revisão de literatura à construção de pressupostos didático-metodológicos para o ensino do jogo de handebol. 2005. 140 f.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) – Faculdade Adventista de Educação Física, Campus Hortolândia, Universidade Adventista de São Paulo, Hortolândia, 2005.
REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J. A Gestão do Processo Organizacional do Jogo: uma proposta metodológica para o ensino dos jogos coletivos. Revista Motriz, Rio Claro, v.13, n.1, p.51-63, jan./mar. 2007. ROCHA, C. C. M. A motivação de adolescentes do ensino fundamental para a prática da Educação Física escolar. 2009. 103 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia do Desporto) – Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009. Disponível em < https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/2141/1/A%20motiva%C3%A7%C3%A3o%20para%20a%20pr%C3%A1tica%20da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20F%C3%ADsica%20Escolar%20_Reparado_.pdf>. Acesso em 20 de maio de 2013.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares para o ensino fundamental educação física. 2008. Disponível emhttp://www8.pr.gov.vr/portals/portal/diretrizes/dir_ef_educfis.pdf. Acesso em: 04 de abril de 2013.
SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. 33.ª ed. revisada. Campinas: Autores Associados, 1986.
SCAGLIA, A. J. O futebol que se aprende e o futebol que se ensina. 1999. 169- f. Dissertação (Mestrado). Campinas: Faculdade de Educação Física - Unicamp,1999.
SERPA, S. Motivação para a prática desportiva. In: SOBRAL, F.; MARQUES, A. (Coords.) FACDEX: desenvolvimento somato-motor e factores de excelência desportiva na população escolar portuguesa. Lisboa: Ministério da Educação, 1991. v.1, p.101-8.
SERPA, S.; FRIAS, J. Estudo da relação professor/aluno em ginástica de representação e manutenção. 1990. Monografia (Graduação) - Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa, 1990.
SOLER, R. Jogos cooperativos. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.