OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA … como base o tema tecnologia, e seus desafios para a Educação,...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
USO DOS OBJETOS DE APRENDIZAGEM DISPONÍVEIS NA
INTERNET COMO FERRAMENTAS PARA O ENSINO DE QUÍMICA
Edcláudio Benetti Catelli1
Simone Fiori2
RESUMO
O trabalho teve por objetivo a elaboração de uma unidade didática, relacionada com a Internet considerando a preocupação em abordar temáticas referentes ao estudo das “soluções” na disciplina de química, voltada aos alunos do segundo ano do Ensino Médio. Visto às facilidades de uso, baixo custo, capacidade de reutilização e atualização, bem como, a realidade de um ensino contextualizado e prazeroso, buscou-se fazer uso dos Recursos Educacionais Abertos (REAs) na forma de Objetos de Aprendizagem (OA). Tomando como base o tema tecnologia, e seus desafios para a Educação, observa-se que esta é uma vertente com crescente produção de OA, contribuindo com a formação dos alunos, e de outra, a necessidade de estudos a respeito destes objetos a fim de conhecê-los melhor, para que seja possível o domínio de suas possibilidades dentro do sistema educacional. Para tanto, foram feitos usos de diferentes estratégias didáticas, capazes de avaliar as REAs como propostas de apropriação de conhecimento do ensino de química, bem como, desenvolvimento de habilidades básicas para interpretação, argumentação e estabelecimento de relações entre os temas estudados e suas implicações sociais.
Palavras-chave: Soluções; Tecnologia; Química; Objetos de Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
A ciência, tecnologia e sociedade, se relacionam como uma tríade
responsável por garantir a qualidade no ensino, aprendizagem e formação de alunos
críticos, diante da inserção em um cotidiano tecnológico no qual se encontram
(PINHEIRO, 2007).
Apesar da relação e facilidade de acesso entre os alunos e a informação, é
comum a presença de práticas pedagógicas baseadas em modelos de educação
tradicionais, apoiados sobre o uso de materiais, que pouco atraem os alunos,
enfatizando um distanciamento entre a realidade e o ensino (MORAN, 2013).
1 Graduado em Licenciatura Plena em Ciências pela Universidade Estadual de Maringá (1997),
graduado em Ciências - Hab. Ciências Ensino Fundamental e Química EM pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2003) e especialista em Ética e Gestão de Pessoa – Educar para Cidadania pela UNIBEM Faculdades Integradas "Espírita" (2003). E-mail: [email protected]. 2 Graduada em Licenciatura Plena em Química pela Universidade Estadual de Maringá (1993),
mestre em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996) e doutora em Química pela Universidade Estadual de Maringá (2010). E-mail: [email protected].
Os profissionais adeptos desta vertente julgam que, para ocorrer à
aprendizagem, é necessário que o aluno esteja sempre em posição de alerta,
sentado e quieto. Todavia, a posição imóvel do aluno não significa o envolvimento
com os assuntos expostos. Neste contexto, Scarpato (2001) comenta que, privilegiar
a mente sacrificando o corpo pode levar a uma aprendizagem pobre.
É fundamental que estes sujeitos sejam vistos em sua totalidade de forma
única, seres que se privilegiam do aprendizado construído sobre a dinâmica do
prazer. Apesar da tentativa de evolução, são visíveis as dificuldades relacionadas à
mudança de hábitos dos professores, seja pela resistência na utilização de novos
recursos tecnológicos, comodismo ou medo de cometer erros (CONCEIÇÃO, 2008).
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio -
PCNEM (BRASIL, 2000) a busca em proporcionar experiências ativas e
contextualizadas no ensino e aprendizagem de química exige dos professores uma
atualização tecnológica contínua sobre a contextualização. Tais atualizações devem
englobar práticas e Recursos Educacionais, Objetos de Aprendizagem (OA) e
possibilidades do uso na educação, com mudanças de estratégias e novas
alternativas; desafios atuais na carreira de docente (BRASIL, 2000).
Levando em conta o fato de que o ensino da Química deve ajudar o aluno a
entender melhor o mundo em que vive, observa-se a relevância sobre o tema de
estudo. Sendo assim, a pesquisa desenvolvida, buscou facilitar a compreensão da
relação do homem com a natureza por meio de uma conexão da química como
elaboração humana.
Por conseguinte, visou-se estimular a construção de uma postura reflexiva e
investigativa nos docentes a partir da utilização de avanços tecnológicos e
científicos, como subsídios ao ensino de Química, de forma a levar o aluno a
situações desafiadoras e atrativas, proporcionadas pelo uso de tecnologias como
recurso ativo dentro e fora da sala de aula.
BREVE HISTÓRICO
Os passos da informática dentro do processo de educação ocorreram por
volta do ano de 1971 a partir de algumas experiências em universidades. Inserida no
contexto acadêmico, com intuito de se tornar um recurso auxiliar do professor, tinha
como objetivo colaborar com a avaliação formativa e somativa de alunos na
disciplina de física (graduação) e química (pós-graduação), sobre o desenvolvimento
das simulações, com a utilização dos softwares SISCAI e CAI (NASCIMENTO,
2007).
De acordo com Nascimento (2007), em 1975 um grupo de pesquisadores da
UNICAMP desenvolveram o documento “Introdução de Computadores nas Escolas
de 2º grau” financiado pelo MEC, o que deu início a uma nova perspectiva em
inteligência artificial, com repercussão sobre a criação de um grupo interdisciplinar,
direcionado as investigações sobre o uso do computador na educação.
A partir de 1977, o programa passou a envolver crianças de escolas públicas
com dificuldades de aprendizagem em leitura, escrita e cálculo, explorando a
possibilidade de desenvolvimento de autonomia pelas potencialidades do
computador, seguindo uma unidade de programação chamada Logo que
contemplou a diversidade de softwares educativos e o uso do computador como
recurso para resolução de problemas (VALENTE, 1997).
Diante do avanço tecnológico, Nascimento (2007) comenta que surgiu a
necessidade de discutir a relevância estratégica de planejamento que refletissem as
preocupações e interesses da sociedade brasileira, por meio de congressos
internacionais e fóruns, apoiados por especialistas e órgãos do governo, destacando
a relevância do uso do computador como ferramenta auxiliar do processo de ensino
e aprendizagem, levando em conta valores culturais, sociopolíticos e pedagógicos
da realidade brasileira.
Para Valente (1997) deste período em diante, tiveram início novas políticas de
incentivo a inserção de softwares educacionais com base no exercício e prática,
simulação simples, jogos, livros animados, etc. De acordo com Martinazzo et al.
(2009) em 1984 tais debates deram origem ao projeto EDUCOM, uma iniciativa
conjunta do MEC, Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP) e Secretaria Especial de Informática da Presidência da
República (SEI/PR), marco principal do processo de geração de base científica e
formulação da política nacional de informática educativa.
Como frutos dos bons resultados deste projeto, surgiram novas iniciativas,
sendo elas: o Programa de Ação Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º
grau, destinado a capacitar professores (Projeto FORMAR) em 1986; o Programa
Nacional de Informática na Educação (PRONINFE) em 1989, aplicado aos 1º, 2º, 3º
graus e Educação Especial; e o mais atual deles, Programa Nacional de Tecnologia
Educacional (PROINFO) em 1997, todos com a visão de promover o uso
pedagógico de Tecnologias de Informação e Comunicações (TICs) na rede pública
de Ensino Fundamental e Médio (MARTINAZZO, et al., 2009).
Além disso, merece destaque a implantação de infraestruturas em diversos
locais de referência do país. Há quase duas décadas o computador faz parte das
escolas públicas participando ativamente da rotina escolar, produção de
documentos, uso em sala de aula, laboratórios, consulta a banco de dados, entre
outros (MARTINAZZO, et al., 2009).
Baseado nos benefícios proporcionados pela tecnologia associada à
educação e ao ensino da química, no decorrer de todo o processo histórico, o
Projeto de Intervenção Pedagógica desenvolvido neste trabalho, com a temática:
“Uso de Objetos de Aprendizagem disponíveis na Internet como ferramenta para o
Ensino de Química”, foi abordado levando em conta diferentes etapas, descritas a
seguir.
ELABORAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
O estudo do tema soluções, no ensino de química, ocorre geralmente no
segundo ano do Ensino Médio, e é comumente marcado pelo uso excessivo de
fórmulas, por vezes, sem a apreensão dos conhecimentos por parte dos alunos, no
que se refere à compreensão da química, visto que, em geral, os professores
costumam utilizar técnicas básicas de ensino: lousa, giz, livros e cadernos, que
pouco atraem os alunos (SILVA, 2011).
O domínio da disciplina de química, não acontece com a simples ação de
“despejar os conhecimentos” sobre os alunos, é uma tarefa que exige muito estudo
e paciência, por não existir uma receita pronta a ser seguida. Cada profissional
comprometido busca incansavelmente estratégias, métodos, alternativas, para ter
sucesso nessa tarefa de ensinar. Tal processo envolve mudanças de hábitos, e
propostas de pesquisa, com intuito de oferecer uma ruptura no atual sistema de
“ensinar química”, onde o aluno perceba a inserção deste conhecimento no dia-a-dia
(BRASIL, 2001).
O ato de ensinar é de imensa responsabilidade e, desta forma, Borges e Silva
(2011) apontam que, muitas variáveis como salas lotadas, alunos desmotivados,
aulas sem preparo prévio, infraestrutura precária da escola, entre outros fatores,
interferem no sucesso do ensino. Acreditam ainda, que, se identificados os
problemas pelos professores, é possível agir de forma a minimizá-los, obtendo-se
melhores resultados.
Como forma de melhorar o ensino da química e auxiliar o aluno na
compreensão do mundo em que vive, surgem estratégias que vão além das teorias
e fórmulas químicas, entre elas, os laboratórios de informática, um dos objetos de
aprendizagem ao ensino de química, que servem como apoio e colaboram para um
ensino natural, contextual, lúdico, cognitivo e dinâmico, além de promover uma
maior compreensão e uma zona proximal dos conceitos para os alunos (SOARES,
2004).
Frente a este cenário, surgiu o interesse de elaborar um projeto, a fim de
superar abordagens fragmentadas, apoiando-se em estudos e inovações
tecnológicas, como: Recursos Educacionais Abertos (REAs) e Objetos de
Aprendizagem (OA), ou seja, a instalação e exploração de softwares e materiais
didáticos digitais estruturados sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação
disponíveis em repositórios livres, facilmente intercambiáveis, compartilháveis e
compatíveis com os sistemas computacionais e equipamentos disponíveis nas redes
de Ensino Público.
Fundado pela UNESCO, no ano de 2002, conforme Hilen (2013), os Recursos
Educacionais Abertos (REAs) são materiais educacionais digitais disponibilizados de
forma livre e aberta para a comunidade acadêmica, que, em geral, os utilizam para o
ensino, aprendizagem e pesquisa. Responsáveis por abranger os conteúdos de
aprendizagem, amparam cursos, módulos de conteúdo, OA, ferramentas de apoio
ao desenvolvimento, uso, reuso, busca e organização de conteúdos, bem como,
sistemas de gerenciamento de aprendizagem e ferramentas de autoria.
Santos, (2013) também define os REAs, como todos os recursos de ensino,
aprendizagem e pesquisa, encontrados em domínio público, ou, disponibilizados a
partir de uma licença de propriedade intelectual que permite o uso e adaptação por
terceiros, isto é, materiais disponíveis na Internet gratuitamente com licença aberta.
Dessa forma, os REAs contribuem para o aumento do conhecimento e participação
do ensino a distância, um sistema informal, democrático, adaptável e flexível (LITTO,
2009).
Esta ação encontra-se em andamento, impulsionado no contexto do plano de
ação desenvolvido como resultado do Plano Nacional da Educação (PNE), que
embasa todas as decisões sobre a educação do país, com recomendações dentro
do escopo do PNE 2001-2010. O lançamento do programa de inclusão digital, no
ano de 2007, junto aos demais, auxiliou sobre a melhoria na educação, tendo como
objetivo principal a instalação de computadores e laboratórios multimídias em todas
as escolas públicas e a produção de conteúdo multimídia digital para apoiar escolas
e alunos por meio do Portal do Professor (SANTOS, 2013).
Santos (2013) comenta ainda, que a partir do PNE, tem-se registro do
surgimento do conteúdo digital aberto disponível no meio virtual, mais comumente
reconhecido como Objetos de Aprendizagem (OA), uma iniciativa do REAs, com
base no oferecimento de recursos necessários ao uso pedagógico, passíveis de
reutilização em diversos contextos educacionais.
Na visão de Amiel, Orey e West (2011) os OA são textos, imagens, vídeos,
entre outros materiais digitais, que podem ou não serem utilizados para a
aprendizagem; utilizando o mesmo ponto de vista, acreditam que estes objetos,
além de serem digitais, devam ser recursos computacionais interoperáveis,
reutilizáveis e possuidores de metadados, construídos especificamente para a
aprendizagem.
Segundo McGreal (2004) a terminologia OA abrange materiais didáticos;
objetos de conteúdos; objetos educacionais; objetos de informação; objetos de
conhecimento; objetos de aprendizagem; recursos de aprendizagem; objetos de
mídia; elementos de mídia RAW (arquivos em formato natural); RIO - Reusable
Information Object (Objeto de Informação Reutilizável); RLO - Reusable Learning
Object (Objetos de Aprendizagem Reutilizáveis); Unidade de Aprendizagem e
Unidade de Estudo.
Barrére e Scortegagna (2011, p.20) citam os OA e suas diversas
características, entre elas:
[...] a adaptabilidade: adaptável a qualquer ambiente de ensino; acessibilidade: acessível facilmente via Internet para ser usado em diversos locais; durabilidade: possibilidade de continuar a ser usado, independente da mudança de tecnologia; escalabilidade: a facilidade de poder ser utilizado com pequeno ou grande número de usuários; granularidade: conteúdo em pedaços, para facilitar sua reusabilidade; interoperabilidade: habilidade de operar através de uma variedade de hardware, sistemas operacionais e browsers, intercâmbio efetivo entre diferentes sistemas; metadados: descrever as propriedades de um objeto, como título, autor, data, assunto, etc. e reusabilidade: reutilizável diversas vezes, em diversos ambientes de aprendizagem.
Acredita-se que tais estratégias, sejam capazes de auxiliar sobre a
construção da autonomia, desenvolvimento crítico e criatividade, além de levar o
aluno a situações desafiadoras relativas ao ensino do tema “soluções” em química,
dentro e fora da sala de aula, uma vez que, permite a compreensão do
comportamento da matéria em soluções químicas, muitas vezes, não visualizado
nas aulas práticas de química, a uma série de impasses que permeiam este tipo de
dinâmica (MORAN, 2013).
Por meio da pesquisa prática, embasada pelos métodos de observação,
seleção, análise, reflexão dos conceitos fundamentais ao trabalho e resultados de
experiências práticas de ensino e aprendizagem de química, buscou-se também,
contribuir para a formação de docentes, de forma a proporcionar maior interação e
compreensão da disciplina. Entretanto, para o sucesso das estratégias, foi
fundamental o estudo e planejamento dos recursos antes de sua aplicação, com
intuito de criar novos desafios didáticos, mediados pelos professores.
Como complementação ao projeto desenvolvido, foi organizado um material
didático, com a finalidade de proporcionar uma intervenção pedagógica aos
professores e alunos do Ensino Médio, de forma a mostrar como pesquisar e utilizar
OA em repositórios que possuem banco de dados disponíveis na Internet, instigando
a mudança de hábitos por meio dos educadores, colaborando com a ruptura no atual
sistema de “ensinar química”. Para isso, o material didático foi dividido em 5 (cinco)
etapas:
1ª ETAPA: Conhecer melhor os Recursos Educacionais Abertos (REAs) e os
Objetos de Aprendizagem (OA).
2ª ETAPA: Requerimento técnico necessário para funcionamento dos OA.
3ª ETAPA: Onde conseguir os REAs e os OA em servidores de repositórios
livres.
4ª ETAPA: Selecionar OA e explorar detalhadamente cada OA selecionado.
5ª. ETAPA: Aspectos positivos e negativos dos OA apresentados neste projeto
Em seguida a elaboração do material didático, observou-se a necessidade de
uma aplicação prática, a fim de discutir a forma que tais recursos tecnológicos
poderiam ser aplicados dentro do cenário pedagógico do docente.
Sabe-se que a afinidade dos alunos com a tecnologia e a modernidade atual
é natural, neste viés, associadas aos processos escolares, as metodologias ligadas
às tecnologias na disciplina de química, são capazes de promover um melhor
aprendizado, pelo despertar e interesse pessoal pelas aulas de forma acessível ao
cotidiano dos adolescentes.
A tecnologia desvendada a partir da Internet, tem modificado de forma
significativa o campo educacional a partir da exploração de materiais de qualidades
a distancias que antes não eram possíveis. A facilidade em se obter computadores
pessoais e no âmbito escolar, através dos laboratórios de informática propicia um
campo favorável ao desenvolvimento dos REAs, com benefícios aplicados tanto aos
professores, quanto aos alunos (MEDEIROS FILHO, 2013).
Dessa forma os OA, materiais didáticos online direcionados ao ensino de
Química, de acordo com Cirino e Souza (2009) se destacam por estimular o
raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes, devido ao potencial da informática
e por meio das novas abordagens pedagógicas. O uso da experimentação online
busca aproximar o aluno do processo de construção da ciência, não com objetivo de
transformá-lo em um cientista, mas, auxiliá-lo a perceber seus potenciais e
limitações.
Ademais, a experimentação tem em sua composição um caráter pedagógico,
uma vez que, através da interação com a diversidade de materiais e análise dos
dados, o aluno tem a possibilidade de estabelecer relações conceituais intensas e
frutíferas, através da discussão dos resultados e as questões a ele associadas,
mantendo o aluno comprometido com a aprendizagem. Tais atividades, quando
realizadas com o auxílio do computador, tiram o foco passivo, tradicional e
monótono das aulas, tornando o ambiente motivador e atraente, ao ponto de
aumentar o interesse e participação dos alunos durante as aulas (CIRINO; SOUZA,
2009).
Todavia, para efetivação destes modelos de projetos, torna-se necessária a
acessibilidade por meio de escolas preparadas com laboratórios de informática,
recursos e condições para o desenvolvimento das atividades. Frente à necessidade
de elaboração de uma proposta de ensino que incorpore os recursos tecnológicos,
contribuindo para o despertar do interesse dos alunos para com a disciplina, sugeriu-
se a aplicação prática do trabalho.
As execuções das atividades tiveram início com a apresentação do Projeto
de Intervenção e da Unidade Didática a ser desenvolvido com os alunos do segundo
ano do Ensino Médio, aos integrantes da escola: Direção, Equipe Pedagógica,
Professores, Funcionários e Comunidade, através da semana pedagógica
desenvolvida no período. Utilizou-se este momento também, para a divulgação das
datas previstas para a implementação das atividades.
Após o consentimento e aprovação dos profissionais relativa ao projeto, foi
realizada uma avaliação técnica necessária ao funcionamento dos OA, seguido do
primeiro encontro com os 37 (trinta e sete) alunos da segunda série do Ensino Médio
matriculados no período matutino do Colégio Estatual Polivalente de Goioerê. A fim
de promover uma socialização com o tema, o Projeto de Intervenção Pedagógica foi
novamente apresentado, junto à pauta dos encontros, dessa vez, aos alunos,
participantes da pesquisa.
Em seguida, buscou-se destacar o estabelecimento de regras no ambiente
em grupo (respeito às opiniões e atitudes), por meio de discussões a cerca dos pré-
conceitos sobre a temática: Utilização de Softwares Educativos, bem como, o
conhecimento dos alunos direcionados aos (REAs), (OA) e o uso da Internet voltado
ao aprendizado.
Os debates foram embasados pela leitura compartilhada da Unidade Didática:
Conhecendo melhor os Recursos Educacionais Abertos (REAs) e os Objetos
de Aprendizagem (OA), associada às experiências dos alunos frente aos princípios
que regem a educação com tecnologia nos dias atuais. Procurou-se também,
descobrir quais alunos tinham computadores em casa, como dominavam essa
tecnologia, de que forma e com qual finalidade faziam uso da Internet, quais eram os
conhecimentos técnicos referentes à instalação de softwares, entre outros assuntos.
Ainda em sala de aula, foi mostrada aos alunos, através do retroprojetor a
simulação da instalação de alguns programas como: leitor PDF (Acrobat Reader e
Foxit), JAVA, Flash Player, compactador de arquivos (tipo WinRAR, WINZIP e 7-
Zip), e navegador (Browser), necessários ao desenvolvimento das atividades, para a
compreensão do funcionamento dos sistemas operacionais de Windows 7 e
Windows 8.
Nas salas de informática, entretanto, os computadores já estavam
previamente ajustados. Dessa forma, os alunos, foram levados até o laboratório de
informática da escola, com o intuito de, discutirem sobre os repositórios livres
disponíveis em rede mundial de computadores e descobrirem como realizar uma
busca efetiva pelos REAs e os OA em repositório livres selecionados previamente
pelo professor de química.
Um dos intuitos dos repositórios de conteúdo digital aberto, apoiados pelo
governo, tem sido aumentar a disponibilidade de conteúdos para os professores do
sistema de Ensino Fundamental e Médio, com permissões de uso, sem que os
usuários infrinjam direitos autorais. Todavia nem sempre foi assim, Santos (2013)
comenta que a mudança nesta realidade teve início no ano de 2001, após o
desenvolvimento do movimento Creative Commons e o Consórcio
OpenCourseWare.
O movimento Creative Commons, possibilita aos detentores dos direitos
autorais a decisão de quais direitos irão abrir mão, possibilitando cópias,
adaptações, traduções e compartilhamentos livres dos conteúdos, enquanto que o
Consórcio OpenCourseWare, é composto por uma série de instituições ao redor do
mundo, que se reuniram para fomentar o movimento REAs por meio de
aconselhamentos sobre política, promoção e pesquisa. Com o fortalecimento
internacional, atualmente a maioria dos repositórios brasileiros possuem materiais
protegidos por direitos autorais com permissão de uso pelo autor, e materiais com
licenças Creative Commons (SANTOS, 2013).
A primeira pesquisa online teve início com a busca no portal Banco
Internacional de Objetos Educacionais, disponível no link
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/. Este repositório possui objetos
educacionais de acesso público, em vários formatos e para todos os níveis de
ensino. A navegabilidade do portal é simples, porém, contém muitos recursos,
dificultando algumas vezes o encontro do que realmente queremos; apesar disso,
possui como vantagem a possibilidade de produção e inserção de um OA nos
“sites”.
Tendo em vista a seleção dos OA sobre o tema soluções, estudado de forma
teórica em sala de aula, foram feitos alguns filtros para facilitar a localização do
simulador de Química, por exemplo: “química em casa e na farmácia” um filtro
disponibilizado pelo site, contendo soluções químicas encontradas no ambiente
familiar (produtos de limpeza) e soluções químicas encontradas na farmácia, com
debates sobre as taxas de medicamentos relacionados a infecções, automedicação,
etc.
O objetivo deste recurso de animação/simulação é preparar soluções para um
determinado fim, calcular sua concentração e aprender a utilizar diferentes formas
de expressão da concentração de uma solução, levando em conta a importância do
uso da concentração correta de produtos de limpeza. Além disso, ter a oportunidade
de preparar soluções em concentrações definidas, utilizando diferentes expressões
de concentração, em um ambiente virtual.
A segunda pesquisa online, foi direcionada ao portal PhET – Simulações
Interativas, com acesso pelo link: https://phet.colorado.edu/pt_BR/, desenvolvido
pela Universidade de Colorado, este “site” e traduzido para o português, oferece
gratuitamente simulações de fenômenos físicos interativos, baseados em pesquisas,
a fim de, habilitar os alunos a realizarem conexões entre os fenômenos da vida real
e a ciência básica, aprofundando a compreensão e apreciação do mundo físico, por
meio de instrumentos de medição, incluindo réguas, cronômetros, voltímetros e
termômetros. A prática com os alunos seguiu a mesma sequência que a pesquisa
anterior, desta vez, com o intuito de localizar os objetos concentração.
No simulador “Animação: Soluções de Açúcar e Sal”, os alunos tiveram a
oportunidade de realizar diversas misturas com diferentes tipos de compostos
iônicos e/ou moleculares, levando-os a perceber que algumas misturas podem
conduzir corrente elétrica e outras não. Por meio da atividade, chegou-se a
conclusão de que tal experimento depende da natureza do soluto, para
complementar o conhecimento. Posteriormente foi feito uma prática de forma
demonstrativa em sala de um circuito elétrico com solução de sal e outra de açúcar,
realizando questionamentos aos alunos, os quais conseguiram sem dificuldades
responder devido ao apoio do simulador.
Outro OA utilizado no laboratório foi “A viagem de Kemi – Solubilidade”, com
acesso pelo link: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/20897
desenvolvido pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), um jogo com
obstáculos construídos por meio de perguntas sobre soluções químicas, que ao
serem respondidas permitem ao aluno avançar as fases do jogo. A proposta chamou
a atenção, devido à socialização proporcionada frente às dificuldades de resolução
das questões. Como tarefa para casa, foi solicitado aos alunos que explorassem um
OA feito com alguns REAs publicado no Banco de Objetos de Aprendizagem da
UNICAMP, pelo link:
http://www.bdc.ib.unicamp.br/bdc_uploads/materiais/versaoOnline/versaoOnline1502
_pt/material1502_codigoBinario_pt/index.html.
Ao final do planejamento, em sala de aula, os alunos foram incentivados a
relatarem as dificuldades na instalação, aprendizados e conclusões da atividade
realizada em casa. Por fim, os alunos tiveram a oportunidade de avaliar as
vantagens e desvantagens sobre: o aprendizado de química, por meio do apoio
tecnológico; o projeto; atividades e material didático apresentado; deixando suas
opiniões registradas na ficha de avaliação.
VISÃO SOBRE O PROJETO
Com relação à proposta do uso de OA para o ensino e contribuição à
formação integral dos alunos na Rede Pública de Ensino, durante a aplicação
prática, surgiu à oportunidade de contar com a participação de 16 professores
formados em química, atuantes em diversas cidades do Estado do Paraná, os quais
colaboraram com opiniões concretas, a cerca das atividades desenvolvidas no
Projeto de Intervenção Pedagógica e o Material Didático.
A comunicação com estes professores ocorreu concomitante à aplicação
prática com os alunos, por meio de uma rede Moodle, que possibilitou o contato,
troca de opiniões e experiências, através do Grupo de Trabalho em Rede (GTR).
Dessa forma, as tarefas referentes ao projeto eram disponibilizadas na plataforma
Moodle pelo tutor e autor do trabalho, e respondidas pelos participantes (professores
de química) da pesquisa de forma online.
Neste sentido, a primeira atividade buscou proporcionar aos professores,
contato com as possíveis e diferentes realidades aplicadas aos laboratórios de
química e informática das escolas públicas, e as informações foram colhidas pelas
postagens dos participantes. O que se pode verificar, neste primeiro momento, foi
uma realidade pouco diversificada quanto ao espaço e uso de materiais,
evidenciando uma carência acerca dos laboratórios de química e informática, bem
como seu funcionamento adequado. Entre as justificativas frente à situação, foram
destacadas as dificuldades em adquirir os materiais para as aulas, os altos custos
de manutenção dos equipamentos e reagentes químicos.
O contato por via Moodle era feito de forma simultânea à realização do projeto
com os alunos no colégio. Desta forma, a segunda etapa de desenvolvimento do
trabalho na plataforma online, buscou colher informações dos participantes do GTR
a cerca do assunto: aprendizado guiado pelas tecnologias.
Permitiu-se aos professores, com essa atividade, a colaboração sobre a
seleção, análise e reflexão dos conceitos fundamentais e convenientes junto aos
métodos tecnológicos a serem trabalhados por meio da disciplina, levando em conta
a associação da teoria à prática, que possibilitasse a visualização e simulação de
práticas laboratoriais e fizesse com que o aluno entendesse a importância de se
estudar o conteúdo “soluções”.
Buscou-se ainda verificar quantos professores estavam dispostos a dedicar
parte do seu tempo para se apropriar das ferramentas de OA que se encontravam à
disposição, uma vez que tal atitude é fundamental para a aplicação dos métodos
tecnológicos. Foi discutido também, a necessidade de investimento sobre a
formação continuada, considerando os conhecimentos, habilidades e
responsabilidades dos profissionais da educação, investimentos em tecnologia e
recursos humanos para melhor aproveitamento dos equipamentos disponíveis nas
escolas, antes que se tornassem sucatas.
A aplicação das atividades desenvolvidas dentro da disciplina de química,
com apoio sobre os OA disponíveis na Internet, deve ser planejada e
contextualizada, de forma que os professores estejam seguros no trabalho e saibam
encaminhar as aulas com cuidado, atenção e comprometimento. Além disso, é
fundamental que os educadores tenham consciência, de que a metodologia servirá
como um apoio e não como um instrumento de substituição aos laboratórios de
química, uma vez que, os OA não realizarão “milagres” sobre o processo de ensino
aprendizagem. Seguindo estes pressupostos, tais inovações podem se transformar
em alternativas didáticas de sucesso, associadas a outros recursos educacionais.
É importante salientar que, todas as referências utilizadas nos meios
tecnológicos sejam repassadas aos alunos, a fim de, estimular a busca continuada
pelo conhecimento, não apenas dentro das salas de aula, mas, no âmbito familiar,
visto que, a grande maioria possui acesso à Internet e passam boa parte do tempo
diário conectados.
A participação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, decorrente
do prazer proporcionado, estímulos, facilidades promovidas por esta
complementação, que permite o acesso à informação, transforma os OA no ensino
de química em ferramentas positivas na utilização escolar.
A terceira e última etapa do trabalho na plataforma moodle, foi desenvolvida
por meio de Fóruns, com o objetivo central de socializar a aplicabilidade das ações
de implementação do Projeto de Intervenção na Escola. Neste sentido, foi proposto
pelo responsável da pesquisa (tutor da plataforma), aos participantes, que os
mesmos refletissem e opinassem sobre os resultados apresentados obtidos na
etapa prática, a fim de dar origem a um debate com possíveis contribuições e
melhorias ao projeto.
Além disso, o Fórum trazia como objetivo vivenciar a prática socializando os
encaminhamentos metodológicos da aplicação do Projeto de Intervenção na Escola
- na perspectiva do Professor Participante. Por meio das discussões os participantes
da temática entenderam ser imprescindível a ampliação dos debates em torno da
questão sobre o uso da tecnologia, no sentido de buscar alternativas condizentes
com a realidade educacional da escola.
Os participantes acreditam que o uso das tecnologias podem influenciar
sobre a qualidade no ensino de química, se amparados por uma estrutura
adequada, composta por laboratório de informática com acesso à Internet de
qualidade. Relataram também, que mesmo frente às dificuldades encontradas nas
estruturas atuais, vale a pena o esforço para utilização dos OA disponíveis na
Internet como ferramentas para o ensino de química, visto os benefícios que podem
trazer um ensino de qualidade. Neste sentido, o profissional da educação deve estar
sempre aberto a novos planejamentos, estratégias e desafios a fim de atrair os
alunos e aproximá-los a cada dia da educação.
Ainda de acordo com o GTR, não há como separar as tecnologias dos
processos de ensino e aprendizagem, uma vez que, a modernidade atinge todos os
setores da sociedade, neste sentido, não há como a educação ficar alheia a este
processo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Visto a carência por laboratórios de química, bem como a presença de altos
custos de manutenção dos produtos, entre eles: reagentes e equipamentos, bem
como a necessidade de uma infraestrutura elaborada, o tema desenvolvido no
“Projeto de Intervenção Pedagógica e o Uso de Objetos de Aprendizagem
disponíveis na Internet como ferramenta para o Ensino da Química” foi de suma
importância para a Rede de Ensino do Estado do Paraná, visto que, surge como
uma alternativa ao processo de ensino e aprendizagem.
Os benefícios desta alternativa dentro do cenário das escolas públicas, são
facilmente visíveis se consideradas às facilidades de uso, baixo custo, capacidade
de reutilização e atualização. Dessa forma, contribui tanto ao processo formador dos
alunos, no que diz respeito ao aprendizado por meio das simulações, elaboração de
hipóteses, desenvolvimento de projetos, superação de desafios e soluções para
determinados problemas; quanto aos professores, com oportunidades para que
estes sejam capazes de acompanhar o desenvolvimento de seus alunos, conhecer e
saber identificar suas dificuldades.
A observação do interesse e comprometimento dos alunos sujeitos principais
da pesquisa, surgiu a partir da análise do feedback descrito nas fichas de avaliação
entregues pelo pesquisador ao fim da aplicação prática das atividades propostas.
Sobre os aspectos positivos, foi visível à aprovação dos alunos relativo ao uso dos
simuladores, aceitação da proposta, assimilação dos conteúdos e contribuindo para
o aprendizado.
No entanto, acredita-se que apesar dos benefícios, houve uma dificuldade
visível relacionada à compreensão dos cálculos de concentração. A justificativa para
esta situação pode estar baseada tanto no histórico deficitário individual de cada um
dos alunos no que diz respeito à habilidade com números e cálculos; quanto ao
curto espaço de tempo destinado ao assunto para sanar as dificuldades.
Levando em conta o fato de que os OA não exigiam dentro de seu cenário, o
domínio sobre os cálculos, acredita-se que a falta de habilidade não tenha interferido
diretamente sobre a dinâmica dos exercícios de soluções propostos, sendo assim, o
desempenho abaixo do esperado em relação aos cálculos, afetou mais a expectativa
idealizada pelo professor depositada sobre a realização dos cálculos.
Uma alternativa para a melhoria nesta dinâmica, bem como, a busca por um
aumento na compreensão com relação aos cálculos por parte dos alunos, seria uma
maior carga horária e/ou aulas de reforço em matemática básica levando em
consideração conversões de unidade, regra de três entre outros. No entanto, torna-
se importante destacar que, mesmo frente aos obstáculos encontrados, houveram
vantagens proporcionadas através da aplicação do projeto e utilização dos softwares
de aprendizagem, sendo elas: melhora na dinâmica das aulas de química,
rendimento no processo de ensino e aprendizagem proporcionado pelo estímulo
resultante dos OA, facilidade de assimilação dos conteúdos de forma natural,
aumento pelo interesse à disciplina aplicada.
Em relação aos profissionais da educação, participantes via moodle, ficou
clara a aceitação, credibilidade e colaboração com o projeto, visto que, atuaram com
ideias, sugestões, e trocas de experiências adquiridas através do trabalho ativo nas
escolas, com uso efetivo dos computadores e OA disponíveis na Internet, como
instrumentos norteadores para a elaboração do plano de trabalho.
Diante das diversas opiniões declaradas nos Fóruns e Diários, chegou-se a
conclusão de que a tecnologia por si só, não substitui os laboratórios de química,
cabe, portanto, aos professores julgarem a relevância para a construção do ensino
do cidadão. Para tanto, é fundamental que o ensino da química baseado nos OA
disponíveis na Internet, seja bem planejado, preparado e trabalhado com
professores que dominem a prática destas atividades com competência,
comprometimento e responsabilidade, sem se esquecer de que, tais métodos devem
ser vistos como suplemento ao material didático.
Frente às dificuldades observadas à implementação do projeto, torna-se
necessário à realização de mais pesquisas, debates e estudos que demonstrem os
benefícios destes recursos tecnológicos no campo educacional. Junto a isso,
destaca-se a relevância da participação ativa dos pais, alunos, professores, equipe
pedagógica e sociedade, para que a comunidade esteja ciente dos problemas
enfrentados neste sentido, e juntos consigam mais investimentos a fim de
proporcionar uma melhor condição de trabalho visando o processo de ensino e
aprendizagem.
Apesar de todos os avanços, ações de promoção e conscientização sobre os
REAs, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que tenha um impacto
significativo sobre a educação tanto nas cidades grandes quanto nas pequenas.
Sendo assim, observa-se que as mudanças nas ações devem ocorrer em conjunto,
isto é, com corresponsabilidade dos professores regentes, alunos, objetos
disponíveis e acima de tudo, dos setores públicos e privados de ensino,
responsáveis por motivar os educadores e prover recursos necessários à
implementação das atividades.
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