“O Uso da Agricultura de Precisão para a Sustentabilidade ... · Aplicación del análisis de...

289
“O Uso da Agricultura de Precisão para a Sustentabilidade e Qualidade Ambiental” UMS 2014 VI Congresso sobre Uso e Manejo do Solo Recife, Pernambuco 19 a 21 de março de 2014 Editores Dr. Glécio Machado Siqueira Dr. Ênio Farias de França e Silva Dr. Antonio Paz González Dr. Abelardo Antônio de Assunção Montenegro

Transcript of “O Uso da Agricultura de Precisão para a Sustentabilidade ... · Aplicación del análisis de...

  • O Uso da Agricultura dePreciso para a

    Sustentabilidade e QualidadeAmbiental

    UMS 2014VI Congresso sobre Uso e Manejo do SoloRecife, Pernambuco19 a 21 de maro de 2014

    EditoresDr. Glcio Machado Siqueira

    Dr. nio Farias de Frana e SilvaDr. Antonio Paz Gonzlez

    Dr. Abelardo Antnio de Assuno Montenegro

  • UMS 2014VI Congresso sobre Uso e

    Manejo do SoloOrganizao

    Comit Organizadornio Farias de Frana e Silva, UFRPE - PresidenteCeres D. G. C. de Almeida, FUNDAJ/UFRPEGlcio Machado Siqueira, UFRPE - SecretrioAntonio Paz Gonzlez, UDC (Espanha)Abelardo Antonio Assuno Montenegro, UFRPE

    Comit Cientfico- nio Farias de Frana e Silva

    (UFRPE, Brasil)- Ceres D. G. C. de Almeida

    (FUNDAJ/UFRPE, Brasil)- Glcio Machado Siqueira (UFRPE, Brasil) - Marlene Cristina Alves (UNESP, Brasil)

    - Mrio Rolim UFRPE, Brasil) - Antonio Paz Gonzlez (UDC, Espanha)- Jorge Dafonte Dafonte (USC, Espanha) - Montserrat V. Armesto (USC, Espanha)

    - Marcelo Wilson (INTA, Argentina) - Abelardo A. A. Montenegro (UFRPE)- Edivan R. Souza (UFRPE, Brasil) - Cleide A. de Abreu (IAC, Brasil)- Rafael Montanari (UNESP, Brasil) - Tomaz C. Garcia (USC, Espanha)

    Apoio

  • Ttulo: UMS 2014 VI Congresso sobre Uso e Manejo do SoloEditores: Glcio Machado Siqueira; nio Farias Frana e Silva; Antonio PazGonzlez; Abelardo Antnio de Assuno Montenegro.

    ISBN: 978-84-9749-584-4

    Editora: UFRPE Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Ps-Graduao em Engenharia Agrcola. Rua Manuel de Medeiros - Dois Irmos,Recife - PE, 52171-030.

    Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE Universidade Da Corua - UDC

  • Apresentao

    A realizao do UMS 2014 VI Congresso sobre Uso e Manejo do Solo emRecife (Pernambuco, Brasil) uma oportunidade impar para a divulgao edifuso da cincia e tecnologia, principalmente por se tratar de uma regioextremamente castigada pelos eventos climticos.

    A escolha do tema do evento: O Uso da Agricultura de Preciso para aSustentabilidade e Qualidade Ambiental, se deve a necessidade de divulgaode tal temtica no meio cientfico da Regio Nordeste, uma vez que poucostrabalhos tm se dedicado a tal temtica nesta regio do pas, e, sobretudoporque o uso de tais tcnicas permite o manejo localizado do solo, com vistaspara a sustentabilidade ambiental, garantindo a conservao do solo e da gua.As caractersticas climticas e dos fatores de formao do solo na RegioNordeste reforam a importncia da necessidade de divulgao do tema, uma vezque os poucos estudos aplicados regio se fixam na aplicao de pacotestecnolgicos muitas vezes importados de outras regies do pas ou do exterior,sem considerar as demandas regionais e as caractersticas intrnsecas eextrnsecas do solo.

    Nesse sentido, o Programa de Ps-Graduao em Engenharia Agrcolatem buscado adequar as necessidades regionais e a aplicao de novastecnologias ao manejo e uso do solo e da gua. Assim, tal evento permitir umaformao continuada dos estudantes de ps-graduao participantes do evento,bem como na formao de outros estudantes de ps-graduao oriundos deoutros cursos nacionais internacionais. Ademais de favorecer o intercmbiocientfico e tecnolgico entre os professores e pesquisadores participantes doevento, propiciando a criao de grupos de pesquisas concisos e voltados para aproduo sustentvel, o manejo conservacionista do solo e da gua e aconservao do meio ambiente.

    Agradecemos tambm o apoio financeiro da Fundao Agrisus, CAPES eFACEPE.

    Recife, 19 de maro de 2014

    Dr. nio Farias Frana e SilvaPresidente UMS 2014

    Dr. Glcio Machado SiqueiraSecretrio UMS 2014

  • NDICE

    Adubao nitrogenada e fosfatada para produo de gros de milho emMossor-RN

    09

    Adubao orgnica em plantas de rcula cultivadas em casa de vegetao 13

    Adubao silicatada no desenvolvimento do sistema radicular da cultura dasoja sob diferentes regimes hdricos

    17

    Agroecossistema integrado lavoura-pecuria, associado ao plantio direto empalhas de leguminosas em alias

    21

    Aplicacin del anlisis de componentes principales para evaluar la composicindel agua de una cuenca agroforestal

    25

    Atributos fsicos do solo em consrcio de milho com forrageiras e sucessocom soja

    29

    Atributos fsicos do solo em sistema de integrao lavoura-pecuria 33

    Atributos qumicos do solo fertilizado com manipueira e cultivado com girassol 37

    Atuao do molibdnio e cobalto no desenvolvimento do sistema radicular dasoja em um argissolo vermelho amarelo distrfico

    41

    Atuao do molibdnio e cobalto sobre a parte area e componentes deproduo da soja em um Argissolo Vermelho Amarelo Distrfico

    45

    Avaliao do efeito de cobertura morta sobre Argissolo Amarelo sob chuvasimulada

    49

    Avaliao do estoque de carbono no solo em manejo agroecolgico noSemirido Nordestino

    53

    Biodiversidade da fauna epgea em um solo cultivado com milho na Zona daMata-Sul de Pernambuco

    57

    Caractersticas hidrulicas do escoamento superficial sob diferentesintensidades de chuva e prticas agrcolas

    61

    Caracterizao de alguns atributos fsicos dos solos da Microbacia JardimNovo Horizonte, em Ilha Solteira, SP

    65

    Carbono orgnico total em Neossolo Quartizarnico rtico Tpico a moderadoirrigado com efluentes domsticos no Semirido Brasileiro

    69

    Componentes de produo da cultura da soja em funo da adubaosilicatada cultivada sob diferentes regimes hdricos

    73

    Comportamento da precipitao e condutividade eltrica da gua subterrneaem bacia representativa no Agreste de Pernambuco

    77

    Comportamento de variveis agroclimatolgicas no semirido pernambucano 81

    Concentraciones de Cd, Cr, Ni y Pb extradas mediante DTPA en un suelo depradera sobre sedimentos

    85

    Correlao espacial entre atributos qumicos de um solo sob plantio direto 89

    Crescimento da alface americana em cultivo hidropnico utilizando guassubterrneas salobras

    93

  • Crescimento do milho adubado com nitrognio e fsforo em um Cambissolo daChapada do Apodi-RN

    97

    Crescimento e desenvolvimento em mudas de manjerico submetidas dosesde nitrognio

    101

    Crescimento vegetativo do girassol cultivado sob diferentes nveis de reposiohdrica e adubao potssica

    105

    Densidade do solo e porosidade total em sistemas de manejo e de semeadurada cultura da soja

    109

    Dependncia espacial de atributos fsicos de um Argissolo Coeso cultivadocom cana-de-acar

    113

    Determinao dos parmetros de transporte do on sdio utilizando o modeloStanmod

    117

    Dimetro de captulo do girassol sob diferentes nveis de reposio hdrica edoses de potssio

    121

    Distribuio espacial da fauna epgea do solo em cana-de-acar 124

    Distribuio espacial da umidade em um Neossolo Flvico do SemiridoPernambucano

    128

    Efeito da adubao orgnica e mineral em plantas de spinacia oleraceacultivados em Latossolo Amarelo

    132

    Efeito da adubao silicatada na correo do solo em regio de CerradoMaranhense

    136

    Efeito da adubao silicatada sobre a produtividade da cultura do arrozcultivado em um Argissolo Vermelho Amarelo Distrfico

    140

    Efeito de doses de cobre na cultura do eucalipto em solo de cerrado 144

    Efeito de fraes de lixiviao na umidade e condutividade eltrica de um solocultivado com sorgo forrageiro

    148

    Efeito de lminas de irrigao e doses de potssio sobre as taxas decrescimento do girassol

    152

    Elementos solveis em Neossolo Quartizarnico rtico Tpico a moderadoirrigado com efluentes domsticos no Semirido Brasileiro

    156

    Espacializao do banco de sementes de plantas daninhas sob cultivo degoiaba

    160

    Formao de fitomassa do girassol sob diferentes nveis de reposio hdrica eadubao potssica

    163

    Impact of different soil cover conditions on soil moisture in the semiarid 167

    ndice de clorofila em mudas de manjerico submetidas adubaonitrogenada

    171

    ndices de eficincia do uso da terra em consrcios agroecolgicos noSemirido Nordestino

    175

    Infiltrao da gua em um Latossolo Amarelo pelo mtodo do infiltrmetro deduplo anel sob diferentes tipos de cobertura

    178

  • Infiltrao de efluentes tratados e alteraes na qualidade do solo na ETEPonta Negra/Natal-RN

    181

    Influencia de guas salinas no crescimento do feijo macassar cv BRS Pajesob doses de nitrognio

    185

    Influncia de resduos vegetais no teor de carbono e matria orgnica do soloem cultivo de sorgo (sorghum bicolor l. Moenchem)

    189

    Limitaes nutricionais no crescimento inicial de milho em casa-de-vegetao 193

    Mapa de parmetros metereolgicos da regio noroeste paulista utilizando-sea geoestatstica

    197

    Mapeamento de macroporos superficiais utilizando termografia porinfravermelhos

    201

    Modelos de predio da produo de hastes florais de heliconia spp. Por meiode regresso linear multivariada e redes neurais artificiais

    205

    Multifractal analysis of pore size distributions from vertisols under differentproportions of rice in the rotation

    207

    Multifractal analysis of soil bulk density in a vineyard 211

    Obteno dos parmetros de transporte de sais utilizando o modelo DISP 215

    Parmetros topogrficos para la estimacin de propiedades fsicas del suelomediante geoestadstica

    219

    Perfil de diversidade da nematofauna em reas cultivadas com cana-de-acarno Litoral Sul de Pernambuco

    223

    Produo de feijo-caupi irrigado com gua salina sob fraes de lixiviao 226

    Produo de massa seca da couve chinesa hidropnica utilizando guassalobras

    230

    Rendimento da alface americana em cultivo hidropnico utilizando guassubterrneas salobras

    234

    Soil food web structure in Atlantic Forest: an assessment of the soil quality indifferent seasons

    238

    Soil properties influence the predator-prey relationship? 241

    Spatial and temporal variability of N, P and K IN a rice field 245

    Spatial variability of organic matter content and cation exchange capacity in anoxisol

    249

    Taxas de crescimento do girassol cultivado sob diferentes nveis de reposiohdrica e doses de K

    253

    Taxas de crescimento do girassol cultivado sob diferentes nveis de reposiohdrica e doses de K

    257

    Uso de geotecnologias no gerenciamento de parmetros agrometeorolgicos 261

    Variabilidad de las propiedades generales de un suelo de viedo a lo largo deun transecto

    265

    Variabilidade espacial da condutividade eltrica do solo medida por induoeletromagntica e da produtividade da cana-de-acar na Zona da Mata

    269

  • Norte de Pernambuco

    Variabilidade espacial de ndices de biodiversidade da macrofauna do solocultivado com cana-de-acar

    273

    Variabilidade espacial de metais pesados 277

    Variabilidade espacial dos componentes de produo da cultura do milho, P eM.O em solo sob plantio direto

    281

    Variablidad espacial del contenido en p, extrado con mehlich-3 y resina en unsuelo de pradera

    285

  • UMS 2014VI CONGRESSO SOBRE USO E MANEJO DO SOLO

    Recife (Pernambuco, Brasil), de 19 a 21 de maro de 2014

    9

    ADUBAO NITROGENADA E FOSFATADA PARA PRODUO DEGROS DE MILHO EM MOSSOR-RN

    Gernimo Ferreira da Silva(1); Fbio Henrique Tavares de Oliveira(2); Rodrigo GomesPereira(3); Jos Novo Jnior(4); Antonia Rosimeire da Cruz Silva(4); Talita Barbosa

    Abreu Digenes(5); Fbio Martins de Queiroga(4)

    (1) Departamento de Tecnologia Rural, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE; Rua Dom Manoel de Medeiros,s/n, Dois Irmos - CEP: 52171-900 - Recife/PE; E-mail: [email protected]; (2) Departamento de Cincias Ambientais eTecnolgicas, Universidade Federal Rural do Semi-rido UFERSA, CEP: 59.625-900, Mossor-RN; (3) UniversidadeFederal Rural de Pernambuco Unidade Acadmica de Garanhuns, CEP: 55.292-270, Garanhuns-PE; (4 e 5) Respectivamente,Programa de Ps-Graduao em Fitotecnia e Programa de Ps-Graduao em Manejo de Solo e gua, UFERSA.

    RESUMOO nitrognio (N) e o fsforo (P) geralmente so os

    dois nutrientes que ocorrem em menores teores no soloem relao necessidade da planta e so dois nutrientesdos mais exigidos pela cultura do milho. Objetivou-secom este trabalho definir a melhor combinao das dosesde N e P para produo econmica de gros de milho,assim como os nveis crticos desses nutrientes no solo,em um solo Argissolo Vermelho Amarelo do municpiode Mossor-RN. Os tratamentos estudados foramresultantes da combinao entre quatro doses de N (30,60, 90 e 120 kg ha-1) e de quatro doses de P2O5 (30, 60, 90e 120 kg ha-1) mais um tratamento testemunha, no qualno se aplicou nenhuma dose desses nutrientes. Odelineamento experimental foi o de blocos ao acaso comquatro repeties em esquema fatorial. As caractersticasavaliadas foram: produtividade de gros, teor de N e de Pno solo, receita bruta, custos com fertilizantesnitrogenados e fosfatados e receita lquida. A melhorcombinao das doses de N e de P2O5 recomendadas paraa produo de gros de 120 kg ha-1 de N combinadocom 95 kg ha-1 de P2O5. Os nveis crticos de N e de P nosolo so, respectivamente, de 0,43 g kg-1 e de 6,9 mg dm-3.

    Palavras-chave: Zea mays L., nitrognio, fsforo, nvelcrtico.

    INTRODUOO municpio de Mossor desponta como o principal

    produtor de melo e melancia do Brasil (IBGE, 2011;SILVA, 2013). Essas cucurbitceas so plantadas durantea estao seca (segundo semestre) sob condies deirrigao, mas durante a estao chuvosa (primeirosemestre) muitas reas plantadas com melo e melanciano so cultivadas, levando-se assim vrios produtores daregio a buscarem culturas alternativas para seremcultivadas na estao chuvosa, dentre elas a cultura domilho (Zea mays L.) por caracterizar-se como uma dasprincipais alternativas para o agricultor, justificando a suacapacidade de gerao de emprego e renda, advindos docultivo dessa gramnea, alm de se constituir como fatorfundamental na construo de alternativas viveis aodesenvolvimento rural (SILVA, 2013).

    Entretanto, para que a produo dessa cultura sejaeconomicamente vivel para os agricultores, necessrioque se obtenham produtividades elevadas, o que dependemuito, dentre outros fatores, do suprimento adequado denutrientes (PAIVA et al., 2012). Na maior parte da regiosemirida, o solo apresenta baixo teor de matriaorgnica, o que aumenta mais a demanda de nitrognio,caso o mesmo no seja fornecido via adubao mineral. Oteor de fsforo tambm baixo, sendo um macronutrienteque pode ser limitante ao crescimento e produtividade dacultura (SILVA, 2013).

    Nas principais tabelas de recomendao de adubaopara a cultura do milho em uso no pas(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR, 1993; RAIJet al., 1997; CAVALCANTI et al., 1998; RIBEIRO et al.,1999 e SOUSA & LOBATO, 2004) observam-serecomendaes de doses de N e de P2O5 que variam de 60a 95 kg ha-1 de N (mdia de 83 kg ha-1) e 0 a 125 kg ha-1

    de P2O5 (mdia de 85 kg ha-1), dependendo da tabela de

    recomendao de adubao e do teor de P no solo.As amplitudes entre as doses recomendadas para esses

    nutrientes expressam no somente as grandesdiscrepncias entre as tabelas, como tambm anecessidade de realizao de experimentos de adubaonas diferentes regies produtoras de milho do pas, tendoem vista a elaborao de recomendao de adubaesnitrogenada e fosfatada para essa cultura com base emresultados de pesquisas regionais, evitando a aplicao dedoses de nutrientes aqum ou alm das necessidades dessacultura.

    Em funo do exposto e tendo em vista a ausncia deresultados de pesquisas sobre adubao nitrogenada efosfatada para a cultura do milho no Estado do RioGrande do Norte, e, em particular no municpio deMossor, objetivou-se com este trabalho definir a melhorcombinao das doses de nitrognio e fsforo paraproduo econmica de gros de milho, assim comodefinir os nveis crticos desses nutrientes no solo, em umArgissolo Vermelho Amarelo do municpio de Mossor-RN.

    MATERIAL E MTODOSO experimento foi realizado na Fazenda Experimental

    Rafael Fernandes, pertencente a Universidade Federal ruraldo Semi-rido, distante 20 km da sede do municpio de

  • Silva, G. F. et al. Adubao nitrogenada e fosfatada para produo de gros de milho em Mossor-RN

    10

    Mossor-RN, em um Argissolo Vermelho Amarelo,eutrfico e de textura franco-arenosa (EMBRAPA, 2006).

    O delineamento experimental utilizado foi o de blocoscasualizados com quatro repeties. Os tratamentosconsistiram na combinao de quatro doses de N (30, 60,90 e 120 kg ha-1) com quatro doses de P2O5 (30, 60, 90 e120 kg ha-1), mais um tratamento com ausncia de N e deP2O5 (testemunha) obtendo-se 17 tratamentos etotalizando 68 parcelas. Cada parcela foi constituda porquatro linhas de 6 m de comprimento espaadas a 0,7 mentre si, contendo 26 plantas em cada, sendo as duaslinhas centrais descartando-se 0,5 m em cadaextremidade, consideradas como rea til da parcela ondeforam feitas as avaliaes.

    Os tratos culturais adotados durante a conduo doexperimento foram de acordo com CRUZ et al. (2006),empregando-se irrigao complementar (gotejamento)devido a ocorrncia de frequentes veranicos durante aestao chuvosa da regio.

    As doses de N foram parceladas, aplicando-se 20% dadose na semeadura e os 80% restantes em duascoberturas, aos 20 e 40 dias aps a emergncia dasplantas. As doses dos demais nutrientes foram aplicadasna semeadura e foram constantes para todos ostratamentos. As doses de N e K2O foram fornecidas pormeio dos fertilizantes uria (semeadura) e sulfato deamnio (cobertura) e cloreto de potssio, respectivamente,e para o fornecimento de P foi utilizado o superfosfatotriplo. As fontes de B, Zn e Cu foram o cido brico,sulfato de zinco e sulfato de cobre, respectivamente.

    A colheita foi realizada aos 112 dias aps asemeadura, quando os gros apresentavam um teor deumidade em torno de 20%. Foram avaliados aprodutividade de gros (estimada com base nas espigascolhidas em quatro metros lineares dentro da rea til decada parcela) mediante pesagem, e expressa em toneladaspor hectare, ajustadas para 13% de teor de umidade, osteores de N total (TEDESCO et al., 1995) e de Pdisponvel no solo (EMBRAPA, 1997), sendo a coleta dasamostras feitas de acordo com recomendao deOLIVEIRA et al. (2007).

    De posse dos valores da produtividade de grosestimados pelos modelos de regresso, foi realizada aanlise econmica da adubao do experimento, ondeforam calculados a receita bruta, os custos comfertilizantes e a receita lquida. Para realizao dessaanlise econmica, foram considerados os custos dosfertilizantes que variou em funo da combinao dasdoses dos mesmos e o preo de gros. No clculo do custodo fertilizante, no foi considerado o custo operacional desua aplicao com mquinas e servios. Os demais custos,como a semeadura, mo-de-obra, tratos culturais e outrositens envolvidos indiretamente no processo produtivo,como depreciao, despesas administrativas, juros eoutros servios no foram considerados, por serem osmesmos para todos os tratamentos.

    Na propriedade agrcola, um saco de milho com 60 kgfoi cotado a R$ 34. Para calcular os custos comfertilizantes, foi utilizado o custo dos fertilizantesempregados na adubao dos experimentos, tendo 1 kg deP2O5 via superfosfato triplo custado R$ 2,52, 1 kg de Nvia uria, custado R$ 4,18 e 1 kg de N via sulfato deamnio custado R$ 4,75. Com base nessas informaes e

    nos valores das doses de N e de P aplicadas, calculou-se ocusto da adubao. A receita lquida foi calculada atravsda diferena entre a receita bruta e os custos comfertilizantes.

    As anlises estatsticas consistiram da realizao deanlises de varincia e de regresso linear mltipla(superfcie de resposta). Com as mdias de cadatratamento foi ajustado um modelo de regresso linearmltipla considerando as doses de N e de P comovariveis independentes. Os coeficientes desse modeloforam ajustados e testados pelo teste t at o nvel de 10%de probabilidade, utilizando-se como erro experimental oquadrado mdio do resduo da anlise de varincia geraldo experimento (RIBEIRO JNIOR, 2001).

    RESULTADOS E DISCUSSOO aumento das doses de N e de P2O5 aplicadas ao solo

    influenciou positivamente (P < 0,01) a produtividade degros, assim como os teores de nitrognio e de fsforo nosolo (Tabela 1 e Figura 1). Comparando-se aprodutividade da testemunha (1.857 kg ha-1) com a mdiageral dos tratamentos (4.710 kg ha-1) verifica-se que asadubaes nitrogenadas e fosfatadas proporcionaramincremento na produtividade de gros de 153,63% emrelao testemunha.

    Tabela 1. Produtividade de gros e teores de nitrognio ede fsforo no solo, em funo de doses de nitrognio e defsforo aplicadas no solo.

    Dosede P2O5

    Dose de N (kg ha-1)Mdia

    0 30 60 90 120----------- Produtividade de gros (kg ha-1) -------

    -0 1.857 - - - - -

    30 - 3.567 4.286 4.312 4.942 4.27760 - 3.951 4.440 4.647 5.396 4.60890 - 4.522 4.611 4.808 5.487 4.857

    120 - 4.835 5.214 4.854 5.489 5.098Mdia - 4.219 4.638 4.655 5.328 4.710Anava: CV (%): 13,0 Ftrat: 6,62**

    ----------- Teor de nitrognio no solo (g kg-1) ----0 0,19 - - - - -30 - 0,37 0,39 0,46 0,36 0,3960 - 0,38 0,41 0,42 0,41 0,4090 - 0,37 0,38 0,43 0,38 0,39

    120 - 0,35 0,39 0,38 0,41 0,38Mdia - 0,37 0,39 0,42 0,39 0,39Anava: CV (%): 22 Ftrat: 2,64*

    ------- Teor de fsforo no solo(2) (mg dm-3) ------0 3,62 - - - - -30 - 3,80 3,94 5,55 5,49 4,6960 - 5,65 4,35 6,11 5,88 5,5090 - 7,70 6,91 7,13 11,07 8,20

    120 - 10,97 6,35 8,03 13,50 9,71Mdia - 7,03 5,39 6,70 8,98 7,02Anava: CV (%): 78,6 Ftrat: 1,06*

    Anava: Anlise de varincia considerando o delineamento em blocos ao acaso,com 16 graus de liberdade para tratamentos e 48 graus de liberdade para oresduo;P extrado com o extrator Mehlich-1; ** e *: significativo a 1 e a 5% deprobabilidade, respectivamente.

  • Silva, G. F. et al. Adubao nitrogenada e fosfatada para produo de gros de milho em Mossor-RN

    11

    O modelo da equao de regresso que melhor seajustou as doses de N foi o linear, inferindo que as dosesutilizadas no foram suficientes para a obteno damxima produtividade de gros. Para as doses de P2O5 foiajustado o modelo quadrtico, apresentando aprodutividade mxima estimada com a dose de 109 kg ha-1

    de P2O5 (Figura 1a).

    a) Y = 2.233,24 + 12,7084**N + 34,1615**P -0,157128**P2 R2 = 0,91

    b) Y = 0,30294 + 0,000761729**N +0,000334645P R2 = 0,72

    c) Y = 1,94459 + 0,0169576nsN + 0,0522061**PR2 = 0,75

    Figura 1. Superfcie de resposta para a produtividadede gros (a) e teores de nitrognio (N) (b) e defsforo (P) (c) no solo, em funo de doses denitrognio e de fsforo aplicadas no solo. ** e *:respectivamente, significativo a 1% e a 5% deprobabilidade.

    As doses de N e de P2O5 recomendadas por algumasliteraturas (LUCENA et al., 2000; OLIVEIRA &CAIRES, 2003; VALDERRAMA et al., 2011), para aobteno de produtividades de gros consideradaselevadas no distam com grandes magnitudes das dosesde N e de P2O5 recomendadas para a mximaprodutividade obtida neste trabalho.

    Com relao aos teores de N e de P no solo, verifica-se por meio das Figuras 1b e 1c que os teores de N e de Pno solo foram positivamente influenciados pelas doses deN e P2O5 aplicadas no solo e, que tanto para o teor Nquanto para o teor de P no solo, o modelo de equao deregresso que melhor se ajustou aos dados foi o linearcrescente.

    De acordo com os resultados obtidos, apesar da dosede mxima eficincia fsica estimada pelo modelo deequao de regresso (Figura 1a) ter sido de 120 kg ha-1

    de N combinado com 109 kg ha-1 de P2O5, essacombinao de doses no foi a que proporcionou a maiorreceita lquida para o experimento. Tendo em vista aanlise econmica da adubao (Tabela 2), a maiorreceita lquida estimada foi de R$ 2.388,02, a qualcorresponde a uma produo de 5.585,51 kg ha-1

    (produo de mxima eficincia econmica), a qual setorna possvel com a aplicao de 120 kg ha-1 de Ncombinado com a aplicao de 95 kg ha-1 de P2O5. Paraobteno dessa receita lquida mxima, o produtor teriaque investir R$ 795,72 com fertilizantes nitrogenados efosfatados.

    Tabela 2. Produo estimada de gros (PG), receita bruta,custos com adubos nitrogenados e fosfatados e receitalquida, em funo de doses de nitrognio e de fsforoaplicadas no solo.

    DosesPG (1)

    Receitabruta

    Custoscom

    adubos

    ReceitalquidaN P2O5

    -------- kg ha-1 --------- ---------------- R$ -----------------0 0 2.233 1.272,95 0,0000 1.272,95

    30 30 3.497 1.993,82 214,68 1.779,1430 60 4.098 2.336,16 290,28 2.045,8830 90 4.416 2.517,29 365,88 2.151,4130 95 4.441 2.531,80 378,48 2.153,3260 30 3.879 2.211,13 353,76 1.857,3760 60 4.479 2.553,47 429,36 2.124,1160 90 4.797 2.734,60 504,96 2.229,6460 95 4.823 2.749,11 517,56 2.231,5590 30 4.260 2.428,44 492,84 1.935,6090 60 4.861 2.770,78 568,44 2.202,3490 90 5.178 2.951,91 644,04 2.307,8790 95 5.204 2.966,43 656,64 2.309,79

    120 30 4.641 2.645,76 631,92 2.013,84120 60 5.242 2.988,10 707,52 2.280,58120 90 5.560 3.169,23 783,12 2.386,11120 95 5.585 3.183,74 795,72 2.388,02120 109(2) 5.615 3.200,57 830,24 2.370,32

    Produo estimada pela equao de regresso linear mltipla apresentadana Figura 1a. (2) Doses de N e de P2O5 estimadas pela equao de regressolinear mltipla para a produo de mxima eficincia fsica.

    Nas principais tabelas de recomendao de adubaopara a cultura do milho em uso no pas, observam-se

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    0

    30

    60

    90

    120

    030

    6090

    120

    Pro

    dutiv

    idad

    e de

    gr

    os (k

    g ha

    -1)

    N (k

    g ha

    -1 )

    P2O5 (kg ha -1)

    0,30

    0,35

    0,40

    0,45

    0

    30

    60

    90

    120

    030

    6090

    120

    Teor

    de

    N n

    o so

    lo (g

    kg-

    1 )

    N (k

    g ha

    -1 )

    P2O5 (kg ha -1)

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    0

    30

    60

    90

    120

    030

    6090

    120

    Teor

    de

    P n

    o so

    lo (m

    g dm

    -3)

    N (kg

    ha

    -1 )

    P2O5 (kg ha -1)

  • Silva, G. F. et al. Adubao nitrogenada e fosfatada para produo de gros de milho em Mossor-RN

    12

    recomendaes de doses de N e de P2O5 que variam de 60a 95 kg ha-1 de N (mdia de 78 kg ha-1) e 0 a 125 kg ha-1

    de P2O5 (mdia de 63 kg ha-1), dependendo da tabela de

    recomendao de adubao e do teor de P no solo.Assim, em mdia, essas tabelas de recomendao de

    adubao recomendam doses de N inferiores quelas squais se obteria a mxima eficincia fsica para onutriente neste trabalho, e, tambm recomendam doses deP2O5 inferiores s obtidas para a mxima eficinciaeconmica nesta pesquisa, no podendo desta forma, serconsideradas como as doses correspondentes mxima eficincia econmica para as condiesdeste trabalho.

    Substituindo os valores de doses de N e de P2O5encontrados para a produo de mxima eficinciaeconmica (120 kg ha-1 de N + 95 kg ha-1 de P2O5)(Tabela 2) nas equaes de regresso das Figuras 1b e 1c,estima-se que os nveis crticos de N e de P no soloassociados produo de mxima eficincia econmicapara a produo de gros foram de 0,43 g kg-1 e de 6,9 mgdm-3, respectivamente.

    CONCLUSESA melhor combinao das doses de N e de P2O5

    recomendadas para a produo de gros de 120 kg ha-1

    de N combinado com 95 kg ha-1 de P2O5. Os nveiscrticos de N e de P no solo so, respectivamente, de 0,43g kg-1 e de 6,9 mg dm-3.

    AGRADECIMENTOSOs autores agradecem ao CNPq pela concesso de

    bolsa de estudo ao primeiro autor e pelo financiamento dapesquisa.

    REFERNCIASCAVALCANTI, F.J.A.C. (Coord.). Recomendaes deadubao para o Estado de Pernambuco 2aproximao. Recife: IPA, 1998, 198p.

    CRUZ, J.C.; PEREIRA FILHO, I.A.; ALVARENGA,R.C.; GONTIJO NETO, M.M.; VIANA, J.H.M.;OLIVEIRA, M.F.; SANTANA, D.P. Manejo da culturado milho. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2006.12p.

    EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos.Manual de mtodos de anlises de solo. 2 ed. Rio deJaneiro: Embrapa, 1997. 212p.

    EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisas de Solos.Sistema Brasileiro de Classificao de Solos. 2 ed. Riode Janeiro, 2006. 212p.

    IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. (2011).Estados@. Disponvel em:http://www.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=rn&tema=lavouratemporaria2011. Acesso em: 22 de fevereiro de 2014.

    LUCENA, L.F.C.; OLIVEIRA, F.A.; SILVA, I.F.;ANDRADE, A.P. Resposta do milho a diferentesdosagens de nitrognio e fsforo aplicados ao solo.Revista Brasileira de Engenharia Agrcola eAmbiental, v.4, n.3, p.334-337, 2000.

    OLIVEIRA, F.H.T; ARRUDA J.A.; SILVA, I.F.;ALVES, J.C. Amostragem para avaliao da fertilidadedo solo em funo do instrumento de coleta das amostrase de tipos de preparo do solo. Revista Brasileira de Cinciado Solo, v.31, n.5, p.973-983, 2007.

    OLIVEIRA, J.M.S.; CAIRES, E.F. Adubao nitrogenadaem cobertura para o milho cultivado aps aveia preta nosistema plantio direto. Acta Scientiarum. Agronomy,v.25, n.2, p.351-357, 2003.

    PAIVA, M.R.F.C.; SILVA, G.F.; OLIVEIRA, F.H.T.;PEREIRA, R.G.; QUEIROGA, F.M. Doses de nitrognioe de fsforo recomendadas para produo econmica demilho-verde na chapada do Apodi-RN. Revista Caatinga,v.25, n.1-10, 2012.

    RAIJ, B.V.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.;FURLANI, A.M. C. Recomendaes de adubao ecalagem para o estado de So Paulo. 2 ed. Campinas:Instituto Agronmico/ Fundao IAC, 1997. 285p.

    RIBEIRO JNIOR, J.I. Anlises estatsticas no SAEG.Viosa: Universidade Federal de Viosa, 2001. 301p.

    RIBEIRO, A.C.; GUIMARES, P.T.G.; ALVAREZ V.,V.H. (Eds.). Recomendaes para o uso de corretivos efertilizantes em Minas Gerais. Viosa: CFSEMG, 1999.359p.

    SILVA, G.F. Adubao nitrogenada e fosfatada paraproduo de milho verde e de gros na Chapada doApodi-RN. Mossor, Universidade Federal Rural doSemi-rido, 2013. 121f. (Tese de Doutorado em Fitotecnia).

    SOUSA, D.M.G.; LOBATO, E. Cerrado: correo dosolo e adubao. Braslia: Embrapa InformaoTecnolgica, 2004. 416p.

    TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A.;BOHNEM, H.; VOLKWEISS, S. J. Anlise de solo,plantas e outros materiais. 2 ed. Porto Alegre:Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 1995. 174p.(Boletim Tcnico, 5).

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR.Recomendaes de adubao e calagem para o estado doCear. Fortaleza: Universidade Federal do Cear, 1993.247p.

    VALDERRAMA, M.; BUZETTI, S.; BENETT, C.G.S.;ANDREOTTI, M.; TEIXEIRA FILHO, M.C.M. Fontes edoses de NPK em milho irrigado sob plantio direto.Pesquisa Agropecuria Tropical, v.41, n.2, p.254-263,2011.

  • UMS 2014VI CONGRESSO SOBRE USO E MANEJO DO SOLO

    Recife (Pernambuco, Brasil), de 19 a 21 de maro de 2014

    13

    ADUBAO ORGNICA EM PLANTAS DE RCULA CULTIVADASEM CASA DE VEGETAO

    Vanuze Costa de Oliveira(1); Maria Elisa Falco de Oliveira(1); Ricardo Miranda dosSantos(2); Anacleto Ranulfo dos Santos(3)

    (1) Discente do Programa de Ps-graduao em Solos e Qualidade de Ecossistemas da Universidade Federal do Recncavo daBahia. Cruz das Almas Bahia, Brasil. CEP: 44380-000. [email protected]; (2) Discente do curso de Agronomia naUniversidade Federal do Recncavo da Bahia, Cruz das Almas - Bahia, Brasil; CEP: 44380-000. (3) Professor do Centro deCincias Agrrias Ambientais e Biolgicas da Universidade Federal do Recncavo da Bahia. Cruz das Almas Bahia, Brasil,CEP: 44380-000. [email protected].

    RESUMOA rcula (Eruca sativa Miller) uma hortalia folhosa

    bastante consumida no Brasil. E a produo destasespcies agronmicas tem aumentado nos ltimos anos noPas, devido, em especial s vitaminas presentes nelas. Noentanto, ainda so poucas as informaes a respeito danecessidade nutricional destas culturas agrcolas, emespecial s fontes e propores destas. Objetivou-seavaliar a formao de massa seca em plantas de rculaquando adubadas com distintas propores de hmus deminhoca. O experimento foi conduzido em casa devegetao e foram utilizadas plantas de rcula e doses dehmus de minhoca. Foi adotado o delineamentointeiramente casualizado com 6 doses de hmus deminhoca e quatro repeties. As plantas permaneceramsob tratamento durante 45 dias. Foi determinada aformao de biomassa das plantas de acordo com ostratamentos. A proporo de 30 % favoreceu a maiorformao de biomassa vegetal. Diante disso, o hmus deminhoca contribui com o aumento da formao debiomassa em plantas de rcula.

    Palavras-chave: Eruca sativa Miller, hmus de minhoca,massa seca.

    INTRODUOA rcula (Eruca sativa Miller) uma hortalia folhosa

    que bastante consumida no Brasil, e uma dashortalias mais nutritivas, contendo minerais comopotssio, enxofre e ferro, alm de vitaminas A e C (Portoet al., 2013).

    Nos ltimos anos, a produo de hortalias folhosastem aumentado devido o consumo destas tambmaumentou. Em especial, isso se deve ao fato de ashortalias folhosas possurem uma srie de vitaminas,protenas e nutrientes essenciais ao ser humano, como oferro.

    No entanto, apesar desse aumento na produo, aindaso poucos os trabalhos com estas culturas, em especialquanto s fontes nutricionais, algo que de sumaimportncia ter-se conhecimento, j que, dependendo dafonte de nutrientes utilizada, as plantas iro responder deforma satisfatria, ou no, para o produtor.

    Alm dessa falta de informaes, outro pontoimportante, porm, em muitas situaes deixado de

    lago, a necessidade nutricional da cultura. Sendo que,almejando retorno produtivo mais rpido, os horticultoresacrescentam ao solo, grandes quantidades de adubo(orgnico ou mineral), sem considerar a necessidade dovegetal, nem tampouco as caractersticas apresentadaspelos solos.

    Neste sentido, v-se a necessidade de estudos acercada quantidade, ou proporo de adubos a serem ofertados planta, para que assim, os benefcios secundriospossam surgir, como a conservao do solo e da gua.

    Dentro da preocupao com a produo em que apoluio ambiental seja minimizada, a prtica daadubao orgnica tem ganhado destaque devido osbenefcios agronmicos e ambientais, tais comofornecimento de distintos nutrientes s culturas,diminuio na poluio ambiental outrora causada pelosadubos inorgnicos, bem como a diminuio dadependncia de insumos para os produtores. Nestecontexto, Benedetti et al. (2009) afirmam que a prtica daadubao orgnica tambm contribui com a diminuiodos custos de produo, j que, esta fonte de nutrientes encontrada na maioria das propriedades rurais.

    Diante disso, objetivou-se avaliar a formao demassa seca em plantas de rcula quando adubadas comdistintas propores de hmus de minhoca.

    MATERIAL E MTODOSO experimento foi conduzido na casa de vegetao de

    nutrio mineral de plantas, no Centro de CinciasAgrrias, Ambientais e Biolgicas da UniversidadeFederal do Recncavo da Bahia, Campus de Cruz dasAlmas (1240 S; 3906 W; 226 metros de altitude), noperodo de junho a julho de 2013.

    Foram utilizadas plantas de rcula (Eruca sativaMiller). As mudas foram produzidas em bandejasplsticas com clulas individualizadas utilizando osubstrato comercial Plante Max.

    O delineamento experimental foi inteiramente aoacaso com seis tratamentos e quatro repeties,totalizando 24 parcelas experimentais. Como testemunhaabsoluta (tratamento 1) utilizou-se a soluo nutritivaproposta por Hoagland & Arnon, conforme a tabelaabaixo. Estas doses de nutrientes so consideradas timaspara a maioria das culturas agrcolas. As doses de hmusde minhoca foram: T2: 10 %; T3: 20 %; T4: 30 %; T5: 40

  • Oliveira, V.C.. et al. Adubao orgnica em plantas de rcula cultivadas em casa de vegetao

    14

    % e T6: 50 % do recipiente utilizado (capacidade para 1dm).

    A soluo nutritiva foi aplicada diariamente,substituindo a gua da irrigao, apenas para o tratamento1. As plantas permaneceram sob efeito dos tratamentosdurante 45 dias. Aps esse perodo, as plantas foramparticionadas em caule, folhas e raiz e conduzidas a estufade circulao de ar a 65 C at que adquirir pesoconstante. Passado este perodo, foram pesadas embalana de preciso com duas casas decimais e obtidas asmassa das diferentes partes do vegetal: raiz, caule, folha etotal.

    Os dados foram submetidos anlise de varincia peloTeste F e constatada a significncia realizou-se anlise deregresso polinomial linear e quadrtica utilizando-se dosoftware estatstico Sisvar (Ferreira, 2003).

    RESULTADOS E DISCUSSOObservou-se efeito significativo para a produo de

    biomassa seca nas plantas de rcula submetidas adubao orgnica. Para as variveis: massa das razessecas, massa das folhas secas e relao raiz parte area,observa-se relao funcional do tipo quadrtica.

    Em que, para massa das razes secas, possvel notarque quando no se utilizou adubao orgnica, houveaumente desta varivel (figura 1). O que pode ter sidoocasionado pelo fato da fonte nutricional ser a soluonutritiva completa, em que todos os nutrientes sodisponibilizados s plantas na forma prontamenteassimilveis. Diferente dos adubos orgnicos, pois, estesainda passaro pelo processo de decomposio emineralizao, onde, a partir de ento, disponibilizar osnutrientes para as plantas. Sendo que, a dose 0 contribuiucom a maior formao de massa seca de razes, estimadaem 2,1 g.

    Figura 1. Formao de biomassa de raiz em plantas de rcula(Eruca sativa Miller) submetida adubao orgnica. Cruz dasAlmas - BA, 2013.

    Em relao formao de massa das folhas secas visto que, na ausncia da matria orgnica, no houveacrscimo desta (figura 2). O que mostra que, a cultura darcula no to exigente quanto aos nutrientes quenecessita para seu crescimento e desenvolvimento.

    Figura 2. Formao de biomassa de folhas em plantas de rcula(Eruca sativa Miller) submetida adubao orgnica. Cruz dasAlmas - BA, 2013.

    Observando-se o ponto mais alto da curva, v-se queno foi a maior proporo do hmus que contribuiu com amaior formao de massa de folhas secas, sendo que ovalor que proporcionou a maior formao de biomassaseca, isto estimada em 4,26 g para a proporo de 30 %.

    Oliveira et al. (2013) tambm ao trabalharem comadubao orgnica na cultura da rcula constataram queesta fonte de nutrientes, favorece o crescimento da citadacultura.

    J para a relao raiz/parte area, observa-se que asoluo nutritiva favoreceu esta relao (figura 3). Issoimplica dizer que o resultado que se espera que, emplantas com menor biomassa area, a relao entrebiomassa subterrnea e area seja alta (Barbosa & Santos,2009), j que esta relao de trata de uma diviso damassa das razes pela massa da parte area.

    Figura 3. Relao Raiz/parte area em plantas de rcula (Erucasativa Miller) submetida adubao orgnica. Cruz das Almas -BA, 2013.

    A formao de massa de caule seco foi favorecidaquando houve o acrscimo de 10 % de hmus nosubstrato, sendo este valor mdio de 0,3 g (figura 4). Essevalor pode estar relacionado aos benefcios fornecidospela matria orgnica na produo agrcola.

    O hmus de minhoca apresenta uma caracterstica quedeve levar em considerao ao usar esta fonte nutricional:possui alta capacidade de troca catinica, devido apresena de cargas que retm ctions. Para a cultura daalface, o uso de adubao orgnica contribuiu com

  • Oliveira, V.C.. et al. Adubao orgnica em plantas de rcula cultivadas em casa de vegetao

    15

    aumento da produo de matria seca da cultura (PeixotoFilho et al., 2013).

    Figura 4. Formao de biomassa de caule em plantas de rcula(Eruca sativa Miller) submetida adubao orgnica. Cruz dasAlmas - BA, 2013.

    Ao trabalhar o efeito da salinidade na formao debiomassa seca em plantas de rcula Oliveira et al. (2013)constataram que as plantas responderam de formanegativa, ou seja, houve decrscimo para a varivel amedida que houve aumento da condutividade eltrica.Isso implica que alm da fonte nutricional, outrosaspectos so de suma importncia para o aumento daformao e biomassa desta cultura, como o caso dasalinidade da gua de irrigao.

    J para a massa seca das razes, Porto et al. (2013)constataram que a adubao com o potssio no interferena citada varivel. No entanto, para a varivel massa secada parte area, os autores observaram que o K aumenta aproduo desta. Alegando que isso se deve ascontribuies do elemento em diversas funes dovegetal, como o fechamento e a abertura dos estmatos.Santos et al. (2011) ao estudarem cinco cultivares dercula em distintas solues nutritivas, puderam perceberque no houve interao entre as rculas e as soluesnutritivas. Mas, a folha larga (mesma cultivar utilizadaneste experimento) apresentou maior produtividade nasoluo modificada.

    Porm, o uso da adubao orgnica contribui com omelhor crescimento e desenvolvimento das culturasagrcolas, como puderam constatar Santos et al. (2013),ao trabalharem com doses de adubos orgnicos em plantasde berinjelas.

    Medeiros et al. (2013) tambm constataram benefciosno uso de adubao orgnica em plantas de tomate,obtendo, assim, mudas de melhor qualidade, quandocomparadas quelas que no receberam a adubao.Tambm trabalhando com adubao orgnica emtomateiros, Oliveira et al. (2011) constataram que estasplantas obtiveram melhores resultados quando receberama adubao orgnica.

    CONCLUSESO uso da adubao orgnica favorece a formao de

    biomassa em plantas de rcula.A proporo de 30 % foi a que proporcionou a maior

    formao de biomassa de folhas de plantas de rcula.

    AGRADECIMENTOSOs autores agradecem Capes e ao laboratrio de

    Nutrio Mineral de Plantas da UFRB.

    REFERNCIASBARBOSA, R.I.; SANTOS, J.R.S. Biomassa de razesem ecossistemas de savana. Protocolo, verso 2. Boavista: Ministrio da Cincia e Tecnologia, 2009. 15p.Disponvel em:http://ppbio.inpa.gov.br/sites/default/files/Protocolo%20Raizes_Savanas_PPBio.pdf. Acesso em 10 out. 2013.

    BENEDETTI, E. L.; SERRAT, B. M.; SANTIN, D.;BRONDANI, G. E.; REISSMANN, C. B.; BIASI, L. A.Calagem e adubao no crescimento de espinheira-santa[Maytenus ilicifolia (Schrad.) Planch.] em casa devegetao. Rev. Bras. de Plantas Medicinais, Botucatu,v.11, n.3, 2009.

    FERREIRA, D.F.V. Sisvar 4.6. Sistema de anlisesestatsticas. Lavras: UFLA, 2003. 32p.

    MEDEIROS, D.C.; AZEVEDO, C.M.S.B.; MARQUES,L.F.; SOUSA, R.A.; OLIVEIRA, C.J. Qualidade demudas de tomate em funo do substrato e irrigao comefluente de piscicultura. Rev. Bras. de Agroecologia, v.8,p.170-175, 2013.

    OLIVEIRA, V.C.; CUNHA, A.L.A.; SANTOS, A.J.G.;LIRA, A.K.N.; LEO, A.C. Crescimento inicial dotomateiro quando nutrido com diferentes tipos econcentraes de matria orgnica. Cadernos deAgroecologia, V.6, n.2, 2011.

    OLIVEIRA, F.A.; SOUZA NETA, M.L.; SILVA, R.T.;SOUZA, A.A.T.; OLIVEIRA, M.K.T.; MEDEIROS, J.F.Desempenho de cultivares de rcula sob soluesnutritivas com diferentes salinidades. RevistaAgroambiente On-line, v.7, p.170-178, 2013.

    OLIVEIRA, V.C.; OLIVEIRA, M.E.F.; SANTOS, R.M.;AQUINO, E.L.; SANTOS, A.R. Resposta de plantas dercula adubao orgnica. Cadernos de Agroecologia,v.8, 2013.

    PEIXOTO FILHO, J.U.; FREIRE, M.B.G.S.; FREIRE,F.J.; MIRANDA, M.F.A.; PESSOA, L.G.M.;KAMIMURA, K.M. Produtividade de alface com dosesde esterco de frango, bovino e ovino em cultivossucessivos. Rev. bras. eng. agrc. Ambiental, v.17, p.419-424, 2013.

    PORTO, R.A.; BONFIM-SILVA, E.M.; SOUZA,D.S.M.; CORDOVA, N.R.M.; POLIZEL, A.C.;SILVA, T.J.A. Adubao potssica em plantas dercula: produo e eficincia no uso da gua. RevistaAgroambiente, v.7, p.28-35, 2013.

    SANTOS, O.S.; MELO, E.F.R.Q.; BASSO, D.P.;MENEGAES, J.F.; CARGNELUTTI FILHO, A.;FILIPETTO, J.E.; LUZ, R.C. Produo de cinco

  • Oliveira, V.C.. et al. Adubao orgnica em plantas de rcula cultivadas em casa de vegetao

    16

    cultivares de rcula em duas solues hidropnicas. Bras.Agrocincia, v.17, p.468-472, 2011.

    SANTOS, C.A.B.; ROCHA, M.V.C.; ESPINDOLA,J.A.A.; GUERRA, J.G.M.; ALMEIDA, D.L.; RIBEIRO,R.L.D. Cultivo agroecolgico de berinjeleira sob doses deadubao orgnica em coberturas vivas perenes.Horticultura Brasileira, v.31, p.311-316, 2013.

  • UMS 2014VI CONGRESSO SOBRE USO E MANEJO DO SOLO

    Recife (Pernambuco, Brasil), de 19 a 21 de maro de 2014

    17

    ADUBAO SILICATADA NO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMARADICULAR DA CULTURA DA SOJA SOB DIFERENTES REGIMES

    HDRICOS

    I.S. Reis(1); L. A. Santos(1); M. B. Furtado(2), V.M, Sousa(1); B.C. Mendes(1); L,Carvalho(1); Farias, M. F(2)

    (1) Discentes do Curso de Agronomia da Universidade Federal do Maranho, Camus IV - UFMA; E-mail:[email protected]; (2) Docente do Curso de Agronomia, da Universidade Federal do Maranho UFMA/CCAA.BR 222, Km 4, s/n, Boa Vista, Chapadinha-MA. CEP: 65500-000. Brasil. [email protected]

    RESUMOA soja uma das culturas agrcolas mais plantadas no

    mundo, amplamente utilizada na alimentao animal ehumana. No entanto, fatores climticos, como a faltadgua, podem reduzir significativamente odesenvolvimento do sistema radicular reduzindo acapacidade de absoro de nutrientes. Observando esteproblema na regio, realizou-se um estudo com objetivode avaliar o efeito da adubao silicatada sobre a culturada soja submetida ao dficit hdrico na regio deChapadinha/MA. O experimento foi realizado de janeiro amaio de 2013, em casa de vegetao modelo Van derHoeven. Utilizou-se o delineamento inteiramentecasualizado com oito tratamentos e quatro repeties,sendo: T1 sem dficit + 1400 Kg ha-1 de calcriodolomtico; T2 com dficit + 1400 Kg ha-1 de calcriodolomtico; T3 sem dficit + 500 Kg ha-1 de CaSiO3;T4 com dficit + 500 Kg ha-1 de CaSiO3; T5 semdficit + 1000 Kg.ha-1 de CaSiO3; T6 com dficit + 1000Kg.ha-1 de CaSiO3; T7 sem dficit + 1500 Kg.ha-1 deCaSiO3;T8 com dficit + 1500 Kg.ha-1 de CaSiO3. Aadubao com silicato de clcio proporcionou aumento nosistema radicular e aumento da massa seca e fresca da raizna cultura da soja mesmo quando as plantas foramsubmetidas ao dficit hdrico.

    Palavras-chave: silicato de clcio, Glycine Max (L)Merril, dficit hdrico, sistema radicular.

    INTRODUO

    A soja (Glycine max (L) Merril) uma dasoleaginosas mais cultivada no mundo. O Brasil ocupa aposio de segundo maior produtor mundial desse cereal,sendo responsvel por aproximadamente 26,8% da ofertaglobal do produto, ficando a trs apenas dos EstadosUnidos (FAO, 2008). Na safra de 2011/2012 foramcultivados cerca de 24 milhes de hectares, queproduziram em torno de 75 milhes de toneladas de gros(IBGE, 2012), um aumento considervel, comparado coma produo da safra de 2007/2008 que foi de 61 milhesde toneladas.

    Apesar de participar apenas com 10,4% da produobrasileira, a regio Nordeste tem apresentado crescimentoem rea e produo (MAPA, 2012). A regio sul do

    Maranho teve seu primeiro registro de cultivo da soja noano de 1970, realizado por agricultores em busca de novasfronteiras agrcolas. A partir dessa data, com o avano dapesquisa para o desenvolvimento de variedadesadaptadas, a cultura teve sua expanso tambm para osEstados do Piau e Tocantins (CONAB, 2005).

    O Brasil apresentar condies favorveis para ocultivo da soja e em algumas regies do pas o clima atuade forma decisiva para que a cultura se desenvolva deforma satisfatria, a exemplo disso so os veranicos quepodem vir a ocorrer durante o desenvolvimento dacultura, uma vez que a gua constitui aproximadamente90% do peso da planta, e sua atuao est presente empraticamente todos os processos fisiolgicos ebioqumicos. O efeito da deficincia hdrica na produodepende de sua severidade e da poca de ocorrncia(RUPPENTHAL, 2011).

    Mundstock e Thomas (2005) acrescentam o fato dasoja possuir sistema radicular pivotante, o qual atingegrandes profundidades em busca de gua, acrescido darpida recuperao do metabolismo e grande quantidadede reservas temporrias nas estruturas vegetativas,permitem planta manter o crescimento mesmo sobregime de estresse.

    A soja particularmente sensvel deficincia hdricadurante a emergncia das plntulas e na fase deflorescimento e enchimento dos gros, podendo ocorrerperdas significativas de produo, dependendo da duraoe intensidade da falta de gua (RUPPENTHAL, 2011).Observando esse problema na Regio do Baixo Parnabano leste maranhense, fez-se necessrio a realizao desseestudo com o objetivo de avaliar o desenvolvimento dosistema radicular da soja submetida sob regime deestresse hdrico adubada com silicato de clcio.

    O silcio no um elemento essencial para as plantas,no entanto Epstein e Bloom (2005) ressaltam que plantascrescendo em ambiente rico em silcio devem diferirdaquelas presentes em ambientes deficientes nesseelemento, e pode ser considerado um elementoagronomicamente essencial, pois propicia vrios efeitospositivos para mais de 30 espcies (KORNDORFER &OLIVEIRA, 2010).

    As plantas absorvem o silcio da soluo do solo naforma de cido de monossilcico (H4SiO4) (MITAMI &MA, 2005). Em muitas plantas o silcio encontrado emgrandes concentraes nas folhas, no entanto na planta de

  • Reis, I.S. et al. Adubao silicatada no desenvolvimento do sistema radicular da cultura da Soja sob diferentesregimes hdricos

    18

    soja o teor de silcio maior nas razes em comparaocom as folhas (OLIVEIRA & CASTRO, 2002), segundoMiyake & Takahashi (2005), na soja, a deficincia desilcio causa sintomas caractersticos, como a mformao de folhas e a reduo da fertilidade do gro-de-plen.

    MATERIAL E MTODOS

    rea de EstudoO experimento foi realizado no perodo de janeiro a

    maio de 2013, em casa de vegetao modelo Van derHoeven, com 6,5m de largura e 14,5m de comprimento,pertencente Universidade Federal do Maranho-CCAA/UFMA, campus Chapadinha, cujas coordenadasso 3 44 16S, 43 18 98W e 105 m de altitude.Segundo Kppen, o clima predominante da regio dotipo Aw-20 clima tropical mido, a temperatura mdiaanual de 27C com temperatura mxima de 39C emnima 23C e precipitao anual mdia de 1200 mm(MARANHO, 2002).

    O solo utilizado foi classificado como ArgissoloVermelho Amarelo Distrfico (SANTOS et al., 2013), oqual foi retirado amostras na camada arvel (0-20 cm)para anlise qumica e para compor o experimento(preenchimento dos vasos). O solo apresentou asseguintes caractersticas qumicas: M.O:44,2 g.kg-1; pHem gua:5,0; P:7,4 mg.dm-3; K:0,1 cmolc.dm

    -3; Ca:5,4cmolc.dm

    -3; Mg:1,2 cmolc.dm-3; S.B:6,7 cmolc.dm-3;

    V(%): 41,87; H+Al:9,2 cmolc.dm-3 e CTC: 16,0

    cmolc.dm-3.

    O experimento foi conduzido em vasos, os quaispossuam capacidade de 6 dm-3 de solo. Para o processode incubao, as amostras foram colocadas em sacosplsticos e permaneceram incubadas durante 30 dias, nostratamentos sem silcio, o solo foi incorporado ao calcriodolomtico (CaCO3.MgCO3), e nos tratamentos comsilcio via solo, o calcrio foi substitudo pelo silicato declcio (CaSiO3).

    A determinao da umidade do solo foi realizadaatravs do mtodo do tensimetro, que consistiu nainstalao de um tensimetro com manmetro demercrio para medir a tenso de gua no solo. Assim, ovolume inicial de gua aplicado foi calculado, por meioda seguinte equao: L = cc 10kpa Z Av, em queL= Lmina de gua a ser aplicada, em ml; cc = umidadena capacidade de campo, em %; 10kpa = umidade natenso de 10 KPa, em %; Z= profundidade efetiva dosistema radicular, cm; Av= rea do vaso, em m2.

    Para o clculo do volume de gua correspondente auma tenso crtica a cultura, foi utilizada a equao: L =cc 25kpa Z Av, em que L= Lmina de gua a seraplicada, em ml; cc = umidade na capacidade de campo,em %; 25kpa = umidade crtica para a cultura %; Z=profundidade efetiva do sistema radicular, cm; Av= reado vaso, em m2.

    O volume de gua utilizado nos tratamentos semdficit foi de 360 ml aplicado diariamente, e nostratamentos com dficit a lmina foi de 1.200 ml com 21um turno de rega de 4 dias. Enquanto as amostras estavamincubadas todos os tratamentos foram conduzidos sob

    manejo normal de irrigao, mantendo-se o solo prximoda capacidade de campo. Aps a implantao da culturafoi realizada a diferenciao dos tratamentos. Foiobservado que houve lixiviao nos tratamentos quereceberam a lmina de 1.200 ml (com dficit hdrico),porm, esse volume no foi quantificado. A lmina deirrigao durante todo o ciclo da cultura foi de 43,20 mmpor vaso nos tratamentos sem dficit, e 36 mm por vasonos tratamentos com dficit hdrico.

    O delineamento experimental adotado foi inteiramentecasualizado, constitudo por quatro doses de silicato declcio e dois regimes hdricos, com quatro repeties,totalizando 32 parcelas experimentais.

    As doses de silicato de clcio (Agroslicio 10,5% deSi e 15,0% de Ca) utilizadas foram as seguintes: 0, 500,1000 e 1500 Kg.ha-1, que correspondem a 0, 112, 224 e336 Kg-ha

    -1 de SiO2.Cada parcela foi constituda por dois vasos e cada

    vaso continha duas plantas, resultando num nmero de 64parcelas. Foram coletadas as plantas contidas em um dosvasos de cada parcela para avaliaes no estdio deflorescimento (R1). Os tratamentos utilizados foram: T1 sem dficit + 1400 Kg.ha-1 de calcrio dolomtico; T2 com dficit + 1400 Kg.ha-1 de calcrio dolomtico; T3 sem dficit + 500 Kg.ha-1 de CaSiO3; T4 com dficit +500 Kg.ha-1 de CaSiO3; T5 sem dficit + 1000 Kg.ha-1de CaSiO3; T6 com dficit + 1000 Kg.ha-1 de CaSiO3;T7 sem dficit + 1500 Kg.ha-1 de CaSiO3; T8 comdficit + 1500 Kg.ha-1 de CaSiO3.

    A cultivar utilizada foi a ANSC 89109 de ciclo mdio(115 a 125 dias) da Agronorte com produtividade mdiade 4.500 Kg.ha-1.

    A adubao de base isenta de N, foi realizada deacordo com a anlise qumica do solo e segundo arecomendao de (CFSMG, 1999). Assim, a adubaoconstou da aplicao de 80 Kg.ha-1 de P2O5 e 120 Kg.ha

    -1

    de K2O na forma de superfosfato simples e cloreto depotssio, respectivamente.

    Antes da semeadura as sementes foram tratadas commicronutrientes Broadrak Mn, Mo + Co + Mn e comStandak Top, fungicida + inseticida. Aps o tratamentoas sementes foram inoculadas com inoculante lquidoRizoliq Top (concentrao de 6,0 x 109 UFC/ml), o qualcontinha bactrias do gnero Bradyrhizobium japonicum.A dosagem foi de 100 ml de inoculante para 50 Kg desementes. A semeadura foi realizada no dia 26/01/2013,logo aps a inoculao das sementes, colocando-se cincosementes/vaso. A emergncia das plntulas ocorreu trsdias aps o plantio. Aos dez dias aps a emergncia(DAE) das plantas procedeu-se o desbaste, deixando-seduas 2 plantas por vaso, para evitar competio eposteriores perdas de parcelas.

    AmostragensUtilizou-se paqumetro para medir o dimetro dos

    ndulos da raiz principal de cada planta, em seguidaobservou-se o nmero de ndulos da raiz principal;nmero de ndulos das razes secundrias; dimetro dosndulos da raiz principal, em seguida fez-se uso ainda deuma rgua centmetrada comprimento do sistemaradicular, utilizou-se ainda uma balana de preciso paradeterminar a massa fresca e massa seca das razes

  • Reis, I.S. et al. Adubao silicatada no desenvolvimento do sistema radicular da cultura da Soja sob diferentesregimes hdricos

    19

    respectivamente.

    Anlise estatsticaAs anlises estatsticas foram realizadas pelo

    programa Assistat 7.6 beta. Os dados avaliados para osdiferentes tratamentos foram submetidos anlise devarincia, e as mdias foram comparadas entre si peloTeste t ao nvel de 5% de probabilidade.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    De modo geral, os tratamentos contendo silicato declcio promoveram maiores comprimentos da raizprincipal, o tratamento que recebeu 1.500 kg.ha-1 deCaSiO3 (T8) com dficit hdrico proporcionou maiordesenvolvimento do sistema radicular diferindo dosdemais tratamentos (Tabela 1). Provavelmente, isso deveter ocorrido porque a planta quando submetida a estressehdrico em ambientes salino tem seu sistema radicularorientado em direo umidade do solo para podersuprir-se. Este fato corrobora com as afirmaes de(Trautmann, 2009), que verificou aumento na densidade eprofundidade das razes quando as plantas foramsubmetidas ao dficit hdrico. Resultados estes que podemser evidenciados no presente experimento.

    Para a massa fresca da raiz (MFR), os tratamentoscorrespondentes a dose de 500 Kg.ha-1 de CaSiO3 (T3 eT4) (Tabela 1) mostraram superioridade sobre os demaistratamentos, constatando que as menores doses de silicatode clcio proporcionaram melhor desenvolvimento dasrazes.

    Com relao massa seca da raiz (MSR), o tratamentoT3 apresentou mdia superior aos demais, no diferindo,entretanto, significativamente, dos tratamentos T1 (comcalcrio e sem dficit) e do T4, provavelmente devido splantas no estarem sob regime de estresse hdrico que .De forma geral, verificou-se que a adubao silicatada emmenores doses proporcionou melhores resultados para osparmetros massa fresca e massa seca do sistemaradicular das plantas de soja.

    Os tratamentos com dficit hdrico no geralapresentaram os maiores valores para nmeros de ndulosna raiz principal (Tabela 1), no entanto no foi observadasignificncia entre os tratamentos, isso poder ter ocorridopelo de fato de as plantas terem sido adubadas com N(nitrognio), como a planta foi suprida com esse elementoa mesma no deixou ocorrer o processo de simbiose ondea leguminosa fornece carboidratos para as bactrias queoriginam os ndulos (Rhizobium) em troca essa bactriasfixam o N2 atmosfrico que ser absorvido pelas razesdas plantas na forma de amnio (NH4+) ou de nitrato(NO3-) (Taiz & Zeiger, 2002).

    Foram observados resultados diferentes para osnmeros de ndulos das razes secundrias onde ostratamentos com calcrio dolomtico (CaCO3MgCO3)(Tabela 1) apresentaram as maiores mdias, mas nodiferiram estatisticamente que foram tratados com silicatode clcio, mesmo quando submetidos ao regime deestresse hdrico.

    Para dimetro dos ndulos, o silicato de clcioproporcionou melhores resultados sendo que os

    tratamentos com T6 (1.000 Kg.h-1) e o T8 (1.500 Kg.ha-1)apresentaram mdias superiores aos tratamentos, noentanto os resultados no diferiram estatisticamente dosdemais, evidenciando que doses crescentes de silicato declcio podem promover melhores resultados para odimetro dos ndulos.

    CONCLUSO

    De acordo com os resultados obtidos com esse estudoa planta de soja respondeu de forma positiva s aplicaesde doses crescentes de silicato de clcio mesmo quando aplanta foi submetida a condies de estresse hdrico oqual proporcionou melhor desenvolvimento do sistemaradicular, aumentado dessa forma a capacidade de aplanta retirar a gua de camadas mais profundas dosubsolo podendo aumentar de forma substancial aprodutividade dessa cultura na regio do cerradomaranhense, no entanto faz-se necessrio mais pesquisassobre a atuao do silcio na cultura da soja.

    REFERNCIAS

    COMISSO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DEMINAS GERAIS. Sugestes de adubao para as diferentesculturas em Minas Gerais: Calagem. In: Recomendaes para ouso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. Viosa:Universidade Federal de Viosa, 1999. Cap. 8, 43-60.

    COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB). Indicadores da agropecuria. http://conab.gov.br.(Jan. de 2005).

    EPSTEIN, E.; BLOOM, A. J. Mineral Nutrition of Plants:Principles and Perspectives. Ed., Sinauer Associates, Inc., 2005.400 p.

    FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations.Statistical Databases. Disponvel em: http://faostat.fao.org/.Acesso em: 14 de mar., 2011.

    IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica.Levantamento sistemtico da produo agrcola (LSPA). Riode Janeiro, v.25 n.03 p.1-88 mar. 2012.

    KORNDORFER, G.H.; OLIVEIRA, L.A. Uso do silcio emculturas comerciais. In: Simpsio Brasileiro sobre Silcio naAgricultura, 5., 2010, Viosa. Anais... Viosa: UFV/DFP, p. 3-25, 2010.

    MAPA: MINISTRIO DA AGRICULTURA, PECURIA EABASTECIMENTO. Brasil Projees do Agronegcio2011/2012 a 2021/2022. Braslia, Abril. 2012. Disponvel em:http://www.agricultura.gov.br. Acesso em junho de 2013.

    MARANHO. Atlas do Maranho. Gerncia de Planejamentoe Desenvolvimento Econmico/Laboratrio deGeoprocessamento. Universidade Estadual do Maranho. SoLuis: GEPLAN, 2002. 44p.

    MITAMI, N.; MA, J. F. Uptake system of silicon in differentplant species. Journal of Experimental Botany, v. 56, p. 1255,1261, 2005.

  • Reis, I.S. et al. Adubao silicatada no desenvolvimento do sistema radicular da cultura da Soja sob diferentesregimes hdricos

    20

    MUNDSTOCK, C. M.; THOMAS, A. L. Soja: fatores queafetam o crescimento e o rendimento de gros. Porto Alegre:Departamento de Plantas de Lavoura da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul, 2005.

    OLIVEIRA, L. A.; CASTRO, N. M. Ocorrncia de Slica nasfolhas de Curratella americana L. e de Davilla elliptica ST.Hil. Ver. Horizonte Cientfico, 2002. Disponvel em: .Acesso em: 10 jan. 2010.

    RUPPENTHAL, V. Adubao silicatada na cultura da soja esua influncia na tolerncia ao dficit hdrico. MarechalCndido Rondon, 2011. 69p. Dissertao (Mestrado emAgronomia), Universidade Estadual do Oeste do Paran.

    SANTOS, H. G.; JACOMINE, P. K. T.; ANJOS, L. H. C.;OLIVEIRA, V. A. V.; LUMBRERAS, J. F.; COELHO, M. R.;ALMEIDA, J. A.; CUNHA, T. J. F.; OLIVEIRA, J. B. Sistemabrasileiro de classificao de solos 3 ed. ver. ampl. - Braslia,DF: EMBRAPA, 2013. 353 p. il. color.

    TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant physiology. 3 ed. Sunderland:Sinauer Associates, p. 287-460, 2002.

    TRAUTMANN, R. R. Disponibilidade de boro para a culturada soja em resposta a doses e fontes do nutriente e potenciaisde gua do solo. 2009. 82 p. Dissertao (Mestrado emAgronomia) Universidade Estadual do Oeste do Paran.

    Tabela 1. Parmetros estatsticos para comprimento da raiz principal (CRP), massa fresca da raiz (MFR), massa seca daraiz (MSR), nmero de ndulos da raiz principal (NNRP), nmero de ndulos das razes secundrias (NNRS)e dimetro dos ndulos da raiz principal (DNRP) em Chapadinha (MA), 2013 .

    Calcrio (Kg.ha-1) CaCO3MgCO3 Silicato de Clcio (Kg.ha-1) CaSiO3

    Doses 1.400 500 1.000 1.500Regime Hdrico CRP (cm.planta-1)**

    Sem dficit 25,40 D (T1) 34,22 B (T3) 25,97 D (T5) 33,25 C (T7)Com dficit 21,22 E (T2) 33,10 C (T4) 35,25 B (T6) 36,22 A (T8)

    Regime Hdrico MFR (g.planta-1)**

    Sem dficit 4,65 C (T1) 9,52 A (T3) 3,52 E (T5) 4,97 D (T7)Com dficit 2,95 F (T2) 6,52 B (T4) 2,70 F (T6) 3,15 F (T8)

    Regime Hdrico MSR (g.planta-1)**Sem dficit 3,30 A (T1) 3,22 A (T3) 2,70 B (5) 2,52 C (T7)Com dficit 2,20 D (T2) 3,12 A (T4) 2,12 D (6) 2,07 D (T8)

    Regime Hdrico NNRP ns

    Sem dficit 2,75 A (T1) 0,00 A (T3) 2,25 A (T5) 2,75 A (T7)Com dficit 4.50 A (T2) 2,00 A (T4) 3,25 A (T6) 5,50 A (T8)

    Regime Hdrico NNRS ns

    Sem dficit 94.25 A (T1) 66,25 A (T3) 72,25 A (T5) 37,75 A (T7)Com dficit 51,50 A (T2) 27,50 A (T4) 57,50 A (T6) 44,00 A (T8)

    Regime Hdrico DNRP ns

    Sem dficit 2,46 A (T1) 0,00 A (T3) 1,74 A (T5) 1,66 A (T7)Com dficit 0,60 A (T2) 2,29 A (T4) 2,77 A (T6) 3,89 (T8)

    **significativo ao nvel de 1% de probabilidade. ns- no significativo. Mdias seguidas de mesma letra no diferem entre si estatisticamente peloTeste t.

  • UMS 2014VI CONGRESSO SOBRE USO E MANEJO DO SOLO

    Recife (Pernambuco, Brasil), de 19 a 21 de maro de 2014

    21

    AGROECOSSISTEMA INTEGRADO LAVOURA-PECURIA,ASSOCIADO AO PLANTIO DIRETO EM PALHAS DE LEGUMINOSAS

    EM ALIAS

    Luana Almeida Torres (1); Jssyca Soares Martins Reinaldo (2); Camila Vieira da Silva(3); Fabiola dos Santos Dias (4); Francisco Alberto de Sousa Lima Filho (4); Alana das

    Chagas Ferreira Aguiar (6)

    1Estudante do Curso de Agronomia na Universidade Federal do Maranho, BR-222, Boa Vista, Chapadinha MA; Email:[email protected]

    2Estudante do Curso de Agronomia na Universidade Federal do Maranho, BR-222, Boa Vista, Chapadinha MA3Estudante do Curso de Agronomia na Universidade Federal do Maranho, BR-222, Boa Vista, Chapadinha MA4Estudante do Curso de Agronomia na Universidade Federal do Maranho, BR-222, Boa Vista, Chapadinha MA5Estudante do Curso de Agronomia na Universidade Federal do Maranho, BR-222, Boa Vista, Chapadinha MA

    6Professora Dra. em Agronomia na Universidade Federal do Maranho, BR-222, Boa Vista, Chapadinha MA

    RESUMOOs sistemas integrados lavoura-pecuria podem reunir

    em um mesmo espao e ao mesmo tempo os processos deregenerao da fertilidade do solo de produo dasculturas e de criao de pequenos animais; atender aspremissas de reciclagem de nutrientes e diminuir a coesodo solo pelo efeito da cobertura. O objetivo deste trabalhofoi avaliar um agroecossistema de plantio direto sobreresduos de diferentes combinaes de leguminosasarbreas quanto: i) capacidade de reciclagem denutrientes e de aumentar a produtividade da cultura domilho; ii) capacidade de aumentar a produo debiomassa. A gliricdia e a accia foram as espcies queapresentaram maiores quantidades de biomassa, o queindica maior estabelecimento na rea. A leucena e osombreiro apresentaram menores produes de biomassapor causa do desenvolvimento mais lento dos brotos emrelao ao seu crescimento. Para o peso de gros otratamento controle, accia e leucena no diferiramestatisticamente entre si, no entanto o tratamento controleapresentou maior mdia comparada com os outrostratamentos, da mesma forma ocorreu com o peso mdiode espigas, isso devido alta incidncia de luz e maiorcapacidade de produo de fotoassimilados. Para o pesode 100 gros no houve diferena significativa entre ostratamentos com accia e o tratamento controle, aindaassim o tratamento com accia foi superior ao controlePortanto, a produtividade do milho foi positivamenteinfluenciada pela adubao com a palha das leguminosaso que garante ndices satisfatrios de produtividade,auxiliando principalmente os agricultores familiares doMaranho.

    Palavras-chave: Reciclagem de nutrientes, Biomassa,Produtividade.

    INTRODUOA recuperao das reas degradadas por mtodos

    tradicionais de preparo de solo e semeio de capim muitoonerosa em especial pela necessidade de correo e de

    fertilizao (Portes et al., 2000). Por isso, a estratgia derecuperao ou renovao de pastagem conjuntamentecom o consrcio de culturas de gros tem se mostradouma alternativa vivel. Segundo Diaz Rossello, (1992) ainterao agricultura-pecuria aparece como uma dasestratgias mais promissoras para desenvolver sistemas deproduo menos intensivos no uso de insumos e, por suavez, mais sustentveis no tempo.

    A intensificao ecolgica da agricultura pode serdefinida como processo que possibilita uma maiorproduo agrcola por unidade de uso de recursominimizando o impacto da produo no ambiente.Alcan-la exigira a maior preciso do uso de insumos ereduo de ineficincias e perdas, indo alm de eficinciade um insumo nico, em um nico campo. Por isso, coma adoo desse sistema alternativo, os produtoresprecisam ter certeza do aumento da produtividade e dasustentabilidade de suas reas designadas agriculturacomo o fornecimento da biomassa forrageira de capim eleguminosa para a adubao verde e para alimentao dosanimais em perodo seco, diminuio da coeso do solopelo efeito da cobertura morta, alm da manuteno eaumento do carbono do solo contribuindo para adiminuio dos gases do efeito estufa.

    Diante do exposto este trabalho abordar a avaliaode uma agroecossistema de plantio direto sobre resduosde leguminosas arbreas quanto capacidade dereciclagem de nutrientes e o aumento da produtividade domilho, capacidade de aumentar a produo de biomassa.

    MATERIAL E MTODOSO experimento foi instalado no povoado

    Acampamento no municpio de Brejo, em um sistema decultivo em alias, com quatro espcies de leguminosas,duas de alta qualidade de resduos Leucaenaleucocephala (leucena) e Gliricidia sepium (gliricdia) eduas espcies de baixa qualidade de resduos Clitoriafairchildiana (sombreiro) e Acacia mangium (accia). Asespcies foram semeadas em fileiras simples de forma quecada parcela de 70 x 42,5 m recebeu apenas um tipo de

  • Torres, L.A. et al. Agroecossistema integrado lavoura-pecuria, associado ao plantio direto em palhas deleguminosas em alias

    22

    leguminosa. Em cada parcela contm 17 linhas deleguminosas, espaadas entre si a 2,5m, e a 50 cm entreleguminosas por fileira.

    Em janeiro de 2013 realizou-se a poda parcial dasgalhadas laterais das leguminosas para facilitar o manejoe futuras atividades no interior do sistema, logo aps ocorte o material foi pesado e distribudo uniformementena rea.

    O capim Brachiaria cv. mulato cultivado no anoanterior foi eliminado com aplicao de herbicidaGlifosate com o uso de uma bomba costal.

    O milho (cultivar AG 7088) foi semeado em janeirono incio do perodo chuvoso entre a as parcelas deleguminosas a um espaamento de 70 cm entre linhas e 30cm entre plantas. Concomitantemente ao plantioprocedeu-se a adubao de plantio com 80 kg/ha de P2O5-+ 7 kg/ha de Zn. Foram realizadas duas adubaes decobertura, a primeira aplicao no estdio vegetativo de 4a 5 folhas do milho e a segunda aplicao no estdiovegetativo de 10 folhas, onde foram aplicadas 90 kg/ha deN na forma de uria e 60 kg/ha de K2O na forma decloreto de potssio. Todos os tratamentos receberamadubao fosfatada correspondente a 80 kg/ha de P2O5.

    A biomassa resultante da poda total das leguminosasfoi pesada e distribuda uniformemente entre todas asparcelas de cada tratamento. Foi cultivado o milho e apsquinze dias, entre as linhas do milho, foi cultivado ocapim Brachiaria cv. mulato (Figura 1).

    A colheita do milho foi realizada no ms de julho, 140dias aps o plantio do milho, com a retirada de 25amostras por tratamento e cada ponto amostral colhidouma rea representativa de 5m2 por coleta, para realizaodas anlises de peso mdio de espiga (PME), peso de 100gros (P100) e produtividade (P).

    Aps sete dias da colheita do milho foi realizada maisuma poda parcial das leguminosas, para que osombreamento das leguminosas no influenciasse nocrescimento da pastagem.

    Os dados foram analisados estatisticamente usando oPrograma Info Stat (2011), onde o peso mdio da espiga(g), o peso de 100 gros (g) e o peso total de gros foramsubmetidos anlise de varincia e as mdias comparadaspelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

    RESULTADOS E DISCUSSOA gliricdia e a accia foram s espcies que

    apresentaram as maiores quantidades de biomassa seca(Tabela 1). Obtiveram nas duas primeiras podas umarpida reposio das suas folhas e, conseqentemente,maior capacidade de produo de biomassa. Taisresultados indicam maior estabelecimento dessas espciesna rea.

    A leucena e o sombreiro apresentaram menorproduo de biomassa (Tabela 1), o que pode serexplicado pelo fato de possurem um desenvolvimentomais lento dos brotos, no obtendo maturao vegetativasuficiente para o corte e diminuio da rebrota.

    Pode-se tambm considerar a proteo oferecida pelacobertura vegetal, s menores amplitudes diuturnas davariao trmica do solo, a proteo ao impacto das gotasda chuva e ao escorrimento superficial, proporcionandouma temperatura no solo mais estabilizada e protegendo o

    solo contra importantes perdas de nutrientes, de gua e dosolo (MOURA e AGUIAR 2006).

    O maior peso mdio de espiga ocorreu no controle,devido elevada incidncia de radiao solar sobre acultura do milho aumentando a capacidade de produofotossinttica (Tabela 2). A anlise de vriosexperimentos realizados em diferentes regies produtorasde milho no mundo demonstraram que o rendimento emgros desse cereal correlaciona-se positivamente com aradiao incidente mdia diria e com a amplitude trmicaresultante (Andrade, 1992).

    Para o peso de 100 gros no houve diferenasignificativa entre os tratamentos com accia e otratamento controle, ainda assim o tratamento com acciafoi superior ao controle (Tabela 3).

    Em trabalhos realizados, segundo AGUIAR et al.(2010) os tratamentos com accia proporcionaram melhorcobertura do solo ao longo de todo o ciclo de milho; pelos90 dias, s 40% dos seus resduos foram decompostos. Asleguminosas proporcionam diferentes quantidades deresduos e tm padres distintos de decomposio. Nosistema de alias todos os tratamentos que incluem acciativeram a maior quantidade e maior tempo depermanncia do resduo na camada. (AGUIAR et al2010). Dessa forma oferece maior proteo contraescorrimento superficial, impactos de chuva e perdas denutrientes, gua e solo.

    Para o peso total de gros o tratamento controle,accia e leucena no diferiram estatisticamente entre si,no entanto o tratamento controle apresentou maior mdiacomparada com os outros tratamentos (Figura 2). Noagroecossistema de plantio direto na palha deleguminosas arbreas a produtividade do milho estdentro do nvel nacional que tem 4.265 kg ha-1, mostrandoeficincia no sistema.

    CONCLUSESConclui-se que as leguminosas implantadas

    mostraram-se eficientes na cobertura do solo por meio daquantidade de biomassa produzida, e pela capacidade dereciclar nutrientes. O tratamento accia mais indicadopara cobertura do solo.

    O peso de 100 gros na accia aumentou aprodutividade do milho quando comparada com ocontrole, devido seu maior tempo de permanncia no solo,evitando perdas de nutrientes.

    Confirma-se que o plantio direto na palha deleguminosas arbreas oferece benefcios para a cultura,por meio da cobertura do solo e reciclagem de nutrientes.

    AGRADECIMENTOSAos integrantes do grupo de pesquisa Econous pelacolaborao na realizao deste trabalho e aoCNPq/FAPEMA.

    REFERNCIASAGUIAR, A. C. F, Bicudo S. J, Costa Sobrinho J. R. S,Martins A. L. S, Coelho K. P, Moura E. G. (2010).Nutrient recycling and physical indicators of an alleycropping system in a sandy loam soil in the Pre-

  • Torres, L.A. et al. Agroecossistema integrado lavoura-pecuria, associado ao plantio direto em palhas deleguminosas em alias

    23

    Amazon region of Brazil. NutrientCycling in Agroecosystem 86:189198.

    ANDRADE, F. H. Radiacin y temperatura determinanlos rendimentos mximos de maiz. Instituto Nacional detecnologia agropecuria. Balcarce, Argentina. 34p. 1992(Boletn Tcnico, 106).

    DIAZ ROSSELO, R. Evolucion del nitrogeno total emrotaciones con pasturas. Revista de InvestigacionesAgronmicas.1:27-35, 1992.

    MOURA, E. G. de; Aguiar, A. das C. F. (orgs.). Odesenvolvimento rural como forma de ampliao dosdireitos no campo: princpios e tecnologias. So Luis:UEMA, p.167, 2006.

    PORTES, T. A.; CARVALHO, S. I. C.; OLIVEIRA, I. P.;KLUTHCOUSKI, J. Anlise do crescimento de umacultivar de brachiaria em cultivo solteiro e consorciado comcereais. Pesquisa Agropecuria Brasileira, 2000.

  • Torres, L.A. et al. Agroecossistema integrado lavoura-pecuria, associado ao plantio direto em palhas deleguminosas em alias

    24

  • UMS 2014VI CONGRESSO SOBRE USO E MANEJO DO SOLO

    Recife (Pernambuco, Brasil), de 19 a 21 de maro de 2014

    25

    APLICACIN DEL ANLISIS DE COMPONENTES PRINCIPALESPARA EVALUAR LA COMPOSICIN DEL AGUA

    DE UNA CUENCA AGROFORESTAL

    Rosane da Silva Dias(1); Irene Varela Vila(1); Aitor Garca Tomillo (1);Montserrat Valcrcel Armesto (2);

    (1) Facultad de Ciencias, Universidade da Corua, Campus A Zapateira, C.P.:15008, A Corua, Espaa Departamento deEdafologa -mail: [email protected]; (2) Universidade de Santiago de Compostela, Departamento de Engeara Agroforestal,Escola Politcnica Superior, Ra Benigno Ledo, s/n. C.P. 27002 Lugo.

    RESUMENEl anlisis estadstico y el anlisis de componentes

    principales de los cationes y aniones disueltos en el aguasuperficial son herramientas tiles para estudiar lascomplejas interrelaciones entre los mismos y para evaluarel impacto de diversos factores edficos, climticos yambientales que determinan la composicin del agua aescala de cuenca. En este trabajo se presentan losresultados preliminares del anlisis de las concentracionesde 12 elementos (Ca, Mg, K, Na, Si, Al, Fe, Mn, Cu, Zn,V y Cl) as como de los aniones NO3

    - y SO4-2 medidos

    en 198 muestras tomadas durante los aos 2006 y 2007 enlas aguas de drenaje de la cuenca del Rio Valias, ACorua, Espaa. Se puso de manifiesto que, durante losdos aos estudiados, Mn, Al y Zn presentaron losmayores coeficientes de variacin (CV), superiores al100%, mientras que los valores ms bajos de esteparmetro, inferiores al 20% correspondan a NO

    3

    - , Cl- y

    Na. En el anlisis de componentes principales (CPs) setuvo en cuenta la concentracin de los elementosestudiados as como el caudal. Los tres primeros CPsexplicaron el 74,7% de la varianza total. Se puso demanifiesto que las concentraciones de Ca, Mg, K, Na, Si,Cl y SO4

    -2 tienden a disminuir conforme aumenta elcaudal y viceversa.

    Palabras-claves: cuenca agroforestal, agua de drenaje,composicin qumica, anlisis estadstico, componentesprincipales.

    INTRODUCINLos ros son ecosistemas caracterizados por un intenso

    flujo unidireccional de materiales, lo que determina unaprofunda conexin entre la cuenca alta y la cuenca baja.Por lo tanto los ros juegan un papel esencial en eltransporte de elementos nutritivos del suelo por la accinde la escorrenta superficial. Junto a la escorrentaoriginada en las parcelas agrcolas (GIMENO-GARCAet al, 2001), las descargas de aguas residuales de origenmunicipal e industrial constituyen las mayores fuentes decontaminacin (BUENO et al., 2005). El hecho de quelos ros sean los recursos hdricos ms importantes para elconsumo humano, hace imperativa la necesidad dedisponer de informacin fidedigna acerca de lacomposicin qumica y de la calidad del agua.

    En este contexto, el diagnstico de la calidad del aguaen pequeas cuencas agrcolas o agroforestales ha sidoreconocido como una herramienta importante para laplanificacin regional. En efecto, los parmetros que sehan establecido para medir la calidad del agua tambinpermiten evaluar las estrategias para reducir al mnimo ladegradacin del medio ambiente y mejorar la calidad devida de la poblacin (SANTOS, 2000). Parte importantedel control de calidad del agua consiste en ladeterminacin de los parmetros fsico-qumicos que ladefinen. (AYERS Y WESTCOT, 1999).

    Los suelos de la comunidad autnoma de Galicia estncon frecuencia desarrollados sobre materiales de partidacon elevada percolacin, bajo un rgimen de dico y detemperatura msico. Estas caractersticas del medio fsicoprovocan la prdida de elementos alcalinos residuales yenriquecimiento en Si, Al, Fe, y en consecuencia laacidificacin del perfil (MACAS et al.1978).

    El anlisis de componentes principales ha demostradoser una herramienta til para analizar conjuntos devariables que estn interrelacionadas entre s. Cuando seplica al estudio de los aniones y cationes disueltos en elagua superficial permite no solo evaluar la asociacinentre dichas variables, sino tambin analizar el impacto dediversos factores edficos, climticos y ambientales quedeterminan la composicin del agua a escala de cuenca.

    Los objetivos de este trabajo fueron llevar a acabo unanlisis estadstico preliminar, as como un anlisis decomponentes principales de la composicin del agua dedrenaje de una cuenca agroforestal medida repetidasveces durante dos aos consecutivos, 2006 y 2007.

    MATERIAL Y MTODOS

    Descripcin de la cuenca estudiadaEl estudio se llev a cabo en la cuenca del Ro

    Valias, afluente del Ro Mero, localizado en la provinciade A Corua. Esta cuenca abarca una superficie de 36,3km2 y se encuentra sobre materiales predominantementegranticos. El 35% del rea estudiada est dedicada apolicultivos en rotacin, el 20% a pradera y el 45%restante a monte. Dentro del rea cultivada, la mayorparte de la superficie est ocupada por maz en rotacincon cereal de invierno o por la sucesin maz-barbecho; lasuperficie dedicada a patatas y cultivos hortcolas ocupauna extensin menor. Con frecuencia, las praderas ocupan

  • Dias, R.S. et al. Composicin del agua drenada de una cuenca y anlisis de componentes principales

    26

    las partes ms bajas del relieve sobre suelos hidromorfos.En los suelos de monte predomina el eucaliptal, siendotambin frecuentes los pinares y ocupando los robledalesextensiones menores.

    Toma de muestra y anlisisEl estudio se llev a cabo durante los aos de 2006 y

    2007. Se tomaron un total de 115 y 83 muestras, durante2006 y 2007, respectivamente. Las muestras fueronconservadas en un arcn frigorfico a -4 C hasta elmomento de efectuar las determinaciones.

    Tras filtrado a 45 mm, se us espectrometra de masascon fuente de plasma de acoplamiento inducido paradeterminar la concentracin de ca, Mg, K, Na, Si, Al, Fe,Mn, Cu, Zn y V. Los aniones Cl-, NO

    3

    - y SO4-2 se

    determinaron por electroforesis capilar.El caudal no se midi directamente, sino que se estim

    mediante el modelo VISUAL BALAN V 2.0 (SAMPERet al. 2005), desarrollado por el Grupo de HidrologaSubterrnea de la Escuela Tcnica Superior de Ingenierosde Caminos, Canales y Puertos de la Universidad de LaCorua, que haba sido previamente calibrado en lacuenca estudiada.

    Anlisis estadsticoEn primer lugar, todos los parmetros obtenidos se

    describieron mediante medidas de posicin (media) y dedispersin (desviacin tpica y coeficiente de variacin).A continuacin se elabor una matriz de correlacin delas 15 variables estudiadas (14 variables qumicas ycaudal) utilizando el software SPSS 18.

    Adems se llev a cabo un anlisis de componentesprincipales. Se consideraron como significativos encuanto a la explicacin de la varianza total, aquelloscomponentes principales con auto valores 1.

    RESULTADOS Y DISCUSIONEn las Tablas 1 y 2 se presentan los descriptores

    estadsticos bsicos de las quince variables estudiadas eneste trabajo durante 2006 y 2007, respectivamente. Lasconcentraciones medias de Ca, Mg, K, Na, Cl, NO

    3

    - y

    SO4-2 fueron muy similares entres s durante los dos aos

    estudiados. Por el contrario las concentraciones medias deAl, Fe, Mn, Cu, Zn y V, as como el caudal medio fueronmayores en 2006 que en 2007.

    Las concentraciones de Cl-, Na y SO4-2 medidas en el

    cierre de la cuenca son relativamente elevadas y se debena la proximidad a la costa de la zona estudiada. Dentro delos elementos nutritivos destacan las concentracionesrelativamente elevadas de NO

    3

    -, prximas a los 15 mg/L;

    por otro lado las prdidas de Ca y Mg son ms elevadasque las prdidas de K. Las prdidas de Si son similares alas de otras cuencas de la Comunidad Autnoma deGalicia desarrolladas sobre granito. Las concentracionesde Al, Fe, Mn, Cu, Zn y V, que se miden en g/L, sonmuy inferiores a las de los dems elementos e iones.

    Se tuvieron en cuenta los tres primeros componentesque presentan auto valores 1 y explican el 74,76% de lavariabilidad total. El CP1, CP2 y CP representaron un 39,78 %, 27,26% y 7,72%, respectivamente, de la varianzatotal. Todas las variables consideradas, excepto K, Mn y

    NO3

    - contribuyeron significativamente al CP1; los pesos

    mayores correspondieron a Ca, Mg. Na, Si y Cl, y enmenor media contribuyeron a este eje el caudal y lasconcentraciones de Al, Fe, Cu, Zn, V y SO4

    -2. Lascontribuciones de Ca, Mg, Na, Si, Cl y SO4

    -2 tienen signoopuesto al del caudal, mientras que las de Al, Fe, Cu, Zny V tienen el mismo signo que el caudal (Tabla 3 y Figura1). Este resultado sugiere que la concentracin del primergrupo de elementos (Ca, Mg, Na, Si, Cl- y SO4

    -2) puedeser poco dependiente del caudal y por tanto de laescorrenta superficial, pudiendo tener ms relacin conotros factores como la proximidad a la costa, en el caso deNa, Cl- y SO4

    -2, o con la composicin de la roca en el casode Ca, Mg y Si. El anlisis de correlacin, presentado enla Tabla 4, confirma esta tendencia.

    Figura 1: Analisis de componentes principales CP1y CP2

    La principal contribucin al CP2 corresponde al K, Fe,Cu y V, mientras que Ca, Mg, Na, Al, Zn, Cl y SO4

    -2

    presentan pesos menores pero del mismo signo que losanteriores; por el contrario la contribucin del NO3

    - tieneun signo opuesto al de las anteriores variables.

    Figura 2: Analisis de componentes principales CP1y CP3

    En el CP3 se observa que las principalescontribuciones corresponden al Mn y NO3

    -, mientras queAl, Cu, Zn y SO4

    -2 contribuyen en menor proporcin(Tabla 3 y Figura 2).

    Los coeficientes de correlacin presentados en laTabla 4 confirman los resultados obtenidos mediante el

  • Dias, R.S. et al. Composicin del agua drenada de una cuenca y anlisis de componentes principales

    27

    anlisis de componentes principales. De este modo, el Capresent correlacin positiva con el Mg, K, Na, Si, Cu,Cl-, SO4

    2-, pero present correlacin negativa con Al ycon el caudal. Del mismo modo el Mg se correlacionpositivamente con Ca, K, Na, Si, Cl- y SO4

    2-, pero lo hizonegativamente con Al, Fe, Mn, Zn, V y, una vez ms conel caudal. El K con el Ca, Mg, Na, Al, Fe, Cu, Zn, V, Cl-

    y SO42-, pero no se correlacion con el caudal. Por otro

    lado Al y Fe estn positivamente correlacionados entre sy con Mn. Cu y Zn. Estos resultados sugieren una vezms la asociacin entre elementos mayoritarios por unlado y elementos minoritarios por otro lado.

    CONCLUSIONEn la cuenca del Ro Valia se obtuvieron

    concentraciones relativamente elevadas de Na, Cl y SO42-,

    debido a la proximidad a la costa y por tanto a lainfluencia marina. El NO

    3

    - tambin se encuentra en

    concentraciones relativamente elevadas. En el cierre de lacuenca se pierden mayores cantidades de Ca y Mg que deK. Las concentraciones de elementos como Ca, Mg, K,Na, Si, Cl y SO4

    2 son inversamente proporcionales alcaudal, lo que indica la dilucin de estos elementos en lasaguas de drenaje durante los perodos ms lluviosos.

    AGRADECIMIENTOSEste trabajo se realiz en el marco del proyecto "Mediday modelizacin de la variabilidad espacial y temporal dela composicin, el contenido hdrico y la compactacindel suelo a diversas escalas", referencia CGL2009-13700C02, financiada por el Ministerio de Ciencia eInnovacin.

    REFERENCIASAYERS, R. S.; WESTCOT, D. N. A. Qualidade da gua naagricultura. Campina Grande PB: Universidade Federal daParaba (UFPB), 218pp., 1999.

    BUENO, L.F.; GALBIATTI, J.A.; & BORGES, M.J.Monitoramento de variveis de qualidade de gua no HortoOuro Verde conchal SP. Engenharia Agrcola,Jaboticabal, V.25, N.3, p.742-748, 2005.

    GIMENO-GARCA, E.; ANDREU V.; BOLUDA, R. Impactode la actividad agrcola Sobre el aporte de metales pesados ensuelos agrcolas del parque natural de la Albufera de Valencia.Dossier Agraris Icea-Sls Contaminats. p.177-186, 2001

    MACAS, F.R., PUGA, M. & GUITIN, F. Carcter ndico ensuelos desarrollados a partir de gabros en Galicia. Anales deEdafologa y Agrobiologa. 37: 187-203, 1978.

    SAMPER, J.; GARCA VERA, M.A.; PISANI, B.; ALVARES,D.; VARELA, A.; LOSADA, J. A. Modelos hidrolgicos ysistemas de informacin geogrfica para la estimacin de Losrecursos hdricos: aplicacin de gis-balan a varias cuencasespaolas. Estudios de la Zona No Saturada del Suelo VolVII. p. 269-274, 2005.

    SANTOS, J.R. A. Salinidade na agricultura irrigada: teoria eprtica. Campina Grande, PB: Universidade Federal daParaba (UFPB), 171pp. 2000

    Tabla 1: Estadstica descriptiva en aguas superficiales para el ao 2006 para n=115Ca Mg K Na Si Al Fe Mn Cu Zn V Cl- SO4

    2- NO3- Q

    mg/L g/L mg/L m3/sX 7,7 3,9 2,5 15,5 6,2 23,4 36,2 1,2 1,1 4,6 0,3 22,1 12,8 15,2 1,0 1,5 0,8 0,9 2,7 1,0 28,7 26,0 2,7 0,8 5,8 0,1 3,7 2,7 2,5 0,9

    CV 20 22 38 17 17 123 72 222 72 127 38 17 21 16 82Min 5,8 2,6 1,4 11,1 3,3 1,0 6,1 0,1 0,2 0,3 0,1 15,1 9,6 6,7 0,1Max 11,9 6,0 6,0 22,8 8,5 201,0 151,0 25,3 4,2 33,0 0,8 32,5 26,7 25,1 4,0

    X: media; : desviacin tpica; C.V.: coeficiente de variacin en porcentaje; Min: mnimo; Max: mximo

    Tabla 2: Estadstica descriptiva en aguas superficiales para el ao 2007 para n= 83Ca Mg K Na Si Al Fe Mn Cu Zn V Cl- SO4

    2- NO3- Q

    mg/L g/L mg/L m3/sX 8,1 4,5 2,6 17,1 6,5 13,1 29,0 0,8 0,6 2,7 0,2 23,3 12,4 14,8 0,6 1,6 1,1 1,0 3,1 1,3 20,0 19,6 3,7 0,4 3,5 0,1 3,9 2,1 1,9 0,5

    CV 20 24 37 18 20 153 68 450 58 129 52 17 17 13 86Min 5,6 2,5 1,7 10,8 3,1 0,7 5,6 0,1 0,3 0,5 0,1 16,4 8,7 8,7 0,1Max 12,2 7,3 6,3 25,9 9,5 103,0 101,0 34,5 2,3 25,8 0,9 32,2 17,1 18,5 2,1

    X: media; : desviacin tpica; C.V.: coeficiente de variacin en porcentaje; Min: mnimo; Max: mximo

  • Primeiro, A. et al. Relao espacial entre a produtividade de milho e do contedo de Ca e Mg em umCambissolo Gleico

    28

    Tabla3: Componentes principales de los nutrientes, metales, y el caudal en aguas superficiales (n=198)

    Matriz de componentes

    Variables CP1 CP2 CP3 CP1 CP2 CP3

    Ca 0,86 0,46 0,00 Auto valores 5,97 4,09 1,16

    Mg 0,95 0,20 -0,03 Varianza 39,78 27,26 7,72

    K 0,17 0,87 -0,15 Varianza total 39,78 67,05 74,76

    Na 0,95 0,20 0,02

    Si 0,88 -0,13 0,02

    Al -0,61 0,64 0,21

    Fe -0,40 0,79 -0,05

    Mn -0,16 0,02 0,65

    Cu -0,25 0,83 0,19

    Zn -0,36 0,47 0,23

    V -0,30 0,78 -0,17Cl- 0,92 0,21 0,13

    SO42-

    0,65 0,56 0,22NO3

    -0,12 -0,37 0,69

    Q -0,71 0,02 0,05Mtodo de extraccin: Anlisis de componentes principales; r mnimo significativo 0,18

    Tabla 4: Tabla de coeficientes de correlacin lineal (r) entre nutrientes, metales, y caudal en aguas superficiales(Q) (n=198), para el ao 2006 y 2007

    Ca Mg K Na Si Al Fe Mn Cu Zn V Cl- SO42- NO3

    - Q

    Ca 1Mg 0,92 1K 0,52 0,34 1Na 0,91 0,97 0,31 1Si 0,70 0,83 0,01 0,82 1Al -0,22 -0,42 0,41 -0,42 -0,56 1Fe 0,02 -0,19 0,60 -0,21 -0,40 0,79 1Mn -0,13 -0,14 -0,09 -0,15