OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Com a utilização Coaching Educacional o...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
Título: Pedagogo-coach no cotidiano escolar e os processos pedagógicos
Autor
Simone Luiza Baranhuk
Disciplina/Área
Pedagogia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual do Paraná Avenida João Gualberto, 250 – Alto da Glória
Município da escola Curitiba
Núcleo Regional de Educação
Curitiba
Professor Orientador
Profª PhD Sonia Maria Chaves Haracemiv
Instituição de Ensino Superior
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Relação Interdisciplinar
Há relação com os estudos de gestão escolar.
Resumo
Neste Caderno Pedagógico, tem-se a intenção de levar à reflexão, no sentido de encontrar caminhos e respostas para as inquietações que permeiam o trabalho do pedagogo na articulação das ações pedagógicas, quanto à clareza de sua identidade/formação e atuação. Utilizando-se do Coaching Educacional este profissional pode aperfeiçoar-se e desenvolver-se através de uma metodologia que, no Brasil, começa a tornar-se conhecida, possibilitando que o pedagogo-coach desenvolva competências para assessorar alunos, professores e gestores, na organização do espaço e tempo da escola necessária para a atualidade. Através de estudos, questionamentos, reflexões e discussões, junto à equipe pedagógica, busca-se (re) educar o olhar do pedagogo para a escola atual.
Palavras-chave Coaching Educacional; Pedagogo-coach; Articulador Pedagógico.
Formato do Material Didático
Caderno Pedagógico
Público Alvo
Pedagogos
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
SIMONE LUIZA BARANHUK
CADERNO PEDAGÓGICO
PEDAGOGO-COACH NO COTIDIANO ESCOLAR E OS PROCESSOS PEDAGÓGICOS
CURITIBA 2013
SIMONE LUIZA BARANHUK
CADERNO PEDAGÓGICO
PEDAGOGO-COACH NO COTIDIANO ESCOLAR E OS PROCESSOS PEDAGÓGICOS
Caderno Pedagógico apresentado como Produção Didática - Pedagógica à coordenação do PDE/SEED Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2013 – Área: Pedagogia – IES: UFPR.
Orientadora: Professora Doutora Sônia Maria Chaves Haracemiv.
CURITIBA 2013
“Não sei se a vida é curta ou longa para nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe,
braço que envolve, palavra que conforta,
silencio que respeita, alegria que contagia,
lágrima que corre, olhar que acaricia,
desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais, mas que seja intensa,
verdadeira, pura enquanto durar.
Feliz aquele que transfere o que sabe
e aprende o que ensina.”
Cora Coralina
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
UNIDADE I – O PEDAGOGO-COACH ARTICULADOR DOS ESPAÇOS E TEMPOS PEDAGÓGICOS: histórico e conceito 1.1 CONCEITUANDO COACH E COACHEE (PESSOAS) E COACHING (PROCESSO)
1.2 O OLHAR DO PEDAGOGO SOBRE SI, FRENTE ÀS ATRIBUIÇÕES DO PEDAGOGO-COACH PRESCRITO NA LITERATURA
UNIDADE II - ARTICULAÇÃO ENTRE O PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA E AS PESSOAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO: ATRIBUIÇÕES DESENVOLVIDAS PELO PEDAGOGO-COACH NO ESPAÇO ESCOLAR
UNIDADE III – O PLANO DE AÇÃO PEDAGÓGICA CONSTRUIDO COM OLHAR DE UM PEDAGOGO-COACH
REFERÊNCIAS ANEXOS
APRESENTAÇÃO
O presente Caderno Pedagógico é um material produzido como parte
integrante do Projeto de Intervenção Pedagógica do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná- SEED, turma 2013, com a orientação da Professora Doutora Sônia Maria
Chaves Haracemiv, do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná.
A escolha do tema, Coaching Educacional, vem da necessidade de trazer
para o cotidiano da escola, neste caso, para o trabalho dos pedagogos, uma
atividade que, no Brasil, começa a tornar-se conhecida e que possibilita o
desenvolvimento do potencial humano, mudanças de comportamento, reflexão,
planejamento e ação para a conquista e realização de metas/objetivos.
Promover uma reflexão repensando o papel do Pedagogo como articulador
das ações pedagógicas na escola de Educação Básica Estadual do Paraná, sob o
olhar de um pedagogo-coach, na organização do espaço e tempo da escola
necessária para a atualidade, passando por um estudo teórico e prático mais
aprofundado, devendo ser articulado junto a esse grupo de profissionais da
educação.
Parte-se então para uma abordagem introdutória sobre as expectativas que
o tema oferece, apresentando pontos de estudos considerados relevantes para o
desenvolvimento da intervenção a ser realizada, tratando o papel do profissional e
sua identidade, seguindo pela reflexão das mudanças necessárias nas atribuições
desenvolvidas pelo pedagogo para atuar como pedagogo-coach um articulador
pedagógico.
Assim sendo, o Caderno Pedagógico é um instrumento de apoio, reflexão e
diálogo, buscando suscitar novas indagações e deslocamentos no pensar e no
fazer pedagógico, avanços na realização da profissão e na qualidade de ensino,
começando por nós.
A autora
INTRODUÇÃO
O pedagogo da escola pública enfrenta dificuldades no cotidiano escolar em
fazer com que os processos pedagógicos aconteçam com a efetividade desejada e
necessária.
Dentre os muitos enfrentamentos encontrados pelos pedagogos, um dos
principais desafios é a grande quantidade de atribuições vinculadas a este
profissional, que o transformam em um profissional multitarefa, de forma que o
trabalho pedagógico fica secundarizado em função de ações pontuais que aparecem
no cotidiano da escola, este contexto nos leva a refletir sobre qual perfil de
pedagogo-coach escolar é necessário para articular os espaços e tempos
pedagógicos da escola de hoje?
Tendo em vista os avanços e retrocessos que acompanham a trajetória
histórica da atuação do Pedagogo no contexto escolar, busca-se com este trabalho
refletir e levar à reflexão, no sentido de encontrar caminhos e respostas para as
inquietações que permeiam o trabalho do pedagogo quanto à clareza de sua
identidade/formação e atuação.
Uma educação de qualidade depende da instituição estar organizada de
forma que as ações estejam planejadas e aconteçam mediante um trabalho coletivo.
Neste cenário, o pedagogo é o profissional que pode articular o trabalho na escola,
fazendo a conexão entre projeto pedagógico da escola, conteúdo programático e as
pessoas envolvidas no projeto – professores, gestores, pais e alunos.
A sociedade atual precisa de um profissional comprometido com os
problemas da educação, crítico, com domínio de conteúdo científico, pedagógico e
técnico, com compromisso ético, político e histórico e com responsabilidade social
para com a educação.
Com a utilização Coaching Educacional o pedagogo pode aperfeiçoar-se e
desenvolver a metodologia que, no Brasil, começa a tornar-se conhecida,
possibilitando que o pedagogo-coach desenvolva competências para assessorar
alunos, professores e gestores.
Justifica-se a importância deste projeto na necessidade de promover uma
reflexão repensando o papel do Pedagogo como articulador das ações pedagógicas
na escola de Educação Básica Estadual do Paraná.
Este Caderno Pedagógico esta organizado em três unidades. A primeira
Unidade apresenta o tema: “O Pedagogo-coach articulador dos espaços e tempos
pedagógicos: histórico e conceito”. Nessa unidade os subtemas tratados serão:
“Conceituando “Coach e coachee (pessoas) e coaching (processo)”, e “O Olhar do
Pedagogo sobre si, frente às atribuições do pedagogo-coach prescrito na literatura”.
Na Unidade II, apresenta-se o tema: “Articulação entre o Projeto Pedagógico
da escola e as pessoas envolvidas no processo: atribuições desenvolvidas pelo
Pedagogo-coach no espaço escolar”, onde serão investigadas as atribuições
desenvolvidas no espaço escolar, no ano letivo, pelo pedagogo, visando verificar se
há articulação entre o projeto pedagógico da escola e as pessoas envolvidas no
processo, de forma a identificar as aproximações e distanciamentos das atribuições
desenvolvidas pelo pedagogo, com as atribuições necessárias para atuar como
pedagogo-coach articulador pedagógico.
A Unidade III abordará questões referentes ao “Plano de ação pedagógica
construído com o olhar de um Pedagogo-coach”, através da avaliação da equipe
pedagógica da instituição de ensino.
Neste trabalho, com a implantação do projeto de intervenção na escola,
buscar-se-á respostas para as questões: O perfil do pedagogo-coach escolar como
articulador pedagógico na organização do espaço e tempo da escola atenderia as
necessidades atuais da escola? O que sabe o pedagogo sobre os conceitos de
coach e coachee (pessoas) e coaching (processo)? Qual o auto-perfil que o
pedagogo tem de si, diante das necessidades atuais da escola? Quais as atribuições
que tem o pedagogo-coach prescrito na literatura? Será que as atribuições
desenvolvidas no espaço escolar, no ano letivo, pelo pedagogo, articulam o projeto
pedagógico da escola e as pessoas envolvidas no processo? Que mudanças
deveriam ser repensadas nas atribuições desenvolvidas pelo pedagogo para atuar
como pedagogo-coach articulador pedagógico? Com que olhar um pedagogo-coach
avalia o Plano de Ação Pedagógica?
UNIDADE I
O PEDAGOGO-COACH ARTICULADOR DOS ESPAÇOS E TEMPOS PEDAGÓGICOS: histórico e conceito
1.1 CONCEITUANDO COACH E COACHEE (PESSOAS) E COACHING (PROCESSO)
O pedagogo tem seu papel sendo alterado conforme as
necessidades educacionais que surgem com cada momento histórico.
No início sua função, como supervisor escolar, era acompanhar e
controlar o trabalho do professor, fazendo cumprir decisões pré-
estabelecidas sem questionar, chegando aos dias de hoje, onde a
necessidade é do pedagogo como articulador das ações pedagógicas.
Historiando, vemos no cenário paranaense, na década de 90, o
panorama vigente, onde
(...) o Orientador Educacional, teve a sua função assegurada no interior da escola, pois na ausência deste profissional, a demanda permanecia em aberto, não podendo ser substituído. Enquanto isso, os cargos de Supervisão Escolar e Coordenação poderiam ser preenchidos por professores de diferentes áreas, sendo “cargo de confiança” do diretor, que eleito pela comunidade escolar pelo voto direto, direcionava tais cargos de acordo com seus interesses políticos e/ou pessoais (VILA, 2007, p. 7).
Em 2000, outra mudança importante acontece nas Escolas Públicas
do Paraná, com a junção das categorias do Orientador Educacional e do
Supervisor Escolar, que:
(...) unificou-se as funções dos especialistas, passando de Supervisão Escolar e Orientação Educacional para Equipe Pedagógica, cargo a ser ocupado pelo então denominado “Professor Pedagogo”, não diferenciando uma ou outra função. Desta vez, a formação em Pedagogia é exigência básica para ocupar o cargo, podendo ser profissional efetivo por meio de concurso público, e na falta deste, através de contratos temporários (VILA, 2007, p. 8).
A partir da lei complementar nº 103/2004, no Estado do Paraná, que
dispõe sobre o plano de carreira dos professores da Rede de Educação
Básica, no artigo 4º, inciso 5º do capítulo III, delibera que o pedagogo é
professor, ficando a partir daí, adotado o termo professor pedagogo no
Estado do Paraná. Sendo que no Art 33 fica estabelecido:
Os cargos de Professor e Especialista de Educação, que compõem o Quadro Próprio do Magistério da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, ficam transformados em cargos de Professor, sendo que os ocupantes dos referidos cargos ficam enquadrados no presente Plano de Carreira do Professor, obedecidos os critérios estabelecidos nesta Lei (PARANÁ, 2004).
As mudanças ocorridas nas atribuições do Professor Pedagogo
estão descritas no Edital nº 37/2004 da Secretaria de Estado da Educação
para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e da
Educação Profissional (PARANÁ, 2004) e, o Edital nº 10/2007 - GS/SEED,
para atuação nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio
(PARANÁ, 2007).
A partir destas mudanças sabemos que o pedagogo precisa ir além
do conhecimento teórico, acompanhando o trabalho pedagógico e
estimulando os professores com percepção e sensibilidade para identificar
as necessidades dos alunos e professores, tendo que se manter sempre
atualizado, buscando fontes de informações e refletindo sobre sua prática,
um trabalho que precisa da disposição e colaboração de todos.
O pedagogo precisa ter clareza do perfil necessário e das funções e
competências que lhes são inerentes ao trabalho, assim como os meios
possíveis para se alcançar tal objetivo, por isso, esse trabalho se propõe a
utilização de técnicas e ferramentas de Coaching como estratégia na escola
pública, para a articulação das ações pedagógicas pelo pedagogo.
Você já tinha ouvido falar em Coaching, Coach e Coachee? O que
sabe a respeito? Para iniciar o diálogo, vamos refletir sobre os conceitos.
O coaching envolve processos focados em desenvolvimento,
reeducação, mudanças de comportamentos, reflexão, planejamento e ação
para conquista e realização de objetivos/metas. As definições de coaching
são diversas, conforme cada coach e cada instituição de formação. Pérez
(2009) define coaching sob dois pontos de vista, sendo o primeiro:
(...) em função de quem o pratica, ora como uma técnica ou uma ferramenta poderosa de mudança que permite orientar a pessoa em direção ao êxito, ora como uma filosofia de vida que, ainda que pretenciosa, anseia por um mundo melhor. Ambas as definições partilham a máxima de conceder a função fulcral ao ser humano: o actor principal, a figura-chave em todo esse processo de melhoria ou crescimento pessoal contínuo (p. 17).
Essa afirmação leva a compreender que esse conceito, do autor
supracitado, define o coaching como processo de aprendizagem, com foco
na situação presente, não perdendo de vista a mudança, onde “recursos e
ferramentas de trabalho específicos venham permitir a melhoria do
desempenho nas áreas que as pessoas procuram” (PÉREZ, 2009, p.17).
E o segundo ponto de vista de Pérez (2009) conceitua:
(...) o coaching como um modo de vida que retendo pôr ordem nas nossas consciências e ajudar as pessoas a serem felizes. Defende-se nesta vertente, um conhecimento extenso sobre nós próprios e tudo o que nos rodeia para tentar alcançar o nosso próprio equilíbrio vital e uma relação harmoniosa com o nosso meio envolvente (p. 17).
Este processo permite que a pessoa tenha o apoio e o
assessoramento necessários, no momento que necessita, mas não a exime
da responsabilidade pela tomada de decisões e o desenvolvimento das
atividades para alcançar seus objetivos.
Segundo Mendonça (2011) o coaching é definido como:
(...) um processo de descoberta pessoal e/ou profissional, que para acontecer necessita da presença de dois personagens, o coach e o coachee. Via de regra, o coachee tem uma ou mais questões a tratar e, juntamente com o coach, promove estratégias e prazos para atingir as metas no tempo determinado. Ao contrário da psicoterapia, por exemplo, ao coach não interessam obstáculos que se apresentam no caminho do coachee, mas unicamente, como ele fará para superá-los. Importante ressaltar que a solução sempre vem do coachee e não cabe ao coach, salvo em raras exceções, dar opinião ou
sugerir alternativas (p. 95).
Basicamente, coach é a pessoa que conduz o processo de coaching,
e coachee é a pessoa que passa pelo processo, e Araujo (1999, p.25)
ressalta que “Coach é o papel que você assume quando se compromete a
apoiar alguém a atingir determinado resultado”.
Existem várias metodologias de coaching, uma delas é o Coaching
Educacional utilizado para atender pessoas interessadas em trabalhar
questões relacionadas ao contexto educacional, podendo ocupar-se com
questões relativas à dimensão docente, discente e administrativa na área
de gestão educacional. Muito utilizado em empresas, recentemente está
sendo aplicado na área de Educação, sendo que o coaching:
(...) não é simplesmente uma técnica a ser conduzida e rigidamente aplicada em algumas circunstâncias prescritas. É um jeito de gerenciar, um jeito de tratar as pessoas, um jeito de pensar, um jeito de ser. Aproxima-se o dia em que a palavra 'coaching' desaparecerá de uma vez do léxico, e essa prática passa a ser apenas uma maneira de se relacionar com os outros no trabalho, e em qualquer outro lugar (WHITMORE, 2010, p.13).
O que se propõe neste projeto é que o processo de coaching auxilie
o desenvolvimento de competências e habilidades dos pedagogos, fazendo
parte do seu trabalho no cotidiano da escola, no desempenho de suas
funções e atribuições para a articulação das ações pedagógicas. Para
tanto, busca-se com os objetivos propostos contribuir com a difusão de uma
prática colaborativa na escola pública, de forma a trazer novos elementos
que possibilitem um real avanço no trabalho do pedagogo escolar.
O método utilizado no coaching é voltado para a solução de
problemas, desenvolvimento de novas habilidades, tomada de decisão,
autoconhecimento e aprendizagem emocional.
Numa abordagem de desenvolvimento humano, o coaching tem
como objetivo auxiliar profissionais de qualquer área de atuação a
maximizar seus resultados com base na otimização de seus próprios
recursos técnicos e emocionais. O foco é a criação de ações para
transformar possibilidades em realidade, e potencial em excelência pessoal
e/ou profissional. Portanto, é aplicável tanto na vida pessoal como
profissional.
Refletindo e compartilhando ideias: 1 – No texto, afirma-se: “No início sua função, como supervisor escolar, era acompanhar e controlar o trabalho do professor, fazendo cumprir decisões pré-estabelecidas sem questionar, chegando aos dias de hoje, onde a necessidade é do pedagogo como articulador das ações pedagógicas”. Trace um paralelo entre a função desempenhada pelo pedagogo no seu cotidiano escolar e a função necessária sentida por você. 2 – Com as mudanças ocorridas nas atribuições do Professor Pedagogo descritas nos Editais nº 37/2004 – SEED e nº 10/2007 - GS/SEED, no texto destaca-se que, “(...) o pedagogo precisa ir além do conhecimento teórico, acompanhando o trabalho pedagógico e estimulando os professores com percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e professores, tendo que se manter sempre atualizado, buscando fontes de informações e refletindo sobre sua prática, um trabalho que precisa da disposição e colaboração de todos”. Como você percebe estas mudanças no desempenho do pedagogo na sua escola? 3 – Que estratégias você utiliza no seu trabalho como pedagogo para a articulação das ações pedagógicas?
1.2 O OLHAR DO PEDAGOGO SOBRE SI, FRENTE ÀS ATRIBUIÇÕES DO PEDAGOGO-COACH PRESCRITO NA LITERATURA
Este profissional, na escola, tem 24 atribuições, de acordo com o Edital
nº10/2007 – GS/SEED de seleção para o concurso público do Paraná (ANEXO 1),
podendo ser definido como:
Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana definidos em sua contextualização histórica. (LIBÂNEO, 2009, p. 52)
Assim sendo, o pedagogo escolar atua com a comunidade escolar e, para que
haja efetividade precisa organizar o trabalho escolar, sendo que a organização e a
gestão do trabalho escolar está relacionado:
(...) aos meios de realização do trabalho escolar, isto é, à racionalização do trabalho e à coordenação do esforço coletivo do pessoal que atua na escola, envolvendo os aspectos, físicos e materiais, os conhecimentos e qualificações práticas do educador, as relações humano-interacionais, o planejamento, a administração, a formação continuada, a avaliação do trabalho escolar (LIBÂNEO, 2009, p.7).
Do exposto acima, o autor aponta que são ações necessárias para que as
escolas cumpram seus objetivos, pois buscam resultados como qualquer instituição,
“o que implica uma ação racional, estruturada e coordenada”. Trata-se de uma
atividade coletiva, por isso, depende de objetivos comuns “e de ações coordenadas
e controladas dos agentes do processo” (LIBÂNEO, 2009, p.7).
Tomando como referência todas estas necessidades, ressalta-se que o
Coaching Educacional é um processo de gestão que resulta numa forma de se
trabalhar mais participativa, possibilitando o sentido de unidade e ação conjunta da
equipe. O pedagogo-coach é um mediador das ações pedagógicas, no cotidiano da
escola, utilizando-se do coaching, pode tornar mais efetivo o trabalho coletivo
mobilizando esforços para atingir metas estabelecidas.
Para dar conta de suas atribuições e da organização do trabalho pedagógico,
pode-se levar em consideração a necessidade do pedagogo possuir determinadas
competências. Na profissão de educador, elencamos algumas que são:
1. Organizar e estimular situações de aprendizagem. 2. Gerar a progressão das aprendizagens. 3. Conceber e fazer com que os dispositivos de diferenciação evoluam. 4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e no trabalho. 5. Trabalhar em equipe. 6. Participar da gestão da escola. 7. Informar e envolver os pais. 8. Utilizar as novas tecnologias. 9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão. 10. Gerar sua própria formação contínua (PERRENOUD, 2001, p. 1).
A partir das considerações a respeito do conceito, atribuições na organização
escolar e competências do Pedagogo, até aqui tratadas, segue-se na busca de
encontrar elementos que possibilitem construir um referencial teórico para o trabalho
do pedagogo-coach. Sabendo que pouco há de específico para as ações deste
profissional, procurar-se-á traçar, a partir do que existe do coach, em geral, um perfil
do profissional escolar, necessário para o desempenho das funções do pedagogo-
coach.
O perfil do pedagogo, profissionais da educação, passou historicamente por
mudanças, que precisam ser analisadas a luz do novo perfil exigido para a escola de
hoje. O Quadro 1, apresenta um comparativo entre as mudanças dos “profissionais
do passado” e dos “profissionais do 3º milênio”.
QUADRO 1 – DIFERENÇAS NO PERFIL DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
PERFIL DO NOVO PROFISSIONAL
OS PROFISSIONAIS DO PASSADO OS PROFISSIONAIS DO 3º MILÊNIO
Aprendiam quando alguém lhe ensinava Procuram deliberadamente aprender
Achavam que o aprendizado ocorria principalmente na sala de aula
Reconhecem o poder do aprendizado decorrente da experiência do trabalho
Responsabilizam o chefe pela carreira Sentem-se responsáveis pela sua própria carreira
Não eram considerados responsáveis próprio desenvolvimento
Assumem a responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento
Acreditavam que sua educação estava completa ou só precisava de pequenas reciclagens
Encaram a educação como atividade permanente para a vida toda
Não percebiam a ligação entre os que aprendiam e os resultados profissionais
Percebem como o aprendizado altera os negócios
Deixavam o aprendizado a cargo da instituição Decidem intencionalmente o que aprender
(ZAIB e GRIBBLER, 2013, p. 179)
Estas informações dão ideia do avanço em termos de visão de futuro e
autonomia, pois, os profissionais estão cada vez mais preocupados com o aprender
e o aprender na prática, para a vida toda. Mas do que nunca, o educador precisa
estar se atualizando, ou seja, em formação continuada. “A função de coordenador
pedagógico exige que o profissional esteja sempre bem informado e estudando. É
essencial o conhecimento teórico da prática” (GUERREIRO, 2011, p.26).
Sabe-se que o Coaching Educacional pode ocupar-se da dimensão docente,
discente e/ou administrativa na área de gestão educacional, porém, existe pouco
material escrito, pois, “(...) no que diz respeito à parte educacional, não existe ainda
uma abundância de informação tão grande como acontece, por exemplo, para o
Coaching às empresas” (FERREIRA, 2010, p. 26).
Quanto aos tipos de Coaching Educacional:
(…) Coaching Familiar, Coaching Juvenil, Coaching Infantil, Coaching Escolar e Coaching Docente. No Coaching para a Educação as ferramentas de base são as mesmas, terão apenas de ser adaptadas às crianças, ao contexto familiar/escolar/sala de aula/escola em geral. Existem imensas formas de aplicação do Coaching, de uma forma muito criativa e fácil de implementar (FERREIRA, 2010, p. 26).
Nos outros segmentos existe “Coaching de Negócios, Coaching de
Planejamento de Vida, Coaching de Projetos, Coaching de Equipe, Coaching de
Férias, Coaching de Missão de Vida, Coaching Executivo, Coaching de Atração,
Coaching de Transição entre inúmeros outros nichos de trabalho” (FERREIRA,
2011). Conforme a necessidade das pessoas. Independente de ser na escola ou
não, o profissional responsável pelo processo, o coach, precisa ter uma formação
em Coaching para atuar com profissionalismo.
Apesar de existir uma diversidade de áreas de atuação do profissional coach,
as qualidades ou capacidades necessárias para o desempenho são universais.
Pérez (2009, p. 23), destaca que: “(...) saber ouvir, oferecer disponibilidade, saber
fazer o seu trabalho, ser competente, ter motivação, uma atitude mental positiva e,
sobretudo, uma metodologia precisa”. O autor ainda aponta outras capacidades para
ser um coach competente:
(...) deve possuir um certo conhecimento do meio envolvente em que tenha que intervir sem ter necessidade de ser um verdadeiro perito – ao contrário de um consultor (especialista no sector ou âmbito em que actua) -, uma boa capacidade de relação, algumas noções de psicologia e/ou desenvolvimento pessoal e um perfeito conhecimento de si próprio, condição necessária, mas não suficiente para desempenhar uma boa função (PÉREZ, 2009, p. 23).
Há quatro tipos de competências necessárias ao coach (docente), a primeira
corresponde às “Competências de aptidões: conhecimentos, capacidades e
inteligência” – visão para entender o todo da situação para encontrar alternativas
para a solução do problema e sabedoria no sentido de conhecimento que se
adquire com a experiência. A segunda são “Competências de personalidade:
definem o carácter e a forma de ser” – humildade no sentido da pessoa ser realista,
curiosidade para conhecer e aprender, flexibilidade é adaptar-se às circunstâncias,
segurança de si próprio através da convicção, paciência revela força para o
controle da ansiedade, consistência revelada no falar e fazer, a pessoa age
coerente com o que fala, convicção atuar na realidade de acordo com crenças e
valores próprios, proactividade agir com iniciativa e responsabilidade. A terceira diz
respeito às “Competências relacionais: que revelam domínio em ambientes sociais”
– inteligência emocional quando se conhece os próprios sentimentos e das outras
pessoas para benefício de todos. E a quarta são “Competências técnicas: o domínio
das ferramentas que se utilizam no processo de coaching” (PÉREZ, 2009, p. 24-30)
(Grifo nosso).
O pedagogo-coach deve possuir a capacidade de trabalhar de forma
colaborativa e reconhecer os pontos fortes e fracos de cada pessoa, pontos que se
apresentam durante o desempenho de cada um, e ajudá-las na superação. Outra
característica essencial é a capacidade dar feedback constante, na busca do melhor
caminho da ação a ser tomada. Percebe-se que à medida que os Educadores vão
se tornando mais conscientes, encontram benefícios na utilização da ferramenta
Coaching, possibilitando-os:
Encontrar pontes de comunicação com os seus filhos/alunos.
Identificar zonas de conflito facilmente alteráveis.
Entender a razão de ser dos novos paradigmas e valores.
Desenvolver a sua Inteligência Emocional de forma a saber ressignificar conceitos, atitudes e crenças.
Perceber quais os pontos de apoio na relação.
Demolir velhos conceitos sobre autoridade, educação e liderança.
Alterar algumas das suas perspectivas que o/a limitam enquanto pai/mãe (professor/a).
Descobrir pontes de respeito mútuo.
Transformar algumas das atitudes que são desafiadas pelos jovens.
Questionar medos, dúvidas e inseguranças que o/a impedem de abrir mão de paradigmas desactualizados.
Sentir-se mais aberto aos novos modelos de pensamento.
Desenvolver recursos pessoais e adormecidos (FERREIRA, 2010, p. 34).
Assim sendo, pode-se afirmar que o Coaching é um trabalho apaixonante
para aqueles que buscam agregar novos conhecimentos a tudo que já conhecem.
Para os que estão pensando que se trata de mais um modismo, existem instituições
que utilizam essa metodologia e que estão tendo resultados positivos.
Dessa forma, se o docente viver atrelado ao modelo de aprendizagem de
quando era estudante, terá “dificuldade em se adaptar à um novo paradigma. Não
basta mudar os objetivos pedagógicos. É preciso integrar essa nova realidade na
realidade de cada professor, para que possa haver congruência entre interação e a
sua aplicação” (FERREIRA, 2010, p. 34).
A sociedade demanda por profissionais melhores preparados para que uma
mudança significativa aconteça nas escolas e no mundo, pois, o “querer educar
gerações de crianças, livres, desimpedidas, inteligentes e saudáveis sem mexer na
geração que os educa é utopia” (FERREIRA, 2010, p. 34), sendo que, essa
mudança precisa começar em cada educador. As crianças aprendem pelo exemplo,
portanto, os educadores são referências para elas.
Refletindo e compartilhando ideias. 1 – Repensando o seu dia a dia, atuando como pedagogo, quais as características e/ou competências abordadas nesta unidade, você sente que possui e as que necessita desenvolver? 2 – Releia no link
http://www.nc.ufpr.br/concursos_externos/seed2007/documentos/edital_102007_pedagogo.pdf
as 24 atribuições elencadas no Edital nº10/2007 – GS/SEED, de seleção para o concurso público do Paraná. Dentre as atribuições elencadas escolha 5 delas que você ainda não faz parte de sua prática na escola. Aponte que desafios precisam ser superados para colocá-las em prática.
UNIDADE II
ARTICULAÇÃO ENTRE O PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA E AS PESSOAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO: ATRIBUIÇÕES DESENVOLVIDAS
PELO PEDAGOGO-COACH NO ESPAÇO ESCOLAR
O projeto político-pedagógico da escola é o documento que a identifica, e
contribui com a organização de todo o trabalho da escola. No Projeto Pedagógico
do Colégio Estadual do Paraná, é destacada a importância do referido documento,
como sendo:
(...) um valioso instrumento de orientação das atividades escolares e propiciador de condições de surgimento de um efetivo trabalho coletivo na escola. Por essa razão, é de fundamental importância entendê-lo como resultante da ação coletiva da Comunidade Escolar que intencionalmente projeta uma realidade futura, que expressa a discussão do grupo, suas análises e perspectivas, sem desconsiderar a necessidade premente de realimentação e atualização (PPP, 2006).
O mesmo está em permanente processo de discussão e reflexão a partir
das práticas pedagógicas que se desenvolvem, apresentando as diretrizes para a
realização de atividades pedagógicas de planejamento, matrículas, conselhos de
classe, reuniões de pais, conselho escolar, entre outras.
Elaborado e articulado de acordo com as demandas da comunidade escolar,
constitui-se num instrumento de prática coletiva, fazendo com que haja
compromisso das pessoas envolvidas. Dessa forma, o Projeto Político Pedagógico
do Colégio Estadual do Paraná:
(...) não está pronto e acabado, pois, apesar de apresentar-se como documento formal, ele deve expressar a prática do CEP. Portanto, após avaliações anuais com a participação de toda a comunidade escolar, os possíveis avanços serão expressos através de adendos, registrados em atas e que, a cada três anos, serão incorporados no documento (PPP, 2006).
É atribuição da equipe pedagógica organizar encontros entre setores e a
comunidade em geral, propiciando momentos de se trabalhar com base no PPP,
para reflexão da atual situação da realidade escolar e buscar avançar sempre.
O Projeto Político Pedagógico pode trazer modificações significativas nos
processos de organização e nas práticas escolares através do trabalho coletivo.
Assim sendo, se “(...) o projeto político pedagógico é mais frágil, o cotidiano do
coordenador é menos planejado e se dissolve em resolver problemas do dia a dia"
(GUERREIRO, 2011, p.28), a equipe pedagógica tem que retomar o PPP como
base para planejar as ações pedagógicas e administrativas necessárias para atingir
com qualidade os objetivos traçados.
No Marco Situacional do PPP do Colégio Estadual, são apresentados
aspectos que fazem parte do dia a dia da instituição e que esperam por melhorias e
soluções, relacionadas com o Marco Operacional, sendo importante ressaltar que,
este levantamento foi realizado através de diálogo e discussão com funcionários,
pais e alunos da Instituição no ano 2006. Passaram-se sete anos para elaboração
de um novo Projeto Político Pedagógico, tempo demais para atender as demandas
da comunidade escolar, que apresenta outro perfil nos aspectos sócio, político,
econômico e educacional. Esse documento deve ser repensado anualmente,
revendo o caminhar da comunidade escolar frente o idealizado e o vivido.
Para Refletir e Compartilhar:
Diante do tema tratado, isto é, a articulação entre o Projeto Pedagógico da escola discutido e elaborado com as pessoas envolvidas, levando-se em conta a necessidade do processo de análise contínua do vivido frente ao planejado (Marco Situacional), segundo sua concepção, quais atribuições devem ser desenvolvidas pelo pedagogo-coach no espaço escolar, para a superação do que não vem sendo feito até o momento (Marco Operacional)?
Sugestão de leitura: GUERREIRO, C. Profissão: Articulador Escolar. Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/167/profissao-articulador-escolar-233504-1.asp. Acesso em: 17 de novembro 2013.
UNIDADE III O PLANO DE AÇÃO PEDAGÓGICA CONSTRUIDO COM OLHAR DE UM
PEDAGOGO-COACH
Sabe-se que o trabalho do pedagogo na escola é complexo, sujeito a
mudanças e ajustes diários, necessitando deste profissional uma organização para
atender e acompanhar o planejado. Para isto, o Plano de Ação da Equipe
pedagógica é um instrumento de extrema importância e, deve ter como referência as
necessidades expressas e articuladas com o PPP – Projeto Político Pedagógico, de
conformidade com a LDB 9394/96, que prevê no Art. 12, Inciso I a VII:
[...] é de incumbência das escolas, elaborar e executar a sua proposta pedagógica; administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; assegurar o cumprimento dos dias letivos e hora-aula estabelecidas; velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; prover meio de recuperação de alunos de menor rendimento; articular-se com as famílias e a comunidade, criando processo de integração da sociedade com a escola; informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica” (BRASIL, 1996).
Para que isso de fato ocorra, além de relacionar as atividades a serem
desenvolvidas na escola é preciso planejar como elas serão realizadas. No Quadro
II estão sendo apresentadas as operações mentais envolvidas no planejamento.
QUADRO II – OPERAÇÕES MENTAIS ENVOLVIDAS NO PLANEJAMENTO
- Identificar
- Analisar
- Prever
- Decidir
- O que
- Por que
- Para que
- Como
- Quando
- Onde
- Com quem
- Para quem
- Se quer
promover uma
situação nova
FONTE: LÜCK, 2011, p.48.
Para a autora, a coluna do meio, corresponde respectivamente: objeto e
pressupostos da ação, objetivo, método, circunstância de tempo e de espaço, a
quem se destina a ação ou dela se beneficia, e os atores participantes das ações.
Em Coaching, isto é semelhante ao conhecido como modelo 5w2h: O quê?
(what?), Quem? (who?), Onde? (where?), Quando? (when?), Por quê? (why)?,
Como? (how)? Quanto? (how much?). Dessa forma, tem-se a possibilidade de uma
estruturação mais elaborada do Plano de Ação.
Importante ressaltar, que planejamento corresponde à ação contínua, “o plano
ou projeto corresponde a registros que permanecem como letra morta, caso não seja
ativados a partir de compromisso para sua implementação” (LÜCK, 2011, p.51).
Diante disso, para colocar o Plano de Ação em prática percebe-se a
necessidade de um planejamento de forma que não engesse a ação e que seja
flexível para se chegar aos resultados concretos que se quer atingir.
Para Refletir e Compartilhar
1- No Plano de Ação da Equipe Pedagógica do Colégio Estadual do Paraná, para o
ano letivo de 2013 (ANEXO, 2), onde estão relacionadas as ações planejadas.
Analise as ações e aponte 5 delas, cujas mudanças devem ser feitas para que o
pedagogo-coach, no ano letivo 2014, efetive a articulação do Marco Situacional com
o Marco Operacional.
Para tanto, complete o Quadro III, com base nas orientações do Quadro IV.
QUADRO III – PLANO DE AÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA PARA ANO LETIVO 2014
AÇÃO O quê? Quem? Onde? Quando? Por quê? Como? Quanto?
QUADRO IV – ORIENTAÇÕES PARA ELABORAR CADA AÇÃO COMO PEDAGOGO-COACH
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FONTE: Adaptado de: (COSTA, 2007, p. 218-219).
REFERÊNCIAS
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MARCONI, M. de A. e LAKATOS, E. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Edital nº 10/2007 – GS/SEED. Normas relativas à realização do Concurso Público para o provimento de vagas no cargo de professor pedagogo. Paraná: SEED, 2007. ______. Assembleia Legislativa do Paraná. Lei Complementar nº 103/2004. Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná. Disponível em: http://celepar7cta.pr.gov.br/SEEG/sumulas.nsf/319b106715f69a4b03256efc00601826/0136dea4d1af589c03256e98006e2e8b. Acesso em: 06 de maio de 2013. ______. Edital nº 37/2004. Atividades genéricas do professor pedagogo no ensino da rede estadual do Paraná. Paraná: SEED, 2004. PERCIA, A.; SITA M. Manual completo de coaching – grandes especialistas apresentam estudos e métodos para a excelência na prática de suas técnicas. São Paulo: Editora Ser Mais, 2011. PERRENOUD, P. Dez novas competências para uma nova profissão. Disponível em: http://www.unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud/php_main/php_2001/2001_23.html. Acesso em: 16 de novembro de 2013. PÉREZ, J. F. B. Coaching para docentes – motivar para o sucesso. Portugal: Porto Editora, 2009. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2008. VILA, M. de F. O papel do pedagogo e a organização do trabalho na escola. Artigo 2007. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/641-4.pdf. Acesso em: 06 de maio de 2013. WHITMORE, J. Coaching para performance: aprimorando pessoas, desempenhos e resultados: competências pessoais para profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2010.
ZAIB, J. ; GRIBBLER, J. Manual de coaching educacional: transformando
gestores e professores em líderes inspiradores. 1. ed. São Paulo: Editora
Leader, 2013.
ANEXO 1
ADAPTADO DO EDITAL Nº10/2007 – GS/SEED DE SELEÇÃO PARA O CONCURSO PÚBLICO DO PARANÁ DE 2007
1 - Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico e do Plano de Ação da Escola; 2- Coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica Curricular da Escola, a partir das Políticas Educacionais da SEED/PR e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais; 3 - Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para a elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola; 4 - Participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar; 5 - Sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação do processo ensino e aprendizagem, de modo a garantir o atendimento às necessidades do educando; 6 - Participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os profissionais da escola e promover ações para a sua efetivação, tendo como finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar; 7 - Analisar as propostas de natureza pedagógica a serem implantadas na escola, observando a legislação educacional em vigor e o Estatuto da Criança e do Adolescente, como fundamentos da prática educativa; 8 - Coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do Projeto Político-Pedagógico e da Proposta Pedagógica Curricular da Escola, intervindo na elaboração do calendário letivo, na formação de turmas, na definição e distribuição do horário semanal das aulas e disciplinas, da hora-atividade, no preenchimento do Livro Registro de Classe de acordo com as Instruções Normativas da SEED e em outras atividades que interfiram diretamente na realização do trabalho pedagógico; 9 - Coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas a partir de critérios legais, pedagógicos e didáticos e da Proposta Pedagógica Curricular da Escola; 10 - Organizar e acompanhar a avaliação do trabalho pedagógico escolar pela comunidade interna e externa; 11 - Apresentar propostas, alternativas, sugestões e/ou críticas que promovam o desenvolvimento e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar, conforme o Projeto Político-Pedagógico, a Proposta Pedagógica Curricular, o Plano de Ação da Escola e as Políticas Educacionais da SEED; 12 - Coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir da Proposta Pedagógica Curricular e do Projeto Político-Pedagógico da Escola; 13 - Participar da organização pedagógica da biblioteca, assim como do processo de aquisição de livros e periódicos; 14 - Orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao coletivo de professores da escola; 15 - Subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores da escola, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência, debates e oficinas pedagógicas; 16 - Organizar a hora-atividade do coletivo de professores da escola, de maneira a garantir que esse espaço-tempo seja utilizado em função do processo pedagógico desenvolvido em sala de aula; 17 - Atuar, junto ao coletivo de professores, na elaboração de propostas de recuperação de estudos a partir das necessidades de aprendizagem identificadas em sala de aula, de modo a garantir as condições básicas para efetivação do processo de socialização e apropriação do conhecimento científico; 18 - Organizar a realização dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de formulação do trabalho pedagógico desenvolvido pela escola e em sala de aula, além de coordenar a elaboração de propostas de intervenção decorrentes desse processo; 19 - Informar ao coletivo da comunidade escolar os dados do aproveitamento escolar; 20 - Coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar; 21- Orientar a comunidade escolar na proposição e construção de um processo pedagógico numa perspectiva transformadora; 22 - Ampliar os espaços de participação, de democratização das relações, de acesso ao saber da comunidade escolar;
22 - Participar do Conselho Escolar, subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar; 23 - Propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e sua participação nos diversos momentos e órgãos colegiados da escola; 24 - Promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de ampliação do compromisso ético-político com todas as categorias e classes sociais. (PARANÁ, 2007)
ANEXO 2
PLANO DE AÇÕES DA EQUIPE PEDAGÓGICA – 2013 COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ
AÇÕES PERÍODO
Proceder alterações solicitadas e necessárias no Projeto Político Pedagógico do Colégio e acompanhar sua efetivação.
*Sistematização e análise das dimensões acerca da realidade escolar realizada na Semana Pedagógica.
*Análise do Plano de Trabalho Docente com vistas a diagnosticar a compreensão docente sobre concepção de metodologia, instrumentos e critérios de avaliação.
*Seleção de referenciais conceituais que fundamentem o que está sistematizado no Marco Conceitual do PPP.
*Realização de reuniões de coordenadores, professores, funcionários, alunos e equipe pedagógica apresentando toda a análise e proposição de reformulação do PPP.
Durante todo o ano letivo
Garantir a participação democrática dos docentes, estudantes e comunidade escolar no aprimoramento e cumprimento do Regimento Escolar.
Durante todo o ano letivo
Promover e coordenar reuniões pedagógicas com os coordenadores de áreas e coordenadores dos cursos da Educação Profissional.
Semanalmente
Organizar e coordenar as Semanas Pedagógicas definidas em calendário pela SEED
Fevereiro e Julho
Organizar e coordenar a Hora Atividade Concentrada por disciplina e a Hora Atividade com os professores dos cursos Técnicos da Educação Profissional para garantir a efetivação do acompanhamento pedagógico.
Em dias determinados pela Equipe Pedagógica de acordo com a organização do setor
Coordenar, organizar , controlar e definir a aquisição de livros e periódicos para o acervo da Biblioteca
Sempre que necessário
Ter representatividade de seu segmento participando do Conselho Escolar, subsidiando as discussões acerca do trabalho pedagógico do colégio
Mensalmente
Organizar o trabalho pedagógico afim de realizar a função social da educação escolar, orientando-se pelo PPP, instruindo o trabalho dos professores quanto ao PTD, ao Sistema de Avaliação e Recuperação de Estudos, assessorando-os também, na elaboração de estratégias pedagógicas que garantam o processo de aprendizagem dos estudantes.
Durante todo o ano letivo
Organizar junto à Direção Auxiliar as reposições e complementações de carga horária do noturno contemplando o trabalho dos conteúdos da grade curricular.
Sábados definidos em calendário escolar
Organizar a realização dos Pré Conselhos e Conselhos de Classe de forma a garantir um processo coletivo de reflexão sobre o trabalho pedagógico desenvolvido
Maio/Agosto/Setembro/Dezembro
Coordenar e acompanhar a efetivação das propostas de intervenção decorrentes das discussões do Conselho de Classe
Durante todo o ano letivo
Promover a realização do processo de formação política e Março: eleição
consequente eleição dos alunos representantes de turma, sua posse e acompanhamento. Março à Dezembro:
acompanhamento
Desenvolver estratégias pedagógicas de enfrentamento a todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social no ambiente escolar
Durante todo o ano letivo
Criar e administrar situações que garantam a igualdade de condições para a permanência dos estudantes na escola, no sentido de promover o respeito à diversidade, à pluralidade cultural e as individualidades dentro do processo educacional
Durante todo o ano letivo
Orientar, acompanhar, vistar os Livros Registro de Classe Periodicamente
Organizar registros de acompanhamento da vida escolar dos estudantes nas Fichas de Acompanhamento Individual zelando pelo sigilo das informações pessoais dos alunos
Durante todo o ano letivo
Acompanhar os aspectos de socialização, aprendizagem e frequência dos alunos fazendo contato com os responsáveis no caso de alunos menores de idade e, contatando o próprio aluno quando responsável por si mesmo
Durante todo o ano letivo
Convocar a família daqueles estudantes que necessitem de acompanhamento específico decorrente de sua demanda individual (questões disciplinares) para junto com a direção auxiliar tomar as medidas cabíveis, em consonância com o Regimento Escolar
Durante todo o ano letivo
Acionar os serviços de proteção à criança e ao adolescente sempre que se fizer necessário
Durante todo o ano letivo
Assessorar os professores do CELEM acompanhando o desenvolvimento das turmas considerando as especificidades do trabalho pedagógico
Durante todo o ano letivo
Participar de cursos, reuniões e eventos que promovam a formação continuada necessária à consecução do trabalho pedagógico, sempre que convocado
Durante todo o ano letivo
Estabelecer contato e fornecer informações ao pedagogo que presta serviço ao SAREH
Durante todo o ano letivo
Participar da equipe multidisciplinar da Educação das Relações Étnico- Raciais
Durante todo o ano letivo
Organizar e trabalhar na efetivação da Semana Cultural bem como na Semana da Educação Profissional dos Cursos Técnicos Subsequentes
Setembro
semana da Ed. Profissional
Orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos didático pedagógicos referentes à avaliação e aos processos de classificação, reclassificação, revalidação de estudos do estrangeiro, conforme legislação em vigor
Durante todo o ano letivo
Orientar e acompanhar o desenvolvimento das disciplinas optativas/Ensino Médio Inovador com vistas a produzir mudanças efetivas nos processos de ensino e aprendizagem
Durante o ano letivo
Propor, orientar e acompanhar o processo de aprendizagem e avaliação com a finalidade de promover mudanças significativas incorporando encaminhamentos metodológicos presentes no ENEM e prova Brasil
Durante todo o ano letivo
Coordenar e acompanhar o Reforço Escolar e a Sala de Apoio.
Durante todo o ano letivo
Orientar e acompanhar o Plano de Reposição referente aos conteúdos não ministrados por motivos diversos.
Durante todo o ano letivo