OCTAmag 2014

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OCTAMAG 20144

CONSELHO EDITORIALAna Laura Rosa, Balbinette Silveira, Jéssica Mileski, Leonardo Heitor de Oliveira,

Lizzie Bang, Maria Eduarda Zanatta e Mariana Coimbra Monteiro.

REDAÇÃOAna Laura Rosa, Jéssica Mileski, Leonardo Heitor de Oliveira.

Revisão: Ana Laura Rosa.

MODAProdutores e stylists: Ana Laura Rosa, Jéssica Mileski, Leonardo Heitor de Oliveira,

Lizzie Bang, Maria Eduarda Zanatta e Mariana Coimbra Monteiro.Assistentes de produção e styling: Ariella Cappellari Nunes, Bárbara Leite, Bianca Schimitt, Karina Lopes, M.

Steffens, Rafaela Papke Armacolo e Rebeca Brandão.Staff: Beatriz Jorge, Isabela Bronaut, Luiza Bosi e Maria Eduarda Caminha.

ARTEDiretor de criação: Maurí Cherobin.Projeto gráfico: Fabrício Sawczen.

COLABORADORES

RedaçãoClarice Garcia, Eurides Terence, Germana Lópes, José Alfredo Beirão, Lola Porto, Mara Rúbia Sant’anna, Maristela Amorim, Monique Vandresen, Naly Cabral, Patrícia Sant’anna, Sandra Rech em conjunto com a equipe Futuro do

Presente e Vanessa Neto.

ArteM. Steffens, Maria Eduarda Zanatta,

Mariana Coimbra Monteiro e Maurí Cherobin.

FotografiaAndré Motta, Andréia Takeuchi e Nathalia Takeuchi, Bruna Nesi, Bruno Ropelato (Studio 194),

Douglas Sielski, Gabriel Vanini, Guilherme Dimatos, Moema Pires e William Jefferson.

BelezaBianca Schmitt, Fernanda Almeida, Vanessa Neto e Vinícius Martins.

Assistentes: Kamila Mafra, Marina Trucco e Rafaela Martins.

AgradecimentosMESC- Museu da Escola Catarinense, Profª Sandra Makowiecky e Técnica Universitária Patricia Bonina Zimath.Modelos: Antoniette Luiza Tambosi, Alisson Airam, Daiany Miranda (DN Models), Débora Silveira (FORD Models),

Ellen Teodoro (DN Models), Fernanda Muller, Gabriela Dalposso, Lia Scherer (FORD Models), Paulina Bettoni (DN Models), Rômulo Koerich, Sofia Leal (DN Models).

Modelos Infantis: Ana Carolina Vecchiettis, Anna Julia de Bem e Dennie de Bem.

CONSELHO ADMINISTRATIVOBruna Maiara Schwartz, Bruna Maria e Maíra Klöckner (Financeiro)

Patrícia Tomelin e Rebeca Wimmersberger (Coordenação Geral)

ano 3 / edição 2014EXPEDIENTE

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2014 OCTAMAG5

O OCTA Fashion – Observatório de Culturas e Tendências Antecipadas – chega a sua

4ª edição com cara nova. O projeto que envolve os alunos do quarto e último ano do curso de

graduação em Design de Moda da UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) e que

culmina em um grande evento de produção profissional, apresenta neste ano as minicoleções

de 43 novos designers de moda com viés autoral sobre o tema Narrativas Enviesadas da Arte

Contemporânea: Tempos, Espaços e Memórias, uma coletânea da autora Katia Canton

sobre as interconectividades, singularidades e complexidades do tempo pós-moderno.

Em 2014, contamos com uma estrutura de evento ampliada, com capacidade para

aproximadamente três mil convidados, entre eles imprensa, empresas do mercado de moda,

fotógrafos, parceiros e amigos. A produção conta com o acompanhamento da coordenação

geral do desfile, patrocinadores, alunos e equipe de staff para garantir que o evento se

consolide e construa uma bagagem para os futuros anos.

Além disso, a turma encarregou-se de fazer mais uma edição da OCTA Mag, uma

revista feita em parceria com fotógrafos, modelos, maquiadores, jornalistas e empreendedores

do mercado de moda, contendo matérias, entrevistas e editoriais exclusivos, que abordam

moda e cultura de uma maneira acessível não só para quem é da área, mas para o público

geral, e que serve como cronograma para o desfile. A terceira edição, esta que você tem em

mãos, faz parte do novo formato criado especialmente para o OCTA Fashion 2014, contando

pela primeira vez com o dobro de páginas para cada coleção dos 43 designers de moda que

se formam, cinco editoriais de moda, stills dos acessórios desenhados especialmente para

compor as coleções e making of.

Matérias que abordam todos os segmentos de moda, desde a cocriação

independente, o viés sustentável, o gerenciamento de tendências de mercado e comportamento

e a comunicação de moda. Todas desenvolvidas com colaboradores que exprimem o

hibridismo da Moda como sistema de cultura, arte e mercado. Conteúdo exclusivo da OCTA

Mag: uma entrevista com Paulo Borges, criador do São Paulo Fashion Week (SPFW) e uma das

maiores figuras de moda brasileira, contando sua visão estratégica sobre o estado de Santa

Catarina no cenário atual e o seu potencial na moda.

A equipe do OCTA Fashion dedicou-se em cada aspecto para que todos possam

vivenciar um evento completo, fruto de muita dedicação e esforço.

A universidade e seus formandos agradecem a presença de todos e desejam uma

boa leitura e um ótimo evento.

INTRODUÇÃOEquipe de Assessoria OCTA FashionCoordenação Maristela Amorim

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SUMÁRIO

BLOCOpg.15

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pg.71

MATÉRIAS10 CURSO DE MODA UDESC..Mara Rúbia Sant’anna11 PROCESSO CRIATIVO..José Alfredo Beirão14 SMELLS LIKE TEAM SPIRIT..Eurides Terence16 MODA TRADUZIDA EM SIMPLICIDADE..Clarice Garcia44 FEMINILIDADE RETRÔ..Patrícia Sant’anna70 MULHER CONTEMPORÂNEA..Sandra Rech + Equipe Futuro do Presente106 CLEAR VISION..com Paulo Borges108 MARCAS INDEPENDENTES..Germanda Lópes + Naly Cabral110 COMUNICANDO MODA..Lola Porto + Monique Vandresen

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MATÉRIAS10 CURSO DE MODA UDESC..Mara Rúbia Sant’anna11 PROCESSO CRIATIVO..José Alfredo Beirão14 SMELLS LIKE TEAM SPIRIT..Eurides Terence16 MODA TRADUZIDA EM SIMPLICIDADE..Clarice Garcia44 FEMINILIDADE RETRÔ..Patrícia Sant’anna70 MULHER CONTEMPORÂNEA..Sandra Rech + Equipe Futuro do Presente106 CLEAR VISION..com Paulo Borges108 MARCAS INDEPENDENTES..Germanda Lópes + Naly Cabral110 COMUNICANDO MODA..Lola Porto + Monique Vandresen

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something blue

game on fade

runwaystreet

blow

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151 zoom in154 beauty158 making of

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COLABOR

guilherme dimatosDescobriu a fotografia em 1989 e desde então vem se dedicando às áreas da moda, publicidade e editoriais assinados no Brasil e na Europa a partir de 2008. Paralelamente, está sempre envolvido em projetos autorais visando a categoria fine art, expostos em galerias, onde "se pode permitir a livre expressão do grito nessa arte tão silenciosa".

euridesterenceFormado em Administração de Empresas pela Universidade Ibero Americana SP, foi o vencedor do Prêmio de Mídia Estadão em 2001 e eleito o Profissional de Propaganda do Ano 2006/2007 no prêmio Colunistas de Santa Catarina.�Ao longo dos seus 27 anos de carreira, ministrou aulas na USP/SP e Unisul/SC, foi palestrante em instituições de renome - ECA, PUC, Mackenzie - e em grandes eventos publicitários; tem artigos publicados nos principais veículos de comunicação publicitária do Brasil. Trabalhou na Norton, Fischer&Justus, Grupo Talent, DM9,�D/Araújo Loducca, GAS-BR e atualmente é Sócio-diretor da Tutano Comunicação.

brunoropelatoUma das revelações entre a nova geração de fotógrafos catarinenses; Bruno Ropelato, 25 anos, leva em seu currículo premiações nacionais e internacionais em fotografia e artes plásticas. Possuindo obras no acervo do MIS/SC e fotos publicadas em revistas pelo mundo, Bruno se destaca com sua versatilidade nos vários campos da fotografia; da publicidade às artes plásticas. Também é diretor de fotografia em produções cinematográficas como clipes, comerciais, video-art e documentários.

fernanda almeidaA beauty artist é estudante de Design de Moda na UDESC, onde descobriu sua paixão pela arte de embelezar as pessoas. Tem mais de 20 cursos e especializações na área de maquiagem e cabelo. Suas especialidades são maquiagem social, publicidade, moda e artística.

[email protected]

[email protected]+55 48 3224-6262 | 9992-8653

[email protected]+55 48 9971-6686

[email protected]+55 48 9907-5764

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COLABOR

guilherme dimatosDescobriu a fotografia em 1989 e desde então vem se dedicando às áreas da moda, publicidade e editoriais assinados no Brasil e na Europa a partir de 2008. Paralelamente, está sempre envolvido em projetos autorais visando a categoria fine art, expostos em galerias, onde "se pode permitir a livre expressão do grito nessa arte tão silenciosa".

euridesterenceFormado em Administração de Empresas pela Universidade Ibero Americana SP, foi o vencedor do Prêmio de Mídia Estadão em 2001 e eleito o Profissional de Propaganda do Ano 2006/2007 no prêmio Colunistas de Santa Catarina.�Ao longo dos seus 27 anos de carreira, ministrou aulas na USP/SP e Unisul/SC, foi palestrante em instituições de renome - ECA, PUC, Mackenzie - e em grandes eventos publicitários; tem artigos publicados nos principais veículos de comunicação publicitária do Brasil. Trabalhou na Norton, Fischer&Justus, Grupo Talent, DM9,�D/Araújo Loducca, GAS-BR e atualmente é Sócio-diretor da Tutano Comunicação.

brunoropelatoUma das revelações entre a nova geração de fotógrafos catarinenses; Bruno Ropelato, 25 anos, leva em seu currículo premiações nacionais e internacionais em fotografia e artes plásticas. Possuindo obras no acervo do MIS/SC e fotos publicadas em revistas pelo mundo, Bruno se destaca com sua versatilidade nos vários campos da fotografia; da publicidade às artes plásticas. Também é diretor de fotografia em produções cinematográficas como clipes, comerciais, video-art e documentários.

fernanda almeidaA beauty artist é estudante de Design de Moda na UDESC, onde descobriu sua paixão pela arte de embelezar as pessoas. Tem mais de 20 cursos e especializações na área de maquiagem e cabelo. Suas especialidades são maquiagem social, publicidade, moda e artística.

[email protected]

[email protected]+55 48 3224-6262 | 9992-8653

[email protected]+55 48 9971-6686

[email protected]+55 48 9907-5764

RADORES

vanessanetoComeçou sua carreira em 1996 em estúdio fotográfico, trabalhando em editoriais, fotos comerciais e publicitárias. Coleciona trabalhos dentro e fora do país, alicerçando sua formação com cursos e workshops em cabelo e maquiagem no Brasil e Europa. Apaixonada por estética, se entrega aos seus pincéis com uma vontade ímpar, ministrando seus cursos e atendendo diversos profissionais da fotografia com a impetuosidade de quem sabe o que faz e admira! �

douglassielskiNascido em Florianópolis, Douglas Sielski vive de fotografia desde 2011. Em 2012, graduou-se em fotografia pela Univali e atualmente colabora no mundo editorial e publicidade. Adora viajar, ver filmes e escutar música bem alto!

Andréia Takeuchi& Nathalia TakeuchiGêmeas e fotógrafas de moda, iniciaram suas carreiras após uma temporada em Los Angeles e Londres, onde estudaram na UCLA e na London College of Communication.�Atualmente residem em Florianópolis e são representadas pela agência art.Staff.

gabrielvaniniGabriel Vanini, 26 anos, fotógrafo profissional. Atua na área de moda, utilizando uma linguagem voltada para o lifestyle. Também mantém um trabalho autoral com foco na cena urbana, além de ser o responsável por produzir o conceito e material de divulgação da Floripa Selvagem, sua marca de motociclismo e esportes de ação.

viníciusmartinsJá trabalhou em agência de publicidade e com produção de moda, mas foi na beleza que se encontrou há 2 anos, graças a sua tutora e amiga Vanessa Neto. Tem em seu portfólio campanhas e editorias nacionais e internacionais.

[email protected]

[email protected]+55 48 9971-9962

[email protected]+55 48 9158-0888

[email protected]

[email protected]: @vneto76

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Moda, produto de moda, tendência de moda, sistema de moda, comportamento,

atitude, lugar e pessoas da moda, são todos termos que ouvimos com freqüência em diferentes

textos quando o assunto é Moda.

É certo que o produto de moda renova-se a cada estação, quando não de forma

mais breve, e constituí no seu conjunto uma tendência que, vulgarmente, é chamada de moda.

Na produção do produto de moda uma série de fatores está implícita, como a disponibilidade

de matéria-prima no mercado mundial, à qual os grandes fabricantes devem atentar para

reduzir seus custos, os meios de distribuição e suas formas de comercialização, as condições

de difusão e o efetivo consumo. Em cada uma dessas fases de constituição do produto de

moda, o que deve ser reforçado é sua condição de portador do conceito de novo, portanto, de

moda. Seja em seus aspectos materiais ou funcionais esse produto deve atestar a inovação que

incorpora. Ele precisa se diferenciar do já existente e denotar o ato criativo que carrega em si.

Ao lado disso tudo, a sociedade que consome as imagens, a repetição excessiva dos

mesmos signos e produtos, consome a si mesma também nessa dinâmica e, portanto, gera

comportamentos e valores, cuja maior característica é a valorização do novo per si. Enfim, seja

como produto, tendência ou sistema de moda o que se encontra no cerne é essa adoração ao Novo.

E a cada ano a UDESC, por meio de seu Bacharelado em Design de Moda, cujo corpo

docente reúne os melhores profissionais qualificados do mercado de ensino superior em moda

do sul de nosso país, abastece o sistema de moda brasileira com novos talentos, com designers

de moda de primeira linha que enchem de orgulho a universidade.

Em 2014, o mercado de moda catarinense receberá quarenta e três novos

profissionais aptos a inovar e enfrentar os mais variados desafios que o mercado propõe, bem

como, os desejos de consumo que o sistema de moda fomenta em sua incessante necessidade

de efemeridade.

A moda, portanto, serve para alimentar o desejo incessante dos sujeitos

contemporâneos de se encontrarem, de serem outros, e ao mesmo instante serem eles mesmos

a partir do novo. E nossos formandos, com a carga horária diversificada e atualizada de

ensino que recebem, estão totalmente habilitados para realizar seu papel social e profissional

nesse mundo emocionante da moda.

E todos: coordenação do bacharelado, professores, técnicos universitários, pais,

companheiros e amigos dessa jornada de quatro anos se sentem agradecidos pelos esforços

empreendidos por meio da beleza e inovação contida em cada coleção produzida e desfilada.

Valeu a pena o incessante percurso, da pesquisa à criação e incalculadas horas de

trabalho que nesse momento veem-se registrados no sucesso absoluto do talento dos

bacharéis em moda da UDESC.

O CURSO DE MODA UDESC: DESAFIOS, INOVAÇÕES E PRESTÍGIO

Profa. Mara Rúbia Sant’Anna

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Profa. Mara Rúbia Sant’AnnaCoordenadora do Curso de Bacherelado em Design de Moda da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Doutora em História, concentra suas pesquisa na área de História da Cultura, com ênfase em História da Moda.

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Moda, produto de moda, tendência de moda, sistema de moda, comportamento,

atitude, lugar e pessoas da moda, são todos termos que ouvimos com freqüência em diferentes

textos quando o assunto é Moda.

É certo que o produto de moda renova-se a cada estação, quando não de forma

mais breve, e constituí no seu conjunto uma tendência que, vulgarmente, é chamada de moda.

Na produção do produto de moda uma série de fatores está implícita, como a disponibilidade

de matéria-prima no mercado mundial, à qual os grandes fabricantes devem atentar para

reduzir seus custos, os meios de distribuição e suas formas de comercialização, as condições

de difusão e o efetivo consumo. Em cada uma dessas fases de constituição do produto de

moda, o que deve ser reforçado é sua condição de portador do conceito de novo, portanto, de

moda. Seja em seus aspectos materiais ou funcionais esse produto deve atestar a inovação que

incorpora. Ele precisa se diferenciar do já existente e denotar o ato criativo que carrega em si.

Ao lado disso tudo, a sociedade que consome as imagens, a repetição excessiva dos

mesmos signos e produtos, consome a si mesma também nessa dinâmica e, portanto, gera

comportamentos e valores, cuja maior característica é a valorização do novo per si. Enfim, seja

como produto, tendência ou sistema de moda o que se encontra no cerne é essa adoração ao Novo.

E a cada ano a UDESC, por meio de seu Bacharelado em Design de Moda, cujo corpo

docente reúne os melhores profissionais qualificados do mercado de ensino superior em moda

do sul de nosso país, abastece o sistema de moda brasileira com novos talentos, com designers

de moda de primeira linha que enchem de orgulho a universidade.

Em 2014, o mercado de moda catarinense receberá quarenta e três novos

profissionais aptos a inovar e enfrentar os mais variados desafios que o mercado propõe, bem

como, os desejos de consumo que o sistema de moda fomenta em sua incessante necessidade

de efemeridade.

A moda, portanto, serve para alimentar o desejo incessante dos sujeitos

contemporâneos de se encontrarem, de serem outros, e ao mesmo instante serem eles mesmos

a partir do novo. E nossos formandos, com a carga horária diversificada e atualizada de

ensino que recebem, estão totalmente habilitados para realizar seu papel social e profissional

nesse mundo emocionante da moda.

E todos: coordenação do bacharelado, professores, técnicos universitários, pais,

companheiros e amigos dessa jornada de quatro anos se sentem agradecidos pelos esforços

empreendidos por meio da beleza e inovação contida em cada coleção produzida e desfilada.

Valeu a pena o incessante percurso, da pesquisa à criação e incalculadas horas de

trabalho que nesse momento veem-se registrados no sucesso absoluto do talento dos

bacharéis em moda da UDESC.

O CURSO DE MODA UDESC: DESAFIOS, INOVAÇÕES E PRESTÍGIO

Profa. Mara Rúbia Sant’Anna

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Profa. Mara Rúbia Sant’AnnaCoordenadora do Curso de Bacherelado em Design de Moda da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Doutora em História, concentra suas pesquisa na área de História da Cultura, com ênfase em História da Moda.

Queridos alunos,

Difícil não envolver-se com tantas pessoas e ideais.

Neste período em que passamos juntos, a convivência nos fez criar uma história e nos uniu em

busca do novo, do surpreendente, do inesperado.

Foi um tempo de mudanças e desafios, onde buscamos juntos, deixar aflorar toda a

criatividade que nos vêm à mente em momentos de insight. Depois lapidamos, como mestres

que nos tornamos, a arte de moldar as ideias e dar vida a tudo que criamos.

Não é por acaso que estamos aqui reunidos para celebrarmos um dos momentos

mais lindos desta trajetória:

É a explosão de sentimentos, temperados com as cores certas;

É a dose de persistência na medida exata, que torna realidade a criação;

É o corte preciso, que dá forma e beleza ao material;

É a visão avançada, que enxerga um acabamento onde ninguém mais vê;

Enfim, são os sons de todo um processo que silenciam aqui, para reverenciar o

momento mágico desta “coleção”. Eu diria que foi dado o primeiro passo em direção a uma

vida profissional e ao sucesso. Todos aqui demonstraram seu empenho e dedicação, mas o

que mais tem me chamado atenção nesse processo de criação é o amor que vocês têm pelo

que fazem.

Fica aqui a minha humilde sugestão: mantenham sempre esse brilho no olhar, essa

força de vontade. Façam, refaçam e voltem a fazer quantas vezes forem necessárias.

Lembrem-se das centenas de croquis e dos testes de cores, das escolhas de materiais e das

noites incansáveis para finalizar o trabalho, com olho crítico e paixão. Mas, sobretudo,

acreditem em vocês, pois tenho certeza de que são capazes de fazer sempre melhor, pois a arte

é a expressão da alma.

Queridos colegas, me orgulho de poder fazer parte deste processo de criação e

transformação. Resta a mim dizer que acompanhar cada um de vocês nessa trajetória foi

como acrescentar novas tramas e texturas, onde as ideias e palavras, ditas ou não ditas,

serviram de base para formar novos conceitos, pintados com tintas diversas em fios� que

sempre cerzirão nossas fendas, vieses e arremates.

A vocês, desejo todo meu carinho!

UM LONGO PERCURSO NA CRIAÇÃO DE UMA COLEÇÃO

Prof. José Alfredo Beirão

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Prof. José Alfredo BeirãoGraduado em Arquitetura e Urbanismo, mestre em Engenharia de Produção e doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento, todos pela Universidade Federal de Santa Catarina, além de sua especialização em Costumes de Scene pela Escola Superior em Técnicas da Moda em Paris. Professor titular no Curso de Design de Moda da UDESC, tem experiência na área de Moda e Estilismo, com ênfase em criação de figurinos para espetaculos cênicos, de coleções de moda, produção de moda, estilo e exposições.

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A excitante possibilidade de apropriação indevida, proveniente do infindável universo

de referências que o universo virtual nos apresenta em real time pode acelerar o processo criativo

e garantir um sucesso efêmero, mas também, pode transformar uma referência ou um ponto de

partida em gênese, definhando o senso criativo de gerar o novo.

Smells Like Teen Spirit, nasceu de uma grande confusão feita por Kurt Cobain, ao achar

que a frase "Kurt smells like teen spirit", escrita em spray na parede pela amiga Kathleen Hanna,

tinha algum significado revolucionário

ligado ao anarquismo ou coisa do tipo.

Quando, na verdade, era apenas uma

referência ao desodorante Teen Spirit usado

por sua namorada Tobi Vail. Simples assim.

Num momento em que a

humanidade está cada vez mais interligada,

vivemos uma evolução na consciência

cultural com a formação de uma nova sociedade que começa a reestabelecer parâmetros e

pensar de forma diferente sobre o que significa possuir e comprar. Em um processo ambivalente,

o sentido de apropriação está sendo alterado gradativamente, no qual leis de oferta e procura

perderão o seu poder, pois quem comandará o processo serão as pessoas e não mais o comércio.

Essa nova atitude está ocorrendo em todos os lugares, e o “possuir algo” está se

tornando menos importante, por que o que é escasso mudou.�No momento em que podemos

encontrar e possuir praticamente qualquer coisa que quisermos e a qualquer momento pelo

“www” e a sua famigerada cauda longa1 – né, Chris Anderson?! –, o equilíbrio entre a oferta e a

procura foi mortalmente alterado, o mundo virou um mercado plano e comandado pela

demanda individual e não mais pela oferta coletiva do trio indústria, comércio e mídia.

E neste contexto global, a grande lição que devemos aprender é sobre a conexão; por que

quando nós podemos facilmente adquirir qualquer coisa, o raro, o escasso fica limitado à conexão

que um produto ou serviço pode estabelecer. Caminhamos para o fim da era da posse e do

consumismo banal e a tendência é que as pessoas comprem coisas pelo o que elas podem fazer com

elas, dizer aos outros sobre isso e, principalmente, compartilhar. Afinal, quando compartilhamos

algo que gostamos com as pessoas mais próximas, estabelecemos uma conexão significativa, um

elo de ligação entre pessoas, marcas e produtos, uma moderna construção de comunidade.

SMELLS LIKE

o mundo virou um mercado plano e comandado pela demanda individual e não mais pela oferta coletiva do trio indústria, comércio e mídia.

A linha tênue em que caminham a inspiração e o arremedo é tentadora e devastadora.

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A excitante possibilidade de apropriação indevida, proveniente do infindável universo

de referências que o universo virtual nos apresenta em real time pode acelerar o processo criativo

e garantir um sucesso efêmero, mas também, pode transformar uma referência ou um ponto de

partida em gênese, definhando o senso criativo de gerar o novo.

Smells Like Teen Spirit, nasceu de uma grande confusão feita por Kurt Cobain, ao achar

que a frase "Kurt smells like teen spirit", escrita em spray na parede pela amiga Kathleen Hanna,

tinha algum significado revolucionário

ligado ao anarquismo ou coisa do tipo.

Quando, na verdade, era apenas uma

referência ao desodorante Teen Spirit usado

por sua namorada Tobi Vail. Simples assim.

Num momento em que a

humanidade está cada vez mais interligada,

vivemos uma evolução na consciência

cultural com a formação de uma nova sociedade que começa a reestabelecer parâmetros e

pensar de forma diferente sobre o que significa possuir e comprar. Em um processo ambivalente,

o sentido de apropriação está sendo alterado gradativamente, no qual leis de oferta e procura

perderão o seu poder, pois quem comandará o processo serão as pessoas e não mais o comércio.

Essa nova atitude está ocorrendo em todos os lugares, e o “possuir algo” está se

tornando menos importante, por que o que é escasso mudou.�No momento em que podemos

encontrar e possuir praticamente qualquer coisa que quisermos e a qualquer momento pelo

“www” e a sua famigerada cauda longa1 – né, Chris Anderson?! –, o equilíbrio entre a oferta e a

procura foi mortalmente alterado, o mundo virou um mercado plano e comandado pela

demanda individual e não mais pela oferta coletiva do trio indústria, comércio e mídia.

E neste contexto global, a grande lição que devemos aprender é sobre a conexão; por que

quando nós podemos facilmente adquirir qualquer coisa, o raro, o escasso fica limitado à conexão

que um produto ou serviço pode estabelecer. Caminhamos para o fim da era da posse e do

consumismo banal e a tendência é que as pessoas comprem coisas pelo o que elas podem fazer com

elas, dizer aos outros sobre isso e, principalmente, compartilhar. Afinal, quando compartilhamos

algo que gostamos com as pessoas mais próximas, estabelecemos uma conexão significativa, um

elo de ligação entre pessoas, marcas e produtos, uma moderna construção de comunidade.

SMELLS LIKE

o mundo virou um mercado plano e comandado pela demanda individual e não mais pela oferta coletiva do trio indústria, comércio e mídia.

A linha tênue em que caminham a inspiração e o arremedo é tentadora e devastadora.

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O desafio do processo criativo neste complexo ecossistema é realmente oferecer algo de

valor, com história, identidade e verdade. Ou seja, marcas e produtos com um posicionamento

bem definido sobre o seu papel transformador em relação à sociedade, habilitando-se para que

possam brigar por conexões únicas com as pessoas; as auxiliando e as tornando únicas, a fim de

se tornarem menos espectadoras em suas próprias vidas, ao se desassociar do consumo e se

conectar a algo maior, útil para a sociedade ou, pelo menos, não nocivo.

É nesta seara global que se encontra o anacronismo da moda brasileira, que vive de

alguns espasmos artísticos e da absoluta indústria da cópia by WGSN. Este cenário trágico é

amplamente revigorado pela absurda demanda comercial que desembarca um mar de cópias a

cada coleção, reaplicando em escala industrial, a vergonha do não design nacional.

Aliado a verdade inconveniente da real necessidade econômica da indústria da moda brasileira,

o fato é que a base da moda mundial foi concebida numa época em que não existiam tantas

trocas de informação. E assim como Kurt

Corbain, as referências criativas estavam

muito mais ligadas ao ambiente cotidiano

dos costureiros, a sua vida e os insumos

locais, afinal, não existia o made in China

e é justamente esta “falta de referência”

que tornou suas obras realmente

verdadeiras e únicas, pois eram

absolutamente pessoais.

Para reinventarmos o futuro,

precisamos respeitar nomes como Coco

Chanel, Elsa Schiaparelli, Jeanne Lanvin,

Madeleine Vionnet que definiram a Alta-Costura e nos inspiram com suas histórias, suas

incessantes buscas pela verdadeira inspiração e a sua coragem de lutar pela originalidade, em

tempos bem mais repressores que os atuais. Coragem, basta ter coragem, como por exemplo, em

escrever o título errado, só para constatar quem realmente leu ou pelo menos passou os olhos

pelo texto.

TEAM SPIRIT

Aliado a verdade inconveniente da real necessidade econômica da indústria da moda brasileira, o fato é que a base da moda mundial foi concebida numa época em que não existiam tantas trocas de informação.

por eurides terence

1 Chris Anderson, editor chefe da revista Wired, mostra - em seu livro A Cauda Longa - que a internet deu origem a um novo universo, no qual a receita total de diversos produtos de nicho, com baixo volume de vendas, é igual à receita total de poucos produtos de grande sucesso.

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A experiência da simplicidade aliada à qualidade de vida é marcante no contexto do

consumo atual. O primeiro bloco do OCTA Fashion 2014 apresenta coleções investigativas,

propostas para um consumidor consciente do valor da moda e seus atributos, mas também

preocupado com profundos valores sustentáveis e espirituais. Exigente e reflexivo em suas

escolhas de consumo e entusiasta da inovação consciente, esse público adota a novidade

desprovida do exagero e dos ornamentos supérfluos e aleatórios. Surge então um novo

paradigma de sustentabilidade no sistema-moda: peças minimalistas e atemporais implicam

em uma relação estratégica de consumo, que privilegia produtos simples e diretos, capazes de

durar no tempo e de satisfazer às exigências precisas desse novo olhar de moda. O consumidor

contemporâneo opta, portanto, pela escolha inteligente. As combinações surgem clássicas ou

monocromáticas, os recortes simples e ancorados na geometria pura do modernismo, as

formas quadradas mas, ao mesmo tempo, singulares. O novo luxo está no detalhe, no

acabamento, na qualidade dos materiais e,

consequentemente, na peça de roupa que

sobrevive à passagem do tempo. Essa corrente da

moda contemporânea é resultado de um

pensamento moral, que conduz à integração

definitiva entre forma e função, entre ética e

praticidade. Nessa lógica, a roupa pode ser

simultaneamente proposta para homens ou

mulheres. O discurso de gênero perde espaço e

relevância, ao passo que e a democratização da moda é ampliada com a valorização da roupa

versátil e inclusiva, pensada para todos. Surge o normcore e slowfashion; retorna a androginia

e o reforço ao minimalismo; a valorização da qualidade é atributo indispensável. A moda reflete,

portanto, os questionamentos acerca do consumo inconsequente e exagerado e sugere um novo

código de vestir: independente, simples, confortável e original.

A COMPLEXIDADE DA MODA TRADUZIDA EM SIMPLICIDADE

O discurso de gênero perde espaço e relevância, ao passo que e a democratização da moda é ampliada com a valorização da roupa versátil e inclusiva, pensada para todos.

por clarice garcia

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Maria Eduarda ZanattaGuilherme AlexandrinoBárbara LeiteGabriela GibRebeca BrandãoTalyta RittiBianca SchmittAna Laura RosaLizzie BangM. SteffensMariana FachiniLarissa Dutra LopesKarina Lopes

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produção fotografia

modelo

Maria Eduarda Zanatta Guilherme DimatosRafael Bohrz

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Maria Eduarda ZanattaARCAA sociedade pós-moderna está imersa às consequências de uma grande

alienação global. De forma crítica e poética, a artista plástica Sara Ramo

apropria-se das situações cotidianas para relatar um universo baseado em

frustrações causadas pelas desordens atuais. O resultado é o mapeamento de

um mundo difuso e individualista, com o desfecho de um sentimento de vazio

interior. Arca é a extensão do corpo vazio, investiga indícios de memórias, reflete

sobre o novo e ainda aquilo que está por vir.

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produção fotografia

belezamodelo

Guilherme AlexandrinoGuilherme DimatosVanessa NetoGraziela Bresolin

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GuilhErME alExandrinoIMENSIDÃO

A atmosfera polar da Aurora Boreal e a singularidade do seu fenômeno são

dotadas de caráter único e efêmero. Mesmo que breve e fugaz o momento, a

lembrança é o que fica em nossa memória, tornando-se única e insubstituível.

Na coleção os momentos tornam-se fonte de inspiração e são interpretados a

partir de uma estética clean, onde linhas retas e objetivas evidenciam o detalhe,

o sutil, o mais a partir do menos, onde a simplicidade é capaz de alcançar a real

Imensidão das nossas memórias.

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produção fotografia

belezamodelo

Bárbara LeiteGuilherme DimatosVanessa NetoByanca Will e Cintia Lima Araújo

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BárBara lEitESOL DA MEIA NOITE

Inspirada no design minimalista nórdico e no fenômeno natural que traz vários

dias nos quais o sol é visível por 24 horas. Nessas noites brancas a natureza não

dorme, causando uma impressão de tempo infinito. Mesclam-se recortes da

alfaiataria com um estilo esporte casual. A sobriedade compõe a coleção, onde

o informal se mistura ao clássico e ao moderno. As poucas cores, o uso intenso

do branco, as linhas básicas do minimalismo e os traços exatos transformam-

se em características essenciais.

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Apoio

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produção fotografia

belezamodelo

Gabriela GibGuilherme DimatosVanessa NetoAlisson Airam

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GaBriEla GiBPARADOXOS

A contemporaneidade composta por fragmentos dispersos que vão se

encontrando despercebidamente deslocam o homem e sua identidade. Neste

espaço, ele se encontra livre e se (re)constitui. Porém, em meio a liberdade de

experimentações, barreiras intangíveis tornam-se nítidas dentro de si refletindo

suas contradições, seus paradoxos. Na coleção, essa condição é trabalhada

através da modelagem ampla e no contraponto dos recortes geométricos com

as formas orgânicas através de materiais que contrastam entre si.

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produção fotografia

belezamodelo

Rebeca Mayer Teixeira BrandãoGuilherme DimatosVanessa NetoLuiza Kinast

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rEBEca MayEr tEixEira BrandãoDIGITAL FLOW A coleção Digital Flow representa uma imersão abstrata e digital, e estabelece

relações sensíveis entre a arte gráfica e a moda. A estamparia, inspirada na

Glitch Art, destaca os erros gráficos manipulados para gerar imagens abstratas

e disformes. O minimalismo nos recortes faz do tecido um canvas para a

estamparia. A racionalidade das estruturas retas e geométricas contrasta

com a fluidez abstrata das cores e curvas das silhuetas. É proposta uma nova

linguagem, híbrida, entre o street style e a moda conceitual.

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produção fotografia

belezamodelo

Talyta RittiBruno RopelatoVanessa NetoJoana Kretzer

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talyta rittiRÉQUIEM

A coleção é definida pela estética grotesca do corpo humano, não com o intuito

de se aprofundar no contexto mórbido do cadáver e sim sua estetização, aqui,

a morte é parte da obra de arte traduzida para a moda em forma de tecidos. O

corpo veste-se da própria morte com nudes pálidos e vermelho sangue,

representando as tonalidades de pele e músculo para criar a imagem visceral.

As formas são rígidas. E suas estruturas imitam a ossatura humana. Recriando,

dessa maneira, o cadáver no corpo vivo das modelos.

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Apoio

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produçãoass. produção

fotografiatratamento

belezamodelos

Bianca Schmitt Maria Zita de S. Schmitt Bruno RopelatoWilliam Jefferson Vanessa Neto Dayana Hoffmann e Aline Marquez

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Bianca SchMittODISSEIA

2001: Uma odisseia no espaço – de Stanley Kubrick – serviu como ponto de

partida para a reflexão que originou Odisseia. Inspirada em uma viagem

ao futuro, a coleção traz uma perspectiva mais orgânica e otimista sobre o

amanhã. Modelagens confortáveis, confeccionadas a partir de matérias-primas

provenientes da natureza, como o linho, revelam uma tranquilidade que, somada

a pontos de luz, incita curiosidade e expectativa nesta longa jornada.

Apoio

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produção fotografia

belezamodelo

Ana Laura RosaGuilherme DimatosVanessa NetoNatália Heinzen

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ana laura roSaEXCESSLESS

Definida como aquilo que incentiva uma maior ligação com a vida social e

pessoal, a simplicidade deixou de ser algo retrógrado e atrasado, passou a ser

vital para construir um futuro significativo, viável.

Com olhar vanguardista e conceituada na Simplicidade Voluntária, a coleção

Excessless busca atender as reais necessidades da mulher atual, que se diferencia

por suas escolhas e privilegia as coisas simples, sempre criativa e segura. Elegante

e confortável, ganhou forma através de linhas alongadas, joias exclusivas e

maxitricôs tecidos artesanalmente.

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Apoio

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produção fotografia

belezamodelo

Lizzie BangGuilherme DimatosVanessa NetoLuiza Kinast

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liZZiE BanGBRANA

A representação máxima da contemporaneidade se dá pela sociedade

hipermoderna que valoriza a rapidez, o efêmero, as sensações e os sentidos

individuais de consumo. É nesse contexto que a coleção BRANA se desenvolve,

apropriando-se de modelagens minimalistas e apostando na diferenciação das

peças através dos detalhes estéticos. BRANA busca inspiração nos relacionamentos

interpessoais da sociedade hiperconectada e das membranas comportamentais

do indivíduo, que se conectam, se repetem e reverberam no espaço-tempo estreito

e veloz da hipermodernidade.

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produção fotografia

belezamodelo

M. SteffensBruno RopelatoVanessa NetoThiago Boing

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M. StEffEnSHAECVIR

Um momento, caro público, para apreciar uma peça essencial do palco humano:

os que rompem o conceito de gênero, usando em seus corpos viris a suavidade do

que temos como feminal. Voltemos para o fin de siècle europeu, incrementando

a vestimenta varonil com peças antes exclusivas às damas.

O guarda-roupa não deve ser restrito, deve ser apreciado por ambos, por todos,

por aqueles que assim o desejarem. Se estes jovens preferem a estética da

delicadeza, que assim seja – a eles, sorte, e um brinde!

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produção fotografia

belezamodelo

Mariana Pamplona FachiniGuilherme DimatosVanessa NetoCamila Wiggers

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Mariana PaMPlona fachiniFUTURO DO PRETÉRITO Futuro Do Pretérito é o futuro do passado que não se tornou presente. E esse

não-tempo, que fascina por sua quase existência, constitui o plano inicial desta

coleção, a qual explora a tensão entre passado e futuro sob a ótica da estética

Dieselpunk. Narrativas enviesadas aparecem através de formas e tecidos clássicos

reinventados na brincadeira de fantasiar como tudo poderia ter sido diferente.

Misturando elementos oriundos da moda underground à alfaiataria, Futuro do

Pretérito é uma viagem por um tempo que nunca foi.

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produção fotografia

belezamodelo

Larissa Dutra Lopes Bruno RopelatoVanessa NetoJade Dutra Lopes

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lariSSa dutra loPESROM

Do húngaro rom, ruína; do inglês, roam, perambular. A coleção traz à vida a essência

de Budapeste vista através dos olhos do viajante errante, o flâneur. Desconstrói-se o

passado de uma cidade que sofreu com a opressão militar comunista e agrega-se

o cenário atual e surreal dos bares ruína, conceito encontrado apenas lá. Formas

assimétricas e contrastes representam o decadente, o misterioso, o intrigante; são as

narrativas enviesadas que surgem entre passado e presente, novo e antigo, opressão

e liberdade, tintas e cimento, colorido e cinzento.

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produçãofotografia

tratamento beleza

modelo

Karina LopesBruno RopelatoKarina LopesVanessa NetoJunior Viana

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Karina loPESMEMOR

MEMOR tem inspiração no filme Memento (2000) de Christopher Nolan, e busca

evidenciar questões sobre memórias e identidade no contexto contemporâneo.

Envolto na não linearidade do filme, da reconstrução da identidade a partir de

suas lembranças e da dissociação da realidade que o personagem principal

sofre, o conceito é passado para a coleção por meio das camadas e formas

estruturadas e amplas, que ocultam as verdadeiras silhuetas do corpo, e recortes

e assimetrias, que reconstroem as roupas.

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Pense primeiro em Eddie Sedgwick, uma das inesquecíveis musas da carreira de

Andy Warhol, com roupas chamativas, brincos enormes, cabelos curtos e rosto adolescente.

Um pouco de insolência de uma garota rica e mimada mostra todo o consumismo da

juventude dos anos 60. Ou então o grande ícone da época, a modelo Twiggy – olhos grandes,

roupas coloridas, e jovem, muito jovem.

Essa feminilidade, no entanto, não tem só as grandes estrelas da moda global como

referência. O gosto popular é muito visado nesta ideia. Essa tendência dá um banho de

criatividade e percepção sobre a cultura de consumo local e de que maneira as estéticas do

mundo globalizado podem ser consumidas aqui no Brasil. Digamos que, se a referência é

Twiggy, ela será uma Twiggy mais tropical, com mais bossa, mais a cara do Brasil. E é aí que

as cores entram com tudo.

As cores aparecem como elemento criativo e divertido ao mesmo tempo.

Complementam o retrô e trazem a moda para o agora e para nosso gosto popular, brasileiro,

que não tem medo de usar cores. Mesmo o universo da moda masculina, geralmente mais

conservador na questão das cores, ousa e deixa o visual mais alegre. É aquele homem que usa

cor-de-rosa, estampas florais, tecidos delicados. Para o infantil, as texturas são a base para

cores vibrantes, com modelagens simples e

descontraídas que facilitam o dia a dia dos

pequenos. Na cartela de cores “divertida”, estão o

rosa intenso, o laranja com a mesma intensidade,

o amarelo solar, além de alguns tons de azul

brilhante. Mesmo o roxo e o lilás devem dar o ar

da graça O dourado metalizado também

aparece, revelando o gosto típico do Brasil por esse tom em detrimento do prateado. É mais

quente, mais vibrante, e sem dúvida mais sensual. Indo na mesma linha, as estampas entram

com pigmentação intensa e contrastes de cores, ainda resquício das tendências africanas das

últimas estações. Bom humor é a palavra-chave. A moda é alegre, feminina, divertida, sensual,

colorida – como você vai ver nas coleções do segundo bloco.

... se a referência é Twiggy, ela será uma Twiggy mais tropical, com mais bossa, mais a cara do Brasil. E é aí que as cores entram com tudo.

FEMINILIDADE RETRÔ por patrícia sant’anna

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Pense primeiro em Eddie Sedgwick, uma das inesquecíveis musas da carreira de

Andy Warhol, com roupas chamativas, brincos enormes, cabelos curtos e rosto adolescente.

Um pouco de insolência de uma garota rica e mimada mostra todo o consumismo da

juventude dos anos 60. Ou então o grande ícone da época, a modelo Twiggy – olhos grandes,

roupas coloridas, e jovem, muito jovem.

Essa feminilidade, no entanto, não tem só as grandes estrelas da moda global como

referência. O gosto popular é muito visado nesta ideia. Essa tendência dá um banho de

criatividade e percepção sobre a cultura de consumo local e de que maneira as estéticas do

mundo globalizado podem ser consumidas aqui no Brasil. Digamos que, se a referência é

Twiggy, ela será uma Twiggy mais tropical, com mais bossa, mais a cara do Brasil. E é aí que

as cores entram com tudo.

As cores aparecem como elemento criativo e divertido ao mesmo tempo.

Complementam o retrô e trazem a moda para o agora e para nosso gosto popular, brasileiro,

que não tem medo de usar cores. Mesmo o universo da moda masculina, geralmente mais

conservador na questão das cores, ousa e deixa o visual mais alegre. É aquele homem que usa

cor-de-rosa, estampas florais, tecidos delicados. Para o infantil, as texturas são a base para

cores vibrantes, com modelagens simples e

descontraídas que facilitam o dia a dia dos

pequenos. Na cartela de cores “divertida”, estão o

rosa intenso, o laranja com a mesma intensidade,

o amarelo solar, além de alguns tons de azul

brilhante. Mesmo o roxo e o lilás devem dar o ar

da graça O dourado metalizado também

aparece, revelando o gosto típico do Brasil por esse tom em detrimento do prateado. É mais

quente, mais vibrante, e sem dúvida mais sensual. Indo na mesma linha, as estampas entram

com pigmentação intensa e contrastes de cores, ainda resquício das tendências africanas das

últimas estações. Bom humor é a palavra-chave. A moda é alegre, feminina, divertida, sensual,

colorida – como você vai ver nas coleções do segundo bloco.

... se a referência é Twiggy, ela será uma Twiggy mais tropical, com mais bossa, mais a cara do Brasil. E é aí que as cores entram com tudo.

FEMINILIDADE RETRÔ por patrícia sant’anna

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Gabriela BezJuliana NevesJéssica MileskiMariana Coimbra MonteiroSabrina RossetDaiana FariasSalete Boschi

Jeniffer Luccas EstevesMaria Laura BotelhoCássia GuerraBruna Maria Hoffmann RudolphoLui IarocheskiLeonardo Heitor de Oliveira

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produçãoass. produção

fotografiatratamento

belezamodelo

Gabriela BezMurilo Bristot Bruno RopelatoMurilo BristotVanessa NetoJanaína Santos

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GaBriEla BEZÊXTASE

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A busca por recompensas ou sensações de bem-estar fazem parte da

programação de nosso cérebro. Estas, aliadas a uma realidade de um mundo

onde a rotina impera, induzem à procura por uma válvula de escape.

Inspirado no mundo dos sonhos do espetáculo La Nouba, do Cirque du Soleil,

surge o conceito Êxtase: uma realidade paralela onde a fantasia do escapismo

torna-se factual. Uma explosão de cores aliada a um design diferenciado de

uma coleção para corredoras é o que irá induzir a busca por um êxtase cada

vez mais concreto.

Apoio

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produçãofotografia

belezamodelo

Juliana NevesBruno RopelatoVanessa NetoNicole Torquato

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Juliana nEvESMAR, MEU LUGAR DE MEMÓRIAS

Mar, Meu Lugar De Memórias foi o caminho que me fez chegar a um passado

rico em lembranças familiares, saudades e sonhos de infância. Estas lembranças

lúdicas carregadas de encanto e aconchego serão retratadas na passarela,

através de tricôs com motivos náuticos, uma cartela de cores vivas contrastando

tons neutros, formas amplas, que proporcionam conforto para as brincadeiras,

e tecidos mais pesados. Afinal, a viagem marítima é longa e o nosso objetivo

principal é chegar ao nosso lugar de memórias...

Apoio

[email protected]

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produçãofotografia

tratamentofotografia acessório

belezamodelo

Jéssica Mileski Bruno RopelatoCarlos MayDouglas SielskiVanessa NetoDaiany Miranda

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JéSSica MilESKiCURVA

Curva – La Línea Se Hace Curva ilustra a história da pluralidade dos corpos

contemporâneos. Com as obras e atitude de Zaha Hadid como inspiração,

leva para a passarela três diferentes biotipos femininos, estimulando o

questionamento da relação moda e padrão de beleza. Uma coleção prática,

que utiliza o tricô e as texturas para representar os padrões da arquitetura

orgânica, estilo utilizado por Hadid.

[email protected]

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produção fotografia

belezamodelo

Mariana Coimbra MonteiroGuilherme DimatosVanessa NetoHelena Lemmertz

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2014 OCTAMAG53

Mariana coiMBra MontEiroATLASEm 1296, a cidade mais bela do mundo resolveu que merecia uma catedral

à sua altura. Construiu-se Santa Maria del Fiore, maior igreja de sua época,

que diziam ser capaz de abrigar em sua sombra todo o povo toscano. Atlas

discute a experiência estética de uma viajante que observa este imenso templo.

As linhas e formas da coleção, que conta com joias exclusivas, inspiram-se no

projeto arquitetônico, enquanto as cores refletem os materiais utilizados em sua

construção, como mármore, tijolo e ouro.

[email protected]

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produção fotografia

belezamodelo

Sabrina RossetGuilherme DimatosVanessa NetoThaís Marafon Dutra

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SaBrina roSSEtCONFUSA RAZÃO

Confusa Razão aborda a experiência psicológica vivida no filme Laranja

Mecânica de Stanley Kubrick. A distorção dos fatos, a perturbação e a frustração.

Como tema, a coleção propõe a união entre processos industriais e artesanais,

relação que surgiu a partir da análise das ideologias futuristas. As formas

possuem recortes e são encorpadas, passando a ideia de rigidez, e as cores são

de impacto.

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produção fotografia

belezamodelo

Daiana FariasGuilherme DimatosVanessa NetoAlexia Couto

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daiana fariaSMEMÓRIAS ENCADERNADAS

Uma coleção de Upcycling inspirada na nostalgia de livros antigos. Sob tal

conceito, criaram-se transformações têxteis a partir de tecidos com memória de

uso. Memórias Encadernadas é o tema desta coleção, e a partir de imagens

de livros velhos, deteriorados pelo tempo, foram resgatadas formas e cores

importantes para a construção da coleção.

Apoio

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produção fotografia

belezamodelo

Salete BoschiBruno RopelatoVanessa NetoThayse Stein

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SalEtE BoSchiLE VISIONNAIRE

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Inspirada nas linhas da arquitetura de Oscar Niemeyer, a coleção harmoniza

a sustentabilidade com a inovação e atemporalidade de suas obras. Linhos

puros, tingimento artesanal com pigmentos orgânicos e detalhes de bordados

com linha de algodão reciclado compõem o design têxtil. O sonho de uma

moda socioambientalmente mais responsável, através de um consumo mais

consciente é o conceito que a Le Visionnaire traz para a passarela.

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produçãoass. produção

fotografiabeleza

modelo

Jeniffer Luccas EstevesPriscila Ferreira e Susane ZaninGuilherme DimatosVanessa NetoClara Marcelle Vidal Chaves

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JEniffEr luccaS EStEvESÂMAGO

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Inspirada nas mulheres de Pedro Amodóvar, a coleção Âmago pre-fall 2015

é apresentada em três tons de cinza e tecidos grossos e sofisticados, mas que

deixam transparecer sua essência – uma estampa floral desconstruída, quase

abstrata – por meio de fendas e recortes.

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produção fotografia

belezamodelo

Maria Laura BotelhoBruno RopelatoVanessa NetoJoanna Zilli

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Un Monde Flou, inspirada no filme Donnie Darko, trata das ilusões mentais e

da liquidez do indivíduo contemporâneo. O conceito fantasma é utilizado para

representar todo o universo impalpável presente na contemporaneidade, em que

há um momento de esquizofrenia coletiva, caracterizado pelo distanciamento

da realidade. A coleção apresenta looks híbridos e etéreos, que assim como as

aparições, permitem interpretações diferentes.

Maria laura BotElhoUN MONDE FLOU

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produçãoass. produção

fotografiabeleza

modelo

Cássia GuerraMateus Just ValliGuilherme DimatosVanessa NetoJoana Kretzer

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“Only connect!” escreveu E.M Foster. E é exatamente disso que trata o filme

Her (2013), de Spike Jonze: de ligações. Humanas, tecnológicas e a intersecção

de ambas. É essa a força que move Sam. Com inspiração na personagem

Samantha, um sistema operacional que não existe sob qualquer forma, além

de um software, a coleção tomou corpo. E ela é ampla! Casacos máxi são as

peças-chave da Sam, que também conta com calças de cintura alta, blusões de

gola e vestidos ajustados ao corpo.

cáSSia GuErraSAM

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produção fotografia

belezamodelo

Bruna Maria Guilherme DimatosVanessa NetoThiago Weber Scolare

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Fernando Pessoa fragmentou-se nos personagens Caieiro, Reis e Campos

e, ao fazer isso, deixou de ser um só e multiplicou-se em vários se tornando

livre. A coleção Eu: Pessoa representa a descentralização do eu em vários eus;

mostrando que não somos seres de uma só identidade, mas um conjunto delas.

Utilizando as principais características de cada heterônimo de Pessoa, a coleção

representa um pouco de cada identidade nas roupas sem anular ou deixar de

lado alguma, traduzindo o perfil do indivíduo do século XXI.

Bruna Maria huffMann rudolPhoEU: PESSOA

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produção fotografia

belezamodelo

Lui Iarocheski Bruno Ropelato Vanessa NetoAlex Bolson

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Um ato autofágico de liberdade das amarras da tradição em prol da expressão

artística individual, através da experimentação direta com a forma. Esta é

a essência da coleção MAKUMBA. Os fundamentos da antiarte e a obra

Parangolés de Hélio Oiticica partem como princípios para a construção de uma

série de experimentos que transpõem os valores experimentais da vanguarda

para a moda masculina. O conceito se materializa em formas amplas e

dinâmicas, recortes inteligentes, cores luminosas e materiais não convencionais

ao vestuário tradicional.

lui iarochESKiMAKUMBA

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É tempo da mulher contemporânea encontrar um mundo em que a

autovalorização tome conta de suas ações cotidianas. É o momento dela tomar as

rédeas de seu próprio tempo. Romper padrões impostos durante séculos e encontrar

a liberdade passível de ser traduzida em formas e cores, baseadas em expressões

artísticas. Estes são os temas que sustentam o universo da moda criado pelo terceiro

bloco do OCTA Fashion 2014.

As coleções englobam visões sobre a mulher da contemporaneidade e de

como ela lida com os acontecimentos atuais em sua vida atribulada. Uma mulher

multifacetada, composta por diversas identidades que atravessam distintos períodos

da história, entre a nostalgia e o futurismo, a delicadeza e o romantismo, a estética

masculina e a sensualidade, cores alegres e a monocromia, a desconstrução e a

tradição. Estas características são

traduzidas em peças versáteis que

transmitem o interior da mulher,

ocasionando um inside-out de seu

imaginário, surgindo em camisolas e

lingeries, fazendo-nos experienciar a

mágica sensação de tempos que não

voltam mais; passando por vestidos

para noivas que buscam a fuga dos padrões tradicionais; chegando aos casacos de

alfaiataria, amplos e retos confeccionados com uma mistura de materiais nobres e

materiais simples explorando o novo-luxo high-low. O slow fashion e o handmade

aparecem nos conceitos e detalhes, fortemente marcados nas formas ajustadas e

pontuados pela leveza e frescor do escapismo onírico.

As coleções englobam visões sobre a mulher da contemporaneidade e de como ela lida com os acontecimentos atuais em sua vida atribulada.

MULHER CONTEMPORÂNEA

por equipe futuro do presentedra. Profa. Sandra RechBeatriz Horbatiuk SedorCaroline MendesThais Marafon Dutra

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Gabriela NonohayMaria Cecília de S. BittencourtRafaela Papke ArmacoloCarolina DidoneBeatriz FreitasMaíra KlöcknerArianne ClímacoPatricia TomelinJuliana Brondízio PortelaAlessandra Coral FischerMaria Fernanda LentoBruna Maiara SchwartzRebeca WimmersbergerAriella Cappellari NunesSusane ZaninTayara Helena OliveiraRenata Silveira

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Gabriela NonohayGuilherme DimatosVanessa NetoCamila Wiggers

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GaBriEla nonohayLIBERTAS

Baseada na obra do artista contemporânea Wesley Duke Lee, Cartografia

Anímica, que consiste em uma compilação de mapas descontruídos, foi criada

a coleção Libertas, que já em seu nome, carrega a essência do que quer

transparecer: liberdade. Criada para noivas que buscam a fuga de padrões

tradicionalmente conhecidos no eixo cerimônia-traje, Libertas surge, cheia de

referências dos anos 70 e do estilo boho, para trazer uma nova e despretensiosa

perspectiva sobre o vestido de noiva.

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Maria Cecília de Simas BittencourtBruno RopelatoVanessa NetoGiselle Piucco

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Maria cEcília dE SiMaS BittEncourtKANDOAqueles que nos tocam o coração contribuem com nossa felicidade e bem-estar.

A profunda emoção provocada ao experienciar algo positivamente indescritível é

nomeada “kando”. Sensação associada à memória e nostalgia, é sentida quando

pensamos em épocas que não voltam mais.

Nesta coleção, encontramos estes sentimentos nos recortes e detalhes que ativam

lembranças de um tempo mais puro, mais inocente. Camisolas e lingeries, que

lembram o antigo, nos passam a mágica sensação de Kando.

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produção fotografia

belezamodelo

Rafaela Papke ArmacoloGuilherme DimatosVanessa NetoAmanda Cardoso

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2014 OCTAMAG77

rafaEla PaPKE4D

Quem nunca imaginou viajar pelo tempo, seja para dar uma espiadinha no que

viria no futuro ou até mesmo para mudar algo que aconteceu no passado. Essas

viagens imaginadas pelo homem e retratadas em muitos filmes são originadas

de teorias da física que surgiram no século XX. Um dos primeiros livros a abordar

as viagens no tempo foi o romance The Time Machine de Herbert George Wells.

Desse livro e do filme de mesmo nome surgiu a inspiração para essa coleção.

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produção ass. produção

fotografiabeleza

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Carolina DidoneCorinne Werner Guilherme DimatosVanessa NetoFabiana Wan e Natali Machado

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2014 OCTAMAG79

carolina didonESTAY COOL

Ironizar, causar, explodir com a pretensão incessante de futuro ao apostar no

passado. Esta é a Stay Cool em suas cores neon, em suas asas-delta e texturas

em PVC. Investindo nos jovens da geração pós-moderna, a coleção explora

o universo de The Fresh Prince of Bel-air e a periferia hip-hop dos Estados

Unidos nos anos 1990, na especulação de novos sentidos culturais e estéticos,

visando reativar zonas corporais sem atrativo, satirizando o presente com a

estética periférica do passado.

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produção fotografia

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Beatriz Freitas RibeiroBruno RopelatoVanessa NetoAna Carolina Vendichetis

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BEatriZ frEitaSVIVA LA VIDA!

A realidade e o imaginário presente no universo da artista mexicana Frida Kahlo

é a principal inspiração para a coleção Viva la Vida! A criatividade genuína

das crianças é utilizada como método de cocriação para o desenvolvimento

de estampas autênticas, exprimindo a história de uma artista que conseguia

transformar sua dor em arte, enxergando além do que seus olhos alcançavam.

Modelagens que permitem a liberdade e cores fortes traduzem o conceito do

Realismo Mágico.

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ESTUDIOURBANO.COM.BR

Page 82: OCTAmag 2014

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Maíra KlöcknerGuilherme DimatosVanessa NetoSofia Pisani

Page 83: OCTAmag 2014

2014 OCTAMAG83

Maíra KlöcKnErIN BLOOM

São as obras da artista Pakayla Biehn que inspiram os florais de toque

artesanal da coleção In Bloom. O conceito Sonhos Lúcidos, retrata uma

percepção consciente que temos enquanto dormimos. As recordações tornam-

se lúcidas, nos dando total controle das nossas ações durante o sonho. É um

escapismo, materializada como roupa, de forma que esta se transforme em

um subterfúgio para seu consumidor. Os casacos de alfaiataria são amplos e

retos, para uma mulher cosmopolita. Uma coleção que explora a estamparia

dentro do novo-luxo.

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Page 84: OCTAmag 2014

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Arianne ClímacoBruno RopelatoPaola BuenoVanessa NetoGiselle Piucco, Mariana Fernandes e Sofia Leal

Page 85: OCTAmag 2014

2014 OCTAMAG85

ariannE clíMaco ONIROESCAPE

Escapismo onírico, handmade, feminilidade e slow fashion são elementos

primordiais que entremeiam a coleção. O etéreo e o impalpável tornam-se reais

nesta imagem construída para mulheres que se permitem devanear a qualquer

hora e lugar. Manipulações têxteis e estamparia lowbrow encontram-se num

universo que corre sem pressa, despreocupado com exigências mundanas e que

valoriza acima de tudo a individualidade e o encanto do sonho.

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Page 86: OCTAmag 2014

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produção fotografia

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Patrícia TomelinGuilherme DimatosVanessa NetoJoana Kretzer

Page 87: OCTAmag 2014

2014 OCTAMAG87

Patricia toMElinÂMAGO MINIMAL

É como subterfúgio da agitação mental que os centros urbanos nos propiciam

que o minimalismo norteia a coleção Âmago Minimal. Com influências

arquitetônicas inspiradas pelas obras de Guilherme Torres, geometria e

bases estruturadas compõem o estilo em cores rebaixadas que denotam a

simplicidade dos ângulos retos. O minimalismo segue a vertente less is more,

buscando funcionalidade através de formas geométricas bem desenvolvidas,

com requinte e clareza de informações.

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ESTUDIOURBANO.COM.BR

Page 88: OCTAmag 2014

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produção fotografia

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Juliana Brondizio PortelaGuilherme DimatosVanessa NetoSofia Pisani

Page 89: OCTAmag 2014

2014 OCTAMAG89

Juliana BrondíZio PortElaDEVIR

Devir é o movimento pela qual as coisas se transformam, e a paixão pelo

devir, fez com que Anton Giulio Bragaglia criasse uma arte futurista que

pretendia representar o movimento através de fotografias, o Fotodinamismo.

O dinamismo futurista se une ao pós-moderno resultando em uma coleção

com peças mutáveis que se articulam através de camadas. O gesto descolore

as imagens e mistura os valores cromáticos, resultando em tons cinza, preto e

branco, construídos e desconstruídos através da dinâmica do movimento.

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produção fotografia

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Alessandra Coral FischerBruno RopelatoVanessa NetoDayana Hoffmann

Page 91: OCTAmag 2014

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alESSandra coral fiSchErQUIMERAAinda resta mistério, nem tudo foi descoberto, o abissal ainda inunda os

corações humanos de temor. A Quimera torna-se real no imaginário primitivo

e cativa o íntimo num doce e inconveniente canto. A melodia não vem de fora,

mas sim de dentro, ela é a voz oculta da alma. Neste momento, o desejo afoga

a razão e a razão sufoca o desejo. Nesta batalha de asfixia entre a aversão e

fascínio, a tormenta é inevitável e arrastará para as profundezas, pois “não se

pode beijar a morte sem que ela te beije de volta”.

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Page 92: OCTAmag 2014

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Maria Fernanda Ramos LentoBruno RopelatoVanessa NetoHeloísa Guarezi

Page 93: OCTAmag 2014

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Maria fErnanda lEntoOBRAS DE ARTE DA NATUREZA A mulher contemporânea tem muitas faces e personas que precisa desempenhar

durante o seu dia. A coleção de moda Obras De Arte Da Natureza da designer

Maria Fernanda Lento, propõe produtos inovadores para suprir as necessidades

de moda dessa mulher. Através de peças modulares e do tecido metálico

exclusivo, a coleção se configura de maneira elegante e distinta. Com tons

sóbrios e modelagens soltas, traz a diferenciação e sofisticação que a mulher

moderna exige.

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Page 94: OCTAmag 2014

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modelo

Bruna Maiara SchwartzBruno RopelatoRafael SilveiraVanessa NetoMarcela Freitas Medeiros

Page 95: OCTAmag 2014

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Bruna Maiara SchwartZ

DO DESEJO À PERFEIÇÃO

O movimento dos corpos compõe a dança, a fazem sensual e uma forma de

expressão. Na dança do dia a dia, a mulher contemporânea segue em busca

da perfeição, imposta por ela mesma e pela sociedade. A coleção Do Desejo

à Perfeição, inspirada na dança e no movimento, foi criada para facilitar

o cotidiano desta mulher contemporânea, sendo peças versáteis e que se

modificam para se adequar a diversas ocasiões.

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Page 96: OCTAmag 2014

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Rebeca WimmersbergerGuilherme DimatosVanessa NetoPatrícia Tomelin

Page 97: OCTAmag 2014

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rEBEca wiMMErSBErGEr

ELEMENTAR

“Uma alma de aço. O rosto da mais bela das mulheres e a mente do mais resoluto

dos homens”. Personagem de Arthur Conan Doyle, Irene Adler se revela como a

versão feminina de Sherlock Holmes, clássico da literatura inglesa. O masculino

e o feminino se encontram em Irene Adler e são refletidos em cores e formas. A

união dos tons sóbrios com o vermelho e as peças originalmente do vestuário

masculino ganham decotes e fendas, modelando-se ao corpo feminino.

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Page 98: OCTAmag 2014

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Ariella Cappellari NunesBruno RopelatoVanessa NetoNatália Tonet

Page 99: OCTAmag 2014

2014 OCTAMAG99

ariElla caPPEllari nunESMEMÓRIA BARROCA Camufladas em camadas de restauro, entre rachaduras e tintas, memórias

perdidas no tempo estão impregnadas, convidando o observador a se deixar

levar por seus contos sedutores, enviesados, encantadores. A coleção Memória

Barroca apresenta, em suas formas, cores e bordados, as memórias e vidas

impregnadas nas antigas construções, especialmente na Capela do Santíssimo,

obra do barroco catarinense recentemente descoberta e que inspirou a coleção.

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Page 100: OCTAmag 2014

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Susane ZaninGuilherme DimatosVanessa NetoDaiana Be Laske

Page 101: OCTAmag 2014

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SuSanE ZaninSIX FEET UNDER

A coleção Six Feet Under apresenta uma nova visão sobre os cemitérios. No

lugar de um sentimento de medo do desconhecido ela baseia-se na arte e na

arquitetura desses museus a céu aberto. Peças de alfaiataria que remetem as

lápides ricamente ornamentadas sobrepõem-se a macacões e collants bordados

em formas orgânicas, evidenciando a pele, para formar uma coleção atemporal

com um toque de fetichismo.

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Page 102: OCTAmag 2014

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Tayara Helena Oliveira Bruno RopelatoRafael SilveiraVanessa NetoMarcela Medeiros

Page 103: OCTAmag 2014

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tayara hElEna dE olivEira

QUE VEJO FLORES EM VOCÊ

Que Vejo Flores Em Você é uma coleção referenciada nas descobertas de um

acaso perfeito. Diante do conceito da serendipidade, o bordado foi escolhido para

representar a importância dos detalhes onde não se são esperados. Utilizados

para surpreender aqueles que se permitem a novos olhares. Jardim secreto é

o tema desta coleção, representando todo o detalhamento, rebuscamento e

delicadeza escondidos por de trás de um jardim, e suas magníficas perfeições.

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Page 104: OCTAmag 2014

OCTAMAG 2014104

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Renata SilveiraGuilherme DimatosVanessa NetoCinthia Heinzen

Page 105: OCTAmag 2014

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rEnata SilvEiraELIXIR

A coleção Elixir resgata a sensualidade e autenticidade das noivas

contemporâneas. A inspiração partiu de “sair do convencional” e do poder

atrativo das coisas: um perfume, uma flor.

De formas rebuscadas e despojadas, a coleção é enaltecida pelo poder de

sedução que carrega. O branco torna-se novo aos olhares, estruturas têxteis e

texturas aguçam os sentidos do receptor desta coleção causando o frenesi de

uma mágica essência. O preto surge carregado de sentimentos, passado por

nuances de rosa que captam a alma romântica de uma mulher.

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Page 106: OCTAmag 2014

OCTAMAG 2014106

IInegável é a palavra adequada, e necessária, para definir a

ponderabilidade da questão moda brasileira na atualidade. E aqui especificamos:

não se trata de moda como tendência, como estampa e cor, tecido e forma, estilista

e criação, mas como sistema de moda, mercado, comprador, mídia, propaganda,

estilo e marca.

Diante de diversas transformações que se dão por conta dos apêndices

externos da moda, o mercado externo e interno, a política econômica, a ascensão da

mídia polarizada, e projetos como o que sancionou o segmento como parte

integrante da cultura nacional, dentro dos limites estabelecidos pelo Ministério da

Cultura, a moda brasileira passa pelos processos de reconhecimento e legitimação

iniciado há anos e que corre atrás do tempo perdido.

Para Paulo Borges, a mente e o esforço por trás de projetos como o citado

acima, “muito já se conquistou, principalmente no plano municipal e estadual. A

cidade de São Paulo já trata há muitos anos o SPFW como um patrimônio para seu

desenvolvimento e economia, como de fato é. E as

relações são assim, uma via de mão dupla.

Sempre.” Para o diretor criativo da Luminosidade,

moda é consumo e esse é o alicerce básico que

legitima o desenvolvimento de São Paulo. “(...) São

Paulo tem um mercado de consumo maior, é isso.

É matemático. Não é regional, não é passional.” E talvez isso o seja, quando, a

economia gerada pelo estado ainda se equipara a quase metade da economia que

o país gera e a cidade com sólidos 20% da porcentagem nacional.

“Então, isso proporciona essa experiência de moda do ponto de vista do

consumo que provoca a inovação, a pesquisa e o risco. Por isso se desenvolve mais,

e não porque São Paulo é bacana ou porque é centro. Afinal, São Paulo não é

centro”, destaca Paulo Borges. “A indústria se consolidou ao redor de São Paulo e

isso proporciona a questão de mercado e consumo e, logo, o desenvolvimento. E o

tempo faz com que isso se construa, o processo de desenvolvimento que é eminente

na cidade e no estado e que pode ser visto também em Santa Catarina.”

Em entrevista exclusiva com Paulo Borges, presidente do Instituto Nacional de Moda e Design, membro

do Conselho Nacional de Políticas Culturais do Ministério da Cultura e criador do maior evento de moda

do país – o São Paulo Fashion Week (SPFW) –, ele nos conta os motivos do fascínio sobre a cidade de

São Paulo quando se trata de criação de moda e a visão estratégica para Santa Catarina no mercado.

“(...) São Paulo tem um mercado de consumo maior, é isso. É matemático. Não é regional, não é passional.”

CLEAR VISIONcom Paulo Borges

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Page 107: OCTAmag 2014

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IInegável é a palavra adequada, e necessária, para definir a

ponderabilidade da questão moda brasileira na atualidade. E aqui especificamos:

não se trata de moda como tendência, como estampa e cor, tecido e forma, estilista

e criação, mas como sistema de moda, mercado, comprador, mídia, propaganda,

estilo e marca.

Diante de diversas transformações que se dão por conta dos apêndices

externos da moda, o mercado externo e interno, a política econômica, a ascensão da

mídia polarizada, e projetos como o que sancionou o segmento como parte

integrante da cultura nacional, dentro dos limites estabelecidos pelo Ministério da

Cultura, a moda brasileira passa pelos processos de reconhecimento e legitimação

iniciado há anos e que corre atrás do tempo perdido.

Para Paulo Borges, a mente e o esforço por trás de projetos como o citado

acima, “muito já se conquistou, principalmente no plano municipal e estadual. A

cidade de São Paulo já trata há muitos anos o SPFW como um patrimônio para seu

desenvolvimento e economia, como de fato é. E as

relações são assim, uma via de mão dupla.

Sempre.” Para o diretor criativo da Luminosidade,

moda é consumo e esse é o alicerce básico que

legitima o desenvolvimento de São Paulo. “(...) São

Paulo tem um mercado de consumo maior, é isso.

É matemático. Não é regional, não é passional.” E talvez isso o seja, quando, a

economia gerada pelo estado ainda se equipara a quase metade da economia que

o país gera e a cidade com sólidos 20% da porcentagem nacional.

“Então, isso proporciona essa experiência de moda do ponto de vista do

consumo que provoca a inovação, a pesquisa e o risco. Por isso se desenvolve mais,

e não porque São Paulo é bacana ou porque é centro. Afinal, São Paulo não é

centro”, destaca Paulo Borges. “A indústria se consolidou ao redor de São Paulo e

isso proporciona a questão de mercado e consumo e, logo, o desenvolvimento. E o

tempo faz com que isso se construa, o processo de desenvolvimento que é eminente

na cidade e no estado e que pode ser visto também em Santa Catarina.”

Em entrevista exclusiva com Paulo Borges, presidente do Instituto Nacional de Moda e Design, membro

do Conselho Nacional de Políticas Culturais do Ministério da Cultura e criador do maior evento de moda

do país – o São Paulo Fashion Week (SPFW) –, ele nos conta os motivos do fascínio sobre a cidade de

São Paulo quando se trata de criação de moda e a visão estratégica para Santa Catarina no mercado.

“(...) São Paulo tem um mercado de consumo maior, é isso. É matemático. Não é regional, não é passional.”

CLEAR VISIONcom Paulo Borges

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O diretor criativo ainda emoldura o fascínio por São Paulo como polo de

criação e estilo, e diz “Diferente de outros estados, (...) criou-se uma diversidade muito

mais ampla e trabalhou-se com isso de uma maneira muito mais transversal e disso

criou-se uma outra forma de moda.”

O estado de Santa Catarina, além de um dos maiores polos têxteis do país,

possui o curso de Moda da UDESC, eleito pela quarta vez o melhor curso de Moda

do Brasil de acordo com o MEC, um desfile consagrado como um dos maiores

eventos acadêmicos do circuito e, em paralelo, o SCMC – Santa Catarina Moda e

Cultura – evento que une moda, cultura, tecnologia têxtil e educação.

Para Paulo Borges, essa

é uma série de questões que

estão sendo fomentadas,

semeadas e investidas no

segmento de moda

catarinense e que devem ser

mantidas, apoiadas e,

principalmente, instigadas.

“Eu acho que tem uma

questão de perspectiva de

visão que talvez para quem

está tão próximo ou tão jovem

ainda não perceba (...) As

pessoas já sentem, percebem e identificam o que está sendo feito em Santa Catarina”,

porém salienta que o caminho para o reconhecimento do estado não está nos passos

de São Paulo e sim no investimento de seus próprios potenciais: “Você tem que olhar

pra fotografia do estado. Santa Catarina ainda é muito voltada para o segmentos de

cama, mesa e banho e malharia, acredito que isso não é ruim. Muito pelo contrário,

essa linha de moda ajudou a criar uma circunstância industrial específica.”

Com a visão clara e ampla de uma das maiores figuras de moda brasileira

talvez seja fácil, ou pelo menos amparados por uma dose de sensatez e know-how,

argumentar a questão sobre o mercado brasileiro e a moda, em todas as suas

interconexões e complexidades.

O estado de Santa Catarina, além de um dos maiores polos têxteis do país, possui o curso de Moda da Udesc, eleito pela quarta vez o melhor curso de Moda do Brasil de acordo com o MEC, um desfile consagrado como um dos maiores eventos acadêmicos do circuito e, em paralelo, o SCMC – Santa Catarina Moda e Cultura – evento que une Moda, Cultura, Tecnologia Têxtil e Educação.

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Page 108: OCTAmag 2014

OCTAMAG 2014108

A moda independente ganha forças, transforma e modifica o mercado em que está inserida. A criação de marcas próprias

independentes e autorais é sempre um desafio e acontece, muitas vezes, dentro do curso de moda, que se torna um

espaço para a experimentação de ideias dos alunos. Foi assim que as designers de moda Germana Lópes e Naly Cabral,

graduadas no curso de Design de Moda da UDESC, começaram as suas marcas Crua e Cycleland, respectivamente. Para

a OCTA Mag, elas falam sobre a importância, os benefícios e desafios de ter uma marca própria e independente.

MARCASINDEPENDENTES

GERMANALÓPES

por

Os desafios e a glória de construir uma marca própria

Durante o curso de Design de Moda na UDESC, já

produzia trabalhos voltados para um design que abusava das

técnicas artesanais e do uso de materiais descartados e/ou

inusitados. A coleção de formatura,

inclusive, foi feita a partir de tecidos

provenientes de outras peças de

roupas, as quais foram doadas para

mim através do projeto “A Voz da

Roupa”, que deu nome à coleção.

Desde Sempre, manifestei interesse por

objetos, materiais e móveis

descartados, meu olhar encontrava ali

mesmo, olhando para o abandono, uma solução, uma ideia,

uma possiblidade de transformação. Posso dizer que foi a partir

desse hobby que a marca surgiu.

Um dia notei muita madeira boa, linda e cheirosa

indo para o lixo, ou melhor, quase para o lixo. A matéria-prima

estava ali, me esperando, faltava apenas um olhar e uma

atitude. Inicialmente montou-se um coletivo, em parceria com

uma amiga e com o passar do tempo e o término da sociedade

a ideia amadureceu e eu resolvi me entregar de vez a esse amor

e lançar a Crua.

Por gostar de estar envolvida com atividades criativas

e também manuais, fazia parte dos meus ideais produzir moda

autoral, ter uma marca onde eu pudesse concretizar todas as

minhas ideias, exteriorizar sentimentos, visões, e dar uma

cutucada no mercado da moda que, às vezes, me desagrada.

Hoje em dia produzo acessórios, mas faz parte do

ideal da marca introduzir outros produtos com o tempo, como

roupas, objetos pequenos e móveis com o mesmo conceito de

ressignificação e linguagem minimalista

da Crua.

O instigante em ter uma marca

própria é a liberdade para criar e poder

pensar nos detalhes. Sou o “faz tudo”, o

que por um lado é excelente, pois é

possível ter controle total sobre a

produção desde o conceito, a direção de

arte, a identidade visual até a confecção

em si, em contrapartida, você tem que ter a noção de

organização e determinação muito maior do que precisaria

trabalhando para alguém, pois tudo depende de você e da sua

habilidade de por isso em prática. Por ter tamanha flexibilidade

e liberdade em relação à criação e horários, é preciso ter

disciplina, criar regras, ter uma agenda e não se acomodar,

porque se você não se mexe as coisas não acontecem e as

oportunidades não surgem.

No fim, tudo vale a pena, pois se faz o que se ama.

110

A ideia nasceu como uma reflexão sobre o lifestyle

urbano e a mobilidade. Foi durante o curso de moda na UDESC

que identifiquei a possibilidade de aliar a moda ao uso da

bicicleta no cotidiano, acreditando que a bicicleta materializa

muitos conceitos positivos: independência,

a consciência ecológica, o bem-estar.

Envolvi-me com essa relação

durante o trabalho de conclusão de curso e

a ideia continuou na minha cabeça mesmo

depois de graduada. O passo decisivo para

oficializar a Cycleland aconteceu quando

determinei que gostaria de trabalhar com

moda autoral. A criação sempre foi um dos

meus maiores prazeres e queria uma

oportunidade onde pudesse desenvolver e

valorizar essa característica. Com um ano e

meio de mercado a ideia inicial, de criar

peças com estilo para quem usa a bicicleta

no dia a dia, evoluiu. Agora a Cycleland também atende um

público que quer qualidade e conforto, mas com alguma

exclusividade.

O consumidor, cada vez mais atento, quer saber não

só quem fez, mas como aquela peça foi feita. A confirmação do

uso de mão de obra escrava por redes de fast-fashion

despertou ainda mais essa preocupação na hora da compra.

Esses fatos colaboraram para o fortalecimento do mercado de

marcas independentes, como a Cycleland.

Ter uma marca própria e independente é fazer um

pouco de tudo, acabamos tendo controle total das etapas de

produção. Tudo é feito por mim e pelo Rafael Afonso, meu

namorado, que atua com designer gráfico e como parceiro na

NALYCABRAL

porempresa. Esse controle, aliado à bastante trabalho, dá

condições para que o produto final permaneça alinhado com

a nossa visão. Há muitos desafios, começando com o

planejamento e o cumprimento dos deadlines. Os prazos de

coleção sempre acabam alterados. Em parte, por que

trabalhamos com pessoas e trabalhar com pessoas é uma

arte. Já para a criação existem vários métodos, mas prefiro o

uso do instinto. Cada um tem seu jeito de

trabalhar, sua vivência e é isso que faz a

diferença. E, é claro que, além de muito

trabalho e esforço, você vai precisar de

ajuda. Tenho sorte de ter amigos e

parceiros que me acompanham desde o

começo.

No fim, as lutas diárias ficam

pequenas diante dos elogios de clientes

de várias regiões do Brasil e até de outros

países. Ter este contato direto com os

clientes é muito gratificante. Com certeza

o que mais motiva não é apenas o

prazer de trabalhar com moda, mas

também as pessoas maravilhosas que de alguma maneira

contribuem com a Cycleland e as parcerias incríveis que fiz

nesse tempo com empresas fortes do ramo e com os clientes

mais assíduos da marca.

O consumidor, cada vez mais atento, quer saber não só quem fez, mas como aquela peça foi feita. confirmação do uso de mão de obra escrava por redes de fast-fashion despertou ainda mais essa preocupação

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2014 OCTAMAG109

A ideia nasceu como uma reflexão sobre o lifestyle

urbano e a mobilidade. Foi durante o curso de moda na UDESC

que identifiquei a possibilidade de aliar a moda ao uso da

bicicleta no cotidiano, acreditando que a bicicleta materializa

muitos conceitos positivos: independência,

a consciência ecológica, o bem-estar.

Envolvi-me com essa relação

durante o trabalho de conclusão de curso e

a ideia continuou na minha cabeça mesmo

depois de graduada. O passo decisivo para

oficializar a Cycleland aconteceu quando

determinei que gostaria de trabalhar com

moda autoral. A criação sempre foi um dos

meus maiores prazeres e queria uma

oportunidade onde pudesse desenvolver e

valorizar essa característica. Com um ano e

meio de mercado a ideia inicial, de criar

peças com estilo para quem usa a bicicleta

no dia a dia, evoluiu. Agora a Cycleland também atende um

público que quer qualidade e conforto, mas com alguma

exclusividade.

O consumidor, cada vez mais atento, quer saber não

só quem fez, mas como aquela peça foi feita. A confirmação do

uso de mão de obra escrava por redes de fast-fashion

despertou ainda mais essa preocupação na hora da compra.

Esses fatos colaboraram para o fortalecimento do mercado de

marcas independentes, como a Cycleland.

Ter uma marca própria e independente é fazer um

pouco de tudo, acabamos tendo controle total das etapas de

produção. Tudo é feito por mim e pelo Rafael Afonso, meu

namorado, que atua com designer gráfico e como parceiro na

NALYCABRAL

porempresa. Esse controle, aliado à bastante trabalho, dá

condições para que o produto final permaneça alinhado com

a nossa visão. Há muitos desafios, começando com o

planejamento e o cumprimento dos deadlines. Os prazos de

coleção sempre acabam alterados. Em parte, por que

trabalhamos com pessoas e trabalhar com pessoas é uma

arte. Já para a criação existem vários métodos, mas prefiro o

uso do instinto. Cada um tem seu jeito de

trabalhar, sua vivência e é isso que faz a

diferença. E, é claro que, além de muito

trabalho e esforço, você vai precisar de

ajuda. Tenho sorte de ter amigos e

parceiros que me acompanham desde o

começo.

No fim, as lutas diárias ficam

pequenas diante dos elogios de clientes

de várias regiões do Brasil e até de outros

países. Ter este contato direto com os

clientes é muito gratificante. Com certeza

o que mais motiva não é apenas o

prazer de trabalhar com moda, mas

também as pessoas maravilhosas que de alguma maneira

contribuem com a Cycleland e as parcerias incríveis que fiz

nesse tempo com empresas fortes do ramo e com os clientes

mais assíduos da marca.

O consumidor, cada vez mais atento, quer saber não só quem fez, mas como aquela peça foi feita. confirmação do uso de mão de obra escrava por redes de fast-fashion despertou ainda mais essa preocupação

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OCTAMAG 2014110

Nadando contra a corrente, a ex-aluna graduada em Design de Moda pela UDESC, Lola Porto,

e a professora Monique Vandresen, doutora em Ciências da Comunicação pela USP, seguiram

carreira na área da comunicação.

Em textos exclusivos para a OCTA Mag, as duas falam sobre a abrangência deste mercado

dentro e fora da sala de aula, o crescimento de oportunidades e a necessidade de um currículo

mais específico dentro das universidades.

Escolher moda nem sempre é uma questão de vocação.

Às vezes é uma questão de emoção. Apenas correr atrás do novo.

A sede de transformar o mundo através de um discurso seu, mas

que muito tem a dizer sobre o todo. Amar comunicar através da

imagem é algo que se constrói com o tempo.

A inquietação pelo "saber mais" é o que proporciona ao

comunicador de moda a capacidade de conectar-se com as mais

diversas áreas da indústria criativa,

conhecendo pessoas do mundo

inteiro, trocando em miúdos

conhecimentos em diversas línguas,

traçando tendências de consumo e

comportamento. Desde a concepção

da persona das marcas, estudo de

branding, pesquisa de tendências,

desenvolvimento das coleções de moda, até a foto da campanha

e onde ela será veiculada. Esse conjunto de ações, em boa parte

das empresas, é gerenciado pelo profissional de marketing e não

somente pelo estilista.

Trocando a obsessão da maioria, eu fui pensar moda e

rever os conceitos de tendências e entender a importância da

compreensão do discurso da moda na passarela, nas campanhas,

nas novelas brasileiras, nos videoclipes, nas celebridades - e sub -

e nos hits do consumo que “bombam” na internet.

Quando deixei o OCTA Fashion em 2012, tive a

sensação de dever cumprido. Havia construído os pedaços de um

eu mais adulto, e havia apresentado o que eu realmente tinha

vontade de apresentar: a minha visão de moda, o meu conceito

de comunicar moda.

Nunca trabalhei com criação, nem nesses cinco anos,

nem na vida pós-OCTA. E hoje estou ainda mais distante daquilo

que o senso comum julga seguir o graduado em moda. Ao longo

dos últimos seis anos, aventurei-me em Jornalismo de Moda (SP),

Fashion Marketing (Londres), Cool Hunting (Londres) e, por

último, MBA em Marketing,

buscando uma especialização na

área. Existe, sim, a barreira

financeira que os

recém-formados encontrarão.

Mas em todo caso, acredito muito

que "querer é poder", pois o

mercado me mostrou que

independente da minha graduação, era preciso ter mais e mais

coisas para me destacar. Só então, pude executar meu trabalho

de comunicadora com excelência, entendendo o perfil dos

consumidores e as demandas da sociedade, mantendo-me

conectada com o mundo.

Conselho de graduada pra quem quer se aventurar no

mercado da comunicação: não hesite. Suba nos vagões mais

bagunçados e intrigantes, mais misteriosos. Seja também um

estrangeiro. Mas esteja num trem que anda nos trilhos, e não

fora deles.

... acredito muito que "querer é poder", pois o mercado me mostrou que independente da minha graduação, era preciso ter mais e mais coisas para me destacar.

COMUNICANDOMODA

LOLA PORTO

por

112

Page 111: OCTAmag 2014

2014 OCTAMAG111

Nadando contra a corrente, a ex-aluna graduada em Design de Moda pela UDESC, Lola Porto,

e a professora Monique Vandresen, doutora em Ciências da Comunicação pela USP, seguiram

carreira na área da comunicação.

Em textos exclusivos para a OCTA Mag, as duas falam sobre a abrangência deste mercado

dentro e fora da sala de aula, o crescimento de oportunidades e a necessidade de um currículo

mais específico dentro das universidades.

Escolher moda nem sempre é uma questão de vocação.

Às vezes é uma questão de emoção. Apenas correr atrás do novo.

A sede de transformar o mundo através de um discurso seu, mas

que muito tem a dizer sobre o todo. Amar comunicar através da

imagem é algo que se constrói com o tempo.

A inquietação pelo "saber mais" é o que proporciona ao

comunicador de moda a capacidade de conectar-se com as mais

diversas áreas da indústria criativa,

conhecendo pessoas do mundo

inteiro, trocando em miúdos

conhecimentos em diversas línguas,

traçando tendências de consumo e

comportamento. Desde a concepção

da persona das marcas, estudo de

branding, pesquisa de tendências,

desenvolvimento das coleções de moda, até a foto da campanha

e onde ela será veiculada. Esse conjunto de ações, em boa parte

das empresas, é gerenciado pelo profissional de marketing e não

somente pelo estilista.

Trocando a obsessão da maioria, eu fui pensar moda e

rever os conceitos de tendências e entender a importância da

compreensão do discurso da moda na passarela, nas campanhas,

nas novelas brasileiras, nos videoclipes, nas celebridades - e sub -

e nos hits do consumo que “bombam” na internet.

Quando deixei o OCTA Fashion em 2012, tive a

sensação de dever cumprido. Havia construído os pedaços de um

eu mais adulto, e havia apresentado o que eu realmente tinha

vontade de apresentar: a minha visão de moda, o meu conceito

de comunicar moda.

Nunca trabalhei com criação, nem nesses cinco anos,

nem na vida pós-OCTA. E hoje estou ainda mais distante daquilo

que o senso comum julga seguir o graduado em moda. Ao longo

dos últimos seis anos, aventurei-me em Jornalismo de Moda (SP),

Fashion Marketing (Londres), Cool Hunting (Londres) e, por

último, MBA em Marketing,

buscando uma especialização na

área. Existe, sim, a barreira

financeira que os

recém-formados encontrarão.

Mas em todo caso, acredito muito

que "querer é poder", pois o

mercado me mostrou que

independente da minha graduação, era preciso ter mais e mais

coisas para me destacar. Só então, pude executar meu trabalho

de comunicadora com excelência, entendendo o perfil dos

consumidores e as demandas da sociedade, mantendo-me

conectada com o mundo.

Conselho de graduada pra quem quer se aventurar no

mercado da comunicação: não hesite. Suba nos vagões mais

bagunçados e intrigantes, mais misteriosos. Seja também um

estrangeiro. Mas esteja num trem que anda nos trilhos, e não

fora deles.

... acredito muito que "querer é poder", pois o mercado me mostrou que independente da minha graduação, era preciso ter mais e mais coisas para me destacar.

COMUNICANDOMODA

LOLA PORTO

por

112

Em 2005, tive a oportunidade de fazer parte da minha

pesquisa na Ryerson University, em Toronto, no Canadá, onde

funciona um dos primeiros cursos de Comunicação de Moda do

mundo. Sempre achei o mercado de comunicação na área da

moda interessante e vários cafés com os professores que me

receberam me convenceram que, em um mundo onde cada vez

mais nos parecemos uns com os outros, é graças ao trabalho

desta área que o mercado vai decidir se uma coleção ganha ou

perde o jogo.

Agora, quase dez anos depois,

vejo que além de ter que correr para

recuperar o que não foi feito nas áreas

de comunicação, empresas e escolas de

moda precisam se preparar para uma

realidade que está mais próxima da tela

de nossos smartphones que das

primeiras trinta páginas da Vogue.

Uma pesquisa do Bureau of

Labour Statistics, dos Estados Unidos,

projeta uma queda de 3% no emprego

de designers de moda até 2022. Na

França e na Itália, onde a indústria da

moda é mais tradicional, os números têm se mantido estáveis, sem

a criação de novos postos, desde 2009. Em contrapartida, as

áreas que mais cresceram em oportunidade para formandos de

moda nos últimos dez anos foram a pesquisa de tendências e a

comunicação.

Remando contra a maré, os currículos de várias escolas

de moda no Brasil reduziram a carga das disciplinas de

comunicação e produção de moda, e algumas escolas não têm

disciplinas específicas de pesquisa. A empregabilidade, neste setor,

exige conhecimentos que vão da História da Arte à produção de

textos, passando pela comunicação corporativa, pelo

comportamento do consumidor na web, maquiagem, fotografia,

publicidade, eventos, museologia e até literatura.

Todas as áreas da comunicação sofreram mudanças na

última década, e consequentemente o meio acadêmico deve

buscar o seu aperfeiçoamento e heterogeneização para capacitar

o aluno ao mercado da comunicação de moda.

A Assessoria de Imprensa hoje

coloca na mesma primeira fila de desfile a

editora de uma grande publicação, a

celebridade e uma blogueira de moda. As

mídias sociais fazem com que as marcas

aprendam a usar ferramentas como o

Instagram, o Facebook e o Twitter e

interajam diretamente com o consumidor.

Com as vendas online, cresce o

volume de produção de lookbooks, agora

voltados para atender o consumidor final e

não para os representantes e lojistas. É

uma fatia de mercado bem apetitosa. Vai se

preparar para morder o seu pedaço?

Todas as áreas da comunicação sofreram mudanças na última década, e consequentemente o meio acadêmico deve buscar o seu aperfeiçoamento e heterogeneização para capacitar o aluno ao mercado da comunicação de moda.

MONIQUE VANDRESEN

por

113

Profa. Monique VandresenJornalista e doutora em Comunicação pela ECA USP.

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Paulina veste camisa Karina Lopes, casaco Guilherme Alexandrino, calçados Bárbara Leite. Sofia veste top Patrícia Tomelin, shorts Juliana Brondízio Portela, casaco e calçados Bárbara Leite.

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Paulina veste top Patrícia Tomelin, short Guilherme Alexandrino, casaco Bruna Maria. Deny e Ana vestem look todo Juliana Neves.

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Paulina veste vestido Renata Silveira, casaco Maria Eduarda Zanatta e alpargatas acervo.

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Sofia veste casaco Gabriela Gib, calça Lui Iarocheski e sapato Guilherme Alexandrino. Palina veste casaco Ana Laura Rosa e anágua Renata Silveira.

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Sofia veste moletom Maria Eduarda Zanatta, vestido Larissa Dutra Lopes e acessório de cabeça Mariana Coimbra Monteiro.

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Sofia veste vestido Gabriela Nonohay e casaco, usado como saia, Ana Laura Rosa.

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Fernanda veste blusa Lizzie Bang, saia Juliana Brondízio Portela, mochila Bárbara Leite, boné, fone de ouvido e calçados acervo. Rômulo veste casaco Cássia Guerra, legging Maria Eduarda Zanatta e calçados acervo.

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Fernanda veste jaqueta Maria Eduarda Zanatta, maiô Rafaela Papke Armacolo, óculos e calçados acervo. Ana Carolina veste macacão Beatriz Freitas, calçados acervo.

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Fernanda veste casaco Carolina Didone, saia Bianca Schimitt e calçados acervo.

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Fernanda veste casaco Leonardo Heitor de Oliveira, maiô Carolina Didone e calçados acervo. Rômulo veste manto Lui Iarocheski. boné e calçados acervo.

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Fernanda veste casaco Leonardo Heitor de Oliveira e maiô Carolina Didone.

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Fernanda veste jaqueta Gabriela Bez, top e shorts Bianca Schimitt, óculos acervo.

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Antoniette veste casaco e vestido Daiana Farias, ombreiras Tayara Helena de Oliveira e sapatos acervo.

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Antoniette veste vestido Mariana Coimbra Monteiro e sapatos acervo.

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Antoniette veste vestido Tayara Helena de Oliveira.

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Antoniette veste look completo Sabrina Rosset.

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Antoniette veste vestido Talyta Ritti

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Daiany veste saia, usada como blusa, Jeniffer Luccas Esteves, saia Ariella Cappellari Nunes, colar e bolsa acervo.

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Débora veste blusa Juliana Portela, bermuda Lizzie Bang e calçado acervo.

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Daiany veste blazer Patrícia Tomelin, saia Salete Boschi, blusa, cinto, brincos e sapato acervo. Gabriela veste blazer Susane Zanin, blusa Bruna Maiara Schwartz, saia Rebeca Wimmersberger e sapato acervo.

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Débora veste casaco Maíra Klockner, top Salete Boschi, saia Jeniffer Luccas Esteves, acessórios e sapato acervo. Gabriela veste casaco Rebeca Wim-mersberger, vestido Arianne Clímaco e sapato acervo.

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Gabriela veste casaco Bianca Schmitt, vestido Bárbara Leite e brinco acervo.

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Daiany veste blusa Jeniffer Luccas Esteves, vestido, usado como saia, Maíra Klockner, colar Jéssica Mileski e sapato acervo.

Page 143: OCTAmag 2014

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Alisson veste casaco Karina Lopes, calça Lui Iarocheski e coturno acervo. Débora veste vestido Mariana Fachini, capa Ariella Cappellari Nunes e sapato acervo.

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OCTAMAG 2014144

Page 145: OCTAmag 2014

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Lia veste casaco Larissa Dutra Lopes, shorts Patrícia Tomelin e bota acervo.

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OCTAMAG 2014146

Ellen veste body Susane Zanin e bota acervo.

Page 147: OCTAmag 2014

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Lia veste lingerie Maria Cecília De Simas Bittencourt sob casaco Maria Laura Botelho e sapato acervo. Ellen veste lingerie Bár-bara Leite sob camisola Maria Cecília De Simas Bittencourt e sapato acervo.

Page 148: OCTAmag 2014

OCTAMAG 2014148

Lia veste top M. Steffens sob macacão Maria Fernanda Lento e sapato acervo.Ellen veste top e calça Jeniffer Luccas Esteves, gargantilha Ana Laura Rosa, óculos e sapato acervo.

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2014 OCTAMAG149

Lia veste cinta sobre corselet e shorts Alessandra Coral Fischer e botas Leonardo Heitor de Oliveira.

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OCTAMAG 2014150

Ellen veste blusa Leonardo Heitor de Oliveira, calça Cássia Guerra e bracelete Ana Laura Rosa.

Page 151: OCTAmag 2014

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ZOOM IN

COLARES Curvade Jéssica Mileski

CLUTCH Excesslessde Ana Laura Rosa

SAPATOS CUSTOMIZADOS Odisseia de Bianca Schmitt

153

Além de suas coleções de vestuário, alguns alunos desenvolveram

acessórios exclusivos para compor o universo de suas criações.

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OCTAMAG 2014152

MOCHILA E CLUTCH Digital Flowde Rebeca Mayer Teixeira Brandão

SAPATOS Imensidãode Guilherme Alexandrino

154

MOCHILA Sol da Meia noitede Bárbara Leite

COLAR Âmago Minimalde Patrícia Tomelin

GARGANTILHA E BRACELETEExcesslessde Ana Laura Rosa

ACESSÓRIO DE CABEÇA Atlasde Mariana Coimbra Monteiro

SAPATO Sol da Meia Noitede Bárbara Leite

ACESSÓRIO DE CABEÇA Libertas de Gabriela Nonohay

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2014 OCTAMAG153

MOCHILA E CLUTCH Digital Flowde Rebeca Mayer Teixeira Brandão

SAPATOS Imensidãode Guilherme Alexandrino

154

MOCHILA Sol da Meia noitede Bárbara Leite

COLAR Âmago Minimalde Patrícia Tomelin

GARGANTILHA E BRACELETEExcesslessde Ana Laura Rosa

ACESSÓRIO DE CABEÇA Atlasde Mariana Coimbra Monteiro

SAPATO Sol da Meia Noitede Bárbara Leite

ACESSÓRIO DE CABEÇA Libertas de Gabriela Nonohay

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Page 154: OCTAmag 2014

OCTAMAG 2014154

Qual a diferença entre uma maquiagem para o dia a dia e

uma para um shooting?

A make para o dia a dia não tem todo cuidado que

temos em relação à um trabalho. Pois na fotografia temos

contato com luz e sombra voltada às artes plásticas, enquanto

usamos a make para o dia a dia para camuflar nossos

defeitinhos de maneira mais rápida, sem aquele trabalho

minucioso, mas para embelezar também.

Quais os principais cuidados para uma maquiagem de

shooting externo e interno? Existe diferença?

Como comentei na resposta anterior, trabalhamos

com luz e sombra. Os trabalhos em estúdio exigem um trabalho

mais minucioso, exato. Já em trabalhos externos temos o fator

clima – excesso de sol, muito nublado – pedindo mais

naturalidade e leveza, mesmo com todo o cuidado do fotógrafo

e sua luz. Entre os dois, há diferença!

Quando o assunto é o dia a dia, driblar o calor,

transpiração e as impurezas, quais produtos são

essenciais para manter a maquiagem por longa duração.

Você tem algum truque infalível pra isso?

Truque infalível não! Ainda não consegui driblar a

força da natureza. Brincadeiras à parte, o que posso aconselhar

com maestria é: tenha em mãos um bom primer matificante –

ótimo para controle de oleosidade – que irá segurar mais tempo

a oleosidade da pele. Mas fique tranquilo, a tendência é

mantermos a pele com brilho e iluminada, bem natural, use isto

a seu favor!

Hoje em dia, com o tratamento digital de shootings, o

trabalho de uma beauty artist ou maquiadora

profissional tornou-se mais fácil? Afinal, o tratamento

digital é amigo ou inimigo?

Somos aliados. Claro que o excesso de manipulação

da imagem acabará com o trabalho do maquiador. Como

trabalhamos com texturas e profundidades, precisamos das

formas do rosto para um trabalho com maestria, com bom

senso conseguimos um bom trabalho, sendo parceiros 50%.

Quanto ao capricho é o mesmo, pois um não anula o outro!

O queridinho do momento é o iluminador, com suas várias

aplicações e vantagens. Mas e sobre a próxima grande

tendência do mercado de beauty, você tem alguma aposta?

O iluminador pode se tornar um predador. Tem que

saber onde aplicar o produto, senão iluminará e salientará

exatamente o que não quer. Paciência e harmônia são as palavras

da vez para sua make, no lugar exato o iluminador a deixará�

naturalmente de arrasar. Sobre a minha aposta: pele fresca! Com

bases iluminadoras e naturais, sem muita cobertura. Aposto na

ideia de não perder muito tempo para ficar linda.

MUST-HAVECabelo

Óleo de brilho. Ele mantém o cabelo solto, sem peso e bonito.

Marcas aposta: Alfa Parf, Morocanoil.

Rosto

BB Cream para um rosto fresco bonito e natural. Marcas aposta:

Lumieré Chanel, Ana Pegova.

Olhos

Rímel, camada leve, algo que ascenda e não apareça. Marcas

aposta: Hipnôse, Lâncome.

Boca

Tons fortes inclusive para o calor, tons de rosa, fúcsia e lilás

entram bem nesta temporada. Marcas aposta: MAC, O Boticário.

++O produto que não abro mão é o bronzant, que nos dá um ar saudável em qualquer estação. Mas a dica é sempre passar de uma maneira gentil, ele não precisa aparecer e sim você!

Chamamos a beauty artist Vanessa Neto para um papo, cheio de dicas, sobre o universo da beleza.

157

BEAUTY

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2014 OCTAMAG155

Qual a diferença entre uma maquiagem para o dia a dia e

uma para um shooting?

A make para o dia a dia não tem todo cuidado que

temos em relação à um trabalho. Pois na fotografia temos

contato com luz e sombra voltada às artes plásticas, enquanto

usamos a make para o dia a dia para camuflar nossos

defeitinhos de maneira mais rápida, sem aquele trabalho

minucioso, mas para embelezar também.

Quais os principais cuidados para uma maquiagem de

shooting externo e interno? Existe diferença?

Como comentei na resposta anterior, trabalhamos

com luz e sombra. Os trabalhos em estúdio exigem um trabalho

mais minucioso, exato. Já em trabalhos externos temos o fator

clima – excesso de sol, muito nublado – pedindo mais

naturalidade e leveza, mesmo com todo o cuidado do fotógrafo

e sua luz. Entre os dois, há diferença!

Quando o assunto é o dia a dia, driblar o calor,

transpiração e as impurezas, quais produtos são

essenciais para manter a maquiagem por longa duração.

Você tem algum truque infalível pra isso?

Truque infalível não! Ainda não consegui driblar a

força da natureza. Brincadeiras à parte, o que posso aconselhar

com maestria é: tenha em mãos um bom primer matificante –

ótimo para controle de oleosidade – que irá segurar mais tempo

a oleosidade da pele. Mas fique tranquilo, a tendência é

mantermos a pele com brilho e iluminada, bem natural, use isto

a seu favor!

Hoje em dia, com o tratamento digital de shootings, o

trabalho de uma beauty artist ou maquiadora

profissional tornou-se mais fácil? Afinal, o tratamento

digital é amigo ou inimigo?

Somos aliados. Claro que o excesso de manipulação

da imagem acabará com o trabalho do maquiador. Como

trabalhamos com texturas e profundidades, precisamos das

formas do rosto para um trabalho com maestria, com bom

senso conseguimos um bom trabalho, sendo parceiros 50%.

Quanto ao capricho é o mesmo, pois um não anula o outro!

O queridinho do momento é o iluminador, com suas várias

aplicações e vantagens. Mas e sobre a próxima grande

tendência do mercado de beauty, você tem alguma aposta?

O iluminador pode se tornar um predador. Tem que

saber onde aplicar o produto, senão iluminará e salientará

exatamente o que não quer. Paciência e harmônia são as palavras

da vez para sua make, no lugar exato o iluminador a deixará�

naturalmente de arrasar. Sobre a minha aposta: pele fresca! Com

bases iluminadoras e naturais, sem muita cobertura. Aposto na

ideia de não perder muito tempo para ficar linda.

MUST-HAVECabelo

Óleo de brilho. Ele mantém o cabelo solto, sem peso e bonito.

Marcas aposta: Alfa Parf, Morocanoil.

Rosto

BB Cream para um rosto fresco bonito e natural. Marcas aposta:

Lumieré Chanel, Ana Pegova.

Olhos

Rímel, camada leve, algo que ascenda e não apareça. Marcas

aposta: Hipnôse, Lâncome.

Boca

Tons fortes inclusive para o calor, tons de rosa, fúcsia e lilás

entram bem nesta temporada. Marcas aposta: MAC, O Boticário.

++O produto que não abro mão é o bronzant, que nos dá um ar saudável em qualquer estação. Mas a dica é sempre passar de uma maneira gentil, ele não precisa aparecer e sim você!

Chamamos a beauty artist Vanessa Neto para um papo, cheio de dicas, sobre o universo da beleza.

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BEAUTY

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OCTAMAG 2014156

FORMANDOS 2014

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FORMANDOS 2014

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makingof

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2014 OCTAMAG159161

Page 160: OCTAmag 2014

OCTAMAG 2014160 162

Reitor: Antonio Heronaldo de SousaVice-reitor: Marcus TomasiDiretora do Centro de Artes: Gabriela Botelho MagerChefe do Departamento de Moda: Mara Rúbia Sant’annaCoordenação Geral do Evento: Balbinette SilveiraEdição Gráfica: Coletivo MMídia

CORPO DOCENTEAdriana Martinez MontanheiroAparecida Maria Battisti de AbreuBalbinette SilveiraDagmar Úrsula Schneider Von LinsingenDulce Maria Holanda MacielEliana GonçalvesFabiana Ludwig dos SantosGabriela KuhnenIcléia SilveiraJosé Alfredo Beirão FilhoLiliane Edira Ferreira CarvalhoLourdes Maria PulsLucas da RosaLuciana Dornbusch LopesMara Rúbia Sant’AnnaMaria Izabel CostaMariana Battisti de AbreuMary Neuza de Freitas ClasenMonique VandresenNeide Kohler SchulteSandra Regina RechSilene SeibelSoraya de Fátima Silvestre Quirino

BOLSISTASRebeca WimmersbergerGeorgia Lopes

TÉCNICOS UNIVERSITÁRIOSAna Luiza PederneirasTrajano da Silveira JuniorGiselle BionMarilise Rossini

GRUPOS DE TRABALHOCoordenação GeralPatricia TomelinRebeca WimmersbergerGeorgia Lopes

Cabelo e MaquiagemAriella Cappellari NunesBianca SchmittRenata SilveiraTalyta Ritti

CamarimArianne ClímacoMaria Cecília de Simas BittencourtSabrina RossetJuliana Portela Patrocínio e FinanceiroProfessora Silene SeibelBruna Maiara SchwartzBruna Maria Hoffmann Rudolpho

Publicidade e PropagandaAna Laura RosaJéssica MileskiLeonardo Heitor de OliveiraLizzie BangMaria Eduarda ZanattaMariana Coimbra Monteiro

Assessoria de ImprensaBárbara LeiteJuliana PortelaJornalista Maristela Amorim Leonardo Heitor de OliveiraLizzie Bang

Relações PúblicasDaiana FariasJuliana NevesSusane ZaninTayara Helena Oliveira

Apoio LogísticoGuilherme AlexandrinoMaria Laura BotelhoMariana FachiniSalete Boschi

Cenário e ExposiçãoBeatriz FreitasLarissa Dutra LopesRebeca Mayer Teixeira Brandão

Som e ImagemCássia GuerraJeniffer Luccas EstevesLui IarocheskiMaria Fernanda LentoM. Steffens

Alimentos e BebidasAlessandra Coral FischerGabriela GibGabriela Nonohay

Coordenação de Modelos/CastingGabriela BezKarina LopesMaíra KlöcknerRafaela Papke ArmacoloRenata SilveiraTalyta Ritti

STAFFSCoordenação Geral Jessica Prado dos Santos

Cabelo e MaquiagemAna Laura de Souza MartinsLarissa BerriLuiza Bosi Ribeiro AmaralMaria Carolina Paixão ReginattoGiulia Bongiolo CasagrandeAmanda Rocha Ribeiro

CamarimThaís da Silva

Antoniette Luiza TambosiIsabela da Cunha BronautBeatriz SalinasMarina de Lara BertolloCibelle Aryane PráAmanda CardosoAmanda Alquini Knoll

Publicidade e PropagandaThayná Fernandes LacerdaLuiza Bosi Ribeiro AmaralMaria Eduarda CaminhaIsabela da Cunha BronautMaitê de Castro FonsecaBarbara Bet KohlsCarolina Scudeller PrevedelInaã da Paixão Feliciano

Assessoria de ImprensaBarbara Bet KohlsGabriela Campos da SilvaWilliam CostaMaitê de Castro Fonseca

Relações PúblicasGabriela Campos da SilvaJulia Zimmermann SchwarzSthéfani Suckel DaltoeCarolina Scudeller Prevedel

Apoio LogísticoAna Lucia Villanueva AndradeMaicon D. L. NishimuraMonique Cristiane de AbreuVictória PremoliAlice Zimmermann de SouzaLeticia Hideko IwassakeMaria Eduarda CaminhaAnayara Soares RovarisInaã da Paixão FelicianoMaiana Martins PerdomoMariana Raupp FerrazRuandra Laís de Mello MoraesHevilyn Cristina GóesJulia Maria de Oliveira Ferrari

Cenário e ExposiçãoSamara Sagaz de CamposCamila Yumi KawataAline Quaiatto

Som e ImagemBeatriz Sada RamosTeresa Fidelis Peixer

Alimentos e BebidasThais Izabela BadiaNicole VivanThamiris Jung

Coordenação de Modelos/CastingEllen Cristina Peccin FerreiraEdsandra ReginaJúlia Lóren Welter VierhellerMarihama Turra PedrosaDesirée Roese Jagielski

CRÉDITOS

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2014 OCTAMAG161162

Reitor: Antonio Heronaldo de SousaVice-reitor: Marcus TomasiDiretora do Centro de Artes: Gabriela Botelho MagerChefe do Departamento de Moda: Mara Rúbia Sant’annaCoordenação Geral do Evento: Balbinette SilveiraEdição Gráfica: Coletivo MMídia

CORPO DOCENTEAdriana Martinez MontanheiroAparecida Maria Battisti de AbreuBalbinette SilveiraDagmar Úrsula Schneider Von LinsingenDulce Maria Holanda MacielEliana GonçalvesFabiana Ludwig dos SantosGabriela KuhnenIcléia SilveiraJosé Alfredo Beirão FilhoLiliane Edira Ferreira CarvalhoLourdes Maria PulsLucas da RosaLuciana Dornbusch LopesMara Rúbia Sant’AnnaMaria Izabel CostaMariana Battisti de AbreuMary Neuza de Freitas ClasenMonique VandresenNeide Kohler SchulteSandra Regina RechSilene SeibelSoraya de Fátima Silvestre Quirino

BOLSISTASRebeca WimmersbergerGeorgia Lopes

TÉCNICOS UNIVERSITÁRIOSAna Luiza PederneirasTrajano da Silveira JuniorGiselle BionMarilise Rossini

GRUPOS DE TRABALHOCoordenação GeralPatricia TomelinRebeca WimmersbergerGeorgia Lopes

Cabelo e MaquiagemAriella Cappellari NunesBianca SchmittRenata SilveiraTalyta Ritti

CamarimArianne ClímacoMaria Cecília de Simas BittencourtSabrina RossetJuliana Portela Patrocínio e FinanceiroProfessora Silene SeibelBruna Maiara SchwartzBruna Maria Hoffmann Rudolpho

Publicidade e PropagandaAna Laura RosaJéssica MileskiLeonardo Heitor de OliveiraLizzie BangMaria Eduarda ZanattaMariana Coimbra Monteiro

Assessoria de ImprensaBárbara LeiteJuliana PortelaJornalista Maristela Amorim Leonardo Heitor de OliveiraLizzie Bang

Relações PúblicasDaiana FariasJuliana NevesSusane ZaninTayara Helena Oliveira

Apoio LogísticoGuilherme AlexandrinoMaria Laura BotelhoMariana FachiniSalete Boschi

Cenário e ExposiçãoBeatriz FreitasLarissa Dutra LopesRebeca Mayer Teixeira Brandão

Som e ImagemCássia GuerraJeniffer Luccas EstevesLui IarocheskiMaria Fernanda LentoM. Steffens

Alimentos e BebidasAlessandra Coral FischerGabriela GibGabriela Nonohay

Coordenação de Modelos/CastingGabriela BezKarina LopesMaíra KlöcknerRafaela Papke ArmacoloRenata SilveiraTalyta Ritti

STAFFSCoordenação Geral Jessica Prado dos Santos

Cabelo e MaquiagemAna Laura de Souza MartinsLarissa BerriLuiza Bosi Ribeiro AmaralMaria Carolina Paixão ReginattoGiulia Bongiolo CasagrandeAmanda Rocha Ribeiro

CamarimThaís da Silva

Antoniette Luiza TambosiIsabela da Cunha BronautBeatriz SalinasMarina de Lara BertolloCibelle Aryane PráAmanda CardosoAmanda Alquini Knoll

Publicidade e PropagandaThayná Fernandes LacerdaLuiza Bosi Ribeiro AmaralMaria Eduarda CaminhaIsabela da Cunha BronautMaitê de Castro FonsecaBarbara Bet KohlsCarolina Scudeller PrevedelInaã da Paixão Feliciano

Assessoria de ImprensaBarbara Bet KohlsGabriela Campos da SilvaWilliam CostaMaitê de Castro Fonseca

Relações PúblicasGabriela Campos da SilvaJulia Zimmermann SchwarzSthéfani Suckel DaltoeCarolina Scudeller Prevedel

Apoio LogísticoAna Lucia Villanueva AndradeMaicon D. L. NishimuraMonique Cristiane de AbreuVictória PremoliAlice Zimmermann de SouzaLeticia Hideko IwassakeMaria Eduarda CaminhaAnayara Soares RovarisInaã da Paixão FelicianoMaiana Martins PerdomoMariana Raupp FerrazRuandra Laís de Mello MoraesHevilyn Cristina GóesJulia Maria de Oliveira Ferrari

Cenário e ExposiçãoSamara Sagaz de CamposCamila Yumi KawataAline Quaiatto

Som e ImagemBeatriz Sada RamosTeresa Fidelis Peixer

Alimentos e BebidasThais Izabela BadiaNicole VivanThamiris Jung

Coordenação de Modelos/CastingEllen Cristina Peccin FerreiraEdsandra ReginaJúlia Lóren Welter VierhellerMarihama Turra PedrosaDesirée Roese Jagielski

CRÉDITOS

Page 162: OCTAmag 2014

REALIZAÇÃO:

APOIO:

ALUNOS8ª FASE

DEMODA

Água Mineral Natural

PATROCÍNIO:

Page 163: OCTAmag 2014

REALIZAÇÃO:

APOIO:

ALUNOS8ª FASE

DEMODA

Água Mineral Natural

PATROCÍNIO:

Page 164: OCTAmag 2014

N320

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