O Sesimbrense - Edição 1168 - Novembro 2012

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ANO LXXXVI • N.º 1168 de 1 de Dezembro de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC) Política Local O Velvet Café, na marginal poente de Sesimbra (edifício Varanda) tem vindo a progra- mar uma série de concertos de jazz e músicas afins, pro- porcionando em Sesimbra a audição regular de concertos – uma iniciativa que merece destaque. A programação de jazz ao vivo, com regularidade e com a qualidade de instrumentistas e cantores que têm vindo a Se- simbra, pode ajudar a elevar a atractividade cultural da vila. Entretanto o músico e DJ Pedro Mateus iniciou, na Se- simbra FM, o Soul Shaker, um programa com convidados e música, patrocinado pelo Vel- vet Café, por onde passarão muitos dos músicos que ali to- carão: uma união de esforços que é de louvar. Assembleia Municipal manteve taxas de IMI e da Derrama para 2013 Câmara obrigada a reduzir o número de dirigentes e de serviços municipais Américo Gegaloto será o candidato do PS às próximas autárquicas Páginas 7 e 11 Peixe Fresco de Sesimbra: O melhor peixe do mundo Em Março deste ano, quan- do publicámos uma reporta- gem sobre o Externato Santa Joana, já a situação finan- ceira daquela instituição era problemática, mas ainda se agravou mais a partir do início do ano lectivo, com a diminui- ção do número de crianças inscritas. A situação de crise levou Página 8 Soul Shaker + Velvet = ía de Sesimbra Economia Restaurantes em protesto contra IVA a 23% Os restaurantes e cafés de da vila de Sesimbra fecharam portas no passado dia 19 de Novembro, em protesto contra a subida da taxa do IVA para 23%. As pouca excepções, de estabelecimentos que não qui- seram ou não puderam fechar portas, não impediram que este sector tenha dado uma forte imagem de união. O protesto, no entanto, não se estendeu às freguesias do Castelo e da Quinta do Con- de, onde a organização criada para este fim - o Movimento Nacional Empresarial da Res- tauração - não teve tempo de divulgar a iniciativa. Página 7 Em 2006 Manuel Cardoso e Miguel Zegre criaram esta empresa para entrega do peixe-fresco ao domicílio, em Lisboa, à semelhança do que fizeram os almocreves, du- rante séculos. Mas agora uti- Externato Santa Joana: dificuldades aumentam Jazz e músicas afins Página 4 o presidente da instituição, Florindo Paliotes, a ir à As- sembleia Municipal do pas- sado dia 16 de Novembro, onde transmitiu aos deputados municipais os problemas da in- stituição, ao mesmo tempo que lhes sugeria que se inscreves- sem como sócios. lizam a Internet para recolher as encomendas, que são depois entregues de sexta a sábado. Entretanto voltaram a inovar neste mercado, e começaram a fornecer peixe de Sesimbra, devidamente certificado com um referencial de qualidade e sustentabilidade, para uma cadeia de lojas de produtos bi- ológicos. Para esta modalidade criaram a marca: “o melhor peixe do mundo” Página 5 Gemeniano Cruz Página 13 Em Setúbal chamam-lhe carapau manteiga, enquanto em Sesimbra tem o nome de carapau da areia. Mas trata-se da mesma espécie, uma vari- ante especialmente saborosa Setúbal promove o carapau da areia do modesto carapau. Setúbal tomou a iniciativa de promover esta variadade, em cooperação com a cooperativa de pesca Sesibal. Página 9

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ANO LXXXVI • N.º 1168 de 1 de Dezembro de 2012 • 1,00 € • Taxa Paga • Bonfim • Setúbal - Portugal (Autorizado a circular em invólucro de plástico Aut. DE00752012GSCLS/SNC)

Política Local

O Velvet Café, na marginal poente de Sesimbra (edifício Varanda) tem vindo a progra-mar uma série de concertos de jazz e músicas afins, pro-porcionando em Sesimbra a audição regular de concertos – uma iniciativa que merece destaque.

A programação de jazz ao vivo, com regularidade e com a qualidade de instrumentistas e cantores que têm vindo a Se-simbra, pode ajudar a elevar a atractividade cultural da vila.

Entretanto o músico e DJ Pedro Mateus iniciou, na Se-simbra FM, o Soul Shaker, um programa com convidados e música, patrocinado pelo Vel-vet Café, por onde passarão muitos dos músicos que ali to-carão: uma união de esforços que é de louvar.

Assembleia Municipal manteve taxas de IMI e da Derrama para 2013

Câmara obrigada a reduzir o númerode dirigentes e de serviços municipais

Américo Gegaloto será o candidato do PS às próximas autárquicas

Páginas 7 e 11

Peixe Fresco de Sesimbra:O melhor peixe do mundo

Em Março deste ano, quan-do publicámos uma reporta-gem sobre o Externato Santa Joana, já a situação finan-ceira daquela instituição era problemática, mas ainda se agravou mais a partir do início do ano lectivo, com a diminui-ção do número de crianças inscritas.

A situação de crise levou

Página 8

Soul Shaker + Velvet =

Dias frios e parcialmente nublados têm proporcionado paisagens extraordinárias na baía de Sesimbra

EconomiaRestaurantes em protesto contra IVA a 23%

Os restaurantes e cafés de da vila de Sesimbra fecharam portas no passado dia 19 de Novembro, em protesto contra a subida da taxa do IVA para 23%.

As pouca excepções, de estabelecimentos que não qui-seram ou não puderam fechar portas, não impediram que este sector tenha dado uma forte imagem de união.

O protesto, no entanto, não se estendeu às freguesias do Castelo e da Quinta do Con-de, onde a organização criada para este fim - o Movimento Nacional Empresarial da Res-tauração - não teve tempo de divulgar a iniciativa.

Página 7

Em 2006 Manuel Cardoso e Miguel Zegre criaram esta empresa para entrega do peixe-fresco ao domicílio, em Lisboa, à semelhança do que fizeram os almocreves, du-rante séculos. Mas agora uti-

Externato Santa Joana: dificuldades aumentam

Jazz e músicas afins

Página 4

o presidente da instituição, Florindo Paliotes, a ir à As-sembleia Municipal do pas-sado dia 16 de Novembro, onde transmitiu aos deputados municipais os problemas da in-stituição, ao mesmo tempo que lhes sugeria que se inscreves-sem como sócios.

lizam a Internet para recolher as encomendas, que são depois entregues de sexta a sábado.

Entretanto voltaram a inovar neste mercado, e começaram a fornecer peixe de Sesimbra, devidamente certificado com

um referencial de qualidade e sustentabilidade, para uma cadeia de lojas de produtos bi-ológicos. Para esta modalidade criaram a marca: “o melhor peixe do mundo”

Página 5

Gemeniano Cruz Página 13

Em Setúbal chamam-lhe carapau manteiga, enquanto em Sesimbra tem o nome de carapau da areia. Mas trata-se da mesma espécie, uma vari-ante especialmente saborosa

Setúbal promove o carapau da areia

do modesto carapau.Setúbal tomou a iniciativa de

promover esta variadade, em cooperação com a cooperativa de pesca Sesibal.

Página 9

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2O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012

Editorial

Farmácias de Serviço

nBombeiros Voluntários de SesimbraPiquete de Sesimbra: 21 228 84 50Piquete da Quinta do Conde: 21 210 61 74nGNRSesimbra: 21 228 95 10Alfarim: 21 268 88 10Quinta do Conde: 21 210 07 18nPolícia Marítima 21 228 07 78nProtecção Civil (CMS)21 228 05 21nCentros de SaúdeSesimbra: 21 228 96 00Santana: 21 268 92 80Quinta do Conde: 21 211 09 40nHospital Garcia d’Orta - Almada21 294 02 94nComissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Sesimbra21 268 73 45nPiquete de Águas (CMS)21 223 23 21 / 93 998 06 24nEDP (avarias)800 50 65 06nSegurança Social (VIA)808 266 266

nServiço de Finanças de Sesimbra212 289 300nNúmero Europeu de Emergência112 (Grátis)nLinha Nacional de Emergência Social144 (Grátis)nSaúde 24 808 24 24 24nIntoxicações - INEM 808 250 143nAssembleia Municipal21 228 85 51nCâmara Municipal de Sesimbra21 228 85 00 (geral)800 22 88 50 (reclamações)nJunta de Freguesia do Castelo21 268 92 10nJunta de Freguesia de Santiago21 228 84 10nJunta de Freguesia da Quinta do Conde21 210 83 70nCTTSesimbra: 21 223 21 69Santana: 21 268 45 74

Contactos uteisnAnulação de cartões

SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços)808 201 251217 813 080Caixa Geral de Depósitos21 842 24 24707 24 24 24Santander Totta707 21 24 24 21 780 73 64Millennium BCP707 50 24 2491 827 24 24BPI21 720 77 0022 607 22 66Montepio Geral808 20 26 26Banif808 200 200BES707 24 73 65Crédito Agrícola808 20 60 60Banco Popular808 20 16 16Barclays707 30 30 30

Farmácia Bio-Latina 212 109 113 Avenida da Liberdade, nº. 238 Quinta do CondeFarmácia da Cotovia 212 681 685Avenida João Paulo II, 52-C, CotoviaFarmácia de Santana 212 688 370Estrada Nacional 378, Santana Farmácia Leão 212 288 078Avenida da Liberdade, 13, SesimbraFarmácia Liz 212 688 547Estrada Nacional 377, Lote 3, AlfarimFarmácia Lopes 212 233 028 Rua Cândido dos Reis, 21, Sesimbra

Com o apoio:

Inovação e criatividade

Pescas - Outubro

O mês de Outubro, noutros tempos, era muito produtivo, vejamos que era na época das ALBACORAS, de sau-dosa recordação (qual EL DOURADO dos nossos pescadores!) Hoje, man-tem-se numa mediania, pouco diver-gindo do anterior mês de Setembro. O cerco continua pescando maiores quantidades mas pouco reflectido nos valores vendidos na Lota pela quali-dade capturada era cavala cujo ren-dimento é diminuto. Mesmo assim os

totais de pesos pescados e valores na Lota renderam, respectivamente, mais 170.000 quilos e 230.000 euros.

Continua-se aguardando o melhor desanuviamento do futuro das pescas numa legislação que agrade à maioria das gentes que ainda nelas laboram e podem ajudar a levantar o desnível que no Sector se vem acentuando e agravando à crise geral que o país atravessa.

Pedro Filipe

Na presente edição d’O Sesimbren-se dá-se a circunstância de podermos apresentar iniciativas de vários jovens que, em Sesimbra, procuram inovar e qualificar o sistema económico e cultu-ral. As iniciativas abrangem áreas muito diversas, mas é geral a queixa relativa-mente a burocracias e dificuldades co-locadas por órgão da administração ou empresas públicas.

Por vezes somos tentados a acre-ditar que há uma “costela crítica” em cada um de nós, e que as vulgares críticas às administrações públicas são uma espécie de “tradição”, de queixa perante formalismos legais que, apesar de constrangedores, são necessários para a adquada organização da vida colectiva.

Pode ser que sim, mas também pode ser que as próprias administrações pú-blicas levem o seu papel regulador tão a sério, que só olhem para as normas e para os formalismos, desatendendo se os resultados são os que desejavam.

As administrações públicas não são particularmente conhecidas pelo seu

carácter inovador. Algumas empresas inovam, algumas universidades ino-vam, mas não são conhecidos muitos exemplos de inovação nas administra-ções públicas, em nenhuma parte do mundo. Pelo contrário, há até a teoria de que essas administrações deve-riam imitar as empresas, tratar os seus utentes como “clientes”, e medir ade-quadamente os seus “resultados”. Um recente exemplo disso é a tentativa, em curso, de fazer aplicar uma contabilida-de de custos nas autarquias locais.

É inquestionável, em Sesimbra como noutros locais, que a dinamização da actividade económica, tal como da cria-tividade cultural, só poderá ser levada a cabo pelo tecido empresarial e pelos agentes da sociedade civil, cabendo às administrações públicas – de nível local, regional ou nacional – prestar atenção a essas realidades e apoiá-las tanto quanto possível, e sobretudo não dificultando nem se sobrepondo à sua acção.

João Augusto Aldeia

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O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 20123

ONDULAÇÕES 121Eduardo Pereira

Abro estas Ondulações com o meu elogio ao Centro de Estudos Culturais e de Acção Social Raio de Luz, e a todos os seus colaboradores. Bem o merecem, pela obra que têm vindo a desenvolver. Eu próprio colaborei, há já uns anos, com o Centro e com esse grupo de colaboradores.

No dia 27 de Outubro passado, o Centro de Estudos comemorou o 25º Aniversário da criação da Biblioteca Pública, D. Manuel da Silva Martins. Estive presente à magnífica comemo-ração, que nessa data foi organizada. Dessa comemoração destaco, espe-cialmente, a Conferência do Professor Doutor Manuel Maria Carrilho e a sua abordagem à importância das bibliote-cas públicas no desenvolvimento cul-tural nacional. Idêntico louvor merece o Grupo Coral da Casa do Pessoal da EDP, Estradas de Portugal, pela colaboração oferecida e pela apresen-tação dos seus cantares populares a todo o auditório que muito o aplaudiu.

Sempre fui de opinião que a acção destes Centros estaria incompleta, se não fossem abertos às crianças e aos jovens das freguesias e dos concel-hos em que se integram, procurando preencher os espaços culturalmente mais vazios. Aqui e ali, conseguem es-tabelecer acordos de ajuda financeira

com as Câmaras municipais, alargando o espaço educativo aos jovens e às suas famílias, sobretudo, nos casos de mais fracos recursos.

O Centro de Estudos Culturais e de Acção Social Raio de Luz de Sampaio é, há muitos anos, um bom exemplo vivo da acção que estes Centros podem e devem desempenhar.

Quando alguma coisa me corre pior do que espero, costumo dizer que há dias em que não se pode sair à rua. Sucede que neste dia 27 de Outubro de 2012, tudo me correu melhor do que eu esperava. Com efeito, termi-nada a cerimónia, o nosso presidente da Junta de Freguesia da Quinta do Conde ofereceu-me um exemplar do seu livro QUINTA DO CONDE / Ori-gens e Percurso. Este livro é, antes do mais, o ponto de partida da reunião de vários documentos coligidos ao longo de vários anos que poderão permitir estudos mais aprofundados sobre a Quinta do Conde, que se tornou um dos maiores aglomerados populacionais do concelho de Sesimbra e da nossa região.

Faço votos para que muitos ses-imbrenses comprem e leiam este interessante livro, ajudando a baixar os gastos da Junta de Freguesia com esta publicação.

Um novo livro de história, sobre o porto de Setúbal e a respectiva comu-nidade fluvial e marítima, entre os anos 1550 e 1650, foi apresentado no dia 27 de Novembro, na sede da APSS. O estudo é da autoria de Jorge Fonseca, investigador do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lis-boa, e a sua publicação foi patrocinada pela APSS – Administração dos Portos de setúbal e Sesimbra.

Nesta obra, são desenvolvidos os temas da pesca e do comércio inter-nacional de pescado, da produção e comércio de sal, da exportação de mós de moinho, da participação dos armadores e mareantes de Setúbal no comércio com África e o Brasil, da moagem, e das comunidades fluvial e marítima de Setúbal.

Setúbal: o porto e a comunidade fluvial e marítima (1550-1650)

Segundo o Secretário de Estado, José Diogo Albu-querque, seis mil jovens da área da agricultura vão ter estágios profissionais remunerados durante seis me-ses, no âmbito do Programa “Impulso Jovem”.

Esta medida, designada “Passaporte Emprego Agri-cultura” abrange jovens com idades compreendidas entre os 18 e 35 anos.

As remunerações dos estagiário variam entre os 420 e os 691 euros, em função do grau académico e receberam formação profissional, através das Organi-zações de Agricultores e das empresas agrícolas no exercício de funções no sector agrícola.

Relativamente à comparticipação do Estado, poderá atingir os 100% do valor da bolsa no primeiro estágio, para as entidades com 10 ou menos trabalhadores. “Caso no final do processo decidam contratar o for-mando, as empresas receberão um prémio de integra-ção”, acrescenta o Secretário de Estado da Agricultura.

Jovita Lopes

Seis mil novos estágios na agricultura

A Câmara Municipal de Sesimbra lan-çou no ano de 2006 uma campanha de prevenção contra o depósito ilegal de entulhos. Esta iniciativa, ainda a decorrer, consiste na disponibilização de sacos e contentores próprios para a recolha de desses resíduos.

Vários têm sido os apelos da autarquia, nomeadamente nos seus meios de co-municação, para a utilização racional e “falta de civismo” no depósito indevido de entulhos. Certo é, que os referidos sacos de entulho (1m3) deixaram de estar dis-poníveis, na freguesia do Castelo (Junta de Freguesia) desde o primeiro trimestre do ano, no Departamento de Serviços Urbanos em Sesimbra e no Gabinete Municipal na Q.C. desde o mês de Julho e que, ao contrário do que se informa na página da autarquia, não existe nenhum contentor metálico para o depósito volun-tário deste tipo de resíduos.

Em 2011, qualquer particular que pre-tendesse entregar entulho de pequenas obras, poderia fazê-lo directamente no ecocentro da AMARSUL, no Pinhal do Cabedal, a título gratuito. Segundo infor-mações disponibilizadas, durante o ano de 2012 e segundo directrizes do conse-lho de administração, esta empresa pú-blica, deixou de aceitar entulho, disponi-bilizando este serviço nos ecoparques de Palmela e Seixal.

Assim, verifi-cou-se que du-rante o período compreendido entre Julho e Ou-tubro, não houve serviços públicos e/ou municipais, na recolha/entre-ga de entulho proveniente de obras não licenciadas, no concelho de Sesimbra.

Tentámos também perceber se se tem verificado um aumento de focos de po-luição, deste tipo de resíduos, no nosso concelho. Falámos com Francisco Ras-teiro, do NECA, que corrobora o artigo publicado na Sesimbra Município, de Se-tembro/Outubro 2012 e acrescenta: “Não temos um levantamento efectivo e formal dessa situação, mas temos notado que

Recolha de entulhoeste ano existiu um aumento significativo de entulho nas matas do nosso concelho, principalmente na Serra da Achada”.

Câmara aumenta em mais de 400% o valor de sacos para entulho

M.M. Moreira, Lda. | Quinta do Conde | Saco 1m3 | 27,50 €Casa Graciano | Zambujal | Saco 1m3 | 30,00 €Greenall Life | Zambujal | 1 Tonelada | 5,00 € (equivalente a saco 1m3) Câmara Municipal | Sesimbra | Quinta do Conde | Saco 1m3 | 21,20 €

Em Novembro, a Câmara Municipal de Sesimbra reformulou o projecto e voltou a disponibilizar os sacos para entulho. Passaram a estar disponíveis no Depar-tamento de Serviços Urbanos, em Se-simbra, no Largo Luís de Camões, ou no Gabinete Municipal na Quinta do Conde, no Edifício do Mercado Municipal.

Outra novidade, desta vez menos posi-tiva para quem costuma utilizar este ser-viço, é o aumento da taxa de 5 €, para 20 € +IVA (mais de 400% de aumento), que segundo os serviços é o valor mais adequado, tendo em conta os custos as-sociados.

Certo é que a oferta concelhia neste sector, talvez justificada pela lei de mer-cado, pratica valores similares, que não incentivam a boa prática ambiental. Na empresa Greenall Life, apesar dos pre-ços mais atractivos, a entrega dos resídu-os fica a cargo de quem solicita o serviço (confira caixa de preços).

Para os infractores, que ainda assim insistam em depositar entulhos em locais impróprios, lembramos que, segundo a Câmara Municipal, existem acções fis-calização e que quem infringir as regras de depósito arriscará incorrer em coimas que poderão chegar aos 37 500 euros, no caso de pessoas singulares, ou aos 2 500 000 euros, no caso de pessoas co-lectivas.

Jovita Lopes

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4O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012

Externato Santa Joana: dificuldades aumentam e teráde haver despedimentos

Florindo Paliotes apelou aos depu-tados municipais para que se façam associados da instituição, convite que torna extensivo à população em geral, atendendo aos serviços que o Externato presta à população.

Para além deste apelo, o Exter-nato Santa Joana promove outras actividades, tais como aulas de dança: “O balet é uma actividade que desenvolvemos desde há 5 anos, e que, para além de ser destinada às nossas crianças, destina-se a sócios e não sócios, sendo uma forma de aumentar a receita.

“Tínhamos também o Judo, que este ano não teve aderência. Esta-mos ainda a preparar o lançamento de aulas de Pilatus (ginástica), e gostaríamos ainda de iniciar nas nossas instalações uma actividade de Ioga para crianças.”

Em Março deste ano, quando pu-blicámos uma reportagem sobre o Externato Santa Joana, já a situação financeira daquela instituição era pro-blemática, mas ainda se agravou mais a partir do início do ano lectivo, com a diminuição do número de crianças inscritas.

A situação de crise levou o presi-dente da instituição, Florindo Paliotes, a ir à Assembleia Municipal do passado dia 16 de Novembro, onde transmitiu aos deputados municipais os prob-lemas da instituição, ao mesmo tempo que lhe sugeria que se inscrevessem

como sócios.Em entrevista posterior, Florindo

Paliotes disse-nos que o objectivo foi o de alertar a Assembleia, tal como já acontecera junto da Câmara Mu-nicipal: “Para as dificuldades, que são enormes. Há uma enorme redução na receita, por diminuição do rendimento das famílias, havendo também redução das comparticipações familiares, os custos operacionais aumentaram, e temos o quadro de pessoal, que não podemos reduzir com a celeridade que seria necessário.”

Florindo Paliotes destaca que a situação se agravou a partir do mês

“Perante a situa-ção, é obrigação da Direcção e dos corpos sociais no seu global, tomarem medidas porque a instituição tem que sobreviver.”

APELO À POPULAÇÃO

de Setembro: “Para nossa capaci-dade, temos menos 50 crianças. A uma média de 350 euros cada um, é uma redução substancial. Já houve alguma redução no quadro de pes-soal, mas não é suficiente. Ainda não houve despedimentos, mas vão acon-tecer, e só não aconteceram já porque não temos capacidade para pagar as indemnizações. Mas terão que acon-tecer, sensivelmente em número de 4, com incidência na área da alimentação,

serviços gerais, transportes e serviços administrativos”.

O presidente do Externato lamenta-se da grande incapacidade para au-mentar a receita, e por isso terão de actuar sobre despesa: “Nos custos operacionais, já foram feitos cortes em todos os sectores, já não con-seguimos reduzir mais. A única área onde não houve cortes profundos foi nos recursos humanos, Infelizmente para a instituição, e para as pessoas,

não é com agrado que fazemos isto, mas perante a situação é obrigação da Direcção e dos corpos sociais no seu global, tomarem medidas porque a instituição tem que sobreviver.”

É esta situação que nos levou a aler-tar, por um lado, a Câmara Municipal, por outro a Assembleia Municipal, mas seguir-se á também a Junta de Fregue-sia e também o Governo e a população em geral, “porque a instituição é da comunidade.”

Reunindo uma série de peripé-cias acon-tecidas em d iversas situações de repre-

sentatividade olímpica, como jorna-

lista e dirigente, David Sequerra lançou agora um novo livro intitu-lado “Evocações Olímpicas”, sob o patrocínio do Comité de Portugal e com execução gráfica de “Euro-press” e prefácio do Engº Fernando Lima Bello, do Comité Internacio-nal.

Um novo livro de David Sequerra

A sessão formal de lançamento do livro ocorreu na tarde de 29 de Novembro, na sede do COP, com apresentação a cargo do Dr. Sílvio Rafael, membro do Executivo do Comité e Presidente da Academia Olímpica (A.O.P.)

O livro, de 160 páginas, reúne al-guns dados históricos do Movimen-to Olímpico e um conjunto de 25 episódios, decorridos entre 1952 e os nossos dias, relatados e vividos numa série de cidades de 4 conti-nentes, com uma adequada ilustra-ção gráfica.

Registamos, com agrado, mais esta produção literária do nosso amigo e colaborador.

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O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 20125

Numa entrevista conjunta com Miguel Zegre e Manuel Cardoso, procurámos saber um pouco mais da história da empresa:

“Criámos esta empresa de

entrega do peixe-fresco ao domicílio, sempre com a In-ternet como canal, porque sou licenciado em informática e sempre trabalhei nestas áreas das tecnologias da infor-mação e comunicação” – diz Miguel Zegre. A promoção beneficiou da originalidade da ideia: “Houve desde logo muita atracção da comunica-ção social pelo conceito em si, acabámos por registar o domínio “Peixe Fresco”, apesar da empresa que formámos se chamar “Peixe em Casa Ldª.”

Depois, foi a qualidade do produto e do serviço prestado que foram aumentando a car-teira de clientes: “Actualmente a “Peixe Fresco” é uma marca já bastante conhecida.”

Os vossos clientes sabem que o peixe é de Sesimbra?

Sabem, nós damos essa in-formação na página da Internet.

O que atrai mais os vossos clientes: a qualidade do peixe ou a entrega em casa?

Se comprarmos peixe no Continente online também entregam em casa, portanto esse não é o factor diferen-ciador. O ser peixe fresco, e a qualidade do produto, é que faz a diferença.

Suponho que, com a entrega personalizada, o vosso peixe tenha de ser mais caro?

Não. Repare: nós não te-mos uma loja física, apenas um espaço que alugámos à Docapesca. Não temos esses custos duma loja aberta ao público, com uma pessoa a trabalhar com horário fixo, quer

Peixe de Sesimbra – o melhor do mundo

haja clientes quer não haja. A nossa forma de trabalhar é um ciclo um bocadinho “anormal” daquilo que é um negócio de loja aberta. Até quinta-feira à tarde, é o site [na Internet] que trabalha por nós recolhendo as encomendas. Depois compra-mos o peixe na lota, arranja-mos, e entregamos ao cliente.

É oportuno referir que não faz sentido que a Docapesca, sen-do uma entidade estatal, esteja a penalizar as empresas que têm o seu armazém sedeado na doca, cobrando-nos mais caro: o espaço é mais caro, a água é mais cara, a luz é mais cara… Quer dizer, devia ser ex-actamente ao contrário, deviam era promover as empresas, mas temos muita dificuldade em que isso aconteça. Se sairmos a 2 km de distância e alugarmos um espaço, é metade do preço.

Há até uma história caricata: a Docapesca recebeu apoios do QREN para fazer obras nas instalações, mas depois cobra-nos dinheiro por essas obras! E sabemos que muitas empresas têm muita dificuldade em se manter na doca.

Há sazonalidade nessa pro-cura do peixe?

Em Agosto procuram me-nos, talvez devido às férias. A nossa base de clientes é quase exclusivamente Lisboa. É a Grande Lisboa, mas 80% são de Lisboa. Dum modo geral, são pessoas das classes média, média-alta, e pessoas mais jovens. Temos algumas excepções, mas tipicamente é essa a nossa base.

Há preferência por determi-nadas espécies?

É difícil dizer. A pescada é capaz de ser a mais procu-rada; e também os filetes de peixe-espada preto. No Verão, há a sardinha. Este ano, como

houve dificuldade em arranjar sardinha, houve muita gente a procurar.

Notal influência da promoção que a Câmara de Sesimbra faz ao peixe-espada preto e o espadarte, no mercado lisboeta?

Acho que não. Eu vivo em Lisboa, e sendo de Sesim-bra, dou atenção a tudo o que diz “Sesimbra”, e não me apercebo de nada. Claro que acabo por ter conhecimento dessas promoções por serem do âmbito da minha actividade. E nós mesmos, quando é a quinzena do peixe-espada preto, fazemos promoção no site. Mas acho que não chega muito às pessoas: são muito matraqueadas, de todos os lados, com muitas campanhas, e é difícil fazer-lhes chegar.

E a campanha nacional pelo consumo da cavala?

Isso sim. No início não vendíamos praticamente ca-va-la, mas desde finais de 2010 começámos a notar uma grande apetência, e só por ter sido divulgado que tinha ómega 3. Assim que se falou que era um peixe rico em ómega 3, as pessoas começaram a procurar.

O Melhor Peixe do Mundo

Em 2011, Miguel Zegre e Manuel Cardoso foram con-tactados por uma cadeia de lojas de produtos biológicos – a Miosotis – porque o peixe era o único produto que não conseguiam vender com o rótulo biológico, a não ser se fosse importado! Estimulados pelo desafio, e juntamente com uma empresa certificadora – a Sativa – trabalharam durante seis meses, e conceberam um referencial de certificação para produto biológico: “Con-

O melhor peixe do mundoO referencial de certificação a que obedece o produto vendido

pela “Peixe Fresco” nas lojas de produtos biológicos, define as condições a observar na pesca, processamento, transporte e comercialização de peixe e outros produtos do mar.

Nessas normas determina-se que a captura de peixe e de outros produtos do mar, é feita de forma sustentável, através da pesca artesanal, com grande diversidade de artes de pesca tradicionais e de espécies capturadas, estando baseada essen-cialmente na utilização de embarcações de pequena dimensão e com tripulação limitada, feita relativamente próxima da costa, maioritariamente com recurso a artes de pesca passivas, com atracção do pescado através de iscos.

Um dos aspectos fundamentais é o do respeito pela repartição do rendimento obtido com a comercialização do pescado, visando a sustentabilidade da actividade e o bem-estar dos pescadores. Assim, o valor pago pelo consumidor é repartido pelos diversos agentes ao longo da cadeia. Existe a obrigatoriedade de ma-nutenção de registos, de forma a poderem demonstrar que, do valor total do produto, pelo menos 50% é entregue ao pescador, de acordo com o preço de compra obtido no leilão da Docapesca, acrescido das respectivas taxas cobradas ao comprador.

Para a pesca, apenas são admitidas embarcações de pequena dimensão com um máximo de 5 tripulantes, (excepto no cerco, onde o limite é de 20). Entre as artes de pesca admitidas estão o anzol, as piteiras, os covos ou os alcatruzes. É ainda admitido peixe do cerco, desde que não ultrapasse os 10%.

O transporte é realizado logo após o embalamento, não de-vendo decorrer mais de 48 horas entre a pesca e a disponibili-zação do produto ao consumidor, nem mais de 24 horas entre a preparação e a disponibilização do produto ao consumidor. Desde a unidade de preparação até ao ponto de venda/consumidor o produto é mantido a temperaturas entre os 0º e os 5ºC.

Informações adicionais sobre esta certificação pioneira podem ser consultadas na Internet, no endereço:

omelhorpeixedomundo.com

A página específica para a entrega de peixe fresco ao domicilio, encontra-se em:

peixefresco.com.pt

Almocreves do século XXIA empresa Peixe Fresco faz hoje, com os meios do século XXI,

aquilo que os almocreves de Sesimbra fizeram durante séculos: transportar rapidamente peixe fresco para Lisboa.

Ao contrário de que se pode pensar, Sesimbra tinha ligação rápida e diária com Lisboa, quer por mar (nas velozes canoas da picada) quer por terra, por onde os almocreves transportavam o peixe, em carroças próprias para esse fim. E eram igualmente velozes, de tal forma que a população se queixava do perigo que representavam para os peões.

Ainda hoje existe a “estrada dos almocreves”, que pouco de-pois da Maçã, segue na direcção do Seixal, embora actualmente seja cortada pela Quinta do Conde.

A sua importância era tal, que em 16 de Julho de 1891, o jornal Vanguarda noticiava: “A estrada que liga esta vila com a do Seixal acha-se em péssimas condições, o que faz bastante transtorno ao comércio daqui.”

seguimos essa certificação, e criámos uma marca específica para esse produto biológico, a que chamámos, “O melhor peixe do mundo”. E o referen-cial de certificação determina

mesmo que o peixe é captura-do aqui na zona de Sesimbra, e nós fazemos questão de passar a marca de Sesimbra.

J. A. Aldeia

Miguel Zegre, nascido e criado em Sesimbra, sentia dificuldade em encontrar peixe fresco em Lisboa, quer quando ali estudava, quer quando passou a trabalhar. Sempre que nalgum fim-de-semana vinha a Sesimbra, aproveitava para se abastecer de peixe, e foi num dia em que o peixe que transportava no automóvel se espalhou no porta-bagagens, que lhe ocorreu a ideia: devia haver uma maneira melhor de transportar o peixe – e logo a seguir surgia ideia da empresa, que formaria com outro sesimbrense, Manuel Cardoso. Mais recentemente, o negócio alargou-se ao abastecimento, com peixe de Sesimbra, de lojas de produtos biológicos: outra ideia inovadora e pioneira, apoiada no marca: “o melhor peixe do mundo”.

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6O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012

O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) volta a realizar em 2013 o IPS Junior Challenge, um concurso an-ual destinado aos alunos do ensino secundário e profissional. Recorde-se que a edição anterior foi ganha por três jovens estudantes da escola secundária de Sampaio: Diana Santenico, Soraia Gregório e Vanessa Clemente.

Esta iniciativa pretende incentivar o espírito empreendedor dos jovens, desafiando-os a pensar em ideias de negócio criativas e inovadoras, tendo em vista a geração de novos projetos que contribuam para o desenvolvimento e melhoria de vida das cidades e suas populações, “despertando-os para a

2ª edição do IPS Junior ChallengeConcurso de ideias parajovens do ensino secundário

análise de oportunidades de negócio e para a necessidade de criação de projetos inovadores, apostando no desenvolvimento económico e social, com o aproveitamento do potencial das cidades portuguesas.

Todos os participantes vão ter a oportunidade de realizar um workshop de introdução ao empreendedorismo, ministrado por docentes da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal (ESCE/IPS), que lhes permitirá conhecer as atitudes e competências pessoais necessárias para o desenvolvimento de uma cultura empreendedora, bem como a aquisição de conhecimentos nas áreas da gestão e inovação.

Os participantes habilitam-se a ganhar computadores portáteis e viagens à descoberta de Portugal, sendo igualmente premiados a escola e o professor(a) orientador(a) do grupo vencedor.

As inscrições decorrem até dia 14 de Dezembro. O concurso pode ser acompanhado em www.ips.pt e em www.facebook.com/instituto.politec-nico.setubal.

A Quinta dos Amarelos – Estabeleci-mento de Hospedagem, o restaurante Gula do Meko e a Vertente natural, no âmbito do movimento “Vamos ajudar a Maria Inês”, compuseram um pacote constituído por uma estadia em quarto duplo com pequeno-almoço na Quin-ta dos Amarelos, um jantar românti-co para dois no restaurante Gula do

Meko e um passeio pedestre com a Vertente Natural, que ofertaram àque-le movimento para ser rifado e cuja receita reverteria a seu favor.

A premiada foi Felícia Maria Stella Valadares Madeira Pereira de Setúbal com a rifa nº 885, que corresponde aos três últimos dígitos da tiragem do primeiro prémio da Lotaria Nacional

ocorrida em 29 de Outubro de 2012.Foram vendidas 687 rifas a €2,00/

cada, pelo que a contribuição destas três empresas do Concelho de Se-simbra geraram €1.374,00 a favor do Movimento ou seja um pouco mais de 22% do valor de cada um dos trata-mentos que a Maria Inês tem que fa-zer.

Quinta dos Amarelos, Gula do Meko e Vertente Natural doam 1374 € a favor do movimento “ Maria Inês”

Víctor Sousa Lopes acaba de lançar o livro “Luís Francisco Rebelo: uma co-lectânea da vida”, sobre o conhecido advogado, dramaturgo, ensaísta, tra-dutor e historiador. O livro foi publicado pela editora Fonte da Palavra.

Luís Francisco Rebelo teve um papel renovador na evolução do teatro portu-guês, principalmente no pós-guerra. É também uma das personalidades mais destacadas internacionalmente em ter-mos de Direitos de Autor, tendo dirigido durante muitos anos a Sociedade Por-tuguesa de Autores. Entre os vários ga-lardões com que foi agraciado, contam-se a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, Grande Oficialato da Ordem Militar de Santiago da Espada, e as in-sígnias de Cavaleiro da Ordem Nacio-nal de Mérito (França).

O autor do livro, Víctor Sousa Lopes ,tem colaborado com o jornal O Sesim-brense, nomeadamente com textos so-bre os azulejos existentes nas fachadas de edifícios da vila de Sesimbra.

Livro sobre Luís Francisco Rebelo

A Associação Portuguesa de Im-prensa, irá comemorar o Dia Nacional de Imprensa, no próximo dia 11 de Dezembro (terça-feira), no Castelo de Palmela.

(Re)financiar a imprensa na emer-gência da crise, no horizonte da eu-ropa 2012, será o mote para um conjunto de intervenções que serão debatidas durante todo o dia.

Assuntos como um “Plano de emer-gência à comunicação social - im-prensa e rádio” ou “ Estratégias de mudança”, são alguns dos temas que estarão em debate.

Em destaque estará a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, que abordará o tema “Portugal 2013”.

comemora Dia Nacional da Imprensa

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O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 20127

Foi praticamente total a adesão dos estabelecimentos de restauração de Sesimbra à paralização de protesto contra a nova taxa do IVA que ocorreu no passado dia 19 de Novembro.

Dos restaurantes da vila, apenas se manteve aberto o “Forno”, na rua pro-fessor Marques Pólvora. Dos cafés, foi o do “Almeida”, na avenida da Liberda-de, que mais destoou no movimento de protesto dos estabelecimentos de Sesimbra.

Não obstante as excepções, a ima-gem que se deparava a quem visitasse Sesimbra era a de uma impressionante adesão ao protesto.

Durante a manhã, vários proprietá-rios de restaurantes juntaram-se no largo de Bombaldes, pois a RTP tinha marcado uma reportagem em directo para cerca da uma hora, mas que aca-bou por desmarcar, para desagrado dos presentes.

Mesmo assim, os industriais de res-tauração aproveitaram para fazer uma reunião ao ar livre e debater alguns dos seus problemas.

Um dos assuntos que se colocou na altura foi o da segurança, pois com to-dos os restaurantes da vila fechados, tal facto pode representar uma tenta-ção para eventuais assaltos aos es-tabelecimentos, pelo que foi decidido alertar a GNR para este aspecto.

Este protesto foi promovido pelo Movimento Nacional Empresarial da Restauração, sob o lema “Não deixem morrer o que resta de nós”.A subida do IVA da restauração, de 13% para 23%, insere-se no contexto das medidas fi-

Restaurantes, bares e cafés, fecharam um diaem protesto contra o IVA a 23%

nanceiras impostas pela troika.Para prepararem este protesto,

muitos destes empresários tinham-se reunido anteriormente, no restaurante “Canhão 2”.

O proprietário deste restaurante, Daniel Piedade, tem acompanhado de perto esta iniciativa do Movimento Na-cional Empresarial da Restauração, re-conheceu que não tinha havido tempo para fazer muitos contactos nas fregue-sias do Castelo e da Quinta do Conde,

pelo que não esperava que houvese uma adesão significativa à paralização naquelas freguesias, como de resto se veio a comprovar.

Na reunião informal que teve lugar no largo de Bombaldes, no dia da pa-ralização, os empresários resolveram manter-se em contacto e promover no-vas reuniõe sno futuro, para continuar a debater este problema do IVA, bem como outras questões de interesse co-mum.

As acções de protesto do Movimento Nacional Empresarial da Restauração, vão continuar durante mais tempo, com paralizações semelhantes noutras zo-nas do país, e eventualmente com re-curso a outras formas de protesto.

O Governo, entretanto, decidiu no-mear uma comissão para estudar o impacto do aumento do IVA na restau-ração, mas, apesar disso, manteve a taxa de 23% na proposta de orçamento de Estado.

Por imposição do Governo, a Câmara Municipal de Sesimbra terá de aprovar até ao final deste ano uma nova es-trutura orgânica, o que significará a redução do número de serviços e dos correspondentes dirigentes municipais. Os actuais 7 lugares de directores de departamento serão reduzidos a apenas 2, e os actuais 31 chefes de Divisão, passarão a 8.

O Presidente da Câmara, manifes-tou uma “discordância profunda” com esta imposição legal, que, segundo o Governo, resultaria dos compromissos aceites perante a troika. Para Augusto Pólvora, trata-se de uma “intromissão inaceitável e inconstitucional na au-tonomia do poder local”, além de ser “profundamente injusta”, pois permite, por exemplo, que as câmaras que ten-ham criado empresas municipais (o que não é o caso de Sesimbra) possam ter mais cargos de chefia, para a mesma dimensão populacional.

Nas Câmaras da dimensão de Se-simbra, o cargo dirigente mais elevado é o de Director de Departamento. A nova lei determina que pode haver um destes directores por cada 40 mil habi-tantes; como a população de Sesimbra ronda os 50 mil, isto significa apenas um

Redução do número de cargos dirigentes municipais

destes cargos, por esta via. Porém, o facto de Sesimbra ter uma participação de 2,1 por mil nos fundos transferidos da administração central, acresce mais um director: portanto, um total de dois.

A população apurada para Sesimbra nos Censos de 2011 dá direito a 7 chefes de divisão, aos quais se pode somar um 8º, devido ao número de dormidas de turistas ser superior aos 100 mil (em 2010 Sesimbra registou 117 mil). Contudo, a lei não leva em conta a população flutuante, que é muito signifi-cativa em Sesimbra, sobretudo devido às segundas habitações.

Em consequência, é significativo o número de dirigentes municipais que passam de directores de departamento a chefes de divisão, e, sobretudo, que perdem todo e qualquer lugar de direcção. Muitos destes dirigentes continu-arão a manter as suas res-ponsabilidades e a dirigir importantes serviços mu-nicipais, mas sem as con-trapartidas inerentes a essa maior responsabilidade.

Os dois novos departa-mentos a criar serão os de “Administração e Finanças”

e “Obras Municipais, Logística e Am-biente”. O “Departamento Jurídico” é extinto. Outros departamentos serão despromovidos para o nível de divisões: é o caso dos “Recursos Humanos”, “Urbanismo” e “Educação, Cultura e Desporto”.

Como esta redução é superior a 30%, haveria a possibilidade de a levar a cabo de modo gradual, podendo haver a renovação de comissões de serviço de cargos a extinguir, no número que exceda aqueles 30%. No entanto, a Câmara de Sesimbra está impedida de recorrer a esta modalidade, por ter ul-trapassado os limites de endividamento - ou melhor, porque o Governo baixou a fasquia desses limites, deixando a Câ-mara numa situação de incumprimento.

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O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012

Soul Shaker: um programa radiofónicode Pedro Mateus

Pedro Mateus tem desenvolvido em Sesimbra uma actividade criativa associada à música, quer como elemento da banda Million Dollar Lips, quer como DJ (Plastic People). Surge agora como autor de um programa de rádio: todas as terças-feiras a partir das 22 horas, na rádio Sesimbra FM, apresenta o seu programa Soul Shaker, um misto de entrevista a um convidado, e de música, que traduz, quer os seus gostos pessoais, quer os dos convidados.

Inicialmente, a ideia de Pedro Mateus foi a de um programa muito pessoal, pensado para a Internet, originalmente num formato de blog, e depois em formato podcast.Ao princípio, eram ap-enas músicas, com uma apresentação muito ligeira dos artistas. Isto passou-se há uns 3 a 4 meses. Mas logo pensou em enriquecer o programa com convi-dados, e foi então que surgiu a ideia de associar a Sesimbra FM:

“Comecei a pensar que era giro ter convidados – um programa só de gos-tos musicais meus seria pouco interes-

sante, E teria mais valorização com out-ras pessoas, como convidados. Porém, fazer isto num estúdio caseiro seria mais complicado, e então fiz a sugestão à Sesimbra FM, falei com o director da rádio, através da Sofia Mendes, ele disse ok, e deu-me aquelas 2 horas à terça-feira para o programa”.

Entretanto surgiu-lhe a possibilidade de associar o Velvet Café: “Durante a fase de preparação do programa, comecei a verificar que grande parte dos artistas que me interessaria ter no programa, eram artistas que vinham ao Velvet. Alguns que até não conhecia, e passei a conhecer ao ouvir alguns dos

concertos no Velvet. Fiz a proposta ao Mário e à Sara, perguntei se havia interesse por parte deles em ajudar o programa na forma de patrocínio, e eles acabaram por patrocinar.”

A vantagem da ligação ao Velvet Café vai para além do simples patrocínio: “Também trocamos influencias: minhas com convidados meus que poderão lá ir tocar, e vice-versa: convidados do Velvet, como músicos, que poderão ser entrevistados no meu programa”.

O programa musical do Velvet é muito centrado no jazz, embora não exclusivamente (ver entrevista ao lado). Será que o SoulShaker também é um programa de jazz? Apesar duma ligação forte, Pedro Mateus diz que não está limitado ao jazz: “Eu gosto de falar do meu programa como um programa de gostos pessoais, é um talk show com pessoas das mais diversas áreas – um dos convidados, por exemplo, foi o Bruno Balegas, que é um artista plástico aqui de Sesimbra – porque o meu interesse é também fomentar em Sesimbra qualquer coisa, não é apenas um programa para o exterior. O programa é onde individualidades se apresentam ao público, dando a conhecer-se de uma maneira muito particular, que é através da música que esse convidado ouve.”

No entanto, apesar de não poder ser classificado como um “programa de jazz”, Pedro Mateus reconhece que o jazz acabou por interagir bem: “– Porque o jazz é muito o que artisti-camente é absorvido por esta massa de pessoas. Eu comecei a notar, quando falava, não só com músicos mas tam-bém com outro tipo de artistas, que consumiam muito jazz. Eu próprio tinha entrado numa fase, há um ano atrás, onde comecei a consumir muito jazz, e, como costuma acontecer, vamos requintando os gostos nesse aspecto, e comecei a perceber que à minha volta havia uma panóplia de pessoas que eu conhecia e que estavam a seguir o mesmo caminho.”

“Obviamente que quando falamos de níveis artísticos, já com algum conhe-cimento e alguma maturação artística, que são a maior parte dos artistas que

vão acabar por entrar no programa, falamos de gostos musicais que nor-malmente são diferentes dos que se ouvem na rádio Comercial. A minha es-colha também será por aí, por perceber quem são os convidados, perceber que para os ouvintes também lhes vamos dar algo diferente das típicas músicas que estão habituados a ouvir.

O jazz que tem apresentado é um jazz de fusão com outros estilos musicais?

“Sem dúvida alguma. Aliás, o que é que hoje em dia não é fusão? Até na cozinha!

“Na minha opinião, hoje em dia es-tamos a maturar uma quantidade de informação que obtivemos ao longo dos anos, até somos vítimas dum ex-cesso de informação, e eu acho que artisticamente, o que está a acontecer é que os artistas, quando começam a desenvolver um quadro, quando tiram uma fotografia, quando a trabalham posteriormente, digitalmente, ou quan-do fazem a sua impressão, seja lá o que for, o resultado acaba por ser uma mistura das influências que obtiveram ao longo das suas vidas, e quando espremem essas influências, o sumo é exactamente essa criação.

“Enquanto que há muitos anos atrás, conforme o local onde se vivia, tinha-se uma vida cultural muito específica, ac-tualmente somos bombardeados com imensas influências

O programa tem algum limite temporal?

“É para durar enquanto eu achar que faça sentido. É um programa de autor, embora seja transmitido pela Sesim-bra FM, e à qual eu agradeço imenso, porque ter aceite, porque eu nunca tinha feito nada, foi uma experiência completamente nova para mim, atirei-me de cabeça com um directo, com en-trevistados, sempre na perspectiva de melhorar. É, no entanto, um programa para durar o máximo de tempo possível, desde que sinta que as pessoas estão interessadas nele

Tem tido algum feedback?Tenho tido bastante feedback. Mais

do que aquele que eu esperava alguma vez, mas essencialmente através da Internet. O podcast mantém-se, para além da emissão em directo, e aí é que eu tenho noção estatística, que me tem surpreendido, porque tem andado perto dos 100 a 150 ouvintes, o que é excelente para um programa que tem apenas duas emissões, talvez em directo haja um 50 ou 100 ouvintes, o que para mim é muito gratificante.

Velvet Café: Jazz e músicas afins com o mar na linha do horizonte

O programa Soul Shaker pode ser ouvido em directo na Sesimbra FM, na frequência 103,9, todas as terças feiras a partir das 22 horas, mas também está disponível, em diferido, na Internet, em:

http://www.soulshaker.pt/O respectivo podcast pode ser

descarregado para audição poste-rior.

Informações sobre o Soul Shaker estão igualmente disponíveis nas redes sociais: Facebook e Tweeter.

Contactaram uns amigos que es-tavam a estudar na JBJAZZ CLUBE – uma escola de jazz de Lisboa – que ajudaram a conceber o ousado projecto de trazer o Jazz para Sesimbra, com uma frequência regular, ao longo de todo o ano.

Apesar do inegável interesse do projecto, não foi fácil obter autorização para espectáculos regulares: durante muito tempo tiveram de funcionar com autorizações precárias, para um limi-tado número de concertos. Procuraram então obter uma licença mais perman-ente, que a lei prevê. Mas não foi nada

fácil: “Para a Câmara era um projecto novo, pois este assunto, anteriormente, era da competência dos Governos Civis. Faz agora um ano que fomos saber o que era preciso para esse licen-ciamento. Em Janeiro passado o presi-dente da Câmara fez sair um despacho com a documentação necessária, mas havia um lapso ou dois que tivemos que alterar, trabalhando em conjunto. Tivemos de investir em testes de som, em novos projectos técnicos – porque são especiais, não são os normais –, muita burocracia e muitas despesas.”, Mário Duarte desabafa: “A Camara devia existir para regulamentar e ajudar os empresários, e não para complicar o nosso trajecto”.

Entretanto começaram com os

concertos com alguma regularidade, e sobretudo com agrupamentos de inegável qualidade. Mas, embora seja dominante na programação, não há uma exclusividade do jazz: também houve lugar para projectos como o de Nuno Reis (um dos músicos da banda sesimbrense Rysko). Mário Duarte esclarece: “o nosso lema é o jazz e músicas afins. No caso do Nuno Reis, não é propriamente jazz, é um projecto mais no estilo Musicas do Mundo, mas é gente nossa, da terra, temos que apoiar; além disso, a sonoridade dele está cada vez mais próxima do jazz.”

Também poderíamos questionar o que atrai estes músicos de jazz a Sesimbra. “Acabam por vir por dois motivos: um, se calhar por não estarem dentro do circuito da cidade de Lisboa, e outro porque a maneira que temos de abordar a música é um bocadinho diferente. Há casas em Lisboa que contratam os músicos porque é o nome, não é propriamente pela obra deles e pelo que estão a fazer. Nós, claro que priorizamos os músicos, mas prioriza-mos também o trabalho e a obra, acho que é esse conjunto de factores que faz com que tenhamos esses projectos aqui”, diz Mário Duarte

Mas o Velvet Café não parece muito com um clube de jazz…

“Essa particularidade acaba por ser engraçada, porque chegam aqui e di-zem: não tenho que descer escadas, não vou para um buraco para tocar. Acabam por gostar até pela diferença, e acabamos por ter a vista da baía que temos, e que é fenomenal, temos o mar ao pé. Isto é algo a que os músicos não estão habituados, e essa diferença é outra maneira de estar. E também da parte dos clientes, há um respeito que se acaba por transmitir, acabamos por ser quase uma família, e os músicos sentem-se em casa.”

Como funciona a vossa associação com o programa Soul Shaker, do Pedro Mateus?

“O Mateus pensou em desenvolver um projecto de rádio, com sonori-dades que se encaixam perfeitamente no nosso projecto, falou connosco, chegámos a um consenso, propus-lhe,

Concertos em DezembroOs concertos de jazz do Velvet, que

têm lugar normalmente às sextas-feiras à noite, e que já se encontram agendados para o mês de Dezembro, são os seguintes:

Dia 7 – Pintura Fresca, do músico cubano residente em Lisboa, Leo Espinoza

Dia 14 – Air Project, trio de Miguel Amado

Dia 28 – Avalanche (quarteto)

Ainda no dia 29 de Dezembro, o Velvet Café acolherá um concerto da banda Rysko, para apresentação do novo álbum desta banda sesim-brense.

Há dois anos que Mário Duarte e Sara abriram o Velvet Café, na marginal poente de Sesimbra, no edifício Varanda. Os primeiros meses serviram para tentar perceber como é que poderiam “fazer a diferença”, tendo já a ideia de fazer algo no âmbito da cultura e da música.

A 16 de Junho realizaram ali um primeiro concerto e começaram a ensaiar um “estudo de mercado”. Até que chegaram a uma altura em que pensarmos enveredar pelo jazz.

Carapau da areiapromovido pela Câmara de Setúbal

O “carapau da areia” é uma apre-ciada variedade da popular espécie pe-lágica, de dimensões compreendidas entre os 15 e os 20 cm – em linguagem vulgar, é um meio carapau – e que apresenta um excelente sabor, devido a um bom índice de gordura, e também à suavidade da sua carne branca.

Neste momento, e dada a impossibi-lidade de capturar carapau de menores dimensões (o afamado pelim, ou joa-quinzinho”, a dimensão do carapau da areia é a mínima que pode ir à lota.

Os cardumes de carapau da areia localizam-se em fundos baixos, próxi-mos da costa, podendo ser capturados pelas redes das traineiras ou das chinchas – sistema de pesca que al-guns preferem indentificar como “arte xávega”, desprezando a tradicional designação que tem em Sesimbra, onde também era conhecida como “arte do Caneiro”.

Há umas décadas atrás, os fundos de areia da Costa da Caparica e a Restinga (na embocadura do rio Sado) eram locais de excelência para a cap-tura desta espécie. Mas actualmente continua a pescar-se nos fundos arenosos de toda a zona compreen-dida entre a Caparica e Sines.

Indicação GeográficaProtegida

Modestos nos seus pergaminhos, mas ricos em sabor e valor alimentar, espécies como a sardinha, o carapau e a cavala, continuam a ser desvalo-rizados pelos portugueses: basta ver os preços que atingem na lota, com-parativamente com outras espécies.

Apesar do povo português se ter

O carapau da areia, ou carapau manteiga, não é um exclusivo dos pescadores setubalenses – a coope-rativa Sesibal, uma das promotoras deste projecto, engloba pescadores e barcos de pesca de Sesimbra, Setúbal e Sines – mas a iniciativa sadina, de promover o carapau man-teiga como um produto setubalense, tem o mérito de terem sido pioneiros na intenção de valorizar especifica-mente esta variedade piscícola.

Dado tratar-se de um peixe que é capturado desde a Caparica até Sines, possivelmente teria feito mais sentido lançar esta iniciativa como uma realização de vários municípios.

Infelizmente, a “força” de cada município torna-se, por vezes, numa “fraqueza” da região, ao não se aproveitarem as possibilidades dum trabalho em conjunto para promoção duma região que, aos olhos de ter-ceiros, não faz sentido estar repartida em “quintinhas”.

Tortas e queijos de Azeitão, vinhos de Palmela, Moscatel de Setúbal, Farinha Torrada e peixe-espada preto de Sesimbra, não são apenas

produtos locais: pertencem a toda a região hoje designada como Penín-sula de Setúbal, mas que também poderia, com vantagem, manter a sua antiga designação de “Península da Arrábida”.

Promovidos separadamente por cada município, a sua fama talvez não chegue muito longe. Promovi-dos pela grande região da Arrábida, teriam mais hipóteses.

Ao mesmo tempo que os mu-nicípios se revelam ciosos das suas fronteiras, as regiões de turismo caminham em sentido oposto: há poucos anos foi extinta a Região de Turismo da Costa Azul, integrada na Região de Turismo de Lisboa, numa concentração que dividiu o território por onze destes organismos.

Pouco tempo passou, mas já o actual Governo anuncia nova con-centração: passarão a existir apenas 5 regiões de turismo, integrando Sesimbra a mega-região de Lisboa e Vale do Tejo.

Entre a reduzida dimensão mu-nicipal e o gigantismo das regiões de turismo, quem se salva?

Península da Arrábida

Peixe plebeu

alimentado, durante séculos, com “meia sardinha numa fatia de pão”, o que os portugueses continuam a valo-rizar são os peixes que costumavam ir à mesa do Rei, como os salmone-tes, os robalos e as lampreias. De certo modo, é como se a Monarquia continuasse a reinar.

para além do patrocínio que damos ao programa para divulgação, que seria bom convidar parte dos músicos que nós contratamos para entrevistas.”

Todo este investimento significa que é um projecto de futuro, de longo prazo?

“Sem dúvida. Temos também acor-dos com a JBJAZZ, para trazermos os combos daquela escola de jazz a Sesimbra, para apresentação do trabalho dos alunos. Vamos também combinar com professores deles para proporcionarmos que músicos locais possam também tocar aqui.

“E temos feito investimento em equi-pamento próprio: aparelhagem de amplificação, uma bateria, um piano eléctrico, e estamos a estudar a aquisição a aquisição de um mini-estuúdio, que nos pode proporcionar duas coisas: por um lado, uma melhor sonoridade para os espectáculos e, por outro, a possibilidade de gravar em mul-tipistas, o que permitirá fazer edições de autor, ou edições com colectâneas dos concertos.”

Em Setúbal chamam-lhe carapau manteiga, e a Câmara Municipal sa-dina tomou a iniciativa de promover esta variedade, com a intenção de o valorizar através da sua classificação como ”Indicação Geográfica Prote-gida” – processo nem sempre fácil, dadas as complicações burocráticas destes processos – veja-se, por ex-emplo, a dificuldade que Sesimbra tem tido em registar o “peixe-espada preto de Sesimbra”.

Porém, mesmo sem “selo oficial”, a iniciativa da Câmara de Setúbal, em colaboração com a cooperativa de pesca Sesibal, já teve o mérito de alertar a opinião pública para esta “marca”. No passado dia 18 de Novembro realizou-se em Setúbal o “Festival do Carapau Manteiga”, que incluiu uma conferência em que diversos especialistas analisaram as potencialidades da promoção do desta variedade, com diversos res-taurantes e a Escola de Hotelaria de Setúbal a fornecer uma gastronomia baseada nesta carapau.

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10O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012

Assembleia Municipal aprovoutaxas de IMI e da Derrama

A Assembleia Municipal do passado dia 16 de Novembro aprovou as taxas de IMI e de Derrama para 2013, pro-postas pela Câmara Municipal, com os mesmos valores do ano corrente. Au-gusto Pólvora, presidente da Câmara, justificou a manutenção dos valores porque a Câmara tivera “o cuidado de preparar um programa financeiro que não agravasse ainda mais a situação dos nossos municipes”.

A principal oposição às propostas da Câmara veio da bancada do Partido Socialista, que sugeriu que poderia ter havido abaixamento de algumas taxas, como aconteceu noutros municípios.

Em todo o caso, nem o Partido So-cialista nem nenhum outro partido apre-sentaram qualquer proposta alternativa, pelo que as taxas de IMI (0,4% sobre os imóveis com valores reavaliados, 0,7% e 0,8% para os restantes) e da Derrama (adicional de 1,5% ao IRC) acabaram aprovadas por maioria dos votos (CDU, PSD e CDS) e com abstenção do PS, do BE e do deputado independente.

Na discussão destas propostas Ma-nuel José Pereira, do PS, destacou que no contexto actual de agravamentos de impostos, o aumento das taxas poderia redundar em quebras das respectivas receitas, pelo que o abaixamento das taxas poderia até proporcionar aumen-tos de receitas.

Quanto à Derrama, que incide sobre os lucros das empresas, referiu que o abaixamento da taxa poderia ajudar a criar empregos.

Augusto Pólvora, respondendo a Manuel José Pereira, salientou o facto dos valores da Derrama serem muito baixos: “uma empresa que tenha lucro

de mil euros, pagará 15 euros; e uma que tiver lucro de 10 mil euros, paga 150, e se calhar a maior parte das em-presas aqui do concelho não tem lucros de 10 mil euros, eu pergunto quantos postos de trabalho é que estes valores criariam? Não dariam nem para pagar o salário de um mês!”

Relativamente ao esperado aumento da receita do IMI por efeito da reava-lição dos imóveis, Augusto Pólvora destacou que essa reavaliação decorre de uma lei que um governo socialista aprovou há cerca de uma década.

Também a favor das taxas propostas pela Câmara, o seu presidente lembrou que a candidatura ao empréstimo do PAEL – que tinha sido assinado nesse mesmo dia, no valor de 10,7 milhões de euros – fora acompanhado de um compromisso de receitas municipais, baseadas naquelas mesmas taxas, e que seria um absurdo baixar as taxas depois de se ter tomado aquele com-promisso.

Taxa municipal direito de passagem

Trata-se de uma taxa apagar pelos operadores das televisões por cabo, e a respectiva taxa decorre da lei. Se-gundo Augustp Pólvora: a taxa “Não tem em conta o que devia ser uma justa retribução aos municipios; o Governo acabou por legislar no sentido de prote-ger os direitos dos grandes operadores das redes de cabo, o que se traduz numa receita ridicula.”

De facto, o máximo que se pode cobrar é 0,25%, do valor das facturas.

Segundo uma previsão da Câmara, consideran-do que 20 mil familias pagam, nas facturas electrónicas (da PT, do MEO e da Cabovisão) uma média de cinquenta euros por mês, a receita municipal seria de dois mil e quinhentos euros por mês, ou seja, trinta mil euros por ano”.

Homenagem a Domingos Cachão e Jorge Martelo

Por proposta do Partido Socialista e do Partido Social Democrata, a Assembleia prestou homenagem a Jorge Martelo e Domingos Cachão, recentemente faleci-

dos, e que tinham militado, respectiva-mente em cada um daqueles partidos, incluindo o desempenho de cargos nas autarquias locais.

Manuel José Pereira, do PS, colocou a hipótese de receitas municipais, no futuro, em vez de assentarem no património imobiliário, dependessem antes do ren-dimento dos seus munícipes, o que, na sua opinião, poderia tornar os Municípios mais competitivos entre si – depreende-se que se referia a competição em termos económicos. Adiantou ainda que o Go-verno poderia até transferir as mesmas verbas globais para os Municípios, mas que a redistribuição pelos Municípios é que poderia assentar mais nesta outra modalidade.

Esta hipótese, no entanto, poderia revelar-se muito negativa para Sesimbra:

é que, dado o número de construções de segunda habitação aqui existentes, Ses-imbra tem um valor patrimonial imobiliário superior à média nacional (e até à média regional). Pelo contrário, o rendimento médio dos sesimbrenses é inferior às médias nacional e regional. A manter-se este quadro, a mudança sugerida pelo PS traduzir-se-ia, assim, numa redução das verbas recebidas.

A não ser que, acicatados por aquela ocorrência, as empresas e os trabalha-dores sesimbrenses se motivassem para ser mais produtivos e mais competitivos economicamente. Seria certamente de-sejável. Mas seria possível?...

Alteração da filosofia de financiamento das Câmaras Municipais

Referindo-se ao livro editado pela Junta de Freguesia da Quinta do Conde, da autoria do seu presidente, Vítor Antunes, o deputado Carlos Macedo, do Bloco de Esquerda, afirmou que o referido livro, pago pela Junta, configurava uma “cam-panha eleitoral antecipada” financiada pela autarquia liderada pelo autor do livro.

O livro “Quinta do Conde – Origens e Percurso”, lançado na ocasião do 27º aniversário da freguesia da Quinta do Conde, e ao qual nos referimos na nossa anterior edição, traça de facto a história da Quinta do Conde desde as suas origens, mas aventura-se na des-crição de eventos até ao presente ano,

uma proximidade que os historiadores, ajuizadamente, costumam evitar.

Vítor Antunes, protagonista de alguns dos factos relatados, evita propagandear essa sua actividade cívica, o que é de louvar, mas mais seria se tivesse também evitado aparecer em várias das fotogra-fias incluídas na obra.

O facto de ter sido a Junta a pagar a edição dum livro do seu presidente, justifica-se pelo facto de ser a única pessoa que desenvolveu um texto sobre as origens da Quinta do Conde. Mas fica agora obrigada a fazer o mesmo a qualquer outra iniciativa semelhante de outro político local.

BE acusa Vítor Antunes de “campanha eleitoral antecipada”

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O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012 11

Américo Gegaloto será o candidato do PS às AutárquicasOs Socialistas de Sesimbra já escol-

heram o candidato que encabeçará a lista candidata à Câmara Municipal, nas eleições que se realizarão daqui a um ano: será de novo Américo Gegaloto, o jovem advogado residente na Quinta do Conde.

O actual vereador municipal entrou para o PS em 1993, ano em que foi eleito para a Assembleia da Freguesia da Quinta do Conde; nos mandatos seguintes foi eleito para a Assembleia Municipal de Sesimbra, tendo depois encabeçado a lista candidata à Câmara de Sesimbra para o actual mandato autárquico.

Para a escolha dos seus candida-tos autárquicos, o Partido Socialista elaborou este ano um conjunto de orientações e de “mínimos”: qualquer proposta para candidato teria de ter a subscrever a candidatura, cumulativa-mente: 10% dos militantes da concelhia, 1/3 dos membros da comissão política, e metade dos autarcas da Assembleia Municipal e das Assembleias de Fre-guesia.

Em declarações a’O Sesimbrense, Américo Gegaloto, que foi o único candidato interno a este cargo, mani-festou-se satisfeito com as adesões à sua candidatura, que “ultrapassaram os valores mínimos, e em algumas situações atingiu quase a totalidade; noutras aproximou-se muito”. Para o actual vereador socialista, isto é “sinal de algum reconhecimento” do trabalho que tem desenvolvido”.

Preocupaçãocom finanças municipais e apoios sociaisEmbora recusando-se a fazer reve-

lações, Américo Gegaloto confirmou que “há novidades, há uma postura diferente, e uma visão diferente da actual em termos de governação da camara”. Para o programa autárquico, disse-nos que “Há uma coisa que va-mos procurar fazer, que é apresentar propostas muito realistas e exequí-veis, porque os tempos que aí vêm, e que vivemos hoje, exigem da nossa parte realismo e objectividade na fei-tura do programa eleitoral. O que nos preocupa mais é a situação financeira da Câmara, e logo a seguir a questão da acção social, isto é, as dificuldades que as pessoas estão a ter, e qual é o papel que a Câmara deve ter, em articulação com as outras instituições. isto sem prejuízo de outras áreas, como o Turismo e as Pescas, que es-tarão sempre presentes no manifesto eleitoral, e que merecerão um estudo mais aprofundado.”

Os candidatos socialistas às Juntas de Freguesias deverão ser igualmente conhecidos até ao final do ano.

PSD vai revelar candidatos no dia 4

O Partido Social Democrata de Se-simbra vai realizar no próximo dia 4 de Dezembro um jantar de Natal e de homenagem ao fundador do partido, Francisco de Sã Carneiro.

Nesta ocasião serão divulgados os candidatos à Câmara e à Assembleia Municipal, para as eleições autárquicas do próximo ano.

Para este jantar a comissão concel-hia local convida todos os militantes e simpatizantes, apelando a que par-ticipem “nas atividades que estão a ser anunciadas e disponibilizando-se a participar nas listas aos diversos ór-

Para Américo Gegaloto, entre os principais problemas do município contam-se a situação financeira da Câmara Municipal e os problemas sociais provocados pela crise que o País atravessa.

A Biblioteca D. Manuel Martins, do Centro de Estudos Culturais e Ac-ção Social Raio de Luz, comemorou os 25 anos da sua fundação com uma cerimónia que teve lugar no passado dia 27 de Outubro, na sede daquela instituição, em Sampaio.

Esta Biblioteca funcionou, durante os primeiros anos, na pequena sede do Raio de Luz, num edifício próxi-mo da rotunda de Santana.

Entretanto, com a construção do novo edifício sede, o Raio de Luz viu-se obrigado a celebrar com a Câmara Municipal de Sesimbra um protoloco de aluguer daquelas ins-talações a esta autarquia local, de modo a viabilizar financeiramente a edificação de um Centro Social ane-xo, actualmente em construção.

A Câmara Municipal tem utilizado aquelas instalações para diversos fins, funcionando ali também uma extensão da Biblioteca Municipal, o Centro de Recursos e Educativos e

Biblioteca D. Manuel Martinscomemorou 25 anos

Formação, o Centro de Novas Opor-tunidades e a Universidade Senior.

Um dos pontos altos do aniversá-rio foi uma palestra pelo professor universitário e filósofo, Manuel Ma-ria Carrilho, sobre desenvolvimento cultural e o papel das bibliotecas.

Entre os presentes na cerimónia, contou-se o patrono da Biblioteca, o anterior bispo de Setúbal, D. Ma-nuel da Silva Martins, bem como o actual bispo da mesma diocese, D. Gilberto. As autarquias locais estive-ram repre-sen tadas a t r a v é s dos presi-dentes da C â m a r a , A u g u s t o Pólvora, e da Assem-bleia Muni-cipal, Ode-te Graça.

gãos autárquicos”, frisando que “todos somos precisos, não podemos excluir ninguém e não queremos que nenhum companheiro ou companheira se sinta excluido(a)”.

Este jantar terá lugar na Estalagem dos Zimbros, na Azoia, a partir das 20 horas, do próximo dia 4 de Dezembro. e as inscrições poderão ser feitas através dos telefones:

912529433 ou 965440099

ou para o endereço electrónico:

[email protected]

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12O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012

Fotógrafos de Sesimbra (XII)

Karen ReyniersKaren Reyniers esteve

de ferias em Sesimbra em 1979, com os pais e o irmão – ficaram então numa casa alugada, na rua D. Sancho I. Tinha apenas 6 anos, mas já desde os 5 anos que tinha a paixão de fotografar. De nacionalidade Belga, Karen define-se a si própria como “mãe, esposa, fotógrafa apai-xonada, amante da música, entusiasta das viagens, lo-jista, ex-investigadora cientí-fica, “dependente” da moda e

muito mais.Para além de usar a câ-

mara digital, Karen Reyniers continua a fotografar com câ-mara analógica, lomografia, polaroid e iPhone.

Outras fotografias da sua autoria podem ser encontra-das na Internet, em:

http://www.flickr.com/photos/krkrkr12345/sets/

http://www.facebook.com/KarenReyniersPhotography

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O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 201213

No piso da extremidade sul da ave-nida da Liberdade, actualmente a sofrer obras de remodelação, foram assinalados os contornos dos edifícios antigos que ali existiram, bem como as antigas designações das ruas. Surpreendentemente, surgiu agora assinalada uma “Tr. da Mesericórdia”, uma artéria que ligava o actual largo 5 de Outubro (antigamente, Campo da Misericórdia) com a actual rua da Re-pública (antiga rua Direita, designação que ficou esquecida nesta “reconstitui-ção”).

Acontece que o nome da conheci-da instituição de caridade nunca se escreveu assim; escreve-se “Miseri-córdia”. Explicaram-nos que a palavra derivava das antigas “Mesas” e “Me-sários”. “Mesas” era como antigamen-te se designavam os órgãos directivos

“História” mal contada…de certas instituições, e a palavra ain-da hoje sobrevive nas “mesas das as-sembleias-gerais” – dificilmente pode-ria ser essa a origem da designação, e nesse caso seria “Mesaricórdia”.

Explicaram-nos ainda que aquela grafia se encontrava numa antiga plan-ta de Sesimbra, datada de 1905. Isso é verdade, mas essa planta não pode servir de exemplo, pois tem vários er-ros, tais como rua da “Palmira” em vez de rua da Palmeira, e rua do “Ferro” em vez de rua do Forno. Os antigos também cometiam erros…

E a propósito, deve referir-se que existe um anacronismo nas designa-ções escolhidas: o nome de “Largo da Boa Esperança” só foi usado depois de 1939, e por pouco tempo. A desig-nação antiga daquele espaço era a de largo da Praça.

Gemeniano Cruz é um jovem artista plástico e ilustrador já conhecido de muitos sesimbrenses, seja pelas ex-posições que tem realizado, seja pe-las acções de pintura ao vivo em que tem participado.

Estudou na licenciatura de Arte Mul-timédia/Animação na Faculdade de Belas Artes Universidade de Lisboa (na vertente de Animação) e na ETIC - Escola Técnica de Imagem e Comu-nicação (curso de design de equipa-mento).

Ele próprio reconhece influências da Arte Urbana, Graffiti, Arte Pop, Banda desenhada, Fotografia – estendendo essas influências a vários artistas que sempre o “acompanharam” ao longo do seu percurso académico, desde os mestres do Renascimento até à Arte Contemporânea.

Não é fácil, no entanto, enquadrá-lo num estilo específico: “Trabalho em qualquer material, embora explore uns mais do que outros, e tenho mostrado isso; costumo trabalhar mais com ca-netas, quando se trata de pinturas ao vivo, em vidro. É por isso que o meu material não tem um estilo próprio. Eu tenho o meu traço, que tenho mostra-do em quase todos os meus trabalhos, mas tenho feito de tudo. Isso também serve para mostrar que me consigo mover em qualquer espaço.”

A primeira apresentação dos seus trabalhos digitais num espaço públi-co, foi em Sesimbra, no Black Coffee: “Eram uns rostos. Teve muito suces-so, porque ninguém conhecia o meu trabalho, e a partir daí as pessoas começaram a ter consciência de que eu trabalhava nisto, começaram a dar valor. A partir daí tive mais convites.”

“Mas muitas vezes quando é tra-balho com técnica digital, as pesso-as não dão valor, porque não vêm o processo. Quando me vêm a fazer

ao vivo é outra dinâmica, dão valor porque vêm o processo, e começam a fazer perguntas, a perguntar quem somos.”

Uma das acções mais recentes de pintura ao vivo, ocorreu durante a ini-ciativa promovida por Pedro Mateus, “Vamos fazer uma festa em Sesim-bra”, em Agosto passado. O projecto, que envolvia música e pintura ao vivo, decorreu em três espaços comerciais: Sushimbra (restaurante), Gliese e Mil e Uma Noites (bares). No Gliese Ge-meniano trabalhou em formato digital, e nos outros, pintou em folha de papel. Era uma acção que deveria ter tido a participação de mais artistas plásticos: “Existe um preconceito, alguns artistas de Sesimbra, em relação a não serem pagos, e alguns deles cortaram-se. Eu estive desde as 5 da tarde até às 5 da manhã; praticamente fiz o trabalho dos outros todos.”

Gemeniano também já tem feito pin-tura ao vivo no bar Eleven’s, em cuja decoração participou.

No entanto, onde tem conseguido ganhar algum dinheiro é em trabalhos para clientes estrangeiros: “Tenho fei-to trabalhos para a América, é isso que me tem sustentado, mas também no Brasil e vários outros sítios, em contextos comerciais.”

Por exemplo, tem vendido trabalhos seus à Zap Skimboard e à Face Five, empresas de Windsurf e de Skimbo-ard, fazendo o design para as pran-chas, bem como para tshirts: “Estou a fazer este trabalho já há 4 anos, estou a ir por aí”.

Exposição na Waves & WoodsRecentemente, Gemeniano Cruz inaugurou uma exposição de traba-lhos seus, com o título: “O teu avô é que devia não ter nascido”, numa loja/galeria do Bairro Alto, em Lisboa: “É uma street shop, de vários desportos, que é galeria também, e que trabalha com os melhores artistas portugueses.

A loja/galeria Waves & Woods está localizada no Bairro Alto, na Travessa da Queimada. Ali vendem-se artigos exclusivos de diversas marcas: RVCA, SA-NUK, EZEKIEL, HOVEN, OBEY, ADIDAS, NIKE SB, LRG, EMERICA, ETNIES, SABRE, MAKIA, DAKINE, VOX entre outras. Funcionando simultaneamente como galeria, a Waves & Woods dinamiza um ambiente cultural estimulante, propiciado pela localização no Bairro Alto, uma das zonas de maior atracção turística e cultural e Lisboa.

Convidaram-me para ser apoiado pela loja, ou seja, agora faço parte da famí-lia dos artistas, é uma grande rampa”.

Em simultâneo com a inauguração ocorreu o lançamento da Fanzine "NI-COTINE", da autoria de Gemeniano Cruz e de João Cruz: “Queremos mos-trar que há mais valores entre nós.”

Questionado sobre o que pensa do ambiente cultural de Sesimbra, Ge-meniano reage: “Ui… Se for Ambien-te, não é mau, é bastante bom. Temos muito espaço para pensar, para traba-lhar, não temos pressão, a terra é lin-da, espectacular. Só que a nível cul-tural, acho que as pessoas são muito agarradas ao passado. As oportunida-des são escassas ou nulas, acho que não valorizam bem as pessoas, dão valor a outras coisas.”

“A malta pensa muito em Carnaval, e o Carnaval são só 4 dias, fazia bem lerem mais, tentar saber o que faze-mos, todos. Há jovens de Sesimbra a trabalhar em Lisboa e no estrangeiro, em várias áreas, temos muitos bons valores e nem sequer são falados. In-veste-se em coisas que não têm nada a ver, e estão a destruir este espaço que temos para trabalhar. Já não con-seguimos viver cá, a trabalhar, vamos para Lisboa. Depois ouvem falar de nós passado um tempo. Acho que é um bocado por aí.”

J.A.Aldeia

Gemeniano Cruz:“As pessoas estão muito agarradas ao passado”

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14O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012

Escrevem os nossos leitores

Os avós do João M. Moreira Mafra (18 meses) de-sejam tornar público o esforço, a dedicação e o empe-nho em acudir ao seu neto num momento de aflição.

Bombeiros - SAPSesimbra

Aconteceu no passado dia 17 de Novembro às 18 horas.

O menino carecia de atendimento clínico urgente. A avó ligou o 112 e como não atendiam, o avô correu para o SAP. O SAP estava fechado.

Nesse momento valeu a estes avós o denodo, a destreza, a humanidade, carinho, bem como a perí-cia dos bombeiros nas pessoas do sub chefe Natalino Clímaco, Carlos Machado (bombeiro de 2ª e trip. de INEM), Isaura Clímaco (op. de central), João Fragoso (bombeiro de 3ª) e do motorista Nelson Martins (bom-beiro de 3º) BEM-HAJAM.

Após a acção imprescindível dos Bombeiros e a vi-gilância pediátrica do Hospital Garcia d’Orta, o João já se encontra bem de saúde em casa.

É nestas alturas de dor, que damos valor à Real As-sociação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra.

É nestas alturas que damos importância à necessi-dade imperiosa da abertura contínua do SAP.

Assim, CÂMARA MUNICIPAL E POVO, JUNTOS LUTEMOS AINDA MAIS PARA REPÔR UM SERVI-ÇO QUE TÃO NECESSÁRIO É À POPULAÇÃO.

Os avós: Maria Carlos Mafra e José Henrique Mafra

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O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 201215

Vai ser notícia!Concertos de Natal2 Dezembro | Dom. | 16hCineteatro MunicipalOrganização Associação Musicale Cultural Conde I

8 Dezembro | Sáb. | 15hGrupo Desportivo e Culturaldo Conde IIOrganização:JF Quinta do Conde

15 de Dezembro | SábadoIgreja Matriz de SesimbraOrganização:GRES Bota no Rego e Grupo Coral de Sesimbra

Jantar Solidário da CERCIZIMBRA1 de Dezembro | Sáb. | 20hQuinta dos Antónios, Palmela

2ª Caminhada Solidária pela Maria Inês2 de Dezembro | Dom. | 9hInscrições: Recepções dos parques de Campismo CAMPIMECO e VALBOM

Mostra de Doces de Natal8 Dezembro | Sáb. | 15hClube SesimbrenseA receita da venda de doces reverte a favor da Cercizimbra

Concerto de Pais e Filhos9 de Dezembro | DomingoCineteatro MunicipalOrganização: GRES Bota no Rego

Convivo Vicentino9 de Dezembro | DomingoOrganização: Conferência Vicentina de Santiago

Inauguração da Pedreira do Avelino15 de Dezembro | Sáb. | 11hRua do Forno da Cal, Zambujal

Às ordens do bem conhecido téc-nico Toni, bem longe, no histórico Irão, há um sesimbrense a fazer pela vida, conseguindo plano de evidência como profissional de futebol: Flávio Paixão, dianteiro rematador, ex-joga-

Um Sesimbrensea brilhar no Irão

dor do G. D. Sesimbra, tal qual seu irmão gémeo Marco, de similar carrei-ra, bem longe da “Piscosa”.

O Flávio actua no Tractor Sazi, um dos melhores clubes do Campeonato iraniano, do topo da tabela (3º lugar, no términus de Outubro). Anterior-mente andou por Espanha e Escócia mas desde 2010 que “viveu” asiático, dando-se bem no longínquo Irão, me-lhorando a sua cultura geral e elevan-do a sua bitola linguística do inglês. Agora, às ordens de um treinador português e com o mano Marco por perto, Flávio Paixão tem subido de rendimento, prestigiando o futebol português e Sesimbra, também.

De referir que no Irão exerceu fun-ções mais dois técnicos lusitanos de nomeada: Manuel José, no Perse-polis e José Alberto Costa, no Sanat Naft.

Daqui por pouco mais de um mês os irmãos Paixão devem estar de vi-sita a Sesimbra e nessa altura, pro-vavelmente, “O Sesimbrense” apro-veitará o ensejo para uma oportuna entrevista, co o Irão a sorrir de “plano de fundo”.

D.S.

Terminou na passada semana mais uma edição do campeonato moçambi-cano.

A última jornada terminou da melhor forma para a Costa do Sol, equipa orientada por Diamantino Miranda e pelo sesimbrense Nelson Santos, que foram vencer ao terreno do Desportivo

Nelson Santos no pódio do Moçambola

de Maputo, ficando, assim, no terceiro lugar da tabela classificativa.

Relativamente à final da Taça de Moçambique, disputada também pela Costa do Sol e pela Liga Muçulmana, conforme tivemos oportunidade de no-ticiar, resultou a vitória da equipa orien-tada pelo português Litos, por 1-0.

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16O SESIMBRENSE | 1 DE DEZEMBRO DE 2012

O SESIMBRENSE

A Câmara Municipal de Sesimbra promove no dia 1 de Dezembro, pelas 16 horas, a apresentação do livro “Engenhos de Moagem de Cereais”, no cine-teatro João Mota. Na mesma sessão será apresentado o filme “O processo de moagem no moinho do Outeiro”, que faz parte da referida publicação, editada no âmbito do projecto: Sesimbra, Memória e Identidade.

Decorreu no passado dia 9 de No-vembro mais uma sessão dos Fados de S. Martinho, uma iniciativa da Liga dos Amigos de Sesimbra, numa homena-gem a esta canção, que foi recentemen-te classificada pela Unesco como Patri-mónio Imaterial da Humanidade. Mas o espectáculo, para além do objectivo de angariação de alguns fundos para a Liga, foi igualmente um pretexto para um convívio entre amigos de Sesimbra e amigos do Fado.

O espectáculo decorreu na sala da Sociedade Musical Sesimbrense, cedida gratuitamente por aquela colectividade, e contou com a participação, igualmen-te graciosa, de numerosos fadistas, aos

Fados de S. Martinho

quais agradecemos penhoradamente. E os nossos agradecimentos são

igualmente extensíveis aos empresários que, de várias formas, contribuíram para a realização desta iniciativa.

Para acompanhamento instrumental, tivemos a colaboração de Eduardo Silva (Coté) e André Dias.

Especialmente gratificante foi ver a maestria dum guitarrista tão jovem como André Dias, e o modo extraordi-nário como enfrentou o desafio de tocar fados, alguns dos quais pela primeira vez. É que os nossos fadistas têm esta tradição de só indicarem aos guitarristas a música que vão tocar, imediatamente antes de cada fado. É certo que muitas

músicas de fado são amplamente co-nhecidas, mas outras não o são assim tanto. Já numa das anteriores sessões aconteceu um fadista experiente ter difi-culdade em “acertar” com a música.

Contudo, nos fados do dia 9, o jovem André Dias nunca desistiu perante as di-ficuldades, e acabou por se revelar um exímio guitarrista, prometendo uma car-reira brilhante.

Foram muitos os fadistas que nos honraram com a sua colaboração, al-guns dos quais se deslocaram de Setú-bal: António Almeida, Domingos Lopes, Eduardo Jorge, Francisco Andrade, Jú-lio Silva, Manuel José Pinto, Maria Cae-tano, Mariana Vitória e Pedro André.

A exemplo dos Fados de Verão, Ma-nuel Sousa animou a plateia ao tocar com a sua concertina, mas desta vez acompanhado, das suas netas, familia-res e amigos.

As entidades que patrocinaram esta sessão foram: Câmara Municipal de Se-simbra, Fernando Almeida, Hotel do Mar, Luís Texugo, Manuel Graça Peixito, Ma-xiloja (Avenida da Liberdade), Maxiloja (Rua da Paz), Restaurante O Golfinho, Padaria A Camponesa, Padaria do Gá e Sociedade Musical Sesimbrense.

Temos ainda a agradecer a divulgação feita pelas rádios Sesimbra FM e Rádio Amália.