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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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1.Dados de identificação

1.1 Professor PDE : Luiz Geraldo Mendes da Silva

1.2 Área de disciplina no PDE: História

1.3Linha de estudo: Diálogos curriculares com a diversidade

1.4 Orientação IES: Professor Luiz Carlos Ribeiro – UFPR

1.5 NRE: Curitiba

1.6 Município: Curitiba

1.7 Escola de implementação: Colégio Estadual Professor Narciso Mendes

1.8 Público objeto de implementação: alunos do 2º ano do ensino médio

2. Tema

O negro livre e o imigrante europeu: A conjuntura 1888/1991 e a formação da

desigualdade étnica e social no Paraná.

3. Título

O abandono do negro paranaense e o incentivo ao imigrante europeu, de 1888

a 1891.

4. Problematização

No Brasil os negros libertos receberam incentivo governamental, tanto quanto

os imigrantes europeus, no período entre 1888 e 1891?

6. Objetivos geral e específico

6.1 Objetivo geral: Mostrar as condições sociais por que passaram os negros

libertos e os imigrantes europeus, no Brasil, no período de 1888 a 1891.

6.2 Objetivo específico: Mostrar as condições sociais por que passaram os

negros libertos e os imigrantes europeus, no Paraná, no período de 1888 a

1891.

7. Referênciais 7.1 Albuquerque, Wlamyra R. de ; Filho, Walter Fraga. Uma história do negro

no Brasil.Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação

Cultural Palmares, 2006. 320 p.

7.2 Maringoni, Gilberto. O destino do negro após a abolição. Desafios do

desenvolvimento. 2011 . Ano 8 . Edição 70 - 29/12/2011

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7.3 Ianni, Octavio. Escravidão e racismo. São Paulo: Ed Hucitec, 1988. 2.ed.

190 p.

7.4 Azevedo, Celia Marinho de. Onda negra, medo branco: O negro no

imaginário das elites. Rio de Janeiro: Ed Paz e Terra S/A,1987.267p.

7.5 Gomes, Laurentino. 1889: Como um imperador cansado, um marechal

vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a

Proclamação da República no Brasil. São Paulo: Ed. Globo, 2013. 1. ed. 240 p.

7.6 Nadalin, Sérgio Odilon. Paraná: Ocupação do território,população e

migração. Curitiba: SEED, 2001. 107p.

7.7 Souza, Marcilene Garcia de (coord.). A África está em nós: Africanidades

paranaenses. João Pessoa, PB: Editora Grafset, 2011. 200p.

7.8 Jornal A República – 1888/1891

7.9 Jornal Sete de Março – 1888/1891

7.10 Jornal Dezenove de Dezembro – 1888/1890

7.11 Telejornal Paraná TV: segunda edição – Guarapuava – 21/10/2014

7.12 Filme A negação do Brasil: o negro na telenovela brasileira Direção:Joel

Zito Araújo Roteiro: Joel Zito Araújo Empresa(s) Co-produtora(s): Casa de

Criação Produção Executiva: Joel Zito Araújo Produção: Luis Antonio Pillar,

Juca Cardoso e Vandy Almeida Direção Fotografia: Adrian Cooper e Cleumo

Segond Montagem/Edição: Joel Zito Araújo e Adrian Cooper Técnico de Som

Direto: Toninho MuriciEdição Som: Equipe Estúdios Mega Mixagem: Equipe

Estúdios Mega.Dração: 91 min

7.13 Filme Vista a minha pele. Direção Joel Zito Araújo.Produção: Casa de

Criação. Duraçõ: 15 minutos.

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MATERIAL DE ESTUDO – PRIMEIRA PARTE

SEMANA PEDAGÓGICA – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO AOS PROFESSORES E

FUNCIONÁRIOS

Em certo momento da semana pedagógica, será apresentado o aos

professores e funcionários, o desenvolvimento do “trabalho do PDE. Isso

porque eles serão fundamentais para o bom desenvolvimento do projeto.

Os professores serão parte do projeto, por meio de orientações aos

alunos, bem como cedendo momentos de suas aulas (conforme os assuntos

coincidam com o conteúdo programático pré-estabelecido). Aos funcionários

caberá a participação nos momentos e contra-turno, quando os discentes

estiverem nas dependências do colégio, executando as leituras, pesquisas,

confecção de cartazes e organização de exposição. Essas atividades são as

“tarefas de casa”, as quais serão – ou que poderão ser – feitas no interior do

colégio, durante o contra-turno.

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MATERIAL DE ESTUDO – SEGUNDA PARTE

QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO E APRESENTAÇÃO

QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO – evite apenas o “sim e o não” como resposta.

1)Você tem idéia de como foi a participação do negro livre e do imigrante

europeu, no Paraná, no período entre 1888 e 1891?

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2) )Você tem idéia do que são políticas afirmativas e, por que elas existem?

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3) Você tem idéia de como foi o incentivo ( financiamento, perdão de dívidas,

ajuda de locomoção, etc.) dado ao negro livre e ao imigrante europeu, no

período de 1888 a 1891, ou nas décadas próximas, que antecederam ou

sucederam tal período?

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APRESENTAÇÃO

Base para a elaboração do texto:

1) Albuquerque, Wlamyra R. de ; Filho, Walter Fraga. Uma história do negro no

Brasil.Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006.

320 p.

2) Maringoni, Gilberto. O destino do negro após a abolição. Desafios do desenvolvimento.

2011 . Ano 8 . Edição 70 - 29/12/2011

3) Jornal “A República” – de 1888 a 1891

4) Jornal “Sete de março” – de 1888 a 1891

5) Jornal “Dezenove de dezembro” – de 1888 a 1890

6) Nadalin, Sérgio Odilon. Paraná: Ocupação do território, população e migração. Curitiba:

SEED, 2001. 107p.

7) Ianni, Octavio. Escravidão e racismo. São Paulo: Ed Hucitec, 1988. 2.ed. 190 p.

8) Azevedo, Celia Marinho de. Onda negra, medo branco: O negro no imaginário das elites.

Rio de Janeiro: Ed Paz e Terra S/A,1987.267p.

9) Souza, Marcilene Garcia de (coord.). A África está em nós: Africanidades paranaenses.

João Pessoa, PB: Editora Grafset, 2011. 200p.

O Brasil é um país em que se aplica um racismo às escondidas, ou seja,

dá-se a impressão de que os racistas não ocupam território nacional; no estado

do Paraná a situação não é diferente.

A História do Paraná (do Brasil, em Geral) mostra que os negros não

tiveram incentivo ( financiamento, perdão de dívidas, ajuda de locomoção, etc.)

que possibilitassem um desenvolvimento digno. A maneira encontrada para a

solução desse problema (falta de incentivo), foi a implementação das Políticas

das Ações Afirmativas, que visam a dignidade do negro e de outros grupos que

foram ou são discriminados.

Dentre as Ações Afirmativas temos, como exemplo, a política de cotas

raciais para negros, nas universidades públicas. Existem pessoas contrárias às

cotas. Podemos dividir as pessoas contrárias às cotas, em dois grupos: os que

são contrários devido à ignorância (ignoram as desigualdades que afetaram o

negro, antes e depois do 13 de maio de 1888 e, por isso não admitem a

mencionada implementação ) e os que conhecem a história do negro livre e do

imigrante europeu, entre 1888 e 1891, e mesmo assim mantém a sua

contrariedade. Quanto aos que são contra as cotas raciais nas Universidades

Públicas e à outras políticas afirmativas, este trabalho só pode instigar ao

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debate; mas para os ignorantes este trabalho traz a história do negro,

mostrando o quanto lhe foi oferecido após a assinatura da Lei Áurea, traçando

um parâmetro com o quanto foi dado ao imigrante europeu, durante o mesmo

período – 1888 a 1891 –, adequando-o à grade curricular, trazendo as

informações necessárias para que haja a possibilidade de se fazer uma

reflexão sobre a implantação da cotas raciais e, de outras reivindicações dos

afro-descendentes.

A construção deste trabalho tem como base ricos referenciais, conforme

a lista que segue em anexo. São livros, artigos, jornais, filmes e trechos de

telejornais.

No decorrer do primeiro semestre de 2015 será desenvolvido um

trabalho que visa repassar aos alunos dos segundos anos do ensino médio do

Colégio Estadual Narciso Mendes, o resultado da pesquisa feita durante o ano

de 2014, cujo o tema foi “O negro livre e o imigrante europeu: A conjuntura

1888/1991 e a formação da desigualdade étnica e social no Paraná”.

Após ler o texto “Apresentação” responda, em torno de três a sete

linhas, as questões propostas a seguir, evitando apenas o “sim e o não”

como resposta; depois compartilhe-as no “grande grupo”:

1) O texto acima menciona que o Paraná (e o Brasil em geral) comete um

racismo às escondidas. Comente essa afirmação:

2) Segundo o texto acima, aqueles que não admitem as políticas

governamentais que visam resgatar a dignidade dos negros, estão divididos em dois

grupos. Como o texto classifica esses grupos?

3) Visite o site abaixo, depois escreva sobre a política de Ações Afirmativas:

http://gemaa.iesp.uerj.br/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id

=1&Itemid=217

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MATERIAL DE ESTUDO – TERCEIRA PARTE

TEXTOS

1) Uma história do negro no Brasil

Base para a elaboração do texto: Albuquerque, Wlamyra R. de ; Filho, Walter Fraga. Uma

história do negro no Brasil.Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação

Cultural Palmares, 2006. 320 p.

O livro “Uma história do negro no Brasil” mostra que a vida como homem

livre sempre foi difícil para o negro brasileiro. Antes da Lei Áurea a liberdade

ocorria por meio da carta de alforria, a qual era dada pelo senhor ou comprada

pelo próprio escravo; mesmo sendo um liberto a sociedade escravocrata

proibia ao negro algumas vestes, como a seda, por exemplo, além de proibir,

também, os direitos políticos a esses negros. De acordo com os mencionados

autores,

(...) Nem sempre a alforria implicava melhoria das condições de vida para o recém-liberto. Muitos gastavam suas forças no esforço para comprar a alforria e suas economias diminuíam rapidamente depois que deixavam a casa dos senhores. Havia aqueles, poucos é verdade, que foram libertos por interesse dos senhores em se desfazerem de indivíduos idosos e sem mais condições de produzir. Inválidos eram entregues à Santa Casa, onde passavam o resto da vida num hospital ou nos asilos de mendigos. Outros iam engrossar as fileiras de indigentes que esmolavam em grande número nas cidades brasileiras. Os arquivos policiais da época registram multidões de pobres e mendigos que vagavam pelas ruas. Grande parte deles já tinha vivido a experiência da escravidão (...) (p. 155).

Na citação acima nos é dado um relato anterior à libertação dos

escravos no Brasil, porém as dificuldades continuaram após o dia treze de

maio de 1888, mesmo não se podendo negar que foi um passo a frente, no que

diz respeito à escravidão. Prova das dificuldades é o fato de que muitos negros

libertos demonstravam aptidão para o comércio e ainda assim nunca tiveram

incentivo nem oportunidades, inclusive depois da Lei Áurea.

Mesmo quando o negro conseguia ascensão social – fosse um liberto

pela carta de alforria, antes do treze de maio de 1888, ou seja pela Lei Áurea,

depois dessa data –, ele sofria a discriminação da elite branca; além disso

manipulou-se, ou seja, omitiu-se as informações sobre esses negros; para se

chegar a tal conclusão, basta fazermos uma análise da História que nos é

passada do negro brasileiro; notamos que ela nos foi passada de forma

mutilada, haja visto que não se contou – e ainda pouco se conta – sobre as

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qualidades dos negros. Não se comenta, por exemplo, que alguns negros

libertos possuíam uma situação financeira estável. Nas cidades, esses

trabalhadores negros livres e libertos exerciam profissões importantes. Eram os

artesãos qualificados, mestres-de-obras, alfaiates, barbeiros, carpinteiros,

marceneiros, tanoeiros, joalheiros, oleiros, barqueiros. Muitos exerciam a

profissão de ferreiro; eram eles que consertavam as ferramentas importadas da

Europa, fabricavam instrumentos para a mineração e para os engenhos. Em

Vila Rica, Rio de Janeiro, Recife e Salvador, forros e livres eram donos de

tendas de ferreiros ou aprendizes desse ofício. Em alguns casos ocupavam

profissões que ainda hoje são consideradas como da elite, entre elas a de

médico e advogado, mesmo antes da Lei Áurea.

O que ocorreu no Brasil a partir do maio de 1888 não foi a inclusão do

negro como um “igual”; impuseram, ao negro ex escravo, viver como um

“inferior”, dentro da sociedade brasileira. A elite, que era branca, fez uso de um

conjunto de teorias, que teve o nome de Teorias Raciais, inventada no século

XIX, na Europa e Estados Unidos. Elas tinham como fundamento argumentos

biológicos, que eram muito convincentes na época e, pregava que as nações

européias eram um modelo de civilizações mais adiantadas, sendo africanos e

indígenas os mais atrasados, tidos como bárbaros. Albuquerque e filho

lembram que

(...) Não por acaso a idéia de raça teve grande repercussão no Brasil justamente nos últimos anos da escravidão e na Primeira República (1889-1930). Naquele momento, os projetos emancipacionistas não excluíam a construção de novas formas de dominação fundamentadas na noção de raça. Mesmo porque o que se via eram tentativas cada vez mais incisivas de adaptar à sociedade pós-abolição as hierarquias raciais montadas durante a escravidão. Pensar o mundo republicano e sem escravidão não queria dizer pensar uma sociedade de oportunidades iguais; muito pelo contrário, a preocupação estava em garantir que brancos e negros continuariam sendo não só diferentes, mas desiguais. (...) (p. 206)

2) O destino dos negros após a abolição

Base para a elaboração do texto: Maringoni, Gilberto. O destino do negro após a

abolição. Desafios do desenvolvimento. 2011 . Ano 8 . Edição 70 - 29/12/2011

Em 1884, uma forte pressão popular leva à libertação de negros no

Ceará. Problemas na lavoura e conseqüências da seca de 1877, somada à

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ação de grupos urbanos, inviabilizaram o regime de escravidão na região. Tais

condições levaram o sentimento abolicionista em diversas províncias, como Rio

Grande do Sul, Amazonas, Goiás, Pará, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraná.

Nesse momento a escravidão concentrava-se nas partes mais modernas da

economia, tornando-se menos relevante nos setores atrasados e decadentes.

De acordo com o Ministério da Agricultura, em seu relatório anual de 1887,

existiam 723.419 escravos no país e, desse total, a região sudeste, produtora

de café, continha uma população cativa de 482.571 pessoas, enquanto as

demais regiões somavam um número de 240.848.

No mesmo período em que o Brasil caminhava para a abolição da

escravidão, não se discutia uma política eficaz, que fizesse a inclusão social do

negro após abolição – como, por exemplo, possibilitar ao negro liberto uma

condição digna de sobrevivência. Ao invés disso, o que havia, desde 1870, era

o incentivo para a entrada de imigrantes, principalmente europeus, para as

lavouras do sudeste, o que se espalhou para as demais regiões. Segundo o

IBGE, entre 1871 e 1870, chegaram ao Brasil 219 mil imigrantes; na década

seguinte a quantidade saltou para 525 mil, evoluindo a um total de 1,13 milhão

no último decênio do século XIX, após a abolição.

A caminhada paralela – falta de uma construção de um projeto social

que possibilitasse dignidade à vida do negro liberto e incentivo da entrada do

imigrante europeu – mencionada nas linhas acima, acaba por proporcionar ao

negro uma situação difícil a partir do treze de maio de 1888, mostrando que

não aconteceu uma “real liberdade” ao negro, mesmo com a assinatura da Lei

Áurea. Prova disso, entre tantos problemas surgidos, é o fato de que depois do

dia treze de maio de 1888, os negros libertos foram buscar moradia em regiões

precárias e afastadas dos bairros centrais das cidades.

O problema enfrentado pelo negro liberto brasileiro tem uma relação

direta com a maneira como se fez o processo abolicionista, uma vez que de

modo geral os abolicionistas, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio,

envolviam duas vertentes principais. Ambas tinham pontos em comum. Não

queriam, por exemplo, por em risco a “condição hierárquica” (o branco

mandando e o negro obedecendo).

O que se viu no Brasil, a partir do 13 de maio de 1888, foi um negro

liberto, porém essa liberdade não veio acompanhada de cidadania, haja visto

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que cidadania só se dá quando o indivíduo possui um conjunto de direitos que

lhe proporcionem a dignidade, o que não ocorreu, pois com a abundância da

mão de obra do imigrante, os ex-cativos acabaram se tornando uma imensa

massa de trabalhadores de reserva para o mercado.

A abolição chegou para o escravo brasileiro, mas a elite ganhou, bem

mais que o negro liberto. Os fazendeiros, por exemplo – em especial os

cafeicultores –, ganharam como compensação a importação da força de

trabalho européia, de baixíssimo custo, bancada pelo poder público. Nenhum

incentivo financeiro se deu para a inclusão do negro na engrenagem produtiva

brasileira, no entanto parte da arrecadação fiscal de todo o país foi desviada

para o financiamento da imigração, destinada principalmente para o sul e o

sudeste. Esse subsídio estatal direcionado ao setor mais dinâmico da

economia acentuou desequilíbrios regionais, que se tornaram críticos nas

décadas seguintes. Essa foi a reforma complementar ao fim do cativeiro que se

viabilizou,ficando o negro jogado a própria sorte.

Com base nos textos Uma história do negro no Brasil e O destino dos

negros após a abolição, responda em torno de três a sete linhas, as

questões propostas a seguir, evitando apenas o “sim e o não” como

resposta; depois compartilhe-as no “grande grupo”:

1) O texto “Uma História do negro no Brasil” nos mostra que o negro brasileiro

não foi apenas uma mão de obra escrava, trabalhando somente em serviços braçais,

os quais não se usava o intelecto. Comente essa afirmação contida no texto:

:

2) De acordo com o texto “Uma história do negro no Brasil” O que ocorreu no

Brasil a partir do maio de 1888 não foi a inclusão do negro como um “igual”;

impuseram, ao negro ex escravo, viver como um “inferior”, dentro da sociedade

brasileira. Comente essa afirmação contida no texto:

3) De acordo com o texto “O destino dos negros após a abolição”, escreva

sobre o incentivo dado ao negro liberto e ao imigrante europeu, antes e depois do 13

de maio de 1888:

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MATERIAL DE ESTUDO – QUARTA PARTE

JORNAIS DE ÉPOCA

1) Jornal “A República” – de 1888 a 1891

Base para a elaboração do texto: Jornal “A República” – de 1888 a 1891

O jornal “A República”, como a esmagadora maioria dos jornais da

época, pertencia e defendia um grupo político; nesse caso, o partido

republicano. Existia em várias províncias brasileiras, inclusive no Paraná, o

qual é o foco principal deste trabalho.

O jornal “A República”, já no início de 1888, defendia a libertação dos

escravos. Porém essa defesa não vinha acompanhada de propostas para um

“viver melhor” para o negro, após sua libertação. Ao invés disso, o que se

propunha desde então, era a entrada do imigrante europeu e, o bom

acolhimento do mesmo. Foram inúmeras as notícias de fazendeiros que

haviam libertado seus escravos, mas nenhuma notícia sobre o rumo que

seguiram esses libertos.

No jornal do dia três de abril de 1888, encontra-se o relato da reunião

ocorrida no dia primeiro do mesmo mês, onde instalou-se oficialmente a

“Confederação abolicionista paranaense”, que teria como finalidade a

“redempção” dos escravos da província. Nessa reunião estavam presentes

representantes da imprensa, do comércio e de outros segmentos da sociedade

provinciana. Mesmo com a formação dessa entidade paranaense, não se tem

nenhum relato do jornal em questão, mencionando algum ato que essa

entidade tenha realizado visando possibilitar uma “vida digna” ao negro liberto.

O único relato que se tem no que diz respeito ao posicionamento da mesma

quanto ao fim da escravidão é na edição do dia 17 de abril, quando ela exige a

libertação imediata dos escravos, nada mais que isso (nada se diz sobre as

necessidades do negro liberto).

Ao invés de vermos posições que levassem à tentativa da construção de

uma sociedade onde o negro fosse tratado com dignidade, o que se vê, em

inúmeras edições, é um desprezo com relação ao mesmo, como se lê na

edição do dia 29 de novembro 1888:

(...) Acabamos, com tanto esforço popular de anos , nos libertarmos da escravidão negra que tão maos costumes introduziu no caracter brasileiro; não nos servirá isso de

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experiência para evitarmos o contacto maléfico de uma raça depravada e viciada que tem sido repellida de todos os paizes? (...)

A citação acima nos mostra que a situação do negro não mudou muito

após o treze de maio de 1888. Porém continuou o incentivo ao imigrante

europeu, como lemos em várias edições, entre elas a do dia dez de dezembro

de 1889, onde se encontram três artigos onde se normatiza a naturalização do

imigrante. No período estudado do jornal A República – 1888 a 1891 –, notou-

se a preocupação do governo paranaense em trazer imigrantes europeus para

o nosso território, além disso demonstrou-se o interesse em possibilitar que

esse imigrante mudasse para outro município, quando necessário, para que

melhor se adaptasse. Além disso relata-se a facilitação no pagamento de

dívidas que o mesmo tivesse contraído.

A leitura do jornal em questão nos mostra que ao mesmo tempo que

havia a preocupação do governo paranaense ( e brasileiro) com relação ao

bem estar do imigrante europeu, nada se dizia em prol do negro liberto. O que

se lê são relatos sobre a abolição, onde se faz menção a mesma meramente

como uma conquista proporcionada pelos republicanos,mas sempre sem

mostrar um projeto para o negro liberto (ajuda, assentamento, etc.).

2) Jornal “Sete de março” – de 1888 a 1891

Base para a elaboração do texto: Jornal “Sete de março” – de 1888 a 1891

O jornal “Sete de Março”, como a esmagadora maioria dos jornais da

época, pertencia e defendia um grupo político; nesse caso, o partido

conservador.

Como relatamos nas linhas acima, o jornal “Sete de Março” foi um órgão

a serviço do partido conservador e, neste trabalho faço uma análise desde o

primeiro exemplar, de 24 de abril de 1888, até a edição número 144, do dia de

7 de fevereiro de 1891.

Comparando-se esse jornal ao “A República”, por exemplo, notamos que

ele não aborda a questão do negro liberto e do imigrante europeu, no período

de 1888 a 1891, com tanta ênfase. Porém quando se menciona, não se

comenta nenhum projeto para a inclusão do negro liberto à sociedade

provinciana – aliás, não se comenta a vida do negro liberto.

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As citações sobre o negro, antes do 13 de maio, mostram que a abolição

estava a caminho e, ao mesmo tempo, comentava-se a importância dos

imigrantes para o desenvolvimento da província e do Brasil. Nessa fase são

encontradas algumas edições que mostram a “bondade” de alguns senhores

que libertaram seus escravos. Nessa fase, encontraram-se, também, edições

que alegavam que o fim da escravidão seria o caminho para o desenvolvimento

do Brasil, como se vê no jornal do dia 24/04/1888 , quando se relata que

(...) A extinção da escravidão no Brazil será a abertura de um

estrada larga para o progresso da nossa Patria, e, acabada ella, o

partido conservador mais uma vez receberá os applausos dos

desapaixonados, d’aquelles que antes de de tudo collocam o

bem estar de sua Patria (p. 2) (...) .

Nota-se, no relato acima, que a menção feita é sobre o fim da

escravidão, levando-se a imaginar, a partir daí, a chegada do progresso; mas

em nenhum momento se escreve o que será feito como negro que seria liberto;

também não se menciona que o negro deveria ser aceito como igual.

Após a libertação do negro brasileiro, a situação do mesmo não sofreu

grandes alterações, o que se mostra, por exemplo, na edição do dia

27/06/1888, quando se escreve que a partir do 13 de maio, rompe-se os laços

como “hontem”, pois estava-se rompendo com a escravidão, que era uma

calamidade social. Nessa mesma edição, além de não se propor uma

participação do negro como cidadão, defende-se a importância da divisão do

solo baldio e a invasão pacífica do imigrante. Menciona-se, também, que era

urgente chamar o estrangeiro à vida política.

Mesmo o jornal não trazendo soluções para o viver bem do negro liberto,

e ao mesmo trazendo o apoio ao imigrante europeu, durante suas edições; na

de número 89, do dia 04/01/1890 encontrou-se o relato de que

(...) É de agouro feliz, que neste, o ano da reunião do congresso

nacional americano, a abolição da escravidão neste continente foi consumado, e que nos reunimos em uma època em que podemos dizer verdadeiramente que todos os americanos são livres e iguais (p. 1) (...).

A citação acima mostra que os homens são todos iguais na América.

Estando o Paraná dentro do Brasil e este dentro do citado continente, dá-se a

impressão de que o Paraná está mergulhado em uma sociedade onde todos

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estão iguais e, sendo assim, o negro teve o mesmo incentivo dado aos

imigrantes europeus. Mas ao se analisar as edições de 1888 a 1891, não foi

isso que aconteceu.

3 )Jornal “Dezenove de dezembro” – de 1888 a 1890

Base para a elaboração do texto: Jornal “Dezenove de dezembro” – de 1888 a 1890

O jornal “Dezenove de Dezembro”, como a esmagadora maioria dos

jornais da época, pertencia e defendia um grupo político; nesse caso, o partido

liberal.

Como já mencionado, o jornal Dezenove de Dezembro foi um órgão a

serviço do partido liberal. Neste trabalho faço uma análise desde o exemplar

referente à edição número 1 de 1888 – de 5 de janeiro de 1888 – até a edição

número 12 do ano de 1890 – do dia de 15 de fevereiro de 1890, na

abordagem do negro livre e o imigrante europeu, com ênfase de tal abordagem

dentro do território paranaense.

O jornal em questão noticia, antes da assinatura da Lei Áurea, a

libertação de escravos e, dá-se a impressão de que isso era algo que deveria

mesmo acontecer e, que a partir disso a vida dos libertos seria digna. Um

exemplo dessas publicações, é a que diz

(...) Já tínhamos dado noticiário as liberações havidas esta semana, quando recebemos o seguinte cartão: - “a redação d’ “O labor”. O Dr. Passos discutindo hoje que não merece elogios o possuidor de escravo que concede liberdade ao homem negro, porque não faz mais do que restituir um direito de que se apoderaram os traficantes.(...) (24 de março, p.2)

Mas o que percebemos na análise que fizemos até a edição do dia 12 de

março de 1890, é que não foi isso que aconteceu. Antes do dia 13 de maio de

1888, os negros libertos não ganharam nada, a não ser a carta de alforria. Ela

possibilitava que o negro não ficasse sob o castigo do senhor, porém não

possibilitou vida digna aos libertos.

É importante mencionarmos que de acordo com o que levantamos nas

edições lidas, é que nem todos falavam “romanticamente” sobre a libertação

dos escravos. Em algumas publicações cobrava-se o governo, exigindo-se

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indenizações para os senhores que por ventura viessem perder (libertar) algum

escravo.

Após a mencionada “data da libertação”, de acordo com o jornal em

questão, as condições não se tornaram melhores, o suficiente, para os negros.

Deu-se, sim – e não se pode negar –, um minúsculo passo na maratona rumo à

dignidade do afro descendente brasileiro.

Percebe-se, por meio dos exemplares lidos, a negação ao assunto “boas

condições ao negro liberto”, enquanto que muito se percebe no que diz respeito

a vontade de ajudar o imigrante europeu, para que o mesmo viesse a ocupar o

território paranaense. Diferentemente dos problemas enfrentados por aqueles

que primeiro vieram da Europa, para ocupar o território brasileiro e,

consequentemente, também, o Paraná, no período base da minha pesquisa

(1888 a 1891), é notada a intenção de se atrair aqueles que chegavam do

velho continente. Tal fato se comprova, entre outros, no texto do dia 28 de

outubro de 1889:

(...) Recebemos um exemplar de uma publicação que acaba de fazer o Sr engenheiro Dr. Fanor Cumplido e referente as futurosas empresas de um engenho central e um núcleo de imigrantes no município de Antonina. Este folheto é destinado a dar Idéa das coneições excellentes em que são fundadas as duas grandes empresas e a atthrair a attenção dos imigrantes que procuram vantajosa collocação.(...) (p.02)

Nas linhas acima, mais uma vez é demonstrado um incentivo dado ao

imigrante, dentro do território paranaense. Tal ajuda foi comum dentro do

período analisado – de 1888 até 1891 –, seja por parte do governo ou por meio

da iniciativa privada. Com o título “Colonisação”, o jornal traz a notícia de que

se pretende construir duas empresas no município de Antonina e, com elas

deseja-se atrair imigrantes, para a formação de um núcleo. Independente se a

idéia da formação do mencionado núcleo de imigrantes, ocorreu ou não, o que

fica claro é a intenção existente no Paraná, naquele momento: promover o

povoamento do nosso território com imigrantes e, de acordo com as

publicações que passaram pela análise, desejava-se o imigrante europeu.

Com base nos textos dos Jornais A República – de 1888 a 1891, Sete

de março – de 1888 a 1891 e Dezenove de dezembro – de 1888 a 1890,

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responda em torno de três a sete linhas, as questões propostas a seguir,

evitando apenas o “sim e o não” como resposta; depois compartilhe-as

no “grande grupo”:

1) De acordo com o que o que lemos nos textos acima, trace um paralelo entre

o que se relata sobre o “viver” do negro livre e o do imigrante europeu:

2) A defesa do abolicionismo era uma das bases do discurso dos membros do

partido republicano, porém no seu jornal “A República”, os republicanos não

defendiam uma condição digna ao negro liberto. Comente essa situação:

3) Dentro do que foi lido nos três textos acima, o que encontramos em comum?

4) O telejornal “Paraná Tv: segunda edição - Guarapuava”, filiada da Rede

Globo de televisão, trouxe no dia 21 de outubro de 2014, a notícia de que a

comunidade quilombola Paiol de telha viveu um dia histórico neste 21 de outubro de

2014, ao ter um território reconhecido em uma cerimônia em Reserva do Iguaçu. É o

primeiro quilombo reconhecido no Paraná. Com base nessa informação, faça:

A) Visite o site indicado a seguir, depois escreva sobre “Quilombolas do Paraná”:

http://quilombosnoparana.spaceblog.com.br/

B) Relacione, se possível,a notícia apresentada, com o que lemos nos textos sobre os

jornais de época:

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MATERIAL DE ESTUDO – QUINTA PARTE

TEXTOS

1) Paraná

Base para a elaboração do texto: Nadalin, Sérgio Odilon. Paraná: Ocupação do território,

população e migração. Curitiba: SEED, 2001. 107p.

Este texto foi construído a partir da leitura do livro de Sérgio Odilon

Nadalin; trata-se da ocupação e colonização do Brasil, sob uma perspectiva

regional. Aborda comportamentos, padrões de relações sociais, momentos de

crise e fenômenos culturais.

Após a descoberta os navios portugueses aportavam nas costas

brasileiras, com a finalidade de explorá-las, para fundar feitorias, estabelecer

escambo, deixar degredados e experimentar métodos para fixar e garantir o

domínio sobre a nova Terra.

Alguns portugueses foram chegando, instalando-se e, eventualmente

aventurando-se mais para o interior. A baia de Paranaguá e de Guaratuba

formam o rodilhado – uma reentrância – comum nas costas da Europa. Tal

formação facilita o atracamento da embarcação, porém tanto Paranaguá como

Guaratuba têm contra si o fato da serra do mar isolá-las do planalto.

A determinação dos bandeirantes foi determinante para a interiorização

do nosso país, bem como para a formação do Paraná. O primeiro ciclo

bandeirante que se fez sentir em território paranaense foi o de caça ao índio,

no final do século XVI. Curitiba e Paranaguá foram os primeiros núcleos de

população na região paranaense, somando-se ainda diversos arraiais.

No final da década de 1720 construiu-se a estrada que ligava Viamão,

no Rio Grande do Sul, aos Campos Gerais, no Paraná. Na continuação fazia

um elo com as feiras de São Paulo, principalmente com a de Sorocaba, onde

os comerciantes fluminenses, mineiros e outros, vinham buscar o gado, para

revendê-lo na região das minas. Esse caminho e a integração do troperismo à

economia paranaense, possibilitou que Curitiba ficasse livre de seu tributo ao

litoral.

Os bandeirantes adentraram no Paraná no final do século XVI. A partir

de então houve um grande desenvolvimento no território paranaense. Para tal

foi fundamental a construção da “Estrada do Viamão”. Possibilitou um

desenvolvimento comercial; além disso, ao longo do caminho organizaram-se

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pousos, currais, núcleos e arraiais. Esses núcleos populacionais eram

habitados por curitibanos e paulistas.

Em 1846 completava-se a ocupação máxima dos campos paranaenses

pela comunidade tradicional, ocupando desde a área parnanguara-curitibana

no século XVII. Não só o Paraná, mas de modo geral todo o Brasil apresentava

condições favoráveis para receber os estrangeiros que aqui quisessem

reconstruir suas vidas. Nesse contexto o Brasil atraiu em 152 anos (1819-

1970), mais de 5,5 milhões de estrangeiros, distribuídos em vários períodos,

com características relativamente diferenciadas.

Os estrangeiros foram bem vindos ao Brasil; não só porque desejavam

preencher a mão de obra deixada de ser executada pelo escravo – até porque

o ex-escravo não foi embora do Brasil. A entrada do imigrante europeu em

nosso território fazia parte de um contexto ideológico;

(...) o discurso liberal assumido no Brasil não poderia desconsiderar nosso passado escravocrata. De fato, a herança escravista calava em profundidade, e a elite era dominada pelo medo. Medo alimentado pela memória dos quilombos, por um certo maniqueísmo desenvolvido em função do legado colonial, em que o cativo, de vítima do sistema, passava a ser o causador do sua violência característica. Tudo isto está na origem e alimentava os preconceitos da minoria branca. Não era só o negro mau, bruto e violento; toda a população mestiça não era confiável e, em decorrência, não tinha condições morais para cumprir os elevados propósitos nacionais de colonização e conquista do território nacional. Além disso, o negro – representante de um sistema que deveria ser extirpado – era igualmente criticado como culpado do aviltamento do trabalho, inepto às tarefas importantes, tão necessárias naquele momento. O negro, o indígena, ... os mestiços!

A idéia de motivar uma agricultura de abastecimento personalizou a

história da colonização no Paraná, que foi durante quase trinta anos (1853-

1879). Assim justificou-se a política migratória provincial. Com resultado,

somaram-se às três colônias existentes na região no momento da sua

emancipação política – somaram-se dezenas de outras, principalmente no

decênio inaugurado pelo ano de 1870. Depois deste, houve outros períodos de

entrada de estrangeiros no Paraná, bem como uma migração interna dos

mesmos.

2) Escravidão e racismo Base para a elaboração do texto : Ianni, Octavio. Escravidão e racismo. São Paulo: Ed

Hucitec, 1988. 2.ed. 190 p.

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Neste livro Octavio Ianni faz uso da contribuição de vários autores, entre

eles estão historiadores, sociólogos, antropólogos e economistas, os quais

trabalharam a escravidão, o racismo e o capitalismo, não necessariamente

todos os assuntos ou todos juntos.

O autor faz uma abordagem relacionando escravidão, capitalismo e

racismo, mostrando que o capitalismo foi responsável pelo surgimento do

racismo na América e nas Antilhas, dentro do regime escravocrata dos séculos

XVI a XIX, bem como pelo seu ressurgimento dentro das relações capitalistas

do século XX. Neste século a figura do negro estava diretamente relacionada à

figura do escravo – teoricamente libertado –; consequentemente esse processo

que levou o negro, de escravo a homem livre, influenciou na “importância” que

lhe é dada no século XX:

(...) metamorfose do escravo em negro e mulato é também a metamorfose de uma forma de alienação a outra. (...) Aqui, o negro e o mulato estão subsumidos na condição escrava. Ao passo que na sociedade de classes o negro é um trabalhador livre. Apesar das condições adversas nas quais ele circula no mercado de força de trabalho (quando é obrigado a competir com o branco, índio, mestiço e outra categoria racial) na sociedade de classes o negro pode negociar a sua força de trabalho. Como pessoa é formalmente livre. É um cidadão, ainda que de segunda classe, ou subalterno. (...) (p 95 e 96)

Depois da abolição da escravidão, em 1888, em muitas partes do Brasil,

o negro tornou-se um desempregado, graças ao ambiente racial brasileiro.

Com o passar do tempo, de maneira lenta, foi-se absorvendo a mão de obra

negra como assalariada, ainda que o salário do negro não estivesse entre os

melhores, como lembra Ianni,na página 99: note-se, negro e operário, o que

tem sido a dupla condição de vida da maioria dos negros e mulatos.

Não podemos negar que com o passar dos anos ocorreu uma mudança

nas condições do negro, no que diz respeito à sua participação e “direitos”,

dentro da sociedade brasileira, mas o negro e o mulato ainda ocupam uma

posição profissional inferior, se comparado ao branco.

Dentro da abordagem feita pelo autor, foi-nos passado a impressão de

outros autores (as mencionadas contribuições) sobre racismo, escravidão e

capitalismo. Não se deu um consenso sobre causas efetivas ou soluções.

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Porém por vários momentos ficaram claras as dificuldades enfrentadas pelo

negro; em um desses momentos relata-se que

(...) Na estrutura ocupacional e na escala de salários, o negro está em piores condições. Além disso sofre o preconceito, a discriminação ou também a segregação. Isto é, o negro se vê em condição subalterna, tanto prática como ideologicamente. A ideologia racial do branco o rejeita ou o confunde; mas não o considera igual. O paternalismo, a ambigüidade, o mito de democracia racial e outras expressões da dominação exercida pelo branco confundem ou irritam o negro.(...) (p. 101)

3) Onda negra, medo branco

Base para a elaboração do texto: Azevedo, Celia Marinho de. Onda negra, medo branco: O

negro no imaginário das elites. Rio de Janeiro: Ed Paz e Terra S/A,1987.267p.

No livro Onda negra, medo branco, Célia Marinho de Azevedo nos

mostra o processo que deu fim à escravidão no Brasil, dando origem a um país

sedento pela imigração europeia. Faz-se a desmistificação do pensamento

romântico que mostra a abolição como o resultado da ação das elites liberais

desejosas em dar a liberdade ao negro, incluindo-o no mercado livre do

trabalho, com sua mão de obra assalariada, paga de maneira igual a do

homem branco.

O que se percebe é a vinda de inúmeros imigrantes europeus, sob o

pretexto de que o negro não possuía a capacidade de participar de uma

relação trabalhista contratual, devido a sua herança dos longos anos de

escravidão.

Como resultado da abolição, o que se viu, logo após o treze de maio, foi

o negro e o mestiço “jogados à sorte”. Foram desprezados e considerados

como pertencentes às raças mais desprezíveis da humanidade.

Desde o início do século XIX, pensava-se em uma sociedade brasileira.

Porém muitos não aceitavam a idéia de que se formasse uma população com a

participação daqueles que vieram da África, bem como seus descendentes –

não como homens livres. Dentre os que defendiam a inclusão do negro como

participante da população, estava José Bonifácio, uma das figuras ilustres da

época – apesar de considerar o negro como indivíduo de baixo nível mental,

devido a “vida selvática” da África.

Mesmo sem a falta de consenso, a idéia de integrar o negro à sociedade

brasileira saiu vitoriosa, pois

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(...) Embora a maioria da população composta de negros e mestiços fosse considerada de baixo nível mental, isto não se colocava como empecilho para uma futura incorporação à sociedade brasileira, tal como esta era projetada por estes reformadores. Para vários deles, tratava-se simplesmente de tornar ocupados aqueles que se fossem alforriando, de modo a se instituir um controle estrito e cotidiano do Estado sobre suas vidas.(...) (p. 47 e 48)

Fica clara a intenção da elite brasileira, de preparar os futuros

trabalhadores livres, os quais deveriam continuar considerando o branco como

superior; tal idéia era trabalhada muito antes do treze de maio e 1888.

Além de preparar o negro para continuar na inferioridade, no início do

século XIX existia o projeto de substituição da mão de obra do negro pela do

europeu. Essa idéia de substituição cresceu e, o “projeto imigrante” começou a

ser implantado em São Paulo no final da década de 1840. Fez-se uso da teoria

das raças, que foram pesquisas científicas raciais feitas na Europa e Estados

Unidos, das quais resultaram na valorização a raça branca. Deu-se ênfase

ainda maior à ideia de inferioridade do negro. Passou-se a querer, cada vez

mais, a presença do imigrante europeu dentro do território brasileiro. Esse

contexto trouxe muitos a defender a causa abolicionista;

(...) A associação entre os males da escravidão e a inferioridade racial do negro é explícita. A observação é importante porque de certo modo a historiografia atual continua a tratar o tema da transição do trabalho escravo para o trabalho livre sem se referir à questão racial subjacente e que em seu tempo teve um lugar privilegiado entre as motivações imigrantistas. Assim tornou-se lugar-comum pensar a escravidão como um regime irracional, por ser trabalho forçado, em contraposição à racionalidade do trabalho livre, racional porque em liberdade. (...) (p.64)

A abolição estava “batendo à porta”, mas a elite brasileira, nem a maioria

dos abolicionistas, tratava do assunto referente ao que se fazer com o negro

que estava liberto e, com aquele que estava prestes a ser libertado.

Encontramos poucas ações, ou mesmo projetos que tratassem da integração

do negro livre à sociedade brasileira. Uma das ações concretas de que se tem

notícia, quanto ao encaminhamento do negro, liberto ou não, encontramos no

grupo que em 1887 fundou o jornal “A Redempção”, que foi mais que um jornal,

uma vez que

(...) Reunidos na Confraria de Nossa senhora dos Remédios em torno do seu provedor, o promotor público Antonio Bento, os abolicionistas fundaram em 1887 A Redempção, que a julgar pelo

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depoimento de contemporâneos, tornou-se em pouco tempo um dos jornais mais lidos e populares da província. (...) A descrição deste movimento ainda pouco pesquisado, mas muito citado pela historiografia, transmite a idéia de um movimento planejado de fuga de escravos das fazendas, ida para Santos e, em muitos casos, retorno como trabalhadores agrícolas assalariados, sob a firme direção dos abolicionistas de A Redempção.(...) (p.216 e 217)

Dentro do contexto que analisa o fim da escravidão no Brasil e a entrada

dos imigrantes europeus no território brasileiro, temos que enfatizar dois

pontos. Primeiro, que o fim da escravidão no Brasil é o resultado de um

processo longo, que foi bem mais do que a assinatura da Lei Áurea, pela

princesa Izabel. Em segundo, a chegada de um número tão grande de

imigrantes europeus, no território brasileiro, não ocorreu, simplesmente, pelo

fato de ter ocorrida a abolição da escravidão – essa explicação fica “estranha”,

lembrando-se que o negro libertado continuou no Brasil.

Com o passar dos anos da escravidão, a situação não ficou mais

cômoda para os senhores de engenho, com relação à submissão dos seus

escravos; os conflitos aumentaram. Na verdade, foi em reação às inúmeras

fugas e rebeliões de escravos nas fazendas, somadas às revoltas e

manifestações dos negros e dos abolicionistas populares, que levou os

dirigentes abolicionistas a assumiram uma postura decisivamente pró-

libertação. Porém tal postura não era abrangente a ponto de pensar na vida do

escravo após a libertação; não se levou em conta a integração do negro no

mercado de trabalho livre e de conciliação sócio-racial. “Abandonou-se” o

negro, ao mesmo tempo em que continuou, e em alguns casos até aumentou,

o incentivo à entrada do europeu em território brasileiro.

4) Africanidades paranaenses

Base para a elaboração do texto: Souza, Marcilene Garcia de (coord.). A África está em

nós: Africanidades paranaenses. João Pessoa, PB: Editora Grafset, 2011. 200p.

Este texto foi construído a partir da leitura do livro – e, nos traz a história

e a contribuição dos africanos e seus descendentes no Paraná,

desmestificando a idéia de que não existiu (ou existe) o negro no território

paranaense.

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Essa obra demonstra as características e elementos sócio-culturais

(música, literatura, dança, culinária, etc.) presentes na História do Paraná,

desde a chegada dos negros no Estado; é analisada a presença negra nos

diversos espaços sociais e suas dinâmicas culturais;

(...) É necessário pensar que o Paraná de hoje é resultado de um processo de construção material e simbólica que contou com a participação de vários grupos. Os africanos e seus descendentes contribuíram nessa construção em muitos momentos da História desse Estado.

Durante muito tempo, houve um esforço para invibilizar as marcas da presença africana e afro-brasileira no Paraná, ora para negar a participação em um passado escravocrata, ora com o empenho para a construção de uma imagem exclusivamente europeizada para o Estado.(p. 19)

O censo do IBGE de 2010 já mostrava que os negros (pretos e pardos)

eram maioria no território brasileiro, representando 50,07% da população.

Contrariando o que muitos pensam, o Paraná não é “um estado europeu”, com

poucos negros. Da região sul, o Estado do Paraná é o que possui maior

população negra, totalizando quase 30% (3,0% de pretos e 25,5% de pardos).

Entre os grandes vultos paranaenses encontramos muitos negros, como

por exemplo André Pinto Rebouças (1838-1898), mais conhecido como André

Rebouças, que apesar de não ter nascido em território paranaense, teve uma

vida ativa nesse Estado. Foi um engenheiro de inestimável importância para a

engenharia paranaense, pois suas contribuições, além de modificarem a

paisagem, deram novos rumos à engenharia do Estado. Mesmo sendo de

“qualificação” acima da média, foi proibido de ocupar alguns cargos, pelo

simples fato de ser negro.

Somando-se aos tantos projetos, inovadores e modernos para a época,

André Rebouças tem no seu currículo, a responsabilidade, juntamente com seu

irmão, Antônio Rebouças, da construção da estrada de ferro que liga Curitiba à

Paranaguá.

Com base nos textos Paraná: Ocupação do Território, População e

Migrações; Escravidão e racismo; Onda negra, medo branco e Africanidades

paranaenses responda, em torno de três a sete linhas, as questões

propostas a seguir, evitando apenas o “sim e o não” como resposta;

depois compartilhe-as no “grande grupo”:

1) De acordo com o livro “Paraná: Ocupação do Território, População e

Migrações”: Os estrangeiros foram bem vindos ao Brasil; não só porque desejavam

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preencher a mão de obra deixada de ser executada pelo escravo – até porque o ex-

escravo não foi embora do Brasil. A entrada do imigrante europeu em nosso território

fazia parte de um contexto ideológico. Explique essa afirmação.

2) A leitura do texto “Paraná: Ocupação do Território, População e Migrações” nos

mostra que, independente do por que (medo, insegurança, etc.), a política de

ocupação territorial no Paraná, e no Brasil, favoreceu ao imigrante europeu, ao mesmo

tempo que marginalizou o negro. Comente esse assunto:

3) O texto “Africanidades paranaenses” afirma que o Paraná foi formado,

também, com elementos sócios-culturais do negro. Alerta, ainda, que a população

negra existiu e existe em considerável quantidade, não só no Brasil, como no estado

do Paraná. De acordo com texto “Africanidades paranaenses”, qual a porcentagem da

população negra no Brasil, e no Paraná?

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MATERIAL DE ESTUDO – SEXTA PARTE

PROJEÇÃO FILMES, COM DISCUSSÕES E REAPLICAÇÃO DO

QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO.

A partir daqui entraremos na parte final do nosso trabalho, iniciado no

começo deste bimestre. É o momento de refletirmos sobre o que lemos até

aqui, que deu sustentação ao tema ” O negro livre e o imigrante europeu:

A conjuntura 1888/1991 e a formação da desigualdade étnica e social no

Paraná”.

Nesta fase assistiremos dois filmes que relatam uma atualidade dos

“problemas” enfrentados pelo negro brasileiro; depois de cada projeção será

feita a discussão, dentro da qual se identificará, ou não, tais problemas

relacionados com o período base deste material de estudo – 1888 a 1891.

A negação do Brasil: o negro nas telenovelas – primeira parte

Projeção

Discussão

A negação do Brasil: o negro nas telenovelas – segunda parte

Projeção

Discussão

A negação do Brasil: o negro nas telenovelas – terceira parte

Projeção

Discussão

Vista a minha pele – primeira parte

Projeção

Discussão

Vista a minha pele – segunda parte

Projeção

Discussão

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CRONOGRAMA DA IMPLEMENTAÇÃO

ATIVIDADE Nº DE

AULAS

PRIMEIRA

PARTE

Semana Pedagógica 02

SEGUNDA

PARTE

Questionário diagnóstico 01

Apresentação 01

Tarefa de casa – questões propostas 01

Discussão sobre a tarefa de casa 01

TERCEIRA

PARTE

Tarefa de casa – leitura dos textos e resenha 02

Discussão sobre a tarefa de casa 01

Tarefa de casa – questões propostas 01

Discussão sobre a tarefa de casa 01

QUARTA

PARTE

Tarefa de casa – leitura dos textos e resenha 02

Discussão sobre a tarefa de casa 01

Tarefa de casa – questões propostas 01

Discussão sobre a tarefa de casa 01

Tarefa de casa – confecção de cartazes para exposição do “treze de maio” 03

Exposição – “treze de maio” 04

QUINTA

PARTE

Tarefa de casa – leitura dos textos e resenha 02

Discussão sobre a tarefa de casa 01

Tarefa de casa – questões propostas 01

Discussão sobre a tarefa de casa 01

SEXTA

PARTE

Projeção e discussão de filmes 05

Reaplicação do Questionário Diagnóstico 01

TOTAL ............................................................. 34