Oficina de Vegetação – Treinamento de Campo – Exercício 2 - 2015

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Oficina de Vegetação FLG 356 – BIOGEOGRAFIA Profa Dra Sueli Ângelo Furlan Oficina de Vegetação – Treinamento de Campo – Exercício 2 - 2015 Nome: Data: Período: Objetivos A finalidade deste treinamento de campo é introduzir algumas técnicas utilizadas no estudo da espacialização da vegetação. A partir deste treinamento os alunos deverão discutir em grupo quais procedimentos utilizarão para obter informações sobre a biota que estudarão em suas áreas de estudo e incluir estes procedimentos no trabalho de campo específico. A observação é o passo inicial para que o aluno possa conhecer melhor a área de estudo, antes de propor os procedimentos de campo para levantamento de informações qualitativas e quantitativas. A aplicação de diferentes procedimentos de coleta de informações sobre o meio fornece-nos um conhecimento básico sobre o ecossistema, comunidade ou espécies individuais. Esse conhecimento prévio possibilita muitas vezes a extrapolação da informação ou comparação entre diferentes tipos de ecossistemas. EXERCÍCIO 2 – DECIFRANDO A PLANTA, DESENHO DO PERFIL DA VEGETAÇÃO, LEVANTAMENTOS FLORÍSTICOS E FITOSSOCIOLÓGICOS. Todas as informações devem ser anotadas no caderno de oficina individualmente. Essas fichas serão analisadas pelo professor para avaliação. A entrega do Caderno de Oficina completo deverá ser feita durante a aula do dia: 29/09/2015. É importante que os alunos aprendam os procedimentos de tomada de dados de forma coerente e organizada. Utilize o registro fotográfico para enriquecer as atividades. 1. Decifrando a planta / Sucessão ecológica Atividade exploratória de observação de características distintivas entre as plantas e noções básicas de sucessão natural. Ao final do caderno há um quadro de anexos contendo algumas descrições morfológicas das plantas.

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Profa Dra Sueli Ângelo Furlan

Oficina de Vegetação – Treinamento de Campo – Exercício 2 - 2015 Nome: Data: Período: Objetivos A finalidade deste treinamento de campo é introduzir algumas técnicas utilizadas no estudo da espacialização da vegetação. A partir deste treinamento os alunos deverão discutir em grupo quais procedimentos utilizarão para obter informações sobre a biota que estudarão em suas áreas de estudo e incluir estes procedimentos no trabalho de campo específico. A observação é o passo inicial para que o aluno possa conhecer melhor a área de estudo, antes de propor os procedimentos de campo para levantamento de informações qualitativas e quantitativas. A aplicação de diferentes procedimentos de coleta de informações sobre o meio fornece-nos um conhecimento básico sobre o ecossistema, comunidade ou espécies individuais. Esse conhecimento prévio possibilita muitas vezes a extrapolação da informação ou comparação entre diferentes tipos de ecossistemas. EXERCÍCIO 2 – DECIFRANDO A PLANTA, DESENHO DO PERFIL DA VEGETAÇÃO, LEVANTAMENTOS FLORÍSTICOS E FITOSSOCIOLÓGICOS. Todas as informações devem ser anotadas no caderno de oficina individualmente. Essas fichas serão analisadas pelo professor para avaliação. A entrega do Caderno de Oficina completo deverá ser feita durante a aula do dia: 29/09/2015. É importante que os alunos aprendam os procedimentos de tomada de dados de forma coerente e organizada. Utilize o registro fotográfico para enriquecer as atividades.

1. Decifrando a planta / Sucessão ecológica Atividade exploratória de observação de características distintivas entre as plantas e noções básicas de sucessão natural.

Ao final do caderno há um quadro de anexos contendo algumas descrições morfológicas das plantas.

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Plantas e suas principais características:

a. Principais sistemas de classificação ao longo da história (de Lineu a Cronquist)

b. Caracterização das diferenças morfológicas que auxiliam o uso de chaves de identificação em campo (ramo, raiz, folha, flor e frutos);

c. Diferenças entre folhas simples, compostas (pinadas) e recompostas (bipinadas);

d. Diferenças entre frutos secos, carnosos, deiscentes e indeiscentes;

e. Diferenças entre plantas epífitas e parasitas (hemi e total).

A Sucessão Ecológica é um dos importantes mecanismos de regeneração florestal, influindo na regulação, reprodução e renovação das florestas tropicais. Ela ocorre a partir de perturbações causadas por origem antrópica ou natural. Inicia-se, principalmente, pela abertura de clareiras a partir da colonização de espécies pioneiras que permitem o desenvolvimento de espécies tardias ou secundárias, assim sucessivamente, até que atinja uma condição de floresta madura ou que uma nova perturbação faça com que se retome o processo desde o início. O processo de transformação deste fenômeno tem relação com a estrutura, com a arquitetura das florestas, bem como sua composição florística, seu equilíbrio e estabilidade.

Admite-se que a maioria das espécies de árvores da floresta tropical necessita da abertura do dossel para atingir seu clímax. Hartshorn (1978 apud PUIG, 2008) estimou que 75% das espécies que compõem o dossel dependem das clareiras para o sucesso de seu crescimento. Assim, é atribuída a clareira a posição essencial do sucesso das florestas tropicais úmidas, bem como o seu rejuvenescimento.

A regeneração natural é à base do equilíbrio e da demografia das populações vegetais; ela garante a renovação dos indivíduos e a perenidade das espécies no ecossistema. Como regra geral, a clareira desempenha papel muito importante na regeneração que sucede a uma perturbação natural do biótopo. Com efeito, a queda de uma árvore provoca uma abertura no dossel, modificando as condições locais e desencadeando os processos de reconstituição da cobertura vegetal (PUIG, 2008).

Este processo contínuo, didaticamente dividido em fases, possui determinadas características que se alteram ao longo do seu desenvolvimento. Como exemplo, podemos citar a predominância de um maior número de indivíduos da mesma espécie e menor variedade de espécies nos estágios iniciais, condição que se altera para um maior número de espécies com menor incidência de indivíduos em estágios mais avançados. A sucessão, portanto, caminha no sentido da complexificação de suas estruturas e da biodiversidade presente.

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A qualidade e capacidade de regeneração de uma floresta têm estreita relação com o seu entorno. Ela terá diferentes características, que dependem, em resumo, da presença ou não matrizes florestais ao redor, de condições edafoclimáticas, da fauna e de aspectos relacionados às várias formas de perturbação da paisagem.

Aubreville foi um dos primeiros autores a chamar a atenção para o caráter dinâmico das florestas, para quem estas se apresentam organizadas em manchas florestais com estrutura e composição florística distintas, formando um mosaico em processo contínuo de modificação ao longo do tempo (TABARELLI, 1994).

Com isso, ressalta-se que a floresta tropical não é homogênea, mas composta por diversas tipologias vegetacionais em diferentes estágios de sucessão.

Veja alguns exemplos de estágios de sucessão da floresta:

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TAREFA 1: PESQUISA SOBRE UMA FAMÍLIA DA MATA ATLÂNTICA (realizada em casa)

a) Pesquisar sobre as características de uma família presente na Mata Atlântica (preferencialmente as que encontraremos em campo: Floresta Ombrófila Densa, Restinga e Manguezal). Fazer uma radiografia de suas características, incluindo a que momento da sucessão ela pertence, com apoio de bibliografia.

2. A técnica do desenho de perfil da vegetação A estratificação pode ser estudada pelo método de representação gráfica em Diagrama de Perfil. O Diagrama de Perfil é utilizado no estudo da estratificação, para ilustrar as relações entre a topografia e a distribuição horizontal das espécies ou vegetação de baixo porte. Esse perfil pode ser elaborado com base em carta topográfica e em fotografia aérea, aliados à observação de campo.

Exemplo de perfil sem topografia

Emperaire, 2000.

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Exemplo de perfil com topografia

Diniz, 1997.

TAREFA 2: DESENHO DO DIAGRAMA DE PERFIL

Escolha um trecho do perfil montado no transecto com barbante, anote o número de sua amostra e desenhe o perfil artisticamente em escala horizontal:

Sugestão de escala: Horizontal: 1m= 10 cm.

Vertical: 10m= 5 cm.

Se for necessário ajuste a escala para valores que melhor representem a realidade. Todas as plantas presentes na faixa devem ser marcadas e mapeadas cuidadosamente, segundo a escala, devendo ser considerada a altura do dossel, o limite inferior da copa e sua extensão. A altura das árvores pode ser estimada por meio de métodos indiretos, tais como triangulação e comparação com objetos de tamanho conhecido.

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DESENHO DO DIAGRAMA DE PERFIL

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3. Principais métodos para levantamentos florísticos e fitossociológicos Parcelas e Quadrantes

Os métodos quantitativos de levantamento fitossociológico podem ser divididos em duas categorias:

� Método com área fixa com uma ou múltiplas parcelas1.

� Método com área variável, baseados em medidas de distância. Por exemplo, o método de quadrantes.

3.1. Método das Parcelas Fixas

As parcelas podem ter áreas variáveis conforme a formação vegetal estudada. Para sistemas florestais costuma-se utilizar como área mínima amostral 100m².

Delimite uma área de 10m X 10m, formando um quadrado. Utilize estacas e barbante ou as próprias árvores. Observe as folhas das árvores, seu tronco, descreva tudo o que vê. Classifique-as e anote o número de vezes que uma mesma planta ocorreu na sua parcela.

Para estudos de Frequência, Dominância e Índice de Importância trabalhem apenas com elementos de porte arbóreo.

É necessário, portanto, que se determine o diâmetro mínimo que será considerado (DAP – Diâmetro à Altura do Peito) e anote os seguintes dados:

1 Parcela: uma pequena área tomada no estande e que deve apresentar em seu interior as características que se deseja investigar.

Estande: qualquer porção de vegetação que seja essencialmente homogênea em todos os estratos e que seja diferente dos tipos contíguos de vegetação por caracteres tanto

quantitativos quanto qualitativos.

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TAREFA 3: Distribuição da vegetação Parcela Fixa Parcela n° N° de ocorrências PAP cm PAP m DAP Raio Área basal (m²)

Espécies 1. 2. 3. 4. 5. 6.

Tabela para anotação dos dados quantitativos de distribuição da vegetação

Espécies npi ni Abi (m²) FR% DR% DoR% IVI 1. 2. 3. 4. 5. Total

npi: Número de parcelas onde ocorreu a espécie “i” ni : Número de indivíduos de cada espécie Abi: Área basal da espécie “i” – soma da área basal de todas as árvores da espécie “i” ABTotal: Área basal total: soma da área basal de todas as árvores amostradas FR: Frequência relativa= (npi/npi total).100

DR: Densidade relativa= (ni/ni total).100 DoR: Dominância relativa= (Abi/Ab total).100 IVI: Índice do valor de importância (FR+DR+DoR) DAP: PAP/ π Raio: Perímetro/2.π Área basal: π . (Raio²) π = 3,1416

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3.2. Método dos Quadrantes

Deve-se escolher a área que se deseja investigar e nesta distribuir, de forma sistemática ou aleatória, certo número de postos de amostragem que permitam uma suficiente coleta de dados para caracterização da vegetação da área. Como o objetivo deste treinamento é didático recomenda-se um transecto de 40 m com 2 pontos de amostragem equidistantes.

Em cada ponto de amostragem estabelecem-se de modo aleatório os quatro quadrantes por meio de uma cruzeta de madeira com o centro furado e encaixado em um suporte.

Mede-se a distância do ponto até a árvore (centro da árvore, portanto, soma-se o raio da mesma) mais próxima em cada quadrante, mede-se com uma trena o perímetro e identifica-se a espécie.

Deve-se considerar as árvores mortas e excluir os pontos de amostragem localizados em áreas que não representam a vegetação que se pretende caracterizar, como por exemplo, os pontos de amostragem que caem em clareiras no interior da mata.

O limite inferior de diâmetro deve ser escolhido com base no estrato mais baixo que se deseja incluir na amostragem, estimando o diâmetro médio das árvores desse estrato. (DAP - Diâmetro à Altura do Peito: 1,30m).

Os dados coletados pelo método dos quadrantes e das parcelas fixas serão utilizados para o cálculo dos valores relativos de Densidade, Frequência e Dominância e depois o Valor de Importância.

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TAREFA 4: Distribuição da vegetação Quadrante Centrado

N° do ponto Coordenadas

Espécies Distância + Raio Perímetro Observações

1- a. b. c. d.

2 - a. b. c. d.

Tabela para anotação dos dados quantitativos de distribuição da vegetação

Espécies nqi ni Abi (m²) FR% DR% DoR% IVI 2. 2. 3. 4. 5. Total

nqi: Número de quadrantes onde ocorreu a espécie “i” ni : Número de indivíduos de cada espécie Abi: Área basal da espécie “i” – soma da área basal de todas as árvores da espécie “i” ABT: Área basal total: soma da área basal de todas as árvores amostradas FR: Frequência relativa= (npi/npi total).100

DoR: Dominância relativa= (Abi/Ab total).100 DR: Densidade relativa= (ni/ni total).100 IVI: Índice do valor de importância (FR+DR+DoR) DAP: PAP/ π Raio: Perímetro/2.π Área basal: π . (Raio²) π = 3,1416

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Referências Bibliográficas:

AB’SÁBER, Aziz N. Paisagens e problemas rurais da região de Santa Isabel. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 10, p. 45-70, 1951.

DINIZ, Amarildo. Fitogeografia do Parque Estadual de Campos do Jordão a luz das relações entre classificações de vegetação, fitossociologia, escalas e alterações sócio-culturais. 1997. 141 f. TGI (Trabalho de Graduação Individual). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997.

EMPERAIRE, Laurence (Ed.). A floresta em jogo. O extrativismo na Amazônia central. São Paulo: Editora UNESP: Imprensa Oficial do Estado, 2000. 233p.

PUIG, Henry. A floresta tropical úmida. São Paulo: editora UNESP, 2008

RICHARDS, P. W. The tropical rain forest: an ecological study. Cambridge University Press. Cambridge, 1998. p.115-116.

ROSA, J. G. Grande Sertão Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Trad. Vivaldi Moreira. São Paulo: Edusp, 1975.

SPIX, Johann Baptiste von; MARTIUS, Karl Friedrick Philipp. Viagem pelo Brasil: 1817-1820. v.1, 1823.

TABARELLI, Marcelo. Clareiras e a dinâmica sucessional de um trecho de floresta na serra da Cantareira, SP. 1994. Dissertação (Mestrado em Ecologia) Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.

WHITMORE, T. C. An introduction to tropical forests. Oxford: Clarendon Press, 1990.

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ANEXO 1: IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA MATA ATLÂNTICA

Objetivo: conhecer a nomenclatura botânica utilizada na caracterização morfológica de espécies, facilitando a utilização de guias e manuais de identificação de espécies, para um melhor conhecimento da flora estudada nos estudos de campo.

1– CASCA

Estriada Apresenta faixas longitudinais de

textura e/ou coloração variáveis.

Fendilhada Apresenta fendas

longitudinais e transversais, dando a impressão de formar figuras geométricas

(quadrados ou retângulos).

Fendida ou Sulcada Apresenta sulcos longitudinais de

largura e profundidade

variáveis.

Suberosa Apresenta ritidoma

espesso, macio e leve, (consistência de

cortiça).

Ritidoma = conjunto de tecidos mortos do

caule.

Rugosa Apresenta

protuberâncias em forma de rugas

transversais.

Lisa Não apresenta saliências ou reentrâncias.

Tuberculosa Apresenta nódulos de

forma e tamanhos variáveis.

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2 – FOLHA Uma folha típica compõe-se de um limbo, com uma rede de nervuras, e pecíolo (haste da folha). Podem ser simples, quando há somente um limbo, ou composta quando o limbo é dividido em folíolos separados. São classificadas pelo formato do limbo ou folíolo, pelo ápice, base, margem, venação, textura, indumento e coloração.

Principais componentes da folha

Principais componentes da folha: Bainha: parte basal e achatada da folha, que a prende ao caule envolvendo-o total ou parcialmente. Estípula: cada um dos apêndices, geralmente laminares e em número de dois, que em certas plantas se formam de cada lado da inserção da folha no ramo, pode ser interpeciolar (quando se encontra entre os pecíolos) ou intra-peciolar (quando está entre o pecíolo e a gema na axila da folha). Limbo: parte expandida da folha ou lâmina. Nervura ou Vasos Condutores: conjunto de condutos, em geral bem visíveis, o mesmo que veias. Pecíolo: parte da folha que prende o limbo ao caule, em formato de haste. A folha pode ter um pecíolo curto ou longo, quando não possui pecíolo é considerada uma folha séssil.

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2.1 - LIMBO Simples: quando o limbo apresenta-se inteiro ou recortado, mas não subdividido.

Unilobar Multilobada Acicular Escamiforme

Composta: quando o limbo é dividido em folíolos, sustentados pelos peciólulos (pecíolo dos folíolos).

Imparipinada

Terminada com um folíolo.

Paripinada

Terminada com um par de

folíolos.

Trifoliada

Três folíolos partindo do

ápice do pecíolo principal.

Digitada

Com três ou mais folíolos

saindo do ápice do pecíolo principal.

Palmiforme palmada

Palmiforme pinada

Bipinada

Presença de folíolos

compostos, folhas

duplamente compostas.

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2.2 – NERVAÇÃO

Paralelinérvia

Com nervuras secundárias paralelas à principal, quando

esta existir.

Palminérvia Com nervuras que saem todas do mesmo ponto, divergindo

em várias posições.

Peninérvia Com nervuras secundárias ao

longo da principal.

Curvinérvia Com nervura secundária curvas

em relação à principal.

2.3 – FORMA

Acicular Forma de agulha longa,

fina, rígida e pontiaguda.

Assimétrica Folha assimétrica, dividida pela nervura principal em duas partes de forma ou

tamanho desiguais.

Cordiforme Forma de coração, base mais larga, com lobos

arredondados, também chamada de cordada.

Elíptica Forma de elipse, mais

larga no meio.

Espatulada Forma de espátula, longa

e ápice mais largo.

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Falciforme

Formato de uma lança, semelhante a uma foice.

Lanceolada Forma de lança no meio

ou perto da base, estreita nas extremidades.

Linear Forma estreita e

comprida, bordos paralelos.

Lobada Limbo inteiro, porém

partido em vários lobos.

Oblonga Forma mais longa que

larga, bordos quase paralelos.

Obovada

Forma ovada com a parte mais larga no ápice, isto

é, ovada invertida.

Orbicular Forma mais ou menos

circular.

Ovada Forma de ovo, mais larga

perto da base.

Peltada Forma de escudo, com o pecíolo inserido no meio

ou próximo, na fase dorsal do limbo.

Sagitada Forma de seta, base

reentrante, com os lobos pontiagudos voltados para

baixo.

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2.4 BORDO DA FOLHA ( MARGEM)

Aculeado Com pontas agudas e rígidas na margem do

limbo.

Ciliado Presença de tricomas

ao longo da borda.

Crenado Com dentes obtusos

ou arredondados.

Dentado Com dentes regulares

não inclinados.

Inteiro Liso, sem deformação ou

divisão.

Fendido Recortes que

chegam próximo ou até a metade do

semilimbo ou limbo.

Ondulado Com ligeiras ondulações.

Revoluto Margem virada para

baixo ou enrolada sobre si mesma.

Serrado ou Serreado Dentes como os da

serra, inclinados para o ápice.

Serrilhado ou Serrulado Serrado, porém com

dentes diminutos.

Lobado Com limbo dividido em lobos mais ou menos

arredondad

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2.5 – ÁPICE

Acuminado Limbo estreitando-se gradualmente para o

ápice e terminando em ponta aguda.

Agudo Terminando em ângulo

agudo.

Arredondado Margens formando um arco regular através do

ápice.

Cuspidado Terminando subitamente

em ponta fina.

Emarginado Terminando com uma

reentrância pouco profunda.

Mucronado Terminando subitamente

em ponta curta, dura e isolada.

Obtuso Terminando em ângulo

obtuso.

Retuso Ápice truncado e

ligeiramente emarginado.

Truncado Ápice aparecendo ter sido cortado transversalmente.

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2.6 – BASE

Arredondada ou orbicular Quando a margem da base

da folha forma um arco.

Atenuada ou cuncada Forma de cunha, base de

bordos retos e convergentes, estreitando-se gradualmente.

Cordada Base reentrante, com lobos arredondados.

Hastada Base reentrante, com os

lobos agudos e voltados para o ápice.

Decorrente no pecíolo

Oblíqua Terminando por lados

desiguais e assimétricas.

Obtusa Terminando em ângulo

obtuso.

Sagitada Base reentrante, com

lobos pontiagudos voltados para baixo.

Truncada Base parecendo ter sido

cortada em plano transversal.