OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · todas as eras correspondem ao predomínio de um...
Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · todas as eras correspondem ao predomínio de um...
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A ARTE DE ENVOLVER O ALUNO NA APRENDIZAGEM
MATEMÁTICA UTILIZANDO OS SOFTWARES EDUCACIONAIS
JCLIC E GEOGEBRA
Rubia Mara Pinheiro Schmitz1
Pedro Pablo Durand Lazo2
Resumo: Este trabalho foi embasado na necessidade da utilização de abordagens metodológicas diferenciadas que contemplem novas formas de ensinar, no intuito de possibilitar um melhor aprendizado da Matemática e resultados mais satisfatórios. Acredita-se que a utilização de novas estratégias de ensino, como o uso de softwares educacionais, pode promover uma aprendizagem mais significativa para o aluno, sendo ele, sujeito ativo na construção do seu conhecimento com a mediação do professor. A produção didático-pedagógica apresentou orientações de como utilizar os softwares JClic e GeoGebra nos conteúdos matemáticos, contendo sugestões de atividades que visam contribuir para a formação continuada dos professores. O objetivo deste é auxiliar os professores de matemática no desenvolvimento de atividades e práticas pedagógicas, orientar seu trabalho em sala de aula nos conteúdos de Funções, Geometria Plana e Trigonometria, utilizando os softwares educacionais JClic e GeoGebra.
Palavras-chave: Softwares educacionais. Softwares Matemáticos. Formação
continuada de professores.
Introdução:
Muitas são as necessidades vivenciadas pelos professores no contexto
escolar através das experiências de suas práticas pedagógicas. Esta proposta foi
pensada a partir da experiência de trabalho como assessora pedagógica da CRTE
(Coordenação Regional de Tecnologias na Educação) do Núcleo Regional de
Educação de Francisco Beltrão, tendo como uma das atribuições assessorar os
professores no uso das novas tecnologias disponíveis nas escolas.
Ao longo dos anos, é possível observar como o uso das tecnologias se faz
1 Professora da SEED/PR PDE/2013. Graduada em Ciências com habilitação em Matemática (FUNESP). Especialista em Ensino de Matemática (UNICENTRO). Especialista em Tecnologias em Educação (PUC/RIO) . E-mail: [email protected]
2 Professor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, UNIOESTE, Cascavel – Paraná. E-mail: [email protected].
cada vez mais presente em nosso dia a dia. Elas estão em todo lugar, já fazem parte
de nossas vidas, tornando-se indispensáveis, muitas vezes sem ao menos nos
darmos conta disso, e na educação não poderia ser diferente.
Durante muito tempo o uso de tecnologias disponíveis em sala de aula para
os professores eram somente o quadro negro, giz e os livros, mas hoje
presenciamos em pouco tempo uma mudança muito significativa: temos TV e
projetor Multimídia, laboratório de informática com Internet e softwares educacionais,
tablet e algumas escolas já possuem lousa digital.
Por outro lado, entendemos que a presença desses recursos nas escolas não
garante sua utilização, a chegada dessas tecnologias provocou inquietações entre
os professores, o que em parte é muito bom, mas o uso das mesmas é visto com
receio e ainda provoca insegurança em alguns professores. Todas essas tecnologias
educacionais, que vieram para auxiliar o trabalho do professor em sala de aula, de
início tem dificultado o trabalho pedagógico, pois muitos professores ainda não
conseguiram inserir o uso em seu cotidiano escolar.
Assim, o maior desafio para o professor é o de contextualizar as informações
presentes nas tecnologias articulando-as com as práticas educativas, propiciando ao
aluno mais uma possibilidade no processo de ensino e aprendizagem.
É fundamental que o professor esteja preparado para fazer uso dessas
ferramentas com coerência, sendo o estimulador, orientador e mediador do
conhecimento, criando possibilidades de trocas de saberes no espaço escolar sobre
a utilização destas novas tecnologias para a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem.
Desse modo, verifica-se a necessidade da utilização de abordagens
metodológicas diferenciadas que contemplem novas formas de ensinar, no intuito de
possibilitar um melhor aprendizado da Matemática e resultados mais satisfatórios.
Portanto, é fundamental que as tecnologias existentes na escola sejam
incorporadas às aulas, de forma a oportunizar a apropriação dos conhecimentos
matemáticos a todos os alunos.
Acredita-se que a utilização de novas estratégias de ensino, como o uso de
softwares educacionais, pode promover uma aprendizagem mais significativa para o
aluno, sendo ele, sujeito ativo na construção do seu conhecimento com a mediação
do professor.
Desenvolvimento:
Observadas as dificuldades de alguns professores no que diz respeito ao uso
das tecnologias existentes na escola, mais especificamente, na utilização dos
softwares educacionais direcionados a sua disciplina, percebe-se o receio de
desenvolver atividades no laboratório de informática com os alunos, principalmente
no trabalho com conteúdos específicos de matemática, justamente por não terem a
segurança necessária para o desenvolvimento do mesmo.
Diante disso, que ações podemos utilizar para envolver alunos e professores
a fim de que haja essa interação da tecnologia no processo de construção do
conhecimento, novas descobertas e aprendizagens significativas? De que forma
podemos estimular e desenvolver a capacidade de raciocínio de nossos alunos,
estabelecendo relações entre os conteúdos matemáticos e o uso dos softwares
educacionais existentes na escola?
A partir desses questionamentos, foi traçado o objetivo para:
• Contribuir para a formação continuada dos professores, por meio da apresentação
de uma proposta de desenvolvimento de atividades que favoreçam o
desenvolvimento de conceitos matemáticos, utilizando-se dos softwares
educacionais JClic e GeoGebra como ferramentas estimuladoras no processo de
ensino e aprendizagem, visando tornar as aulas de matemática mais dinâmicas,
interessantes e criativas.
• Proporcionar aos professores a exploração sobre o uso dos softwares
educacionais JClic e GeoGebra, de forma a fornecer subsídios para sua utilização,
tornando mais significativa e interativa a aprendizagem dos alunos.
• Oportunizar aos professores de matemática momentos para criar e desenvolver
atividades utilizando os softwares educacionais JClic e GeoGebra, que possam ser
utilizadas nas suas aulas visando à aprendizagem de conceitos matemáticos além
de gerar espaços de reflexão acerca da metodologia.
• Disseminar entre os professores de Matemática, por meio de oficinas, a proposta
da utilização dos softwares educacionais no ensino da matemática.
Sabemos que nenhuma das inovações tecnológicas substitui o trabalho do
professor em sua disciplina. As diferentes estratégias na construção de gráficos e de
figuras geométricas com lápis, borracha, papel, régua e compasso continuam sendo
fundamentais para o desenvolvimento do raciocínio matemático. Entretanto, saber
usar as tecnologias educacionais existentes hoje e conhecer os princípios básicos
para introduzir esses recursos nas aulas, sua aplicabilidade nas situações
específicas, é essencial.
Hoje já existem ambientes informatizados na escola, com a implantação dos
laboratórios de informática, TV e projetores Multimídia, Tablet e da lousa digital já se
torna possível a aprendizagem da matemática utilizando-se de ferramentas
tecnológicas importantes para o processo de ensino e aprendizagem.
Estas ferramentas estão disponíveis na escola, mas ainda falta a segurança
em utilizá-las como recurso pedagógico em sala de aula. No início, alguns
professores com mais facilidade aderiram à ideia e conseguiram incorporar logo a
utilização dessas tecnologias em suas aulas, outros tiveram muita resistência, mas
todos foram “obrigados” a iniciar o processo de utilização.
A sociedade está inserida digitalmente, então o aluno quer encontrar em suas
aulas a mesma modernidade que vê fora delas. [...] A tecnologia precisa ser
incorporada ao projeto político pedagógico (PPP) e integrada aos conteúdos
curriculares. Não dá para ir ao laboratório e permitir que os estudantes fiquem
navegando sem um objetivo de aprendizado. (SCACHETTI, 2012, p.34)
Deste modo, oferecer oportunidades para que o professor se aproprie de
como utilizar as novas tecnologias são de suma importância, pois desta forma, terá
condições de refletir sobre sua prática, valorizar e aprimorar sua metodologia,
transformando assim, o ensino e a aprendizagem num processo.
O Professor e as Tecnologias na Educação
Nos últimos anos presenciamos uma contínua evolução da tecnologia na
educação, não podemos mais ignorá-la, nem o seu potencial, constatando-se assim
que esta evolução nos proporciona um leque de possibilidades de aproveitamento
no processo de ensino e aprendizagem, como ferramenta de descobertas e de
aquisição de conhecimentos. Mas, lembramos também que a cada época surge uma
tecnologia:
É muito difícil aceitar que apenas o atual momento em que vivemos possa ser chamado de “era tecnológica”. Na verdade, desde o início da civilização, todas as eras correspondem ao predomínio de um determinado tipo dep tecnologia. Todas as eras foram, portanto, cada uma à sua maneira, “eras tecnológicas”. Assim tivemos a Idade da Pedra, do Bronze... até chegarmos ao momento tecnológico atual (KENSKI, 2003, p.19).
O surgimento destas novas tecnologias criou a necessidade de seu
conhecimento pelo professor para que, tendo domínio delas, principalmente do
computador e seus recursos pedagógicos para implementar o processo educativo,
possa usufruir dessas tecnologias.
Valente (1999, p.1) enfatiza a importância do “fato de o professor da disciplina
curricular ter conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser
capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e
atividades que usam o computador”.
Com o advento das tecnologias na educação podemos ter hoje o privilégio de
aprender de várias formas, elas propiciaram ambientes de integração para o
aprendizado, modificando assim os ambientes de aprendizagem, de acordo
exigências do mundo moderno.
Hoje, a utilização de computadores na educação é muito mais diversificada, interessante e desafiadora, do que simplesmente a de transmitir informação ao aprendiz. O computador pode ser também utilizado para enriquecer ambientes de aprendizagem e auxiliar o aprendiz no processo de construção do seu conhecimento (VALENTE, 1999, p.1).
No entanto, segundo Valente (1999), quando optamos por utilizar atividades
para o aluno no computador, estas podem ser para continuar transmitindo a
informação para o aluno, como reforço, ou para criar condições do aluno construir
seu conhecimento. Seguindo este pensamento quando o aluno usa o computador
para construir seu conhecimento, este propicia condições para a resolução dos
problemas, refletindo sobre os resultados obtidos, podendo buscar novos conteúdos
e novas estratégias de resolução.
Quando utilizamos softwares educacionais para que o aluno realize suas
atividades e tarefas, encontrando solução para os problemas propostos, a
construção do seu conhecimento advém do fato do aluno ter necessidade de buscar
novos conteúdos e estratégias para aumentar o nível de conhecimento que já possui
sobre o assunto proposto.
Na educação buscamos sempre avançar com o propósito de melhorar a
qualidade do ensino, assim, de acordo com Valente (1999, p.29): “A mudança
pedagógica que todos almejam é a passagem de uma educação totalmente baseada
na transmissão da informação, na instrução, para a criação de ambientes de
aprendizagem nos quais o aluno realiza atividades e constrói o seu conhecimento.”
Por outro lado, verifica-se que os desafios são muitos quando utiliza-se o
computador na criação de ambientes de aprendizagem, pois, isso implica em
entendê-lo como uma nova ferramenta para representar conhecimentos,
necessitando de reflexão e análise cuidadosa do ensinar e aprender, bem como, o
papel do professor nesse contexto. Sendo assim, a escola também precisa estar
envolvida como um todo para dar suporte as mudanças educacionais necessárias:
A introdução da informática na educação, segundo a proposta de mudança pedagógica, como consta no programa brasileiro, exige uma formação bastante ampla e profunda dos educadores. Não se trata de criar condições para o professor simplesmente dominar o computador ou o software, mas sim auxiliá-lo a desenvolver conhecimento sobre o próprio conteúdo e sobre como o computador pode ser integrado no desenvolvimento desse conteúdo. Mais uma vez, a questão da formação do professor mostra-se de fundamental importância no processo de introdução da informática na educação, exigindo soluções inovadoras e novas abordagens que fundamentem os cursos de formação (VALENTE 1999, p.9).
Entretanto, o professor deve ter em mente o porque e o como integrar o uso
das tecnologias na sua prática pedagógica, sabendo recontextualizar o aprendizado
e as experiências vividas, atingindo assim os objetivos propostos.
A utilização dos softwares educacionais podem, segundo Valente (1999),
ampliar as possibilidades que o professor dispõe para o uso do computador na
construção do conhecimento, criando em alguns momentos certas dificuldades para
o professor quando este deve possuir um conhecimento aprofundado sobre seu uso,
mas, facilitando outras como o aprendizado do aluno.
As novas tecnologias de informação e comunicação, caracterizadas como midiáticas, são portanto, mais do que simples suportes. Elas interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir, de nos relacionarmos socialmente e adquirirmos conhecimentos. Criam uma nova cultura e um novo modelo de sociedade (KENSKI, 2003, p.23).
Atualmente, as tecnologias vêm se desenvolvendo num ritmo acelerado,
estamos vivendo rodeados de recursos tecnológicos. Contudo, alguns professores,
ainda continuam trabalhando de forma tradicional, de modo que torna difícil
despertar no aluno, o qual vivencia uma sociedade tecnológica, o interesse pelos
conteúdos programáticos desenvolvidos em sala de aula.
Entretanto, as tecnologias já estão incorporadas à nossa cultura, provocando
transformações não só no comportamento das pessoas, mas também nas formas de
produzir e adquirir o conhecimento e consequentemente nas formas de ensinar e
aprender.
Softwares Educacionais
Com o advento das tecnologias, o uso de softwares educacionais no
ambiente escolar tornou-se uma importante contribuição ao processo de ensino
aprendizagem e sua utilização tem se tornado cada vez mais comum.
[...]mais uma contribuição importante que as tecnologias digitais trazem à escola. Computadores são objetos interativos com os quais se pode experimentar sem medo de errar. Eles contribuem para trazer de volta ao ambiente escolar a instigante curiosidade de jovens e crianças. Então, o que a escola deve fazer com a tecnologia? Deixar que seja um espaço de produção, de exploração, de experimentação e de colaboração para seus alunos (TORNAGHI, 2010, p.25).
Entretanto, ressaltamos que não é somente o uso da tecnologia que irá dar
qualidade ao ensino, mas sim como ela é utilizada. O professor tem um papel
fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Assim quando se utiliza de
algum software educacional é preciso que conheça antes os limites e
potencialidades desses recursos quanto ao uso e esteja preparado para instigar o
aluno, propondo novas ações e criando situações para que ele aprenda com elas,
construindo o seu conhecimento.
Nos dias de hoje, professores que têm a oportunidade de serem formados continuamente, e que são capacitados para utilizar ferramentas tecnológicas como auxílio na transmissão de conteúdo no processo de ensino-aprendizagem, consequentemente, trabalham com práticas inovadores e resultados muito positivos em sala de aula(WEBER; BEHRENS,2011, p.86).
A utilização de softwares educacionais tem objetivo de facilitar o aprendizado.
Ao serem utilizados como recursos pedagógicos trazem uma enorme contribuição,
proporcionando novas formas de ensinar, promovendo a melhoria da qualidade do
processo de ensino aprendizagem. Conforme consta nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica – Matemática (DCE, 2008): “O trabalho com as mídias
tecnológicas insere diversas formas de ensinar e aprender, e valoriza o processo de
produção de conhecimentos”.
Entre os diversos softwares utilizados em contexto educacional, destaca-se o
JClic e o GeoGebra, que estão presentes para fins didáticos, nos laboratórios de
informática Paraná Digital (PRD) em todas as escolas estaduais do Paraná. Busca-
se investigar as contribuições que os softwares educativos proporcionam ao
processo ensino-aprendizagem. Para tanto, o professor deve estar habilitado para
utilizar e criar um ambiente de aprendizagem, onde se possa oferecer ao aluno
motivação, criatividade, criticidade.
É preciso compreender que as tecnologias da informação e da comunicação transportam formas novas de conhecer e de aprender. [...] É nesta perspectiva que faz sentido mobilizar os professores para a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação na escola. Mas esta utilização deve ter como referência central o próprio conhecimento profissional do professor. Isto é, não se deve instalar como mais uma “moda” ou um “recurso mágico”, mas deve sim ser objeto de um trabalho de apropriação por parte do professor. (NÓVOA, 2004, p.6)
Acredita-se ser fundamental que o professor busque novos conhecimentos
para melhor desenvolver seu trabalho, fazendo a integração da prática pedagógica
com as tecnologias propiciando ao aluno a construção de conhecimentos. Neste
sentido, através dos softwares apresentados, os professores e/ou alunos podem
desenvolver dentro de suas necessidades e/ou dificuldades dos alunos, jogos e
atividades matemáticas para que de forma atrativa e lúdica, consiga resultados mais
rápidos e concretos no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem.
Software JClic
O JClic permite a utilização de aplicações educativas multimídia online,
diretamente da Internet; também um espaço que estimule a cooperação e a troca de
materiais entre educadores e um ambiente para elaboração de atividades
educativas, simples e intuitivas.
A utilização do software JClic poderá promover aulas mais criativas,
dinâmicas, envolvendo alunos em novas descobertas e aprendizagens significativas.
Para a utilização deste software pedagógico na prática educativa, este estudo
enfatizou a importância da educação permanente, que irá capacitar o professor para
atuar como um mediador da aprendizagem interativa, consciente, crítico e inovador,
um eterno aprendiz.
Software GeoGebra
O GeoGebra é um sistema de geometria dinâmica que permite realizar
construções tanto com pontos, vetores, segmentos, retas e funções que podem se
modificar posteriormente de forma dinâmica. Por meio da construção interativa de
figuras e objetos, podemos melhorar a compreensão dos alunos através da
visualização e a percepção dinâmica de propriedade.
Este estudo buscou mostrar que é possível utilizá-lo como ferramenta que
desperte no aluno, de níveis fundamental e médio, o interesse pela busca do
conhecimento matemático através da dinamicidade presente no GeoGebra.
GTR – Grupo de Trabalho em Rede
A realização do GTR para o professor PDE é uma etapa muito importante,
pois a socialização com um grupo de professores, dos mais diversos lugares do
Paraná, sobre o projeto, a produção didático-pedagógica e a implementação, se
torna alvo de críticas, sugestões e trocas de experiências que enriquecem muito o
nosso trabalho. Acredito ser fundamental fazer uma síntese de como foi e relatar um
pouco sobre as temáticas e a opinião de cada professor participante.
Síntese
A participação do grupo neste GTR foi muito importante e muito enriquecedor,
pois as observações e socializações das experiências foram muito positivas, tanto
para o Projeto de Intervenção Pedagógica na escola como para a Produção didático-
pedagógica.
Os professores consideraram o uso dos softwares educacionais como uma
importante ferramenta de apoio às aulas. Assim, constatou-se que aqueles que
ainda não tinham utilizado algum software, afirmaram que já estavam se preparando
para utilizar, buscando aprender e conhecer mais sobre o uso.
Vários colegas participantes neste GTR socializaram ter utilizado o software
GeoGebra em algum momento de suas aulas. E, os outros se interessaram em
conhecer, aprender e começar a utilizar. Como Evelise, quando menciona: “... Estou
muito interessada no uso do software GeoGebra, confesso que ainda não domino
seu uso, mas acredito que com boa vontade podemos adaptar esse recurso no
processo de ensino e aprendizagem de matemática e tornar nossas aulas mais
atraentes e interessantes pois o software permite reflexões num contexto diferente
do da sala de aula...”. E, Graziela “...Lendo o objetivo geral de seu projeto fiquei
muito ansiosa para aprender essas atividades que irão favorecer o desenvolvimento
de conceitos matemáticos em minhas aulas, com o uso desses recursos...”
Isso prova que estamos no caminho certo, tentando conhecer e utilizar novas
ferramentas educacionais e assim contribuir com o processo de ensino e
aprendizagem. Como destaca Denize, “...O aluno gosta de uma aula diferente e
mais dinâmica...”. Não esquecendo que “...no trabalho de educar e ensinar todos os
aplicativos são favoráveis se bem utilizados com objetivos claros daquilo que se
quer alcançar...”
Giovana reforça que “...O uso de softwares educacionais é um importante
aliado dos professores como recurso metodológico, pois permite a abordagem de
vários conteúdos tornando as aulas mais interessantes e criativas...”
Karla considera ser “...importante e essencial o uso dos softwares
educacionais pois nossos alunos são da chamada “Era Digital” e assim sejam
motivados para o processo ensino e aprendizagem. Através dos softwares eles
conseguem comprovar (ligação/ponte) como por exemplo na Geometria Analítica: a
Álgebra com a Geometria e assim ser capaz de construir o conhecimento pela sua
compreensão...”
Muito importante também o que Josefa menciona de sua experiência na
utilização dos softwares, “...confesso que as vezes me acho insegura, talvez por
falta de experiência no manuseio dos mesmos, procuro sempre preparar as aulas
com muito cuidado e quando tenho segurança passo a desenvolver as aulas nos
computadores...”. Assim como a Elizety que também tem a mesma preocupação a
esse respeito, “...Tenho procurado me instrumentalizar para o uso dos softwares,
mas confesso que sempre ficamos meio inseguros, especialmente porque, a
tecnologia nem sempre funciona como gostaríamos...”.
Com certeza é fundamental que estejamos preparados e muito seguros
quando utilizamos qualquer ferramenta tecnológica em nossas aulas. Isso inclui usar
com coerência e também estar preparado se algo não funcionar e ter um “plano B”,
pois o uso das tecnologias não é infalível, pode ocorrer algo imprevisível.
Assim como Neuza destaca “...o professor deverá ter o domínio técnico e
pedagógico para trabalhar com estes softwares, ou seja ser conhecedor para não
efeito contrário. Lembrando sempre que a tecnologia é um recurso, algo a mais a
ser desenvolvido com o aluno...”
Nilton lembra algo fundamental “...Quando se fala em software educacional é
importante que educador e educando aprendam a selecionar as informações
apropriadas, verificando e identificando suas fontes, quem as criou, divulgou-as e
qual a intenção das mesmas...”
Devemos dar a devida importância a todas as tecnologias existentes em
nosso ambiente escolar, não podemos esquecer que tudo o que utilizamos a muitos
anos em sala de aula são tecnologias do momento. Como destacou Julaine, “...O
uso das tecnologias se tornam necessárias neste contexto social, mas não podemos
nos esquecer de que o lápis, o quadro, o giz, o livro didático, CD, DVD, entre tantos
materiais que utilizamos hoje com tanta tranquilidade também são tecnologias, na
época em que surgiram com certeza trouxeram inquietações como estas que temos
hoje...”
Quanto a proposta do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola, foi
considerado conforme Graziela, importante para professores que buscam novas
maneiras de ensinar. César achou interessante pois “...possibilita a elaboração de
conhecimentos matemáticos com o uso de softwares matemáticos, os quais servem
de incentivo ao estudo de nossos alunos dada a atração que sentem por se
envolverem com o desenvolvimento tecnológico...”. Tânia destacou que o tema
escolhido é fundamental nos dias de hoje, visto que “...nossos alunos estão
agitados, impacientes e da forma tradicional, não conseguimos envolvê-los e
comprometê-los com sua aprendizagem...”. Assim, “...É imprescindível propiciar aos
alunos ambientes que lhes garantam não apenas o contato com as tecnologias, mas
formas de pensarem e gerarem conhecimentos, e, em consequência, criar
condições para o surgimento de uma nova cultura matemática...”.
Na opinião da Neuza, “...o projeto integra-se em um processo de busca de
uma nova forma de trabalhar com o conteúdo de matemática, sendo que o aluno
apropria-se do conhecimento de uma forma diferenciada, pois estes são dois dos
recursos tecnológicos que possibilita resgatar e compreender os aspectos
matemáticos inerentes ao processo de exploração e construção dos conceitos de
funções e trigonometria de forma prática e atrativa...”
Algumas situações no Projeto chamaram a atenção de Gilvane, destacando
entre elas “...a necessidade de realmente utilizarmos as chamadas novas
tecnologias disponíveis na escola em prol da aprendizagem do aluno, pois não há
como negar sua existência, o fascínio que elas despertam nos alunos e que nós
professores muitas vezes a ignoramos. Talvez porque sentimos insegurança em
utilizar os softwares matemáticos disponíveis nos laboratório das escolas, pois além
de conhecimento sobre os mesmos e sobre o conteúdo matemático envolvido
precisaríamos ter em mente qual metodologia é mais adequada para não,
simplesmente ser uma aula baseada na transmissão de informações...”. Outra
questão que achou interessante “...é a possibilidade dos professores da escola onde
a produção está sendo implementada poder participar de oficinas que contemplam a
utilização dos softwares (Jclic e Geogebra). Oportunidade de conhecê-los e estudá-
los, para assim incorporá-los nas aulas de matemática. Acredito que conhecer um
pouco mais sobre os softwares e a Produção didático-pedagógica nos permitirá
melhorar nossa prática pedagógica...”
Assim, não posso deixar de socializar importantes considerações como estas:
Denize, “...O importante é começarmos...”
Karla, “...é importante começar, pois é o nosso direcionamento que fará a diferença.
Algumas dúvidas e problemas surgem no começo, por isso temos que ter em mente
o plano B.
Gilvane,“...é mais que necessário estarmos dispostos a alterar nossa forma de ver e
aprender, principalmente quando estamos habituados a fazer a mesma coisa da
mesma maneira, que é rotina. Precisamos estar sempre aprendendo, para mudar ou
melhorar o que fazemos. De certa forma nossos alunos esperam professores
conectados com o mundo "atual e deles", a educação não pode ficar somente
papel...”
Tânia, “...em nenhum momento a tecnologia substitui o professor. É função do
professor definir quando e como usar a tecnologia e fazer a mediação entre a
tecnologia e o aluno, entre o ensinar e o aprender. Portanto, formação continuada
para usar as tecnologias é essencial para que o professor questione-se, informe-se
e comunique-se, ou seja, aos poucos adquira flexibilidade em seu trabalho. Assim,
assume novas posturas e compromissos em sala de aula.”
Sobre a Produção didático-pedagógica podemos concluir que:
Na opinião da Tânia, as atividades sugeridas na produção didático-
pedagógica podem ser utilizadas em sala de aula. O público-alvo tem condições de
aplicá-las a partir do passo a passo criado. Ela ressalta que é importante “o
encaminhamento que é feito a partir do trabalho com o software, o professor é
essencial para o êxito da aprendizagem.”
Josefa comenta que a produção didático-pedagógica apresentada vem ajudá-
la a se preparar melhor, porque as atividades são interessantes pois não vem de
forma isolada, mas com os problemas. “Gostei muito das atividades desenvolvidas,
vou estudar bastante, e sei que vou aproveitar quase todas.”
Evelise achou as sugestões de atividades contidas na produção didático-
pedagógica muito interessantes pois estão envolvendo situações cotidianas o que
torna a compreensão pelo aluno muito mais fácil. Ela acredita que quando
trabalhadas com o uso dos softwares vão motivar o aluno ao sair do ambiente
tradicional de sala de aula. “São excelentes sugestões que vem bem de encontro ao
trabalho que pretendo realizar com meus alunos de 1º ano do E.M. no ano que
vem.”
Giovana comenta que a produção didático pedagógica mostra claramente
seu objetivo e com certeza ela irá usar em suas aulas. Afirma que o público alvo não
terá dificuldades em compreender e aprender pois a produção está bem elaborada,
com etapas organizadas e claras. “Gostei muito das atividades, cada software
promove a aplicabilidade de diferentes conteúdos o que vem facilitar a
aprendizagem.”
Na opinião de Julaine, “a produção didática é muito boa pois proporciona ao
professor poder aplicar o conteúdo usando a tecnologia, o passo a passo das
atividades dá mais segurança ao professor e direciona o seu trabalho...” Ela afirma
que vai utilizar nas suas turmas de 1º ano do ensino médio para função de 1º e 2º.
Denize afirma que “as questões abordadas no projeto são possíveis de
serem usadas em sala de aula, elas se encaixam perfeitamente nos conteúdos do 1º
ano do ensino médio enquanto falamos de funções de 1º e 2º graus e nos
conteúdos do 2 º ano enquanto se fala de trigonometria...”. Também destaca a
importância deste conhecimento para todos os professores poderem avaliar e
trabalhar com as turmas.
Na opinião de César, a produção didático-pedagógica é possível de ser
usada na sua escola desde que sejam feitos alguns reparos necessários nos
computadores. Mas, ele acredita que “...a atividade contribuiria para o sucesso na
aprendizagem de meus alunos...”
Karla comenta que na sua opinião “...as atividades estão ótimas, bem
organizadas, o passo a passo facilita, dá agilidade ao processo de ensino e
aprendizagem. Fica mais fácil para o aluno tanto em funções como na trigonometria
na sala construir no papel e no laboratório nos softwares...” Diz ainda que usará em
suas aulas sempre que possível, pois os alunos ficam motivados e entendem
melhor.
Na análise de Gilvane, ela percebeu que na produção didático-pedagógica
“...as atividades desenvolvidas no GeoGebra apresentam algumas vantagens com
relação as desenvolvidas em sala de aula com apenas papel, lápis e régua, pois
certamente os alunos além de visualizar a solução da situação proposta de imediato
tanto geometricamente como algebricamente, compreenderão melhor os cálculos
que estão sendo desenvolvidos, sem contar que é possível compartilhar tanto a
imagens produzidas como o processo de construção.” Ela destaca ainda que as
sugestões de atividades estão expostas detalhadamente sendo de fácil
compreensão tanto para os professores como para os alunos. Quanto ao JClic,
apesar de não ter utilizado ainda o software, ela percebeu que existem inúmeras
possibilidades de criar atividades educativas não só na área da Matemática.
Afirmando que sem dúvida utilizaria em sala de aula, por saber o quanto esse tipo
de material cativa e estimula o aluno a aprender e compreender a Matemática.
Nilton destaca que “...o GeoGebra é um programa muito dinâmico e
abrangente em vários conteúdos: funções, Teorema de Pitágoras, geometrias,
enfim, vários são conteúdos específicos explorados por esse software, além de ser
livres. Usaria em minhas aulas por diversos motivos e um deles é deixar a aula mais
prazerosa e com isso a motivação dos alunos seriam evidentes. Penso que esse
software pode ser desenvolvido tanto no ensino fundamental quanto no médio, basta
ter a flexibilização dos conteúdos.”
Para Elizety, a produção didático-pedagógica está numa linguagem simples e
com instruções claras e com certeza podem ser aplicada. O que chamou a atenção
dela foi o fato de que podemos fazer uso deles sem o acesso a internet. Ela também
sugere que podemos “...aliar vídeos e com o tempo e a prática usamos outros
aplicativos de internet.”
Para Neuza, os recursos do Geogebra e Jclic e o material produzido são
excelentes. Ela afirma que “...usaria em sala de aula, pois, desenvolve nos alunos o
pensamento reflexivo e crítico estimulando a sua criatividade de forma a incorporar o
conteúdo de funções e trigonometria diferenciando e saindo do tradicional. Os
alunos precisam aprender de variadas formas e o material Didático produzido vem
atender esta necessidade, necessidade a qual possamos experimentar um novo
caminho para ensinar matemática por meio da tecnologia e explorando os próprios
recursos disponíveis na escola.” Destaca ainda que esta é uma alternativa na
possibilidade de diversificar nossas aulas e estimular alunos e professores a
desenvolver atividades e a aplicabilidade do conteúdo em situações reais. E, que ao
propor esta metodologia o professor terá que fazer um bom planejamento com
objetivos bem consistentes.
A Graziela, comentou que até o momento não utiliza em suas aulas, mas, a
partir de agora irá começar a usar o JClic com seus alunos, mostrando as situações
problema, e juntos irão aprender a lidar com o software.
A socialização dos avanços e desafios enfrentados durante a fase de
Implementação Pedagógica na escola com o grupo foi muito importante. Conforme
ocorriam os relatos de como estavam sendo os encontros, as experiências e
resultados os cursistas puderam ter maior clareza de como e em qual situação
utilizar os softwares. Refletindo e opinando sobre os resultados que foram
apresentados, trazendo contribuições para o debate. Esse foi um momento muito
importante para o desenvolvimento do trabalho no PDE, pois as sugestões e
contribuições dos colegas só enriqueceram este trabalho.
Verificou-se que o grupo estava mesmo interessado e disposto a aprender e
utilizar os softwares em suas aulas. Percebendo-se que o uso só traz benefício e
facilita a visão do aluno ao conteúdo melhorando a sua aprendizagem. Conforme
comentários do grupo, quando planejamos, discutimos e praticamos sentimos mais
segurança em nos arriscar a utilizar os softwares com os alunos, incorporando essa
utilização na prática pedagógica.
Como sugestão foi citado que a produção didático-pedagógica deveria ser
disseminada para os outros profissionais da educação, em forma de cursos. Para
que mais professores tivessem a oportunidade de ter acesso a este material.
Também foi comentado sobre formar grupos de estudos entre os professores, para
trocar experiências, como uma alternativa para o bom uso dos softwares.
Enfim, acredita-se que foi conseguido repassar aos participantes do GTR
como foram se desenvolvendo os encontros, facilitando assim a compreensão e
assimilação das atividades propostas. Conforme mencionaram no fórum, se todos os
professores pudessem se aprimorar poderíamos melhorar a qualidade de nossas
atividades, trabalhos e provas. É fundamental conhecer os softwares para utilizá-los,
o que proporcionará um resultado muito positivo.
Estratégias de ação na implementação do projeto de intervenção na escola
A implementação do projeto ocorreu no Colégio Estadual Tancredo Neves em
Francisco Beltrão, Paraná, com o objetivo principal de capacitar os professores de
matemática do colégio para desenvolver práticas, elaborando atividades utilizando-
se dos softwares educacionais JClic e GeoGebra, orientando seu trabalho em sala
de aula nos conteúdos de Funções, Geometria Plana e Trigonometria.
Foram desenvolvidas oficinas com os professores, em oito encontros, de
quatro horas cada, onde foram realizadas atividades de familiarização com as
ferramentas e funcionalidades dos softwares, e atividades matemáticas envolvendo
os conteúdos acima citados. O local utilizado para realização destas oficinas foi o
laboratório de informática (PRD e ProInfo) do Colégio. Cada professor poderia levar
o seu computador caso achasse necessário. O horário e as datas destas oficinas
ocorreram respeitando-se a organização escolar e a disponibilidade de horários dos
professores envolvidos.
O primeiro encontro foi muito produtivo, mesmo estando no laboratório de
informática, a maioria dos professores decidiu trazer seus notebooks, com o
programa já instalado, alguns preferiram realizar as atividades nos computadores do
laboratório mesmo, que já tem o software instalado.
Inicialmente o Software GeoGebra foi apresentado detalhadamente passo a
passo com suas ferramentas, cada professor ia manuseando e verificando
juntamente no seu computador. Foram elaboradas várias atividades de ambientação
para que todos pudessem conhecer melhor o software e entregue para cada
professor. Assim todos iam acompanhando a medida que fazíamos juntos no
projetor multimídia. Dava início às atividades, mostrando como se realizava e eles
faziam no seu computador, quando surgia dúvidas, voltávamos e explicávamos
novamente. Trabalhamos este software em quatro encontros, tendo a produção
didático-pedagógica como base para o desenvolvimento das atividades.
No quinto encontro iniciamos com o Software Jclic, da mesma forma com
atividades de ambientação do software e depois nos outros três encontros com as
atividades que estavam na produção didático-pedagógica. No encontro final cada
professor apresentou sua opinião feita a partir das atividades elaboradas no decorrer
das oficinas, refletindo sobre o uso dos softwares utilizados.
Considerações Finais:
O objetivo deste trabalho foi de contribuir para a formação continuada dos
professores de matemática, por meio da apresentação de uma proposta de
desenvolvimento de atividades que favoreçam o desenvolvimento de conceitos
matemáticos, utilizando-se dos softwares educacionais JClic e GeoGebra como
ferramentas estimuladoras no processo de ensino e aprendizagem, visando tornar
as aulas de matemática mais dinâmicas, interessantes e criativas. Também o de dar
aos professores oportunidade de organizar atividades utilizando os softwares
educacionais, que pudessem ser utilizadas nas suas aulas visando à aprendizagem
de conceitos matemáticos além de gerar espaços de reflexão acerca da
metodologia.
Assim, durante todo este período foi observado que mesmo que alguns
poucos professores ainda tenham dificuldades em manusear o computador, a
vontade em aprender e utilizar coisas novas é muito grande. O professor quer levar
para sala de aula e mostrar aos alunos algo novo, tornando as aulas mais
dinâmicas, por isso está superando os desafios de aprender a utilizar as tecnologias
na educação. O professor está buscando por informações e atualizações que
melhorem a sua prática pedagógica e a qualidade de ensino e aprendizagem.
Podemos dizer que hoje a utilização das tecnologias na educação está sendo vista
com outro olhar pelo professor devido as possibilidades de ensino e aprendizagem
que elas podem proporcionar.
Pode-se afirmar que este trabalho foi muito produtivo, visto que todos os
professores participantes tanto do GTR como da implementação pedagógica na
escola, conseguiram realizar as atividades propostas e conhecer um pouco mais
sobre os softwares. E assim, puderam verificar que não é difícil trabalhar com eles.
Na opinião dos professores participantes da implementação foi uma excelente
oportunidade de ver ou rever que alguns conteúdos matemáticos como funções,
geometria e álgebra, bem como a combinação entre estes, por exemplo, podem se
tornar muito mais interessantes quando trabalhados utilizando softwares como o
Geogebra. Logo, trabalhando com esta ferramenta de ensino e aprendizagem temos
a possibilidade de dinamizar o nosso trabalho com os alunos, proporcionando e
muitas vezes resgatando o prazer de estudar esta disciplina. É muito prazeroso
tanto na elaboração da atividades pois permite que o professor personalize a
atividade de acordo com a turma ou grupo de alunos, quanto no desenvolvimento
das mesmas pelos alunos.
Pode-se concluir que o uso de softwares educacionais possibilita que o aluno
realize demonstrações e construções muitas vezes difíceis de se fazer
manualmente. Essa realização, através dessas tecnologias permite induzir
demonstrações formais para certas proposições elementares. Essas construções
podem ser revistas, alteradas, levando o aluno a compreender propriedades que em
muitas vezes passam despercebidas.
Outro aspecto positivo das novas tecnologias é que além de trabalharem a
linguagem escrita, ela se apoia em fatores visuais, o que torna a aprendizagem
muito mais significativa. Dessa forma o aluno têm a possibilidade de se apoiar na
linguagem matemática e, além disso, pode analisar os seus resultados através de
imagens, possibilitando um incentivo a mais para os alunos se interessarem pela
matemática.
Este trabalho trouxe a oportunidade de criar novas estratégias metodológicas
que contribuem na superação das grandes dificuldades enfrentadas por nós
educadores em sala de aula, pois chamar a atenção para que o aluno estude e
entenda os conteúdos de matemática sem recusas, necessita-se ir além da
resolução de atividades, é preciso criar situações de investigação e de interpretação,
refletir criticamente sobre o que se está aprendendo, para se ter ideia e
compreensão de possíveis aplicações, tanto pelo professor quanto pelo aluno.
Constatamos também que não podemos esquecer que, além dos softwares
educacionais, é necessário observarmos a metodologia que os utilizará, como
também considerarmos o conhecimento do aluno acerca do assunto a ser
desenvolvido e os recursos disponibilizados no ambiente escolar. Algumas vezes, no
entanto, essa conciliação se torna um pouco difícil a nós, professores, por estarmos
muito ligados a outras formas de trabalho, práticas essas que não incluem o uso das
novas tecnologias.
Não podemos negar que a utilização dos softwares educacionais na escola,
mesmo com as dificuldades existentes, é uma prática que está se firmando como
ferramenta importante no processo de ensino e aprendizagem, desempenhando
papel relevante na exploração dos conteúdos matemáticos, permitindo não só
análise crítica, mas também a construção dos saberes.
Diante das atividades que aprendemos no curso, percebemos que é um
trabalho que requer planejamento minucioso e disponibilidade de recursos, mas
acreditamos que, pela troca de experiências, principalmente em cursos, como esse,
que enriquecemos nosso trabalho, e temos a oportunidade de melhorar nossa
prática pedagógica.
Considerando também as concepções dos professores participantes do curso,
sobre a utilização dos softwares educacionais na educação, todos concordam que
estas devem ser incorporadas ao nosso trabalho, julgando-se ser imprescindível a
permanente formação continuada para que, dentre outras habilidades, possamos
adequar as diferentes tecnologias de acordo com o contexto escolar em que
estamos inseridos, e utilizá-las como instrumentos de apoio no processo de ensino e
aprendizagem.
Desta forma, verificamos que a utilização dos softwares educacionais “JClic e
GeoGebra” nas atividades escolares, nas aulas de matemática, possibilita ao aluno
maior socialização do conhecimento, permite aprender os conceitos de forma
significativa e prazerosa, considerando que a utilização de tais recursos didáticos
oportuniza ao aluno interagir diretamente com outros programas de computador e
aplicativos, os quais aprimoram, de forma significativa, a aprendizagem, promovem
a construção e apropriação de novos conhecimentos e reforçam os conceitos já
trabalhados em sala de aula.
Referências:
HOHENWARTER, Markus; HOHENWARTER, Judith. Ajuda GeoGebra – Manual Oficial da Versão 3.2, 2009. Disponível em: <www.geogebra.org/help/docupt_PT.pdf> Acesso em: 09 mai 2013.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP:Papirus,2003.
NÓVOA, António. Entrevista concedida por e-mail em outubro de 2004 ao CRE Mário Covas/SEE-SP, 2004. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ent/antonio_novoa.pdf> Acesso em: 02 jun 2013.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica: Matemática. Curitiba:SEED, 2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Manual para o uso do JClic. Curitiba:SEED/DITEC, 2010. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=167> Acesso em: 08 mai 2013.
SCACHETTI, Ana Ligia. Tecnologia sozinha não aprimora o aprendizado. Nova Escola. Edição 253. Jun./Jul. São Paulo:2012. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/tecnologia-sozinha-nao-aprimora- aprendizado-ensino-educacao-693951.shtml> Acesso em: 28 mai 2013.
TORNAGHI, Alberto. Revista TV Escola. Tecnologias na Educação. 1 ed. março/abril, 2010. p 24-25. Disponível em: <http://tvescola.mec.gov.br/index.php? Itemid=225&catid=91:revista-da-tv-escola&id=266:revista-tv-escola-tecnologias-na- educacao-1o-ed&option=com_content&view=article> Acesso em: 28 mai 2013.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – Instituto Geogebra no Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.professores.uff.br/hjbortol/geogebra/geogebra.overview.html>. Acesso em: 08 mai 2013.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. GEOGEBRA Aplicações ao Ensino da Matemática. Programa de verão–2009. Departamento de Matemática–UFPR. Curitiba, Mar 2009.
VALENTE, José Armando (Org.) O computador na sociedade do conhecimento. Campinas,SP:UNICAMP/NIED,1999.
WEBER, Maíra Amélia Leite; BEHRENS, Marilda Aparecida. A formação continuada dos docentes com a integração de tecnologias. Curitiba:2011. Revista Intersaberes. V6. N11. p. 70-89. Disponível em: <http://www.grupouninter.com.br/intersaberes/index.php/revista/article/view/25>. Acesso em: 02 jun 2013.