O Texto Começa Fazendo Uma Trajetória Histórica

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O texto começa fazendo uma trajetória histórica, relatando os pontos de bases para as pesquisas nas áreas de “ações criminosas”, que depois, se ampliaram com o termo “desvio”. Apresenta, também, que essa abordagem de desvio é uma resposta aos métodos e objetivos das pesquisas da época, as quais eram métodos conformistas e não críticos às regras consideradas como normatividades. Apresenta “Outsiders” como “desviantes” ou “marginais”, que estão para além das margens de determinado limite social. Todos os grupos sociais criam regras, e tentam, quando possível, impô-las. Incentivando coisas consideradas “certas” e proíbe as “erradas”. As pessoas infringentes das regras imposta, são denominadas outsiders. Apresentando um processo ambíguo, onda há uma situação de transgressão e uma situação de imposições. Quando há falta de imposição de determinada regra, ela pode cair no ostracismo e “morrer”. Quanto mais nos assemelhamos aos outsiders mais “relevaremos” seu desvio, e por outro lado, havendo menor semelhança haverá punição mais severa. Há outsiders que criam explicações para seus “desvios”, explicando o porquê da ação em questão é correta para estes. Para se responder às teorias e especulações sobre os outsiders, os pesquisadores cientistas admitiram alguns preceitos do senso comum. O primeiro é de que existe algo inerentemente desviante aos atos que infringem as regras, o segundo preceito diz sobre algo na pessoa que fez com que o ato desviante fosse necessário.

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O texto começa fazendo uma trajetória histórica, relatando os pontos de bases

para as pesquisas nas áreas de “ações criminosas”, que depois, se ampliaram com o

termo “desvio”. Apresenta, também, que essa abordagem de desvio é uma resposta aos

métodos e objetivos das pesquisas da época, as quais eram métodos conformistas e não

críticos às regras consideradas como normatividades.

Apresenta “Outsiders” como “desviantes” ou “marginais”, que estão para além

das margens de determinado limite social. Todos os grupos sociais criam regras, e

tentam, quando possível, impô-las. Incentivando coisas consideradas “certas” e proíbe

as “erradas”. As pessoas infringentes das regras imposta, são denominadas outsiders.

Apresentando um processo ambíguo, onda há uma situação de transgressão e uma

situação de imposições. Quando há falta de imposição de determinada regra, ela pode

cair no ostracismo e “morrer”. Quanto mais nos assemelhamos aos outsiders mais

“relevaremos” seu desvio, e por outro lado, havendo menor semelhança haverá punição

mais severa. Há outsiders que criam explicações para seus “desvios”, explicando o

porquê da ação em questão é correta para estes.

Para se responder às teorias e especulações sobre os outsiders, os pesquisadores

cientistas admitiram alguns preceitos do senso comum. O primeiro é de que existe algo

inerentemente desviante aos atos que infringem as regras, o segundo preceito diz sobre

algo na pessoa que fez com que o ato desviante fosse necessário.

O autor apresenta que só o fato de haverem diferentes grupos e diferentes regras

já deveria ser indicio de que o julgamento, quem julga, quem é julgado, todos são

fatores do fenômeno. E que, ignorar o caráter variável do processo de julgamento teria

como resultado a limitação.

Portanto o que seria o desvio? Para responder essa pergunta, o autor introduz as

definições recorrentes em sua época sobre sua definição. Começando pela definição

mais simples, a disponibilizada pela estatística, que diz que o desvio é tudo que varia

excessivamente da média. Porém, esta coloca num mesmo grupo todos os diferentes

“níveis” do Outsider−como pedófilos, pessoas bem altas ou baixas, assassinos,

vegetarianos.

Outra concepção definia desvio como “doença”, fazendo uma analogia ao

funcionamento do corpo, onde quando funciona com eficiência e sem desconfortos é

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considerado “saudável”, e doente em seu oposto. Entretanto, por não se haver um

consenso do que constituiria um comportamento saudável, não poderia haver um

consenso do que seria um comportamento doente. Há, também, a concepção da

desorganização social, que estabelece a relação do que seria funcional e o q seria

disfuncional, sendo esse ultimo advindo do desvio, contudo, ao ignorar os aspectos

políticos limita a compreensão do objeto da pesquisa.

Por fim, ele traz a concepção relativista, que apresenta o desvio como falha em

obedecer as regras de m grupo. Assim, para determinar um desviante, se fazia

necessário determinar as regras do dominado grupo. Para o autor, desvio é a infração de

alguma regra geralmente aceita.

Um ato é desviante ou não, dependendo de como outras pessoas reagem a ele.

Uma pessoa pode ter cometido uma ação e não sofrer repressão, e seu inverso também é

verdadeiro. O grau em que certo ato será tratado como desviante, varia com base em

quem comete, e a quem é cometido, (ou quem sofre prejuízos com esse ato), como

quando empresas e indivíduos roubam, ambos cometeram transgressões, mas o

tratamento ao indivíduo será muito mais severo do que à empresa.

O autor apresenta, então, um subtítulo que apresenta como nome uma pergunta

que introduz e explana muito bem esta parte do texto, “Regras de quem?”. Temos que

os que são denominados desviantes consideram quem os denominou como outsiders,

criam suas regras e tentam também impô-las. Havendo mais de uma regra, qual é a que

consegue mais “sucesso”? A regra de quem controlar o jogo de poder político e

econômico.

Howard Becker aponta, a partir desse ponto, algumas dificuldades no caminho

do pesquisador cientista de estudos de desvios. Inicia problematizando a falta de estudos

sobre a forma como os desviantes vivem, um dos obstáculos para tal é resistência do

objeto, uma vez que seus atos são ilegais ou infringentes de regras. Sendo papel do

pesquisador criar laços de confiança para obter tais informações. Outra barreira é a

imparcialidade, onde o cientista deve conhecer tanto o lado de quem impõe a regra,

quanto de quem a transgride, sem que essas concepções se influenciem ou influenciem o

pesquisador.

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Desta forma, temos como pensamento final e concluinte que os grupos sociais

concebem os desvios, ao criar regras que ao serem quebradas são compreendidas como

desvios. A determinação de um ato como desviante virá da reação das outras pessoas, e

uma regra será dominante quando vier de um grupo com mais poder político e

econômico.