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JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951 VOLUME 6. EDIÇÃO 3 Associação entre perda auditiva e autopercepção do handicap auditivo em pessoas idosas Association between hearing loss and self-perception of the hearing handicap in older persons Asociación entre pérdida auditiva y autopercepción del handicap auditivo en personas mayores Autores Anamélia Oliveira 1, Carina Dantas 2 , Ana Luísa Jegundo 3, Ana Filipa Carvalho 4 1 MsC, Saúde Pública, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, 2 Directora do Departamento de Inovação da Cáritas Diocesana de Coimbra, 3 Gestora de Projectos da Cáritas Diocesana de Coimbra, 4 Audiologista da OuviSonus Centro de Audiologia Corresponding Author: [email protected] ARTIGO ORIGINAL/ ORIGINAL ARTICLE DEZEMBRO 2017 Resumo A perda auditiva é uma condição comum associada à senescência e é considerada um problema crescente, dado o envelhecimento demográfico das populações. Objetivo: o presente trabalho tem como objetivo verificar a existência de associação entre a perda auditiva e a autoperceção de handicap auditivo em pessoas idosas. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, descritivo e de natureza quantitativa com uma amostra de conveniência de 23 participantes, com idades igual ou superior a 60 anos. Resultados: O estudo demonstrou que o “handicap significativo” foi superior para o sexo feminino (35,3%) e a percentagem de “handicap significativo” foi superior na “hipoacusia de grau moderado Grau I” (21,7%) e na “hipoacusia de grau moderado Grau II” (17,4%), contudo não foram observadas associações estatisticamente significativas entre perda auditiva e handicap auditivo nos idosos. Conclusão: A implementação de estratégias de promoção da saúde auditiva, bem como o diagnóstico precoce e reabilitação destas condições, pode reduzir ou minimizar o impacto das perdas auditivas em pessoas idosas. Palavras-chave: audição; autoavaliação; audiometria; envelhecimento; presbiacusia. Abstract Hearing loss is a common condition associated with senescence and ut is considered a growing problem, given the demographic ageing of populations. Objective: this study aims to verify the association between hearing loss and self- perceived hearing handicap in older persons. Metodology: A cross-sectional, descriptive and quantitative study was carried out with a convenience sample of 23 participants aged 60 or over. Results: The study showed that the "significant handicap" was higher for females (35.3%) and the "significant handicap" percentage was higher in "moderate-grade hypoacusis - Grade I" (21.7%) and in "moderate-grade hypoacusis - Grade II" (17.4%), however, no statistically significant associations were found between hearing loss and self-perceived hearing handicap in the older persons. Conclusion: The implementation of strategies to promote hearing health, as well as the early diagnosis and rehabilitation of these conditions may reduce or minimize the impact of hearing loss among older persons. Keywords: hearing; self-evaluation; ageing; presbycusis; health services for the aged Oliveira, A. et al. (2017) Associação entre perda auditiva e autopercepção do handicap auditivo em pessoas idosas, Journal of Aging & Innovation, 6 (3): 82 - 95

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Associação entre perda auditiva e autopercepção do handicap auditivo em pessoas idosas

Association between hearing loss and self-perception of the hearing handicap in older persons

Asociación entre pérdida auditiva y autopercepción del handicap auditivo en personas mayores

Autores Anamélia Oliveira 1, Carina Dantas 2, Ana Luísa Jegundo 3, Ana Filipa Carvalho 4

1 MsC, Saúde Pública, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, 2 Directora do Departamento de Inovação da Cáritas

Diocesana de Coimbra, 3 Gestora de Projectos da Cáritas Diocesana de Coimbra, 4 Audiologista da OuviSonus – Centro de Audiologia

Corresponding Author: [email protected]

Autores

Dados curriculares

ARTIGO ORIGINAL/ ORIGINAL ARTICLE DEZEMBRO 2017

Resumo

A perda auditiva é uma condição comum associada à senescência e é considerada um problema crescente, dado o

envelhecimento demográfico das populações. Objetivo: o presente trabalho tem como objetivo verificar a existência de

associação entre a perda auditiva e a autoperceção de handicap auditivo em pessoas idosas. Métodos: Foi realizado um

estudo transversal, descritivo e de natureza quantitativa com uma amostra de conveniência de 23 participantes, com idades

igual ou superior a 60 anos. Resultados: O estudo demonstrou que o “handicap significativo” foi superior para o sexo

feminino (35,3%) e a percentagem de “handicap significativo” foi superior na “hipoacusia de grau moderado – Grau I”

(21,7%) e na “hipoacusia de grau moderado – Grau II” (17,4%), contudo não foram observadas associações

estatisticamente significativas entre perda auditiva e handicap auditivo nos idosos. Conclusão: A implementação de

estratégias de promoção da saúde auditiva, bem como o diagnóstico precoce e reabilitação destas condições, pode reduzir

ou minimizar o impacto das perdas auditivas em pessoas idosas.

Palavras-chave: audição; autoavaliação; audiometria; envelhecimento; presbiacusia.

Abstract

Hearing loss is a common condition associated with senescence and ut is considered a growing problem, given the

demographic ageing of populations. Objective: this study aims to verify the association between hearing loss and self-

perceived hearing handicap in older persons. Metodology: A cross-sectional, descriptive and quantitative study was carried

out with a convenience sample of 23 participants aged 60 or over. Results: The study showed that the "significant handicap"

was higher for females (35.3%) and the "significant handicap" percentage was higher in "moderate-grade hypoacusis -

Grade I" (21.7%) and in "moderate-grade hypoacusis - Grade II" (17.4%), however, no statistically significant associations

were found between hearing loss and self-perceived hearing handicap in the older persons. Conclusion: The

implementation of strategies to promote hearing health, as well as the early diagnosis and rehabilitation of these conditions

may reduce or minimize the impact of hearing loss among older persons.

Keywords: hearing; self-evaluation; ageing; presbycusis; health services for the aged

Oliveira, A. et al. (2017) Associação entre perda auditiva e autopercepção do handicap auditivo

em pessoas idosas, Journal of Aging & Innovation, 6 (3): 82 - 95

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Introdução

A presbiacusia é um termo conhecido para

designar a perda auditiva associada ao processo

de envelhecimento e é caracterizada por uma

perda auditiva bilateral, simétrica e progressiva

(Dalton, et al. 2003; Heine e Browning, 2002),

principalmente para sons de alta frequência, e

dificuldade na compreensão da fala (Araujo e

Iório, 2014)

A perda auditiva é uma condição comum

associada à senescência e é considerada um

problema relevante e crescente, podendo vir a

tornar-se um grande problema de saúde pública

considerando o aumento da esperança média de

vida e o consequente envelhecimento da

população (Liu e Yan, 2007). O impacto da perda

auditiva pode ser profundo, com consequências

para o bem-estar social, funcional e psicológico

da pessoa idosa (Ciorba, et al. 2012).

Diversos estudos demonstram que a

presbiacusia pode ter um efeito negativo sobre a

qualidade de vida e o bem-estar psicológico -

isolamento social, depressão, ansiedade e

mesmo declínio cognitivo foram relatados em

pessoas afetadas (Dalton, et al. 2003; Heine e

Browning, 2002).

Em estudo, nos Estados Unidos, foi

demonstrado que a presbiacusia afeta 40% da

população com mais de 75 anos de idade. Outro

estudo sobre distúrbios auditivos, realizado no

Reino Unido em 1995, revelou que 20% dos

adultos apresentavam algum grau de deficiência

auditiva, sendo que deste total, 75%

apresentava-se em indivíduos com mais 60 anos

de idade (Dalton, et al. 2003; Tremblay e Ross,

2007).

Em Portugal existem poucos dados

referentes à prevalência deste problema, mas

segundo investigações realizadas esta

prevalência não é muito diferente de achados

internacionais, observando-se crescente perda

de audição a partir dos 65 anos, uma realidade

presente em grande parte dos idosos.

Almeida e Falcão (2009) verificaram, com base

no 4º Inquérito Nacional de Saúde, a existência

de um aumento da percentagem de indivíduos

com incapacidade auditiva relacionada com o

aumento da idade, encontrando-se 34,3% no

grupo etário 75 e mais anos. Contudo, este

inquérito ainda não permite incorporar uma

componente de observação, em que a

audiometria poderia ser incluída, pelo que a

grande dimensão da amostra estudada apenas

permitiu produzir estimativas da prevalência de

incapacidade auditiva auto-declarada.

Segundo Ciorba et al. (2012) o diagnóstico da

presbiacusia, atualmente, inclui o histórico

familiar, a história de início e progressão da perda

auditiva e os resultados de testes audiométricos,

que permitem determinar o grau de

comprometimento.

Os exames audiomé¬tricos são responsáveis por

fornecer informações sobre as capacidades

auditivas do indivíduo, contudo estes testes

limitam-se apenas a identificar o grau e tipo da

perda auditiva (Rosis, et al. 2009). Segundo

Veras (2007), é comum existir uma perda auditiva

significativa com pouca queixa em relação ao uso

funcional da audição, bem como é possível

encontrar perda auditiva leve com elevado índice

de perceção de desvantagem auditiva.

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Desta forma, torna-se necessário a avaliação

do modo em que a perda auditiva afeta os

aspetos emocionais e sociais do indivíduos, este

tipo de observação pode ser realizada por meio

da aplicação de questionários de auto-avaliação,

como o Hearing Handicap Inventory for the

Elderly - HHIE (Rosis, et al. 2009; Ventry &

Weinstein, 1982).

A pesquisa da capacidade de audibilidade e

da autoperceção da desvantagem auditiva

permite uma avaliação mais completa do perfil

audiológico de cada indivíduo, possibilitando

assim um trabalho de reabilitação individualizada

e, consequentemente, um maior ganho de

qualidade de vida.

As investigações epidemiológicas relativas à

perda de audição em idosos são bastante

escassas em Portugal, existindo uma clara

necessidade em melhorar a compreensão dos

profissionais da saúde acerca da etiologia e

prevalência desta alteração e identificar

intervenções para melhorar a saúde, relacionada

com a audição, bem como a qualidade de vida

dos idosos. Face ao exposto, o presente trabalho

tem como objetivo verificar se existe associação

entre a perda auditiva e a autopercepção de

handicap nos idosos.

Métodos

Foi realizado um estudo transversal,

descritivo e de natureza quantitativa com uma

amostra de conveniência de 23 participantes,

com idade igual ou superior a 60 anos. A amostra

foi constituída por idosos que se encontram a

frequentar a resposta social de Centro de Dia na

Cáritas Diocesana de Coimbra – Centro Rainha

Santa Isabel e Centro Social São Pedro.

A recolha dos dados foi realizada no período

compreendido entre junho de 2016 e outubro de

2016. O projeto de investigação foi realizado no

âmbito do projeto GrowMeUp (financiado pelo

programa H2020, ao abrigo do Grant Agreement

n.º 643647, liderado pela Universidade de

Coimbra), uma vez que a problemática auditiva

demonstrou ser um dos obstáculos mais

prementes à utilização de tecnologias, com

sistema de diálogo, por parte dos idosos.

Os critérios de inclusão da população no

estudo foram os seguintes: idade igual ou

superior a 60 anos, ambos os sexos, queixa

auditiva, não utilização de Aparelho e

Amplificação Sonora Individual (AASI),

assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) e aceitação para participar

do estudo de forma voluntária. Foram excluídos

do estudo os idosos que apresentavam

limitações cognitivas que impossibilitassem o

preenchimento dos questionários.

O estudo consistiu em duas fases de recolha

de informação. Na primeira fase foram utilizados

dois instrumentos para recolha de dados: (1)

anamnese audiológica e (2) Escala de

Desvantagem Auditiva para Idosos (P-HHIE). Na

segunda fase foi realizada uma avaliação

auditiva dos idosos no Centro de Audiologia –

OUVISONUS, localizado em Coimbra.

O primeiro instrumento de recolha de dados, a

anamnese audiológica, integrou um questionário

estruturado, no qual os idosos responderam

perguntas referentes às queixas auditivas,

ocorrência de acufenos, uso de medicamentos,

condição de saúde gerais e questões referentes

ao equilíbrio.

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O segundo instrumento utilizado foi a Escala de

Desvantagem Auditiva para Idosos, Hearing

Handicap Inventory for the Elderly – (HHIE),

(Ventry & Weinstein, 1982; Martins & Serrano,

2010). Esta escala visa observar os efeitos da

perda auditiva em indivíduos idosos e é

composta por 25 questões, das quais, 12

correspondem às componentes Sociais e as

outras 13 estão relacionadas as componentes

Emocionais. Cada questão tem como opção a

resposta “sim” (equivalente a 4 pontos), “às

vezes” (equivalente a 2 pontos) ou “não”

(equivalente a 0 pontos). A pontuação geral da

escala de respostas varia de 0 (ausência de

desvantagem auditiva) a 100 (máxima perceção

de desvantagem auditiva) pontos, sendo os

participantes devidamente estratificados de

acordo com a perceção de perda auditiva, isto é,

de 0-16 pontos, não apresenta desvantagem

auditiva; de 17-42 pontos, verifica-se uma

perceção leve/moderada de desvantagem

auditiva; e entre 43-100 pontos, há uma perceção

severa/significativa de desvantagem auditiva.

Na segunda fase da pesquisa realizou-se a

avaliação auditiva, durante a qual os

participantes receberam informações sobre os

exames a serem realizados e a ausência de

qualquer risco associado.

Inicialmente os idosos foram submetidos

à Otoscopia ao Canal Auditivo Externo (CAE)

com a finalidade de avaliar as condições

adequadas para a realização dos exames

auditivos. Em seguida foi avaliada a audição,

através da audiometria tonal limiar e vocal,

realizada em cabina acusticamente tratada e

utilizando o audiómetro Interacoustics modelo

AD229b, auscultadores TDH39 e vibrador B-71.

Foram obtidos limiares auditivos por via aérea

(VA), nas frequências de 250, 500, 1000, 2000,

3000, 4000, 6000 e 8000Hz, e por via óssea

(VO), nas frequências de 500, 1000, 2000, 3000

e 4000Hz, sendo esta última avaliada apenas

quando os limiares auditivos das frequências em

via aérea foram iguais ou superiores a 10 dB NA.

A audiometria vocal, realizada em ambos

ouvidos, permitiu determinar o Limiar de Receção

da Fala (LRF) e o Índice Percentual de

Reconhecimento da Fala (IPRF). A

impedancimetria foi realizada com o auxílio do

aparelho da marca Maico, modelo MI34 e

determinou a timpanograma e pesquisa dos

limiares dos reflexos acústicos contralaterais nas

frequências de 500, 1000, 2000 e 4000Hz.

Na análise da audiometria tonal, os

resultados foram classificados segundo o grau de

perda auditiva, tendo em consideração os

resultados obtidos no melhor ouvido, de acordo

com classificação proposta pelo BIAP (1997),

que classifica do grau da perda auditiva de

acordo com a média dos limiares auditivos, por

VA, nas frequências 500, 1000, 2000 e 4000Hz.

Quanto ao tipo de perda auditiva, o estudo seguiu

a classificação de Silman e Silverman (1997), de

acordo com a configuração audiométrica e

levando em consideração a comparação dos

limiares entre a via aérea e a via óssea de cada

ouvido. Para a audiometria vocal e

impedancimetria utilizaram-se os critérios de

classificação de Jerger, Speacks e Trammell

(1968) e Jerger (1970).

Após a recolha das informações e da

avaliação auditiva dos idosos, iniciou-se a

construção de uma base de dados e o respetivo

tratamento estatístico. Para a organização e

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análise dos dados, foi utilizado como recurso a

versão 21 do programa estatístico IBM SPSS

(Statistical Package for the Social Sciences),

aplicando-se, inicialmente, os procedimentos de

análise descritiva, com medidas de proporção,

tendência central e dispersão e, posteriormente,

a análise inferencial, tendo sido utilizados os

testes de Qui-quadrado e Teste Exato de Fisher

com o objetivo de verificar associação entre o

grau da perda auditiva e grau do handicap. Para

o estudo, foi adotado um nível de significância de

5% em todas as análises.

Resultados

A amostra foi constituída por 23 (100%) idosos

com idades entre 60 e 95 anos, com a maior

frequência situada entre 79 e 88 anos (11,5%). A

média de idade apresenta um valor de 84,04

anos. A amostra foi estratificada em quatro

grupos etários: 60 a 69 anos; 70 a 79 anos; 80 a

89 anos e acima de 90 anos.

No estudo, a amostra caracterizou-se por

ser predominantemente do sexo feminino

(65,4%). Procedendo-se às análises das

características audiológicas, verificou-se que

60,6% dos indivíduos relataram alguma

dificuldade em ouvir, contudo, 52,2% não soube

especificar em qual ouvido tem mais dificuldade

em escutar e 34,8% respondeu que ouve mal em

ambos os ouvidos.

Quando inquiridos em relação à evolução da

perda auditiva, 69,6% dos idosos não soube

responder como se deu a evolução, porém 30,4%

relatou que a perda ocorreu progressivamente.

Do total dos idosos, 65,2% mencionou sofrer com

tonturas e/ou vertigens. Quanto à presença de

acufenos, 69,6% idosos mencionaram não ter

qualquer tipo de acufeno no ouvido. No entanto,

30,4% dos idosos referiu a presença de acufeno,

predominando o acufeno em ambos ouvidos.

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Relativamente à dificuldade em compreender a

fala, 69,6% dos idosos referiu que apresenta esta

dificuldade. Quando questionados se já

exerceram alguma atividade profissional em local

ruidoso, 30,4% mencionou que sim. Quanto ao

uso regular de medicamentos, verifica-se que

82,6% utilizam alguma medicação diariamente,

Na avaliação da perceção da desvantagem

auditiva pelos idosos, a percentagem de idosos

“Sem Handicap” foi de 26,1%, enquanto a

percentagem dos idosos com “Handicap leve a

moderado” foi de 30,4% e, por fim, a

percentagem de idosos com “Handicap

significativo” foi 43,5%.

no entanto, apenas 4,3% faz uso, atualmente, de

medicamentos ototóxicos.

Em relação a episódios de otalgia, 73,9% dos

idosos relatou que não sofre de dores no ouvido.

Inquiridos sobre problemas de saúde, a maioria

dos idosos (87%) indicou que sofre com uma ou

mais condições de saúde.

Na análise da componente Social (S) observa-se

que 50,7% dos idosos responderam “sim” e “às

vezes” a estas questões, enquanto na

componente Emocional (E) 46,5% dos idosos

indicaram “sim” e “às vezes” às questões

colocadas, sendo a perceção da desvantagem

auditiva mais verificada na componente Social

(Tabela 3).

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De acordo com a Escala de Desvantagem

Auditiva para Idosos, das 25 situações

questionadas aos idosos, em apenas 7 delas há

uma maior desvantagem auditiva, sendo elas:

quando encontra/conhece um novo indivíduo fora

do seu círculo (39,1%); em grupos, onde procura

se isolar (43,5%); irrita-se por não conseguir ouvir

(43,5%); dificuldades em locais ruidosos como

festas (52,2%); em conversas onde o interlocutor

fala em baixa intensidade (73,9%); em visitas a

amigos e parentes (39,1%) e aborrece-se por não

ouvir bem (34,8%).

Relativamente aos resultados do exame

audiológico, considerando os resultados para o

melhor ouvido, 23 (100%) dos idosos

apresentam alguma perda auditiva, 9 (39%)

revelaram uma hipoacusia de grau ligeiro, 8

(34,8%) uma hipoacusia de grau moderado (grau

I) e 6 (26,1%) uma hipoacusia de grau moderado

(grau II). A pesquisa dos limiares auditivos

evidenciou ainda o predomínio de perdas

neurossensoriais (97,3%) (Tabela 4).

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Observou-se ainda uma perda auditiva bilateral

(100%) e queda dos limiares auditivos por via

aérea, de 5 a 20 dB, nas frequências altas (4000,

6000 e 8000 Hz).

Quanto à audiometria vocal, considerando os

resultados para o melhor ouvido, verificou-se que

os valores do IPFR apontam que 1 (4,3%) idoso

tem ligeira/discreta dificuldade para compreender

a fala, 8 (34,8%) apresentam uma moderada

dificuldade para compreender a fala e 6 (26,1%)

têm uma acentuada dificuldade para

acompanhar uma conversa, seguindo de 8

(34,8%) que possuem uma provável

incapacidade de acompanhar uma conversa.

Na análise inferencial dos dados, a percentagem

de “handicap significativo” e “handicap leve a

moderado” é superior para o sexo masculino,

sendo respetivamente 66,7% e 33,3%, e a

percentagem de “sem handicap” é superior para

o sexo feminino (35,3%). Contudo não existe

uma relação estatisticamente significativa entre o

handicap auditivo e género, conforme valor do

Teste de Associação Qui-Quadrado bicaudal

(duas extremidades) = 3,144 p=0,208

Quando observada a relação entre o resultado do

handicap auditivo e os grupos etários, verifica-se

que o grupo dos 60 aos 69 anos não apresenta

desvantagem auditiva. Já o dos 70 aos 79 anos

apresenta 17,4% de “handicap leve/moderado” e

“handicap significativo”; dos 80 aos 89 anos

mostra 43,4% de “handicap leve/moderado” e

“handicap significativo”; por fim, 13% apresenta

um “handicap leve/moderado” e “handicap

significativo”, o que evidencia que a

desvantagem auditiva aumenta com idade.

Porém, os resultados do Teste de Associação

Qui-Quadrado não demonstram relação

significativa em termos estatísticos (=7,440

p=0,282) e os testes de correlação de Spearman

(rs=0,049 p=0,182) e de Pearson (r=0,119

p=0,191) aproximam-se de zero, demonstrando

uma relação não linear e não monótona.

Na relação entre perda auditiva e género,

observa-se que 73,9% das perdas auditivas são

superiores para o sexo feminino e apenas 26,1%

ocorrem no sexo masculino. Contudo, as maiores

perdas auditivas, de grau moderado I e II,

ocorrem no sexo masculino, embora de forma

não estatisticamente significativa - Qui-Quadrado

bicaudal (duas extremidades) = 2,831 p=0,243.

Na análise entre o grupo etário e perda auditiva,

observou-se que no grupo de 60-69 anos o total

de perdas foi de 4,3%. No grupo dos 70 aos 79

anos o total foi de 17,4%, seguido de 65,2% no

grupo de 80 a 89 anos e de 13% no grupo de

mais de 90 anos, o que aponta para um aumento

de perda consoante o aumento da idade. Uma

vez mais estes valores não podem ser

extrapolados para a população em geral por falta

de significância estatística (Qui-Quadrado

=8,236 p=0,221), indicando porém uma

correlação fraca, embora linear no teste de

Spearman (rs=0,263 p=0,136) e de Pearson

(r=0,290 p=0,126).

Relativamente à correlação entre grau da perda

e handicap auditivo, a percentagem de “handicap

significativo” é superior na “hipoacusia de grau

moderado – Grau I” (21,7%) e na “hipoacusia de

grau moderado – Grau II” (17,4%). Já a

percentagem do “sem handicap” e “handicap leve

a moderado” é superior na “hipoacusia de grau

ligeiro”, sendo respetivamente 21,7% e 13,0%.

Contudo, não se observou associação

estatisticamente significativa entre perda auditiva

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estatisticamente significativa entre perda auditiva

e handicap auditivo nos idosos, como evidencia

o valor do Teste de Associação Qui-Quadrado

bicaudal (duas extremidades) =8,823 p=0,066.

Por outro lado, a sua correlação é moderada e

linear, apresentando valores para dados

Discussão

Relativamente às perdas auditivas, no presente

estudo foram encontradas, em todos os idosos,

hipoacusias de grau ligeiro a moderado, o que

está em concordância com outros estudos que

apontam que há uma prevalência maior de perda

auditiva neurossensorial descendente, de grau

leve a moderado, na população idosa (Almeida e

Guarinello, 2009; Marques et al. 2004).

Observou-se ainda perdas auditivas bilaterais

(100%) e queda dos limiares auditivos nas

frequências altas. A perda auditiva bilateral e

acentuada nas frequências altas é uma

característica presente na presbiacusia (Kacker,

1997).

Para Silveira e Russo (1998) a avaliação

audiológica fornece dados referentes ao tipo e

amostrais já com alguma relevância e

praticamente idênticos no teste de correlação de

Spearman (rs=0,575 p=0,139) e de Pearson

(r=0,570 p=0,129), apesar de a correlação para

dados populacionais não ser significativa

estatisticamente, possivelmente devido ao

reduzido tamanho da amostra (N<30).

grau da perda auditiva que o indivíduo

apresenta, sendo também imprescindível a

avaliação da maneira como esta deficiência afeta

a qualidade de vida emocional e social dos

pacientes por meio de outros instrumentos.

Lotfi et al. (2009) ao investigarem os efeitos

da perda auditiva na qualidade de vida,

evidenciaram que a presbiacusia tem sido

relatada como causa de relações comunicativas

reduzidas, bem como de interações sociais e

emocionais afetadas. Segundo estes autores, a

hipoacusia é apontada como uma fonte de

solidão, isolamento e declínio nas atividades

sociais, bem como distúrbios de comunicação e

insatisfação com a vida.

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Uma pessoa com hipoacusia pode ter dificuldade

em discriminações de fala, participação em

atividades sociais e capacidade de localização

de sons (Gates e Mills, 2005). A perda auditiva

também está associada ao aumento de

distúrbios emocionais, depressão e isolamento

social e demência (Mulrow et al., 1990; Weinstein

e Ventry, 1982).

Na análise da Escala de Desvantagem Auditiva,

do total da população estudada, 73,9% relatou ter

deficiência auditiva, indicando um handicap leve

e moderado ou significativo. Das situações

questionadas através da Escala, 52,2% relatou

ter dificuldades em locais ruidosos e 73,9%

referiu maior prejuízo em conversas onde o

interlocutor fala em baixa intensidade. A literatura

afirma que, na população portadora de

presbiacusia, a maior dificuldade de

comunicação é sentida em situações em que

várias pessoas estão conversando ao mesmo

tempo (Almeida e Guarinello, 2009; Aiello et al.

2011).

No estudo da desvantagem auditiva a

componente social foi onde mais se verificou

prejuízos. Reforçando estes achados, os autores

Santiago e Novaes (2009) observaram que,

quando comparadas as implicações sociais e as

emocionais da desvantagem auditiva, o idoso

tende a sentir-se mais prejudicado em situações

que envolviam terceiros, procurando isolar-se, o

que poderia ser explicado pelo sentimento de

frustração e incapacidade de desenvolver

plenamente suas funções sociais.

Com relação ao handicap auditivo e a idade, no

presente estudo a diminuição na audição e na

desvantagem auditiva autorelatada com o

aumento da idade, depois de contabilizar grau de

perda auditiva, é consistente com os efeitos de

idade observados em outros estudos com idosos.

Segundo Wiley (2000) a prevalência da

autoavaliação da deficiência auditiva, bem como

da perda auditiva foi maior para grupos etários

mais velhos. Ou seja, tanto a desvantagem

auditiva, como a perda auditiva, aumentaram

com o avanço da idade.

Na análise das perdas auditivas e género, do

total, foram identificadas hipoacusias em 17

indivíduos do sexo feminino (73,9%) e 6 do sexo

masculino (26,1%). Contudo, quando analisado o

grau da perda auditiva, observou-se maiores

prejuízos em idosos do sexo masculino. Estes

apresentam perdas moderadas grau I e II mais

elevadas (83,3%) do que o sexo feminino.

De uma forma geral, há consenso sobre a

relação do maior prejuízo auditivo nos homens do

que nas mulheres (Pearson et al. 1995; Helfer,

2001). De acordo com Jerger et al. (1993), a

perda auditiva nas frequências altas nos homens

é maior do que nas mulheres, que por sua vez,

têm pior audição nas frequências baixas. Para

Cruickshanks (1998) a prevalência também foi

maior para homens do que para mulheres.

Segundo Helfer (2001), existe a necessidade de

serem avaliadas as diferenças de gênero,

principalmente, porque este fato pode ser

explicado pela maior exposição dos homens ao

ambiente ruidoso. Gates et al. (1990) também

confirma em seu estudo a diferença de gênero,

atribuindo a pior audição dos homens à

exposição a ruído em ambiente de trabalho e de

lazer.

Quanto à análise do handicap e género, a

percentagem de “handicap significativo” e

“handicap leve a moderado” é superior para o

sexo masculino, sendo respetivamente 66,7% e

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sexo masculino, sendo respetivamente 66,7% e

33,3%, e a percentagem de “sem handicap” é

superior para o sexo feminino (35,3%).

Relativamente à correlação entre perda auditiva

e handicap auditivo, o presente estudo

demonstra que a percentagem da desvantagem

auditiva é superior nas hipoacusias de grau

moderado I e II. Já a ausência de handicap

auditivo é superior nas hipoacusias de grau

ligeiro, contudo não houve uma correlação

estatisticamente significativa.

Diversos autores com objetivos similares

relataram uma associação estatisticamente

significativa, onde a perda auditiva está

diretamente relacionada com a autoperceção do

handicap auditivo (Rosis et al. 2009; Samelli et al.

2011; Pinzan-Faria e Iório, 2004). Samelli et al.

(2011) verificaram que a redução da

sensibilidade auditiva foi acompanhada pelo

aumento da perceção de handicap, fato

demonstrado também por Pinzan-Faria e Iório

(2004) e Rosis et al. (2009), que avaliaram a

audição e o grau de handicap em pacientes, com

ou sem queixa auditiva.

No entanto, outras investigações realizadas

divergem do resultado observado, revelando não

haver uma associação entre handicap e perda

auditiva (Sestrem, 2000; Tavares, 2001).

Importa destacar que poucos idosos com perda

auditiva estão atualmente a utilizar aparelhos

auditivos. Em estudo com 1629 adultos, com

idade entre 48 e 92 anos, que sofrem perda

auditiva, a prevalência do uso de prótese auditiva

entre aqueles com perda auditiva foi apenas de

14,6% (Popelka et al. 1998).

Segundo Mulrow et al. (1990), a perda auditiva

está associada a efeitos adversos importantes

sobre a qualidade de vida das pessoas idosas,

contudo estes efeitos podem ser reversíveis com

a utilização de próteses auditivas. Um estudo

randomizado do uso de aparelho auditivo

demonstrou que o uso de próteses auditivas

poderia reverter os efeitos adversos sobre a

qualidade de vida em adultos idosos com perda

auditiva (Mulrow et al., 1990).

O uso do aparelho auditivo diminui os efeitos da

perda auditiva sobre a comunicação e as

relações sociais dessas pessoas (Guarinello et

al. 2013). A perda auditiva nos idosos é

acompanhada de mudanças psicológicas que

impedem uma comunicação eficiente,

prejudicando a habilidade de manter relações

sociais (Gonçalves e Mota, 2002). Face a isto são

necessários programas aprimorados de rastreio

e intervenção para identificar as pessoas idosas

que se beneficiem da amplificação para melhorar

a qualidade de vida relacionada com a audição.

Importa ainda referir que os resultados

encontrados neste estudo não permitem

generalizações em função do tamanho reduzido

da amostra. Contudo, podemos constatar que

aplicação de questionários de autoavaliação e

exames audiológicos são extramentes úteis no

rastreio e diagnóstico de idosos com queixas

auditivas.

Uma elevada percentagem das pessoas mais

velhas apoiadas pela Cáritas aparenta ter

problemas auditivos mas tem dificuldades em ser

diagnosticado e tratado para esta patologia, a

maioria das vezes por dificuldades de aceitação

da limitação. As equipas técnicas de apoio direto

aos utentes relatam várias situações de idosos

que se recusam a participar nas atividades de

grupo por se sentirem diminuídos com as suas

dificuldades de audição e outros a quem é difícil

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dificuldades de audição e outros a quem é difícil

aplicar um diagnóstico diferencial por não ser

claro que limitações resultam da perda auditiva e

quais se devem atribuir a outras patologias,

nomeadamente a demências ou alterações

cognitivas.

A implementação do projeto “Ouvir Bem”, do qual

fez parte o presente estudo, tem permitido iniciar

um processo de compreensão relativo às perdas

auditivas, aproximando as pessoas mais velhas

dos mecanismos de rastreio e diagnóstico e

trazendo esta temática para as discussões entre

pares.

Também a utilização de equipamentos

tecnológicos de alta performance, como robôs ou

avatares com sistema de diálogo, tem ajudado a

tornar mais evidentes as sintomatologias mais

graves, sinalizando-as para eventual diagnóstico

e acompanhamento.

No presente estudo, apesar de se utilizar amostra

reduzida, foi realizado a pesquisa da

autoavaliação do handicap auditivo pelos idosos

e o exame audiométrico completo. Para um

futuro estudo sugere-se amostras mais

representativas e diversificadas para extrapolar

os resultados para outras populações.

Conclusão

A presbiacusia é um processo complexo e suas

consequências afetam diretamente a qualidade

de vida do idoso, o que torna necessário e

fundamental o desenvolvimento de estudos com

amostras representativas da população para

melhor compreensão dos aspetos

fisiopatológicos, bem como a otimização de

métodos de avaliação precoce e tratamento,

visando reduzir ou minimizar as consequências

das perdas auditivas, através da implementação

de programas direcionados à reabilitação

auditiva no idoso.

Posto isto, torna-se essencial a realização de

outros estudos epidemiológicos, transversais e

longitudinais, necessários para entender os

determinantes genéticos, ambientais e de

género, na perda auditiva relacionada com o

envelhecimento.

No que concerne ao presente estudo, pretende

dar-se seguimento ao projeto desenvolvido na

Instituição, “Ouvir Bem”, e na realização de novos

estudos idênticos com outros grupos e amostras

mais significativas, quer na implementação de

um programa de prevenção, reabilitação e

formação a cuidadores na área da saúde

auditiva.

Agradecimentos

Agradecemos a colaboração do Dr. Luís Dias

pela supervisão das análises estatísticas; a Sara

Alexandra Luís do Centro Auditivo Ouvisonus

pela colaboração na realização de exames

auditivos; a Arménia Boleto, Ana Rita Coelho,

Sofia Marques e Lurdes Marques da Cáritas

Diocesana de Coimbra pelo apoio geral ao

estudo realizado.

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