Olodumare e o destino do homem

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  • 1. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu 1 Oldmare o destino do homem E. Bolaji Idowu Publicado em Oldmar, God in Yoruba BeliefA&B Books Publisheres, New York, 1994 [1962](pginas 169 - 185)Traduo, notas, e adaptao de texto:1Luiz L. Marins Segunda edio, com reviso de notasMaro de 20121 Este trabalho conter notas do autor e do tradutor. As notas do autor estaro inclusas na numerao das notas dotradutor, que traro, entre parentese, a pgina e o numerao original. As notas unicamente do tradutor, terminarocom a sigla (N.T).. As tradues sero sempre a partir do ingls, com consultas aos dicionrios de iorub, senecessrio. N.T.

2. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu 2Toda religio tem que encarar a questo do relacionamento do homem para com o Poder que gover-na o Universo O que o homem?, e Para que fim o homem foi criado?. So perguntas queexigem respostas filosficas, e tal resposta dependem da concepo do homem sobre o Governadordo Universo, e sobre esta resposta, depende a atitude do homem na vida.Para a questo O que o homem?, o ioruba responder, rapidamente, que o homem um corpo(ara), mais esprito (m). O corpo o concreto, algo tangvel, de carne e osso, o qual ns conhece-mos atravs dos sentidos, e que pode ser descrito, de uma forma generalizada, pela anatomia. m invisvel e intangvel2; ele que d vida para todo o corpo, e portanto, pode ser descrito atravs desuas funes causais. pela sua presena ou ausncia, que podemos dizer se uma pessoa est vivaou morta. Quando o corpo criado, ele criado por uma divindade, mas somente Oldmar quecoloca m dentro do homem, dando a ele vida e existncia.3m est intimamente associado com a respirao, e todo o mecanismo de estar respirando, o qual sua mais expressiva manifestao. Mas, apesar do fato que um homem que respira mostrar quem est dentro dele 4, a respirao no m. m a causa da respirao, e assim ele o respi-rador, o que respira no homem. A respirao [propriamente dita] m, aquilo que respira-do .5Assim, ns dizemos sobre uma pessoa que acabou de morrer: m r ti b, seu esprito saiu, oum r ti lo, seu esprito se foi, isto , o esprito deixou o corpo. 6 Ns tambm podemos dizer, emalgumas circunstncias: m ti tn ninu r no h mais respirao nele. m, tambm usado nosentido de vida, como sentido simplificado de uma existncia animada. O que temos dito at ago-2 (p. 169, nt. 1). Acredita-se que m pode assumir uma forma visvel e tangvel, como quando sai de uma feiticeira,cria asas e voa, como um pssaro! Diz-se que, se o pssaro for preso e morto, a feiticeira morrer simultaneamente.m pode tambm vir a ser visvel como uma apario.3 O trabalho da criao do ser ocorre em dois nveis, no run (mundo espiritual) e no ay (mundo material). m,assim como Or, uma palavra genrica que carrega vrios subconceitos. batl, divindade da criao do serhumano, realiza sua funo de criao do corpo nos dois nveis de existncia, run-ay, mas m, somenteconcedida por Oldmar, tanto no run, como no ay. N.T.4 Isto , coexiste com ele, a parte espiritual dele, porm est no run, motivo pelo qual no o vemos.5 Esta diferena ortogrfica s possvel notar quando escrevemos iorub. Porm, ao serem transcritas para a lnguaportuguesa, estas palavras tem sua ortografia e fontica alteradas, e so escritas de uma nica forma, como segue:m > em ; m > em; ou seja, em portugus ser uma nica palavra com dois sentidos diferentes, conforme ocontexto. Assim, a transcrio do fonema iorub para a o fonema portugus gera uma perca de conceito. N.T.6 Queremos lembrar, que m uma palavra genrica para o esprito eterno (m l-l), e que este, enquantocoexiste com a ara (corpo) no ay (mundo), ele chamado enkej, o duplo espiritual do ser humano. Entretanto,enkej ainda uma palavra, tambm genrica, pois comum a todos os seres humanos. O que os diferencia so: r(aparncia, forma, aquilo que se v), okn (alma, no sentido abstrato de sentimentos individualizados, e no decorao fsico), w (carter), ye (inteligncia), entre outros. So estes nveis de diferenciao dos seres humanos,que os capacitam a serem lembrados no culto aos ancestrais, atravs de irnti (memria), simbolizada por algunsobjetos rituais prprios. N.T. 3. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu3ra no fim do assunto. Qualquer pessoa que conhece Iorub com intimidade, sabe que isto no tudo.Na bblia iorub, a palavra okn usada para traduzir a palavra inglesa alma. Entretanto, no apenas isto, pois okn tambm traduzido como corao. De acordo com os iorubs, ele a sededa emoo e da energia fsica. Ns descrevemos, uma brava pessoa, como - o n okn,ele temcorao, e uma tmida pessoa como - k n okn, ele no tem corao. Para encorajar umapessoa, dito: k lokn ou m u lokn le, fortalea seu corao, ou, seja forte em seu corao.Neste contexto, praticamente todos os rgos internos do corpo esto juntos, ou tem funes fsicase emocionais atribudas a ele.Quando ns dizemos de uma pessoa, in r le, seu interior duro, ou in r di, seu interior im-penetrvel, ns queremos dizer que, ele endurecido, ou ele no tem o corao aberto. O inte-rior de uma pessoa (in), reconhecido como fonte de fora e desenvolvimento. Assim, quando di-zermos, k nifun nn, ele no tem intestinos, queremos dizer que, ele no tem fora. Da mes-ma forma que o nifun kan significa, algum que no tem iniciativa, fora interior.Mas, todos os rgos internos no homem, que juntos ou separados desempenham suas funes paraque o homem tenha aes e reaes, nenhum deles, juntos ou separados, constituem a alma (okn).Tem os iorubs uma concepo concreta da alma? O que eles chamam de alma, eles tem uma esabem o que ela faz?A alma, para o iorub, a pessoa interior, e seu nome para ela Or.7 Isto a personalidade-alma.Or a palavra para cabea fsica8. Para o iorub, entretanto, o or fsico e visvel o smbolo deorn, a cabea interior, ou espiritual, e isto a essncia da personalidade. Na crena iorub, esteor que governa, controla e guia a vida e atividades de uma pessoa.Aqui, ns precisamos enfatizar a conexo entre or, a essncia da personalidade, e Oris, a fonte daexistncia. Oris o prprio Oldmar, como ns temos observado. O or que a essncia da per-sonalidade, a personalidade-alma do homem, deriva diretamente de Oldmar9, cuja nica prerro-gativa coloca-lo no homem, por que Ele a nica inesgotvel fonte da existncia. Isto significa7 (p. 170, nt. 3) Queremos alertar, que a ideia de Or como a personalidade-alma antes, indeterminada, na medidaem que as tradies orais so confusas, mas consegue-se esclarec-la atravs de um paciente trabalho de pesquisa.8 Or tem o significado de cabea, apenas quando o tema estudado o corpo (fsico ou espiritual). Or tambm podeser, o cabealho de um livro, o telhado de uma casa, a copa de uma rvore, etc.; filosoficamente falando, dentro dotema de Noo de Pessoa, significa a parte espiritual do ser humano, com diversos subconceitos. N.T.9 Especialmente neste pargrafo, Or colocado por Idowu em um contexto muitssimo generalizado e aglutinador, eque engloba at mesmo o m-l-l. Este excesso de generalizao prejudica o tema, uma vez que, o m (a vida),Oldmar d ao ara-run (sr do run) recm-criado por Obtl, o deus da criao, ainda no run, habilitando-o aescolher o seu or-od (destino), na casa de jl, o oleiro de Oldumare. Portanto, a palavra que Idowu deveria terusado para generalizar, m, como vinha dissertando at agora. N.T. 4. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu 4que, sem Ele, o homem no pode sobreviver. Os iorubs tem plena conscincia de que por causaDele que ns vivemos, nos movimentamos e temos nossa existncia ... pois somos tambm a Suadescendncia. Or que vem para o mundo para cumprir um destino.O que contribui para a individualidade de cada Or sua qualidade. Geralmente, uma pessoaprspera chamada Olrre, aquele que tem um bom or, enquanto que aquele que tem uma vidainfeliz chamado Olrk, aquele que tem um mau or. Isto muito mais que dizer, que umapessoa tem boa sorte, ou m sorte. Este um assunto inextricvel, cujo limite est diretamenteligado ao destino da pessoa. Apesar de que em sua origem, or no essencialmente ruim, o destinode uma pessoa [or-od] pode afeta-lo para uma situao pior, por que ele particularmente, res-ponsabilidade do prprio or.O destino de uma pessoa conhecido como pn-or, ou pnr, a poro de or, e que usualmen-te abreviado como pn. Mas, algumas vezes, em consequncia da conexo entre or e pn, o destino tambm chamado de or, o que torna or e pn, sinnimos, na linguagem popular.Assim dizemos, or burk k gb ose, um mau or no pode se retificado com sabo (ao lavar). 10O que isto significa, estritamente, que uma m poro [pn] que j est alocado para um or, nopode ser retificado com medicina. De uma pessoa mal sucedida, diz-se or in r l ba tde j, seu or interno que estraga seu externo, isto , a m qualidade de seu or reflete nas suas atividadesexternas. Ainda, estritamente, isto significa que, a poro [pn] que seu or carrega, que condicio-na a vida da pessoa.11A ideia de or complica-se quando ele concebido como uma entidade semi-livre, onde ele , aomesmo tempo, a essncia da personalidade e o guardio ou protetor pessoal. Estas dvidas aqui sedevem, antes, indeterminao da concepo do duplo, ou anjo guardio.12Ns vemos isto, ilustrado em um pequeno sermo para nova uma noiva, que est indo para a casa deseu futuro marido:10 (p. 172, nt. 1) Os iorubs usam sabo medicinal para muitos propsitos, sejam mgicos ou medicinais.11 Lembramos que neste pargrafo Idowu fala de or-od (destino), isto , as condies das quais no podemos mudar. Entretanto, neste contexto, est ainda embutido o conceito de w (carater), que, ao contrrio, pode alterar o destino de algum, para melhor ou pior, de acordo com seu f-atinwa, seu livre arbtrio. N.T.12 Esta complicao a que se refere Idowu, deixa de existir, quando estudamos o tema com mais profundidade. A essncia da personalidade, alma (okn), carter (w), conhecimento (ye), aparncia (r) so inerentes ao aray (ser humano), e nada tem a ver com o protetor espiritual, o alb, que tambm chamado enkej. A suposta complicao deve-se a dois fatores: o duplo conceito da palavra enkej, como veremos adiante, e a aglutinao de todos estes conceitos dentro da uma nica palavra: Or. N.T. 5. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu 5MorloMmwlojlwbOrnibnigblokoLevanteorNolevantebelezaAbelezaumdiaacabaMasOrquepermanecenacasadomarido.Isto refere-se certamente qualidade interior das pessoas que fazem o sucesso conjugal, mas eletem uma insinuao de or, como uma semi-separada entidade da personalidade-alma.Acrescentando, temos a sugesto em uma prece para uma pessoa que est realizar um trabalho, kior k o sn lo o, possa or ir com voc; ou ouvir um aviso, de que ela pode retornar sem sucessose no consultou seu or antes de sair.13 Or, em sua totalidade, um objeto de culto, e existem doismotivos para isso:Primeiro, como ele a essncia da personalidade, ele precisa ser guardado em boas condies, paraque ele possa estar de bem com a pessoa.Segundo, a pessoa precisa estar de bom acordo com ele, para que ele possa favorece-los.Em apoio ao primeiro motivo, os iorubs falam como se Or fosse tudo o que necessrio para sercultuado.Um od str, diz:14Olytiforararsiltinbodd,Sgbnorngbeni,dgbeni,13 Neste pargrafo, novamente o alb est inserido no conceito generalizado de or. N.T.14 Signo divinatrio do orculo de If. N.T. 6. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu6Njorlbbotiabfrssil.IGNORAROly,quenegligenciaseuprprioOrefazoferendaparad,15Mas,orquefavorecealgum,dnofazisso,Antes,Orquedeveriasercultuado,enors.Para fazer uma oferenda ao Or, a cabea fsica geralmente o emblema comum. 16 Noz de cola17,peixes e aves, ou outro animal pode ser oferecido. Um pedao de noz de cola, colocado na cabea,enquanto o sangue de uma ave, ou outro animal, derramado sobre ela. A cabea fsica, serve, svezes, embora nem sempre, como smbolo do enkej. Frequentemente, o sacrifcio para o enkej exposto no quintal, ou qualquer lugar aberto que o orculo possa prescrever.Uma pessoa faz oferendas, no somente para seu prprio or, mas tambm para o or de seus pais.Neste caso, ainda mais, enfatizado a concepo de anjo guardio. O emblema para o or do pai, geralmente, o dedo do p direito, enquanto que o or da me, o dedo do p esquerdo.Uma mulher jovem, em dificuldade, pode ser orientada a fazer uma oferenda para okorun (seu ma-rido que est no cu, seu marido enkej).Assim, enikeji no apenas o [duplo do] or da prpria pessoa, mas tambm pode ser seu guardio,seu amigo, ou protetor espiritual [enkej-alb].1815 (p. 172, nt. 3) d uma cabaa pequena oca, que usada como receptculo para ps medicinais, mas tambm pode ser uma cabaa grande, com pescoo comprido, que pode ter amarrado muitos bzios, e usada como emblema ou um objeto de culto, recebendo oferendas regulares.16 Or, entretanto, como qualquer rs, tem seu prprio assentamento (Il Or), constitudo de bzios que ficam dentro de uma vasilha chamada klb, e que, por sua vez, encerrado em um receptculo maior, tambm ornamentado com bzios. O Batuque do R.S., conservou algo deste fundamento de Or, uma vasilha de loua com bzios, moeda e folhas, que montada no ato de alimentar a cabea (bor), sendo que, neste ato, os bzios so colocados sobre o or fsico, para alimentarem-se. O assentamento de Or, o Il-Or, chamado no Brasil de Igb-Or, largamente utilizado pelos iorubs. Queremos lembrar, porm, que o candombl tradicional no faz uso do assentamento de Or, algo que se conservou de forma rudimentar no Batuque do R.S. Uma descrio de um bor tradicional recolhido por Pierre Verger pode ser visto aqui: http://...orinikan Entretanto, atualmente os candombls intelectualizados, reafricanizados ou reinventados, como queiram, embora no tenham um padro definido, culminaram por adotar o uso comum do igb-or com ot, mas este no tem a finalidade de assentar o nikeji. Isto completamente irracional, como j dissemos. Neste tipo de candombl, o uso do igb-or com ota tem apenas a finalidade de preparar os elementos que formaro o futuro jogo de bzios do iniciado, conforme o modo de entender deste modelo atual de candombl. Isto necessrio que se frise. Recentemente, devido polmica do uso do ota no igb-or adotado pelos candombls reafricanizados e/ou reinventados, tomamos o depoimento de um babalo tradicional, como pode ser visto aqui: http://...ile-or17 Cola Acuminata. Pierre Verger, Ew, So Paulo, Companhia das Letras, 1995, p. 587. N.T.18 Assim como muitas outra palavras iorub, enkej tem duplo sentido e entendimento. H que se diferenciar, o enkej-m (duplo espiritual da pessoa), que coexiste e recebe as oferendas sobre o or fsico ... do enkej-alb, um protetor espiritual, que sem dvida, alimenta-se no igb-or, smbolos rituais que representam or. De uma certa forma, o rito de oferenda cabea, o bor, est relacionado muito mais aos ancestrais, do que aos ris. N.T. 7. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu7Sim, s vezes quando o iorub refere-se ao duplo, que eles chamam enkej, eles esto falando emtermos claros, de uma outra entidade alm da sua personalidade-alma [enkej-m], que ainda temuma forte influncia sobre seu destino. Ele , variavelmente descrito, como o anjo guardio da pes-soa, a garantia da pessoa no cu, e que est a servio da pessoa, para fazer e possibilitar certas coi-sas, transferindo-lhe alguns poderes. [os colchetes so nossos]O destino de uma pessoa pode ser afetado para pior, pelas maquinaes de seu enkej [alb], eisto, como temos observado, um dos motivos do porque o enkej [alb] precisa ser apazigua-do regularmente atravs de oferendas. Uma narrativa do ogbgnd, dentro do corpus-od, explicaque, algum que nasa sob este particular od, precisa oferecer constantes sacrifcios para seuenkej, ou ele no prosperar, podendo ser privado de metade de suas coisas no mundo. Incidental-mente, qualquer um nascido debaixo deste od, no dever dar sua confiana uma mulher! 19 [oscolchetes so nossos].Para o iorub, a finalidade para qual a pessoa foi criada, inextrincavelmente ligada com o seu des-tino. Eles acreditam que as realizaes do homem na terra teriam sido predestinadas por Ol-dumr. De acordo com a concepo geral, uma pessoa obtm o seu destino de trs formas:knlyn: aquele que escolhe ajoelhado ...knlgb: aquele que recebe ajoelhado ...ynm:aquilo que afixado para algum ...[ O tradutor recomenta ao leitor, a leitura desta nota. 20 ]Assim, temos uma tripla concepo de destino, que sustenta, que a pessoa que est vindo para omundo precisa ajoelhar-se diante de Oldmar, para Sua confirmao. Seja o que for [o seu desti-no], inaltervel e vem a ser a poro [pn] de algum atravs da vida. isto o que a pessoa vemcumprir no mundo.No esclarecido pela tradio oral, o que o Pr-Existente diz para a pessoa antes dela vir para omundo, mas diz-se que, ele, o Or, que ajoelha-se diante de Oldmar, para escolher, receber, outer o destino afixado para ele.2119 Por tratar-se do mesmo conceito, realocamos este pargrafo originalmente na p. 182, onde encontrava-se solto, para junta-lo aos pargrafos da p. 173, aos quais amarra-se perfeitamente. N.T.20 Estes conceitos, knlyn, knlgb e ynm, no tem origem na religio iorub tradicional (comunicao pessoal do Asoj Oba Alktu, Prof. Aulo Barretti Filho, http://funaculty.blogspot.com/. Acrescentamos, que estes conceitos tem sua origem na cultura grega, especificamente em Plato, conforme cita o prprio autor Idowu, em nota que veremos adiante. Infelizmente, estes pseudo-conceitos so divulgados em livros, na internet e ensinados at, por professores ioruba nativos radicados no Brasil, como se iorub fossem, sem nenhum critrio cientfico, N.T.21 (p. 174, nt. 1) Conforme Plato, A Repblica. Traduzido por Dr. A. D. Lindsay, Everymans Library, n. 64, p. 322. 8. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu8O conceito geral, de qualquer forma, que a pessoa ajoelha-se diante de Oldmar, para escolherou receber o seu destino.22Quando o rito diante de Olodumare est completo, a pessoa comea a caminhar para o mundo. Elachega no porto entre o cu e a terra, e encontra Onbod (o porteiro), para quem ela dever respon-der algumas questes, antes de atravessa-lo.As questes e respostas so, como segue:Onbod:Ondevocestindo?Apessoa:Euestouindoparaomundo.Onbod:Oquevocestindofazer?Apessoa:Euestouindoparanascercomoumhomemchamadotal,deumamulherchamadatal,nacidadetal.Eusereionicofilho.Crescereibeloecom sade.Ajudareiatodos,etodasascoisasqueeutocar,prosperaro.Quandoeutivervinteecincoanos,meupaimorrer,equandoeutivercinquentaanos,minhamemorrer.Construireiumacasagrandeepossuireiumaextensafazenda,esereipaideumagrandefamlia,comminhasvintemulheres.Quandoeutivercomsessentaanos,doisdemeusfilhosbrigaro,eumdelessermorto.Naidadedenoventaanos,euficareidoenteemorrereipacificamenteemminhacasa.Sereiveladoportodoscomumgrandefuneral.OnbodTo!(estselado!)E assim a pessoa passa para o mundo com seu destino duplamente selado. Porm, ao vir para omundo, a pessoa se torna ongbgb 23, e esquece o que se passou com ele no cu, inclusive o seudestino.Como a pessoa vem a ser concluda no tero, a tradio oral no nos fala. Mas mesmo que o iorub22 Citaremos um trecho da obra de Plato que serviu de base para o texto de Idowu: [...] A estas palavras, lanou os destinos e cada um apanhou o que cara perto dele. [...] Fonte: PLATO, A Repblica, traduo de Enrico Corvisieri, Ed. Nova Cultural, So Paulo, 1997, p. 348. Assim, o conceito usado pelo pastor Idowu para fundamentar a escolha do destino, baseada na cultura grega, e no na cultura iorub. N.T.23 Uma pessoa esquecida. N.T. 9. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu 9saiba que a concepo resulta de um intercurso sexual, ele acredita que cada pessoa uma nova cri-ao, que de alguma forma inexplicvel entra no tero, para nascer, aps um duro perodo de gesta-o. Um pai insiste em ter certeza que a criana sua, e no de outro homem, olhando a criana va -garosamente e procurando estabelecer alguns pontos similares de linhagem, enquanto ao mesmotempo pensa que a criana uma nova criatura.Dissemos que, pela prpria natureza do destino, ele inaltervel, especialmente por que foi dupla-mente selado no ato de sua confirmao, e finalmente no porto. Aparentemente, ento, nada,nem ningum, pode fazer algo para modifica-lo.Vejamos alguns versos sobre isso:24AkunlynniadaiybAkunlaynpnAdaiytnojnroniOqueescolhemosajoelhando,oquefazemosnomundoNsajoelhamoseescolhemosumaporoEstamosnomundo,masnoestamossatisfeitos.Akunlgbalowlwod:Ksogbnow,KsogbnomoAquiloqueapessoaescolheajoelhado,oqueelatemNohoutromeiodeterdinheiroNohoutromeiodeterfilhosAynmoogbgnOqueafixadoparaalgum,nopodeserretificadocommedicina24 Primeiro, lembramos que esta afirmao do pastor Idowu est baseada em um conceito que no iorub; segundo, ele no fornece as fontes destes versos, portanto, supomos ser dele mesmo. Vale dizer, que o fato de um texto estar escrito em iorub, no significa que o conceito seja iorub. Dispomos em nossa biblioteca particular, de exemplares da Bblia e do Alcoro, todos em escritos em iorub, mas nenhum deles tem conceitos religiosos tradicionais iorub. N.T. 10. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu 10No odu chamado Ogbe-t h uma meno desta ligao:25Lbd,omotnbaNwonnigbogboaiyambuukSugbonAjlrunambknuLbd,omotnbaDizemqueomundotodofardetudoparaimpediloMasAjlrunoguardareoabenoarH tambm uma cantiga popular que diz:26IgitOlrungbnKsenitolfatuArvorequeOlrunplantaNingumpoderarrancar.Parece, portanto, uma vez que o assunto do destino pessoal est selado no cu, seria o fim do assun-to. Entretanto, na prtica diria dos iorubs, a concepo de inalterabilidade do destino foi modifi-cada. Nos negcios da vida diria, os iorubs agem de forma a acreditar que, dada certas circunstn-cias, o destino de uma pessoa pode ser alterado. E ele pode ser alterado das seguintes maneiras:a) Pela ajuda de rnml, divindade que preside o orculo de If. Temos observado que o maiormotivo que uma pessoa vem a ser devoto de rnml, que, um destino feliz pode ser preservado,e um infeliz, retificado. Como parte do ritual que est sendo feito para um devoto, o sacerdote,aponta para cada um dos itens trazidos pelo nefito, dizendo:Priest:Talnieku?Client:Temio.25 O pastor Idowu claramente busca apoio nos versos de If para tentar embasar um conceito grego, entretanto, sem convencer. N.T.26 Esta cantiga iorub no faz nenhuma referncia ao conceito grego, como tenta fazer parecer o pastor Idowu. N.T. 11. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu11Priest:Talnieja?Client:Temio.Priest:Talnika?Client:Temio.Priest:Kilomnwonwfn? Client: Ki ng low mw, ki ng bimo lmo, ki ng kole mole, ki ng fatitnsehn,king sgun t,kingrehnod,kingniaikusegbon iw,lohuntimosemuwonwa. Sacerdote:Dequemsoosratos? Cliente:Meus. Sacerdote:Dequemsoospeixes? Cliente:Meus. Sacerdote:Dequemoourio? Cliente:Meu. Sacerdote:Porquevocostrouxe? Cliente:Paraqueeutenhamuitodinheiro,paraqueeutenhamuitosfilhos, paraqueeutenhamuitascasas,paraqueeuaumenteminhaprosperidade,para queeuvenatodososmeusinimigos,paraqueeuvejaofimdetodosqueme queremmal,paraqueeutenhavidalonga,queomelhordetudonaterra. Estessoosmotivosdoporqueeuostrouxe.Como podemos ver, o cliente est tomando medidas atravs do agenciamento de rnml, para in-fluenciar seu destino. Durante a vida, algum recorre rnml, ou a sua divindade tutelar, atravsdo orculo ou culto, para que uma boa poro possa ser assegurada.b) O destino de uma pessoa pode ser alterado para pior pelos omoraiy (filhos do mundo). Os ioru-bs usam um apelido, para descrever em quem, aparentemente, os maus poderes do mundo esto es-condidos, justamente no mesmo sentido de como eles operam atravs do homem do mundo, queama mais as trevas do que a luz, ou, o poder das trevas. 2727 (p. 177 nt. 1) t e Od so tambm usados metaforicamente em algumas partes da Iorubalandia para designar respectivamente o pai ou me de algum. Algum pode ser congratulado como O segun t, orehn od (ele tem 12. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu12Omoraiy incluem, feiticeiras, cultos secretos com tendncia a prtica de feitiaria, algum que dado a pratica e maquinao do mal, ladres, assassinos e matadores. Os iorub acreditam que osomoraiy so uma terrvel realidade. Ento eles dizem omoraiygun (os filhos do mundo [queusam] arma), esto em constante estado de guerra contra qualquer um, ou qualquer coisa, que noaceite suas vontades. Acredita-se que eles tenham o poder de estragar muitas pessoas, por melhorque sejam. Assim, Algemoterekang, quando veio para o mundo e encontrou omoraiygun, eledisse: E jmi jise ti Oldmar rn mi (permita-me cumprir a misso que Oldmar me encarre-gou).H uma cano iorub que carrega uma lamentosa nota de splica:EmpminipepagbeKgbeotdalrigb;EmpminipeplkKlkotdolsngn;EmpminipepbrkbrotdalwrineiyeninuokoNometelepatise28comovocfzcomagbe,Paraqueagbeviesseaserdecordendigo,onicodafloresta.Nometelepatisecomovocfezcomlk,Paraquelkviesseasercordemadeira,onicododeserto.Nometelepatiseassimcomovocfezcombr,Paraquebrviesseaserovagabundotagareladomato.29Outra designao para os agentes do mal Elnn o implacvel, sem motivo, sdico inimigo que sido vitorioso sobre seus inimigos e visto o fim de todos que lhe desejam mal) isto dito quando algum viveu o suficiente para realizar o funeral de seus pais. [ no nosso entender, estou nota de Idowu no faz sentido. n.t.]28 (p. 178 nt. 1) O iorub acredita na possibilidade da telepatia. Diz-se que uma das armas mortais nas mos de omoraiygun.29 (p. 178 nt. 2) Agbe, lk e br so pssaros. Os dois primeiros dizem pertencer famlia dos galos. Para Agbe dado o nome de Blue Touraco Musophagidae, no Dictionary of Modern Yoruba. 13. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu 13combate as pessoas insensivelmente e estraga toda a oportunidade de sucesso Eles podem impedirOr de cumprir seu destino. Por isso diz-se que, or kunl o ynw, elnn je ko se e (or ajoelhae escolhe seu destino, elnn tentar impedi-lo).Omoraiygun e elnn obtm seu poder do princpio malgno que descrito abrangentementecomo Aiy 30. Aqui reside o poder concentrado do mal. Vemos este poder parcialmente manifestadoem s, mas ns sabemos que s no essencialmente mau.31 Em Aiy, entretanto, ns encontra-mos um mal absoluto em sua essncia, malignamente obstruindo, estragando, intensamente diabli-co.32 No totalmente claro na tradio oral qual a funo deste poder, mas, se um iorub ques-tionado a explicar a sua existncia, ele certamente dir que Oldmar responsvel. Isto, no porque Oldmar tem ou apoia o mal em sua natureza, mas por que o iorub acredita que todas as coi-sas que esto no mundo originaram-se Dele. 33 Os ancies iorub, certamente diro, que Old-mar que d aos omo araiy seus poder. Se, entretanto, ns perguntarmos Para qual propsito ser-ve Aiy?, ns veremos que encontramos, um beco-sem-sada. Os iorubs no se aborrecem com talquesto. Eles aceitam Aiy como um fator importante para ser considerado na sua vida, e sobre oqual procura-se encontrar meios e formas de contornar a situao. um fato concreto que, para oiorub, Aiy nip (Aiy malignamente poderoso). O iorub explica qualquer mal-estar ou indispo-sio, ou um infortnio persistente na vida de uma pessoa, dizendo Aiy lo nb a j ( Aiy queest afligindo ele). O poder de Aiy para o mal to grande, que ele pode alterar o curso da nature-za.Portanto, diz-se:Bieraiy,esfaiyBieraiy,esfaiy:sswaiyijmrdd,AiynltasoijmrbepoAiynlpgdngdnollij;30No confundir com ay, tambm traduzido como o mundo, mas com o significado de vida, enquanto aiy, nestecontexto, contra a vida. N.T.31(Idowu, Oldmar, p. 83) No podemos cham-lo de diabo, no com o sentido que tem esta palavra no NovoTestamento, pois o mal que existe em s, tambm pode ser encontrado nas outras divindades. N.T.32Isto , tanto que a concepo de Aiy vai dentro deste contexto. Existe um culto de Aiy em Igb-or onde Aiy um ancestral. [no compreendemos o sentido desta nota. n.t.]33Conforme Isaias 45:7 - Eni t sd ml t s d knkn, t se lf t s d yonu jl, mi,Jhf, ni se gbogbo nkan wny. (Formando a luz e criando a escurido, fazendo a paz e criando acalamidade, Eu, Jeov, fao todas estas coisas). 14. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu14Bieraiy,esfaiy.SevocencontrarAiy,fujadeAiy,34SevocencontrarAiy,fujadeAiy:Oprimitivoijimr35eranegroFoiAiyqueencharcouasroupasdeijimrnoazeidededende;FoiAiyquematougdngdn,ocirurgio36dodesertoSevocencontrarAiy,fujadeAiyc) Dentro da noo de escolha de pn, existe tambm a sugesto que a falncia de uma pessoa, ouinfelicidade, que pode ser por sua prpria responsabilidade. O destino de uma pessoa pode ser afeta-do para pior, pelo seu carter. O iorub acredita que um bom destino, se no for ajudado pelo car -ter, intil. O destino pode ser prejudicado pelas aes de uma pessoa, especialmente pelos atos deprecipitao e impacincia. Dentro do Od Corpus, Obr-yk narra uma histria de uma pessoaque aspirava subir no ponto mais alto de um coqueiro 37.Foi dito a ele que ele poderia fazer isso, mas que ele deveria ser muito cuidadoso, para no ser en-ganado pela arrogncia de seu empreendimento, e tentar pular de uma rvore para outra. Ele no ou-viu, e na tentativa de pular de uma rvore para outra, caiu e morreu. Esta histria adverte as pessoas,que elas podem facilmente prejudicar seu destino, devido a sua impacincia, arrogncia e prepotn-cia, perdendo a boa fortuna destinada a ele. Outro od fala-nos 38:AluksAiy39 vivia uma vida de misria, e j estava na idade de quarentaanos, quando ele sentindose cansado, decidiu cometer suicdio. Na tentativa,eleapenasdesmaiou,eviusediantedoOnbod,queperguntouporqueeleestavaalinoporto,semserchamado.Elefezsuaqueixa,sendoque,emresposta,Onbod apenasescondeuodentrodeumquarto,edissequeele apenasouvisse.34 No faa amizade com Aiy.35 jmr o macaco vermelho. A implicao aqui que sua cor vermelha, por causa do azeite de dend, contrria ao que deveria ser.36 gdn, oll ij, so ttulos-frase para o leopardo. Oll, em iorub, algum que circuncisa e corta, fazendo as marcas e tatuagens do cl. O leopardo carrega este ttulo, por que capaz de fazer marcas em suas vtimas.37 gbon, Cocos Nucfera. (Verger, Ew, 1995, p. 652). N.T.38 Idowu no informa qual o od. N.T.39 Ttulo do tocador de tambor, particularmente do antigo reino de y, que acordava o rei todas as manhs, s 4 hs. 15. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu 15Nodemoroumuito,ouviupassos,eelesabiaqueaquelesqueestavamfazendosuaviagemparaomundo,tinhamchegado.Eleouviucadaum delesdizercomoseriaseudestino,ecomoelefoiseladofinalmenteporOnbod.Quandotodosjtinhamsado,Onbodcantouestacano:AluksAiySeongbo?BaiysenyenimroAluksAiyVocestouvindo?Istomostracomoavidadealgumser.Ento AluksAiy, ouviuque,atagora,ascoisasquetinhamacontecidocomelenaterra,estavamdeacordocomoseudestino.Emseguida,Onbod,deixouosairemostroulheumcercadoquecontinhamuitogadoeumquartocheiodeboascoisasdavida40Foiditoaele,quetudoistoestavaparaserseuapsaidadedequarentaanos,deacordocomoseudestino.Agora,entretanto,eletinhaperdidoseufuturobenfico,devidoasuaimpacincia.A estria conclui que, vista de toda esta riqueza, ele explodiu em choro, e pediu fortemente paraOldmar que lhe concedesse mais dez anos, para que ele pudesse desfrutar de sua predestinadafortuna.Enfatizando sobre o carter, na sua relao com o destino, vemos com reservas o paradoxo daresponsabilidade humana dentro de um sistema aparentemente de predestinao fechada, pois temosum destino fechado, como uma coisa escolhida pela pessoa.Com o elemento do carter envolvido, uma pessoa no pode imaginar um automticocumprimento de um bom destino... Ele precisa cooperar para fazer seu destino feliz, adquirindo epraticando o bom carter.d) Um destino infeliz pode ser retificado, se o motivo puder ser apurado. Referimo-nos ao trabalhode rnmil. No terceiro dia aps o nascimento de uma criana, o orculo consultado para ele.Este rito chamado Ikoswiy, ou sntaiy (o primeiro passo no mundo). O principal propsito40 Para o iorub, as boas coisas da vida so: dinheiro, mulheres, filhos, sade, vida longa, casas e propriedades. N.T. 16. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu16 para saber qual ser o seu destino, quais so suas proibies, o que necessrio para preservar seubom destino, ou para retificar um destino infeliz.Este terceiro dia, no a nica vez que o orculo consultado para este propsito; ele consultadoquando a pessoa venha a ter qualquer problema durante a vida. s vezes, durante uma doena,quando o orculo declara que a vida da pessoa est por terminar, devido ao cumprimento do seudestino, um sacrifcio substituto prescrito como remdio para evitar a realizao do destino. Existeuma estria, que nossos ancies dizem ser uma histria real:HaviaumhomemchamadoAtelequeestavatendomuitotrabalhocombk,isto,sua mulher tinha bebes que morriam sucessivamente, no muito tempo aps seunascimento.Ateletentoudevriasformasresolverasituao,masfalhou.Ento,ele decidiu verificarqualeraacaudadisso.Assim,elemudouseparaAjiran,umavilaquetinhaalendadepossuirumportoentreocueaterra,atravs do qual as pessoas entram e saem do cu para terra, e viceversa. OOnboderaOjm,quetambmeraochefedapequenacidade,equecarregavaoapelidode Ayrunb (Ayn runb) ElevaiparaocueretornaAtele 41relatoulhe o motivo de sua vinda. Ojm ouviuo com simpatia, acolheuo comhospitalidadeparaaquelanoite,prometendo umasoluonamanhseguinte,queeraodiasagradodeAjiran.Ojm escondeu Atele debaixo de sua cadeira, na qual ele costumava sentarseparaoritualdodiasagrado.Emcertomomento,novaspessoasqueestavamvindoparaomundo,reuniramse,ecada umdelesrespondeuo questionrio sobrecomoseriaseudestino.Umadaspessoasqueestavamnareunio,eraumadaspessoasqueiamnascercomofilhodeAtele.Quandoelecontouseudestino,eledisseestavavindoparaserfilhodeAtele,edetudooquedisse,omaisimportanteeraque,umdiaantesdoseucasamento,demanh,eleiriaaomatoparaaliviarse,seriamordidoporumacobraevoltariaparaocu.Atelevoltouparasuacasa,emIpru,comestesegredoemseucorao.Odiadocasamentochegou,eseufilho,justamentenodiaanteriorcerimonia,quisirparaomatoparaaliviarse,masseupai,queoestavavigiandodurantetodootempo,pediuaelequeficasseemcasaeusassequalquerobjetoparaisso.Maseleestavarelutante,iriaaliviarsenomatodequalquerjeito.Atele,insistiuentoparaircomeleparaomato.Quandoeleschegaramnolugar41 Em algumas partes da Iorubalandia, as pessoas louvam-no durante o funeral, para que ele possa abrir [para o morto] o porto da boa entrada no cu, ao invs de ficar esperando aqui na terra, muito tempo. Ele prprio deve ter sido um homem muito considerado, para ser lembrado. 17. Oldmar e o destino do homem - E. Bolaji Idowu17escolhidoporseufilhoparaaliviarse,Ateleparouecomumatocha,clareouomato, vendoentoumaenormecobra,quepicariaseufilho,conformeosegredoqueelesabiaemseucorao.Atele,rapidamenteamatou,retificandoodestinodeseufilho,queviveuatteroscabelosbrancos.e) O destino de uma pessoa tambm pode ser afetado pela ao de seu enkej, conforme j vimosanteriormente.Tudo isto pode ser resumido da seguinte maneira:O Iorub, geralmente acredita, que o destino de todos que vem para o mundo predestinadopor Oldmar.O destino duplamente selado, e portanto, inaltervel.Tudo o que a pessoa conseguir por ela mesma, algo fora do seu destino.No entanto, os iorubs acreditam que, dada certas condies, o destino de uma pessoa podeser alterado. Eles ento, procuram saber como usufruir plenamente de um bom destino, e como ummau destino pode ser retificado.O paradoxo que envolve esta dicotomica concepo, facilmente aceita pelos iorubs, semquestionamentos. Eles no oferecem nenhuma explicao racional para isto. Isto apenas significaque, de uma forma inexplicvel, o que acontece com algum, pode ser simultaneamente, o resultadode: 42Bi ti gb a (Como ele recebeu seu destino)Afowf (O que ele trouxe sobre ele mesmo)Or Aiy (O veneno de Aiy)*********************************************42 Ou seja, respectivamente: o destino escolhido, o livre-arbtrio, feitiaria.