SISTEMAS TÁTICOS E TIPOS DE MARCAÇÃO NO FUTSAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA MARIANE DA SILVA THIAGO LEONEL PIERRONI SISTEMAS TÁTICOS E TIPOS DE MARCAÇÃO NO FUTSAL

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O intuito desse trabalho é fazer uma abordagem teórico/prático sobre os sistemas táticos e os tipos de marcação, ensinados hoje, para a prática de Futsal. Sabemos que o Futsal é um esporte coletivo conhecido mundialmente e que, cada vez mais, ganha adeptos e espaço nas mídias.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAMARIANE DA SILVA

THIAGO LEONEL PIERRONI

SISTEMAS TÁTICOS E TIPOS DE MARCAÇÃO NO FUTSAL

FLORANÓPOLIS2014

Mariane da SilvaThiago Leonel Pierroni

SISTEMAS TÁTICOS E TIPOS DE MARCAÇÃO NO FUTSAL

Trabalho desenvolvido como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina EFC 5573 – Futsal Iniciação, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.Prof.º: Leandro Teixeira Floriano

FLORIANÓPOLIS2014

Sumário

INTRODUÇÃO...........................................................................................................4

OBJETIVO GERAL....................................................................................................6

OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................................6

METODOLOGIA........................................................................................................7

BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................16

INTRODUÇÃO

O intuito desse trabalho é fazer uma abordagem teórico/prático sobre os sistemas

táticos e os tipos de marcação, ensinados hoje, para a prática de Futsal. Sabemos que o

Futsal é um esporte coletivo conhecido mundialmente e que, cada vez mais, ganha

adeptos e espaço nas mídias.

Por se tratar de um esporte de ataque, defesa e contra-ataque, a qualidade técnica

e individual das equipes é crucial para um bom desempenho em quadra. Por isso, além

de exigir dos seus praticantes uma grande versatilidade física – como força muscular e

condicionamento físico adequado - o Futsal exige, também, um maior raciocínio lógico

acerca das decisões tomadas durante a partida.

Partindo do pressuposto que os fundamentos básicos – passe e chute - estão

apreendidos pela turma a quem esse trabalho se destina, enfatizaremos os princípios

básicos dos sistemas táticos e os tipos de marcação utilizados, bem como as suas

nuances.

De uma forma geral, para o Futsal, são considerados dois tipos de sistemas

básicos: o defensivo e o ofensivo; este tem por objetivo chegar ao gol adversário através

de manobras (jogadas) pré-estabelecidas, enquanto que aquele, objetiva impedir que

seus adversários efetuem suas manobras ofensivas. É importante salientar que, estamos

nos apoiando nas reflexões proposta pelo autor Ricardo Ferreira na diferenciação entre

sistemas e táticas: “(...) os sistemas são uma constante em termos de posicionamentos

básicos e a tática é mutável, definindo uma gama de estratégias previamente elaboradas,

aplicadas de acordo com os adversários e as condições que envolvem a partida” 1. Ainda

com base no autor supracitado, torna-se necessário, para um melhor entendimento das

situações de jogo, a identificação das posições ocupadas pelos atletas, sendo assim

temos o Goleiro (responsável por defender o gol, podendo utilizar qualquer parte do

corpo e tem a área de meta como espaço de atuação), Fixo ou Beque (coordena as ações

de defesa, pode atuar ofensivamente, tem como espaço básico de atuação o centro de

sua meia quadra defensiva), Alas Direita e Esquerda (articula as ações ofensivas

ligando a defesa ao ataque, tem como espaço básico as laterais da quadra) e o Pivô

(distribui as jogadas ofensivamente, pode atuar na finalização e tem como espaço básico

o meio de quadra ofensivo). Essas definições serão utilizadas na explicitação dos

sistemas táticos básicos.

1 FERREIRA, Ricardo Lucena. Futsal e a iniciação. 6. Ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002, p. 79.

Dentro de uma situação de jogo, os tipos de marcação são acionados para que o

oponente não consiga prosseguir com a bola ou encontrar a possibilidade de recebê-la.

Sendo assim, a marcação nos esportes coletivos é uma técnica que encontra grandes

dificuldades em ser assimilada, pois, não depende apenas de qualidades individuais de

seus atletas, mas sim, de uma sincronização dos setores de atuação. A importância da

sincronização da marcação está centrada no impedimento da realização das manobras

ofensivas da equipe adversária - em receber ou/em trabalhar a bola. A marcação pode

ser individual ou coletiva (zona) devendo ser estimulada e treinada, pois consiste no

principal mecanismo de defesa da equipe que está sendo atacada. Dessa forma, os

jogadores devem ser treinados para as situações de aproximação, desarme (abordagem),

antecipação e cobertura.

Para o entendimento do posicionamento que deverá ser empregado nos

diferentes sistemas táticos e nos tipos de marcação apresentados, utilizaremos figuras

para ilustrar o posicionamento adequado dos atletas para aquela situação fictícia

apresentada.

OBJETIVO GERAL

Entender os Sistemas Táticos e os Tipos de Marcação básicos, bem como as suas

variações para a prática do Futsal.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Compreender os princípios táticos básicos do Futsal e a aplicabilidade;

Aperfeiçoar o rendimento em quadra a partir da apreensão dos princípios táticos

e de marcação;

Estimular o desenvolvimento da estratégia a partir de diferentes situações de

jogo;

Desenvolver, por meio das ilustrações, a noção de posicionamento tático no

campo de defesa;

Perceber as diferentes movimentações que o jogador deve efetuar para impedir

que a equipe adversária progrida com a bola ou consiga recebê-la;

Identificar variadas formas/possibilidades de alcançar a meta com a apreensão

dessas técnicas/estratégias.

METODOLOGIA

Dentre os sistemas táticos básicos a serem apresentados, uma parte apresenta

os posicionamentos dos jogadores, ao passo que a outra, não. De qualquer modo, faz-se

necessário conceituar o que faz cada um dos jogadores dentro do seu posicionamento no

jogo de futsal (FERREIRA, 2002).

O Goleiro - Responsável por defender o gol impedindo que ultrapasse a linha

de meta, pode utilizar qualquer parte do corpo para exercer suas ações de defesa, tem

como espaço de atuação a área de meta.

Fixo ou Beque - Tem como objetivo principal coordenar as ações da defesa, de

modo a dificultar as ações ofensivas da equipe adversária. Além disso, também pode

atuar no ataque junto à equipe. Tem como espaço básico de atuação o centro de sua

meia quadra ofensiva.

Alas Direita e Esquerda - tem como objetivo ligar a defesa ao ataque, tendo

como espaço básico de atuação os espaços laterais da quadra compreendidos entre as

linhas de fundo.

Pivô - Tem como função distribuir as jogadas quando acionado ofensivamente,

podendo exercer também ações de finalização, tendo como espaço básico a atuação o

meio de quadra ofensivo.

Sistema 2 x 2

Surgido na década de 50 e também conhecido como "caixote" devido à

configuração dos jogadores em campo, o qual lembra um caixote (COSTA, SAAD;

2005). Além disso, é também muito utilizado pelas categorias de base, já que se trata de

um "sistema simples e de fácil execução" (FERREIRA, 2002, p. 82)

Figura 1: Sistema 2 x 2

FONTE: COSTA e SAAD, 2005, p. 34.

Sistema 2 x 1 x 1

É uma variação do sistema 2 x 2 , muito utilizado contra uma marcação

pressão do adversário, segundo Costa e Saad (2005). Tal “sistema consiste em ter dois

jogadores posicionados na defesa e próximos à área de meta, um próximo ao meio da

quadra e outro na quadra de ataque” (COSTA, SAAD; 2005; p. 34)

Neste sistema, segundo Ferreira (2002), as manobras podem ser articulas com

o goleiro, o fixo e os alas, uma vez que o recuo de um deles aumenta o número de

opções para que se articulem as ações de ataque com o pivô.

Figura 2: Sistema 2 x 1 x 1

FONTE: COSTA e SAAD, 2005, p. 34

Sistema 3 x 1

Segundo Costa e Saad (2005), trata-se do sistema mais utilizado pela maioria

das equipes de futebol, já que seu posicionamento permite a equipe tanto atacar quanto

se defender com três jogadores.

O sistema consiste “em ter o fixo posicionado na altura da marca de penalidade

máxima de sua quadra defensiva, com os alas abertos nas laterais um pouco mais à

frente, ainda na meia quadra defensiva, e o pivô posicionado na meia quadra ofensiva

próxima à marca de pênalti” (FERREIRA, 2002, p. 34).

Figura 3: Sistema 3x1

FONTE: FERREIRA, 2002, p. 84

Sistema 1 x 2 x 2

O seu posicionamento básico é semelhante ao sistema 2 x 2, com a inclusão do

goleiro. Utiliza-se este sistema quando em desvantagem no marcador ou quando

substituir o goleiro por um jogador de linha (COSTA, SAAD, 2005).

Figura 4: Sistema 1 x 2 x 2

FONTE: COSTA e SAAD, 2005, p. 35.

Sistema 1 x 3

Segundo Costa e Saad (2005), aconselha-se utilizar este sistema quando a

equipe estiver em desvantagem no marcador e houver no grupo um jogador que seja

muito bom no drible, para que a equipe chegue ao campo de ataque em vantagem

numérica.

Figura 5: Sistema 1 x 3

FONTE: COSTA e SAAD, 2005, p. 36

Sistema 4 x 0

O sistema consiste em alinhar os quatro jogadores de linha à altura do meio de

campo. Combiná-lo com o sistema 3 x 1 é uma estratégia bem vinda na medida em que

confunde a marcação da equipe adversária, segundo Costa e Saad (2005).

Figura 6: Sistema 4 X 0

FONTE: COSTA e SAAD, 2005, p. 36

Sistema Rodízio de Três

Este sistema é bastante favorável para se esquivar da marcação do time

adversário, uma vez que consiste em um sistema com maior mobilidade entre seus

integrantes. Há alternância de posicionamento entre os alas e o beque (fixo), que se

deslocam no sentido lateral da meia-quadra defensiva, buscando o momento oportuno

de acionar o pivô ou as infiltrações.

Figura 7: Sistema Rodízio de Três

FONTE: FERREIRA, 2002, p. 85

Marcação ou Movimentos Defensivos

A marcação pode ser considerada a principal jogada de defesa do futsal, pois

visa impedir que o seu oponente ou a equipe adversária recebam a bola. Dentro de uma

situação de jogo, os tipos de “marcação” são acionados para que o oponente não consiga

prosseguir com a bola ou encontrar a possibilidade de recebê-la. Sendo assim, a

marcação nos esportes coletivos é uma técnica que encontra grandes dificuldades em ser

assimilada, pois, não depende apenas de qualidades individuais de seus atletas, mas sim,

de uma sincronização dos setores de atuação. A importância da sincronização da

marcação está centrada no impedimento da realização das manobras ofensivas da equipe

adversária - em receber ou/em trabalhar a bola. Dessa forma, os jogadores devem ser

treinados para as situações de aproximação, desarme (abordagem), antecipação e

cobertura.

Aproximação: onde o jogador procura aproximar-se de seu oponente, buscando

equilíbrio adequado para exercer a abordagem.

Desarme ou Abordagem: quando o jogador estiver com um bom equilíbrio e

abordar o oponente, buscando obter a posse de bola ou desequilíbrio na ação do passe

do adversário. Na ação de marcar individualmente, é importante que não se marque a

bola após a ação de passe do oponente e sim o seu deslocamento.

Antecipação: É a ação exercida para chegarmos à bola antes do adversário.

Cobertura: a cobertura poderá ser exercida tanto numa jogada ofensiva para

cobrir o jogador que irá tentar o drible, como defensiva, a fim de auxiliar o colega da

equipe durante a tentativa de drible do jogador adversário, formando uma segunda linha

de marcação.

A marcação pode ser individual, coletiva (zona) ou mista, devendo ser

estimulada e treinada, pois consiste no principal mecanismo de defesa da equipe que

está sendo atacada.

Marcação Individual

Cada jogador da defesa marca um oponente do ataque por toda a quadra de jogo

estando com a posse de bola ou não. O defensor deverá desloca-se com o oponente por

onde ele for na quadra. O marcador deverá oferecer somente as laterais da quadra para

que o adversário progrida, mantendo sempre uma distância do oponente. O melhor

momento para abordar o adversário e tirar-lhe a posse de bola, é no momento em que

este recebe o passe, ou seja, antes de dominá-la. Para isto, o marcador não pode

posicionar-se à frente da linha da bola, procurando sempre manter o adversário e a bola

em seu campo de visão, bem como - observar a “cobertura” – a diagonal em relação à

bola.

Marcação por zona ou setor

Cada jogador ocupa determinada zona/setor, independente das movimentações

dos adversários. A marcação por zona ou setores se caracteriza pela responsabilidade

que cada defensor tem sobre uma determinada região do campo de jogo e, assim, pelo

atacante direto que a ocupa. Diferentemente da marcação individual, em que a marcação

é fixa num adversário previamente determinado, na marcação por zona a prioridade

assumida pelo defensor é a marcação de um setor definido. Neste tipo de marcação o

posicionamento dos defensores ocorre em função do deslocamento da bola, e por isso,

são comuns as constantes trocas de marcação. Geralmente se utiliza esse tipo de

marcação em situações de bola parada, como no posicionamento de marcação de lateral,

canto ou faltas.

Marcação mista

Nesse tipo de marcação, em que há uma variação entre a marcação por zona e a

individual, ocorre troca de marcadores em determinados setores da quadra. A marcação

mista é a variação de dois ou mais tipos de marcação utilizados no mesmo jogo por uma

mesma equipe. Uma equipe pode iniciar um jogo marcando pressão meia quadra e

depois mudar para pressão quadra inteira, de acordo com as condições da partida. Este

tipo de marcação é uma combinação dos tipos vistos anteriormente.

Linhas de Marcação ou Áreas de Pressão

1ª linha: Marcação Pressão Total ou Toda

Quadra;

2ª linha: Marcação Pressão;

3ª linha: Marcação Meio de Quadra;

4ª linha: Marcação na Própria Quadra

Sistemas de Defesa

Nessa seção, abordaremos os sistemas mais básicos de marcação, visando à

apreensão dos elementos mencionados anteriormente.

Sistema de Marcação Diagonal ou Gangorra (Sistema 3x1)

Este sistema objetiva tirar os espaços do jogador que está com a posse de bola.

Pode ser feita com pressão total ou parcial (linhas 1 e 2). É chamada de marcação

“Gangorra”, pois a marcação movimenta-se dessa forma quando a bola é passada de um

atacante para o outro. Quando o atacante estiver com a bola em frente à área de meta, os

defensores devem posicionar-se atrás do marcador formando um triângulo entre os

defensores na quadra de ataque.

Sistema de Marcação Para-brisa (Sistema 2x1x1)

Neste sistema, consiste em ter um jogador de marcação sempre pressionando os

adversários com a posse de bola, no campo de ataque, com pressão total. Este sistema é

conhecido por “Para-brisa” porque o jogador da frente desloca-se de um lado para o

outro na quadra, assemelhando a um para-brisa de carro. Esta pressão exercida faz com

que os adversários sejam obrigados a sair da defesa para o ataque. Recomenda-se

utilizar quando a equipe estiver em desvantagem no placar.

Sistema de Marcação 4x4 ou Meio Aberto

Essa marcação consiste em deixar todos os defensores próximos aos oponentes,

sem a preocupação com a cobertura ou de evitar que os adversários passem a bola para

o pivô. Geralmente é utilizada quando se quer tomar a posse de bola rapidamente,

porém perigosa contra equipes em que o goleiro arremesse bem.

Sistema de Marcação com Troca ou Sistema 2x1x1

Esse sistema pode ser executado com pressão total ou parcial, sendo que o

jogador próximo ao meio da quadra coordenará a troca da marcação e marcará todo

adversário que se desloque da defesa para o ataque. Os marcadores que estão a sua

frente (sempre deveram ter dois a sua frente), praticamente, marcaram em zona.

Marcação de Bola Parada

Divide-se em: Marcação de faltas (formação de barreira), Marcação de lateral,

Marcação de Canto e Marcação de início ou reinício de jogo. Neste tipo de sistema não

nos aprofundaremos, pois outros grupos tratarão da temática.

BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, Ricardo Lucena. Futsal e a iniciação. 6. Ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.

SAAD, MICHÉL; COSTA, Claiton Frazzon. Futsal: movimentações defensivas e ofensivas: mais de 100 movimentos defensivos e ofensivos. 2. Ed. Florianópolis: Visual Books, 2005.