Oficinas do APSUS Formação e Qualificação do Profisional · • Orientar sobre a programação...

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Oficinas do APSUS Formação e Qualificação do Profisional em Atenção Primária à Saúde Março de 2014 Oficinas do APSUS Formação e Qualificação do Profisional em Atenção Primária à Saúde Oficina 8 Saúde Mental

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Oficinas do APSUSFormação e Qualificação do Profisionalem Atenção Primária à Saúde

Março de 2014

Oficinas do APSUSFormação e Qualificação do Profisionalem Atenção Primária à Saúde

O�cina 8Saúde Mental

Oficina 8 - Saúde Mental

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Secretaria de Estado da Saúde do Paraná

Michele Caputo Neto

Secretário de Estado da Saúde

René José Moreira dos Santos

Diretor Geral

Márcia Huçulak

Superintendente de Atenção à Saúde

Márcia Huçulak

Maria Cristina Tanaka Arai

Coordenação do APSUS

Maria Emi Shimazaki

Consultora de Conteúdo

Elaboração

Este caderno é um dos resultados de um planejamento

estratégico que iniciou em 2011 com a participação da equipe

da Coordenação Estadual de Saúde Mental e colaboradores.

Oficina 8 - Saúde Mental

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1. OBJETIVOS

1.1 Objetivo Geral

Contribuir para o desenvolvimento de competência

do corpo técnico e gerencial da Atenção Primária à

Saúde (APS), nos municípios e no estado, para que

cada equipe possa realizar ações em saúde mental

para a população sob sua responsabilidade.

1.2 Objetivos Específicos

•Compreender os fundamentos que norteiam a

organização da Rede de Atenção à Saúde Mental

no Paraná;

•Compreender a competência da APS na Rede de

Atenção à Saúde Mental;

•Compreender os critérios, o instrumento e a

metodologia para a estratificação de risco em

saúde mental;

•Compreender os fundamentos para a elaboração

de um plano de cuidado;

•Compreender os parâmetros assistenciais para

o atendimento às pessoas com transtorno mental

e/ou dependência de álcool e/ou de substân-

cias psicoativas;

3.2. prOGramaçãO daS aTIVIdadES

prImEIrO dIa

HORÁRIO ATIVIDADES TEMAS

13:30 – 14:00 Abertura

14:00 – 15:30 Trabalho em grupos Avaliação dos produtos do período de dispersão

15:30 – 15:45 Intervalo

15:45 – 16:30 Plenário Relato das atividades dos grupos

16:30 – 17:30 Exposição Saúde Mental na APS

SEGUNdO dIa

08:00 – 08:30 Saudação

08:30 – 09:30 Exposição A estratificação de risco e o plano de cuidados em saúde mental

4. rOTEIrO daS aTIVIdadES:prImEIrO dIa

4.1 abertura

Objetivos:

•Saudar os participantes;

•Apresentar os objetivos da oficina;

•Orientar sobre a programação e a metodologia

da oficina;

•Pactuar os compromissos com os participantes.

4.2 Estudo dirigido: a avaliação dos produtos do

período de dispersão

Avaliar os produtos do período de dispersão da

oficina Vigilância em Saúde.

4.2.1 Trabalho em grupos: orientação

•Dividir em grupos, preferencialmente, por

macrorregiões;

•Eleger o coordenador e o relator de cada grupo;

•Compreender a planilha de programação local

para a saúde mental na APS;

•Conhecer experiências exitosas em saúde mental

na APS.

2. prOdUTOS

Ao final desta oficina, os participantes deverão de-

senvolver os seguintes produtos:

•Identificação e estratificação de risco dos usuá-

rios com transtorno mental, dependência de álcool e

outras drogas residentes no território de responsa-

bilidade de cada equipe de APS;

•Programação local para a saúde mental – para

cada equipe de APS – utilizando a planilha de pro-

gramação disponibilizada pela SESA;

•Elaboração de agenda para atendimento em saúde

mental, para cada equipe de APS.

3. prOGrama GEral

3.1 atividades educacionais

Esta oficina tem carga horária de dezesseis horas,

realizada em três dias, e conta com as seguintes ati-

vidades educacionais: exposições dialogadas, traba-

lhos em grupos, atividades em plenário e painel.

Oficina 8 - Saúde Mental

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09:30 – 11:00 Trabalho em grupos Estudos de caso

11:00 – 11:15 Intervalo

11:15 – 12:00 Plenário Relato das atividades dos grupos

12:00 – 13:30 Intervalo

13:30 – 14:30 Exposição A programação local em saúde mental

14:30 – 16:00 Trabalho em grupos Estudos de caso

16:00 – 16:15 Intervalo

16:15 – 17:30 Plenário Relato das atividades dos grupos

TErCEIrO dIa

08:00 – 09:45 Painel Experiências exitosas em saúde mental na APS

09:45 – 10:00 Intervalo

10:00 – 11:00 Trabalho em grupos As estratégias para o desenvolvimento dos produtos da oficina

11:00 – 12:00 Plenário Relato das atividades dos grupos

12:00 – 12:30 Plenário Avaliação e encerramento

4. rOTEIrO daS aTIVIdadES:prImEIrO dIa

4.1 abertura

Objetivos:

•Saudar os participantes;

•Apresentar os objetivos da oficina;

•Orientar sobre a programação e a metodologia

da oficina;

•Pactuar os compromissos com os participantes.

4.2 Estudo dirigido: a avaliação dos produtos do

período de dispersão

Avaliar os produtos do período de dispersão da

oficina Vigilância em Saúde.

4.2.1 Trabalho em grupos: orientação

•Dividir em grupos, preferencialmente, por

macrorregiões;

•Eleger o coordenador e o relator de cada grupo;

•Avaliar os produtos do período de dispersão;

•Utilizar a Matriz 1 – Pontuação dos produtos do pe-

ríodo de dispersão:

•Coluna 1: Listar os produtos do período

de dispersão;

•Coluna 2: Inserir em cada uma das colunas

o nome dos municípios a serem avaliados.

Para avaliação de cada produto, pontuar:

•0 = produto não desenvolvido;

•20 = produto desenvolvido em no máximo 50% das

equipes da APS;

•40 = produto desenvolvido em no máximo 70% das

equipes da APS;

•60 = produto desenvolvido em mais de 70% das

equipes da APS.

•Utilizar a Matriz 2 – Avaliação dos produtos do

período de dispersão:

•Coluna a: Inserir o nome dos municípios

da região;

•Coluna b: Inserir na coluna corresponden-

te a pontuação total de cada município utili-

zando a seguinte escala:

•Vermelho: total de 0 pontos;

•Laranja: total de 1 a 49 pontos;

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•Amarelo: total de 50 a 85 pontos;

•Verde: total de 86 a 110 pontos;

•Azul: total de 111 a 120 pontos.

•Relatar a atividade do grupo. Cada

relator terá cinco minutos para apresen-

tar o relatório do grupo.

maTrIZ 1: aValIaçãO dOS prOdUTOS dO pErÍOdO dE dISpErSãO

REGIÃO:

PRODUTOS (Coluna 1)

MUNICÍPIOS DA REGIÃO (Coluna 2)

1. Programação local para o enfrentamento da dengue

2. Programação local para a tuberculose

TOTAL DE PONTOS

maTrIZ 2: aValIaçãO dOS prOdUTOS dE dISpErSãO

MUNICÍPIO (Coluna a)

PONTUAÇÃO (Coluna b)

VERMELHO 0 pontos

LARANJA 1 a 49 pontos

AMARELO 50 a 85 pontos

VERDE 86 a 110 pontos

AZUL 111 a 120 pontos

4.3 Exposição: a saúde mental na apS

Objetivo: Compreender os fundamentos que nor-

teiam a organização da Rede de Atenção à Saúde

Mental no Paraná e a competência da APS.

4.3.1 Texto de apoio

a rEdE dE aTENçãO À SaÚdE mENTal NO

paraNÁ E a COmpETÊNCIa da apS*

a rede de atenção à Saúde mental no paraná

A Secretaria de Estado da Saúde incluiu no seu Mapa

Estratégico a Rede de Atenção à Saúde Mental como

* Todos os textos de apoio foram elaborados por Camila Del Tregio Esteves, Débora Guelfi, Larissa Sayuri Yamaguchi, Maristela da Costa Sousa e Rejane Tabuti.

uma das cinco redes prioritárias de implantação e

implementação nesta gestão.

Em 2011, com a publicação do Decreto Presidencial

nº 7508/2011 – que regulamenta a Lei nº 8.080/1990

e dispõe sobre a organização do SUS, o planejamen-

to da saúde, a assistência à saúde e a articulação in-

terfederativa – a atenção psicossocial passou a ser

“uma rede indispensável nas regiões de saúde”. Para

sua operacionalização, seguindo as diretrizes do Sis-

tema Único de Saúde (SUS) e da Política Nacional de

Saúde Mental, a Portaria GM/MS nº 3088/2011** ins-

tituiu a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS para

pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com

necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e

outras drogas.

Oficina 8 - Saúde Mental

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Para a efetivação da Política Estadual de Saúde Men-

tal, a SESA redefiniu as diretrizes e estratégias por

meio de um processo de Planejamento Estratégico,

considerando a realidade do estado e procurando

abranger o que a Política Nacional não contempla.

Considerando que os serviços assistenciais são de

responsabilidade do município, cabe ao estado, em

seu papel regulador, estimular a criação de polí-

ticas municipais em consonância com a Reforma

Psiquiátrica Brasileira, articular as negociações re-

gionalizadas, fiscalizar (controle, avaliação e acom-

panhamento) e oferecer suporte técnico às equipes.

Assim, conforme as diretrizes e os objetivos da RAPS

da Portaria GM/MS 3088/2011**, as ações de saúde

mental devem ser estruturadas a partir da realidade

municipal / microrregional / regional / macrorregio-

nal, considerando as necessidades e os recursos.

** Republicada por ter saído no DOU de 30/12/2011, Seção 1, página 59, com incorreções no original.

A partir desse planejamento foi elaborado o Mapa

Estratégico da Rede de Saúde Mental, que define a

missão, a visão, os valores e as perspectivas para

alcançar o resultado para a sociedade tendo como

pressuposto o cuidado no território e a atenção pri-

mária como ordenadora da Rede de Atenção à Saúde,

sempre em busca da articulação intra e intersetorial

(Quadro 1).

Devido à transversalidade e à complexidade do cam-

po da saúde mental, bem como à abrangência dos

pontos de atenção, é imprescindível que se tenha

clareza das competências para organizar a Rede de

Atenção à Saúde Mental. É importante também con-

siderar que o objetivo da rede sempre é a articulação

entre estes pontos e a melhoria do acesso aos

usuários, buscando promover o cuidado integral.

Para tanto, foi elaborada a Matriz de Competência

da Rede de Atenção à Saúde Mental do Estado do

Paraná (Quadro 2).

QUadrO 1: mapa ESTraTÉGICO da rEdE dE aTENçãO À SaÚdE mENTal dO paraNÁ

mapa estratégico

Missão Formular e desenvolver a Política Estadual de Saúde Mental para organizar a Rede de Atenção à Saúde Mental, de forma articulada e resolutiva para toda a população paranaense.

Visão Desenvolver, até 2020, um modelo de gestão articulada com outras áreas governamentais e a sociedade civil que proporcione saúde mental para toda a população paranaense.

Valores Ética, solidariedade, comprometimento, competência e cidadania.

Resultado para a sociedade Reduzir os anos vividos com incapacidade por sofrimento ou transtorno mental e/ou com necessidades decorrentes do uso de drogas.

Perspectiva para o processo

• Melhorar o acesso aos diversos pontos de atenção, em especial na APS e situações de urgência e emergência;• Melhorar a qualidade e resolubilidade em saúde mental nos diversos pontos de atenção da rede;• Fomentar ações de promoção à saúde, prevenção de agravos em saúde mental e reabilitação psicossocial, por meio de ações intersetoriais e na sociedade civil;• Viabilizar sistema de apoio (assistência farmacêutica, diagnóstico e informações) e logístico (transporte e regulação).

Perspectiva para a gestão

• Promover a articulação com outras áreas governamentais e com a sociedade civil;• Desenhar/organizar a Rede de Atenção à Saúde Mental, com definição das competências de cada ponto de atenção, incluindo sistemas logísticos e de apoio;• Implantar o plano de qualificação dos pontos de atenção na Rede de Atenção à Saúde Mental por meio de Política Estadual de Educação Permanente em Saúde;• Implantar e implementar novas tecnologias de abordagem e cuidado na Rede de Atenção à Saúde Mental;• Implantar o plano de monitoramento e avaliação da Rede de Atenção à Saúde Mental.

Perspectiva financeira

• Garantir recurso financeiro estadual para os serviços da Rede de Atenção à Saúde Mental, segundo critérios de qualidade preestabelecidos.

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maTrIZ dE COmpETÊNCIa dOS pONTOS dE aTENçãO da rEdE dE aTENçãO À SaÚdE mENTal para Cada maCrOrrEGIãO dO ESTadO

NÍVEl dE aTENçãO pONTO dE aTENçãO COmpETÊNCIa dO pONTO dE aTENçãO TErrITÓrIO SaNITÁrIO

prIm

ÁrIa

Domicílio

• Autocuidado• Busca ativa• Atenção domiciliar• Identificação de fatores de risco e de proteção

Domicílio

Grupos de ajuda mútua

• Acolhimento• Socialização/reinserção• Ajuda entre pares• Informação• Compartilhamento de vivências

Comunidade

Consultório na rua

• Acolhimento• Redução de danos• Busca ativa• Cadastramento• Identificação de riscos• Orientação e encaminhamentos• Vínculo

Rua

UBS/ESF

• Acolhimento• Estratificação de risco• Ordenamento do cuidado• Articulação da Rede Intra e Intersetorial• Cadastramento• Vínculo• Responsabilidade pelos usuários de seu território• Garantia do cuidado e da resolubilidade da atenção para o usuário de baixo e médio risco• Compartilhamento com o CAPS do cuidado ao usuário de alto risco • Educação em saúde• Atividades coletivas

Território de abrangência

Academia da Saúde

• Práticas corporais/atividades físicas• Práticas artísticas• Promoção de atividades de segurança alimentar e nutricional e de educação alimentar• Planejamento das ações em conjunto com a equipe de APS

Território de abrangência

NASF/Equipe matricial

• Matriciamento• Atendimento multiprofissional• Compartilhamento do cuidado ao usuário de médio risco• Compartilhamento do cuidado ao usuário de alto risco – para municípios que não possuem CAPS• Educação permanente da APS

Território de abrangência

CRAS

• Identificação de fatores de risco e de proteção• Encaminhamentos• Promoção da saúde mental e prevenção de agravos• Reinserção social• Viabilização do acesso às condições de cidadania• Atenção às famílias

Território de abrangência

Escolas

• Prevenção de agravos e promoção da saúde mental• Identificação de fatores de risco e de proteção• Encaminhamentos• Inclusão• Orientação familiar• Programa Saúde na Escola (PSE)

Território de abrangência

Associações, ONGs, Centros de Convivência,

Igrejas e similares

• Acolhimento• Socialização• Reinserção social• Promoção da saúde

Comunidade

Oficina 8 - Saúde Mental

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maTrIZ dE COmpETÊNCIa dOS pONTOS dE aTENçãO da rEdE dE aTENçãO À SaÚdE mENTal para Cada maCrOrrEGIãO dO ESTadO

NÍVEl dE aTENçãO pONTO dE aTENçãO COmpETÊNCIa dO pONTO dE aTENçãO TErrITÓrIO SaNITÁrIO

SECU

NdÁ

rIa

CAPS

• Acolhimento• Reabilitação psicossocial (reinserção social, assembleias, oficinas, atenção aos familiares, projeto de geração de renda, atividades em grupo ou coletivas, etc)• Projeto Terapêutico Singular• Matriciamento• Compartilhamento com a APS do cuidado ao usuário de alto risco• Atenção às situações de crises• Hospitalidade noturna (CAPS III e ad III)• Atendimento multiprofissional• Articulação de redes intra e intersetoriais• Redução de danos• Acompanhamento de SRT – Serviço Residencial Terapêutico (caso tenha SRT vinculado)• Definição de acolhimento na UA e no Serviço de Atenção em Regime Residencial (caso tenha estes serviços vinculados)

Território de abrangência

CREAS• Ofertar e referenciar serviços especializados de caráter continuado para famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por ameaça e/ou violação de direitos

Território de abrangência

Unidade de Acolhimento ou Serviço de Atenção em

Regime Residencial

• Acolhimento definido pelo CAPS• Acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório• Moradia transitória com saída programada• Vinculação ao CAPS• Projeto Terapêutico Singular em conjunto com o CAPS• Atenção aos familiares• Articulação com a Rede Intersetorial visando a reinserção social, familiar e laboral

Território de abrangência

Centro Regional de Atenção Especializada

• Tutoria/Telessaúde• Matriciamento (supervisão, capacitação, etc)• Atenção ao usuário de médio risco referenciado pela APS• Atenção ao usuário de alto risco referenciado pela APS – para municípios que não possuem CAPS• Atendimento multiprofissional• Ações de prevenção e promoção da saúde mental em conjunto com os municípios• Compartilhamento com a APS do cuidado ao usuário de médio e alto risco

Regional de Saúde

Hospital Geral

• Atendimento aos usuários de médio e alto risco, após esgotados os outros recursos terapêuticos• Atendimento à crise• Internamento de curta permanência• Atendimento às comorbidades clínicas• Remissão de sintomas e estabilização do quadro clínico-psiquiátrico• Referenciar para a continuidade do cuidado• Orientação aos familiares

Território de abrangência

Hospital especializado em psiquiatria

• Atendimento aos usuários de alto risco, após esgotados os outros recursos terapêuticos• Atendimento à crise• Orientação aos familiares• Remissão de sintomas e estabilização do quadro clínico-psiquiátrico• Referenciar para continuidade do cuidado• Internamento de curta permanência

Território de abrangência

Pronto Atendimento

• Atendimento à crise• Classificação de risco (clínico/psiquiátrico)• Orientação aos familiares• Referenciar para continuidade do cuidado

Território de abrangência

SRT

• Atendimento de egressos de HP e HCTP de longa permanência e sem vinculo familiar• Moradia• Reinserção social e reabilitação psicossocial• Vinculado ao CAPS

Comunidade

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a COmpETÊNCIa da apS Na rEdE dE aTENçãO

À SaÚdE mENTal NO paraNÁ

Saúde Mental na atenção primária é um tema que

parece complexo, mas que já se encontra plenamen-

te presente no cotidiano efetivo de trabalho dos pro-

fissionais desta esfera de atendimento. As pessoas

acometidas por sofrimento e/ou transtorno mental,

decorrentes ou não do uso de substâncias psicoa-

tivas, desde alterações leves até as mais graves,

merecem cuidado na APS como as que sofrem das

demais condições crônicas de saúde.

Segundo Amarante & Lancetti (2009), promover

saúde mental hoje é uma tarefa que compete a to-

dos os profissionais de saúde: médicos, enfermei-

ros, auxiliares de enfermagem, dentistas, agentes

comunitários de saúde, assistentes sociais, terapeu-

tas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicopedagogos e

psicólogos. Cada vez menos se busca separar a saú-

de física da saúde mental. Os usuários são os mes-

mos e a experiência vem demonstrando que o traba-

lho conjunto é mais eficaz e menos danoso para os

profissionais de saúde.

Franco Basaglia, numa proposta de mudança de pa-

radigma no modelo assistencial psiquiátrico, citado

por Amarante & Lancetti (2009), considerava que era

preciso “colocar a doença entre parênteses para se

tratar e lidar com os sujeitos concretos que sofrem e

experimentam o sofrimento”. Seguindo este direcio-

namento, todas as ações desenvolvidas devem ser

pautadas pelo conceito de cidadania – o usuário é,

antes de tudo, um cidadão.

Com as novas diretrizes ocorridas na área da saúde

nos últimos anos no plano mundial (por recomen-

dação da OMS), outros profissionais, especialmente

os que operam na atenção primária, são convocados

a intervir nos processos de reabilitação das pessoas

que ouvem vozes, usam drogas de maneira suicida,

sofrem angústias, violências e opressões graves. O

hospital psiquiátrico deixou de ser o foco da assis-

tência, da organização das políticas e da formação

profissional, da mesma maneira que não são con-

siderados eficientes para a recuperação das pesso-

as em grave sofrimento psíquico. Hoje, entende-se

que o meio privilegiado para tratamento de pessoas

com sofrimento mental, drogadictos, violentados e

que sofrem de angústias profundas e intensas an-

siedades é o bairro, as famílias, as comunidades e,

logicamente, as unidades de saúde encravadas nos

territórios onde as pessoas residem.

São muitos os benefícios da integração da saúde

mental à Atenção Primária em Saúde (APS). Algu-

mas das vantagens principais são o acesso aos cui-

dados de saúde mental que a população precisa e

o aumento da probabilidade de resultados positivos,

tanto para problemas de saúde mental quanto para

problemas de saúde física.

Abrangendo estes e outros benefícios, são enume-

radas, a seguir, sete razões principais para integrar

a saúde mental à APS, em conformidade com o

Relatório da OMS e da Organização Mundial de Mé-

dicos de Família – Wonca (2008):

1. a carga das perturbações mentais é grande. As

perturbações mentais estão presentes em todas as

sociedades. Elas criam uma carga pessoal substan-

cial para os indivíduos afetados e para as suas famí-

lias, e produzem dificuldades econômicas e sociais

substanciais que afetam todas as pessoas;

2. Os problemas de saúde mental e física estão in-

terligados. Muitas pessoas sofrem tanto de proble-

mas de saúde física quanto mental. Os serviços de

APS integrados podem ajudar a assegurar que os

indivíduos serão tratados de uma maneira holísti-

ca, respondendo às necessidades de saúde mental

de quem sofre com doenças físicas, assim como às

Oficina 8 - Saúde Mental

11

necessidades de saúde física das pessoas com per-

turbações mentais;

3. O déficit de tratamento para perturbações men-

tais é enorme. Em todos os países, há uma diferen-

ça significativa entre a prevalência de perturbações

mentais e o número de pessoas que recebem trata-

mento e cuidado. A saúde mental integrada à APS

ajuda a diminuir este déficit;

4. atenção primária à saúde mental melho-

ra o acesso. Integrar a saúde mental à APS é a me-

lhor maneira de assegurar que as pessoas recebam

os cuidados de que precisam. Quando a saúde men-

tal está integrada à APS, os indivíduos têm acesso a

serviços de saúde mental mais perto das suas casas,

o que os mantêm junto das suas famílias e conser-

vando as suas atividades diárias. Os serviços de APS

também facilitam as iniciativas comunitárias junto

à população e a promoção da saúde mental, assim

como o monitoramento e a gestão a longo prazo dos

indivíduos afetados;

5. a apS para a saúde mental promove o respei-

to pelos direitos humanos. Os serviços de saúde

mental prestados em APS minimizam o estigma e

a discriminação. Eles eliminam também o risco das

violações dos direitos humanos que ocorrem em

hospitais psiquiátricos;

6. Os cuidados para saúde mental na apS são bara-

tos e têm uma boa relação custo-benefício. Os ser-

viços de cuidados para a saúde mental em APS são

menos caros que em hospitais psiquiátricos, tanto

para os usuários, quanto para as comunidades e os

governos. Além disso, os usuários e as suas famílias

evitam os custos indiretos associados à procura de

cuidados especializados em localizações distantes.

O tratamento das perturbações mentais comuns

tem uma muito boa relação custo-benefício, e até

pequenos investimentos por parte dos governos po-

dem trazer vantagens importantes;

7. a saúde mental na apS gera bons resultados

de saúde. A maioria das pessoas com perturbações

mentais tratadas na APS têm bons resultados, par-

ticularmente quando estão ligadas a uma rede de

serviços em nível secundário e na comunidade.

rEfErÊNCIaS

AMARANTE, Paulo & LANCETTI, Antônio. Saúde

mental e saúde coletiva. In: CAMPOS, Gastão Vagner

de Sousa [et al.]. Tratado de saúde coletiva. São

Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2009, p.

615-634.

Organização Mundial de Saúde e Organização

Mundial de Médicos de Família (Wonca). Integração

da saúde mental nos cuidados de saúde primários:

uma perspectiva global. Coordenação Nacional

para a Saúde Mental. Portugal, 2008.

5. rOTEIrO daS aTIVIdadES: SEGUNdO dIa

5.1 Saudação

Objetivos:

•Saudar os participantes;

•Pactuar os compromissos com os participantes.

5.2 Exposição: a estratificação de risco e o plano de

cuidados em saúde mental

Esta atividade tem por objetivo compreender os cri-

térios e a metodologia para a estratificação de risco

em saúde e a elaboração do plano de cuidados.

Oficina 8 - Saúde Mental

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5.2.1 Texto de apoio: a estratificação de risco em

saúde mental

a ESTraTIfICaçãO dE rISCO dOS TraNSTOrNOS

mENTaIS E dEpENdÊNCIa dE ÁlCOOl E OUTraS

drOGaS

Em saúde mental, nem sempre os sinais e sintomas

definidos como graves e persistentes em determi-

nado grupo exigem que a atenção em saúde ocor-

ra num nível secundário ou terciário, assim como

os sinais e sintomas do grupo definidos como leves

não necessariamente excluem a necessidade de um

atendimento em nível secundário. Por se tratar de

agravos complexos e de causa multifatorial, para

definir sua gravidade ou risco faz-se necessário

considerar a presença de outros fatores considera-

dos agravantes ou atenuantes. No cotidiano dos tra-

balhadores da APS, muitas vezes são identificadas

nos usuários tristezas e/ou ansiedades importantes,

ainda que não haja queixa explícita nesse sentido.

Há ainda usuários que buscam ajuda profissional

por causa do sofrimento mental. Também é comum

observar-se a presença de sinais e sintomas de for-

ma inespecífica, isolada e/ou simultânea em patolo-

gias diversas.

Segundo a WHO (2004, tradução livre), o objetivo

de todo planejamento para um sistema de assis-

tência em saúde deve ser a redução da incidência,

prevalência e recorrência dos transtornos mentais,

do tempo perdido com sintomas ou a redução das

condições de risco, prevenindo ou impedindo recor-

rências, e diminuindo o impacto da doença sobre o

indivíduo, seus familiares e a sociedade.

Neste planejamento, a estratificação de risco da

população alvo é realizada considerando a gravida-

de dos sinais e sintomas apresentados, sem a ne-

cessidade de firmar diagnóstico inicial, somada às

condições de vida atual do usuário. Os transtornos

mentais, assim como a dependência química, por

sua característica de cronicidade, tendem a oscilar

em sua necessidade de local de atenção ao longo da

vida. Assim, a escolha dos parâmetros para a estra-

tificação de risco foi fundamentada, principalmente,

na necessidade de definir o nível em que ocorrerá a

assistência em saúde. Para tanto, os sinais e sinto-

mas foram divididos em seis grupos, de acordo com

a frequência em que se apresentam nas respectivas

síndromes psicopatológicas, e foram pontuados de

acordo com o nível de gravidade.

descrição dos grupos:

1. GrUpO I – sintomas relacionados aos transtor-

nos mentais comuns (TmC): também caracterizados

por englobar quadros mais leves, como os depres-

sivos, ansiosos e somatoformes classificáveis nos

manuais diagnósticos, além de abranger múltiplos

sintomas. Causam prejuízos e incapacidades fun-

cionais, sociais e físicas comparáveis ou mais gra-

ves que os transtornos crônicos, duas vezes mais

queixas de doenças físicas, taxas de mortalidade al-

tas quando comparados com a população em geral,

além de estarem entre as mais importantes causas

de morbidade na atenção primária.

2. GrUpO II – sintomas relacionados aos transtor-

nos mentais severos e persistentes: definem-se por

uma gama extensa e heterogênea de características

e necessidades que impactam sobre os indivíduos,

tendo em comum a duração do problema, o grau de

sofrimento emocional, o nível de incapacidade que

interfere nas relações interpessoais e nas compe-

tências sociais e o diagnóstico psiquiátrico. Grande

parte dos indivíduos aqui agrupados são portadores

de transtornos psicóticos – esquizofrenia, transtorno

afetivo bipolar e outras psicoses.

Oficina 8 - Saúde Mental

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3. GrUpO III – sintomas relacionados à dependên-

cia de álcool e outras drogas: englobam o abuso e

dependência de substâncias psicoativas (drogas)

que quando utilizadas alteram o funcionamento

cerebral causando modificações no estado mental

ou psiquismo. Inclui o uso de depressores do SNC

(álcool, benzodiazepínicos, opiáceos e inalantes),

os psicoestimulantes (anfetaminas e cocaína/cra-

ck) e os alucinógenos (maconha, LSD e êxtase). A

dependência se caracteriza por reações físicas ou

psíquicas que incluem ingestão excessiva de drogas

psicoativas, de modo contínuo ou periódico, para ex-

perimentar seus efeitos psíquicos e/ou evitar o des-

conforto de sua falta (abstinência); abandono pro-

gressivo de prazeres e interesses; persistência do

uso apesar dos prejuízos decorrentes.

4. GrUpO IV – sintomas relacionados a alterações

na saúde mental que se manifestam na infância e/

ou na adolescência: grupo heterogêneo de transtor-

nos, ocorrendo durante a infância e/ou adolescên-

cia. Algumas destas afecções constituem síndromes

bem definidas, enquanto outras são simples asso-

ciações de sintomas – devem ser identificadas em

função de sua frequência e de sua associação com

uma alteração do funcionamento psicossocial.

5. GrUpO V – sintomas relacionados a alterações

na saúde mental que se manifestam nos idosos:

englobam as demências e distúrbios transitórios

orgânicos cerebrais comuns na população de faixa

etária mais elevada. Apresentam em comum a de-

terioração e/ou a perda progressiva das capacidades

intelectuais e do funcionamento psicossocial.

6. GrUpO VI – fatores que podem se constituir em

fatores agravantes ou atenuantes de problemas de

saúde mental já identificados: referem-se à condi-

ção de vida atual do usuário, sendo baseados nos

fatores de risco e proteção.

CONdIçÕES ESpECIaIS: São circunstâncias consi-

deradas sentinelas porque exigem mais atenção e

cuidado das equipes de saúde, além da aplicação da

estratificação de risco.

•GESTaçãO

•pOpUlaçãO INdÍGENa

•dEfICIÊNCIa mENTal mOdErada

OU SEVEra

EVENTOS aGUdOS: Nestes casos não se faz estrati-

ficação de risco, pois são consideradas situações de

urgência para as quais deve ser aplicada a classifica-

ção de risco como em qualquer outro evento agudo.

•OCOrrÊNCIa rECENTE dE TENTaTIVa

dE SUICÍdIO

•CrISE OU SUrTO pSICÓTICO

Na página 34 é possível encontrar o manual de

estratificação de risco dos transtornos mentais e

dependência de álcool e outras drogas.

Oficina 8 - Saúde Mental

14

ESTadO dO paraNÁSecretaria de Estado da Saúde – SESASuperintendência de Atenção à Saúde – SASDepartamento de Atenção as Condições Crônicas – DACCDivisão de Saúde Mental – DVSAM

ESTraTIfICaçãO dE rISCO Em SaÚdE mENTal

Nome (com letra de forma e sem abreviaturas):

Nome e CBO do profissional (que realizou atendimento):

Número de prontuário na UBS/ESf: data:

INSTrUçÕES dE prEENChImENTO:

1) Circule o número correspondente ao sinal/sintoma; 2) Realize a somatória dos números circulados; 3) O total de pontos bruto será o escore para a Estratificação de Risco.

SINaIS E SINTOmaS NãO SIm

GrUpO I

Sensação de morte iminente e/ou pânico 0 5

Medo intenso 0 2

Desrealização 0 3

Despersonalização 0 3

Crises conversivas 0 3

Crise dissociativa 0 3

Queixas somáticas persistentes e/ou hipocondríacas 0 1

Pensamentos ou comportamentos repetitivos e/ou conjunto de rituais 0 3

Pensamentos de inutilidade e/ou sentimento de culpa 0 4

Tristeza persistente acompanhada ou não de choro 0 2

GrUpO II

Ideação suicida e/ou tentativa de suicídio 0 9

Isolamento social 0 6

Heteroagressividade e\ou autoagressividade 0 9

Desinibição social e sexual 0 7

Hiperatividade associada ou não a atos impulsivos 0 3

Euforia 0 4

Elevação desproporcional da autoestima 0 2

Delírio 0 8

Alucinação 0 10

Alteração do curso do pensamento 0 9

Perda do juízo crítico da realidade 0 10

Oficina 8 - Saúde Mental

15

GrUpO III

Delirium tremens 0 10

Tremor associado ao hálito etílico e sudorese etílica 0 3

Incapacidade de redução e controle do uso de drogas 0 6

Manifestação de comportamento de risco para si e para terceiros 0 6

Tolerância 0 3

GrUpO IV

Dificuldade manifestada na infância e/ou adolescência de compreender e transmitir informação 0 3

Movimentos corporais ou comportamentais estereotipados 0 5

Desatenção manifestada na infância e/ou adolescência 0 4

Inquietação constante manifestada na infância e/ou adolescência 0 2

Regressão 0 1

GrUpO V

Perda da memória 0 3

Perda progressiva da capacidade funcional, ocupacional e social 0 4

Desorientação temporal e espacial 0 5

GrUpO VI

Resistência ao tratamento e/ou refratariedade 0 4

Recorrência ou recaída 0 9

Uso abusivo de substâncias psicoativas 0 10

Exposição continuada ao estresse 0 3

Precariedade de suporte social 0 3

Precariedade de suporte familiar 0 6

Testemunha de violência 0 4

Autor ou Vítima de violência 0 8

Perda da funcionalidade familiar e/ou afetiva 0 6

Vulnerabilidade econômica e ambiental 0 3

Comorbidade ou outra condição crônica associada 0 3

Faixa etária > 6 anos e < de 18 anos 0 10

Abandono e/ou atraso escolar 0 6

0 a 30 pontos – BaIXO rISCO31 a 50 pontos – mÉdIO rISCO51 a 236 pontos – alTO rISCO

pONTUaçãO TOTal:

ESTraTIfICaçãO:

rEfErÊNCIaS

MIGUEL, Eurípedes Constantino; GENTIL, Valentim & GATTAZ,

Wagner Farid. Clínica psiquiátrica. Barueri, SP: Manole, 2011.

World Health Organization. mental health policy, plans and

programmes – Rev. ed. (Mental health policy and service

guidance package). Singapore, 2004.

Oficina 8 - Saúde Mental

16

5.2.2 Texto de apoio

O plaNO dE CUIdadOS Em SaÚdE mENTal

Em busca da atenção integral, a Atenção Primária

como ordenadora da rede deve “coordenar o cuida-

do, elaborando, acompanhando e criando projetos

terapêuticos singulares, bem como acompanhando

e organizando o fluxo dos usuários entre os pontos

de atenção das Redes de Atenção à Saúde – RAS,

assim como as outras estruturas das redes de saú-

de e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais”

(Brasil, 2013).

O acolhimento na apS

O acolhimento realizado nas UAPS (Unidades de

Atenção Primária em Saúde) é um dispositivo po-

tente para a formação de vínculo e a prática de

cuidado entre o profissional e o usuário. Segun-

do Chiaverini (2011), alguns princípios que devem

ser observados são:

•Ouvir as queixas apresentadas sem menospre-

zá-las, compreendendo que os sintomas estão

presentes no usuário;

•Mostrar-se disponível para conversar com o usu-

ário sobre sua vida naquele momento, exercitan-

do a empatia;

•Proporcionar ao usuário um momento de reflexão

sobre suas queixas e no que elas estão implicando

em sua vida;

•Discutir com o usuário/familiares sobre os recur-

sos que poderiam ser acionados para o enfrentamen-

to de suas queixas apresentadas, lembrando-o(s) de

sua corresponsabilidade no processo.

Salientamos a importância da oferta deste espaço

de escuta por meio do acolhimento, que pressupõe

que o usuário fale de seu sofrimento e o profissio-

nal esteja disponível para ouvi-lo. Muitas vezes, esta

atitude do profissional já é capaz de provocar mu-

danças na forma como o usuário reconhece seus

próprios problemas, bem como os fatores desen-

cadeantes, além de desenvolver possibilidades para

lidar com eles.

O plano de Cuidados na apS

Em relação à atenção à saúde mental, propõe-se

para as equipes de atenção primária o Plano de

Cuidados, o qual deve ser elaborado a partir da

Estratificação de Risco em conjunto com o usuário

e familiares, considerando a rede de apoio exis-

tente na comunidade. De acordo com Garcia e

Santana (2012), deve-se considerar que:

1. Não existe modelo único para a saúde mental

na APS. O programa certo é aquele desenvolvido

de acordo com as necessidades e prioridades da

comunidade a qual ele deve servir, não aquele que

segue um modelo genérico. As prioridades devem

levar em conta também a disponibilidade de su-

pervisão e o apoio de rede secundária e terciária;

2. Todos os envolvidos devem ser considerados na

organização do serviço (usuários, familiares, pro-

fissionais da APS, profissionais de saúde mental e

gestores);

3. A educação continuada (treinamento/supervi-

são) é amplamente recomendada, mas a nature-

za e a extensão podem variar muito. Os modelos

efetivos são aqueles em que ocorre um processo

de educação contínuo, interativo e relevante para

o contexto do serviço. Ele deve focar não apenas o

conhecimento, mas também as habilidades e ati-

tudes do generalista. Elementos da organização

Oficina 8 - Saúde Mental

17

do serviço e atitudes pessoais são fatores im-

portantes a serem considerados no processo de

capacitação, mais do que o conteúdo ou a meto-

dologia utilizados.

Inicialmente, algumas atividades foram previstas na

programação da UAPS, as quais se encontram des-

critas na ficha de apoio anexa. Lembrando que o

plano de cuidados deve ser sempre conversado, re-

fletido, organizado e pactuado com o usuário, e, na

maioria das vezes, também com os seus familiares.

Visando contextualizar o plano de cuidados, a se-

guir o complementamos com algumas propostas de

ações de acordo com a situação apresentada:

Transtorno mental

Nas situações estratificadas como de baixo risco,

como as que apresentam sintomas leves a mode-

rados de depressão, ansiedade e somatização, os

sintomas tendem a se sobrepor, além de compar-

tilharem os mesmos fatores de risco e padrões de

evolução. Nestes casos, os cuidados devem ser ofe-

recidos com intensidade progressiva e os grupos

não devem ser direcionados nem divulgados apenas

para pessoas portadoras de um diagnóstico. A estra-

tégia recomendada é iniciar com cuidados de baixa

intensidade (atividade física em grupo, panfletos de

autoajuda, grupos de apoio), passando por grupos

psicoeducacionais e de apoio que explorem ques-

tões como autoestima ou resiliência, evoluindo para

o uso de terapia medicamentosa com supervisão

especializada e psicoterapia em grupo ou individual,

caso necessário.

Nas situações estratificadas como de médio a alto

risco, a APS desempenha papel importante no diag-

nóstico precoce, no início rápido do tratamento com

intervenções rápidas e efetivas na crise, na manu-

tenção do tratamento farmacológico e nos progra-

mas de reabilitação psicossocial para os quadros

psicóticos crônicos estáveis. Os atendimentos em

domicílio e os vínculos com as famílias facilitam es-

tas intervenções. As equipes devem contar com ca-

pacitação, supervisão e apoio matricial (atendimento

conjunto, se necessário) de profissionais do Núcleo

de Apoio à Saúde da Família (NASF), e dos pontos

de atenção secundária, como os Centros de Atenção

Psicossocial (CAPS). O usuário, no entanto, sempre

continuará vinculado a APS de referência em seu

território, onde o cuidado compartilhado tem se

mostrado mais eficaz. Um pacote mínimo de cuida-

dos na APS deve incluir intervenções psicoeducacio-

nais simples e intermediação de ações intersetoriais

(moradia, trabalho, educação, cultura, etc.). Deve-se

ainda prover o cuidado para as comorbidades clí-

nicas frequentes e não se limitar ao fornecimento

de medicação.

Nos problemas de saúde mental que se manifes-

tam na infância e/ou na adolescência, a APS exerce

importante função de proteção da vida, respeito à

dignidade, à liberdade e à convivência familiar, social

e cultural, através da integração da rede de saúde

e da busca de recursos intersetoriais nas redes so-

ciais e comunitárias. As estratégias de intervenção

na saúde destes usuários devem ser baseadas na

promoção do desenvolvimento físico e psicológico

saudável, pautado no apoio ao aleitamento materno,

na orientação para os cuidados maternos primários,

no reforço e estabelecimentos dos vínculos familia-

res, escolares e comunitários e no estímulo à prática

de atividade física e alimentação saudável. As equi-

pes devem estar atentas para identificar os fatores

de risco e proteção da saúde infanto-juvenil, como: o

Oficina 8 - Saúde Mental

18

contato precoce com substâncias químicas, álcool e

suas complicações, as doenças sexualmente trans-

missíveis e a gravidez precoce. As ações vão desde

detecção dos sinais e sintomas precoces das pato-

logias mais frequentes, intervenções iniciais para

estabilização e, se possível, reversão dos problemas,

organização de grupos de educação em saúde, até

o tratamento (nos limites dos recursos da equipe),

apoiado por profissionais especializados dos CAPS

e/ou dos NASFs. Considerando ainda a baixa utili-

zação das unidades de saúde pelos adolescentes, o

desenvolvimento de ações coletivas de promoção da

saúde mental e de atividades em grupos educativos

deve ocorrer estrategicamente em locais frequenta-

dos por eles, como escolas, igrejas, ONGs e clubes.

dependência de álcool e outras drogas

O álcool é a droga de abuso com maior prevalência

em usuários atendidos na APS. Neste nível de cuida-

do, a detecção precoce de problemas relacionados

ao álcool e outras drogas, além do tratamento de

outras patologias e de sintomas de ansiedade e de-

pressão, contribui para evitar a evolução para qua-

dros crônicos de dependência ou outras consequ-

ências advindas da quebra dos vínculos familiares,

sociais e profissionais.

A identificação do padrão de consumo da bebida

alcoólica e de outras drogas possibilita reconhecer

sinais e sintomas de seu uso abusivo. Mediante isto,

os cuidados e ações propostas incluem intervenções

no sentido de mostrar claramente as consequências

clínicas, psicológicas e sociais do uso contínuo de ál-

cool e de outras drogas, discutir o risco envolvido,

assim como encaminhar os usuários para serviços

especializados, quando necessário. Além disso, tam-

bém podem ser programadas pela APS a formação

ou encaminhamento para grupos de ajuda mútua e a

promoção de ações intersetoriais, visando a redução

de danos, bem como a manutenção da abstinência e

prevenção de recaídas.

CONSIdEraçÕES fINaIS

As práticas em Saúde Mental na APS podem e de-

vem ser realizadas por todos os profissionais de

saúde, levando em consideração as atividades pro-

gramadas no serviço. Elas podem contemplar ações

de promoção de saúde mental, evitando assim seg-

mentar o usuário devido a sua patologia.

Qualquer intervenção proposta deve ter a aceitação

e o envolvimento de todos os integrantes das equi-

pes da atenção primária em papéis diversos, desde

o simples monitoramento dos sintomas e aderência

até o apoio nas tomadas de decisão relativas à medi-

cação e supervisão de especialistas.

O vinculo da equipe de saúde com os usuários de

seu território advém mais do entendimento desta

relação do que de um saber técnico específico para

realizar uma intervenção. Isto determina que toda e

qualquer demanda dirigida ao serviço de saúde do

território deve ser recebida, ouvida e respondida,

mesmo que não seja absorvida pelo setor. Assim,

qualquer encaminhamento deve ser implicado, ou

seja, a APS deve sempre se responsabilizar, além do

encaminhamento, pelo estabelecimento de um en-

dereço para a demanda, o cadastramento e o acom-

panhamento de cada caso.

Existe ainda a possibilidade de desconstrução da

demanda como necessidade de tratamento. Nes-

te caso, o serviço deverá realizar uma intervenção

junto a outras instâncias, como órgãos da justiça,

da educação (escolas), sociais, religiosos (igrejas),

Oficina 8 - Saúde Mental

19

instituições de esporte, lazer e cultura. Ou seja, as

ações levam em conta a realidade do dia a dia do

território, as singularidades dos usuários e de suas

comunidades. Aliás, os recursos comunitários po-

dem formar uma potente rede de apoio que pode ser

acessada para compartilhar o cuidado.

rEfErÊNCIaS

ALMEIDA, Paulo Vicente Bonilha. Atenção Primária

à Criança e ao Adolescente do século XXI: análise

de situação e perspectivas. In: CAMPOS, Gastão

Wagner de Sousa & GUERRERO, Andre Vinicius

Pires (org.). manual de práticas de atenção básica:

saúde ampliada e compartilhada. 2ª ed. São Paulo:

Aderaldo & Rothschild, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção

à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde

Mental. Departamento de Ações Estratégicas.

Cadernos de atenção Básica, n. 34. Brasília:

Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção

à Saúde. Departamento de Ações Estratégicas.

Caminhos para uma política de saúde mental

infanto-juvenil. Série B. Textos Básicos em Saúde.

Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005.

CHIAVERINI, Dulce Helena (Organizadora)... [et al.].

Guia prático de matriciamento em saúde mental.

Brasília, DF: Ministério da Saúde: Cento de Estudo e

Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011.

GARCIA, Leon de Souza Lobo & SANTANA, Carmen

Lucia Albuquerque. Saúde mental e atenção

básica. In: FORTALEZA, Orestes Vicente & MIGUEL,

Eurípedes Constantino (editores). Compêndio de

clínica psiquiátrica. Barueri, SP: Manole, 2012.

Organização Mundial de Saúde e Organização

Mundial de Médicos de Família (Wonca). Integração

da saúde mental nos cuidados de saúde primários:

uma perspectiva global. Coordenação Nacional

para a Saúde Mental. Portugal, 2008.

5.3 Estudo de caso: a estratificação de risco e o

plano de cuidados em saúde mental

Objetivo: Possibilitar que os participantes exercitem

a estratificação de risco e a elaboração de um plano

de cuidados.

5.3.1 atividade em grupo: orientação

•Retornar aos grupos, eleger um coordenador e

um relator;

•Ler os textos de apoio – A estratificação de ris-

co em saúde mental; O plano de cuidados em

saúde mental;

•Ler os casos A, B, C, D e E;

•Estratificar o risco dos casos A, B, C, D e E. Definir

se os casos são: baixo risco, médio risco ou alto risco;

•Para cada caso, elaborar um plano de cuidados. Uti-

lizar a matriz: Plano de Cuidados em Saúde Mental;

•Relatar a atividade em plenário. Cada relator terá

no máximo cinco minutos para apresentação.

5.3.2 Caso a

Identificação: Maurício, 41 anos de idade, casado, téc-

nico em eletrônica, natural do RS, há oito anos em SP.

Oficina 8 - Saúde Mental

20

Queixa atual: Há cinco meses, apareceu tristeza pro-

funda, desânimo, sentimento de inutilidade, ideias

de suicídio, dor no peito, crises de choro e voltou a

comer em excesso. Com medo de morrer, parou de

trabalhar, fica dormindo quase o tempo todo. Apre-

senta dificuldade de concentração, autodepreciação,

menos-valia, abandono, desesperança, apatia, inca-

pacidade de sentir prazer, queixa de passar a maior

parte do tempo na cama, de cansaço e de fadiga.

antecedentes: Aos 25 anos de idade, teve seu pri-

meiro episódio depressivo, quando tentou suicídio

com substância de letalidade. Socorrido por seu pai,

ficou seis dias na UTI, fez quadro de pneumonia aspi-

rativa. Foi levado ao psiquiatra no RS, que prescreveu

terapia medicamentosa. Após dois meses, voltou ao

trabalho, passados três meses, a empresa o demi-

tiu. Procurou trabalho, mas não encontrou. Come-

çou a dar aulas particulares em casa de matemática.

Em pouco tempo, tinha muitos alunos. Fez curso de

informática e passou a realizar diversos trabalhos na

área. Ficou bem com a medicação por anos. Casou-

se e mudou para SP. Teve dois filhos. Parou a medi-

cação por conselho do endocrinologista. Apresenta-

va obesidade mórbida, cansaço e muita sonolência.

Fez cirurgia bariátrica, havia emagrecido cerca de 20

quilos, porém está recuperando o peso atualmente.

5.3.3 Caso B

Identificação: Roberto, 38 anos de idade, casado,

eletricista, natural de Salvador, BA.

Queixa atual: sintomas depressivos, fóbicos, pa-

nicosos, obsessivo-compulsivos e hipocondríacos

(sic). Há cerca de dezoito anos tem pensamentos

obsessivos. De fato, ao exame, observa-se um usu-

ário ansioso, com ideias obsessivas de agressão,

além de ideias de poder estar doente (o tempo todo,

verifica com a mão sua temperatura corporal), com

humor visivelmente depressivo. Não apresenta al-

terações do conteúdo do pensamento, o qual se

mostra organizado, porém rapidamente acelerado

(observa-se certa pressão por falar). Não apresenta

alucinações. Juízo de realidade preservado e obser-

va-se que está estável no trabalho e no casamento.

antecedentes: Referiu na primeira consulta que

vinha sofrendo desde os 20 anos de idade com pen-

samentos que diziam respeito a relações sexuais

com a mãe e agressão ao pai. Relata que subita-

mente, “no dia 04/09/1996, às 21:30 h”, veio-lhe à

cabeça um pensamento obsessivo intenso que teria

de matar o seu genitor. Refere que para lidar com

os seus pensamentos, resolvia se trancar no quarto

e passar o dia rezando. Não podia dizer o que se

passava com ele aos pais porque tinha medo do que

eles poderiam pensar. Receava, também, perder o

controle da situação e pensava que poderia fazer o

que os seus pensamentos sugeriam.

Demorou cerca de oito anos para procurar ajuda

médica e, quando o fez, referiu não ter logrado êxi-

to.Tentou psicoterapia inicialmente e ficou mais de

um ano em vão nesse tratamento, pois o psicotera-

peuta chegou a lhe dizer que “se pensasse naque-

las coisas, elas acabariam acontecendo mesmo”.

Desesperou-se e nunca mais quis fazer psicotera-

pia. Procurou outro medico. Foi-lhe prescrito anti-

depressivo, que só conseguia usar em doses baixas

devido aos efeitos colaterais. Teve uma melhora

pequena, porém não satisfatória, e antes de com-

pletar um ano de uso da medicação, interrompeu-o.

Oficina 8 - Saúde Mental

21

5.3.4 Caso C

Identificação: Patrícia, 16 anos de idade, solteira,

católica, estudante do Ensino Fundamental (cursou

até a 7ª série).

Queixa atual: Ao completar 14 anos, seu comporta-

mento começou a se modificar. Lia a Bíblia em voz

alta, apresentava risos imotivados, não dormia e por

vezes aparentava ansiedade, com sudorese intensa.

Ficava aflita, dizia palavrões e atirava objetos contra

a parede, dizendo que via pessoas conhecidas lhe

fazendo propostas sexuais. Permanecia longos perí-

odos olhando para as paredes. Tornou-se agressiva

com os familiares, reagia de maneira explosiva sem-

pre que julgava que o olhar ou o comportamento de-

les era diferente. O rendimento escolar decaiu, sua

escrita se tornou quase incompreensível, escrevia

nomes estranhos e fazia desenhos bizarros no chão.

A família procurou tratamento ambulatorial psiqui-

átrico, que resultou em melhora parcial dos sinto-

mas, mas manteve o tratamento de forma irregular

por oito meses e o interrompeu.

Já com 15 anos, houve piora progressiva e gradual

dos sintomas, começou a apresentar rigidez muscu-

lar, conversava sozinha como se estivesse brigando

com alguém, às vezes batia nas paredes, sendo en-

tão internada por quatro meses. Após a alta, apre-

sentava diminuição da iniciativa, certa apatia, fala-

va pouco, não saía sozinha, não recordava dos fatos

ocorridos durante o surto (amnésia lacunar), per-

manecia ainda olhando para as paredes. Após a alta

hospitalar fez uso da medicação por cerca de 20 dias

e interrompeu novamente o seguimento. Segundo

a mãe, atualmente não se alimenta, não fala e fica

imóvel na cama ajoelhada e rindo, com os membros

superiores e inferiores fletidos, mãos cerradas, fa-

zendo movimentos pendulares com o tronco, alheia

ao meio. Apresenta fácies de estranheza, sem con-

tato verbal nem visual, sem cuidados próprios, com

emagrecimento e escaras de decúbito.

antecedentes: Sua gestação e parto foram sem

intercorrências, aos dois anos de idade os pais se

separaram e a usuária passou a residir com uma

tia paterna. Com muita dificuldade para se adaptar,

permanecia isolada, retraída. Após três meses, a

família a levou para residir com a avó materna no

Nordeste, com quem a usuária tinha melhor rela-

cionamento. Recebia apenas visitas anuais da mãe,

e aos cinco anos recebeu a primeira visita do pai.

Nesta época aprendeu a escrever seu nome, mas

iniciou os estudos apenas aos oito anos. Era muito

dedicada, dizia que gostava muito de estudar, tinha

bom rendimento escolar. Aos nove anos os pais re-

ataram o casamento e retornaram à SP. Logo em

seguida, nasceu seu irmão. Avô paterno etilista,

epiléptico. Tia e tio maternos esquizofrênicos pa-

ranóides. Tio paterno com tumor cerebral e mani-

festações psicóticas. Tio paterno etilista, que foi as-

sassinado. O avô materno também é etilista e a avó

é diabética e hipertensa. O pai já foi etilista e possui

deficiência mental leve. A mãe, também deficien-

te mental leve, apresentou episódios depressivos e

crises conversivas; é hepatopata grave por hepatite

e aguarda transplante hepático. O irmão tem inteli-

gência limítrofe.

5.3.5 Caso d

Identificação: André, 47 anos de idade, brasileiro,

professor, católico.

Oficina 8 - Saúde Mental

22

Queixa atual: Bebe abusivamente por vários dias in-

terrompendo um período de abstinência, isto é, cos-

tuma ficar sem usar a bebida alcoólica por alguns

meses. Nega depressão ou ideias de suicídio. Associa

sua relação com o álcool com situações de dificuldade

financeira. Afirma que quando vem o desejo de beber,

não tem como se controlar. O que mais teme é que

esses abusos com álcool venham a prejudicar sua

carreira de professor, já que é dedicado e bem concei-

tuado entre seus colegas de profissão.

antecedentes: Há dez anos fez estágio profissional

em outra cidade, quando teve seus primeiros con-

tatos com bebida alcoólica. A primeira situação de

abuso de bebidas alcoólicas ocorreu em janeiro de

2004, a segunda, em fevereiro de 2005, e a terceira,

em maio de 2005. Nesta última, necessitou de inter-

nação em hospital clínico para tratar os efeitos da

intoxicação alcoólica.

Está em seu segundo casamento. O primeiro ter-

minou após 16 anos por problemas de relaciona-

mento. Tem um filho de 20 e outro de 17 anos. É

filho único. Sem antecedentes psiquiátricos na fa-

mília. É tabagista.

5.3.6 Caso E

Identificação: Antonio, 24 anos de idade, brasileiro,

separado, escolaridade média, trabalha na empresa

da família, evangélico.

Queixa atual: Faz uso de cocaína aspirada a cada 30

ou 60 dias. Nas ocasiões de uso da droga, fica fora

de casa de um a dois dias. Anda de carro dia e noite

usando a droga, e quando melhora volta para casa.

No final de semana anterior a esta consulta, ficou

três dias fora de casa usando a droga. Refere que

quando sente vontade de usar a droga não consegue

o controle e, nessas ocasiões, torna-se manipulador.

Quando isso ocorre, há um descontrole total em

sua vida.

antecedentes: O primeiro contato com cocaína foi

aos 16 anos. Acha que começou a usar droga por

influencia de colegas. Aos 19 anos experimentou

cannabis. Não consegue caracterizar o que o leva a

procurar cocaína. Quer ficar bem, pois pretende fa-

zer um curso para piloto de avião.

Nos períodos de sobriedade, é trabalhador e cum-

pridor de suas obrigações, embora sem muita ini-

ciativa, ou seja, é preciso que alguém programe e

determine o que tem de ser feito. Não tem distúrbios

de conduta nos períodos de sobriedade. Não faz uso

de bebida alcoólica. Já fez tratamento ambulatorial

com tranquilizante e medicação de ação anticonvul-

sivante. Nessa ocasião, ficou seis meses abstêmio.

Seu casamento durou 6 meses, após três anos e

meio de namoro. Para Antonio, a separação foi de-

corrente de frequentes intervenções da família da

esposa no relacionamento conjugal.

Entretanto, para os pais dele, a questão do abuso de

droga foi igualmente um dos fatores da separação.

Tem um filho de cinco meses. É o filho do meio. Tem

duas irmãs solteiras. Pais vivos. Os pais têm proble-

mas de relacionamento.

Oficina 8 - Saúde Mental

23

5.3.7 matriz: plano de cuidados em saúde mental

ESTadO dO paraNÁSecretaria de Estado da Saúde – SESASuperintendência de Atenção à Saúde – SASDepartamento de Atenção as Condições Crônicas – DACCDivisão de Saúde Mental – DVSAM

plaNO dE CUIdadOS Em SaÚdE mENTalNome (com letra de forma e sem abreviaturas):

data: Nome e CBO do profissional (que realizou atendimento):

Número de prontuário na UBS/ESf:

Quadro psicopatológico Transtorno mental ( ) Dependência de álcool e outras drogas ( )

Estratificação de risco Baixo risco ( ) Médio risco ( ) Alto risco ( )

Obs. aGUdIZaçãO ou INTErNamENTO implica em reavaliação do Plano de Cuidado

aTIVIdadE pONTO dE aTENçãO

À QUEm SE dESTINa praZO rESpONSÁVEl mONITOramENTO

lEGENda

aTIVIdadE: Consultas, atendimentos, visitas domiciliares, atividades em grupo, acompanhamento compartilhado com Equipe do NASF, agendamento de atendimento em outros níveis de atenção ou serviços, outras atividades realizadas em Pontos de Atenção da Rede Intersetorial. pONTO dE aTENçãO: Serviços disponíveis à comunidade que estão na abrangência de uma determinada região e que de alguma forma podem contribuir no processo de reabilitação psicossocial dos usuários com transtornos mentais ou dependentes de álcool e outras drogas: •PontosdeAtençãodaRededeSaúde •PontosdeAtençãodaRedeIntersetorial:CentrosdeConvivência;Cooperativas;GruposdeTrabalho;Empresas;Abrigos;Associaçõesdemoradoresou comunitárias; Grupos de ajuda mútua; Oficinas Comunitárias; Igrejas; CRAS; CREAS; Escolas; Outros. À QUEm SE dESTINa: Qual pessoa será destinada a ação (por exemplo: usuário e/ou família e/ou comunidade). praZO: Tempo que será necessário ou previsto para executar a atividade, incluindo as contínuas. rESpONSÁVEl: Qual profissional será responsável pela atividade. mONITOramENTO daS aTIVIdadES: Especificar se atividade foi realizada e no prazo previsto. Caso não tenha sido realizada, justificar.

Obs. Considerar a possibilidade de outras atividades que possam ser realizadas ou programadas em outros pontos de atenção, tanto da Rede de Atenção à Saúde como da Rede Intersetorial.

Oficina 8 - Saúde Mental

24

5.4 Exposição: a planilha de programação local

para a saúde mental

Objetivo: Compreender os parâmetros assistenciais

para a saúde mental, de acordo com a estratificação

de risco.

5.4.1 Texto de apoio: a planilha de programação

para a saúde mental

A programação para a saúde mental deve ser reali-

zada seguindo a mesma operacionalização e os pas-

sos já apresentados na Oficina 6 – Programação da

Atenção Primária à Saúde, pg. 24-27.

As ações programadas para o acompanhamento da

população alvo estão divididas em: usuários com

transtorno mental e usuários com dependência de

álcool e outras drogas. Estão programadas a partir

da estratificação de baixo, médio e alto risco. Nas

planilhas, consta o mínimo de ações que devem

ser realizadas.

Para o dimensionamento da população alvo, foram

utilizados dados de prevalência de Transtornos Men-

tais divulgados pela OMS em 2002, a qual estimou

que 12% da população geral seria acometida por

Transtornos Mentais, classificados em baixo, médio

e alto risco, para o planejamento dos atendimentos.

Além destes, foram utilizados dados da prática clíni-

ca na assistência para estimar os casos de depen-

dência de álcool e outras drogas em 6% da popula-

ção geral, os quais foram priorizados devido a sua

maior complexidade.

rEdE dE aTENçãO ÀS CONdIçÕES CrÔNICaS planejamento da atenção à Saúde mental

plaNIlha dE prOGramaçãOAtenção primária à saúde, atenção secundária de referência e CAPS

prEENChImENTO:

data: responsável:

programação:(marcar com “x”)

Equipe APS ( ) Município ( ) Região ( ) Macrorregião ( )

No de equipes de apS:

IdENTIfICaçãO (registrar nome):

Equipe: município:

região: macrorregião:

Oficina 8 - Saúde Mental

25

rEdE dE aTENçãO ÀS CONdIçÕES CrONICaS – SaÚdE mENTaldImENSIONamENTO da pOpUlaçãO alVO

BaSE dE dadOS para O dImENSIONamENTO

população total:

ESTImaTIVa da pOpUlaçãO alVOGeral e por estratificação de risco

Transtorno mental

Prevalência 12,0% da pop. geral 0

Transtornos mentais de baixo risco 50,0% da pop. prevalência 0

Transtornos mentais de médio risco 25,0% da pop. prevalência 0

Transtornos mentais de alto risco 25,0% da pop. prevalência 0

dependência de álcool e outras drogas*

Prevalência 6,0% da pop. geral 0

Baixo risco 30,0% da pop. prevalência 0

Médio risco 65,0% da pop. prevalência 0

Alto risco 5,0% da pop. prevalência 0

Total da população com transtorno mental e dependência de álcool e outras drogas 0

Oficina 8 - Saúde Mental

26

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ção

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Oficina 8 - Saúde Mental

27

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Oficina 8 - Saúde Mental

28

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trado

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mpa

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, sen

do:

• 2

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Oficina 8 - Saúde Mental

29

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Oficina 8 - Saúde Mental

30

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Oficina 8 - Saúde Mental

31

5.5 Estudo de caso: a programação local para a

saúde mental

Objetivo: Possibilitar aos participantes o exercício da

aplicação da planilha de programação local para a

saúde mental.

5.5.1 atividade em grupo: orientação

•Retornar aos grupos, eleger um coordenador e

um relator;

•Ler o texto de apoio – A planilha de programação

para a saúde mental;

•Ler o estudo de caso: A Programação Local para a

Saúde Mental na Unidade de APS Santa Terezinha;

•Elaborar a programação local para a equipe de

saúde da APS utilizando a planilha de programação

apresentada no texto de apoio;

•Responder as seguintes questões:

•Quantas horas semanais por profissional e

para a equipe serão consumidas para aten-

der a saúde mental?

•Qual o % de comprometimento da car-

ga horária semanal por profissional com

saúde mental?

•Relatar em plenário a atividade. Cada relator terá

no máximo cinco minutos para apresentação.

5.5.2 Estudo de caso: a programação local para a

saúde mental na unidade de aps santa terezinha

A Unidade de APS Santa Terezinha se situa geogra-

ficamente na periferia do município de São Lucas,

no bairro Coqueiral, distando-se do centro da cidade

em aproximadamente dez quilômetros.

Possui uma equipe de saúde da família (contando

com um médico, um enfermeiro, dois técnicos de

enfermagem e sete ACS), uma equipe de saúde bu-

cal (com um cirurgião dentista e um auxiliar de saú-

de bucal), e com os seguintes servidores de apoio

administrativo: um auxiliar de serviços gerais, uma

recepcionista e um vigia. A unidade funciona das 7h

às 18h, ininterruptamente, e todos os profissionais

têm jornada de trabalho de 40h semanais. O conse-

lho local é atuante, reúne-se mensalmente, e avalia

o desempenho da equipe.

A Unidade foi construída recentemente com re-

cursos do Ministério da Saúde. Segundo dados do

cadastro familiar e do Sistema de Informação da

Atenção Básica (SIAB), vive nesse território uma

população de três mil habitantes, num total de mil

domicílios. Após um levantamento local, a equipe

de saúde identificou que no território o relevo é pla-

no, poucas ruas são pavimentadas, há ausência de

rede pluvial e consequentes alagamentos. O bairro

é servido por duas linhas de ônibus, uma ligando

bairro a bairro, e a outra ligando bairro ao centro. A

maioria dos domicílios é de alvenaria e tem acesso a

energia elétrica. 80% têm água tratada, apenas 50%

têm rede de esgoto sanitário e a coleta de lixo ocorre

duas vezes por semana. Há no território uma equipe

de NASF composta por Assistente Social, Educador

Físico e Farmacêutico um Centro de Referência em

Assistência Social – CRAS e um Serviço Residencial

Terapêutico – SRT, tipo 1, com oito moradores. Há

uma escola pública de Ensino Fundamental e um

campinho, onde as crianças costumam jogar bola.

Há uma delegacia de polícia com capacidade para

40 pessoas em privação de liberdade, no momento

com 95; uma casa para idosos com 30 vagas; uma

casa de apoio para pessoas vivendo com HIV/AIDS

com 20 vagas sustentadas por uma igreja evangé-

lica; uma comunidade terapêutica para 30 adoles-

centes. Também existe uma igreja com a Pastoral da

Oficina 8 - Saúde Mental

32

Sobriedade. Segundo dados do cadastro familiar e

do SIAB, 51% da população é feminina e 49% é mas-

culina. A população dessa área é constituída por 3%

de crianças menores de um ano, 7% de crianças de

um a quatro anos, 12% na faixa etária de cinco a nove

anos, 8% de dez a 14 anos, 11% de 15 a 19 anos, 52%

de 20 a 59 anos e 7% de maiores de 60 anos. Aproxi-

madamente 250 famílias vivem com uma renda per

capita inferior a R$ 70,00; 150 chefes de família são

analfabetos; 30% das famílias apresentam risco so-

cial, econômico e cultural; e 10% da população têm

plano de saúde.

6. rOTEIrO daS aTIVIdadES:TErCEIrO dIa

6.1 Saudação

Objetivos:

•Saudar os participantes;

•Pactuar os compromissos com os participantes.

6.2 painel: experiências exitosas em saúde mental

na apS

Objetivo: Conhecer experiências exitosas em saúde

mental na APS.

6.3 Estudo dirigido: as estratégias para o

desenvolvimento dos produtos pelas equipes

da apS

Objetivo: Possibilitar aos participantes o desenvolvi-

mento das estratégias para a realização dos produ-

tos da oficina pelas equipes da APS.

6.3.1 atividade em grupo: orientação

•Retornar aos grupos, eleger um coordenador e

um relator;

•Elaborar um cronograma para replicação das ofici-

nas para compartilhamentos com as equipes da APS;

•Desenvolver estratégias para a realização dos pro-

dutos da oficina pelas equipes da APS:

•Identificação e estratificação de risco dos

cidadãos com transtorno mental, dependên-

cia de álcool e/ou substâncias psicoativas

residentes no território de responsabilidade

de cada equipe de APS;

•Programação local para a saúde men-

tal, para cada equipe de APS, utilizando a

planilha de programação disponibilizada

pela SESA;

•Elaboração de agenda para atendimento

em saúde mental, para cada equipe de APS

•Relatar a atividade em plenário. Cada relator terá

no máximo cinco minutos para apresentação.

prazo:

•Os produtos deverão ser desenvolvidos no período

de: / /

próxima oficina:

•Tema:

Oficina 8 - Saúde Mental

33

SUGESTãO dE CadaSTrO dE SaÚdE mENTal

ESTadO dO paraNÁSecretaria de Estado da Saúde – SESASuperintendência de Atenção à Saúde – SASDepartamento de Atenção as Condições Crônicas – DACCDivisão de Saúde Mental – DVSAM

CadaSTrO dE SaÚdE mENTal (COmplEmENTar aO CadaSTrO GEral da UapS)1. dadOS dE IdENTIfICaçãO dO USUÁrIO

Nome (com letra de forma e sem abreviaturas):

data de nascimento: Idade: Escolaridade:

Sexo: M ( ) F ( ) TM ( ) AD ( )

Número do prontuário na UBS/ESf:

profissão:

Está trabalhando atualmente? SIM ( ) NÃO ( )

Em caso negativo, está recebendo algum tipo de auxílio/benefício?

NÃO ( ) SIM ( ) Qual? Desde quando?

Estratificação de risco: data:

Estratificação de risco: data:

Estratificação de risco: data:

2. hISTÓrIa prEGrESSa

Internamento: SIM ( ) NÃO ( )

local do último internamento: ( ) Hospital Geral ( ) Hospital Psiquiátrico

data e motivo do último internamento:

Número de Internamentos psiquiátricos:

Já utilizou serviço de Urgência/Emergência: NÃO ( ) SIM ( ) Quando?

atendimentos anteriores em Saúde mental:( ) UAPS ( ) Ambulatório ( ) Centro de Atenção Psicossocial – CAPS

( ) Atendimento Psicológico ( ) Atendimento Psiquiátrico

( ) CRAS/CREAS

( ) Outro – Qual?

3. SINTOmaTOlOGIa

Sinais e sintomas e demais informações pertinentes (incluindo os aspectos sociais e familiares e em casos AD, especificar qual o tipo de droga utilizada):

Comorbidades (doenças associadas):

medicação atual:

adesão ao tratamento medicamentoso: SIM ( ) NÃO ( )

Nome e CBO do profissional (que realizou atendimento):

Oficina 8 - Saúde Mental

34

ESTadO dO paraNÁSecretaria de Estado da Saúde – SESASuperintendência de Atenção à Saúde – SASDepartamento de Atenção as Condições Crônicas – DACCDivisão de Saúde Mental – DVSAM

maNUal: Estratificação de risco dos Transtornos

mentais e dependência de Álcool e outras drogas

dESCrITOrES

Com a finalidade de auxiliar na escolha dos parâme-

tros que vão definir o nível em que ocorrerá a assis-

tência em saúde e lembrando que o planejamento

da estratificação de risco da população alvo foi re-

alizada considerando a gravidade dos sinais e sin-

tomas apresentados, sem a necessidade de firmar

diagnóstico inicial, somada às condições de vida atu-

al do usuário; a seguir apresentamos os descritores

dos sinais e sintomas identificados durante as en-

trevistas de acolhimento da demanda de assistência

em saúde dos usuários.

GrUpO I – sintomas relacionados aos transtornos

mentais comuns ou menores: também caracte-

rizados por englobar quadros mais leves como os

depressivos, ansiosos e somatoformes classificá-

veis nos manuais diagnósticos, além de abranger

múltiplos sintomas. Causam prejuízos e incapacida-

des funcionais, sociais e físicas comparáveis ou mais

graves que os transtornos crônicos, duas vezes mais

queixas de doenças físicas, taxas de mortalidade al-

tas quando comparados com a população em geral,

além de ser uma das mais importantes causas de

morbidade na atenção primária.

GrUpO II – sintomas relacionados aos transtornos

mentais severos e persistentes que se definem por

uma gama extensa e heterogênea de característi-

cas e necessidades que impactam sobre indivíduos

tendo em comum a duração do problema, o grau de

sofrimento emocional, o nível de incapacidade que

interfere nas relações interpessoais e nas compe-

tências sociais e o diagnóstico psiquiátrico. Grande

parte dos indivíduos aqui agrupados são portadores

de transtornos psicóticos – esquizofrenia, transtorno

afetivo bipolar e outras psicoses.

GrUpO III – sintomas relacionados à dependência

de álcool e outras drogas que englobam o abuso

e dependência de substâncias psicoativas (drogas)

que quando utilizadas alteram o funcionamento

cerebral causando modificações no estado mental

ou psiquismo. Inclui o uso de depressores do SNC

(álcool, benzodiazepínicos, opiáceos e inalantes), os

psicoestimulantes (anfetaminas e cocaína/crack) e

os alucinógenos (maconha, LSD, êxtase). A depen-

dência caracteriza-se por reações físicas ou psí-

quicas que incluem ingestão excessiva de drogas

psicoativas, de modo contínuo ou periódico, para

experimentar seus efeitos psíquicos e/ou evitar o

desconforto de sua falta (abstinência); abandono

progressivo de prazeres e interesses e persistência

do uso apesar dos prejuízos decorrentes.

GrUpO IV - sintomas relacionados a alterações na

saúde mental que se manifestam na infância e/ou

na adolescência. Grupo heterogêneo de transtor-

nos, ocorrendo durante a infância e/ou adolescên-

cia. Algumas destas afecções constituem síndromes

bem definidas, enquanto outras são simples asso-

ciações de sintomas; mas devem ser identificadas

em função de sua frequência e de sua associação

com uma alteração do funcionamento psicossocial.

GrUpO V – sintomas relacionados a alterações

na saúde mental que se manifestam nos idosos.

Englobam as demências e distúrbios transitórios

orgânicos cerebrais comuns na população de faixa

etária mais elevada e tem em comum a deterioração

Oficina 8 - Saúde Mental

35

e/ou a perda progressiva das capacidades intelectu-

ais e do funcionamento psicossocial.

GrUpO VI – fatores que podem se constituir em fa-

tores agravantes ou atenuantes de problemas de

saúde mental já identificados. Refere-se à condição

de vida atual do usuário sendo baseados nos fatores

de risco e proteção.

GrUpO I

Sensação de morte iminente e/ou pânico: é um

sentimento de medo extremo (diferente de medo

intenso), agudo ou prolongado, acompanhado de

sintomas e sinais físicos como sudorese e taquicar-

dia e de temor a um perigo imediato e não localizá-

vel ou identificável.

medo intenso: sentimento de temor intenso a algum

perigo identificável ou não.

desrealização: sentimento desagradável de estra-

nheza, de mudança ou de irrealidade em relação ao

mundo em sua volta.

despersonalização: sentimento desagradável de

estranheza e novidade em relação a si próprio.

Crises conversivas: conjunto de manifestações de

comportamento, das sensações em que o indivíduo

pode ter movimentos corporais bizarros, parecidos

com convulsões, imobilidade (paralisia) ou anestesia

de membros e/ou sensação de perda de alguma fun-

ção como a fala, audição ou visão.

Crises dissociativas: semelhante a convulsões epi-

lépticas, manifesta-se por alteração da qualidade da

consciência em que esta se estreita ou se rebaixa,

porém sem uma causa biológica explicável, levando

o indivíduo a fazer uma amnésia seletiva de fatos, de

lugares, de si mesmo, de pessoas e/ou de fatos psi-

cologicamente significativos.

Queixas somáticas persistentes e/ou hipocondríacas:

sensações corporais muito frequentes levando o in-

divíduo a obter atenção de terceiros ou outro ganho

secundário e/ou sensações e sinais físicos triviais

interpretados como anormais e perturbadores le-

vando a um temor de estar com alguma doença que

não tenha causa biológica explicável.

pensamentos ou comportamentos repetitivos e/ou

conjunto de rituais: pensamentos ou atos em geral

incompreensíveis, inevitáveis e indesejáveis pelo

próprio individuo, julgados por ele como absurdos

e irracionais. São exemplos: a reflexão demorada e

persistente de ideias, os rituais de verificação e os

de limpeza, estes em geral realizados para aliviar

algum desconforto emocional subjetivo.

pensamentos de inutilidade e/ou sentimentos de

culpa: são crenças pessimistas em que o individuo

se auto-acusa de ser responsável ou irresponsá-

vel por acontecimentos diversos os quais não tem

responsabilidade direta. Em geral se acompanham

de sentimentos depressivos e podem evoluir para

ideias desconectadas da realidade, também chama-

das de delírio.

Tristeza persistente acompanhada ou não de

choro: sentimentos de tristeza (humor rebaixado)

observados ou referidos pelo individuo. Quando se

acompanha de prolongada ausência (falta) de vonta-

des e desejos com inibição global do funcionamento

mental, sem necessariamente ter uma causa defini-

da, pode ser denominado de depressão.

GrUpO II

Ideação e/ou tentativa de suicídio: é a intenção de

matar-se. Tema que deve ser abordado em qual-

quer investigação de problemas mentais permitindo

Oficina 8 - Saúde Mental

36

ao usuário falar do assunto para que a intensida-

de desta idéia seja avaliada quanto ao risco real de

ser cometida.

Isolamento social: tendência a manter-se afastado

do convívio e/ou contato familiar ou social.

heteroagressividade e/ou autoagressividade: alte-

ração de conduta em que o indivíduo usa práticas de

violência verbal ou física contra os outros, contra si

ou contra objetos.

desinibição social e sexual: alteração de comporta-

mento em que o indivíduo perde a noção de moralida-

de e pudor, com atitudes exageradamente sedutoras

ou consideradas imorais. Em geral se acompanham

de sentimentos de euforia e/ou de grandeza.

hiperatividade associada ou não a atos impulsivos:

aumento da atividade motora associada ou não a

ações involuntárias, automáticas, sem reflexão ou

ponderação, em geral incontroláveis, e sem objetivo

específico, podendo levar a exaustão; que acompa-

nha estados de humor eufóricos.

Euforia: elevação desproporcional do humor com-

preendida como uma alegria patológica em que o

indivíduo está demasiado otimista, motivado, exal-

tado, comunicativo. Pode apresentar pressão para

falar sem parar resultando num discurso acelerado,

contagiante, repleto de brincadeiras e gesticulações.

Elevação desproporcional da autoestima: o indivi-

duo expressa vivências exageradas de qualidades

pessoais, poder, ganho, grandeza e sucesso relacio-

nados a si mesmo.

delírio: distúrbio do conteúdo do pensamento em

que o indivíduo tem ideias em desacordo com a

realidade. Cria, distorce ou dá falso significado

para a realidade, são crenças errôneas da qual

ele tem absoluta convicção sendo irremovível e

não influenciável.

alucinação: alteração da percepção visual, auditiva,

olfativa, gustativa ou tátil que é clara e definida ape-

sar do objeto não estar presente na realidade.

alteração no curso do pensamento: alteração no

curso do pensamento em que há uma sensação de

interrupção, levando a crença de que outras pesso-

as ouvem ou percebem seus pensamentos e/ou que

seu pensamento foi roubado da mente.

perda do Juízo Crítico da realidade: alteração do

pensamento em que há um julgamento falso ou

distorcido da realidade externa motivado por fato-

res patológicos psíquicos (realidade interna), que se

evidencia principalmente quando há alucinações e

delírios. Em geral se acompanha de perda das capa-

cidades de autogerenciamento.

GrUpO III

delirium tremens: psicose orgânica reversível que

dura de dois a dez dias e que resulta da interrupção

da ingestão de bebida alcoólica. Inicia-se 72 horas

após a ingestão da última dose de bebida alcoólica,

e manifesta-se com diminuição do nível da consci-

ência, confusão mental, desorientação no tempo e

espaço, tremores de extremidade e generalizados,

insônia, febre, sudorese abundante, ilusões e alu-

cinações visuais e táteis (pequenos insetos e ani-

mais) podendo levar à morte pela desidratação e

outras complicações.

Tremor associado, ao hálito etílico e sudorese etílica:

tremores finos observáveis nas mãos, pernas e língua

e hálito e/ou suor com cheiro de álcool.

Incapacidade de redução e controle do uso de drogas:

situação em que o individuo, apesar dos prejuízos pes-

soais sofridos em decorrência da ingestão de álcool

ou drogas, continua o uso.

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37

manifestação de comportamento de risco para si

e para terceiros: atitudes pessoais que colocam o

indivíduo em risco de morrer, de causar danos para

outros, de sofrer prejuízo físico, emocional ou moral.

Ex: dirigir embriagado, relação sexual desprotegida,

intoxicação alcoólica aguda, coma alcoólico, abando-

no de higiene e alimentação.

Tolerância: necessidade de ingerir quantidades de

substâncias psicoativas progressivamente maiores

para obter o mesmo efeito observado inicialmente

em pequenas quantidades.

GrUpO IV

dificuldade manifesta na infância e/ou adolescên-

cia de compreender e transmitir informação: pode

ser dificuldade da fala, da escrita, da expressão

facial, da gesticulação corporal, do aprendizado e da

compreensão observados com maior frequência no

período escolar.

movimentos corporais ou comportamentais este-

reotipados: são gestos, trejeitos, tiques, maneiris-

mos, posturas que são repetidas ou, ao contrário,

são mantidas por longos períodos, mas sem um

propósito específico ou objetivo aparente.

desatenção manifesta na infância e/ou adolescência:

padrão de comportamento caracterizado por dificul-

dade em iniciar, manter e terminar interação com ou-

tras pessoas e tarefas por falta de atenção, resultando

em desorganização, distratibilidade, esquecimentos e

dificuldade de planejamento; manifesta em indivídu-

os menores de 18 anos.

Inquietação constante manifesta na infância e/ou

adolescência: atividade excessiva em situações em

que relativa tranquilidade é esperada, resultando

em excesso de agitação e impulsividade que podem

perturbar o ambiente e se associar a agressividade e

comportamento opositor em indivíduos menores de

18 anos.

regressão: tendência a apresentar comportamen-

tos ou reações afetivas características de épocas an-

teriores ao atual nível de desenvolvimento e experi-

ência pessoal. Também se denomina puerilismo ou

infantilismo afetivo.

GrUpO V

perda da memória: dificuldade ou incapacidade

para recordar fatos ocorridos antes, durante ou após

um determinado ponto no tempo.

perda progressiva da capacidade funcional, ocu-

pacional e social: dificuldade ou incapacidade para

exercer plenamente funções familiares, domicilia-

res, profissionais ou na sociedade; que se instalou

de forma crescente e progressiva ao longo da vida e

em consequência dos problemas de saúde mental.

desorientação temporal e espacial: prejuízo ou in-

capacidade de reconhecer a data (dia, mês e ano)

atual e o local em que se encontra.

GrUpO VI

resistência ao tratamento e/ou refratariedade: é a

não resposta efetiva a diversos tratamentos adminis-

trados de maneira adequada, seja por não aderência,

por permanência dos sintomas, ou por evidência de

fracasso nos tratamentos psiquiátricos anteriores.

recorrência ou recaída: é o retorno da atividade de

uma doença após um período de pelo menos dois

meses em que houve remissão (desaparecimento)

completa dos sintomas. Pode ser uma manifestação

clínica ou laboratorial. Um 1º episódio é considerado

Oficina 8 - Saúde Mental

38

único, episódios subsequentes são “recorrentes” ou

“recidivantes”.

Uso abusivo de substâncias psicoativas: padrão de

uso de psicofármacos, álcool ou outras drogas que

causa prejuízo ou dano real à saúde, à vida social e

profissional do usuário; sem que se observem tole-

rância, abstinência e sinais e sintomas de abstinên-

cia presentes em casos de dependência química.

Exposição continuada ao estresse: quando o indiví-

duo convive repetitivamente ou por tempo prolongado

com eventos ou circunstâncias em sua vida pessoal,

familiar, profissional ou social que gerem alteração,

reação ou sofrimento emocional inevitável e acima

do individualmente suportável.

precariedade de suporte social: quando não há

pessoas de sua comunidade disponíveis para pres-

tar alguma assistência, supervisão, monitoramento

ou encaminhamento para tratamento

precariedade de suporte familiar: quando não há

familiares disponíveis para prestar alguma assistên-

cia, supervisão, monitoramento ou encaminhamento

para tratamento.

Testemunha de violência: pessoa que assistiu de

forma presencial ato de violência física contra ter-

ceiros ou contra objetos (patrimônio).

autor ou vítima de violência: pessoa que sofreu ou

cometeu ato de violência física contra si, contra ter-

ceiros ou contra objetos (patrimônio).

perda da funcionalidade familiar e/ou afetiva:

quando o indivíduo perdeu a capacidade de tomar

decisões necessitando auxilio de outras pessoas

para gerenciar sua vida.

Vulnerabilidade econômica e ambiental: conjunto

de situações, mais ou menos problemáticas, que

situam a pessoa numa condição de carente, ne-

cessitada, impossibilitada de responder com seus

próprios recursos às exigências da vida nas áreas

econômicas ou ambientais. Exemplo: desemprego,

ausência de moradia, vitima de desastres naturais.

Comorbidade ou outra condição crônica associada:

quando uma ou mais doenças estão presentes ao

mesmo tempo em que o transtorno mental.

faixa etária > 6 anos e < de 18 anos: pessoas com ida-

de superior a seis anos inferior a 18 anos.

abandono e/ou atraso escolar: Quando o aluno dei-

xa de ir à escola ou está em atraso de no mínimo

dois anos consecutivos do período escolar.

CONdIçÕES ESpECIaIS: São circunstâncias consi-

deradas sentinelas porque exigem maior atenção

das equipes de saúde se fazendo indispensável,

além da aplicação da estratificação de risco, uma

maior atenção e cuidado.

•GESTaçãO

•pOpUlaçãO INdÍGENa

•dEfICIÊNCIa mENTal mOdErada OU

SEVEra

EVENTOS aGUdOS: Nestas situações não se faz

estratificação de risco, pois são consideradas situ-

ações de urgência para as quais deve ser aplicada

a classificação de risco como em qualquer outro

evento agudo.

•OCOrrÊNCIa rECENTE dE TENTaTIVa

dE SUICÍdIO

•CrISE OU SUrTO pSICÓTICO

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ESTadO dO paraNÁSecretaria de Estado da Saúde – SESASuperintendência de Atenção à Saúde – SASDepartamento de Atenção as Condições Crônicas – DACCDivisão de Saúde Mental – DVSAM

fICha dE apOIO plaNO dE CUIdadOS Em SaÚdE mENTal QUadrO

pSICOpaTOlÓGICOESTraTIfICaçãO

dE rISCO aTIVIdadEpONTO dE aTENçãO

apS

TraNSTOrNO mENTal

BAIXO RISCO

Consulta médica 2 Consultas médicas

Consulta de enfermagem 1 Consulta de enfermagem

Atendimento de odontologia 1 Atendimento de odontologia

Atividades em Grupo 4 Atividades em Grupo

Visita Domiciliar 1 Visita Domiciliar ao mês

Acompanhamento Compartilhado com Equipe do NASF Quando necessário

MÉDIO RISCO

Consulta médica 1 Consulta médica

Consulta de enfermagem 1 Consulta de enfermagem

Consulta de odontologia 1 Atendimento de odontologia

Atividades em Grupo 4 Atividades em Grupo

Visita Domiciliar 1 Visita Domiciliar ao mês

Acompanhamento Compartilhado com Equipe do NASF Quando necessário

ALTO RISCO

Consulta médica 1 Consulta médica

Consulta de enfermagem 1 Consulta de enfermagem

Consulta de odontologia 1 Atendimento de odontologia

Visita Domiciliar 1 Visita Domiciliar ao mês

Acompanhamento Compartilhado com Equipe do NASF Quando necessário

Agendar atendimento no CAPS ou Centro Regional de Atenção Especializada para todos os usuários com Transtorno Mental

dEpENdÊNCIa dE ÁlCOOl E OUTraS

drOGaS

BAIXO RISCO

Consulta médica 2 Consultas médicas

Consulta de enfermagem 1 Consulta de enfermagem

Consulta de odontologia 1 Consulta de odontologia

Acompanhamento Compartilhado com Equipe do NASF Quando necessário

Visita Domiciliar 1 Visita Domiciliar ao mês

MÉDIO RISCO

Consulta médica 1 Consultas médicas

Consulta de enfermagem 1 Consulta de enfermagem

Consulta de odontologia 1 Consulta de odontologia

Acompanhamento Compartilhado com Equipe do NASF Quando necessário

Visita Domiciliar 1 Visita Domiciliar ao mês

Agendar atendimento no CAPS ou Centro Regional de Atenção Especializada para todos os usuários com Dependência de Álcool e outras Drogas

ALTO RISCO

Agendar atendimento no CAPS ou Centro Regional de Atenção Especializada para todos os usuários com Dependência de Álcool e outras Drogas

Visita Domiciliar 1 Visita Domiciliar ao mês

Obs. Considerar a possibilidade de outras atividades que possam ser realizadas ou programadas em outros pontos de atenção, tanto da Rede de Atenção à Saúde como da Rede Intersetorial.

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aNOTaçÕES

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aNOTaçÕES

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