O Sensacionismo Em Alberto Caeiro

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O Sensacionismo em Alberto Caeiro

Alberto Caeiro, heterónimo de Pessoa, é marcado por várias características sendo o sensacionismo a que mais sobressai. Caeiro apresenta-se como “um guardador de rebanhos” que deambula pelo campo e que só se importa em ver de forma objetiva e natural a realidade com a qual contacta em todo o momento. Note-se que o sensacionismo apresenta três princípios: todo o objeto é uma sensação nossa, toda a arte é a conversão de uma sensação em objeto e a arte é a conversão de uma sensação noutra sensação. Portanto, Caeiro sente que ver é conhecer e compreender o mundo. O “poeta do olhar” defende o sensacionismo mas tem predileção pelas sensações visuais. No poema “Sou um guardador de rebanhos” Caeiro confirma que faz a apologia dos sentidos quando refere que pensa com os olhos, com os ouvidos, com as mãos, com o nariz e a boca. Ele próprio sintetiza o sensacionismo referindo “Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la”. Outro poema que me cativou bastante e que está estritamente relacionado com o sensacionismo é “O meu olhar é nítido como um girassol”, onde osujeito poético defende as sensações através de duas expressões “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…” e “Pensar é estar doente dos olhos”. Em suma, Caeiro é o poeta da natureza que só se importa em ver de forma objetiva e natural a realidade com a qual contacta a cada momento através do sensacionismo.