OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Diretrizes Curriculares da Educação Básica...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
O POEMA COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Doriane Aparecida Martini (PDE – UNIOESTE)1 Dhandara Soares de Lima (UNIOESTE)2
RESUMO: A leitura, bem como a literatura, por meio da poesia, precisa estar presente no ambiente escolar para que os alunos adolescentes nesta etapa de suas vidas possam ter acesso a este gênero. Levar para a sala de aula diferentes tipos de poesias, de forma escrita, falada, em vídeo, etc... para aguçar os sentidos dos alunos/leitores, lê-las em silêncio ou oralmente, comentá-las relacionando-as com passagens da história de vida de cada um, inferir sentidos possíveis, desenhar cenários poéticos para essas poesias, copiá-las para tê-las quando quiser. A poesia, como toda a literatura, é a arte da palavra, ela oferece-nos a possibilidade de imaginar, de produzir sentidos e de estabelecer relações entre a palavra e o mundo. O trabalho com a poesia estimula a oralidade, a criatividade e a reflexão a respeito dos fatos da vida de cada aluno. Assim justifica-se a proposta do estudo do gênero poema como estratégia metodológica para o processo de ensino/aprendizagem em Língua Inglesa na perspectiva da leitura e da oralidade no 9º ano do Ensino fundamental, por entendermos ser esta uma das formas de aproximar o aluno à leitura em língua estrangeira, no caso em Inglês, bem como o trabalho com a oralidade em sala de aula, através de algo que já lhe é conhecido, que lhe possibilite um maior envolvimento com a linguagem literária de forma prazerosa.Portanto, este projeto busca a melhoria do ensino/aprendizagem de Língua Inglesa nas escolas paranaenses apresentando o estudo da língua por meio de rimas e versos.
PALAVRAS CHAVE: Poema; Poesia; Leitura; Oralidade; Criatividade
1. INTRODUÇÃO
Este artigo PDE apresenta os resultados da pesquisa bibliográfica, bem
como descrevemos como foram as atividades realizadas a partir do plano didático
pedagógico, desenvolvidas no Colégio Estadual Reinaldo Sass, da cidade de
Francisco Beltrão/PR, para a turma de 25 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental,
que aconteceu no período de fevereiro a julho de 2014.
1Graduada em Letras-Português/Inglês. Pós-Graduada em Metodologia do Ensino de Língua Estrangeira/Inglês. Professora PDE, SEED/PR – Francisco Beltrão, Turma 2013. 2 Mestre em Letras, área de concentração em Literatura Comparada, docente do curso do Letras nas disciplinas de Literaturas de Língua Inglesa I e II na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).
Uma das funções das aulas de Língua Estrangeira é a de possibilitar aos
estudantes a compreensão e o reconhecimento da diversidade linguística e cultural,
engajando-os discursivamente, a fim de que, criticamente, possam construir
significados em relação ao mundo em que vivem. Com relação à realidade do ensino
de Língua Inglesa (LI) no Brasil, na escola pública, esta ainda não é vista como
prioritária na formação do indivíduo. No geral, isso ocorre pela ausência de salas de
aula bem equipadas, o excesso de alunos por turma, a falta de preparo em geral dos
professores, a quantidade de aulas semanais que, se comparado à realidade e à
carga horária dos cursos particulares de tal língua, é muito pequena. Neste contexto,
a qualidade do ensino da língua inglesa deixa muito a desejar, principalmente
porque não temos uma tradição de valorização da cultura do estudo das línguas
Com a aplicação deste projeto através das atividades desenvolvidas no plano
didático pedagógico, percebemos o quanto é possível trazer os estudantes ao
compromisso com o trabalho com a LI. No caso, através das atividades relacionadas
com a temática poesia, constatamos um envolvimento muito grande dos estudantes,
levando-os à aquisição das habilidades da leitura e da oralidade em Língua Inglesa,
as quais foram os objetivos principais do presente projeto. Tais habilidades são
necessárias ao domínio da LI e ao reconhecimento da diversidade cultural; os
alunos puderam perceber como é a estrutura de alguns poemas em inglês, os
versos, as rimas, bem como, os diferentes temas abordados em cada poesia,
desmistificando, assim, o conceito tão comum entre nossos estudantes, de que
poema só trata de romantismo.
Portanto, após a realização das atividades planejadas nos planos de aula, na
interação com os estudantes e nos resultados alcançados, para nós fica bem mais
significativo o conceito de Giroux (2006), ao falar sobre o conceito de aprender
línguas estrangeiras, as quais ainda são consideradas privilégio de uma elite social
estabelecida. Nas palavras do autor:
Aprender uma língua estrangeira é um empreendimento essencialmente humanístico e não uma tarefa afecta às elites ou estritamente metodológica, e a força da sua importância deve decorrer da relevância de sua função afirmativa, emancipadora e democrática. (GIROUX, 2006, apud PARANÁ, 2008, p.37).
Em 1996, a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº
9394/96 determinou a oferta de Língua Estrangeira (LE) no Ensino Fundamental (a
partir da 5ª série) e no Ensino Médio. O Ministério da Educação e Cultura (MEC), em
1998, publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino
Fundamental de LE, que regularizam a concepção de língua como prática social
fundamentada na abordagem comunicativa. Todavia, este documento deu ênfase na
prática de leitura em detrimento das práticas da oralidade e da escrita, salientando
que, no contexto brasileiro, há poucas oportunidades de uso efetivo da oralidade
pelos alunos da rede pública de ensino. Por volta de 1999 é que o MEC, na
publicação dos PCN de Língua Estrangeira para o Ensino Médio, enfatizou o ensino
da comunicação oral e escrita.
No estado do Paraná, as concepções teórico-metodológicas presentes nas
Diretrizes Curriculares da Educação Básica para o ensino de Língua Estrangeira
Moderna, adotaram uma proposta maior de educação baseada na corrente
sociológica e nas teorias do Círculo de Bakhtin, que concebem a língua como
discurso e a cultura como um processo dinâmico e conflituoso de produção de
significados sobre a realidade social e não como uma estrutura ou código a ser
decifrado; assim, o sentido da linguagem está no contexto de interação verbal e não
no sistema linguístico.
Durante as atividades com poesia em LI, afirmamos de modo convicto esta
perspectiva da necessidade do domínio discursivo, ou capacidade de uso da LI
dentro deste mundo globalizado em que vivemos. Procuramos, na realização das
aulas, trazer imagens, vídeos, frases, questionamentos e termos em inglês que
fossem importantes para o aprendizado dos poemas, como, por exemplo, na
realização das atividades dos poemas em cartoon, no poema musicado, no poema
descritivo, entre outros.
Ainda, segundo as Diretrizes, o ensino e a aprendizagem de Língua
Estrangeira Moderna devem colaborar para “formar alunos críticos e
transformadores através do estudo de textos que permitam explorar as práticas da
leitura, da escrita e da oralidade, além de incentivar a pesquisa e a reflexão.”
(PARANÁ, 2008, p. 56). A respeito deste convite à criticidade, os alunos
responderam muito bem durante o trabalho de leitura e de interpretação dos
mesmos, interagindo uns com os outros, questionando, relatando experiências
pessoais, etc.
Ao destacarmos as práticas de leitura e oralidade, com suas grandiosas
relevâncias, observamos a pouca “tradição” da leitura na língua materna, o que
interfere de forma negativa, quando pensamos na importância das atividades de
leitura e oralidade em Língua Inglesa. Rubem Alves, em seu livro Educação dos
Sentidos e Mais..., salienta que a grande maioria dos alunos lê por necessidade, ou
seja, lê somente para atender aos seus interesses emergentes e não pelo prazer
que a leitura proporciona: “sei que, como regra, não gostam de ler. O que não é a
mesma coisa que não gostar da leitura”. [...], “porque esse é o objetivo da literatura:
prazer” (ALVES, 2012, P. 90).
2. DESENVOLVIMENTO
Como fundamentação da linha de estudo deste Projeto PDE 2013/2014, que
está baseado nos gêneros discursivos, leitura, produção textual e oralidade em sala
de aula, pretende-se, primeiramente, apresentar as proposições apresentadas nas
DCE de Língua Estrangeira Moderna, as quais intencionam direcionar o ensino de
línguas nas escolas da Rede Pública Estadual do Paraná.
O trabalho com a língua estrangeira em sala de aula parte do entendimento
do papel das línguas nas sociedades como mais que meros instrumentos de acesso
à informação, as línguas são possibilidades de conhecer, expressar e transformar
modos de entender o mundo e de construir significados. De acordo com Bakhtin, “[a]
palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou
vivencial. É assim que compreendemos as palavras e somente reagimos àquelas
que despertam em nós ressonâncias ideológicas ou concernentes à vida”
(BAKHTIN, 1988, p. 95). Através da leitura e do estudo dos poemas propostos, os
alunos puderam expressar suas experiências pessoais, suas angústias, decepções,
medos, frustrações, bem como suas alegrias, esperanças e sonhos; tais sentimentos
foram instigados tanto na parte do trabalho com a leitura tanto quanto na produção
de alguns poemas curtos em inglês pelos alunos.
Para as DCE, as aulas de Língua Inglesa devem ser espaços de interações
entre professores e alunos, no sentido de desenvolver uma consciência crítica a
respeito de suas representações e visões de mundo e de sociedade. Para isso, o
professor deve criar condições para que o aluno não seja um leitor ingênuo, “mas
que seja crítico e que reaja aos textos com os quais se depare e entenda que por
trás deles há um sujeito, uma história, uma ideologia e valores particulares e
próprios da comunidade em que está inserido. Da mesma forma, “o aluno deve ser
instigado a buscar respostas e soluções aos seus questionamentos, necessidades e
anseios relativos à aprendizagem” (PARANÁ, 2008, p.66).
O conhecimento é uma construção social; da mesma forma, toda língua é
uma construção histórica e cultural em constante transformação. O prazer da leitura
literária, em inglês, dever ser resgatado e incentivado, pois, estudar literatura é
aprender, reconhecer e respeitar diferentes culturas. Para Moita Lopes, a aula de
Língua Estrangeira deve ser um espaço de:
acesso a diversos discursos que circulam globalmente, para construir outros discursos alternativos que possam colaborar na luta política contra a hegemonia, pela diversidade, pela multiplicidade da experiência humana, e ao mesmo tempo, colaborar na inclusão de grande parte dos brasileiros que estão excluídos dos tipos de [...] (conhecimentos necessários) para a vida contemporânea, estando entre eles os conhecimentos (em língua estrangeira) (2003, p .43).
Assim, a língua estrangeira se apresenta como um espaço para ampliar o
contato com outras formas de conhecer, com outros procedimentos interpretativos
de construção da realidade e não é mais vista apenas como uma estrutura ou código
a ser apenas decifrado.
Os conhecimentos que identificam e organizam os campos de estudos
escolares de uma Língua Estrangeira são concebidos como conteúdos
estruturantes, uma vez que estes possibilitam ao aluno a construção de sentidos
para os textos. Como há uma infinidade de gêneros textuais a serem trabalhados
nesta perspectiva, tais como: e-mails, poems, fables, newspapers, cartoons, folders,
recipes, supermarket lists e outros, o professor deve refletir sobre certos critérios ao
elaborar os conteúdos da disciplina de Língua inglesa, verificando sempre a
qualidade dos textos, os quais devem instigar o aluno à reflexão e à discussão em
sala de aula. De acordo com Bakhtin (1992 apud DCE, 2008, p. 59) ,
A riqueza e a variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da atividade humana é inesgotável, e a cada esfera dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria esfera se desenvolve e fica mais complexa.
A partir dessas considerações, a prioridade aqui apresentada é a de se
trabalhar com o gênero textual poema, já que, de forma geral, a poesia tem sido
cada vez mais esquecida nos cronogramas de ensino, bem como nas práticas de
sala de aula. O poema é um tipo de gênero muito próximo à música, o que se torna
um fator de maior motivação e comprometimento dos alunos em relação às práticas
da leitura e da oralidade nas atividades propostas em sala de aula. Tais atividades,
graças à possibilidade do uso das mídias tecnológicas, poderão ser efetivadas com
o uso de recursos que não apenas a palavra escrita, mas a integração de imagens e
áudio no trabalho com os textos poéticos, sem abandonar o conteúdo gramatical,
que, desta forma, será trabalhado dentro de um contexto real e significativo.
2.1 A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO GÊNERO TEXTUAL POEMA
Voltando-se ao gênero discursivo poema, tomado neste estudo como
ferramenta principal na preparação de atividades de ensino da LI, é necessário
contextualizar os poemas que serão trabalhados, considerando o objetivo de ensino,
enfatizando elementos como locutor/interlocutor do texto/poema em questão, a
finalidade da escrita, o público alvo (alunos do 9º ano), enfim, aspectos relevantes
para o sucesso da implementação do projeto. Como nem todos os alunos dispõem
de um léxico suficiente para se comunicarem em língua inglesa, as discussões
acerca dos textos (poemas) também podem ocorrer em língua materna.
Para que a leitura de poemas em Língua Inglesa seja satisfatória e de
entendimento do aluno, é necessário subsidiá-lo com alguns recursos poéticos como
a rima, aliteração, repetição de versos, entre outros. Como a leitura de poesia
exercita a reflexão e a memorização, ela pode ser uma ótima ferramenta pedagógica
para as aulas de Inglês. Segundo Dufrenne,
a poesia é uma exigência, mas essa exigência é apelo e não pressão define uma vocação e não uma opressão; o poeta é estimulado pelos outros – pela poesia, por intermédio de outros poetas – a produzir, por sua vez, uma obra singular. A idéia da poesia que o inspira não é a ideia coisificada, um produto inerte de uma atividade indefinidamente repetida (1969, p. 9-10).
Assim, conforme o autor, é a natureza poética do homem que o move, a ser
ele mesmo, um ser livre e criador. Outra ideia interessante para esse autor é que a
obra poética é um objeto da sensibilidade; por isso, cabe a nós professores
instigarmos essa natureza sensível, que pode ser sentida/observada pelos
estudantes através do contato com diferentes tipos de poemas. A mediação entre o
aluno e a poesia, neste propósito, quem faz, é o professor. Durante a
implementação das atividades propostas, percebemos o envolvimento de cada aluno
na produção dos poemas e dos desenhos, onde cada um pode expressar seus
sentimentos e sensibilidade interiores. Possibilitar o ensino e a aprendizagem da
literatura através de poemas é valorizar a arte de ler, interpretar o mundo, conhecer
novas culturas e emocionar-se. Para Haroldo de Campos, na poesia, “não se traduz
o que é linguagem, mas o que é não linguagem” (CAMPOS, 1967, p. 21). Então,
para tais autores, a poesia parte de um olhar, de um jeito próprio de ver as coisas
que não é apenas do escritor/poeta, mas também, de quem a vê, no caso, do leitor.
É a partir do discurso como prática social, que advêm os conteúdos básicos,
que pertencem às práticas de oralidade, leitura e escrita. É fundamental trabalhar
com diversos tipos/formatos de poesias, apresentando também, diferentes graus de
profundidade, levando em conta o conhecimento do aluno. Em resumo, o ensino de
uma língua estrangeira em situações de comunicação – produção e compreensão
de textos verbais e não-verbais possibilita aos alunos a participação ativa nas suas
comunidades, como também desenvolve a consciência do papel das línguas na
sociedade e o reconhecimento da diversidade cultural: “conhecer novas culturas
implica constatar que uma cultura não é necessariamente melhor nem pior que
outra, mas sim diferente” (PARANÁ, 2008, p.65).
2.2 A APLICABILIDADE DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO AMBIENTE ESCOLAR
Com o intuito de apresentar a possibilidade de utilização do gênero discursivo
poema como ferramenta de ensino do inglês, as atividades trazidas a seguir ilustram
a perspectiva metodológica com que a teoria anteriormente apresentada foi
integrada à prática de sala de aula. Como o objetivo principal deste estudo é
planejar aulas de LI que despertem o senso crítico, possibilitem contato com material
real produzido na língua-alvo e, principalmente, contribuam para a melhoria do
ensino do inglês, através do estudo de alguns poemas da literatura inglesa e norte-
americana.
2.3 PARTICIPAÇÕES, INTERAÇÕES E TROCA DE EXPERIÊNCIAS COM O
GRUPO DE TRABALHO EM REDE GTR
Com relação ao trabalho realizado no GTR 2014, uma das atividades
propostas era o de socializar a Produção Didático-Pedagógica, possibilitando a troca
de ideias e dos fundamentos teóricos e metodológicos relacionados à produção. A
seguir, algumas contribuições de alguns professores participantes do meu curso:
Quadro 1 Percepção dos cursistas do GTR Percepção dos cursistas sobre o projeto
Participante A
Olá!
Quando abriu as inscrições para o GTR, eu precisava escolher o assunto que eu gostaria de participar, eu escolhi este pelo fato da necessidade de ser contemplado em meu PTD, pois, como você citou em seu projeto nós precisamos contemplar os gêneros textuais em nosso plano de trabalho e este é um gênero que os alunos gostam por ter poucas palavras , por "quebrarmos a cabeça" como eles dizem para encontrar algumas palavras que rimam, pelas palavras poderem estar no sentido figurado em contra partida raramente nos livros didáticos que encontramos este gênero.
Primeiramente, eu li sim o seu projeto e entendi que era para escrever sobre o tema proposto, e penso eu que o tema proposto é trabalhar poesia, pois com isso estaríamos trabalhando oralidade, escrita como trabalhamos com os outros gêneros.
Sei que temos somente duas aulas por semana , mas quando o aluno tem interesse ela aproveita as aulas. Minha filha estuda em colégio público.coloquei-a em um curso de inglês ela ficou dois anos e não quis mais porque o que ela aprende na escola pública aprende no curso particular, então não dei muita importância nas suas críticas pois achei que era para ter mais folhas o seu projeto e como já citei escolhi o seu tema para mim ter material para aplicar em minhas aulas pois afinal penso que o PDE é para formar o professor e nos ajudar em nossos trabalhos diários.
Achei o seu trabalho interessante e tenho certeza que poderemos aproveitá-los em nossas práticas pedagógicas.
Participante B
Uma das políticas públicas do Estado do Paraná e da Educação é formar leitores, certamente uma parcela dessas ações é de responsabilidade das escolas estaduais de Educação Básica, que devem ter o ensino da leitura como foco principal, não só da disciplina de Língua Portuguesa, mas conclamando os professores de todas as demais para essa importante tarefa.
É de responsabilidade das escolas o ensino daqueles conteúdos disciplinares que garantam um aprendizado integral aos alunos e que lhes permitam enfrentar as situações cotidianas apresentadas pela sua inserção ativa na vida social. Isso quer no que diga respeito à sua profissionalização
e ingresso no mundo do trabalho, ao uso adequado da língua vernácula, à sua localização geográfica, ao entendimento dos fatos históricos, etc. No entanto, a função da SEED, enquanto mantenedora do Sistema Estadual de Ensino Público, não se resume a garantir, simplesmente, o repasse de conteúdos no interior das salas de aula. Plano Estadual do Livro, Leitura e Literatura do Paraná, 2012, p.4.
Nesse sentido, se faz necessário a articulação dos objetivos educacionais propriamente ditos, com aqueles oriundos do campo da cultura, que além de possibilitarem um corte e entendimento dos conteúdos educacionais em sala de aula, propiciam, também, o conhecimento e a valorização das manifestações culturais.
Potencializar o trabalho no interior das escolas, fomentando um trabalho através da leitura de textos poéticos em inglês já é uma justificativa plausível para a sua implementação.
A realização do projeto amplia estas perspectivas na medida em que, também, ao mobilizar os alunos do 9º ano, a leitura e a produção de textos poéticos , permite uma maior aproximação da escola com a vida contemporânea, os sites de relacionamentos, youtube, e outros meios de comunicação a que esta nova geração está inserida.
Participante C
Com certeza usarei em minhas aulas o que está sendo acrescentado no GTR. Qualquer público na minha opinião pode desenvolver o conteúdo. Muitas vezes um(a) estudante de Fundamental pode nos surpreender e às vezes algum lá do Ensino Médio pode deixar a desejar, por pouca vontade ou mesmo dificuldade. Acho difícil alguém não ficar sensibilizado com poesias. Não acho que uma proposta de atividade tenha maior destaque, acredito que todas são importantes e nada do que fazemos pode ser colocado também como único, como ponto final, sempre podemos modificar, ampliar, melhorar. Hoje vou deixar uma poesia que sempre trabalho com turmas novas, oferecendo-a à professora e demais colegas:
"That say that takes one minute for knowing a special person, one hour for apreciate her, one day for love her but takes a whole life to forget her".
Quero registrar que gostei muito da produção didática, certamente usaria em minhas aulas, as atividades propostas, creio que a ideia dos murais e a criação do blog motivará os alunos a expressar-se mais, e os incentivará a expor suas criações ao compartilhar com os colegas, no blog. Destaco a 1ª lição por se tratar de um pequeno texto com muita imagem, que facilita a interpretação do texto despertando o gosto por aprender a língua inglesa, desmistificando o que possa parecer um bicho de sete cabeças.
Interação da profa.do projeto
Estou percebendo que a maioria dos alunos estão adorando o trabalho com poemas... penso que a questão dos sentimentos e dos temas apresentados nos mesmos, é o que os está estimulando/encantando! Para mim, está sendo até divertido implementar minha produção. É claro que para alguns alunos, o gênero não chama tanto a atenção, mas alguns até me disseram que só seria chato, se tivessem que estudar poemas o ano inteiro!
Conclusão da profa. do
projeto
O PDE é um programa que oportuniza para nós, professores, a oportunidade de estudar e repensar a nossa prática pedagógica. Para criarmos o projeto, temos de pensar num problema que esteja relacionado com nossa disciplina, no meu caso, escolhi dar ênfase nas habilidades da leitura e da oralidade em sala de aula; não sei se todos leram meu projeto, mas, já de início, eu coloco todas as dificuldades que temos com relação ao
ensino e aprendizagem de inglês, a começar pelo país, que, infelizmente, não valoriza a cultura do ensino de línguas, ou seja, se a pessoa quer aprender a falar inglês fluentemente, então, deve procurar um curso particular e lá ela terá um acesso melhor à tal língua; esta realidade é bem diferente em outros países, como sabemos. Vejam bem: eu poderia ter escolhido qualquer gênero textual, mas meu foco é sim, a leitura e oralidade!
Vocês concordam que estes são realmente problemas que enfrentamos com nossos alunos e aulas? Mesmo neste contexto todo, será que não temos de tentar trabalhar mais com a questão da oralidade? Penso que não dá mais para usar o discurso: Ah, mas se ele não consegue ler nem em português, imagina em inglês! Muitos alunos até vão melhor em inglês do que português! Claro, primeiramente o aluno precisa saber ler e escrever, então fica mais fácil. Tem uma outra questão: vocês concordam comigo, que muitos professores não trabalham muito com a questão da oralidade, com a leitura, porque eles mesmos tem dificuldade com elas? Só quero aqui deixar alguns questionamentos para vocês cursistas; claro que não estou aqui para julgar ninguém, mas, sabemos que depende muito da formação de cada um, da faculdade que frequentou, etc... também sabemos que há muitos professores esforçados e que buscam melhorar seus conhecimentos sobre a língua através de grupos de conversação, de cursos, etc. Com relação à minha implementação, sei que, de repente, não vou atingir 100% dos meus objetivos, mas já posso afirmar, que estou conseguindo alguns, tomara que até o final, eu tenha mais pontos positivos do que negativos, mas se não, tudo bem, vamos registrando tudo para que, posteriormente, eu possa elaborar o artigo final, comentando sobre todos os resultados.
Thanks for participating!
Doriane
Fonte: Elaboração própria (2014)
Como é possível perceber, o trabalho foi bastante proveitoso, tendo sido
significativo também aos professores participantes do curso. O entusiasmo de algo
novo e de fato diferente foi contagiante, também para os professores que
participavam do Grupo de trabalho online.
Uma outra proposta de atividade do curso deste grupo de trabalho em rede foi
a socialização através de um “fórum de discussão” das observações referentes à
Produção Didático-pedagógica elaborada pela professora PDE. A seguir, seguem as
questões que constavam no fórum para ser discutidas:
a) Você a usaria em suas aulas? b) Em sua avaliação, o público a que se destina terá facilidade de compreensão e aprendizagem usando esta produção? c) Em sua percepção, alguma proposta de atividade se destaca entre as outras? Qual e por quê? Também é interessante a comparação com outros materiais que você usa em suas aulas. Não esqueça também de interagir com duas contribuições postadas por seus colegas. (Elaboração própria, 2014)
De fato, um trabalho novo e instigante tem o poder de encantar e, assim,
prender a atenção. O trabalho deste projeto se deu de forma totalmente interativa
com os alunos. Longe de a professora se colocar como a fonte do conhecimento em
sala de aula, figura tão arquetípica da escola, os alunos tiveram espaço para falar e
foram ouvidos, assim como suas interpretações e percepções foram acolhidas e
consideradas.
A própria proposição de se trabalhar com poesia em sala de aula da escola
regular, pública ou privada, é desafiadora. No caso da escola pública, então, talvez
esse desafio seja intensificado, por tantas variantes sociais. E o professor
compreende essa questão. Acontece que, atualmente, não podemos mais ensinar a
Língua Inglesa sem levar em consideração os usos e as funções sociais do texto.
Segundo os PCN, 1º e 2º ciclos:
A questão do ensino da literatura ou leitura literária envolve, portanto, esse exercício de reconhecimento das singularidades e das propriedades compositivas que matizam um tipo particular de escrita. Com isto, é possível afastar uma série de equívocos que costumam estar presentes na escola em relação aos textos literários, ou seja, tratá-los como expedientes para servir ao ensino das boas maneiras, dos hábitos de higiene, dos deveres do cidadão, dos tópicos gramaticais, das receitas desgastadas do “prazer do texto”, etc. Postos de forma descontextualizada, tais procedimentos pouco ou nada contribuem para a formação de leitores capazes de reconhecer as sutilezas, as particularidades, os sentidos, a extensão e a profundidade das construções literárias. (MEC, 1997, p.37-38).
Por isso, faz-se necessário levar para a sala de aula diferentes tipos de
poesias, de forma escrita, falada, em vídeo, entre outros, para aguçar os sentidos
dos alunos/leitores, lê-las em silêncio ou oralmente, comentá-las relacionando-as
com passagens da história de vida de cada um, inferir sentidos possíveis, desenhar
cenários poéticos para essas poesias, copiá-las para tê-las quando quiser, ou
qualquer outro tipo de trabalho reflexivo. A poesia, como toda literatura, é a arte da
palavra e ela oferece-nos a possibilidade de imaginar, de produzir sentidos e de
estabelecer relações entre a palavra e o mundo. “O mundo poético é o mundo
humano e a poesia é o discurso que o descreve na sua verdade” (COHEN, 1987, p.
157). O trabalho com a poesia estimula a oralidade, a criatividade e a reflexão a
respeito de fatos da vida de cada aluno. Na poesia, a palavra apresenta-se sensível
ao leitor, ela toca, emociona, mobiliza o ser humano, tanto no nível racional quanto
no emocional. Assim, diz Dufrenne: “A poesia é poética, porque diz o ser poético da
natureza. A natureza é que é primeira e fundamentalmente poética: poesia que
inspira toda Poesia” (DUFRENNE, 1969, p. 8-9). A experimentação da poesia pode
ser uma experiência de vinculação com a comunidade humana e com nossas
tradições culturais.
Muitos aprendizes de Língua Estrangeira não têm a oportunidade de visitar o país em que a língua é utilizada, a fim de aprofundarem-se no conhecimento, não só da língua, como também da cultura daquele país, nesse caso, o texto literário apresenta-se como uma janela a qual permite ao aluno acesso ao modo de vida e aos valores dos falantes nativos da língua. (COLLIE; SLATER, 1987, p.5).
Portanto, este projeto se mostrou como uma alternativa para buscar a
melhoria do ensino de inglês nas escolas paranaenses, tendo o estudo do gênero
poema como referencial para o processo de ensino-aprendizagem em Língua
Inglesa na perspectiva da leitura e da oralidade no 9º ano do Ensino fundamental.
Por entendermos ser esta uma das formas de aproximar o aluno à leitura em língua
estrangeira, no caso em Língua Inglesa, propusemos trabalhar com a oralidade em
sala de aula, através de algo que já lhe é conhecido, possibilitando um maior
envolvimento com a linguagem literária de forma prazerosa.
A leitura, bem como a literatura, por meio da poesia, precisam estar presentes
no ambiente escolar, para que os estudantes adolescentes, nesta etapa de suas
vidas, possam ter acesso a este gênero.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao produzirmos esse Projeto, tínhamos o mesmo objetivo apontado nas
Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Estrangeira Moderna de que “é tarefa da
escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas que utilizem a
leitura, a escrita e a oralidade com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de
integração” (PARANÁ, 2008, p.48).
Desde o período de elaboração deste Projeto, o mesmo foi apresentado à
Direção e à Equipe Pedagógica do colégio, para possíveis sugestões e
colaborações. No início do ano letivo de 2014, durante a Semana Pedagógica, o
mesmo foi apresentado para o Corpo Docente do colégio, objetivando socializar o
trabalho desenvolvido no PDE. O próximo passo foi a implementação deste projeto
com os alunos, quando pretendeu-se elaborar uma unidade didática que apresentou
um conjunto de atividades escolares organizadas sobre diferentes poemas
modernos em Língua Inglesa, os quais foram expostos no mural da escola, em
forma de cartoons, desenhos,etc. De acordo com Holden, “muitos poemas modernos
são curtos e, por estarem relacionados a aspectos da vida cotidiana, imediatamente
compreensíveis” (2009, p. 158). Algumas das atividades que foram desenvolvidas
nas aulas, durante o processo de implementação foram: a leitura dos textos
poéticos, a declamação, a apreciação dos mesmos, a familiarização dos alunos com
a organização desse gênero, a análise dos recursos utilizados pelos poetas como as
rimas, os versos, as estrofes, o título, o tema, a disposição das palavras no papel, o
ritmo, as metáforas, as comparações e outros. Uma outra proposta trabalhada foi a
interpretação dos textos poéticos.
O objetivo geral da proposta implementada foi a de desenvolver nos alunos
do 9º ano a capacidade da leitura e da oralidade em Língua Inglesa, através de
atividades com o gênero textual poema; dentre os objetivos específicos estão a
elaboração de uma unidade didática com poemas em inglês, oportunizando o
contato do aluno com diferentes tipos de poemas escritos/expressos em inglês,
incentivando o gosto pela leitura de poemas, estimulando a oralidade, a criatividade
e a reflexão a respeito de vida de cada aluno, entre outros. Com a efetivação deste
Projeto, verificamos que os estudantes de fato ficaram mais desinibidos e motivados
para estudar a Língua Inglesa através da leitura e da escrita de poemas, através das
atividades que foram propostas, enfim, puderam ampliar sua visão de mundo, sua
sensibilidade, conhecendo, elaborando e aplicando as informações estudadas nos
textos poéticos à realidade em que estão inseridos.
4. REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa: terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAMPOS, Haroldo de. Metalinguagem. Petrópolis, vozes, 1987.
COHEN, JEAN. A Plenitude da Linguagem. Coimbra, Livraria Almedina, 1987).
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