OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a...

25
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a...

Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

Título: Letrando com fábulas

Autor: Bernadete Fátima da Silva Alves

Disciplina/Área:

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Antônio Martins de Melo E.F.M.

- Ibaiti -Pr

Município da escola: Ibaiti – Pr

Núcleo Regional de Educação: Ibaiti – Pr

Professor Orientador: Professora Dra. Marilúcia dos Santos Domingos

Striquer

Instituição de Ensino Superior: UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná

– Campus Jacarezinho

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

O presente material didático deseja desenvolver

nos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, por

meio de práticas pedagógicas de letramento, o

aprimoramento da capacidade de leitura e escrita

do gênero discursivo/textual fábulas. Para o

desenvolvimento das atividades em sala de aula,

definiu-se pela elaboração e implementação de

Sequências Didáticas, que é um conjunto de

atividades voltadas para ensino e a aprendizagem

dos gêneros textuais, permitindo que o processo

ocorra de maneira organizada e sistemática.

Estruturalmente, a sequência didática, se organiza

da seguinte maneira: Apresentação da situação,

momento em que o gênero textual fábulas será

apresentado aos alunos. Em seguida, se realiza as

oficinas, onde a estrutura, a interpretação, e a

análise linguística-discursiva das fábulas serão

aprofundadas. As oficinas terão como objetivo, a

preparação do aluno para a produção final de

fábulas que serão, posteriormente, apresentadas à

comunidade escolar.

Palavras-chave:

Letramento. Gêneros Discursivos/Textuais.

Fábulas.Sequência Didática.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

AS FÁBULAS

Entre professores:

Professor, a proposta deste material didático é trabalhar o gênero textual fábulas na prática

pedagógica do letramento. A DCE de língua portuguesa nos orienta que “é tarefa da escola

possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a

escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação” (PARANÀ,

2008, p. 48), desta forma, o gênero textual fábula será o eixo organizar desta unidade.

Para o trabalho em sala de aula, apresentaremos uma sequência didática, que é “um conjunto de

atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou

escrito” (DOLZ; NOVERRAZ; SCHEUWLY, 2004, p. 97).

Ao escolher o gênero fábula houve a intenção de respeitar a ludicidade presente nos alunos do 6º

ano, pois as fábulas têm características literárias e ficcionais, seus personagens são animais que se

comportam como seres humanos, com virtudes e defeitos que serão questionados e discutidos,

mesclando comédia, drama e ensinamentos. Segundo Satim (2008), é importante ensinar,

brincando.

Esperamos que esta unidade didática possa ser um acréscimo à sua prática pedagógica.

Querido aluno, você sabe o que é uma fábula? Você conhece alguma fábula? Você sabe para

que serve a fábula? (finalidade deste gênero). Conhece as características que formam uma fábula e

as que formam as personagens? Quais os assuntos presentes nas fábulas? Vamos relembrar ou

conhecer algumas fábulas?

Antes, vamos dar a você uma dica importante sobre as fábulas: elas sempre apresentam uma

“moral da história”.

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

Professor, selecione algumas fábulas para a realização da seguinte atividade:

1.1 Distribuir, aleatoriamente, parte narrativa de diversas fábulas para metade da sala e a parte

dissertativa, a moral da história, para a outra metade da turma. Em seguida, solicitar que cada aluno

leia a parte narrativa, de forma que após a leitura da narração se descubra a sua moral da história,

formando duplas.

1.2 Após a formação das duplas, apresentar as diversas fábulas de Esopo, para leitura em dupla, de

forma que as fábulas circulem entre todos os alunos.

1.3 Em seguida apresentar trechos de filmes e reproduções de propagandas comerciais construídos

a partir das características das fábulas.

É hora de conhecermos mais profundamente as fábulas, sua histórias,

algumas fábulas clássicas e algumas modernas, vamos lá?!!

Conceituando o gênero fábula

A fábula é um gênero textual formado predominantemente pela narrativa, mas que se difere

de outros textos narrativos, pois na fábula os personagens são animais com características humanas,

vivendo conflitos próprios dos seres humanos, com atitudes, virtudes e defeitos, possibilitando

questionamentos acerca dos valores presentes na sociedade. Uma outra característica da fábula é o

seu desfecho, formado pelo que se chama de “moral da história”, que pode vir em forma de

provérbio ou aforismo, assumindo uma estrutura argumentativa, pois tem a clara intenção de

persuasão.

Sugestão de filmes:

-Vida de Inseto http://www.youtube.com/watch?v=m-YkiPAYivY

-Marmaduke http://www.youtube.com/watch?v=zJIIvX6GXec

-Propaganda da Cofap http://www.youtube.com/watch?v=s8OAgqAKr9k

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

As fábulas pertencem à esfera literária e ficcional, e seus temas são universais, retratando a

sabedoria popular, enfocando as relações entre o homem e a natureza, as relações interpessoais

(defeitos, paixões e virtudes), levando o leitor à reflexão, visto que, conforme Satim (2008), têm

sempre a intenção de ensinar, aconselhar, convencer, divertir ou criticar.

Não se pode afirmar, com certeza, quando as fábulas surgiram, nem quem as inventou,

conta-se que foram criadas por um escravo, chamado Esopo (figura supostamente lendária), que

teria vivido no século VI a.C., na Grécia antiga. Na época, as históricas eram escritas com a

intenção de criticar os costumes da sociedade, e as atitudes de pessoas poderosas, mas para não ser

reprimido por tais pessoas, Esopo se utilizava de animais como personagens de suas histórias.

Mesmo assim, embora não se possa comprovar, ele teria sido atirado de um penhasco por pessoas

irritadas com suas críticas.

As fábulas passaram, então, a ser recontadas, por séculos, até que o francês Jean de La

Fontaine, nos anos de 1600, criou algumas novas e reescreveu as de Esopo. No Brasil, não podemos

esquecer de mencionar José Bento Monteiro Lobato, que traduziu e recontou várias fábulas,

adaptadas para os personagens do Sítio do pica-pau amarelo.

Mãos à obra: A partir de agora você aprenderá interpretar e produzir fábulas. Ao final deste

nosso trabalho, as fábulas da sala toda serão reunidas em um livro, que será apresentado à

comunidade escolar e fará parte do acervo de nossa biblioteca. Assim outros leitores da escola

poderão ler as fábulas que vocês escreverem. Agora duas versões de uma fábula, vamos lá!!!

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

MÓDULO I

Fábula I A formiga e a cigarra

Uma escura manhã, quando já não faltava muito para o inverno, a terra despertou e viu-se

recoberta por uma geada branca como a neve. Sob esse manto prateado, tudo parecia imóvel e sem

vida; mas bem no fundo, no meio da entrelaçada erva rasteira, uma colônia de formigas estava

muito ocupada. Indo e vindo pelas sinuosas avenidas de seu reino minúsculo, elas traziam os seus

grãos de milho para arejá-los em montinhos e com isso conservá-los para o sustento durante os dias

frios e cruéis que estavam por vir.

Enquanto as formigas trabalhavam, uma cigarra, que por acaso sobrevivera ao verão e que

agora estava quase morta de frio e fome, aproximou-se delas. Tiritando, e com grande humildade,

implorou por um pouco de milho para salvar a vida.

As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que as

companheiras, virou-se para a cigarra:

- O que foi que você fez durante o verão? - perguntou, em tom nada amistoso.

A cigarra tiritou ainda mais. Se tivesse um casaco, tê-lo-ia apertado à volta do corpo.

- Ah, minha senhora – sussurrou, ainda mais humildemente -, passei um verão muito alegre

e agradável, cantando e dançando! Não me achava preguiçosa, mas nem por um instante pensei no

inverno.

A voz da cigarra sumiu num queixume, enquanto as pernas longas e congeladas do bichinho

cediam um pouco mais.

- Se é assim – retrucou a formiga, rindo e arrumando o celeiro -, tudo o que posso dizer é

isto: já que cantou o verão inteiro, agora cante o inverno inteiro também!

Figura1http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

Quem cedo madruga, Deus ajuda!

Esopo: Fábulas de Esopo. São Paulo, Círculo do Livro S/A, 1984.

Figura 2http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/

Fábula II A Formiga Boa

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava

quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer

as tulhas.

Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam

o dia cochilando nas tocas.

A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou

socorrer-se de alguém.

Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique,

tique, tique.

Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.

- Que quer? - perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.

- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu …

A formiga olhou-a de alto a baixo.

- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?

A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.

- Eu cantava, bem sabe...

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

- Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você quem cantava nessa árvore enquanto

nós labutávamos para encher as tulhas?

- Isso mesmo, era eu...

- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos

proporcionou. Aquele chiado nos distraia e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter

como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que terá cama e mesa durante todo o mau tempo.

A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da humanidade.

Lobato, M: Fábulas. São Paulo, Globinho, 2008.

Entre professores

Vamos, agora, iniciar o estudo do texto com outra brincadeira.

Sorteie, entre os alunos, nomes de diversos animais. Cada aluno vai ficar com o nome de um

animal. Forme duplas, um aluno da dupla vai estabelecer características (comportamento, atitudes

dos animais que poderiam ser atribuídos aos seres humanos) para o animal de seu parceiro, e vice-

versa.

As caracterizações serão apresentadas à turma e deverão ser anotadas na lousa e transcritas no

caderno, de forma que todos os alunos as tenham, assim ficará mais fácil decidir as personagens, no

momento da produção textual.

Estudo dos textos

Atividades

1 - Quais são as personagens destas fábulas?

A cigarra e a formiga.

Figura 1Prod pessoal - LogoMaker

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

2 - Qual a principal diferença entre as personagens de outras narrativas e as das fábulas? Converse

com seu colega e respondam o porquê desta diferença.

Importante que o aluno perceba que as personagens são animais que tem atitudes e comportamentos

humanos.

3 - Essas duas fábulas se referem realmente a animais ou esses animais representam

comportamentos humanos?

A animais que representam comportamentos humanos.

4 - Na sua opinião, qual o(s) tema(s) (problemas de comportamento/caráter humano) abordados

nesses dois textos?

Pode-se discutir vários problemas, a relação trabalho e lazer, trabalho e ociosidade, preconceito com

relação às profissões artísticas, a visão de trabalhar para acumular riquezas...

5 - Sabendo que nas fábulas os animais representam as atitudes humanas, é correto afirmar que, de

acordo com o autor, as atitudes da formiga na fábula I revelam:

( a ) O trabalho e a compreensão.

X ( b ) O trabalho e a intolerância.

( c ) O trabalho e o acolhimento.

( d ) O trabalho e a alegria.

6 - Sabendo que nas fábulas os animais representam as atitudes humanas, é correto afirmar que, de

acordo com o autor, as atitudes da formiga na fábula II revelam:

( a ) O trabalho e a economia.

( b ) O trabalho e a avareza.

X ( c ) O trabalho e a compreensão.

( d ) A trabalho e a intolerância.

7 - E quanto à cigarra e suas atitudes, respectivamente, nas fábulas I e II, é correto afirmar que, de

acordo com o autor, revelam:

X ( a ) Desequilíbrio e dons artísticos

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

( b ) Tristeza e equilíbrio

( c ) Alegria e desequilíbrio

( d ) Equilíbrio e tristeza

8 - Analisando a forma como a cigarra foi tratada pela formiga nas fábulas I e II, qual a diferença

que se pode perceber?

É importante discutir a diferença da formiga, na fábula I ela se mostra insensível, intolerante,

pensando somente no trabalho e na economia, tratando os dons artístico da cigarra como

vagabundagem.

Já na fábula II, percebemos que há equilíbrio entre o trabalho e o lazer, a formiga respeita a arte da

cigarra e se solidária nas suas necessidades.

9 - De acordo com a fábula I a formiga achava que a cigarra:

( a ) Trabalhava muito

( b) Economizava bastante

X ( c ) Só pensava em se divertir

( d ) Cantava muito bem

10 - Na fábula II, entretanto, a formiga achava que a cigarra era:

( a ) Alegre

( b) Esforçada

X ( c ) Artista

( d ) Distraída

11 - Vamos relacionar os textos com a nossa realidade, hoje, quem seria a formiga no texto I e no

texto II? E a cigarra?

Levantar hipóteses, mas a formiga pode ser qualquer profissional, pois depende de como é a relação

do indivíduo com o seu trabalho.

Já a cigarra é uma artista, mas será que só os artistas que não se preparam para o inverno ( as

adversidades)?

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

E hoje como é a vida dos artistas, eles são desorganizados profissionalmente?

12 - O trabalho da formiga é importante?

Orientar para a importância de todo tipo de trabalho/profissão.

13 - O que você pensa do trabalho da cigarra?

Orientar para a importância de todo tipo de trabalho/profissão.

14 -Qual o propósito da produção desses textos? Justifique.

As fábulas foram produzidas com a intenção de criticar as atitudes e comportamentos dos

poderosos, os animais eram usados como personagens para evitar repreensões.

15 - Situando as fábulas no tempo, é possível afirmar com certeza quando elas foram escritas?

Levante hipóteses e as justifique com elementos dos textos.

Não é possível precisar o tempo, mas no texto se percebe que foi na primavera e no inverno, pelos

verbos( despertou, sumiu, houve, tinha), podemos afirmar que foi no passado.

16 - Para quem estes textos foram produzidos?

Eles foram produzidos para a sociedade da época, destinados, especialmente, aos poderosos.

17 - E hoje, as fábulas são destinadas para quem? Para pessoas de que idade? Por quê?

Hoje as fábulas são destinadas a pessoas de todas as idades, pois todos temos atitudes que podem

ser questionadas.

18 - Como será que esses textos circularam na época em que foram produzidos?

As fábulas foram contadas de geração em geração, até serem escritas.

19 - E hoje, qual é o veículo de circulação dessas fábulas? Esta informação deve estar presente no

texto da fonte de cada uma das fábulas.

As fábulas, hoje, circulam por meio de livros literários, nos textos da fonte de cada fábula, deve

conter o nome da obra, autor, editora e ano da publicação.

Page 12: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

ESTRUTURA TEXTUAL

1 - As fábulas são consideradas narrativas, você sabe o porquê?

As fábulas são narrativas, pois possui um enredo(história), um lugar onde acontece, quando

acontece(tempo), as personagens, um narrador e um desfecho(final) da história.

2 - Comparando as fábulas com outras histórias, ela é uma narrativa longa ou breve?

As fábulas são narrativas breves, em comparação a romances, novelas, contos de fadas.

Veja que o último trecho da fábula I e da fábula II, o que acontece com todas as fábulas, não podem

ser considerados como uma sequência narrativa, porque não fazem mais parte do que vem sendo

contato no texto. Estes trechos, chamados de “Moral da história”, são, na verdade, sequências

dissertativas, pois apresentam uma opinião a respeito do assunto tratado no texto.

3 - Qual é a moral da história da fábula I e da fábula II?

Fábula I – Quem cedo madruga, Deus ajuda.

Fábula II - Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da humanidade.

4 - Explique a moral da história dos textos I e II.

Fábula I – Quando trabalhamos desde cedo, Deus nos ajuda e nos tornamos prósperos.

Fábula II – O trabalho dos artistas é tão importante quanto todos os outros.

5 - Você concorda com a moral da história da fábula I? Por quê?

É importante discutir as questões sociais e econômicas, a relação trabalho e dinheiro. Nem sempre

os que levantam cedo, são os mais bem sucedidos.

Discutir, também, a questão da ajuda Divina, levar o aluno ao questionamento, não aceitando a

moral da história como verdade absoluta.

6 - E da fábula II? Por quê?

Refletir sobre o trabalho artístico, como era visto? E hoje o que mudou?

7 - Na nossa sociedade temos profissões mais e outras menos valorizadas, o que você acha disto?

Neste momento é necessário enfatizar o valor das profissões, ir além das questões financeiras.

Narrativa: sequência textual

onde se conta acontecimentos

reais ou ficcionais organizados

numa sequência temporal.

com encadeamentos de fatos.

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

8 - Qual profissão você considera a mais valorizada, hoje, na sociedade? Por quê?

A resposta é pessoal, mas devemos analisar as atitudes da sociedade, o que ela considera profissão

mais valorizada.

9 - E qual a menos valorizada? Por quê?

A resposta é pessoal, mas devemos analisar as atitudes da sociedade, o que ela considera profissão

menos valorizada.

MÓDULO III

10 - Que outra moral da história poderia ser aplicada no texto I e no texto II? Para responder a esta

estão, antes, realize a pesquisa indicada a seguir:

Entre professores:

- Levar para a sala de aula uma coletânea de fábulas.

- Formar pequenos grupos (máximo 4 alunos).

- Solicitar que os alunos escolham uma fábula e mudem a moral da história, a partir de provérbios

criados pelos alunos (a partir dos pesquisados), desconstruindo o final.

- Cada grupo apresenta seu trabalho em um varal ou mural na sala.

Pesquise alguns ditados

populares, provérbios e

aforismos para trazer para

a sala.

Ditados populares, provérbios

e aforismos: São sentenças

breves que geralmente contém

um preceito moral.

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

MÓDULO IV

ESTRUTURA linguística

Entre professores:

A proposta desta seção é o desenvolvimento das capacidades linguístico-discursivas. Reflita com

os alunos as relações de sentido estabelecidas entre os elementos gramaticais e o texto.

FÁBULA III A TARTARUGA E A LEBRE

Certo dia uma lebre topou com uma tartaruga e ao ver como ela andava devagar, caiu na

risada e fez muita troça.

- Como você é lenta e desajeitada – disse a lebre. - É tão desengonçada, andando com essa

sua concha pesada, que até admira que consiga chegar a algum lugar.

A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para a lebre e sorriu.

- Então vamos apostar uma corrida – disse ela – Na hora que você escolher. Aposto dez

moedas por dez quilômetros.

A lebre se pôs a dar pulos, toda animada.

- O que? Dez moedas? Podemos começar agora mesmo? Só dez quilômetros?

E sem esperar pela resposta da tartaruga, disparou pela estrada.

A tartaruga saiu atrás, com toda a lentidão. Sem olhar para trás nem para os lados, foi

seguindo a passo firme e regular pela estrada.

Num instante, a grande velocidade da lebre deu-lhe uma grande dianteira, e ela, rindo

consigo, virou-se para ver a que distância se encontrava a tartaruga. Não conseguiu avistá-la, e,

como estava um pouco cansada e achou que um descanso seria muito agradável, acomodou-se ao

lado de uma placa da estrada, para tirar uma soneca.

Page 15: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

- Vou dormir um pouco – disse ela. - Tenho muito tempo, e se a minha vagarosa amiga

passar por aqui enquanto eu estiver dormindo, eu acordo, alcanço-a, e ainda assim venço a corrida

com facilidade.

A tartaruga, enquanto isso, ia avançando, e depois de muito, mas muito tempo, chegou à

placa da estrada, embaixo da qual a lebre roncava sonoramente. A tartaruga não parou. Sem hesitar,

foi em frente, levando às costas o seu grande casco, rumo ao distante marco de chegada.

A lebre, muito confiante na própria vitória, dormiu a sono solto ao sol. Quando finalmente

acordou, já era noite: ela tinha dormido demais! Piscou, pôs-se de pé com um pulo, olhou de um

lado e outro e saiu em disparada. Embora corresse mais rápido do que o vento, não conseguiu

alcançar a tartaruga. Quando atingiu o marco de chegada, a tartaruga já estava lá, sorrindo

calmamente consigo mesma.

Devagar se vai ao longe.

Esopo: Fábulas de Esopo. São Paulo, Círculo do Livro S/A, 1983.

1 - No texto I pinte de vermelho o discurso( fala) do narrador, de azul o da tartaruga e de amarelo o

da lebre.

Entre professores:

Antes da realização da atividade 6.2, é importante explicar a paragrafação nos textos.

2 - Vamos, agora, contar, quantos parágrafos temos no texto “A tartaruga e a lebre”?

6.3 Trabalhando a oralidade:

Leia, atentamente, o texto “A tartaruga e a lebre” e observe:

Os sinais de pontuação.

Quais você conhece?

Quando utilizamos?

Como Utilizamos?

Page 16: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

MÓDULO V

DISCURSO DIRETO

DISCURSO INDIRETO

3 - Observe os parágrafos abaixo do texto A Tartaruga e a Lebre:

- Como você é lenta e desajeitada – disse a lebre. - É tão desengonçada, andando com essa

sua concha pesada, que até admira que consiga chegar a algum lugar.

A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para a lebre e sorriu.

- Então vamos apostar uma corrida – disse ela – Na hora que você escolher. Aposto dez

moedas por dez quilômetros.

A lebre se pôs a dar pulos, toda animada.

- O que? Dez moedas? Podemos começar agora mesmo? Só dez quilômetros?

E sem esperar pela resposta da tartaruga, disparou pela estrada.

a) No trecho acima, foi utilizado o discurso direto, reescreva esse trecho do texto utilizando o

discurso indireto.

No discurso direto aparece as

falas das personagens, que é

marcada por um travessão e o

pensamento é marcado pelo uso

das aspas.

No discurso indireto temos o

narrador contando os fatos, sem

aparecer as falas da personagem

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

A tartaruga, enquanto isso, ia avançando, e depois de muito, mas muito tempo, chegou à

placa da estrada, embaixo da qual a lebre roncava sonoramente. A tartaruga não parou. Sem hesitar,

foi em frente, levando às costas o seu grande casco, rumo ao distante marco de chegada.

A lebre, muito confiante na própria vitória, dormiu a sono solto ao sol. Quando finalmente

acordou, já era noite: ela tinha dormido demais! Piscou, pôs-se de pé com um pulo, olhou de um

lado e outro e saiu em disparada. Embora corresse mais rápido do que o vento, não conseguiu

alcançar a tartaruga. Quando atingiu o marco de chegada, a tartaruga já estava lá, sorrindo

calmamente consigo mesma.

MÓDULO VI

SUBSTANTIVOS

4 - Dê um nome próprio à lebre e à tartaruga.

A lebre se chamará: Resposta Pessoal

A tartaruga se chamará: Resposta Pessoal

Conversa com o aluno:

Como você escreveu o nome da formiga e da cigarra? Veja todos os nomes próprios devem,

obrigatoriamente, começar com letra maiúscula, reveja como você escreveu e se necessário corrija.

São palavras que dão nomes pessoas,

objetos,lugares, sentimentos, ações....

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

MÓDULO VII

ADJETIVOS

5 - Após reler o texto, preencha a tabela com os adjetivos da lebre e da tartaruga.

LEBRE

Animada, confiante, rápida.

TARTARUGA

Devagar, lenta, desajeitada, desengonçada, pesada, vagarosa, calma.

6 - Se você fosse o(a) autor(a) dos textos, que outros adjetivos acrescentaria às personagens a

tartaruga e a lebre.

TARTARUGA

Resposta pessoal.

LEBRE

Resposta pessoal.

7 – Pelos adjetivos que caracterizam a lebre no texto, podemos afirmar que:

( a ) Todas as lebres são rápidas, por isso ignoram os outros animais

( b ) Todas as lebres são rápidas, desta forma podem desafiar todos os animais.

X ( c ) Todas as lebres são rápidas, mas esta menosprezava os outros animais

( d ) Todas as lebres são rápidas e vencem todos os animais.

São palavras que atribuem características aos

substantivos, modificando-os.

Page 19: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

IRONIa

8 - A ironia presente no texto, A tartaruga e a lebre, está no fato:

X ( a ) A tartaruga venceu pela demasiada confiança da lebre.

( b ) A tartaruga venceu porque a lebre achou melhor descansar.

( c ) A tartaruga venceu, pois algumas são mais rápidas do que as lebres.

( d ) A tartaruga venceu, já que eram só de dez quilômetros.

MÓDULO VIII

9 - Leia estes parágrafos retirados do texto A tartaruga e a lebre.

Certo dia uma lebre topou com uma tartaruga e ao ver como ela andava devagar, caiu na

risada e fez muita troça.

- Como você é lenta e desajeitada – disse a lebre. - É tão desengonçada, andando com essa

sua concha pesada, que até admira que consiga chegar a algum lugar.

A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para a lebre e sorriu.

a) Observe o uso das palavras uma e a, agora levante hipóteses, porque o autor utilizou uma e

depois a lebre?

Ao utilizarmos uma não definimos a qual lebre ou tartaruga nos referimos, pode ser qualquer lebre

ou qualquer tartaruga. Ao contrário o a mostra definição, sabemos exatamente qual é a lebre e qual

é a tartaruga.

b) E se fosse cachorro no lugar de tartaruga, como ficaria o texto? Que palavras você usaria no

lugar de uma e a ?

Um cachorro e o cachorro.

c) Que mudanças você percebeu usando a palavra cachorro no lugar de tartaruga?

Muda o gênero, de feminino para masculino.

ARTIGO

Palavras que acompanham os substantivos, a fim

de defini-los ou indefini-los, particularizá-los ou

generalizá-los.

É algo que afirma o contrário

daquilo que se quer dizer,

daquilo que se pensa.

Page 20: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

MÓDULO IX

10 – Leia as frases a seguir, observe as palavras destacadas e, em seguida, associe as colunas:

( A ) Você é lenta e desajeitada.

( B ) Embora corresse mais rápido do que o vento.

( C ) A lebre era rápida e ficou lenta.

( D ) Ventou muito durante a corrida entre a tartaruga e a lebre.

( E ) A lebre gostaria de vencer a corrida.

Em qual frase a palavra em destaque indica.

( B ) Uma ação

( D ) Um fenômeno da natureza

( C ) Uma mudança de estado

( A ) Um estado

( E ) Um desejo, uma vontade

VERBO

Os verbos são palavras que podem indicar

ação, estado, mudança de estado, fenômeno da

natureza, desejo.

Page 21: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

mÓDULO X

FÁBULA IV A RAPOSA E A GRALHA

O crocitar das gralhas enchia os ares enquanto elas cortavam os céus rosados, voando para a

frente e para trás, numa nuvem negra, rumo a seus lares desarrumados no alto das árvores.

Eram comandadas por uma ave velha e grisalha, cuja palavra era lei; atrás dela seguiam

outros membros mais velhos da família; por último iam as gralhas mais jovens, que tinham nascido

na primavera. Estas eram aves impacientes, orgulhosas de suas asas jovens e fortes e de sua voz

gutural. Bem atrás delas todas, separada das demais, voava a mais presunçosa das jovens gralhas.

Não tinha necessidade de apressar-se, pois estava certa de que poderia alcançar facilmente o

bando, no momento em que quisesse. E enquanto suas asas batiam preguiçosamente no céu do

anoitecer, seus olhos brilhantes avistaram a janela aberta de uma casa lá embaixo, e ela resolveu

investigar.

Voando ao lado da janela, a gralha ficou encantada ao ver uma mesa na sala, coberta de

comidas deliciosas. Virando-se desajeitadamente, ela voltou, baixou o voo, entrou pela janela e

arrebatou um grande pedaço de carne. Com o coração batendo de entusiasmo, a gralha voou com o

seu prêmio para um pequeno pinheiral que havia ali perto. A carne estava pesada, e a ave, sem

fôlego, acomodou-se num galho confortável, com os olhos faiscando de satisfação e gula.

Um raio do sol poente passou por entre os galhos das árvores e foi bater numa coisa marrom

e peluda que se encontrava entre as agulhas de pinheiro e a folhagem ao pé da árvore. A mancha

marrom avançou silenciosamente, e, à claridade rosa o crepúsculo, surgiu uma raposa.

Era muito cedo para a raposa sair para as caçadas noturnas, mas ela estava com muita fome,

depois de haver dormido a maior parte do dia. Quando olhou para cima e viu a gralha com o

suculento pedaço de carne no bico, sentiu que sua boca se enchia de água e de inveja.

A gralha deu-lhe uma olhada lá de cima, com desdém. Considerava a raposa uma forma

bastante vulgar de criatura. Ora, nem sabia voar.

A raposa concentrou seu olhar no pedaço de carne, enquanto seu cérebro trabalhava rápido e

seus olhos amarelados se iluminavam. Decidiu que ia conseguir aquela carne a qualquer preço.

Queridos alunos!!!

Antes de começarmos a produção final, vamos analisar mais duas fábulas.

Page 22: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

Balançou suavemente a bela cauda e passou a língua pelas mandíbulas. Depois sorriu para a gralha

lá em cima e disse, com voz macia:

- Mas que linda visão é essa que estou tendo?

A gralha virou a cabeça de lado e olhou para baixo, sempre com a carne firmemente segura

no bico.

Então ouviu a raposa dizer:

- Não há dúvida de que essas belas aves vieram de um ninho de fadas. São tão lindas e

fortes! E esses olhos, tão suaves de contemplar, tão meigos, são estrelas...

A gralha remexeu-se um pouco e pensou. “Talvez eu estivesse enganada. A raposa parece ser

uma criatura muito elegante e sensata”.

A raposa tomou fôlego e continuou:

Nunca, em todas as minhas viagens, vi postura mais requintada, tamanha dignidade. E que

formas! Certamente até os graciosos cisnes do lago ficariam verdes de inveja se pudessem ver toda

essa leveza de fada!

A gralha envaideceu-se toda, mas continuou segurando a carne com força. Estava ardendo

de vontade de ouvir mais, e aguardava, ansiosa. A raposa prosseguiu:

- Que bico liso, que pés delicados! Essa deve ser a gralha maravilhosa de que tanto tenho

ouvido falar.

A gralha deu um passo à direita, outro à esquerda, sempre segurando a carne. A raposa,

então sussurrou:

- Se ao menos ela pudesse cantar como os rouxinóis! Mas, é claro, com toda essa beleza ela

provavelmente não sabe cantar. Que lástima! – E suspirou. – Se soubesse cantar, na certa seria a

rainha delas todas!

A gralha, jovem e presunçosa, já não conseguia conter-se. Chegou à conclusão de que a

raposa era um exemplo de bom gosto. Precisava mostrar-lhe que tinha uma voz absolutamente tão

bonita quanto suas formas e sua cor. Simplesmente não podia continuar calada. E abriu o bico mais

que pode:

- Có! Có!Có! – crocitou ela, emitindo o som mais horroroso que já se ouviu.

Do pé da árvore subiu um repentino latido de animação, quando o pedaço de carne

sumarenta caiu no chão. A raposa pulou imediatamente em cima dele e agarrou-o com suas fortes

mandíbulas. Saiu em disparada, e a gralha se pôs a gritar, furiosa:

Page 23: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

- Có! Có! Có! Sua ladra malvada! Devolva a minha carne! Có! Có! Ladra malvada!

Mas, apesar de todos os seus rogos, a raposa não voltou.

O adulador quase sempre tem segundas intenções.

Esopo: Fábulas de Esopo. São Paulo, Círculo do Livro S/A, 1983.

FÁBULA V O GALO QUE LOGROU A RAPOSA

Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore.

A raposa, desapontada, murmurou consigo: “Deixe estar, seu malandro, que já te curo!...” E em voz

alta:

- Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e

cordeiro, gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos andam agora aos beijos

como namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor.

- Muito bem! – exclamou o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai

ficar o mundo, limpo de guerras, crueldade e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa,

mas... como lá vêm vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte

na confraternização.

Ao ouvir falar cachorro, Dona Raposa não quis saber de histórias, e tratou de pôr-se ao

fresco dizendo:

- Infelizmente, amigo Có-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica

para outra vez a festa, sim? Até logo.

E raspou-se.

Contra esperteza, esperteza e meia.

Lobato, M: Fábulas. São Paulo, Globinho, 2008.

Page 24: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

Produção final

Figura 2Prod pessoal - LogoMaker

Continuando a conversa com os alunos...

Percebam que mesmo usando a mesma personagem, no caso a raposa (com seu

comportamento e atitudes, como já estudamos), os autores mudam o enredo (a história) e

seu desfecho( o final).

Assim deve ser a sua escrita, escreva livremente.

Escolha as personagens, no caso das fábulas, animais.

Dê aos animais características (atitudes e comportamentos humanos).

Crie uma história (enredo), como os fatos aconteceram.

Quando aconteceram (tempo).

Onde aconteceram (lugar).

Lembre-se que as fábulas são narrativas breves.

Termina com uma moral da história, que pode ser um provérbio, aforismo ou ditado

popular.

ALUNOS:

AGORA É COM VOCÊS!!

É HORA DE PRODUZIR SUAS FÁBULAS.

BOM TRABALHO!!!

Page 25: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · implorou por um pouco de milho para salvar a vida. As formigas continuaram com suas tarefas, mas uma delas, mais abrupta do que

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003

DOLZ, J; SCHNEUWLY, B; NOVERRAZ,M. SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ORAL E A

ESCRITA: APRESENTAÇÃO DE UM PROCEDIMENTO, ROJO, R; CORDEIRO, G.S.(orgs).

In: GÊNEROS ORAIS E ESCRITOS NA ESCOLA. Campinas, SP: Mercado de Letras,2004.

ESOPO. Fábulas de Esopo. São Paulo: Círculo do Livro S.A, 1983.

KLEIMAN, A.B. Preciso ensinar o letramento? Não basta ensinar a ler e a escrever?

Cefiel/IEL/Unicamp, 2005-2010.

LOBATO, M. Fábulas. São Paulo: Globinho, 2007.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa para os Anos

Finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba, 2008.

SATIM, M.B. Contrariando o desfecho da fábula. Cadernos PDE. Alto Paraná, 2008.

SOUZA,C.G; CAVÉQUIA M.P. Linguagem Criação e Interação: 6º ano. São Paulo: Saraiva,

2009.