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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

1. FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA TURMA – PDE/2013

Título Modelagem Matemática da Produção e da Geração de Renda para o Sustento Familiar

Autor Cimara de Godoy Bueno

Disciplina/Área Matemática/Matemática

Escola de Implementação

do Projeto e sua

Localização

Colégio Estadual do Campo José Martí – Ensino

Fundamental e Médio.

Assentamento 8 de Abril.

Município da Escola Jardim Alegre – Paraná

Núcleo Regional de

Educação

Ivaiporã – Paraná

Professor Orientador Prof. Dr. Paulo Laerte Natti

Instituição de Ensino

Superior

Universidade Estadual de Londrina – UEL

Relação Interdisciplinar Disciplina de Arte, Português e Geografia.

Resumo O referido projeto de intervenção pedagógica tem

como objetivo propiciar oportunidades de

aprendizagem através de uma metodologia nova,

a Modelagem Matemática e a Etnomatemática,

que partem da realidade do educando,

aproximando o conhecimento científico com o

conhecimento do cotidiano, proporcionando

assim a possibilidade da transformação da vida

no campo. Esse trabalho será realizado com

educandos do 7º ano e tem por objetivo trabalhar

as operações básicas: porcentagens, lucros,

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tabelas e gráficos. Neste processo pretendem-se

através de questionários, palestras, visitas e

cálculos matemáticos envolver o educando no

processo de ensino e aprendizagem,

despertando nos educandos a curiosidade em

relação a forma como a matemática contribui

para a compreensão da realidade do campo.

Palavras-chave Modelagem Matemática. Agricultura Familiar.

Ensino Aprendizagem. Cálculos Matemáticos.

Formato do Material

Didático

Unidade Didática

Público Alvo Alunos do 7º ano do Ensino Fundamental

2. APRESENTAÇÃO

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Esta proposta tem como finalidade resgatar de forma concreta o processo de

ensino e aprendizagem para que assim, atenda as reais necessidades do educando

que é aprender com significado.

Não são os conteúdos ensinados na escola que estão errados ou que sejam

desnecessários, mas é necessário descobrir novas metodologias e estratégias que

apresentem esses conteúdos de forma mais interessante, que perpassem a

realidade do educando e através desse processo haja transformação. Assim,

pretende-se que esses conteúdos matemáticos contribuam para a formação humana

de forma mais consistente, produzindo conhecimento que refletirá na contribuição

para a transformação da realidade.

Neste contexto, a Produção didática pedagógica que ora apresentamos tem

como um dos principais recursos epistemológicos a Modelagem Matemática, uma

ferramenta pedagógica que busca ensinar os conteúdos, mas que esses conteúdos

possam contribuir para explicações dos fenômenos naturais e sociais do cotidiano

dos educandos.

A problemática a ser estudada é a produção de renda na agricultura familiar.

Será estudada a dinâmica da vida no campo e prática na agricultura, desde a

produção, beneficiamento e comercialização, até como se produz a existência e a

sustentabilidade da propriedade. Também serão discutidas as possíveis fontes de

renda e a problematizando da produção de riqueza nas diversas atividades agrícolas

das famílias dos educandos. Dessa forma, por meio da Modelagem Matemática será

possível questionar e problematizar aspectos em torno dos conceitos de auto

sustento, auto consumo e sustentabilidade no contexto da produção agrícola dos

educandos e seus familiares. Este trabalho se atenta na possibilidade de contribuir e

apontar necessidades de planejamento, organização, aplicação do conhecimento,

incentivando a participação dos educandos nesse processo valorizando e

otimizando o trabalho no campo. Esta Produção Didática Pedagógica se caracteriza

no formato de Unidade Didática, que será aplicado no 7º ano do Ensino

Fundamental do Colégio Estadual do Campo José Martí – Ensino Fundamental e

Médio, no Assentamento 8 de Abril, Jardim Alegre – Pr.

A Modelagem Matemática da produção e de geração de renda para o

sustento familiar possibilitará a aquisição de conhecimentos dentro de um processo

que parte do interesse do educando, que é melhoria de vida no campo. Os

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conteúdos matemáticos irão ao encontro das questões apontadas da seguinte

forma:

Visando a sustentabilidade, buscando nos cálculos matemáticos indicativos para

as soluções dos problemas do sistema de trabalho na produção de renda.

Fazendo levantamento de dados, hipóteses, situações-problemas com dados

reais do dia-a-dia, possibilitando resolver problemas vivenciados pelos educandos.

Trabalhar lucros, porcentagens, operações básicas, gráficos, tornando a

matemática viva, não estanque e que não leva a nada, mas que se relaciona com

outras questões, inclusive de outras áreas do conhecimento.

Levar os educandos a um processo de ensino e aprendizagem que proporcionará

a eles possibilidades de transformação no campo, através daquilo que aprenderam.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A educação existe por toda a parte e, muito mais do que a escola, é o resultado da ação de todo meio sociocultural sobre os seus participantes. É o exercício de viver e conviver o que educa. A escola de qualquer tipo é apenas um lugar e um momento provisório onde isto pode acontecer. (BASSANEZZI, 2004, p. 15).

Caldart compreende a educação como:

Um tipo de prática social que fundada na produção de saberes ou de conhecimentos, na especificidade de relações entre o ensino e aprendizagem e, finalmente, nas transformações pessoais que potencializaram a humanidade, ou seja, que tornaram os seres humanos mais humanos (CALDART, 2006, p. 104).

De acordo com a Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (BRASIL,

1996) a educação é um direito de todos e um dever do estado. Ela pode acontecer

na cidade e no campo. Em seu artigo 28, estabelece as seguintes normas para a

educação no campo:

Na oferta da educação básica para a população rural, os sistemas de ensino proverão as adaptações necessárias à sua adequação, às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; II – organização escolar própria, incluindo a adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; III – adequação à natureza do trabalho na zona rural (BRASIL, 1996).

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A definição de escola pública do/no campo é lei e está assegurada no

parágrafo único do art. das Diretrizes Operacionais para Educação Básica nas

Escolas do Campo:

A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação as questões inerentes a sua realidade, ancorando-se na sua temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de Ciência e Tecnologia disponível na Sociedade e nos Movimentos Sociais em defesa de projetos que associem as soluções por essas questões a qualidade social da vida coletiva do país. (MEC, 2002, p. 37).

A Educação do Campo nasceu como mobilização/pressão de movimentos sociais por uma política educacional para comunidades camponesas: nasceu da combinação das lutas dos sem-terra pela implantação de escolas públicas nas áreas de reforma agrária com as lutas de resistência de inúmeras organizações e comunidades camponesas para não perder suas escolas, suas experiências de educação, suas comunidades. (SANTOS, 2008, p. 71).

É necessário esclarecer que a definição de escola do campo só faz sentido

quando pensado o projeto de desenvolvimento do campo, na perspectiva da classe

trabalhadora. Essa definição está referendada no parágrafo único do art. 2º das

Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo (MEC,

2002).

Segundo as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do

Paraná – Educação do Campo: “A perspectiva de educação do campo se articula a

um projeto político e econômico de desenvolvimento local e sustentável a partir da

perspectiva dos interesses dos povos que nele vivem”.

A concepção de campo tem seu sentido cunhado pelos movimentos sociais no final do século XX, em que referencia à identidade e cultura dos povos do campo, valorizando-os como sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados à vida na terra. Trata-se do campo lugar de trabalho, de cultura, da produção de conhecimento na sua relação de existência e sobrevivência. (DCEC, 2010, p. 24).

O processo de construção das Diretrizes Curriculares de Educação do Campo

(DCEC,2010) foi um avanço muito grande, pois a educação do campo, por muito

tempo foi tratada com descaso em seu currículo, geralmente, apresentou-se distante

da realidade e das necessidades de quem vive e trabalha no campo. De acordo com

o Dossiê do MST (Movimentos Sem Terra):

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Um dos princípios fundamentais da proposta pedagógica do MST é de que nas escolas dos assentamentos toda aprendizagem e todo ensino devem partir da realidade. Mas o que entendemos por realidade? Realidade é o meio em que vivemos. É tudo aquilo que fazemos, pensamos, dizemos e sentimos da nossa vida prática. E o nosso trabalho. É a nossa organização. É a natureza que nos cerca. São as pessoas e o que acontece com elas. São os nossos problemas do dia-a-dia e também os problemas da sociedade que se relacionam com nossa vida pessoal e coletiva. (MST, 2005, p.51).

Nesse sentido o MST é um dos movimentos sociais que vem contribuindo

para a Educação do Campo, educação essa que vem ganhando espaço. Porém, as

escolas do campo, na maioria das vezes, tem o mesmo ensino da cidade, fugindo do

ensino da realidade do campo, ou seja, a teoria não condiz com a prática dos

camponeses. A escola do campo tem que ser compreendida como o local de

apropriação de conhecimentos científicos na mediação do conhecimento do trabalho

e da vida, pois o que é aprendido na escola deve estar relacionado com a vida do

educando, dos seus pais e da comunidade camponesa. Sendo assim eles vão

entender melhor o mundo em que vivem, para a sua emancipação humana e

transformação social.

Segundo o Dossiê MST Escola:

Não podemos nos contentar em conhecer e compreender só as coisas, as relações, a história, o funcionamento do nosso Assentamento, o que está a nossa volta. Precisamos conhecer também àquilo que não vemos todo dia e que a humanidade já descobriu. (MST, 2005, p. 33).

Saviani diz que:

É fundamental o domínio do conhecimento científico clássico para a formação da classe trabalhadora, mas não devem ser transmitido mecanicamente como se fazia a pedagogia tradicional, pois se assim for feito, em nada contribuiremos para a construção de uma sociedade igualitária. “Assim a transformação da igualdade real está associada à transformação dos conteúdos formais, fixos e abstratos, em conteúdos reais, dinâmicos e concretos”. (SAVIANI, 1995, p. 74).

Neste sentido, as tendências Etnomatemática e Modelagem Matemática,

indicadas nas Diretrizes Curriculares de Matemática do Estado do Paraná, são

suportes metodológicos para relacionar a aprendizagem escolar com situações do

seu contexto social. Conforme as Diretrizes Curriculares de Educação Básica de

Matemática:

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O papel da etnomatemática é reconhecer e registrar questões de relevância social que produzem o conhecimento matemático. As manifestações matemáticas são percebidas por meio de diferentes teorias e práticas, das mais diversas áreas que emergem dos ambientes culturais. E que a modelagem matemática tem como pressuposto a problematização de situações do cotidiano. Ao mesmo tempo em que propõe a valorização do aluno no contexto social, procura levantar problemas que surgem de questionamentos sobre situações de vida. (DCE, 2008, p. 64).

A Modelagem é um método de ensino da matemática, que faz interagir a

realidade com a matemática. Segundo Biembengut e Hein:

Modelagem Matemática é o processo que envolve a obtenção de um modelo. Este, sob certa óptica, pode ser considerado um processo artístico, visto que, para se elaborar um modelo, além de conhecimento matemático, o modelador precisa ter uma dose significativa de intuição e criatividade para interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático melhor se adapta e também ter senso lúdico para jogar com as variáveis envolvidas. (BIEMBENGUT e HEIN, 2003, p.12).

A Modelagem Matemática é uma metodologia que causa no educando mais

interesse pelo estudo de matemática. Ela auxilia no processo ensino-aprendizagem,

tornando o aluno capaz de enxergar a matemática em nosso cotidiano, de forma

prática e objetiva, não apenas aquela vista nos livros didáticos, sem vida e distante

realidade do seu dia-a-dia. Ela ajuda a causar o desenvolvimento do educando

como cidadão crítico e transformador de sua realidade, preparando-o para futuras

profissões nas mais diversas áreas do conhecimento.

Quando tratamos a matemática associada a forma cultural distinta, aplicamos

o conceito de Etnomatemática. De acordo com D’Ambrosio:

Um importante componente da etnomatemática é possibilitar uma visão crítica da realidade, utilizando instrumentos de natureza matemática. Análise comparativa de preços, de contar, de orçamentos proporcionam excelente material pedagógico. (D’AMBROSIO, 2005, p. 23).

De acordo com Bassanezi:

Diferentes concepções de ensino de Matemática é consequência de diferentes concepções sobre a própria Matemática. Quando se assume a visão de Matemática como algo presente na realidade concreta, sendo uma estratégia de ação ou de interpretação desta realidade, se está adotando uma postura de etno/modelagem. Entendemos por etnomatemática, a matemática praticada e elaborada por um grupo cultural e que está presente nas mais diversas situações da vida. (BASSANEZI, 2004, p.207-208).

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Paulo Freire explicava:

O que eu proponho é um trabalho pedagógico que, a partir do conhecimento que o aluno traz, que é uma expressão da classe social à qual o educando pertencem, haja uma superação do mesmo, não no sentido de anular esse conhecimento ou se sobrepor um conhecimento a outro. O que se propõe é que o conhecimento com o qual se trabalha na escola seja relevante e significativo para a formação do educando. Professores e professoras, alunos e alunas seriam parceiros na conquista do conhecimento emancipador: o entusiasmo, a alegria de aprender, o sentido de partilha na descoberta, a curiosidade, seriam cultivados na relação pedagógica. “O professor tem o dever de ‘reviver’, de ‘renascer’ a cada momento de sua prática docente para que os conteúdos que ensina seja algo vivo e não noções petrificadas” [...]. (SOUZA, 2001 p. 190).

4. MATERIAL DIDÁTICO

Essa unidade didática consiste na interação entre a teoria e a prática por meio

da aplicação da Modelagem Matemática e Etnomatemática no processo ensino

aprendizagem explorando conteúdos matemáticos na produção de renda dos

agricultores.

4.1 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

ATIVIDADE 1: Aplicação do questionário diagnóstico.

No início da implementação do projeto será aplicado um questionário que tem

por objetivo fazer sondagem para verificar o conhecimento dos educandos em

relação à importância da matemática, sobre certos conceitos matemáticos a serem

utilizados no decorrer das aulas e o uso dos mesmos no seu cotidiano. Segue

abaixo o questionário.

1. Você acha importante a matemática? Justifique.

( ) sim ( ) não

2. Você sabe de alguma situação do agricultor onde ele tem que realizar

cálculos matemáticos? Quais?

( ) sim ( ) não

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3. Você conhece medida de área?

( ) sim ( ) não

4. Você sabe o que é autossustento? Justifique.

( ) sim ( ) não

5. Você sabe o que é autoconsumo? Justifique.

( ) sim ( ) não

6. Você sabe o significa economia? Justifique.

( ) sim ( ) não

7. Você sabe o que é renda? Justifique.

( ) sim ( ) não

8. Você sabe de onde vem a renda da sua família? Dê um exemplo.

( ) sim ( ) não

9. Você conhece o preço de compra e de venda dos produtos?

( ) sim ( ) não

10. Você compra tudo que consome com a alimentação? Quais produtos que

você compra e quais os que você não compra?

( ) sim ( ) não

ATIVIDADE 2

Objetivos

Conhecer o conceito de autossustentabilidade, autoconsumo, autossustento,

economia e renda.

Apropriar do conhecimento sobre o conceito.

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Procedimentos: Pesquisar o conceito de autossustentabilidade,

autoconsumo, autossustento, economia e renda.

ATIVIDADE 3

Objetivos

Obter informações para planejar uma melhor produtividade no lote

(respeitando época do plantio, rotatividade de cultura, preparação do terreno...).

Identificar diversas possibilidades de geração de renda no lote.

Procedimentos: Palestra ministrada com um profissional da área –

Agrônomo ou Técnico Agrícola, que irá discorrer sobre a organização e

planejamento do lote.

ATIVIDADE 4

Objetivos

Conhecer uma propriedade com plantio diversificado.

Observar a importância do trabalho familiar em uma propriedade.

Adquirir conhecimento de como trabalhar em conjunto.

Conhecer a importância da matemática no orçamento e no consumo familiar.

Procedimentos: Visita em uma propriedade onde o agricultor tem uma

produção diversificada. Entrevista com o proprietário. Questões a serem abordadas:

A quanto tempo está no lote?

Como eram as condições financeiras quando chegou no lote?

Quantos alqueires paulista tem o lote?

Como foi aplicado o investimento?

Qual a área de cultivo?

Qual a produção anual?

O que se comercializa?

ATIVIDADE 5

Objetivos

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Organizar e compreender os dados da planilha, adquiridos na propriedade

com produção diversificada.

Realizar os cálculos matemáticos.

Procedimentos: O agricultor fornecerá a quantidade produzida anualmente de

cada item da planilha.

PRODUÇÃO FAMILIAR

Item Unidade Quantidade Consumo Valor unitário

Valor total

Arroz

Feijão

Leite

Carne bovina

.......

ATIVIDADE 6

Objetivos

Desenvolver a noção de mapas e legendas.

Desenvolver a noção de cálculos de área; aplicar a porcentagem e

representar os resultados no gráfico de barras.

Procedimentos: Construir um mapa da propriedade com referencias no mapa

do assentamento e imagens do “google mapas”. Calcular as porcentagens da área

de cada divisão ocupada pelo lote. Construir gráficos de barras com os dados da

tabela e os resultados obtidos.

ATIVIDADE 7

Objetivo

Comparar o valor pago ao produtor de um determinado produto com o valor

vendido no mercado.

Procedimento: Pesquisar com pessoas do assentamento que entregam leite o

valor que é pago pelos laticínios da região e pesquisar o preço que é pago no

mercado. Fazer os cálculos de porcentagens, colocar os dados na tabela e fazer a

representação gráfica.

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ATIVIDADE 8

Objetivos

Apresentar o trabalho a comunidade escolar.

Procedimentos: Em teatro, organizar uma apresentação para as famílias

expondo de forma clara e objetiva os conceitos de autossustento, sustentabilidade e

autoconsumo, estabelecer as diferenças entre agricultura familiar e agronegócio.

ATIVIDADE 9: Reaplicação do questionário diagnóstico.

Reaplicar o questionário do início das atividades, para a verificação de

aprendizagem.

5. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Primeiramente será feito a apresentação da proposta de intervenção

pedagógica à direção, à equipe pedagógica e aos educadores da escola onde a

implementação será realizada no decorrer do período. Posteriormente, a proposta

será apresenta aos educandos do 7º ano, expondo os objetivos da proposta de

intervenção, que tem como tema produção e geração de renda para sustento

familiar.

Em seguida será aplicado um questionário para a verificação do

conhecimento sobre conceitos matemáticos e o uso dos mesmos em questões

relacionadas à agricultura familiar, que serão trabalhadas no decorrer das aulas.

Para que os educandos compreenda melhor o que será trabalhado é preciso

que eles saibam alguns conceitos e isto se dará através da interdisciplinaridade com

a disciplina de português, onde os educandos farão pesquisa na internet ou

dicionário, para saber os conceitos de autossustentabilidade, autoconsumo,

autossustento, economia e renda.

Será ministrada uma palestra por um Agrônomo ou Técnico Agrícola, que irá

apresentar as possibilidades de obter uma melhor renda através da diversificação da

produção. Ele trabalhará também a questão de produzir sem afetar o meio ambiente

e a saúde do agricultor.

Para melhor entender a renda na agricultura familiar será feita uma visita a

uma propriedade que tem produção diversificada. O agricultor mostrará sua

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propriedade e explicará como produzir para o seu autoconsumo e autossustento. Os

educandos realizarão uma entrevista com questões relacionadas à agricultura

familiar. As questões estão na atividade 4.

Em outra atividade o educando e sua família irão preencher em uma planilha

informações de produtos que são produzidos e consumidos por eles.

Com os dados da planilha os educandos irão organizar os mesmos em uma

tabela, separando os itens que tem valor monetário dos que não tem valor monetário

e assim poderá calcular o valor total de cada item de acordo com o valor unitário

fornecido pela educadora.

A educadora de Geografia com os educandos irão realizar uma pesquisa no

“google mapas” e observarão a propriedade que eles visitaram e também cada

educando poderá visualizar o seu lote. Tendo o mapa do assentamento como

referencia, irão construir um mapa da propriedade visitada. Nesse mapa apontarão

de forma aproximada a área de cultivo para cada atividade desenvolvida (pastagem,

lavoura, produção diversificada, sede, carreador).

A partir do mapa os educandos irão calcular a porcentagem da área de cada

divisão ocupada pelo lote. Vão construir uma tabela e fazer a representação no

gráfico de barras.

Através de uma pesquisa com os pais ou pessoas do assentamento, que

entregam leite para os laticínios, os educandos irão fazer uma comparação com o

valor pago por todos os laticínios, que compram o leite dos produtores do

assentamento, com o valor que é pago no mercado. Com todos os dados eles farão

os cálculos de porcentagens para verificar o percentual que irá pagar pela compra

do leite no mercado, com os resultados obtidos irão colocar os dados na tabela e

fazer a representação gráfica.

A educadora de artes, juntamente com os educandos, irão apresentar através

de um teatro para a comunidade escolar os conceitos de autossustento,

sustentabilidade, autoconsumo de forma clara e objetiva, pois muitas vezes as

famílias não os conhecem.

Para finalizar a implementação do projeto de intervenção pedagógica, o

questionário que foi aplicado aos educandos no início será reaplicado novamente,

para verificar o aprendizado em relação ao que foi trabalhado.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se que com esta unidade didática fundamentada nas tendências

metodológicas da Modelagem Matemática e da Etnomatemática que os educandos

tenham uma visão mais contextualizada do ensino de matemática. Espera-se que

esse projeto possa envolver o educando no processo de ensino e aprendizagem,

despertando nos educandos a curiosidade em relação à forma como se produz a

vida na terra. Compreendendo a complexidade da vida no campo, problematizar a

geração de renda familiar, realizar um levantamento de dados sobre a produção

agrícola dos educandos, proporcionando assim, o ensino de matemática com

significado.

7. REFERÊNCIAS

BASSANEZI, Rodney Carlos. Ensino-Aprendizagem com Modelagem Matemática. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2004.

BIEMBENGUT, Maria Salett; HEIN, Nelson. Modelagem Matemática no Ensino. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2003.

BRASIL, 1996. Disponível em: http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=102480. Acessado em 03 de junho de 2012.

CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra. Petrópolis: Vozes, 2000.

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática: Da Teoria à Prática. Coleção Perspectivas em Educação Matemática. Campinas, SP: Papirus, 1996. D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Etnomatemática – Elo entre as Tradições e a Modernidade. Coleção Tendências em Educação Matemática. 2ª ed. 1ª reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. DCE. Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná: Matemática. Curitiba: SEED, 2008. DCEC. Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná: Educação do Campo. Curitiba: SEED, 2010.

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MEC, 2002. Disponível em:http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012002.pdf. Acessado em 03 de junho de 2012.

MST. Dossiê MST escola: documentos e estudos 1990-2001. Edição especial. Caderno de educação, n°13, ITERRA, 2005.

SANTOS, Clarice Aparecida dos. Por uma Educação do Campo. Brasília: Incra, MDA, 2008.

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. São Paulo: Autores Associados, 1995.

SOUZA, Ana Inês. Paulo Freire. Vida e Obra. São Paulo: Expressão Popular, 2001.