OP 2878 Análise da Situação de Saúde do Catarinense ADP-02870 · dos processos de trabalho e de...

50
ADP-02870 Dezembro/2011 SAÚDE DO CATARINENSE ESTADO DE SANTA CATARINA Secretaria de Estado da Saúde Sistema Único de Saúde – SUS Diretoria de Vigilância Epidemiológica 17 DE NOVEMBRO DE 1889 ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE

Transcript of OP 2878 Análise da Situação de Saúde do Catarinense ADP-02870 · dos processos de trabalho e de...

ADP-02870

Dezembro/2011

SAÚDE DOCATARINENSE

ESTADO DE SANTA CATARINASecretaria de Estado da SaúdeSistema Único de Saúde – SUSDiretoria de Vigilância Epidemiológica

17 DENOVEMBRO

DE 1889

O.P

. 2

87

8C

OM

PO

SIÇ

ÃO

E I

MP

RE

SS

ÃO

:

ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE

ESTADO DE SANTA CATARINASecretaria de Estado da SaúdeSistema Único de Saúde – SUSDiretoria de Vigilância Epidemiológica

17 DENOVEMBRO

DE 1889

ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE

DO CATARINENSE

Dezembro/2011

GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINAJoão Raimundo Colombo

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINAEduardo Pinho Moreira

SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDEDalmo Claro de Oliveira

SECRETÁRIA ADJUNTA DE ESTADO DA SAÚDERosina Moritz dos Santos

SUPERINTENDENTE DE VIGILÂNCIA EM SAÚDEWinston Luiz Zomkowski

DIRETOR DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICALuis Antonio Silva

ELABORAÇÃOLuis Antonio SilvaFabio Gaudenzi de FariaMaria José Oliveira Búrigo

COLABORAÇÃOGerências e Áreas Técnicas da DIVE/SES

REVISÃOMaria Goretti Proença

Santa Catarina. Secretaria de Estado da Saúde.Diretoria de Vigilância Epidemiológica.Análise da situação de saúde do catarinense.– ed. atual. / por Luis Antonio Silva, Maria José Oliveira Búrigo, Fabio Gaudenzi de FariaFlorianópolis: 2012.44 p. : il. ; color.Inclui tabelas e fi guras.1. Saúde Pública. 2. Situação de saúde. 3. Doenças transmissíveis. 4. Doenças não transmissíveis. I. Silva, LA. II. Búrigo, MJO. III. Faria, FG. IV. Título.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

3

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ..........................................................................................................................................5

INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................7

I - A MORTALIDADE E A MORBIDADE POR DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS ........................................8

1. Mortalidade ................................................................................................................................................................................. 8

1.1 Mortalidade por faixa etária ..................................................................................................................................... 9

1.2 Mortalidade por sexo ...............................................................................................................................................10

2. Morbidade hospitalar ..............................................................................................................................................................11

2.1 Morbidade hospitalar por sexo .............................................................................................................................11

2.2 Morbidade hospitalar por faixa etária ................................................................................................................12

3. Inquéritos populacionais .......................................................................................................................................................13

3.1 VIGITEL - Vigilância dos fatores de risco e proteção para doenças não transmissíveis .....................13

3.2 Inquérito Viva Brasil...................................................................................................................................................15

4. As neoplasias (câncer) como uma das principais causas de morbimortalidade ..............................................20

II - A MORBIDADE E MORTALIDADE POR DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ................................................ 24

1. A complexidade da Aids, das hepatites virais e da tuberculose ..............................................................................24

1.1 Aids .................................................................................................................................................................................24

1.2 Hepatites virais ...........................................................................................................................................................27

1.3 Tuberculose .................................................................................................................................................................29

2. Outros agravos de relevância para a saúde pública .....................................................................................................31

2.1 Hanseníase ...................................................................................................................................................................31

2.2 Doenças diarreicas agudas (DDA) ........................................................................................................................32

3. Um panorama atual e as perspectivas das doenças zoonóticas ............................................................................33

4. A evolução das doenças imunopreveníveis através da imunização ......................................................................38

COMENTÁRIOS FINAIS ............................................................................................................................. 43

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 45

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

5

APRESENTAÇÃO

A amplitude da vigilância em saúde em seu sentido mais amplo representa a forma mais efetiva de identifi cação e enfrentamento dos problemas de saúde, de modo permanente e contínuo, visando ao impacto positivo e progressivo na melhoria das condições de saúde e na qualidade de vida das populações.

Constitui-se em importante instrumento para o diagnóstico, o planejamento, a organização, a avaliação e a operacionalização das ações e serviços de saúde. Ao possibilitar o conhecimento da situação de saúde transformada ou mantida pela “transição epidemiológica”, por intermédio da análise sistemática da evolução de indicadores demográfi cos, sociais, econômicos e de saúde, visa possibilitar melhor compreensão dos determinantes do processo saúde/doença.

Um sistema, de vigilância em saúde dotado de capacidade para compreensão das condições de saúde de uma população pressupõe a incorporação do seu objeto e ações específi cas de prevenção de riscos; da identifi cação de situações de exposição dos indivíduos; e da capacidade deste sistema em reduzi-los. Abrange também ações de promoção da saúde, formas de organização e funcionamento dos serviços de saúde, e até a participação permanente de ações sociais como uma prática constante de estruturação dos processos de trabalho e de enfrentamento contínuo dos problemas de um determinado território.

Este sistema ao ampliar o escopo e os métodos da tradicional vigilância epidemiológica, apesar de permanecer ainda relacionada ao controle dos agravos como forma de cuidar da saúde, já se desloca de forma substantiva quando vincula esse controle a processos regionalizados e democratizados de defi nições prioritárias e de estratégias de intervenção e monitoramento. Além disso, incorpora objetos de vigilância mais amplos que as antigas doenças de notifi cação compulsória, como as questões nutricionais, ambientais, a saúde mental, as relações entre saúde e trabalho ou a violência. Como desafi o seguinte se tem não somente buscar o acompanhamento dos riscos e danos, mas a própria adesão a cuidados de saúde, como a adoção de medidas de autocuidado, a frequência a consultas, a realização de screenings, entre outros.

Portanto, pressupõe não somente simples processo de vigilância de doenças transmissíveis; de doenças emergentes e reemergentes; e/ou de doenças e agravos não transmissíveis, mas, essencialmente, como processo para a identifi cação dos fatores de risco a que determinadas populações vulneráveis estão expostas, como, por exemplo, abrangendo desde a exposição ao consumo de alimentos até a exposição de grandes impactos naturais e ambientais.

Ao se almejarem tais devaneios, não se deve esquecer de que para alcançá-los são necessárias etapas de formalização dos riscos, como a identifi cação, a interpretação e a validação das diferentes dimensões do processo saúde-doença. Como produto, apresenta-se o primeiro desafi o, que, apesar de sintético, busca trazer informações sobre a situação de saúde do catarinense, fornecendo subsídios para a elaboração de propostas de intervenção.

Prof. Dr. Luis Antonio SilvaDiretor da DIVE/SES

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

7

INTRODUÇÃO

Santa Catarina está situada na região Sul do país, entre os estados do Paraná e Rio Grande do Sul, fazendo no Extremo Oeste fronteira com a Argentina. Possui uma área de 95.400 Km², o que representa 1,1% do território nacional e 16,5% da região Sul do Brasil.

O Estado está organizado político-administrativamente em 293 municípios, sendo 79% com menos de 20 mil habitantes, o que corresponde a 26% da população total. Os municípios estão agrupados em 08 macrorregiões, subdivididos em 36 microrregionais, com maior concentração populacional nas macrorregiões Nordeste e Grande Florianópolis e maior dispersão no Planalto Norte e Planalto Serrano. A maioria da população está localizada na área urbana, sendo que as regionais da Grande Florianópolis, Joinvile, Blumenau, Itajaí e Criciúma correspondem a 46,8% da população total do Estado.

A população catarinense corresponde a 3,2% da população nacional. Segundo o IBGE, no ano de 2010, o Estado possuía 6.248.436 habitantes, sendo 49,6% do sexo masculino e 50,4% do sexo feminino, com uma composição familiar em torno de 3,1 pessoas por família. O perfi l demográfi co de Santa Catarina tem acompanhado a tendência nacional, apresentando redução nas taxas de crescimento, fecundidade e natalidade, aumento da esperança de vida e progressivo envelhecimento da população.

Na análise da distribuição etária da população de Santa Catarina se observa o envelhecimento da população residente, dado que o peso relativo do grupo de idosos (60 anos e mais) aumentou, enquanto o do grupo de jovens diminuiu. No ano de 1980 a população apresenta uma estrutura etária ainda relativamente jovem. Em 2000, com a diminuição da natalidade, observa-se a diminuição da população nas faixas etárias jovens, bem como o aumento da proporção de indivíduos nas faixas etárias mais velhas, caracterizando assim o envelhecimento desta população.

Paralelamente à transição demográfi ca e às alterações na estrutura populacional, ocorreram mudanças nos padrões relativos à distribuição dos óbitos segundo causas básicas da morte e dos casos de doença segundo diagnóstico. Essas mudanças na mortalidade e na morbidade caracterizam a ocorrência da transição epidemiológica.

A teoria da transição epidemiológica, descrita por Omran (1971, 1983) e completada por Olshansky e Ault (1986), refere-se às mudanças complexas ocorridas no modelo de saúde e doença das populações, bem como aos seus determinantes e consequências. É, portanto, um conceito dinâmico, que focaliza as transformações do perfi l predominante de mortalidade e morbidade de uma população e seus determinantes demográfi cos e sociais. Esse conceito descreve o processo de transformação gradual de um padrão de alta mortalidade por doenças infecciosas para outro, em que predominam as doenças não infecciosas, como as cardiovasculares, neoplasias malignas, causas externas e outras doenças consideradas crônico-degenerativas (Laurenti, 1990). Portanto, a direção predominante desse processo de mudança vai das enfermidades infecciosas, associadas às carências primárias como nutrição e saneamento, para as crônico-degenerativas, relacionadas com fatores genéticos e socioambientais (Frenk e col. 1991).

A transição epidemiológica em curso no Brasil apresenta características distintas do processo ocorrido nos países desenvolvidos e em alguns países latino-americanos. Embora as mortes por doenças infecciosas e parasitárias tenham declinado tanto em números relativos quanto absolutos, as taxas ainda permaneceram elevadas quando comparadas às de outros países. Além da transição populacional, Santa Catarina acompanha a transição epidemiológica que vem ocorrendo no país no que se refere ao perfi l de morbidade e mortalidade.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

8

I - A MORTALIDADE E A MORBIDADE POR DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS*

1. Mortalidade

Nas últimas décadas, em Santa Catarina, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) passaram a liderar as causas de óbito, ultrapassando as taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias (DIP) na década de 80, acompanhando a tendência do país. Nos últimos anos, as três principais causas de morte foram as classifi cadas como doença do aparelho circulatório, neoplasias e causas externas (Figura 1).

Figura 1 – Distribuição do número de óbitos segundo os principais grupos de causas. Santa Catarina, 1999 – 2009

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Ano

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias II. Neoplasias (tumores) IX. Doenças do aparelho circulatório

X. Doenças do aparelho respiratório XI. Doenças do aparelho digestivo XX. Causas externas demortalidade

Fonte: SIM/Datasus/MS

Os óbitos por doenças do aparelho circulatório foram, em todos os anos do período apresentado, a principal causa de morte, representando aproximadamente 30% da mortalidade do Estado.

As mortes por neoplasias representaram a segunda causa de óbito em todos os anos observados, apresentando tendência de crescimento nos últimos anos. No ano de 2000, as mortes por câncer foram responsáveis por 16,1% dos óbitos ocorridos no Estado, enquanto em 2009 responderam por 20% da mortalidade geral, ou seja, houve acréscimo de aproximadamente 4,0% na mortalidade proporcional por essa causa no decorrer do período (Tabela 1).

Os óbitos por causas externas foram o terceiro grupo mais frequente de morte no período analisado, sendo responsável, em 2009, por 12% do total das mortes dentro dos principais grupos de causas no Estado (Tabela 1).

* Texto elaborado pelos técnicos do CIEVS/URR/DIVE/SES/SC

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

9

Tabela 1 – Distribuição proporcional de óbitos segundo os principais grupos de causas. Santa Catarina, 2000 – 2009

Capítulo CID-10 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Doenças do aparelho circulatório 29,8 28,5 28,1 29,0 29,3 29,0 28,5 28,5 28,5 28,5

Neoplasias 16,1 17,0 16,5 17,3 18,0 18,3 18,1 18,6 19,5 20,0

Causas externas 11,6 12,0 13,0 13,0 12,7 13,5 13,0 12,5 13,0 12,0

Doenças do aparelho respiratório 9,9 9,5 9,9 9,9 10,0 9,9 9,7 10,2 9,4 10,5

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 4,2 4,5 4,5 4,3 4,5 4,5 4,8 4,8 5,3 5,6

Doenças do aparelho digestivo 4,3 4,2 4,3 4,3 4,4 4,4 4,5 4,6 4,4 4,7

Algumas doenças infecciosas e parasitárias 4,0 4,0 4,0 4,1 4,0 3,9 3,8 3,8 4,0 3,9

Demais causas defi nidas 20,1 20,3 19,7 18,1 17,1 16,5 17,6 17,0 15,9 14,8

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0Fonte: SIM/Datasus/MS

De acordo com os dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), no período de 2000 a 2009, a análise dos principais grupos de causas externas de óbito mostra uma tendência de crescimento, destacando-se os acidentes de transporte com 59% do total destes óbitos, seguido respectivamente por suicídios com 15%, homicídios com 13%, afogamento com 8% e quedas com 5%, totalizando 29.926 óbitos por causas externas no referido período (Figura 2).

Figura 2 - Mortalidade proporcional segundo principais grupos de causas externas. Santa Catarina, 2000 – 2009

Fonte: SIM/Datasus/MS

1.1 Mortalidade por faixa etária

Na análise da mortalidade segundo causa básica da morte e faixa etária se verifi ca que existiram importantes variações no período analisado (Figura 3). Os óbitos por causas externas foram os responsáveis pela maioria das mortes nas faixas etárias menores de 10 anos, de 10 a 14 anos, de 15 a 19 anos e na faixa

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

10

etária de 20 a 49 anos. Verifi ca-se que na faixa etária de 50 a 59 anos as neoplasias prevaleceram como causa mais frequente de mortalidade, enquanto nas faixas etárias de 60 a 69 e 70 anos e mais a causa predominante de morte foram as denominadas doenças do aparelho circulatório.

Destaca-se ainda como segunda causa de óbito as doenças do aparelho respiratório na faixa etária menor de 10 anos, as neoplasias nas faixas etárias de 10 a 14 anos, de 15 a 19 anos e nas faixas etárias acima de 60 anos, e ainda as doenças do aparelho circulatório nas faixas etárias de 20 a 24 anos e 50 a 59 anos.

Figura 3 – Distribuição percentual dos óbitos segundo faixa etária e principais grupos de causas. Santa Catarina, 2009

Fonte: SIM/Datasus/MS

1.2 Mortalidade por sexo

Na análise da mortalidade proporcional segundo causa básica de óbito e sexo (Tabela 2) se observa que, entre os homens, em 2009, os principais grupos de causas de óbito foram as doenças do aparelho circulatório (26%), seguidas das neoplasias (19,7%) e causas externas (16,8%). Já no sexo feminino, os principais grupos de causas de óbito foram doenças do aparelho circulatório (31,9%), neoplasias (19,9%) e doenças do aparelho respiratório (11,7%).

Tabela 2 – Mortalidade proporcional segundo principais grupos de causas e sexo. Santa Catarina, 2009

Principais causas capítulos (CID-10)

Masculino Feminino TotalNº % Nº % Nº %

1ª Aparelho circulatório 4.935 26,0 4.365 31,9 9.300 28,5

2ª Neoplasias 3.730 19,7 2.724 19,9 6.454 19,7

3ª Causas externas 3.192 16,8 615 4,5 3.807 11,6

4ª Aparelho respiratório 1.955 10,3 1.599 11,7 3.554 10,9

5ª Endócrina, nutricional e metabólica 707 3,7 1.022 7,5 1.729 5,3

6ª Aparelho digestivo 941 5,0 610 4,5 1.551 4,7

7ª Infecciosas e parasitárias 787 4,1 553 4,0 1.340 4,1

Demais causas (defi nidas) 1.578 8,3 1.331 9,7 2.910 8,9

Subtotal (defi nidas) 17.825 93,9 12.819 93,6 30.645 93,8

Causas mal defi nidas 1.151 6,1 882 6,4 2.035 6,2

Total 18.976 100 13.701 100 32.680 100

Fonte: SIM/Datasus/MS

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

11

2. Morbidade hospitalar

A morbidade hospitalar se refere ao número de internação hospitalar segundo determinada doença em um determinado local e período. Em Santa Catarina se observa uma tendência de diminuição da taxa geral de internação a partir de 2006 (Figura 4), mantendo-se com pouca variação no período de 2007 a 2010.

Figura 4 – Taxa geral de internação hospitalar por 100 mil habitantes segundo ano. Santa Catarina, 2000 – 2010

Fonte: SIM/Datasus/MS

2.1 Morbidade hospitalar por sexo

Das internações hospitalares pelo SUS em 2009, o sexo feminino apresentou maior proporção de internação hospitalar pelo SUS, com 57% das internações (Tabela 3). Não foram consideradas para a avaliação as internações por gravidez, parto e puerpério.

Entre as mulheres, assumem os maiores índices de internação as doenças do aparelho respiratório (12,5%), seguidas das doenças do aparelho circulatório (11,5%), doenças do aparelho digestivo e geniturinário (8,1% e 6,9%).

O sexo masculino apresentou como principal causa de internação as doenças do aparelho respiratório (18,9%), seguidas das causadas por lesões por envenenamentos e causas externas (15,1%), doenças do aparelho circulatório (13,8%) e doenças do aparelho digestivo (12,2%).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

12

Tabela 3 – Distribuição percentual das internações hospitalares segundo grupo de causas e sexo. Santa Catarina, 2009

Capítulo CID Masculino Feminino

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 6,7 4,4

II. Neoplasias (tumores) 6,0 6,0

III. Doenças sangue órgãos hematopoiéticos e transt imunitários 1,0 0,8

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 1,8 2,0

V. Transtornos mentais e comportamentais 4,6 1,7

VI. Doenças do sistema nervoso 2,5 2,0

VII. Doenças do olho e anexos 0,4 0,3

VIII. Doenças do ouvido e da apófi se mastóide 0,3 0,2

IX. Doenças do aparelho circulatório 13,8 11,5

X. Doenças do aparelho respiratório 18,9 12,5

XI. Doenças do aparelho digestivo 12,2 8,1

XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 1,5 0,8

XIII. Doenças sistema osteomuscular e tecido conjuntivo 3,8 2,4

XIV. Doenças do aparelho geniturinário 5,2 6,9

XV. Gravidez, parto e puerpério 0,0 31,6

XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal 1,8 1,2

XVII. Malformações cong. deformid. e anomalias cromossômicas 1,1 0,6

XVIII. Sintomas sinais e achados anorm. ex. clín. e laboratorial 1,0 0,7

XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 15,1 4,8

XXI. Contatos com serviços de saúde 2,4 1,5

Total 100,0 100,0

Fonte: SIM/Datasus/MS

2.2 Morbidade hospitalar por faixa etária

No que se refere à idade, observa-se que nos menores de 10 anos a principal causa de internação hospitalar foi doença do aparelho respiratório, representando 38% das internações nos menores de um ano, 49,6% nos de um a quatro anos, e 30,3% nos de cinco a nove anos. Ressalta-se que as causas externas aparecem em segundo lugar na faixa etária de cinco a nove anos, com 16% das internações (Tabela 4).

As principais causas de hospitalização, na faixa etária entre 10 e 14 anos, foram as decorrentes de causas externas (18,5%), seguidas pelas doenças do aparelho respiratório (17,5%). Entre os indivíduos com idade de 15 a 19 anos, as principais causas de hospitalização foram as decorrentes de causas externas (12,1%) e as doenças do aparelho respiratório (6,3%). Na faixa etária entre 20 e 49 anos, as internações mais frequentes foram as decorrentes de causas externas (10,8%), seguidas pelas internações por doenças do aparelho circulatório (8,0%).

As doenças do aparelho circulatório e do aparelho respiratório aparecem como principais grupos de causa de internação nas faixas etárias entre 50 e 64 anos e maiores de 65 (Tabela 4).

Destaca-se que as doenças do aparelho respiratório e as decorrentes de causas externas aparecem como principais grupos de causas de internação em todas as faixas etárias. Salienta-se que não foram consideradas para a avaliação as internações por gravidez, parto e puerpério.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

13

Tabela 4 – Distribuição percentual das internações hospitalares segundo grupo de causas e faixa etária. Santa Catarina, 2009

Capítulo CID < 1 1 a 4 5 a 9 10 a 14

15 a 19

20 a 49

50 a 64

65 e +

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 9,8 14,6 11,0 9,2 3,1 4,1 4,7 5,4

II. Neoplasias (tumores) 0,6 2,7 3,0 4,9 2,0 5,9 10,3 7,1

III. Doenças sangue órgãos hemat. e transt. imunitár.

0,6 0,7 0,8 0,8 0,4 0,6 1,2 1,8

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

1,4 1,4 1,3 1,7 0,7 1,2 3,5 3,9

V. Transtornos mentais e comportamentais 0,1 0,0 0,0 0,4 1,8 5,0 2,1 0,4

VI. Doenças do sistema nervoso 1,8 2,2 2,1 2,5 1,2 1,9 2,8 3,2

VII. Doenças do olho e anexos 0,2 0,5 0,7 0,5 0,2 0,3 0,4 0,3

VIII. Doenças do ouvido e da apófi se mastóide 0,2 1,0 1,8 1,1 0,1 0,1 0,1 0,0

IX. Doenças do aparelho circulatório 0,6 0,4 0,6 1,2 1,3 8,0 26,1 30,6

X. Doenças do aparelho respiratório 38,0 49,6 30,3 17,5 6,3 7,7 15,9 23,3

XI. Doenças do aparelho digestivo 3,5 7,1 12,7 14,2 5,7 10,1 13,0 8,6

XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 0,9 1,9 2,2 2,4 1,2 1,1 0,9 0,7

XIII. Doenças sist. osteomuscular e tec. conjuntivo

0,2 0,8 1,9 3,2 2,0 3,7 3,7 1,9

XIV. Doenças do aparelho geniturinário 1,8 3,7 6,5 6,7 5,7 6,8 6,6 5,7

XV. Gravidez, parto e puerpério - - - 5,7 53,7 28,8 0,0 0,0

XVI. Algumas afec. originadas no período perinatal

33,3 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,1 0,2

XVII. Malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas

4,1 3,7 3,6 3,4 0,8 0,4 0,3 0,1

XVIII. Sint. sinais e achad. anorm. ex .clín. e laborat.

0,5 0,4 0,7 0,7 0,6 0,8 1,1 1,1

XX. Causas externas de morbidade e mortalidade

1,2 6,4 16,0 18,5 12,1 10,8 6,5 5,5

XXI. Contatos com serviços de saúde 1,2 2,6 4,7 5,4 1,0 2,6 0,6 0,2

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: SIM/Datasus/MS

3. Inquéritos populacionais

3.1 VIGITEL - Vigilância dos fatores de risco e proteção para doenças não transmissíveis

A vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL) tem como objetivo monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças não transmissíveis em todas as capitais brasileiras e Distrito Federal, por meio de entrevistas telefônicas realizadas em amostras da população adulta residente em domicílios servidos por linhas fi xas de telefone em cada cidade.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

14

3.1.1 Frequência de fumantes

Entre as capitais brasileiras a frequência de adultos que fumam variou entre 8,3% em Salvador e 20,0% em Rio Branco. As maiores frequências de fumantes foram encontradas, entre homens, em São Paulo (22,8%), Campo Grande (22,2%) e Porto Velho (21,0%) e, entre mulheres, em Rio Branco (19,6%), Porto Alegre (18,6%) e São Paulo (16,8%). As menores frequências de fumantes no sexo masculino ocorreram em Salvador (9,6%), Aracaju (13,0%) e Rio de Janeiro (13,4%) e, no sexo feminino, em São Luís (5,6%), Macapá (6,9%) e Manaus (7,1%). Em Santa Catarina a frequência de fumantes entre homens entrevistados é de 18% e entre mulheres é de 16% (VIGITEL, 2010).

Entre os entrevistados pelo VIGITEL, em Florianópolis, as maiores frequências de fumantes foram encontradas, entre homens, nos anos de 2006 (21,9%) e 2007 (26,4%), e a menor frequência em 2010 (18,4%). No sexo feminino, as maiores frequências foram encontradas nos anos 2006 (15,8%) e 2009 (19,5%) e a menor frequência em 2007 (14,5%) (Tabela 5).

Tabela 5 – Proporção de adultos fumantes ≥ de 18 anos segundo sexo. Florianópolis, SC, 2006 a 2010

Sexo Masculino Feminino TotalAno % % %2006 21,9 15,8 18,72007 26,4 14,5 20,22008 20,1 15,4 17,62009 20,6 19,5 20,22010 18,4 16,4 17,4

Fonte: VIGITEL/SVS/MS

3.1.2 Obesidade

Em estudos epidemiológicos, o diagnóstico da obesidade é feito a partir do Índice de Massa Corporal – IMC, obtido pela divisão entre o peso (medido em quilogramas) e o quadrado da altura (medida em metros) (WHO, 2000), sendo utilizado este critério no inquérito VIGITEL.

Segundo publicação do VIGITEL 2010, para as capitais brasileiras e Distrito Federal, a frequência de adultos obesos variou entre 9,5% no Distrito Federal e 18,7% em Cuiabá. As maiores frequências de obesidade foram observadas, no caso de homens, em Fortaleza (21,7%), Recife (20,2%) e Cuiabá (19,0%) e, no caso de mulheres, em Rio Branco (21,3%), Porto Velho (20,9%) e Manaus (19,9%). As menores frequências de obesidade ocorreram, entre homens, em Salvador (8,0%), Distrito Federal (9,4%) e Goiânia (11,7%) e, entre mulheres, no Distrito Federal (9,7%), Palmas (10,0%) e São Luís (10,8%).

Segundo o VIGITEL 2010, em Florianópolis as maiores frequências de obesos foram encontradas, entre as mulheres nos anos de 2006 (10,7%) e 2007 (11,5%) e, entre os homens, nos anos 2008 (13,6%) e 2009 (12,9%) e 2010 (15,5%) (Tabela 6).

Tabela 6 – Proporção de adultos com excesso de peso ≥ de 18 anos segundo sexo. Florianópolis, SC, 2006 - 2010

Sexo Masculino Feminino TotalAno % % %2006 9,0 10,7 11,42007 10,8 11,5 11,12008 13,6 10,3 11,92009 12,9 12,5 12,72010 15,5 13,4 14,4

Fonte: VIGITEL/SVS/MS

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

15

3.1.3 Atividade no tempo livre (lazer)

Para o inquérito VIGITEL considera-se atividade física sufi ciente a prática de pelo menos 30 minutos diários de atividade física de intensidade leve ou moderada em cinco ou mais dias da semana ou a prática de pelo menos 20 minutos diários de atividade física de intensidade vigorosa em três ou mais dias da semana. Atividade com duração inferior a 10 minutos não é considerada para efeito do cálculo da soma diária de minutos despendidos pelo indivíduo com exercícios físicos. Caminhada, caminhada em esteira, musculação, hidroginástica, ginástica em geral, natação, artes marciais, ciclismo e voleibol foram classifi cados como práticas de intensidade leve ou moderada; corrida, corrida em esteira, ginástica aeróbica, futebol, basquetebol e tênis foram classifi cados como práticas de intensidade vigorosa (Ainsworth, 2000).

Entre as capitais e Distrito Federal, segundo o VIGITEL 2010, a frequência de adultos que praticam atividade física no tempo livre variou entre 11,3% em Rio Branco e 22,4% no Distrito Federal. As maiores frequências dessa condição foram encontradas, entre homens, em Palmas (29,4%), Distrito Federal (27,7%) e Macapá (26,3%) e, entre mulheres, no Distrito Federal (17,8%), Natal (16,2%) e Vitória (15,0%). As menores frequências da atividade física sufi ciente no tempo livre ocorreram no sexo masculino em Teresina (14,6%), Belo Horizonte (15,6%) e Rio Branco (16,2%) e, no sexo feminino, em Rio Branco (6,8%), Boa Vista (9,3%) e Salvador (9,5%).

Em Florianópolis, de acordo com o VIGITEL (2006 a 2010), a maior frequência de adulto que pratica atividade física no lazer está entre pessoas do sexo masculino. (Tabela 7).

Tabela 7 – Proporção de adultos que praticam atividade física no lazer ≥ de 18 anos segundo sexo. Florianópolis, SC, 2006 -2010

Sexo Masculino Feminino TotalAno % % %2006 19,8 13,3 16,32007 20,8 16,2 18,42008 22,0 17,2 19,52009 25,3 15,1 19,92010 21,1 11,9 16,3

Fonte: VIGITEL/SVS/MS

3.1.4 - Dirigir após consumo abusivo de bebida alcoólica

De acordo com o VIGITEL 2010, a frequência de adultos que nos últimos 30 dias, em pelo menos uma ocasião, conduziu veículos motorizados após o consumo abusivo de bebida alcoólica variou de 0,6% em São Paulo a 3,4% em Aracaju. As maiores frequências foram observadas, entre homens, em Aracaju (6,7%), Florianópolis (6,0%) e Natal (5,6%) e, entre mulheres, em Teresina (0,9%), Palmas (0,8%) e Aracaju (0,7%).

No conjunto da população adulta das 27 cidades estudadas, 1,5% dos indivíduos referiram que, em pelo menos uma ocasião nos últimos 30 dias, conduziram veículo motorizado após consumo abusivo de bebida alcoólica, sendo essa proporção maior em homens (3,0%) do que em mulheres (0,2%). A prática de dirigir após consumo abusivo de bebida alcoólica se mostra mais comum nos indivíduos mais jovens (com idade entre 18 e 54 anos) e entre aqueles com maior escolaridade.

3.2 Inquérito Viva Brasil

Nos últimos anos, as causas externas – acidentes e violências – vêm despontando como importante problema de Saúde Pública em nosso País. Correspondem à terceira causa de óbito na população brasileira, sendo a primeira entre pessoas do sexo masculino com idade entre cinco e 49 anos. Em Santa Catarina,

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

16

as causas externas acompanham a tendência do Brasil, aparecendo em terceiro lugar na ordenação das causas de morte, representando, em 2009, 12% do total de causas defi nidas.

A Vigilância Pontual – Inquérito VIVA iniciou através de pesquisa de demanda por amostragem realizada em serviços de urgência e emergência no mês de setembro de 2006, sendo que no estado de Santa Catarina foi realizado no município de Florianópolis, no Hospital Infantil Joana de Gusmão e no Hospital Celso Ramos. Esse Protocolo se manteve em 2007. No ano de 2009 foi ampliado para o Hospital da Universidade Federal de Santa Catarina (HU), em Florianópolis; Hospital Regional Leonir Vargas Ferreira, em Chapecó; e Hospital Municipal São José e Hospital Materno Infantil Geser Amarante Faria, em Joinville.

A pesquisa foi realizada nos Serviços de Emergência dos Hospitais selecionais, por amostragem, em turnos alternados de 12 horas (1º dia: coleta diurna, 2º dia: coleta noturna, 3º dia: coleta diurna, 4º dia noturna e assim sucessivamente). Para a coleta dos dados foi utilizado instrumento específi co e padronizado nacionalmente.

Segundo o inquérito VIVA 2009, que foi realizado em 74 serviços sentinelas de urgência e emergência de 23 capitais e Distrito Federal, foram registrados 39.665 atendimentos, dos quais 35.646 (89,9%) foram por acidentes e 4.019 (10,1%) foram resultantes de violência. Os indivíduos do sexo masculino representaram a maior proporção dentre os atendimentos, variando de 64,2% para os acidentes a 71,1% para as violências.

Entre os atendimentos por acidentes, a faixa etária mais prevalente foi a de 20 a 29 anos (22,9%), seguida da faixa etária de zero a nove anos (18,6%). Os adultos de 20 a 29 anos (34,8%) e de 30 a 39 anos (20,6%) foram as vítimas mais acometidas por violências. Crianças (zero a nove anos) e idosos (≥ 60 anos) apresentaram, proporcionalmente, maior frequência entre os atendimentos por acidentes (18,6% e 7,4%) do que por violência (6,1% e 2,5%).

Quanto à escolaridade, a maior proporção de atendimentos por acidentes foi observada entre os indivíduos que referiram ter concluído de zero a quatro (28,3%) e de nove a onze (28,6%) anos de estudo. Entre os atendimentos por violência, as maiores proporções foram identifi cadas entre aqueles com cinco a oito (30,2%) e nove a onze (27,7 %) anos de estudo. Os menores percentuais de atendimentos por acidentes (5,5%) e violências (4,5%) foram observados entre as pessoas com 12 anos ou mais de estudo.

3.2.1 Inquérito VIVA em Santa Catarina

O Inquérito VIVA 2009, em Santa Catarina, foi realizado em serviços de urgência e emergência de três municípios (Florianópolis, Chapecó e Joinville) com 2.790 registros de atendimentos, sendo 2.631 (94,3%) por acidentes e 159 (5,7%) por violência. Os atendimentos por acidente aparecem em 62,7% dos indivíduos do sexo masculino e 37,3% do sexo feminino, e os atendimentos por violência aparecem em 75,3% dos indivíduos do sexo masculino e em 24,7% do sexo feminino (Tabela 8).

As faixas etárias de 20 a 29 anos (38%) e de 10 a 19 anos (23%) foram as mais acometidas por violências entre os entrevistados. As faixas etárias de 10 a 19 anos (25%), e de 20 a 29 anos (22%) foram as que apresentaram maior proporção entre os atendimentos por acidentes.

Relacionado à escolaridade, a maior proporção de atendimentos por acidentes foi observada entre os indivíduos que referiram ter concluído de cinco a oito anos de estudo (33%) e de nove a 11anos de estudo (32%). Ressaltamos que os indivíduos com 12 ou mais anos de estudo representaram apenas 8% dos acometidos por acidentes. As maiores proporções entre os atendimentos por violência foram entre os indivíduos com nove a 11 anos de estudo (37%) e cinco a oito anos de estudo (35 %). Ressaltamos que os indivíduos com 12 ou mais anos de estudo representaram apenas 10% dos acometidos por violência.

Do total de acidentes (2.631), os que apareceram em maior proporção foram quedas (34,6%), seguidas dos acidentes de transporte (23,8%), choque contra objetos/pessoa (9,1%), entorse (6,8%), ferimentos por objeto perfurocortante (5,9%), queda de objetos sobre pessoa (4,3%), acidentes com animais (3,9%), corpo estranho (3,1%) e queimaduras (2,2%).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

17

Os demais atendimentos por acidentes foram classifi cados na categoria “outros” (6,3%), que incluíram os casos de sufocação, afogamento, envenenamento, acidentes com arma de fogo e os não especifi cados. Do total de violências (150), a maior proporção foi de agressão e maus-tratos (84%), seguida de lesão autoprovocada (16%).

Tabela 8 - Atendimentos por acidentes e violências em serviços sentinelas de urgência e emergência. Santa Catarina, 2009

Atributos Acidentes (n=2631) % Violências (n=150) %Sexo Masculino 62,7 75,3 Feminino 37,3 24,7 Total 100,0 100,0Faixa etária 1 a 4 anos 10,6 2,7 5 a 9 anos 10,8 5,3 10 a 19 anos 25,0 22,6 20 a 29 anos 21,6 38,0 30 a 39 anos 11,8 16,7 40 a 49 anos 9,5 7,3 50 a 59 anos 5,5 4,7 60 a 69 anos 2,9 2,7 70 anos ou mais 2,3 - Total 100,0 100,0Escolaridade Até 4 anos 27,2 18,3 De 5 a 8 anos 32,9 35,1 De 9 a 11 anos 32,0 36,6 12 anos ou mais 7,9 9,9Total 100,0 100,0

Fonte: Inquérito VIVA/SVS/MS

3.2.2 Inquérito VIVA nos municípios selecionados

3.2.2.1 Inquérito VIVA – Chapecó

No inquérito VIVA 2009 realizado no município de Chapecó foram registrados 522 atendimentos com 493 (94,4%) registros por acidentes e 29 (5,6%) registros por violências (Tabela 9).

Entre os registros por acidentes (493), os que ocorreram em maior proporção foram as quedas (27%), seguidas de acidentes de transporte (26,3%), ferimentos por objeto perfurocortante (12,8%) e entorse (6,5%).

Entre os registros por violências (29), a maior proporção foi de agressão e maus-tratos (89,7%), seguida de lesão autoprovocada (10,3%).

Entre os entrevistados, as faixas etárias de 20 a 29 anos (22,8%) e de 10 a 19 anos (21,4%) foram as mais acometidas por acidentes. A maior proporção entre os atendimentos por violência foi nas faixas etárias de 20 a 29 anos (34,5%) e de 10 a 19 anos (20,7%).

Relacionado à escolaridade, a maior proporção de atendimentos por acidentes foi observada entre os indivíduos que referiram ter concluído de nove a 11 anos de estudo (36%) e de cinco a oito anos de

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

18

estudo (30%). A maior proporção entre os atendimentos por violência foi entre os indivíduos com cinco a oito anos de estudo (46%) e os com nove a 11 anos de estudo (32%).

Tabela 9 - Atendimentos por acidentes e violências em serviços sentinelas de urgência e emergência. Chapecó, SC, 2009

Atributos Acidentes (n=493) % Violências (n=29) %Sexo Masculino 70,8 75,9 Feminino 29,2 24,1 Total 100,0 100,0Faixa etária 1 a 4 anos 5,5 - 5 a 9 anos 5,7 - 10 a 19 anos 21,3 20,7 20 a 29 anos 22,6 34,5 30 a 39 anos 18,5 10,3 40 a 49 anos 11,6 20,7 50 a 59 anos 6,7 13,8 60 a 69 anos 4,5 - 70 anos ou mais 3,7 - Total 100,0 100,0Escolaridade Até 4 anos 28,1 17,9 De 5 a 8 anos 29,7 46,4 De 9 a 11 anos 35,6 32,1 12 anos ou mais 6,6 3,6Total 100,0 100,0

Fonte: Inquérito VIVA/SVS/MS

3.2.2.2 Inquérito VIVA – Joinville

No município de Joinville foram registrados 613 atendimentos com 581 (94,5%) registros por acidentes e 32 (5,5%) registros por violências (Tabela 10).

Entre os registros por acidentes (581), os que ocorreram em maior proporção foram os acidentes de transporte (30,6%), seguido por quedas (30,1%), choque contra objeto/pessoa (10%) e entorse (7,2%).

Entre os registros por violências (32), a maior proporção foi de agressão e maus-tratos (87,5%), seguida de lesão autoprovocada (12,5%).

As faixas etárias de 10 a 19 anos (23,7%) e de 20 a 29 anos (18,3%) foram as mais acometidas por acidentes entre os entrevistados. A maior proporção entre os atendimentos por violência foi nas faixas etárias de 10 a 19 anos (34,4%) e de 20 a 29 anos (25%).

Relacionado à escolaridade, a maior proporção dos atendimentos por acidentes foi observada entre os indivíduos que referiram ter concluído de cinco a oito anos de estudo (37%) e de nove a 11 anos de estudo (31%). Entre os atendimentos por violência, a maior proporção foi entre os indivíduos com cinco a oito anos de estudo e os com nove a 11 anos de estudo (32%).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

19

Tabela 10 - Atendimentos por acidentes e violências em serviços sentinelas de urgência e emergência. Joinville, SC, 2009

Atributos Acidentes (n=581) % Violências (n=32) %Sexo Masculino 61,6 78,1 Feminino 38,4 21,9 Total 100,0 100,0Faixa etária 1 a 4 anos 15,5 3,1 5 a 9 anos 10,3 9,4 10 a 19 anos 23,7 34,4 20 a 29 anos 18,3 25,0 30 a 39 anos 9,0 18,7 40 a 49 anos 10,6 3,1 50 a 59 anos 5,8 - 60 a 69 anos 3,7 6,3 70 anos ou mais 3,1 - Total 100,0 100,0Escolaridade Até 4 anos 27,6 26,6 De 5 a 8 anos 36,9 36,7 De 9 a 11 anos 31,0 36,7 12 anos ou mais 4,5 -Total 100,0 100,0

Fonte: Inquérito VIVA/SVS/MS

3.2.2.3 Inquérito VIVA – Florianópolis

No município de Florianópolis foram registrados 1.622 atendimentos com 1.533 (94,5%) registros por acidentes e 89 (5,5%) registros por violências (Tabela 11).

Entre os registros decorrentes de acidentes (1.533), os que ocorreram em maior proporção foram as quedas (39,4%), seguidas de acidentes de transporte (20,8%), choque contra objeto/pessoa (9,9%) e entorse (6,8%).

Entre os registros decorrentes de violências (89), a maior proporção foi de agressão e maus-tratos (81%), seguida de lesão autoprovocada (19%).

As faixas etárias de 10 a 19 anos (26,5%) e de 20 a 29 anos (22,5%) foram as mais acometidas por acidentes entre os entrevistados. A maior proporção entre os atendimentos por violência foi nas faixas etárias de 20 a 29 anos (43,8%) e de 10 a 19 anos (19,1%).

Relacionado à escolaridade, a maior proporção de atendimentos por acidentes foi observada entre os indivíduos que referiram ter concluído de cinco a oito anos de estudo (33%) e de nove a 11 anos de estudo (31%). A maior proporção entre os atendimentos por violência foi entre os indivíduos com nove a 11 anos de estudo (38%) e cinco a oito anos de estudo (30%).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

20

Tabela 11 - Atendimentos por acidentes e violências em serviços sentinelas de urgência e emergência. Florianópolis, SC, 2009

Atributos Acidentes (n=1557) % Violências (n=89) %Sexo Masculino 60,6 74,2 Feminino 39,4 25,8 Total 100,0 100,0Faixa etária 1 a 4 anos 10,5 3,4 5 a 9 anos 12,8 5,6 10 a 19 anos 26,5 19,1 20 a 29 anos 22,5 43,8 30 a 39 anos 10,8 18 40 a 49 anos 8,4 4,5 50 a 59 anos 5,0 3,4 60 a 69 anos 2,0 2,2 70 anos ou mais 1,5 - Total 100,0 100,0Escolaridade Até 4 anos 26,6 15,1 De 5 a 8 anos 32,6 30,1 De 9 a 11 anos 31,1 38,4 12 anos ou mais 9,6 16,4Total 100,0 100,0

Fonte: Inquérito VIVA/SVS/MS

4. As neoplasias (câncer) como uma das principais causas de morbimortalidade

Os cânceres de modo em geral estão entre as primeiras causas de morbimortalidade, tanto em nível de Brasil como de Santa Catarina, e representam uma parcela considerável na carga global de doenças e no montante que é gasto atualmente com a atenção à saúde.

Com a fi nalidade de conhecer a morbimortalidade das doenças crônicas não transmissíveis, em especial aquelas que requerem uma análise epidemiológica para fornecer subsídios no planejamento de medidas oportunas de vigilância e controle desses eventos, a DIVE/SES implantou ofi cialmente, a partir do ano de 2010, a notifi cação obrigatória dos casos confi rmados de neoplasias malígnas (cânceres), cuja responsabilidade legal por essa notifi cação é dos laboratórios de anatomia patológica instalados no território catarinense, conforme determina a Lei nº 12.989/04, que cria o Sistema Estadual de Registro de Câncer (SISCAN) e a sua regulamentação através do Decreto nº 2.026/08.

Esse sistema permitirá o monitoramento e análise da situação do câncer no Estado, com informações que assegurem e permitam a fi delidade estatística. Na tabela 12, os primeiros dados parciais já mostram os principais tipos de cânceres que incidem na população catarinense, com destaque para melanoma de pele (38%); mama (11,6%), próstata (6,8%); intestino (5,5%); e colo do útero (4,5%). Nesta situação específi ca, destaque-se que somente os cânceres femininos (mama e colo do útero) representam mais de 16% do total de casos registrados.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

21

Tabela 12 - Casos de câncer notifi cados segundo a tipifi cação e proporção. Santa Catarina, 2010 – 2011

Ano 2011 2010Tipo de Câncer Total % Total %Pele melanoma 4.735 38,2 3467 42,4Mama 1.441 11,6 844 10,3Todas as outras partes 1.248 10,1 842 10,3Próstata 836 6,8 337 4,1Cólon, reto, canal anal 675 5,5 413 5,0Colo do útero 557 4,5 355 4,3Estômago 412 3,3 243 3,0Linfoma / leucemias 400 3,2 280 3,4Rim e bexiga 381 3,1 215 2,6Outras localizações mal defi nidas 359 2,9 199 2,4Cavidade oral 255 2,1 185 2,3Esôfago 224 1,8 124 1,5Traqueia, brônquios e pulmão 211 1,7 161 2,0Tireoide e outras 208 1,7 173 2,1Medula espinhal 144 1,2 134 1,6Ossos e articulações 120 1,0 91 1,1Ovário 62 0,5 34 0,4Laringe 59 0,5 44 0,5Faringe 57 0,5 44 0,5

Total 12.384 100 8.185 100 Fonte: Vigilantos/DIVE/SES/SC

A importância epidemiológica do câncer, incluindo as suas causas, a sua elucidação diagnóstica, bem como a sua incidência e prevalência, torna-se indispensável à formulação de ações que assegurem intervenções efetivas visando à redução da morbimortalidade desse agravo; a elaboração de políticas públicas para a sua prevenção; assim como a garantia do acesso aos diagnósticos e tratamentos necessários de acordo com a realidade encontrada.

Apesar de poucos laboratórios não conseguirem transmitir os seus dados, já se pode ter uma avaliação parcial em relação aos anos de 2010 e 2011, em que se observa um importante aumento de 51% no número de notifi cações, sendo que foram notifi cados, em 2011, 12.384 casos em relação aos 8.185 casos de 2010 (Tabela 13 – dados parciais). Quanto ao número estimado de casos para o ano, pode-se afi rmar que o sistema de informações captou em 2011 mais de 80% do total de casos esperados.

Em relação à incidência de cânceres, no total, observa-se que igualmente mais de 68% incidem em pessoas acima dos 50 anos de idade (ambos os sexos), sendo que a diferença não é representativa entre sexos, mantendo-se os mesmos percentuais nos dois anos observados, apesar do aumento no número de notifi cações (Tabela 13).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

22

Tabela 13. Casos de câncer notifi cados segundo faixa etária e proporção. Santa Catarina, 2010 – 2011

Ano 2011 2010Faixa Etária Total % Total %< de 1 ano 45 0,4 0 0,01 a 4 anos 33 0,3 170 2,15 a 9 anos 28 0,2 34 0,410 a 14 anos 26 0,2 31 0,415 a 19 anos 53 0,4 32 0,420 a 29 anos 264 2,1 159 1,930 a 39 anos 614 5,0 463 5,740 a 49 anos 1678 13,5 1040 12,750 a 59 anos 2582 20,8 1658 20,360 a 69 anos 2744 22,2 1772 21,670 a 79 anos 2138 17,3 1389 17,080 anos ou + 1064 8,6 816 10,0Não informado 1115 9,0 621 7,6

Total 12.384 100 8.185 100 Fonte: Vigilantos/DIVE/SES/SC

Em relação aos casos de câncer por sexo, em 2011, pode-se observar que, do total de casos, 54% incidem em mulheres e 46% em homens. Quanto ao tipo que mais incidiram em mulheres (excetuando-se o melanoma de pele), destacam-se o de mama (21,5%); o de colo do útero (8,3%); e intestino (5%). Relacionado à incidência no sexo masculino (excetuando-se o melanoma de pele), destacam-se o de próstata (14,7%); intestino (6%); rim e bexiga (4,9%); e estômago (4,7%). A incidência no ano de 2011 foi de 198,2 casos para cada 100.000 habitantes, sendo que para o sexo feminino foi de 209,7 casos para cada 100.000 mulheres; e para o sexo masculino, de 181,9 casos para cada 100.000 homens (Tabela 14).

Tabela 14. Casos de câncer notifi cados segundo a tipifi cação, o sexo e proporção. Santa Catarina, 2010 – 2011

Ano 2011 2010Tipo de Câncer Fem. % Masc. % Fem. % Masc. %Pele melanoma 2460 36,8 2275 40 1772 39,4 1695 46Mama 1441 21,5 - - 844 18,8 - -Próstata - - 836 14,7 - - 337 9,1Colo do útero 557 8,3 - - 355 7,9 - -Cólon, reto, canal anal 334 5,0 341 6,0 212 4,7 201 5,5Linfoma / leucemias 212 3,2 188 3,3 147 3,3 133 3,6Outras localizações mal defi nidas 181 2,7 178 3,1 100 2,2 99 2,7Tireoide e outras 165 2,5 43 0,8 138 3,1 35 0,9Estômago 146 2,2 266 4,7 100 2,2 143 3,9Rim e bexiga 104 1,6 277 4,9 63 1,4 152 4,1Traqueia, brônquios e pulmão 87 1,3 124 2,2 57 1,3 104 2,8Cavidade oral 80 1,2 175 3,1 72 1,6 113 3,1Ovário 62 0,9 - - 34 0,8 - -Medula espinhal 59 0,9 85 1,5 54 1,2 80 2,2Ossos e articulações 58 0,9 62 1,1 49 1,1 42 1,1Esôfago 52 0,8 172 3,0 24 0,5 100 2,7Faringe 12 0,2 45 0,8 10 0,2 34 0,9Laringe 9 0,1 50 0,9 6 0,1 38 1,0Todas as outras partes 674 10,1 574 10,1 463 10,3 379 10,3

Total 6.693 100 5.691 100 4.500 100 3.685 100Fonte: Vigilantos/DIVE/SES/SC

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

23

Esta primeira análise, apesar de simplifi cada, demonstra através de dados reais a magnitude que os cânceres têm no perfi l epidemiológico de Santa Catarina, pois, como foi destacado, eles representam uma parcela importante na carga global de doenças, na incapacidade produtiva, na alta mortalidade, e no montante de recursos gastos anualmente para garantir a assistência e a atenção integral à saúde. Com este sistema de notifi cação, a partir de agora se tem dados e informações fi dedignas que possibilitarão gerar novos conhecimentos sobre essa realidade.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

24

II - A MORBIDADE E MORTALIDADE POR DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS*

1. A complexidade da Aids, das hepatites virais e da tuberculose

1.1 Aids

Desde 1984 foram notifi cados 24.927 casos de Aids em adultos (com 13 anos de idade e mais) e 978 casos em crianças, e a cada ano, novos casos e infecções associadas são diagnosticados. O Estado registra taxa de incidência da doença superior à do Brasil, praticamente desde o início da epidemia, em 1984. A razão de masculinidade, entre adultos, é de 1,7 homem para cada mulher.

Santa Catarina apresenta crescimento gradual das taxas de incidência até o ano de 2001 para ambos os sexos e queda até o ano de 2006. A partir desse ano, houve ligeiro aumento nas taxas de incidência entre o público masculino, com oscilações ao longo dos anos, até 2010. Já entre as mulheres se nota certa estabilidade de 2006 em diante.

No decorrer dos anos se observa um aumento signifi cativo do número de casos em mulheres até o ano 2002, onde passa declinar com tendência a estabilidade. Situação semelhante é observada também entre os homens; no entanto, a razão entre homem/mulher diminuiu de 4,8 homens para cada mulher (1987) para atualmente quase um caso em homem para cada mulher (2008). Uma das hipóteses para o aumento dos casos em mulheres pode estar relacionada à heterossexualização da epidemia.

No princípio dos anos 90 apenas duas regiões registravam taxa de incidência acima de 10/100 mil hab. (Grande Florianópolis e Vale do Itajaí). Passados 10 anos se torna nítida a interiorização da epidemia, com 55% das macrorregiões apresentando taxas de incidência entre 18 e 40/100 mil hab. (Tabela 15). A macrorregional Foz do Rio Itajaí permanece, ao longo dos anos, com a maior taxa de incidência quando comparada às demais macrorregiões. No último ranking feito pelo Ministério da Saúde, em que foram elencados os 100 municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes e com as maiores taxas de incidência, tem-se a presença de 17 municípios catarinenses no referido ranking.

Tabela 15 - Incidência de Aids/100 mil hab. (adultos e crianças) segundo macrorregião de residência e ano de diagnóstico. Santa Catarina, 2004 – 2010

Macrorregião 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Extremo Oeste 6,16 8,31 12,36 12,76 14,99 7,11 6,83Meio-Oeste 6,65 6,17 7,59 7,18 9,64 13,30 8,42Vale do Itajaí 21,46 20,33 25,07 23,69 22,80 24,07 18,88Foz do Rio Itajaí 52,43 45,36 38,70 52,04 48,01 46,04 39,80Grande Florianópolis 40,27 30,79 43,10 32,60 32,92 36,68 33,60Sul 28,41 21,83 25,82 27,15 28,76 30,53 32,77Nordeste 32,83 26,88 33,43 30,80 28,96 32,77 32,65Planalto Norte 5,20 5,65 9,49 6,07 6,93 7,15 6,05Planalto Serrano 4,06 7,05 11,68 16,59 19,95 26,17 11,59

Santa Catarina 24,55 20,90 25,80 24,80 25,10 26,33 23,60

Fonte: GEDST/AIDS/SINAN/DIVE/SES/SC

* Texto elaborado pelos técnicos das gerências: DST/HIV/AIDS/HV, Vigilância de Agravos – GEVRA, Zoonoses – GEZOO e Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização – GEVIM

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

25

Observa-se que as taxas de incidência, segundo macrorregional de residência e ano de diagnóstico, apresentam variações de acordo com a capacidade instalada de serviços, principalmente nas regiões da Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis e Nordeste; ao contrário do Planalto Norte, que possui serviços especializados e, no entanto, desde 2007 não tem apresentado variações no número de casos diagnosticados, levando a questionar a taxa de detecção da doença. Em relação ao Planalto Serrano, houve aumento, podendo refl etir as falhas da prevenção primária e positiva (Figura 5).

Figura 5 - Incidência de Aids/100 mil hab. (adultos e crianças) segundo macrorregião de residência e ano de diagnóstico. Santa Catarina, 2004 - 2010

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

anos

Inc./100.0

0h

ab

Extremo Oeste

Meio Oeste

Vale do Itajaí

Foz do Rio Itajaí

Grande Florianópolis

Sul

Nordeste

Planalto Norte

Planalto Serrano

Fonte: GE-DST/AIDS/SINAN/DIVE/SES/SC

Na taxa de incidência, segundo sexo por macrorregional, no período de 2004 a 2010, observa-se o declínio nas taxas da macrorregional da Foz do Rio Itajaí e Grande Florianópolis para ambos os sexos. Na macrorregional Nordeste o declínio ocorreu somente no sexo masculino. Quanto às outras macrorregionais houve aumento nas taxas, apresentando maior expressão no Planalto Serrano e Extremo Oeste (Tabela 16).

Tabela 16. Taxa de incidência de Aids/100.000 hab. (adultos e crianças), segundo macrorregional de residência e sexo, Santa Catarina, 2004 a 2010.

Macrorregião2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

M F M F M F M F M F M F M FExtremo Oeste 7,01 5,31 7,84 8,79 12,45 12,27 15,07 10,45 15,12 14,86 7,93 6,29 8,20 5,47

Meio Oeste 8,15 5,14 6,31 6,04 8,87 6,30 8,42 5,92 10,41 8,86 13,71 12,89 7,35 9,50

Vale do Itajaí 26,53 16,43 24,73 15,98 28,90 21,27 30,93 16,55 27,08 18,58 31,64 16,61 21,18 16,61

Foz do Rio Itajaí

64,80 40,40 52,02 38,89 50,11 27,61 59,16 45,19 60,12 36,36 59,71 32,90 51,75 28,31

Grande Florianópolis

47,59 33,15 37,88 23,90 53,28 33,21 41,04 24,44 37,89 28,11 46,76 26,95 46,76 20,88

Sul 31,61 25,23 24,35 19,33 27,42 24,24 32,52 21,87 31,83 25,73 35,42 25,73 36,32 29,27

Nordeste 43,04 22,61 31,62 22,13 41,99 24,85 36,90 24,73 36,02 21,93 40,61 24,98 44,96 20,41

Planalto Norte 7,47 2,90 7,86 3,40 11,67 7,29 5,48 6,67 8,80 5,02 7,64 6,65 6,00 6,09

Planalto Serrano

7,54 3,38 9,47 4,67 12,11 11,26 16,67 16,51 15,36 24,51 28,60 23,76 13,30 9,90

Santa Catarina

29,69 19,45 24,40 17,42 30,63 21,00 29,70 19,95 28,82 21,41 32,21 20,53 29,48 17,80

Fonte: GE-DST/AIDS/SINAN/DIVE/SES/SC

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

26

A faixa etária de 10 a 19 anos se mantém estável, com tendência à redução, principalmente após 2003, com a consolidação do programa de saúde e prevenção nas escolas, que trabalha o tema “saúde sexual reprodutiva”.

A faixa etária de 20 a 49 anos responde por 84,5% do total de casos notifi cados, essa faixa também compreende a população sexualmente ativa. Até o ano de 1994 predominava a faixa etária de 20 a 29, sendo superada, então, pelo grupo etário de 30 a 39 anos, que permaneceu em ascensão até o ano de 2002.

A partir de 2004, vem crescendo o número de casos em pessoas acima de 50 anos, sendo que uma destas hipóteses é a produção de novas drogas que possibilitam o tratamento da impotência sexual e as inovações na área da reposição hormonal.

Tabela 17 - Incidência média anual de Aids/100 mil hab. segundo faixa etária e macrorregião. Santa Catarina, 2004 – 2010

Macrorregião2004 – 2010

<5 5 a 12 13 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 e +Extremo Oeste 1,7 1,9 2,0 13,5 21,0 17,5 14,2 3,9Meio-Oeste 1,9 3,4 1,3 10,3 20,1 16,0 9,6 2,8Vale do Itajaí 1,8 2,0 2,2 29,3 47,2 40,4 28,8 8,5Foz do Rio Itajaí 9,8 2,8 6,3 51,2 102,2 93,2 55,1 21,0Grande Florianópolis 3,8 2,1 4,2 37,0 76,5 72,0 45,7 15,6Sul 4,4 2,4 3,2 30,5 59,8 59,3 34,1 10,7Nordeste 3,1 0,9 2,7 35,9 60,1 69,3 43,7 13,4Planalto Norte 3,1 1,8 1,8 8,7 13,8 13,5 7,9 2,3Planalto Serrano 0,0 2,2 2,9 14,0 32,5 33,5 18,2 3,9

Santa Catarina 3,4 2,1 3,0 28,1 52,6 50,4 31,3 9,8

Fonte: GE-DST/AIDS/SINAN/DIVE/SES/SC

As transformações do perfi l de morbimortalidade da população, resultantes da transição epidemiológica, fi zeram com que a Aids assumisse papel importante como causa de morte. Em 2004, a Aids foi a 11ª causa de morte em Santa Catarina e a 5ª na faixa etária de 20 a 49 anos, sendo necessário conhecer melhor as características epidemiológicas da doença no Estado para enfrentá-la com maior efi cácia.

O valor máximo da taxa de mortalidade por Aids no Estado se deu em 2009, ano em que ocorreram 130 óbitos (quatro crianças), com uma taxa de mortalidade de 12,7/100 mil hab. A taxa de letalidade naquele ano foi de 40,4%. A tendência ascendente verifi cada na taxa de mortalidade por Aids em Santa Catarina é diferente do comportamento observado no Brasil. Em nível nacional, a taxa de mortalidade por Aids foi crescente e superior à de Santa Catarina até 1996, quando apresentou declínio acentuado até 1999, estabilizando-se em torno de seis óbitos por 100 mil habitantes a partir de 2000.

A partir de 1997, a taxa de mortalidade em Santa Catarina ultrapassou a do Brasil, mantendo-se assim, desde então, com sutis oscilações (entre oito e nove óbitos por 100 mil habitantes).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

27

Tabela 18 - Taxa de mortalidade por Aids segundo macrorregião e ano de diagnóstico. Santa Catarina, 2004 – 2010

Macrorregião 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Extremo Oeste 2,64 2,48 3,05 4,5 4,26 4,1 4,24Meio-Oeste 3,07 2,84 2,31 2,61 2,71 4,04 3,7Vale do Itajaí 6,88 5,89 7,39 7,16 8,45 7,09 7,35Foz do Rio Itajaí 21,6 17,8 19,35 16,81 21,71 25,36 16,39Grande Florianópolis 13,79 14,14 12,61 13,26 13,92 15,35 13,35Sul 10,09 8,68 8,34 8,79 10,6 11,07 9,84Nordeste 10,24 9,8 7,62 10,59 8,8 11,44 9,76Planalto Norte 1,15 3,67 2,23 3,86 3,88 2,75 1,37Planalto Serrano 5,1 8,73 7,01 8,63 4,99 7,62 6,29

Santa Catarina 8,83 8,56 8,12 8,89 9,38 10,39 8,74

Fonte: GE-DST/AIDS/SINAN/DIVE/SES/SC

A análise da mortalidade segundo local de residência mostra que a macrorregião mais atingida é a Foz do Rio Itajaí, seguida por Florianópolis. As macrorregiões com menor taxa de mortalidade são: Planalto Norte seguido pelo Oeste (Meio-Oeste e Extremo Oeste), evidenciando o caráter litorâneo da epidemia. Embora as taxas de mortalidade do Extremo Oeste e Meio-Oeste estejam em patamares inferiores às demais, têm apresentado aumento nos últimos cinco anos (Tabela 18). O diagnóstico tardio, resistência dos pacientes aos antirretrovirais, falhas no atendimento, difi culdades de adesão, além do tratamento inadequado de coinfecções como hepatite e tuberculose, contribuem para esta mortalidade.

1.2 Hepatites virais

A redução ocorrida na notifi cação dos casos confi rmados de hepatite viral nos últimos três anos traduz o trabalho implementado a partir do ano de 2005. Com priorização por parte da gestão e da melhoria das tecnologias de diagnóstico e tratamento, tem sido possível a detecção de casos dentro de uma estabilidade esperada. A segurança nessa informação vem da estratégia adotada com o atrelamento das notifi cações às solicitações de exames sorológicos, biologia molecular e medicação.

Os diagnósticos de hepatite B e C tiveram distribuição diferenciada segundo região entre 2006 a 2010; entretanto, a maior prevalência de hepatite B se encontra no Oeste catarinense, com relevância nas SDRs de Chapecó, São Miguel do Oeste e Concórdia (Tabela 19).

Tabela 19 - Coefi ciente de incidência de hepatite B e C segundo macrorregião. Santa Catarina, 2006 – 2010

Macrorregião2006 2007 2008 2009 2010

Hep.B Hep.C Hep.B Hep.C Hep.B Hep.C Hep.B Hep.C Hep.B Hep.CExtremo Oeste 67,77 3,49 57,43 2,61 65,89 3,85 60,55 5,60 54,81 3,01Meio-Oeste 30,53 4,62 31,34 4,57 23,84 4,23 25,42 5,05 31,32 5,72Vale do Itajaí 15,17 9,37 10,28 9,37 10,63 8,45 9,75 6,08 5,07 4,31Foz do Rio Itajaí 18,73 19,56 14,81 19,22 10,76 18,93 15,61 23,41 10,14 17,95Grande Florianópolis 17,13 33,12 13,08 22,75 14,85 25,91 14,26 22,16 13,35 26,06Sul 15,45 35,07 12,80 25,15 13,53 24,36 11,29 21,14 10,51 18,68Nordeste 19,91 15,12 17,21 10,83 13,32 12,83 17,95 15,78 16,75 14,58Planalto Norte 3,63 2,51 2,76 0,83 1,66 2,49 1,65 1,92 3,57 1,37Planalto Serrano 4,34 12,68 0,66 3,32 0,67 8,98 0,99 10,93 3,64 14,91

Santa Catarina 22,89 17,64 19,06 13,06 19,08 14,08 19,07 13,78 17,70 13,19

Fonte: GEDST/SINAN/DIVE/SES

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

28

Observa-se que a macrorregião Nordeste vem aumentando sua taxa de detecção para hepatite B. Importante ressaltar que a região absorveu uma grande população oriunda do Oeste paranaense, uma área também caracterizada como endêmica para hepatite B, ao contrário da macrorregião da Foz do Rio Itajaí que, apesar de apresentar alta incidência de Aids em adultos no Estado, expressa baixa detecção do vírus B. Ressalte que o mecanismo de transmissão é o mesmo.

Para os casos de hepatite C, o Sul do Estado mantém as maiores incidências, sendo a região que primeiro iniciou as atividades de diagnóstico e vigilância, seguida da Grande Florianópolis e Foz do Rio Itajaí. Pode-se inferir que o destaque dessas regiões esteja relacionado à estruturação dos serviços com melhor organização e recursos para diagnóstico e acompanhamento que facilitaram a detecção e a notifi cação de casos. O maior número de casos oriundos do restante do Estado são diagnosticados e tratados nos serviços estruturados, principalmente na região litorânea, sendo atualmente o maior desafi o consolidar a descentralização da oferta de serviços adequados para o interior do Estado.

Em relação à mortalidade, foram notifi cados 371 óbitos no Estado, com CID (B15 a B19 e K74) correlato à hepatite viral em 2010. Esses números não representam uma realidade sobre a implicância das hepatites na taxa de mortalidade, pois 267 óbitos registrados com causa básica, neoplasias de vias biliares e fígado (CID K73) não foram considerados, além de alguns erros que ocorrem quando do preenchimento do atestado de óbito, principalmente na codifi cação da causa primária.

Por outro lado, o aumento na taxa de letalidade está relacionado diretamente com a melhoria do diagnóstico e das notifi cações das formas mais graves, à medida que os serviços municipais para assistência das hepatites virais estão se organizando (Tabela 20).

Tabela 20 - Coefi ciente de mortalidade e de letalidade das hepatites virais. Santa Catarina, 2004 – 2010

Ano Coef. Mortalidade/ 100 mil hab. Coef. Letalidade (%)2004 5,8 12,92005 5,3 9,92006 5,1 11,22007 5,2 14,62008 5,7 15,42009 5,8 15,92010 5,9 14,9

Fonte: SINAN/GEDST/DIVE/SES/SC

A análise da mortalidade segundo local de residência mostra que a macrorregião do Planalto Serrano teve a maior incidência do período em 2004, seguida da região Sul, que mantém as maiores taxas durante o período avaliado. A macrorregião com menor taxa de mortalidade é o Extremo Oeste, apesar da endemicidade do vírus B, porém o vírus C apresenta maior letalidade, evidenciando o caráter litorâneo da epidemia (Tabela 21).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

29

Tabela 21 - Coefi ciente de mortalidade das hepatites virais segundo macrorregião. Santa Catarina, 2004 – 2010

Macrorregião 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Extremo Oeste 4,25 4,96 3,78 5,08 6,6 4,51 4,24Meio-Oeste 6,14 4,67 5,28 5,22 4,73 5,05 4,88Vale do Itajaí 4,68 5,49 5,28 4,95 6,15 5,7 8,49Foz do Rio Itajaí 5,85 4,24 4,74 5,4 6,77 4,49 5,07Grande Florianópolis 5,84 4,52 5,46 4,7 5,53 4,99 6,63Sul 6,69 6,4 7,1 7,01 6,09 8,28 6,71Nordeste 3,94 5,53 3,44 4,57 3,91 6,14 5,3Planalto Norte 3,46 5,93 3,63 4,97 4,16 5,77 5,77Planalto Serrano 11,56 4,37 5,67 2,32 7,98 4,64 4,97

Fonte: SINAN/GEDST/DIVE/SES/SC

A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) vem se tornando um agravo importante na saúde do portador do vírus HIV com a piora signifi cativa no prognóstico, devido à insufi ciência hepática e carcinoma hepatocelular. Frente a esta situação, determinar a prevalência da coinfecção HIV/HCV é de extrema importância. Pode-se observar (Tabela 22) uma pequena redução na incidência de pacientes coinfectados no período de 2007 a 2010. Buscando uma maior integração e articulação vem se fortalecendo uma reestruturação administrativa dos serviços de saúde, com a inclusão das hepatites virais junto às DST/HIV/Aids visando à otimização de estratégias e atividades que fortaleçam a vigilância e controle desses agravos.

Tabela 22 - Incidência de coinfectados com HIV e vírus da hepatite segundo macrorregião. Santa Catarina, 2007 – 2010

MacrorregiãoIncidência/100 mil hab.

2007 2008 2009 2010Extremo Oeste 0,87 0,96 0,96 0,14Meio-Oeste 0,16 1,01 0,51 2,36Vale do Itajaí 2,08 1,28 0,76 0,38Foz do Rio Itajaí 3,00 4,78 6,24 3,90Grande Florianópolis 8,01 7,65 7,35 7,81Sul 6,34 4,29 2,91 2,46Nordeste 4,09 4,28 4,46 4,22Planalto Norte 0,00 0,28 0,00 0,00Planalto Serrano 0,33 1,00 2,65 2,98

Santa Catarina 3,59 3,42 3,27 3,11

Fonte: GEDST/SINAN/DIVE/SES

1.3 Tuberculose

Santa Catarina sempre esteve entre os estados com baixas taxas de incidência em tuberculose (27/100 mil hab.), porém nos últimos anos as taxas vêm se mantendo praticamente estáveis com redução de 0,2% ao ano em contraste com o declínio apresentado na incidência do Brasil, que é de 1,4%.

Pode-se observar que as regiões apresentam taxas de incidência bem distintas com notável diferença na região litorânea, destacando as regiões da Grande Florianópolis e de Itajaí (Tabela 23), indicando que os riscos para aumento da tuberculose têm relação direta com a urbanização, aglomeração, pauperização e convivência prolongada dos indivíduos. Outro fator importante que mantém a incidência alta nessas regiões é o alto percentual de casos com coinfecção de TB e HIV/Aids.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

30

Tabela 23 - Incidência de tuberculose todas as formas segundo macrorregião. Santa Catarina, 2006 – 2011

Macrorregião 2006 2007 2008 2009 2010 2011Extremo Oeste 8,3 8,4 8,8 7,8 7,1 9,0Meio-Oeste 14,7 12,2 12,2 10,1 11,7 12,6Vale do Itajaí 13,9 17,7 17,9 18,1 18,3 16,6Foz do Rio Itajaí 71,4 65,9 68,5 77,3 67,1 68,8Grande Florianópolis 36,5 33,8 40,2 40,0 40,9 45,7Sul 24,4 27,2 28,4 30,4 25,8 30,7Nordeste 36,4 34,2 34,7 27,8 37,5 30,2Planalto Norte 15,9 21,0 20,5 16,8 14,1 16,9Planalto Serrano 9,3 14,6 17,3 13,3 17,8 13,6

Santa Catarina 26,6 26,7 28,4 27,8 28,3 29,1

Fonte: GEDST/SINAN/DIVE/SE

O Estado também apresenta uma das menores taxas de mortalidade por tuberculose do país, atingindo no período de 2006 a 2011 uma taxa de 0,9/100 mil habitantes, com tendência à redução. Acredita-se que isso refl ete o acesso ao serviço, à melhoria do diagnóstico e ao tratamento dos casos. As regiões com maior mortalidade por tuberculose são: Planalto Norte, Foz do Rio Itajaí e Grande Florianópolis (Tabela 24).

Tabela 24 - Taxa de mortalidade por tuberculose segundo macrorregião. Santa Catarina, 2006 – 2011

Macrorregião 2006 2007 2008 2009 2010 2011Extremo Oeste 0,29 0,15 0 0,55 0,00 0,41Foz do Rio Itajaí 1,65 1,4 1,59 1,76 1,62 0,54Grande Florianópolis 1,04 0,64 1,11 1,18 3,07 1,75Meio-Oeste 0,66 0,82 1,18 0,51 0,84 0,17Nordeste 1,11 0,96 0,73 1,08 0,23 0,69Planalto Norte 1,67 0,83 1,66 2,47 0,85 0,56Planalto Serrano 1,00 0,33 1,66 0,33 0,00 0,00Sul 0,45 1,11 1,24 0,78 1,21 0,88Vale do Itajaí 0,92 0,39 0,51 0,76 0,37 0,37

Santa Catarina 0,91 0,74 0,97 0,99 1,09 0,74

Fonte: GEDST/SINAN/DIVE/SES

O percentual de abandono do tratamento da tuberculose apresenta um leve declínio nos últimos anos. Entretanto, chama-se a atenção para o aumento do abandono nas regionais de Rio do Sul e Videira, enquanto as demais apresentaram redução do indicador. A meta é chegar a 5%, limite suportável para o controle da doença.

Quanto à coinfecção de TB e HIV/Aids, se observa um aumento de 19% em 2006 para 22,2% em 2011, mostrando uma tendência de acréscimo quando se avalia a série histórica dos últimos anos (Tabela 25). Esse índice é considerado alto e requer uma atenção especial e urgente, reforçando a necessidade de ampliação da realização de medidas de prevenção, como o Tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) para os casos soropositivos.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

31

Tabela 25 - Proporção da co-infecção TB/HIV/Aids segundo macrorregião. Santa Catarina, 2006 – 2011

Macrorregião 2006 2007 2008 2009 2010 2011Extremo Oeste 5,3 10,3 7,6 5,3 13,5 7,6Foz do Rio Itajaí 10,1 2,7 10,8 8,3 23,6 27,7Grande Florianópolis 14,2 12,6 12,2 25,2 29,4 29,4Meio-Oeste 22,7 21,7 25,1 23,5 10,0 6,7Nordeste 26,3 24,7 28,7 30,2 11,7 15,3Planalto Norte 18,1 24,1 19,4 19,1 8,0 3,3Planalto Serrano 15,9 15,1 14,8 13,4 37,3 23,1Sul 10,5 9,2 9,5 0,0 23,9 20,9Vale do Itajaí 7,4 25,0 34,0 35,0 14,9 19,4

Santa Catarina 19,1 19,0 20,8 21,6 21,4 22,2

Fonte: GEDST/SINAN/DIVE/SES

Uma das iniciativas para eliminação da tuberculose como problema de saúde pública foi a implantação do Tratamento Diretamente Observado (TDO). Este pressupõe uma mudança de atitude dos profi ssionais que, ao instituir o tratamento, passam a compartilhar com o doente a responsabilidade do sucesso do mesmo.

Outro problema enfrentado é a gravidade da tuberculose multirresistente (TBMR), que é demonstrada pelas consequências, ou seja, alta mortalidade, tratamento difícil e prolongado, risco elevado de transmissão, maior difi culdade da cura, alto custo, entre outros.

2. Outros agravos de relevância para a saúde pública

2.1 Hanseníase

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Bacilo de Hansen, ou Mycobacterium Lepra e não é prevenida por vacinas. Tem grande potencial para provocar incapacidades físicas e deformidades. É curável quanto mais precocemente diagnosticada e tratada corretamente.

O Estado atingiu a meta de eliminação da hanseníase segundo critério anterior, em 1997 (menos de um doente para 10 mil habitantes), e vem mantendo o controle desde então.

Santa Catarina apresenta uma das menores taxas de detecção do Brasil, cerca de 3,3/100 mil hab. (Tabela 26), mas a doença continua sendo um grave problema de saúde pública, pois a percentagem de casos com algum grau de incapacidade física instalada ainda é considerada alta.

Tabela 26 - Coefi ciente de detecção da hanseníase por 100 mil hab. segundo macrorregião. Santa Catarina, 2006 – 2010

Macrorregião 2006 2007 2008 2009 2010Extremo Oeste 6,1 5,4 6,5 6,7 8,5Meio-Oeste 1,7 1,6 1,9 1,5 2,9Vale do Itajaí 2,1 1,8 1,9 1,6 1,1Foz do Rio Itajaí 4,7 7,0 5,0 2,3 1,8Grande Florianópolis 3,3 3,2 2,9 3,1 3,0Sul 1,7 1,7 0,8 1,6 1,4Nordeste 5,4 4,7 5,3 4,9 5,1Planalto Norte 8,1 7,7 9,4 3,6 5,4Planalto Serrano 1,3 2,0 0,0 0,7 0,3

Santa Catarina 3,7 3,6 3,5 3,1 3,3

Fonte: SINAN-NET/GEVRA/DIVE/SES

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

32

No período de 2006 a 2010 foram descobertos, em média no Estado, 200 casos novos por ano. A taxa de detecção média foi de 3,4/100 mil habitantes. Os municípios que apresentaram maior número de casos nos anos citados são: Joinville, Chapecó, Florianópolis e Itajaí.

O percentual de abandono de tratamento da hanseníase fi cou em 1,2%, o que é interpretado como bom por estar bem abaixo de 10%. No período de 2006 a 2010, o percentual de cura dos casos novos de hanseníase foi 90%, fi cando acima das metas pactuadas para esses anos (Tabela 27).

Tabela 27 – Proporção de cura dos casos novos de hanseníase segundo macrorregião. Santa Catarina, 2006 – 2010

Macrorregião 2006 2007 2008 2009 2010Extremo Oeste 94,4 90,6 96,8 95,0 92,3Meio-Oeste 100,0 88,9 91,7 90,0 77,8Vale do Itajaí 86,7 94,1 83,3 100,0 100,0Foz do Rio Itajaí 84,2 93,3 100,0 94,9 94,4Grande Florianópolis 92,9 100,0 78,1 93,8 70,6Sul 90,0 87,5 75,0 100,0 100,0Nordeste 85,1 90,5 95,7 89,3 82,6Planalto Norte 88,9 93,3 100,0 93,8 90,9Planalto Serrano 100,0 100,0 100,0 80,0 0,0

Santa Catarina 89,6 92,8 91,6 93,9 87,0

Fonte: SINAN-NET/GEVRA/DIVE/SES

O coefi ciente de prevalência da hanseníase encontrado no período de 2006 a 2010 foi de 0,4/10 mil habitantes. O grau de incapacidade I e II no diagnóstico nos anos em questão atingiu média percentual de 43%, o que demonstra que ainda existem problemas quanto ao diagnóstico precoce.

2.2 Doenças diarreicas agudas (DDA)

A alteração do perfi l epidemiológico das DDA, face ao surgimento de novos agentes etiológico, transmitidos por água e alimentos que apresentam como principal sintoma a diarreia, nem sempre são leves e sem gravidade e podem se manifestar como importantes e severas síndromes, devido às toxinas potentes, deixando sequelas ou levando o paciente a óbito. Além disso, o protótipo de surto não é mais aquele restrito a uma instituição fechada, mas casos aparentemente isolados, em diferentes cidades, estados ou mesmo países, podem ser componentes de um mesmo surto, decorrente de uma fonte comum de exposição (alimentar e/ou hídrica), que pode passar despercebida, se a investigação epidemiológica não for capaz de levantar a relação entre os casos. As baixas taxas de mortalidade por diarreia observadas nas últimas décadas, aliadas ao fato de serem consideradas comuns e tratadas com certa naturalidade pela população e pelos médicos, são fatores que contribuem para a subnotifi cação de casos e surtos de DDA, difi cultando as investigações e estabelecimento de causas.

Observa-se que as regiões têm incidências bem diversas e, ao contrário das regiões litorâneas e do Planalto Serrano, que apresentam as menores incidências, as outras, além de terem as maiores incidências, também apresentaram aumento nas taxas ano a ano (Tabela 28).

Em relação à mortalidade por DDA, se verifi ca que ela é baixa em todas as regiões, sugerindo detecção e tratamento precoce dos casos.

A identifi cação e o monitoramento do perfi l epidemiológico das DDA e o conhecimento da realidade e seus condicionantes indicam, sobretudo, a natureza das ações em saúde pública que devem ser tomadas para seu controle e prevenção.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

33

Tabela 28 - Incidência (por 1.000 habitantes) das doenças diarreicas agudas segundo macrorregião. Santa Catarina, 2006 – 2009

Macrorregião 2006 2007 2008 2009 2010 TotalExtremo Oeste 28,2 29,0 34,8 31,4 38,6 32,5Meio-Oeste 24,2 22,5 29,2 24,5 30,4 26,1Planalto Norte 22,6 20,0 28,6 25,5 28,0 25,0Nordeste 22,9 15,9 24,7 17,4 28,2 21,8Sul 16,4 14,7 25,3 14,7 22,9 18,8Foz do Rio Itajaí 8,0 9,0 18,6 18,7 28,5 16,7Planalto Serrano 22,1 15,2 15,6 10,8 6,1 13,9Vale do Itajaí 11,7 11,0 13,2 12,0 14,5 12,5Grande Florianópolis 4,6 5,2 9,5 8,2 6,1 6,7

Santa Catarina 16,7 15,0 21,5 17,3 22,1 18,5

Fonte: SIVEP-DDA/GEVRA/DIVE/SES

3. Um panorama atual e as perspectivas das doenças zoonóticas

Pela perspectiva de saúde pública é consenso que uma vigilância pré-ativa para a ocorrência de doenças de origem em animais com potencial zoonótico permite adotar medidas de proteção e prevenção com a melhor oportunidade necessária. Além disso, atualmente um número cada vez maior de doenças infecciosas humanas desconhecidas surge de formas inusitadas a partir de reservatórios animais, propiciando as chamadas infecções emergentes que, estão associadas às novas capacidades das reemergentes, representando 75% destas como potencialmente zoonóticas, sendo reconhecidas hoje como um problema global e como grande desafi o para a saúde pública.

Considerando o aumento no aparecimento de casos no Estado e a elevada incidência em determinadas áreas relacionados com as zoonoses, bem como a sua de importância social e econômica por apresentar, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também aquelas que apresentam alta letalidade, destaca-se aqui o perfi l epidemiológico das principais zoonoses que ocorrem no território catarinense.

Leptospirose – Doença relacionada com atividades ocupacionais e recreacionais, com baixas condições de saneamento básico; e com ocorrência de enchentes e enxurradas. Nessas ocasiões, nos casos graves, a letalidade pode atingir 40% dos casos. Em Santa Catarina, a curva de incidência dessa zoonose tem apresentado uma tendência crescente; entretanto, há diferenças regionais no comportamento dessa doença. Pode-se observar que, em 2010, as macrorregiões que registraram as maiores taxas de incidência de leptospirose foram: Nordeste (17,3/100 mil hab.), Grande Florianópolis (8,8/100 mil hab.) e Vale do Itajaí (6,1/100 mil hab.). As taxas de letalidade também apresentaram uma variabilidade entre as macrorregiões, sendo que as que apresentaram as maiores taxas foram o Planalto Norte (11,1/100 mil hab.), a Foz do Rio Itajaí (10,5/100 mil hab.) e o Meio-Oeste (7,1/100 mil hab.) (Tabela 29). As questões ambientais, o tipo de atividade econômica (agrícola, pecuária, etc.) e a atuação dos serviços de vigilância interferem na variação desses indicadores.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

34

Tabela 29 - Incidência, óbitos e letalidade de leptospirose segundo macrorregião. Santa Catarina, 2010

Macrorregião Incidência100 mil hab.

ÓbitoNº absoluto Letalidade %

Extremo Oeste 5,3 0 0Meio-Oeste 2,4 1 7,1Vale do Itajaí 6,1 3 6,3Foz do Rio Itajaí 3,7 2 10,5Grande Florianópolis 8,8 4 4,1Sul 4,6 1 2,4Nordeste 17,3 8 5,6Planalto Norte 2,5 1 11,1Planalto Serrano 0,7 0 0,0

Santa Catarina 6,7 20 4,8

Fonte: SINAN-NET/GEZOO/DIVE/SES

Hantavirose – A síndrome pulmonar e cardiovascular por hantavírus (SPCVH) é uma doença emergente no Brasil, com grande repercussão sobre a saúde da população por sua incidência e pelo número de mortes registradas. No Brasil foi detectada pela primeira vez em 1993 e até o fi nal de 2009 foram detectados 1.165 casos dessa doença, atingindo 14 Unidades Federadas, sendo que 33,8% dos casos evoluíram para óbito no último ano.

Em Santa Catarina, a doença foi confi rmada em 1999 e a partir daí vem registrando casos todos os anos. Até o ano de 2011 foram confi rmados 251 casos, com maior incidência ocorrendo em 2006 (0,83 casos por 100 mil habitantes) (Figura 6).

Figura 6 – Incidência (por 100 mil hab.) e letalidade de hantavirose. Santa Catarina, 1999 – 2011

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

0

10

20

30

40

50

60

70

Inc. 0,01 0,09 0,27 0,18 0,28 0,75 0,39 0,83 0,331 0,281 0,196 0,343 0,311

letal. 0 0 6,7 50 31,3 29,3 39 18,8 25 17,6 58,3 33,3 47,4

0,011999

0,092000

0,272001

0,182002

0,282003

0,752004

0,392005

0,832006

0,332007

0,282008

0,202009

0,342010

0,312011

Fonte: SINAN-NET/GEZOO/DIVE/SES

Nos 11 anos de registro de casos em Santa Catarina, a letalidade variou entre zero e 58,3%.

A doença no Estado se caracteriza por ser de área rural, com predominância no sexo masculino

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

35

(75%) em idade produtiva, em geral trabalhadores da agricultura. No ano de 2004, devido à ocorrência de Floração da Taquara Lixa, aspecto observado a cada 30 anos, 17 municípios da região da Grande Florianópolis apresentaram o fenômeno da ratada – aumento da população de roedores silvestres em função da abundância de alimentos – e, como consequência, 30 casos da doença com oito óbitos.

Medidas de prevenção estão voltadas para a orientação da população de regiões de risco quanto à doença, roedores envolvidos e via de transmissão, para o controle da população de roedores e para ações junto aos locais prováveis de infecção, com o objetivo de limpar e descontaminar o ambiente.

Dengue – A dengue é considerada a mais importante arbovirose que afeta o homem e um sério problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.

Santa Catarina é o único estado do país que não apresenta transmissão autóctone da doença, tendo todos os seus casos importados de outros estados. Apesar de não apresentar casos autóctones, todos os casos suspeitos de dengue vêm sendo notifi cados desde 1995. Ao longo do período de 2006 a 2010 houve um aumento no número de notifi cações dos casos suspeitos. Entretanto, o maior número de casos confi rmados ocorreu em 2007 (127 confi rmações dos 702 casos suspeitos), retratando a relação direta com a grande epidemia ocorrida no país durante aquele ano, uma vez que o Estado apresenta grande fl uxo de turistas, bem como intenso trânsito de cargas. Em 2010, esse número voltou a subir (com 185 casos positivos dos 681 casos suspeitos), mais uma vez refl exo da situação nacional (Figura 7).

Figura 7 - Casos de dengue notifi cados e confi rmados. Santa Catarina, 2006 – 2011

0

100

200

300

400

500

600

700

800

CASOS NOTIFICADOS

CASOS CONFIRMADOS

CASOS NOTIFICADOS 308 702 734 255 681 745

CASOS CONFIRMADOS 62 127 51 55 185 128

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: SINAN-NET/GEZOO/DIVE/SES

Com relação à situação entomológica do Estado, visando à detecção precoce do mosquito transmissor da dengue, em 2005 foi implantado a metodologia de rede de armadilhas (larvitrampas) nos 293 municípios. Ao longo do período analisado, se observa que o número de focos acompanha o mesmo comportamento da situação epidemiológica de casos, sendo 2007 o ano com maior registro (1.019 em 49 municípios).

Em 2010, dos 855 focos detectados, 43% foram localizados nos municípios de Chapecó e São Miguel do Oeste, sendo que esses, atualmente, têm o vetor instalado, fi cando evidente o risco maior para a população dessas regiões, que são consideradas estratégicas, pois se situam em rotas de transporte de cargas para países vizinhos do Mercosul (Figura 8).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

36

O fato de a doença estar disseminada por todo o país, com número de casos elevado, faz com que Santa Catarina esteja sempre alerta para a possibilidade de transmissão da doença, mantendo a vigilância e o controle do mosquito vetor.

Fi gura 8 - Focos do mosquito Aedes aegypti e número de municípios com foco. Santa Catarina, 2006 – 2011

0

200

400

600

800

1000

1200

FOCOS

MUNICÍPIOS

FOCOS 386 1019 565 507 855 679

MUNICÍPIOS 42 45 41 52 55 61

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: SINAN-NET/GEZOO/DIVE/SES

Leishmaniose tegumentar americana (LTA) – Em Santa Catarina, os primeiros casos da doença ocorreram em municípios da região Oeste, na década de 80. A partir de 1997, os casos autóctones são registrados anualmente em municípios da região do Vale do Rio Itajaí. Desde 2001, a LTA vem apresentando uma expansão na distribuição espacial, atingindo até o momento as regiões: Vale e Foz do Rio Itajaí, Nordeste, Extremo Oeste e Grande Florianópolis. Nos anos de 2005 e 2006, a ocorrência de surtos epidêmicos, nas regiões do Vale, Foz do Rio Itajaí e Nordeste, contribuíram para a modifi cação do padrão epidemiológico existente.

Embora Santa Catarina apresente coefi ciente geral de detecção de classifi cação risco médio (2,62/100.000 hab.), em algumas macrorregiões como a do Vale do Itajaí e da Foz do Rio Itajaí se verifi ca um risco alto de transmissão da doença, com destaque para o risco muito alto nos municípios de Blumenau (181,40), Camboriú (172,12) em 2006 e Schroeder (78,57) no ano 2009. O declínio dos coefi cientes de detecção observados no período subsequente se deve ao comportamento sazonal da LTA.

Leishmaniose visceral (LV) – A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose transmitida ao homem pela picada de fêmeas infectadas do inseto vetor (fl ebotomíneo), tendo como reservatórios animais silvestres e o cão. É uma doença de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar ao óbito até 90% dos casos humanos. É mais frequente em menores de 10 anos (58%) e o sexo masculino é proporcionalmente o mais afetado (61%).

Na área urbana, o cão (Canis familiaris) é a principal fonte de infecção e a enzootia canina tem precedido a ocorrência de casos humanos. No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) e os marsupiais (Didelphis albiventris). Dentre as medidas mais efetivas para se evitar e controlar uma possível transmissão humana se destacam: a redução da população de fl ebotomíneos, eliminação dos reservatórios urbanos e atividades permanente de educação em saúde.

Em 2010, foram confi rmados os primeiros casos em animais no município de Florianópolis,

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

37

na localidade do Canto dos Araçás-Lagoa da Conceição. Nas ações de investigação e controle foram identifi cados 20 cães positivos, os quais foram submetidos à eutanásia. Como o município passou a ser considerado como área com transmissão de leishmaniose visceral canina, a vigilância deverá ser constante, visando à detecção precoce de casos humanos e evitando óbitos.

Febre amarela – A febre amarela constitui importante causa de morbidade e mortalidade na América. O vírus da FA é responsável pela doença que se apresenta sob dois ciclos distintos: o ciclo urbano e o ciclo silvestre. Santa Catarina até recentemente era considerado como área indene, isto é, sem a presença da doença e do vírus.

A partir de 2001, com a ocorrência de epizootias em primatas não humanos (PNH) e a identifi cação do vírus amarílico em mosquitos no Rio Grande do Sul, se ampliou a chamada área epizoótica ou de transição, incluindo nela grande parte do território catarinense.

Considerando-se a dinâmica de transmissão do vírus na última década, com evidente deslocamento no sentido leste e sul do país, em 2008 foi estabelecida estratégia adicional à vigilância a partir de áreas sentinela (Chapecó, Palmitos, Maravilha, São Miguel do Oeste, Itapiranga e Dionisio Cerqueira), nas quais foram desenvolvidas ações específi cas de monitoramento, visando à prevenção do aparecimento da doença em humanos.

Em 2009, com a ocorrência de novas epizootias em primatas por febre amarela no Rio Grande do Sul, em municípios contíguos a Santa Catarina, foi identifi cada uma área geográfi ca de vigilância permanente para FA, composta por 16 municípios. Nesta área foram implantadas a vigilância de epizootias de PNH (notifi cação e investigação) e a vacinação da população. Naquele mesmo ano, em Santa Catarina foram notifi cadas 28 epizootias envolvendo 45 PNH, e em 2010 ocorreram epizootias nos municípios de Biguaçu, São José do Cerrito e Florianópolis com o acometimento de 15 PNH. Em decorrência das epizootias, foi instituída vacinação para 100% da população de 162 municípios do Estado.

Acidentes por animais peçonhentos no período de 2006 a 2010

O perfi l epidemiológico deste agravo em Santa Catarina apresenta uma tendência diferente do panorama nacional, onde os acidentes causados por serpentes têm um destaque maior. No período de 2006 a 2010 foram registrados 38.735 casos de acidentes causados por animais peçonhentos, atingindo na sua maioria a faixa etária de 20 a 64 anos. Esses eventos têm comportamento sazonal com aumento da incidência durante o período entre outubro e abril.

Pode-se observar que houve um aumento no número de acidentes causados por aranhas, e que 5% (1.686) dos casos ainda não se conseguiu identifi car o tipo de animal que causou o acidente.

Em 2010, no Estado de Santa Catarina, foram registrados 8.436 casos de acidentes por animais peçonhentos, correspondendo a uma incidência de 135,0 casos por 100 mil habitantes (Tabela 30).

Tabela 30 - Acidentes por animais peçonhentos notifi cados por ano e tipo de animal. Santa Catarina, 2006 – 2010

Acidente 2006 2007 2008 2009 2010 TotalAbelha 827 784 602 823 749 3.785Aranha 3781 4.816 4.828 4.933 5.511 23.869Escorpião 152 194 205 202 205 958Lagarta 397 509 541 617 545 2.609Serpente 891 892 857 905 767 4.312Outros 242 300 291 345 338 1.516Ign/Branco 367 367 345 286 321 1.686

Total 6.657 7.862 7.669 8.111 8.436 38.735

Fonte: SINAN-NET/GEZOO/DIVE/SES

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

38

O araneísmo tem uma grande representatividade entre os acidentes causados por animais peçonhentos, 66% do total de casos; e assim como em todo o país, os gêneros de maior importância para a saúde pública são Loxosceles sp, Phoneutra sp e Latrodectus sp, este último com menor ocorrência de casos. A incidência dos acidentes causados por aranha correspondeu a 88,0/100 mil hab., estando acima do parâmetro nacional para a região Sul que é de 58,5/100 mil hab.

Esses acidentes são distribuídos em todo o Estado ao longo do ano com ligeira queda nos meses de junho e julho. As faixas etárias mais afetadas são as de 20 a 64 anos com predominância no gênero feminino. Verifi ca-se maior ocorrência de casos na zona urbana, com 55% dos casos.

Os acidentes causados por serpentes têm grande magnitude pela gravidade e sequelas. Em 2010, se observou uma ligeira queda na incidência de acidentes causados por serpentes 12,0/100 mil hab., distribuídos ao longo do ano, com maior concentração nos meses de novembro a março. Foram registrados três óbitos.

Os acidentes causados por abelhas constituem uma ocorrência de grande importância, assim como o ofi dismo traz muita preocupação pelos casos graves que acarretaram em óbito. No período de 2006 a 2010 ocorreram cinco casos de óbitos causados por abelhas. A incidência desses acidentes em 2010 foi de 11,8 por 100 mil hab., estando acima do esperado para a região Sul, que é de 07 por 100 mil. Os acidentes ocorrem durante todo o ano, observando-se maior número de casos nos meses de janeiro a março.

O escorpionismo vem adquirindo magnitude crescente e representa uma grande preocupação pelo risco para a saúde humana, principalmente na faixa etária de > de 15 anos. Esses acidentes têm uma predominância na zona urbana pela facilidade de proliferação.

4. A evolução das doenças imunopreveníveis através da imunização

Apresenta-se a seguir o perfi l epidemiológico de algumas doenças imunopreveníveis e as características mais importantes que têm contribuído para a redução, controle e/ou eliminação desses agravos.

Coqueluche – As práticas de imunização com elevadas coberturas vacinais têm sido determinantes na redução dos casos, principalmente nas faixas etárias de abrangência da vacina. Santa Catarina mantém a média de 95,8% de cobertura vacinal para proteção contra a coqueluche na população menor de um ano nos últimos cinco anos. Embora a média de casos entre 1994 e 2010 revele que 60% dos casos concentrem-se nos menores de um ano, é importante considerar que nessa faixa etária, muitas crianças podem estar com esquema vacinal de três doses básicas da vacina (dois, quatro e seis meses) incompleta. De 2007 a 2010, apenas dois casos de coqueluche, dos casos notifi cados e confi rmados (n=135), evoluíram para óbito, representando uma letalidade de 1,48%.

Difteria – Também considerada como doença transmissível com tendência de queda na incidência no Estado de Santa Catarina. De acordo com o Sinan-net, de 2007 até o ano de 2010 foram notifi cados 35 casos suspeitos, sendo que o último ano em que o Estado confi rmou casos foi em 2008 (dois casos) com evolução para cura. A manutenção de adequada cobertura vacinal é fator determinante para a redução dessa incidência.

Caxumba – Doença que desde 1994 vem apresentando declínio no decorrer dos anos, principalmente a partir de 1996, quando da implantação da vacina tríplice viral. Em 1996 foram notifi cados no Estado 3.783

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

39

casos (incidência de 77,6/100 mil hab.) e em 2010, apenas 806 casos (incidência de 1,32/100 mil hab.). A faixa etária de maior incidência continua sendo a de um a nove anos, apesar de em 2004 ter sido instituída uma dose adicional da vacina tríplice viral (contra caxumba, rubéola e sarampo) na idade de quatro a seis anos.

Varicela – Doença que pode apresentar quadros graves que levam à internação e ao óbito, principalmente em crianças com estado nutricional comprometido ou em adultos. Santa Catarina estabeleceu desde 1994 a varicela como de notifi cação obrigatória, e a investigação de casos graves e óbitos desde 2004, com uma média de 6.129 casos por ano, sendo que a maioria dos casos ocorre na faixa etária de menores de 10 anos. Entretanto, é comum período de surtos, fato ocorrido em 2010 em que foram registrados em Santa Catarina 20.674 casos. A incidência de varicela neste ano de 2010 foi de 338/100 mil hab., com maior incidência na macrorregião Nordeste, com 705/100 mil hab., e macrorregião do Vale do Itajaí com 452/100 mil hab. Desde 2004 ocorreram 11 óbitos relacionados à varicela grave, sendo seis no ano de 2010, em que ocorreu a maior letalidade entre esses casos (11,5%).

Infl uenza A H1N1 – Em 2009, o país foi acometido pela pandemia de infl uenza A H1N1. No ano foram notifi cados 7.599 casos suspeitos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), sendo confi rmados 2.999 (39,5%) casos para infl uenza A H1N1, com uma incidência de 49 casos por 100 mil hab. Aproximadamente 77% dos casos de infl uenza A (H1N1) ocorreram na população com menos de 40 anos de idade. O encerramento por critério laboratorial foi de 97,6% e somente 2,4% por clínico epidemiológico.

Em relação à mortalidade, ocorreram 304 óbitos por SRAG, sendo que foram 146 óbitos (48,2%) por infl uenza A (H1N1), 19 óbitos (6,2%) por infl uenza sazonal. Dos óbitos por infl uenza A (H1N1), 87 (59,6%) são do sexo feminino e 59 (40,4%) do sexo masculino. A faixa etária com maior mortalidade foi entre 50 e 59 anos, provavelmente pela presença de comorbidades, sendo que a taxa de mortalidade por Infl uenza A (H1N1) na população geral foi de 2,3 por 100 mil habitantes.

Em 2010 se observou uma diminuição dos casos notifi cados e confi rmados para infl uenza A H1N1. Foram notifi cados 662 casos suspeitos de SRAG, desses 23 casos positivos para infl uenza A H1N1 (3,5%) e nove casos positivos para infl uenza A sazonal (1,4%). Destes, foram confi rmados dois óbitos por infl uenza A H1N1.

Nesse mesmo ano foram vacinados no Estado 3.158.919 pessoas dentro dos grupos prioritários, sendo que foram alcançadas as seguintes coberturas vacinais por grupo: 133% trabalhadores de saúde; 88% indígenas; 90% gestantes; 160% portadores de doença crônica; 118% crianças <dois anos; 78% de dois a quatro anos; 91% de 20 a 29 anos; e 82% de 30 a 39 anos.

Doenças exantemáticas: sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita – O sarampo é considerado mundialmente uma importante causa de morbimortalidade infantil. No Brasil, a doença se apresenta controlada, com os últimos casos autóctones confi rmados em 2000. Foram registrados casos importados em Santa Catarina no ano de 2005, e na Paraíba, Rio Grande do Sul e Pará em 2010. Para a eliminação de circulação da rubéola e a síndrome da rubéola congênita, em 2008 foi realizada uma grande campanha de vacinação de adultos, incluindo homens e mulheres de 20 a 39 anos. Além disso, a vacinação de rotina com a tríplice viral diminuiu signifi cativamente o número de suscetíveis para rubéola, sendo registrados seus últimos casos autóctones em 2009.

Meningites – Em 2005 a incidência das meningites em geral no Estado foi de 14,3/100 mil hab., e nos dois anos de 2006 e 2007, devido à ocorrência de surtos de meningites virais localizados, aumentou fi cando em 21,9 e 22/100 mil hab., respectivamente. Nos anos subsequentes, a incidência diminuiu signifi cativamente, voltando para o patamar entre 12 e 14 casos por 100 mil habitantes (Figura 9).

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

40

Figura 9. Incidência (por 100 mil hab.) das meningites em geral. Santa Catarina, 1995 – 2011

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

incid 46,3 26,1 27,4 30,8 30,2 17,8 17,5 21,8 17,0 15,3 14,2 21,8 22,0 12,3 14,0 13,3 12,5

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: SINAN NET/GEVIM/DIVE/SES/SC

No ano de 2011 foram confi rmados 780 casos de meningites em geral, cuja incidência fi cou em 12,5/100 mil hab., com letalidade de aproximadamente 10%. Observa-se que os casos de meningites não estão de forma homogênea distribuídos em todo o Estado. A macrorregião Nordeste apresentou em 2010 a maior incidência da doença, seguida da macrorregião Sul (Tabela 31).

Observa-se que os casos de meningites não estão de forma homogênea distribuídos em todo o Estado. A macrorregião Nordeste apresentou em 2010 a maior incidência da doença, seguida da macrorregião Sul (Tabela 31).

Tabela 31 - Número de casos e incidência de meningite segundo macrorregião. Santa Catarina, 2010

Macrorregião Casos Inc. 100 mil hab.Nordeste 201 24,21Sul 197 22,03Foz do Rio Itajaí 106 20,67Vale do Itajaí 106 13,42Grande Florianópolis 116 10,53Planalto Norte 30 8,25Meio-Oeste 26 4,37Planalto Serrano 13 4,3Extremo Oeste 16 2,18

Fonte: SINAN-NET/GEVIM/DIVE/SES

Na tabela 32 se observa a distribuição do total de casos em 2010.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

41

Tabela 32 - Classifi cação dos casos de meningite segundo etiologia. Santa Catarina, 2010

Etiologia Casos %Meningite Viral 294 36,6Meningite Bacteriana 224 27,9Meningite outras etiologias 84 10,4Meningite Tuberculosa 34 4,2Meningites não especifi cadas 168 20,9

Fonte: SINAN-NET/GEVIM/DIVE/SES

Embora, ao longo dos anos, os casos de meningite em geral venham diminuindo, trata-se de um agravo complexo, pois qualquer agente infeccioso que penetre no sistema nervoso pode causar meningite. As meningites com as mais altas letalidades são as bacterianas, causadas pelo streptococcus pneumoniae; neisseria meningitidis; bacilo de Koch; e as meningites causadas por fungos. É de extrema importância no caso das meningites bacterianas a identifi cação dos agentes etiológicos por confi rmação laboratorial para decisão das medidas profi láticas conforme o tipo identifi cado.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

43

COMENTÁRIOS FINAIS

Apresentar uma análise da atual situação de saúde da população catarinense, muito mais do que uma necessidade, pressupõe a perspectiva de implantação de políticas públicas que levem à melhoria da qualidade de vida, baseadas no conhecimento da realidade e nas reais necessidades desta população.

Os resultados aqui apresentados indicam que simultaneamente à transição demográfi ca e às alterações na estrutura populacional, ocorreram mudanças nos padrões relativos à distribuição dos óbitos segundo causas básicas da morte e dos casos de doença segundo diagnóstico. São essas mudanças na mortalidade e na morbidade que caracterizam a transição epidemiológica. Essa transição se refere às mudanças que ocorrem nos condicionantes e determinantes de saúde da população de um dado território. Seu conceito descreve o processo de transformação gradual de um padrão, em que todos os países passariam por três estágios evolutivos, com relação ao perfi l epidemiológico da população: primeiro o das doenças pestilenciais; segundo, o do declínio das pandemias; e, terceiro, o estágio das doenças crônicas degenerativas criadas pelo homem.

Todavia, essa transição epidemiológica, atualmente em curso no Brasil e Santa Catarina, apresenta características distintas do processo ocorrido nos países desenvolvidos e em alguns países latino-americanos. Embora as mortes por doenças infecciosas e parasitárias tenham declinado tanto em números relativos quanto absolutos, as taxas ainda permaneceram elevadas quando comparadas às de outros países. Convive-se com uma carga global de doenças sobreposta pela presença de doenças agudas infecciosas, crônicas degenerativas e violências, esta última em desenfreado crescimento.

Por tudo isso é preciso continuar monitorando e acompanhando tal evolução, analisando indicadores e identifi cando agravos/eventos que mais acometem a população catarinense ao longo do tempo. Essas informações devem subsidiar a gestão dos serviços de saúde na tomada de decisões que impliquem em ações e atividades com maior efetividade, sendo isso o principal motivo que se propõe a publicação periódica dessas avaliações.

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

Análise da Situação de Saúde do Catarinense

45

REFERÊNCIAS

1. SANTA CATARINA. Informações em Saúde – Disponível em <http://www.saude.sc.gov.br/informacaoemsaude>. Acesso em 10/10/2011 para informações de 1998 a 2009.

2. LAURENTI, R. Transição demográfi ca e transição epidemiológica. In: Congresso Brasileiro de Epidemiologia, 1, Campinas, Anais. Rio de Janeiro: ABRASCO, 1990.

3. SANTA CATARINA. Plano estadual de promoção da saúde para o Estado de Santa Catarina. Secretaria de Estado de Saúde, Diretoria de Vigilância Epidemiológica, Gerência de Vigilância Agravos. – Florianópolis: Secretaria de Estado da Saúde, 2010.

4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2006: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2007: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2008: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

7. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2009: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

8. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

9. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Viva: vigilância de violências e acidentes, 2008 e 2009 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Situação de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO

ESTADO DE SANTA CATARINASecretaria de Estado da Administração

Diretoria da Imprensa Ofi cial e Editora de Santa Catarina

Rua Duque de Caxias, 261 – Saco dos LimõesCEP 88045-250 – Florianópolis – SC

Fone: (48) 3239-6000

O.P. 2878ADP-02870

ADP-02870

Dezembro/2011

SAÚDE DOCATARINENSE

ESTADO DE SANTA CATARINASecretaria de Estado da SaúdeSistema Único de Saúde – SUSDiretoria de Vigilância Epidemiológica

17 DENOVEMBRO

DE 1889

O.P

. 2

87

8C

OM

PO

SIÇ

ÃO

E I

MP

RE

SS

ÃO

:

ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE