O que esperar do novo governo

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 31 novembro de 2014 :: 1 educação•saúde•segurança•mobilidade BRASÍLIA, DF, EDIÇÃO 31, NOVEMBRO DE 2014 o que esperar do novo governo

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Educação, Saúdem Segurança, Mobilidade

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A revista Tendências e Negócios está pas-sando por um momento de reestruturação, principalmente em sua linha editorial. Nos próximos meses, nossos leitores vão acompanhar essa mudança. Nesta edição, serão lançadas duas colunas que passam a fazer parte da composição da revista: Prazeres Capitais, que trará novidades da

nossa Capital, e Fugindo da Rotina, com opções de la-zer em Brasília e dicas de turismo pelo Brasil.

Revista nova, governo novo. A reportagem de capa deste mês tenta responder a questão que todos os brasi-lienses devem estar se fazendo no momento de transição de gestão em que vivemos, “O que esperar do próximo governo?”.

Os concorrentes do governador eleito, Rodrigo Rol-lemberg, com chances de vencer o pleito, eram, no início da campanha, o ex-governador José Roberto Arruda que deu lugar ao vice Jofan Frejat, após ser impugnado pelo TSE e desistir da disputa, e o atual governador, Agnelo Queiroz. A população dava sinal de que queria mudan-ça, mas uma mudança previsível, as pesquisas eleitorais indicavam vitória de Arruda. O quadro mudou de figura quando o ex-governador saiu de campo, e os votos que seriam dele foram para Rollemberg que venceu o pri-meiro turno da disputa com 45,23% e depois o segundo com 55, 56%.

A vitória de Rodrigo Rollemberg deixou uma certeza aos eleitores, a de que terão mudanças. Quais e quando, ninguém sabe, pois o momento é de transição e com um déficit estimado em R$2,1 bi, a equipe do governo de transição analisa a viabilidade da implementação das propostas do governador eleito. Nesta edição, vamos tra-zer alguns projetos ligados à Saúde, Educação, Seguran-ça e Transporte que estão presentes no plano de gover-no lançado na campanha e também os programas que estiveram no governo Agnelo e vão permanecer neste mandato.

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editorial

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capa: alisson Carvalho

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Sucesso da energia limpa

Cada vez mais vale a pena apostar nas fontes de energias limpas. A aprovação da Medida Provisória (MP) 647/14, que aumen-ta de 5% para 7% o percentual de adição obrigatória de biodiesel ao óleo diesel co-

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Alex Dias

Parcerias Público-Privado

Dos principais direitos do cidadão, pode-mos destacar a saúde, a educação e o trabalho como os maiores responsáveis pelas correntes migratórias urbanas. No Distrito Federal, a ex-plosão demográfica abrupta e desordenada exi-

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Encontro Nacional da Indústria 2014

Nos dias 5 e 6 de novembro aconteceu o ENAI 2014 - Encon-tro Nacional da Indústria, promovi-do pela CNI. O tema central deste ano foi “O que a indústria espera do novo governo”. Entre várias ro-dadas de debate, notoriamente, a maior preocupação do setor mais representativo da economia nacio-nal é a tão sonhada reforma tribu-tária. Enquanto a América Latina pratica em média 20,7% do PIB de carga tributária, o Brasil onera os nossos produtos com impostos em 36,3% do PIB , é impossível competir dessa forma em pé de igualdade no mercado global. Nes-se aspecto, o problema levantado pelo mediador e ilustre jornalista, William Waack, é de como vamos conciliar governo e oposição para reformas no Brasil após a eleição mais agressiva e disputada da his-tória recente do país.

Centro de Operações e Monitoramento de Políticas Públicas

O Centro de Gestão Integrada do Distrito Federal (CGIDF), planejado pela Secretaria de Estado da Casa Cívil do DF, ganha força de lei através do Decreto 35.939/DF, que cria o Centro de Operações e Monitoramento de Políticas Públicas (COMPP). O órgão visa o controle e o planejamento na área de segurança de grandes eventos, de segurança pública, de mobilidade urbana e de administração de crises, como calamidades públicas. Uma exce-lente ferramenta para que dirigentes e comandos públicos possam rapidamente tomar decisões e com maiores chances de acertos.

(fonte – Diário Oficial do DF de 24 de outubro 2014 - Seção I)

Meritocracia em empresas

Nunca se falou tanto de meritocracia dentro do ambiente em-presarial. O termo faz referência à política de mérito àqueles que alcançam o desempenho esperado e previamente estabelecido. Esse reconhecimento já atingiu grande expressividade e seu formato de premiação vai além de retorno financeiro, podendo estar relacionado até ao crescimento no plano de carreira. Muitas empresas têm sido reconhecidas por essas práticas, desde o setor público, como o Ins-tituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), até multinacionais, como a AMBEV. As instituições que não aderem a essas práticas ficam para trás. É preciso se atualizar.

mercializado ao consumidor final, comprova a tendência das políticas públicas em valorizar essas formas de consumo e produção. O gover-no alega que o aumento do percentual do biodiesel no óleo diesel se-gue a política de expansão do uso de fontes renováveis e posicionará melhor o Brasil nas metas da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (1992). A MP 647/14 ainda influenciou a criação da Lei13.033/2014, que garante o cumprimento da norma.

5ge uma solução e a adesão das Parcerias Público-Privadas (PPPs) pode ajudar a solucionar o problema. Essa união, por exemplo, atenuaria o impacto, no Plano Piloto, de mais de um milhão de pes-soas que circulam diariamente na região. A insistência da Saúde Pública e Educação Pública, sem a combinação de PPPs para essas áreas, é continuar no colapso dessas estruturas e, principalmente, da mobilidade urbana.

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AlmoceConoscoDeputado mais votado para a CLDF garante que quer conhecer as necessidades da população Oda Paula Fernandes

Entrevista

Julio Cesar promete estar sempre nas ruas

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OEntrevista

O advogado Julio Cesar Ribeiro foi pela primeira vez candidato a uma vaga na Câmara Legislativa do DF. O es-treante foi eleito com o maior número de votos, mais de 29 mil, pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB). Apesar ser debutante na vida parlamentar, ele tem experiência vasta no setor público. Depois de passar dois anos à frente da Secretaria de Esportes do Distrito Federal, Julio Cesar está preparado para tomar posse e assumir a cadei-ra na CLDF durante o mandato 2015/2018.

Quem é Julio Cesar Ribeiro?Sou do ramo da comunicação. Por dez anos trabalhei

nas afiliadas da Rede Record de Televisão. Depois disso parti para a área privada: fui dono de algumas empresas na área de segurança até ser convidado para tomar posse como secretário adjunto de Esportes, no Distrito Federal. Apesar da minha formação ser em direito, após sete me-ses trabalhando como adjunto, eu fui convidado para ser secretário da pasta onde fiquei por mais dois anos. Foi muito importante para mim ser secretário de Esporte, até sair como candidato a deputado distrital.

Quais são as principais realizações na Secretaria de Esportes?

Nós chegamos numa secretaria que era desacredita-da, até então só se falava em futebol. Nós mudamos isso, colocamos a secretaria do Esporte a serviço de todas as modalidades, onde até mesmo arte marcial foi valorizada, além de esportes como o futsal, vôlei e basquete. Conse-guimos chegar até os atletas que foram beneficiados du-rante esses dois anos de gestão. Foram mais de três mil atletas que saíram de Brasília para outros estados, e até mesmo outros países, representando a nossa capital. A implementação de oito Centros Olímpicos foi outro feito da nossa gestão. Quando entramos na Secretaria, eram apenas três, agora, estamos finalizando com onze Cen-tros Olímpicos que atendem em média 40 mil pessoas. Lembrando que quando se dá aos jovens oportunidade de praticar uma atividade física, ele sai das drogas, da marginalidade. O que beneficia a família com um todo.

Este trabalho desenvolvido na Secretaria de Esportes

foi importante para sua eleição?Com certeza. A visibilidade que a gente teve foi enor-

me. Pode se comprovar isso, eu e o deputado Renato Bis-po fomos os únicos secretários que conseguimos êxito na Câmara Legislativa pelo trabalho desenvolvido.

De onde surgiu a idéia da candidatura?O nosso partido fez um estudo prévio para ver quem

realmente poderia alcançar o êxito e, após essa pesquisa, eu fui convidado pelo partido. Não era a minha intenção, quando vim para Brasília não pensava em ser candidato a deputado distrital. Se fosse ser seguida a ordem natural, nestas eleições outro deputado, que agora ocupa cargo na direção do partido como secretário do PRB, deveria ser o candidato. Mas, por questões do partido, me esco-lheram para representar a população do DF e eu aceitei, o resultado veio nas urnas. Acho que o partido estava certo na escolha e estou muito satisfeito com os votos que tivemos.

Qual a experiência que a campanha proporciona?Foi fantástico esse tempo de quase 90 dias. Eu conhe-

ci todas as Regiões Administrativas. Eu fiz um cálculo e andei em média 250 quilômetros por dia, uma maratona. Estava numa cidade hoje e daqui a pouco estava em ou-tra, mesmo com a correria pude conhecer as cidades do DF e os problemas de cada uma delas. Ao conversar com as pessoas eu fui sincero com a população e disse: “Olha, eu percorri um longo caminho até aqui. Desenvolvi um trabalho eficiente na Secretaria de Espores , se eu puder contar com o apoio da comunidade vou poder fazer mui-to mais”.

A sua campanha foi uma das mais baratas e com maior representatividade em números de votos. A que você as-socia isso?

À visibilidade da Secretaria de Esportes. Até porque eu era um secretário diferente, não era daqueles que fica só atrás da mesa. Eu estava na rua, e conheci muita gente nesse período.

Qual foi o papel das redes sociais na sua campanha?

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As redes sociais tiveram um papel expressivo. As mídias com a quais trabalhei deram um resultado ex-pressivo, porque essa é a comunicação mais próxima das pessoas, principalmente dos jovens. O esporte é uma das ferramentas que temos para combater o crime, a cultura é um outro exemplo, na Câmara Distrital quero lutar em favor de jovens que por não terem oportunidades entram no mundo da violência.

As manifestações de junho de 2013 mudaram os ru-mos dessas eleições de 2014?

Sim, claro. Eu sempre dizia que a verdadeira mani-festação tem ser na urnas, e a minha eleição é fruto dis-so. A Câmara Distrital é um resultado da indignação da população do DF, com a renovação de 50% dos nomes, que junto aos demais deputados, que legislaram e foram aprovados, farão uma Câmara diferente. Nós queremos e vamos resgatar a credibilidade dos brasilienses nos par-lamentares.

Quais bandeiras devem ser hasteada para resgatar esta credibilidade?

O esporte está no sangue, não vou deixar de lado. Mas outra prioridade que deveríamos ter e hoje não recebe a dedicação necessária é a atenção aos nossos idosos. Esta parcela da população não é valorizada em Brasília. Exemplo disso, é o longo tempo de espera que um idoso deve en-frentar, em pé, até o momento de pegar o ônibus. Acredito também na luta pelo jovem, pela educação. Eu acho que a escola integral é uma arma poderosíssima que nós temos para buscar resultados positivos junto aos jovens. Além dis-so vou lutar pela saúde, que está abandonada. Os secretários que lá passaram não investiram, não valorizaram o mandato deles. Vou ser um deputado atuante, indo aos hospitais e às secretarias cobrando resultados. Se a gente tiver esse posicio-namento, vamos ter muitos resultados.

Então é assim que vai ser sua condução de mandato?

Sim. Estarei próximo da comunidade. Não quero

ficar preso na Câmara Legistiva. Ficarei os dias neces-sários, as terças, quartas e quintas-feira, mas nos outros dias quero estar nas ruas, conhecendo os problemas de cada localidade e cobrando os resultados.

Qual é a mensagem do deputado Júlio aos eleitores?Agradecer aos 29.384 eleitores que acreditaram e con-

fiaram em mim e garantir que eles não vão se arrepen-der. Com certeza, estarei realizando o mesmo trabalho que fiz na Secretaria de Esportes, trabalhando dia-e-noite sem cessar, valorizando os princípios da nossa socieda-de. A população pode contar comigo crer que terá em mim um representante digno do que da confiança que foi depositada.

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@Cartas & e-mails

Parabéns a toda equipe do Tendências e Negócios. A revista e o programa estão muito bons.Gostaria de deixar minha colaboração sugerindo uma matéria. Que tal fazerem uma reportagem so-bre o projeto de revitalização da Avenida W3 Sul?Marta Araújo - Asa Sul - DF

Brilhante é o adjetivo que posso atribuir à reporta-gem de capa da edição 30 da revista Tendências e Negócios. A apresentação da preocupação da so-ciedade com a sustentabilidade é um assunto que devemos sempre exaltar. Em meio a tantos casos de desperdício e descaso com o meio ambiente, algumas organizações verdes dão exemplo e ten-tam mudar esse cenário no país. Espero continuar vendo reportagens que retratem o desenvolvimento sustentável.Felipe OliveiraAsa Sul, Brasília, DF

Gostei muito da matéria sobre feiras de pro-dutos orgânicos! Gostaria de ver mais notícias que mapeiam eventos como estes. Porque não criam uma sessão de eventos?A revista online está desconfigurada, está um pouco difícil de ler.Cecília da Rocha, Asa Norte - DF

Gostaria de ver mais matérias com projetos e programas de empresas que deram certo, acre-dito que informar esses casos para que outras empresas possam replicá-los torna o mercado mais competitivo e melhora a qualidade dos produtos e serviços oferecidos para todos nós. Flávia Bontempo, Lago Norte - DF

Hoje, os serviços prestados pelo governo não são eficientes e nem eficazes e portanto não conseguem atingir a todos os cidadão do DF. Em uma matéria do Almoce Conosco, vocês conversaram com o Chicão, presidente da FA-CI-DF, e abordaram sobre as parcerias público-privado. Concordo quando ele diz que o em-presário deve ser fortalecido, acho que só dessa maneira vamos conseguir suprir a carência de serviços que o governo não consegue atingir.Roberto Lira, Taguatinga - DF

Sou corretor de imóveis no DF, credenciado pelo CRECI-DF, e todos anos participo do Con-gresso Nacional. Este ano, não pude estar pre-sente e não vi nenhuma outra matéria sobre o assunto. A reportagem divulgada na revista Tendências e Negócios me fez ter conhecimen-to da Frente Parlamentar do Mercado Imobi-liário, lançada pelos sistemas COFECI-CRECI com o Congresso.José Antônio - Gama - DF

Eu ia votar no Arruda, porque lembro que ele fez um ótimo governo. Quando ele desistiu de con-correr pensei em votar no seu sucessor, o Frejat. A matéria que mostra algumas das propostas que Rollemberg e Frejat tem para o governo me fizeram mudar de ideia e votar pelo governador, mesmo, que ele ainda não tenha sido governador. Depois de ler a matéria, eu me interessei por ele e busquei na internet informações.Maria Izabel - Asa Norte - DF

Parabéns por mostraram as políticas dos deputados reeleitos. Eu não votei em nenhum deles, então ti-nha muito interesse em saber o que os distritais vão fazer pelo povo na Câmara Legislativa. No en-tanto, eu senti falta de falar também das propostas dos que estarão lá pela primeira vez.João Paulo Cortês - Octogonal - DF

Mande sua carta ou email para nossa redação. Seus comentários, críticas e sugestões serãolidas por nossa equipe e publicadas na próxima edição.

Endereço: SCS Quadra 3 Ed. Planalto OK, 2º andar, Asa Sul Brasília, DF Email: [email protected]

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Agenda positiva

A Polícia Militar do Distrito Federal aderiu à cam-panha em favor do projeto de lei de iniciativa popu-lar para a criação do Fundo Nacional de Combate ao Racismo (FNCR). A meta da corporação é conseguir cerca de 8 mil assinaturas que serão encaminhadas aos organizadores do movimento no próximo dia 20, quando é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra.

A campanha de captação de assinaturas para o projeto de lei de inciativa popular que criará o Fundo Nacional de Combate ao Racismo (FNCR) foi lança-da no último dia 21. De acordo com os organizadores, o fundo pretende coletar 1,4 milhão de assinaturas e será uma forma de financiamento de ações de com-bate às desigualdades raciais. A ideia é apresentá-las ao Congresso Nacional em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.De acordo com os organizadores, o fundo pretende coletar 1,4 milhão de assinaturas e será uma forma de financiamento de ações de com-bate às desigualdades raciais. A ideia é apresentá-las ao Congresso Nacional em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

A proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para o exercício de 2015 chegou à Câmara Legislativa do Distrito Federal e deverá ser votada até o dia 15 de dezembro, quando a Casa entra em recesso. O secre-tário de Planejamento e Orçamento (Seplan), Paulo Antenor de Oliveira, apresentou a peça orçamentária que este ano traz uma novidade: o GDF poderá ad-ministrar, em seu orçamento, os recursos do Fundo Constitucional do DF (FCDF) destinados às áreas de educação e saúde, antes administrados pela União, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda. Essa mudança não abrange os recursos destinados à Segurança Pública, previsto

Orçamento de 2015 traz novidade

em R$ 6,4 bilhões para 2015. Assim como as leis orçamentárias de 2013 e 2014,

a LOA de 2015 privilegiará os investimentos do go-verno em obras, mobilidade urbana e infraestrutura. Ao todo, o governo trabalha com uma expectativa de R$ 5,1 bilhões para serem aplicados em Projetos Es-truturantes, o que beneficia principalmente as áreas de saúde, educação, área social, mobilidade urbana, cultura e lazer. A Lei Orçamentária Anual é o instru-mento que prevê os recursos e as despesas do Gover-no para o período de um ano. Ela deve ser elaborada de acordo com os parâmetros definidos na Lei de Di-retrizes Orçamentárias (LDO).

Primeiro condomínio de Sobradinhoa ser regularizado

O moradores do Condomínio Vivendas Friburgo, no Setor Habitacional Grande Co-lorado, localizado na Região Administrativa de Sobradinho, podem comemorar. Após te-rem enfrentado 20 anos de burocracia, eles finalmente vão receber as escrituras de seus imóveis. O governador Agnelo Queiroz assi-nou um Termo Aditivo que beneficiará às 234 famílias que moram no conjunto residencial.

Com o aditivo assinado, a titular da área referente ao Setor Habitacional Grande Co-lorado, a Urbanizadora Paranoazinho S/A (UPSA), terá condições de dar entrada no car-tório para finalizar o processo de legalização que poderá beneficiar todos os 8 mil morado-res da região. Com o avanço na regularização deste condomínio, outros setores habitacio-nais da região deve seguir o mesmo caminho e ter a mesma sorte.

PMDF apoia criação do Fundo Nacional de Combate ao Racismo

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DJe 25/05/2011).A CDA é, também, título executivo unilateral, diferente-

mente, dos demais sujeitos a protesto, nascidos da vontade mútua dos contratantes. Fica, portanto, limitado o direito de defesa do contribuinte, que não participa da formação do título, anteriormente ao eventual protesto, o que, salvo melhor juízo, não coaduna com as regras constitucionais.

Não fossem bastantes os argumentos acima aduzidos, importa considerar os efeitos econômicos e sociais oriun-dos do protesto, isto porque, este confere ampla publicidade ao inadimplemento, o que configura constrangimento des-necessário ao devedor tributário.

Afinal, o Fisco detém meios suficientes para cobrança do crédito tributário: Execução Fiscal, penhoras, inscrição no CADIN, etc.

Contudo, as Fazendas Públicas, em sua sanha arrecada-tória, não se preocupam em preservar o negócio empresa-rial do contribuinte, em verdadeiro atentado contra o pró-prio crédito tributário. Afinal, é do caixa da empresa que sairá o pagamento do imposto devido.

No Distrito Federal, desde o 2º Semestre, a Fazenda Pú-blica tem se utilizado desta medida como forma de coagir o empresário a quitar o débito, contudo, não são analisadas, pelos I. Agentes Públicos, as nefastas consequências para a economia advindas deste procedimento.

Destarte, seja pela inconstitucionalidade formal da nor-ma que prevê o protesto, ou ainda pelos argumentos sociais e econômicos, entendemos como abusiva a tentativa de compelir o contribuinte a saldar eventual débito tributário mediante o protesto da CDA. Resta-nos, todavia, aguardar o posicionamento do Supremo Tribunal Federal acerca do tema.

Publicada em 27 de Dezembro de 2012, a Lei n 12.767, dentre outros tópicos, autoriza, em seu artigo n. 25, o protesto das Certidões de Dívida Ativa tributárias, pelas Fazendas Públicas dos três âmbitos da Federação.

Inicialmente, cabe esclarecer que o protesto é ato público, formal e solene, realizado pelo Ta-belião competente, que tem por finalidade cons-

tituir prova da inadimplência e/ou do descumprimento de obrigação constante de título de crédito ou de outros docu-mentos de dívida. A anotação do protesto ocasiona a perda ou limitação do crédito (bancário, comercial) do devedor.

Em face dos inúmeros prejuízos (ao devedor) advindos do protesto de título, como os acima mencionados, preo-cupa-nos que as Fazendas Públicas possam lançar mão, de forma arbitrária, deste instrumento.

Contudo, insta-nos analisar, acima de tudo, a constitu-cionalidade de tal procedimento, uma vez que os meios de cobrança do crédito tributária devem obedecer às limita-ções previstas na Carta da República.

Inicialmente, importa analisar o fato de que a norma que introduziu a possibilidade de protesto padece de in-constitucionalidade formal.

Isto porque a lei n. 12.767 é fruto de conversão de Medi-da Provisória n. 577 que regulava questões do setor energé-tico. Contudo, durante o processo de conversão (em lei), foi incluído, nas disposições finais do instrumento normativo, o artigo n. 21 que altera a lei n. 9.492 para conferir às CDA`s a condição de título sujeito a protesto. Por não haver qual-quer afinidade lógica entre o tema da lei e o referido artigo, há que se reconhecer a inconstitucionalidade formal deste, uma vez que a matéria tributária deve, sempre, ser tratada em legislação específica.

Nesta linha, decidiu o Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo, no AI nr. 20144547-26.2014.8.26.0000, pelo can-celamento do protesto de CDA, em virtude de vício de in-constitucionalidade formal.

Ora, é pressuposto básico à proteção dos direitos do contribuinte que os temas tributários sejam tratados em dispositivo legal específico, evitando, assim, que eventuais alterações sejam enxertadas, como o feito no caso específi-co do protesto da CDA.

Aliado a isto, há que se ponderar, na esteira da juris-prudência do STJ, que inexiste interesse jurídico em se realizar o protesto de CDA, uma vez que esta é título exe-cutivo, dotado de presunção de certeza e liquidez (STJ Ag 1316190/PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 1ª Turma,

• Bruno Ladeira Junqueira

• Bruno Ladeira Junqueira - Advogado

Do Protesto de Dívidas Tributárias: Breves Considerações

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De todos estes temas, o orçamento do próximo ano e a eleição da Mesa Diretora são aquelas que mais interessam ao futuro governo. Afinal, o Governador e o Governo sempre tiveram um peso muito expressivo na escolha da composi-ção da Mesa, principalmente na eleição do futuro presidente da CLDF. Neste particularmente, a escolha não será fácil e entre os parlamentares três requisitos são fundamentais para a decisão de quem será o futuro comandante do Legislativo. O primeiro que seja um parlamentar de palavra, ou seja, que

cumpra aquilo que se compromete. O segundo que não seja do time que só joga pra si, afinal o presidente representa os 24 parlamentares ou pelo menos, aqueles que o elegerem. O terceiro é que seja capaz de cobrar do Executivo os compro-missos que forem assumidos, um presidente fraco a esta altura seria a derrocada da Casa. Se alguém preenche todos estes requisitos, pode se apresentar, que as chances de sucesso são grandes. As fichas estão na mesa e todos procuram um presi-dente. Afinal, este final de ano promete.

O Ano Legislativo está no fim e o atual Governo está mais preocupado em acertar os números orçamentários e financei-ros do que com o futuro político da Capital. Afinal, entregar o DF nestas condições já prenuncia um futuro sombrio para os atuais mandatários do Buriti. Neste vácuo de poder, ou de falta dele, as batalhas mais importantes vão acontecer no Legisla-tivo. Orçamento de 2015, créditos suplementares de final do ano, retomada de poderes do Legislativo que foram delegados, eleição da nova mesa e dos presidentes das comissões. Nada mal para uma câmara dividida entre 12 parlamentares rema-nescentes da atual legislatura e 12 parlamentares que chegam, com alguns que retornam e outros que aparecem pela primei-ra vez, esta construção não será nada fácil.

Procura-se um presidente ?

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Pedro Goularte

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Prazeres CapitaisCarol Dias

Há um ano o Jardim Bom Demais vem dando um sabor especial ao Jardim Botânico de Brasília. O restau-rante é o segundo da banqueteira Cristina Roberto, que comanda o Bistrô Bom Demais no CCBB há sete anos. Assim como o precursor, a casa fica aberta o dia todo e serve todas as refeições. Mas o grande destaque tem sido o café da manhã (foto). Duas composições podem ser feitas, e para quem vai com muita fome ou em grupo, o ideal é pedir ambas(foto). As opções são o Café da Ma-nhã Jardim 1, que vem com cesta de mini pães, queijo do dia, terrine da casa, geleia, manteiga, fruta da estação, ovos mexidos, uma fatia de bolo, café e suco de laranja. O Jardim 2 é um cardápio desenvolvido para pessoas com restrição alimentar a glúten e lactose, nele vem waffle feito com suco de laranja, mini cuscuz com leite de côco, tapioca com óleo, homus thine, tapenade de azeitonas, banada terra com açúcar e canela, fruta, mel, ovos mexi-dos, café e suco de laranja.

O restaurante dispõe de mesas no interior e na va-randa da casa que foi reformada para receber o café. Em dias ensolarados eles oferecem também o serviço do pi-

Café da manhã bom demais

quenique. E o café e disposto em mesinhas forradas com tolhas quadriculadas sobre a grama. Segundo Cristina a ideia do piquenique, prática que cresce a cada dia em Brasília, surgiu no restaurante do CCBB. “Nós montáva-mos as cestas para duas até oito pessoas e cada um pro-curava sua sombra”, conta.

O Jardim Bom Demais funciona de terça a sábado com o mesmo horário de funcionamento do Jardim Bo-tâncio, das 9h às 17h. A entrada do Jardim é de 2 reais por pessoa.

Carol Dias

Carol Dias

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É incrível como com talento e propriedade um simples pão com ovos mexidos e bacon se tornam um prato digno de um Cordon Bleu, no caso de Fabrício Campos de Brito. Ao lado da esposa, Mariela Sztrum, o chef abriu a Dylan Café Bakery, na 314 sul, inspira-do nas cafeterias australianas. O casal morou por dez anos na Austrália, onde Fabrício concluiu sua forma-ção gastronômica. O café da manhã, servidos aos sába-dos por R$18,00, é, segundo eles, um prato típico do fim de semana australiano. “Esse é o café da manhã que tomávamos na Austrália. Nós iniciamos com esse

prato, pois acredito que a simplicidade é a melhor maneira de se começar”, diz Mariela.

A especialidade da casa é a forma tradicional de se fazer o pão. O Sourdoug (foto), servido no café da manhã, é a primeira receita de pão fermentado da his-tória. Feito apenas com farinha e água, a peculiaridade está na fermentação, que é muito mais demorada que o comum. O Dylan funciona durante a semana e de acordo com o casal, o café recebe todos os tipos de clientes, inclusive aqueles que vão para um cafezinho e horas de estudo.

Simplicidade do breakfast australiano

Alisson Carvalho

Alisson Carvalho

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Prazeres Capitais

A beleza da sala Vip do aeroporto de Brasília impres-siona desde a entrada. Com uma decoração luxuosa e televisões distribuídas nos 1500 metros quadrados, o es-paço tem feito sucesso entre passageiros de todo o mun-do. Desde a abertura, no dia 29 de março de 2014, a sala tem recebido uma média de cinco mil clientes por mês. Na Copa, foram sete mil passageiros que usufruíram do conforto do ambiente de espera.

A bela decoração pode até atrair os passageiros, mas a coordenadora da sala Vip, Fernanda Saravia, garante que “a cereja do bolo”, o que faz os clientes saírem satisfeitos do espaço e até voltarem é o serviço. “Sem as pessoas, aqui seria realmente uma linda foto para uma revista, mas para que tudo saia perfeito, a equipe deve se dedicar. Não é qualquer um que pode perceber o que um ambiente como esse precisa. A atenção é de cinco em cinco minutos, já que alguns clientes permanecem apenas 20 minutos na sala”, explica Fernanda. Todos os funcionários foram treinados com técnicas de hotelaria

Sala Vip do aeroporto recebe cerca de 5 mil clientes por mês

Televisores compõem todos os ambientes da sala

Alisson Carvalho

Alisson Carvalho

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para melhor atender os passageiros.As salas dentro do espaço também foram cria-

das de acordo com as necessidades ou desejos dos clientes. A coordenadora revela que foi feita uma pesquisa, e a grande maioria dos que participaram disseram sentir falta de televisões na hora da espe-ra. Diversos aparelhos compõem o ambiente, além das salinhas com seis televisões individuais e de dois quartos reservados.

Para quem quiser trabalhar o espaço dispõe ainda de duas salas de reunião, com projetor, lou-sa e mesas digitais. Além da sala de leitura, com revistas e jornais, e o escritório com seis compu-tadores HPs e seis Apples, o WIFI é gratuito e de alta tecnologia.

Funcionários do governo e empresários ainda são os principais frequentadores, mas Fernanda diz que às vezes eles se surpreendem, e, por isso, o cliente da sala Vip não têm um perfil determi-nado. “A sala está aberta para quem procura uma experiência diferente”, afirma. Essa experiência pode ser vivida também por crianças. No espaço destinado a elas, jogos de tabuleiro, livros, totó e até videogame.

A diária avulsa de R$100,00 dá acesso a to-dos os serviços, inclusive comida a vontade e um drink do bar da Johnnie Walker. Quem tem cartão Dinners Club ou é membro do programa Priori-ty Pass (acesso a salas Vips do mundo todo) tem acesso livre. A sala está aberta das 6h às 00h.

escritório com computadores de última geração e Wi-Fi

na sala para crianças, videogame, jogos e livros

mil e quinhentos metros quadrados de confortoAlisson Carvalho

Alisson Carvalho

Alisson Carvalho

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Prazeres Capitais

Mais de cem obras de Wassily Kandinsky estão reunidas na ex-posição que percorrerá todos os CCBBs, “Kandinsky: tudo começa num ponto”. A abertura nacional será em Brasília, no dia 12 de no-vembro. A mostra permanecerá na cidade por dois meses e segue para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.

Pela primeira vez, a vida e as ideias do criador do abstracionis-mo serão mostradas na América Latina, algumas obras, porém, já haviam visitado a Capital, mais especificamente, o próprio Centro Cultural do Banco do Brasil. Em 2009, várias obras assinadas pelo artista foram expostas como parte da Virada Russa.

Com peças vindas do Museu Estatal Russo de São Petersbugo, além de obras de mais sete museus da Rússia e coleções da Alema-nha, Áustria, Inglaterra e França, a mostra inova na forma de expor. As criações estarão dividas em cinco blocos. A intenção é de ajudar os visitantes a conhecer não só as principais obras de Kandinsky, mas também suas influências e o relacionamento com outros artistas.

Kandinsky: tudo começa em Brasília

amazona com leões azuis, 1918igreja vermelha, 1901-1903

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O maior ícone do design brasileiro, Sérgio Ro-drigues (foto), morreu no início de setembro, mas sem antes nos deixar mais uma de suas sublimes obras. Em comemoração aos 60 anos de sua pri-meira criação, o Banco Mocho (1954), a empresária Gisèle Schwartsburd, da LinBrasil – licenciada do ´pai do mobiliário brasileiro´– armou uma edição limitada, numerada em baixo relevo e assinada de próprio punho pelo designer.

Ícone do design de Brasília, a Hill House rece-beu 3 das 60 peças que compõem a reprodução de luxo do banquinho, que é uma interpretação do banco popular usado na ordenha de vacas.

A peça foi reeditada em Cabreúva (madeira de lei nativa, cerrada há mais de 20 anos) com aca-bamento em óleo de linhaça, nos mais elevados padrões da marcenaria tradicional. A lista para ad-quirir os bancos exclusivos foi grande, os aprecia-dores do bom design brasileiro tem a chance de conhecer (e comprar) o único exemplar que ainda não foi vendido na Hill House.

Hill House recebe o último lançamento de Sérgio Rodrigues

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Em tempo de renovação política, o colabo-rador do quadro Consciência Empresarial, o empresário José Reis, conversou com o deputado federal e pastor Ronaldo Fonseca (PROS). Formado em Direito e presidente do Conselho Político Nacional da Coordenação Geral das Assembleias de Deus, o deputado foi reeleito com 84.583 mil votos, se tornan-

do o quarto parlamentar do Distrito Federal mais bem votado nas eleições. “Eu acho que na Câmara Federal ter deputados vinculados à defesa da família é bom para a sociedade e importante para o nosso país”, ressaltou o deputado.

O parlamentar é conhecido por representar a famí-lia na Câmara dos Deputados e por participar de lutas contra o aborto, a liberação das drogas, e a redução da maioridade penal. “A ideia de criar o estatuto da famí-lia surgiu da necessidade de se definir qual o modelo de família que a sociedade brasileira quer. O debate em torno da família se mostra necessário e inadiável, diante das transformações sociais por que passa a sociedade moderna,” diz o deputado.

Ronaldo Fonseca diz continuara luta pela família na CâmaraReeleito para o mandato de 2015-2018, deputado federalfoi o quarto mais bem votado no DF

Durante o mandato como deputado, Ronaldo Fonseca foi relator da Comissão do Estatudo da Família, sendo o primeiro pastor da Assembleia de Deus a assumir a relatoria de uma comissão para tratar de um assunto tão importante. “Fazemos investimentos em tantos segui-mentos nessa vida e muitas vezes esquecemos do maior bem que temos, que é a nossa família. Como deputado federal, eu tenho pautado a defesa da família brasileira e também outros seguimentos como: educação, segurança, habitação, saúde. Todos esses segmentos estão represen-tados pela família”, explica.

Ronaldo Fonseca defendeu ainda que sejam realiza-dos debates públicos sobre a criação do Conselho da Família, proposto no estatuto, e sobre a internação com-pulsória dos dependentes químicos. O projeto do Estatu-to propõe que a família receba assistência especializada para o enfrentamento do problema da droga e do álcool. Também determina que o governo preste apoio efeti-vo às adolescentes grávidas prematuramente, e que seja dada prioridade na tramitação de processos judiciais e administrativos em demandas que ponham em risco a preservação e sobrevivência da entidade familiar.

Elsânia Estácio

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Café com Cooperação

O presidente do Sicoob Executivo, Luis Lesse entrevistou no quadro Café com Cooperação a presidente da Cooperativa Querubim Saúde, Shirley Rodrigues para falar sobre o seguimento no Distrito Fe-deral. A cooperativa de trabalho e ensi-no Coopquerubim (Querubim Saúde), foi criada em novembro de 2011, e presta

serviços de assistência de enfermagem hospitalar e em Domicílio.

Durante a entrevista a presidente da Cooperativa, ressaltou que o crescimento da Querubim Saúde, é resultado de um trabalho sério e competente, que busca sempre o melhor para os seus sócios coope-rados e tomadores de serviços. O quadro de funcio-nários da cooperativa é formado por cooperados do nível técnico em enfermagem e de nível superior que atuam como enfermeiros executando procedimentos como curativos, passagens de sondas e outros atendi-mentos mais especializados.

De acordo com a presidente Shirley Rodrigues, a cooperativa nasceu da necessidade de criar uma as-sistência técnica de enfermagem especializada aos pa-cientes diariamente nas residências, com foco no aten-dimento de nível técnico. “A cooperativa vai completar três anos com mais de 1.000 associados atendendo em media 112 pacientes em todo Distrito Federal.”

A empresa presta serviços para home care que é uma modalidade continuada de prestação de serviços na área da saúde que visa à continuidade do trata-mento hospitalar no domicílio, realizado pela equipe multidisciplinar com a mesma qualidade, tecnologia e conhecimento que demanda de um técnico de en-fermagem diariamente do paciente. “Nós temos esca-las de 12x24 horas com pacientes de várias comple-xidades. Nosso maior foco é a assistência home care que é regulamentada pela Anvisa, por meio da Reso-lução nº 11 em 30.01.2006. A assistência domiciliar visa a diminuição dos riscos de infecção em ambiente hospitalares, redução de complicações clínicas e rein-ternações desnecessárias e diminuição do tempo de recuperação do paciente”.

O presidente do Sicoob Executivo, Luiz Lesse, conversou com a presidente da cooperativa, Shirley Rodrigues, sobre o projeto da Escola de Formação de Técnico em Enfermagem que foi criado há um ano devido à necessidade do mercado de mão obra e qua-lificação especializada no seguimento de saúde. “A Querubim, percebeu a necessidade da mão de obra qualificada no futuro, com esse objetivo lançamos o projeto de criar uma escola técnica de enfermagem para formar esses técnicos mais qualificados conhe-cedores de todos os equipamentos do meio de home care”.

Café com Cooperação – entrevista presidente da Cooperativa QUERUBIMElsânia Estácio

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O sistema imunológico é responsável por proteger o nosso corpo de doenças. E a medicina ajuda na eficiência do controle da nossa saúde. Pron-to para combater doenças, desde os primeiros sintomas como uma gripe ou um câncer, por exemplo, é importante manter as condições ide-ais para o funcionamento do sistema imunoló-gico. No entanto, não basta esperar que alimen-

tação saudável e exercícios físicos cumpram com este papel. No cuidado com a saúde, devemos nos atentar à prevenção, controle e cura de doenças.

A operadora de saúde SaúdeSim é uma empresa preocu-pada com a vida do ser humano. Mais que planos de saúde, a empresa, que foi criada em 2009 e veio para Brasília em 2012, democratiza o acesso à saúde suplementar com preços justos e serviços especializados.

Este mês de novembro, denominado Novembro Azul, é importante para a urologia, porque é neste período que se intensificam as campanhas para a prevenção do câncer de próstata. O médico urologista Raphael Coelho, presidente da SaúdeSim Brasília, diz que o procedimento é indolor, rápido e eficiente. “Hoje, o câncer de próstata tem incidência extre-mamente elevada, principalmente nos homens a partir de 50 anos e é uma causa significativa por morte de câncer”, afirma o médico.

Com exames simples, feito em consultório, o diagnóstico precoce pode determinar o controle ou mesmo a extinção das neoplasias malignas e livrar o paciente da morte. “Com o diagnóstico precoce do câncer na próstata, a chance de cura é muito alta, independente da idade”, enfatiza Raphael Coelho.

O câncer na próstata, por exemplo, pode ser diagnostica-do com exame simples, de toque, que dura apenas alguns segundos, feito por médico urologista. A urologia é uma es-pecialidade que dá mais atenção a saúde do homem, mas não é exclusiva para o homem. O médico urologista é especialista em vias urinárias com enfoque na parte cirúrgica.

A denominação de câncer é dado a um conjunto de mais

OMS ALERTA: CÂNCER É A DOENÇA QUE MAIS MATA HOMENS NO MUNDONo Brasil, a cada seis homens, um tem câncer na próstata

Oda Paula Fernandes

de cem doenças que invadem órgãos e tecidos e acarretam no crescimento desordenado de células malignas (neoplasias) e quase sempre incontroláveis. Quando entra na fase chama-da de metástase, elas se espalham para outras partes do cor-po. Agressivas, as neoplasias malignas são células cancerosas que se acumulam, provocando massas de células indolores. Elas podem ser diagnosticadas ainda em fase inicial.

Para o médico da SaúdeSim, a relação da idade do pacien-te e do câncer detectado em fase inicial está ligada a maior chance de cura. “Quanto mais cedo se faz a detecção, maior é a chance de cura do paciente, independente da idade dele. Por isso, é importante fazer o exame pelo menos uma vez por ano”, ressalta.

Aos 71 anos, o aposentado Benigno Carvalho de Souza foi diagnosticado com câncer na próstata, desde então, ele segue as recomendações do médico urologista. Hoje, aos 87 anos, Benigno faz tratamento do câncer na próstata, sem a inter-venção de cirurgia e está confiante que vai manter o controle da doença. “Eu confio no resultado que meu médico diz que vou ter tomando os remédios. Tomo os remédios como ele recomendou e faço todos os exames de rotina. Uma vez por ano faço o exame do toque e a aultrassom, para acompanhar o tamanho do tumor e a evolução da minha cura”, relata o

saúde

o médico urologista, presidente da operadora saúdesim, raphael Coelho

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aposentado.Para a família dele, a esperança está no controle da do-

ença uma vez que, devido à idade avançada, o procedimento cirúrgico, no seu caso, é arriscado, mesmo quando o câncer era recente. Para o médico Raphael Coelho, o mais importante é considerar a idade do câncer para o controle, e não a idade do paciente. “Aquele paciente que tem o diagnóstico precoce sempre tem uma probabilidade maior de cura do que aquele que já chega com diagnóstico mais avançado, com a doença mais grave”, ressalta Raphael Coelho.

O que determina a idade da doença não é o tempo, mas o estágio em que ela se encontra. O câncer, seja ele na próstata ou em qualquer outra parte do corpo, é avaliado pelo grau de agressividade. “O câncer tem diferentes graus de agressi-vidade. Tem uma escala que a gente usa, e é ela quem vai determinar se aquele tumor é mais agressivo ou não. Então quando a gente pega um paciente com câncer, é feito um estadiamento clínico, que são os exames pré operatório, para determinar se aquele paciente tem um tumor precoce, um tumor localizado ou um avançado. A avaliação não é feita pelo tempo, mas sim por critérios radiológicos e bioquími-cos”, explica o médico urologista.

Além de tratar de homens com câncer na próstata, o Saú-deSim trata, entre outras doenças, o câncer em mulheres. Ou-tra data lembrada pelo grupo é o Outubro Rosa - movimen-to internacional iniciado em 1997 nos Estados Unidos para estimular a luta contra o câncer de mama, ganhou adeptos no mundo todo, onde prédios públicos e monumentos são iluminados de rosa para reforçar a conscientização do diag-nóstico precoce da doença. Tema que é debatido com ações de conscientização para a população junto com o Novembro Azul – mês que tem o mesmo objetivo, de conscientização, mas, nesse caso, alertar os homens quanto a importância de fazer exames preventivos de câncer na próstata.

Raphael Coelho dá uma boa dica para a prevenção da doença: dietas à base de lincpeno – encontrado em frutas vermelhas, em especial no tomate. Quanto à principal causa, ele revela que é a idade. “O principal fator de risco ao surgi-mento do câncer na próstata é o envelhecimento. Por isso, é importante fazer o exame preventivo. E as dietas muito ricas em carne vermelha têm uma tendência em aumentar esse risco. Além disso, a história familiar é muito forte nesta situ-ação e parentes em primeiro grau que tem a doença servem de alerta”, explica.

As operadoras de saúde podem ter por objetivo só a do-ença, ou seja, a cura dela. Raphael Coelho garante que uma das missões da SaúdeSim é a de promover a saúde. “Quando fazemos campanhas preventivas, fazemos com que as pes-soas tenham uma atenção maior e que elas não procurem atendimento só quando estão doentes”, alerta.

Com este intuito, a operadora promove a caminhada do Novembro Azul em parceria com o Parque da Cidade Sarah Kubistchek, em Brasília. A finalidade é de alertar os homens a serem examinados regularmente e de arrecadar doações de itens para o fortalecimento de campanhas preventivas.

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Assim como a eleição para o Buriti foi cheia de surpresas, devido à deposição de Arruda e à expectativa de com quem ficariam seus votos, as políticas do novo governo também são. Uma promessa feita pelo governador eleito, Rodrigo Rollemberg, em campanha, e que os brasilienses esperam ser cumprida durante o seu mandato, é de que terão mudanças. Melhorias na saúde, na educação, na segurança, no transporte, na transparência e principalmente no planejamen-to do orçamento. Os projetos que atendem à população devem continuar, é claro. Mas a ex-pectativa é de que haja avanços .

O que esperar do novo Governo

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Rodrigo Rollemberg foi eleito governador do Distrito Federal com 55,56% dos votos, no segundo turno das eleições contra Jofan Frejat, que somou 44,44%. Apesar de ter vencido com uma diferença de quase 200 mil votos, a eleição de 2014 não foi fácil para Rollemberg. Concorrendo a vaga com quatro canditados: o atual governador Agne-

lo Queiroz (PT), Jofan Frejat (PR), Luiz Pitiman (PSDB) e Toninho (PSOL), ele só assumiu a liderança nas pesqui-sas da disputa para o Palácio do Buriti na reta final do primeiro turno, após a renúncia da candidatura de José Roberto Arruda (PR). A condenação se deu por conta do envolvimento dele no esquema de corrupção que ficou conhecido como Mensalão do DEM.

A saída de Arruda da competição dividiu os votos dos eleitores que clamavam por mudança. O ex-governador somava 37% dos votos, mais que o dobro de Rollemberg, de acordo com a pesquisa do Datafolha divulgada em 10 de setembro, um dia antes da renúncia e do lança-mento de Jofan Frejat como candidato em seu lugar. A maioria dos votos destinados a Arruda foi para Rodrigo Rollemberg que atingiu a marca de 45,23% no primeiro turno e disputou todo o segundo à frente nas pesquisas de intenção de voto.

Depois de eleito governador do Distrito Federal, Rol-lemberg não teve descanso. Atuante como senador des-de 2010, tem conciliado a agenda de transição do atual governo com reuniões, plenária no Senado Federal e en-trevistas. A equipe composta por professores da Univer-sidade de Brasília, servidores e ex-servidores dos gover-nos local e federal, escolhida para coordenar os grupos setoriais do governo de transição, foi nomeada no início de novembro. E antes mesmo de tomar posse, o grupo soube, pelo Diário Oficial, do déficit no caixa do Governo do Distrito Federal (GDF) estimado em mais de R$2,1 bilhões. Por isso, uma das prioridades do governador, no primeiro ano, será de equilibrar as contas públicas, redu-zindo gastos e evitando desperdícios.

Outras medidas que estarão em primeiro plano, se-gundo Rollemberg, estão ligadas à radicalização na transparência. O governador eleito conta em criar o con-selho de transparência na primeira semana de manda-tado, composto por entidades da sociedade civil, como o Contas Abertas. Além de abrir a senha do orçamento para que a população acompanhe, em todos os locais de grande movimento, painéis com os contratos feitos pelo governo.

Rollemberg só vai assumir o Governo do Distrito Federal em primeiro de janeiro de 2015, mas algumas de suas pro-postas já fazem parte de pautas de debates. Algumas delas estão no programa de reestruturação organizacional do pla-no de governo divulgado durante a campanha. O objetivo do programa é “garantir a efetividade dos serviços prestados à população” com a intenção de “descentralizar decisões, sem inchaço da máquina pública”. Duas das seis medidas do programa de estruturação têm sido motivo de muita dis-cussão. O redesenho da arquitetura organizacional, com redução expressiva do número de secretarias é uma delas. Rollemberg não sabe ainda quais delas serão extintas, no entanto, a intenção é diminuir de forma significativa o nú-mero de secretarias para ampliar as políticas públicas do Distrito Federal.

Outra medida do programa muito comentada é a eleição para administradores regionais. No primeiro momento, o governo pretende iniciar um processo de consulta às lide-ranças políticas, associações comerciais e de moradores que enviarão sugestões de residentes de cada cidades a fim de indicar os primeiros administradores. No início do ano que vem, o governador planeja estabelecer os debates, envol-vendo a Câmara Legislativa, para buscar o melhor modelo de eleição direta para os administradores. De acordo com Rollemberg, tal projeto só é possível, sem exigir emenda à Constituição, pois a Lei Orgânica do Distrito Federal diz que uma norma definirá os instrumentos de participação popu-lar para a escolha do administrador. A proposta já tem sido discutida pelos parlamentares da CLDF (páginas 40 e 41).

A primeira visita de Rodrigo Rollemberg à Câmara Legis-lativa teve duas finalidades garantir um bom relacionamento com os deputados que terminam o mandato em dezembro e com que continuarão nos próximos quatro anos foi uma delas. O governador eleito quer ter uma relação de muita interação com a Casa, independente da posição política de cada partido ou parlamentar. O segundo motivo, e mais im-portante, foi a sugestão ao relator do orçamento, que deve ser aprovado até o dia 15 de dezembro, algumas adequações que permitam uma tranquilidade maior ao Governo do DF a partir do início do próximo ano. Segundo Rollemberg, as adequações solicitadas vão permitir a continuidade de servi-ços importantes para a cidade, como o fornecimento de ali-mentação nos hospitais, serviços de coleta de lixo, enfim serviços necessários para a população.

Projetos

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34 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 31 novembro 201434 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 30 outubro 2014

1959Nascimento noRio de Janeiro

1960Mudança paraa Capital

1978/1983Graduação emHistória na UnB

1985Entrada para seuúnico partidoPSB

Rodrigo Rollemberg nasceu em julho de 1959 na cidade do Rio de Janei-ro. No ano seguinte, mudou-se para a nova capital do Brasil. Em Brasília, se criou e estudou nas escolas públicas da cidade. Rol-lemberg formou-se em história

pela Universidade de Brasília (UnB), onde par-ticipou do movimento estudantil, iniciando sua atividade política, que já estava no sangue. O governador recém eleito é filho do políti-co ex-ministro do então TRF, hoje STJ, e ex-deputado federal por Sergipe, Armando Leite Rollemberg. A vocação política de Rodrigo o levou ao seu partido, Partido Socialista Brasi-leiro. Ele participou da fundação e coordenou, durante dois anos, o segmento jovem do parti-do: a Juventude Socialista Brasileira (JSB).

No ano da restauração das eleições diretas para presidente, Rodrigo Rollemberg dispu-ta pela primeira vez por uma vaga na CLDF, posto que atinge em 1994, quando assumiu como suplente da coligação com o Partido dos Trabalhadores, que elegeu o então governador Cristovam Buarque. Na gestão de Cristovam, Rollemberg foi secretário de Turismo, Lazer e Juventude.

Rollemberg voltou para Câmara Distrital, desta vez eleito deputado com quase 16 mil votos, em 1998. E nas eleições seguintes, con-correu ao Buriti. Sem alcançar o êxito, ainda, ele assumiu Secretaria de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia. O agora governador foi responsável pela implementa-ção da Semana Nacional de Ciência e Tec-nologia e das Olimpíadas de Matemática das escolas públicas.

Como deputado federal, posto o qual anga-riou em 2006, foi coordenador da bancada de deputados e senadores do DF, e bateu todos os recordes de liberação de recursos em be-nefício da população. Durante este mandado, que acabou em 2010 com a eleição de Rol-lemberg para o Senado, ele articulou a apro-vação das leis da Transparência e da Ficha Limpa. A votação expressiva de Rodrigo para o Senado, 738 mil votos, garantiu o posto até 2018. No dia 26 de outubro de 2014, Rollem-berg foi eleito governador do Distrito Federal.

Perfil

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1994Foi eleito suplente na CLDF

1996/1998Secretário de Turismo, Lazer e Juventude do DF

1998Eleito deputado distrital

2004/2006Secretário de Inclusão Social do MCT

2006Eleito deputadofederal

2010Eleito senador

Alisson Carvalho/Jonathan Felix - ilustração

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O que vaimudar

Durante o período de campanha, os eleito-res foram bombar-deados de propostas e planos de governo de todos os candi-datos. Agora, que o próximo governador

do Distrito Federal foi definido, a revista Tendências e Negócios lista projetos ligados às áreas de Saúde, Educação, Segurança e Transpor-te que Rodrigo Rollemberg propôs em seu plano de governo. Segun-do o governador eleito, alguns dos programas, não serão realizados no início do mandato.

• AMPLIAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSI-CA À SAÚDE

•REESTRUTURAÇÃO DO MODELO DE GESTÃO DA SAÚDE

•VALORIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO QUADRO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE

• FRENTE PREVENTIVA-EDUCACIONALO foco deste programa é promover a educação da popu-lação, principalmente nas escolas, e fortalecer políticas públicas para promover mudanças sociais e comporta-mentais, reforçando hábitos responsáveis pela boa saúde e prevenindo fatores que levam ao adoecimento.

• FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADETem como objetivo reorganizar a estrutura hospitalar, bem como revitalizar as adequações físicas e tecnológi-cas do complexo hospitalar. Buscará também fortalecer o Programa de Humanização dentro das Unidades de mé-dia e alta complexidade.

•RECOMEÇAR SEM DROGASEste programa tem por finalidade tratar e ressocializar dependentes químicos, por meio da integração entre programas de saúde e internação, educação, prevenção e ações de reintegração dos dependentes ao convívio so-cial, familiar e ao mercado de trabalho.

•Saúde

• EDUCAÇÃO INTEGRAL EM TEMPO INTEGRAL

• VALORIZAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E ADEQUAÇÃO DO QUADRO DE PROFISSIONAIS E TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO

• MODELO DE GESTÃO E AVALIAÇÃO DE DESEM-PENHO

•Educação

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 31 novembro de 2014 :: 37

CIDADANIA CARCERÁRIAUma das metas deste programa é de oferecer meios alternativos para o cumprimento de penas em estrutura física, administrativa e social diferenciada, que assegure maior probabilidade de recuperação, articulando-se com a Defensoria Pública do Distrito Federal.

BRASÍLIA SEM PRECONCEITO

•Mobilidade BILHETE ÚNICO – INTEGRAÇÃO TARIFÁRIA DO SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVOO objetivo do programa é desenvolver a integração ta-rifária dos modais de transporte público, estabelecendo regras de comercialização e utilização do bilhete único com o propósito de gerar eficiência, economicidade e transparência do sistema.

INTEGRAÇÃO FÍSICA E OPERACIONAL DO SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO

AMPLIAÇÃO DA MOBILIDADE E REDUÇÃO DE VIA-GENS MOTORIZADAS E DE ACIDENTESO objetivo do programa é reduzir o número de deslo-camentos motorizados e aprimorar a segurança viária, facilitando o uso de meios alternativos de transporte e de tecnologias inovadoras, para mitigar os problemas do transporte urbano.

AMPLIAÇÃO DOS EIXOS DE TRANSPORTE PÚBLICOO objetivo do programa é desenvolver corredores de transporte público, com a integração dos diferentes modais de mobilidade, ligando os centros urbanos de Brasília e do Entorno, favorecendo a criação e o fortale-cimento de vínculos funcionais entre as cidades.

•TRENS REGIONAIS

• AMPLIAÇÃO DA COBERTURAO principal foco do programa é colocar todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola, universalizando o ensino básico (infantil de 4 e 5 anos, fundamental e médio), e atrair o máximo possível de jovens e adultos para a escola. Também atuará fortemente no atendimen-to da educação infantil de 0 a 3 anos e na educação voltada para o trabalho.

• APRENDER MAISO programa retomará e adequará diversos projetos im-plantados durante a gestão de Cristovam Buarque no GDF, como a Mala do Livro, Cesta Pré-Escola (criada para suprir a necessidade de creches), Escola em Casa (estudantes de Ensino Médio oferecendo reforço esco-lar aos de Ensino Fundamental), Escola Candanga, entre outros, bem como recuperará a infraestrutura física das escolas e de suas áreas adjacentes.

• PACTO PELA VIDA - BRASÍLIAO objetivo deste programa é criar o Plano Distrital de Segurança Pública, baseado no tripé “Prevenção, Inteli-gência e Combate ao Crime”, com foco em crimes vio-lentos. Com uma atuação conjunta das organizações pú-blicas- Polícias Civis e Militares, Bombeiros, DETRAN- e da sociedade civil- Igrejas, Escolas e Administrações Re-gionais.

• REESTRUTURAÇÃO DA ÁREA DE SEGURANÇA PÚ-BLICA DE BRASÍLIA

• PLANO DE ADEQUAÇÃO DE EFETIVO E CARREI-RA DAS POLÍCIAS, BOMBEIROS, DEFESA CIVIL E DE-TRAN

•Segurança

A finalidade deste programa, implantado no governo Cristovam Buarque, é reduzir a violência no trânsito por meio de educação, desenvolvimento e infraestrutura.

• PAZ NO TRÂNSITO

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Rodrigo Rollem-berg assegurou, durante a cam-panha, manter os programas do an-tigo governo que beneficiam a po-pulação. Segun-

do ele, tem sido uma prática nefasta da cultura política bra-sileira o governo interromper o que a gestão anterior vinha fazendo. Depois de eleito, ele guardou o que disse, alguns dos projetos que serviram à população durante o mandato de Agnelo e que Rollemberg garante dar continuidade são o Morar Bem, as Unidades de Pronto Atendimento e o BRT.

O Morar Bem é uma parceria do GDF com o programa fede-ral Minha Casa Minha Vida (MCMV), que destina recursos para a edificação de casas e apartamentos sociais em todo o Brasil. Em Brasília, o governo constrói imóveis que são entregues a famílias de baixa renda por valores abaixo aos do mercado imobiliário, diminuindo, assim, drasticamente o número de pessoas desabrigadas ou que pagam aluguel.

O programa habitacional do DF foi criado em 2011. Desde então, 376 mil pessoas fizeram a matrícula. Dos 310 mil inscri-tos que foram convocados, cinco mil já receberam as chaves de residências. Restam ainda 105 mil cadastrados que estão de acordo com a política do programa e aguardam para serem chamados.

A fila para o atendimento de entrega dos documentos é grande. Contudo, as pessoas, que já aguardaram anos pelo mo-mento de terem sua residência, esperam mais um pouco para avançar outra etapa que as aproxime do sonho da casa própria. Rosineide Franklin Roosevelt, copeira, está cadastrada há sete anos em outros programas habitacionais de governos anterio-res e desde 2011 no Morar Bem. Ela mora com o filho na casa da mãe e conta em se mudar o mais breve possível. “Com o novo governo, aumenta a esperança”, diz.

Jaime Bezerra da Costa, bombeiro hidráulico, reclama da burocracia enfrentada ao logo dos dez anos que espera para ser chamado. Ele acredita que, no próximo governo, terá me-nos dificuldade. “Hoje eu vim buscar apenas uma segunda via da carta da Codhab. Para isso, tive que esperar horas na fila e, por final, eles me entregaram uma cópia. Tem que diminuir essa burocracia, porque todo lugar que a gente vai tem dificul-dade para tudo”, revela.

Até o momento foram prospectadas 110.100 unidades ha-bitacionais nas cidades de Samambaia, Gama, Santa Maria, So-bradinho, Recanto das Emas, Paranoá, Riacho Fundo II, Itapoã e Planaltina, além do Jardins Mangueiral e Riacho Fundo II 4ª etapa. Entre as residências, 93.517 encontram-se em diversos estágios de desenvolvimento.

O que vai ficar

Morar Bem

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A fila de atendimento do programa no setor Comercial é sempre grande

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O sistema de Bus Rapid Transit (BRT) foi construído primei-ramente para servir a região sul do Distrito Federal. Inaugurado em junho de 2014, a obra fez parte do pacote de projetos de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014. O BRT Sul ou Eixo Sul liga de maneira expressa as cidades de Santa Maria e Gama a Brasília. O Expresso DF Norte, à exemplo do Sul, ligará Regiões Administrativas do Entorno ao Plano Piloto. O investimento de mais de R$1 bilhão, segundo o GDF, deverá atender à demanda de Sobradinho I e II, Planaltina e outras cidades.

Ludmila Cordeiro mora em Planaltina e trabalha como opera-dora de caixa na Asa Sul, ela diz que espera horas para pegar um ônibus, que quando chega está em péssimas condições. Ludmila afirma estar esperançosa com as mudanças que o próximo go-verno pode fazer pelo transporte público. “Espero que o próximo governo melhore as condições dos ônibus e o trânsito na cidade. Hoje, eu levo muito tempo para ir da minha casa ao Plano”, re-clama.

As opiniões de quem usa o Expresso Sul divergem. Delson Pereira está satisfeito com o serviço do sistema de transporte. Para ele, o BRT aumentou a segurança dos passageiros. “Antes, os ônibus não possuíam câmeras de segurança e a possibilidade de roubo era maior”, afirma. Delson elogia também a condição dos ônibus que são melhores equipados e mais confortáveis. Severo Barbosa é eletricista na UnB e também mora em Santa Maria. Ele reclama da falta de acesso dos ônibus do BRT a algumas áreas da cidade. “Antigamente, eu pegava um ônibus só e ia direto para o meu serviço. Agora eu tenho que pegar três”, se queixa. Por isso, para Severo, o tempo de trajeto de casa até o trabalho continua o mesmo, e às vezes é até mais longo. O eletricista reclama tam-bém da lotação dos ônibus e diz que apesar da na condição dos ônibus, ele sempre tem que vim em pé.

O novo governador garante também conservar as Unida-des de Pronto Atendimento. Rollemberg diz que o projeto é dar continuidade às quatro novas UPAs contratadas, po-rém, em paralelo à construção, avaliar o valor da manutenção, para que todas as unidades funcionam como um sistema de saúde, bem equipado e com médicos.

As unidades hospitalares fazem parte do Sistema Único de Saúde e são implantadas, no caso de Brasília, pelo Go-verno do Distrito Federal em

Unidades de Pronto Atendimento

BRT Norteparceria com o Governo Federal. A primeira UPA foi inaugurada pelo governador Agnelo, em 2011, na re-gião administrativa de Samambaia. Essas unidades de complexidade intermediária estão entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospita-lar. O principal objetivo é atender urgências e prestar um atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes que chegam com algum problema de natureza clínica também de prestar primeiro atendimento nos casos que necessitem de cirurgia ou de encaminhamento a serviços hospitalares.

No Distrito Federal, existem cinco unidades no Nú-cleo Bandeirante, no Recanto das Emas, em Samam-baia, em São Sebastião e na Ceilândia. Os pacientes que procuram qualquer uma das UPAs deveriam ser atendidos nas especialidades: clínica médica, pedia-tria, e odontologia, mas não é o que acontece. A dona de casa Tatiane Lorraine mora no Riacho Fundo II e teve de ir à unidade do Núcleo Bandeirante levar o filho de onze meses para ser atendido. “A (UPA) do Re-cando das Emas, que é a mais próxima da minha casa, nunca tem pediatria. Então toda vez que eu tenho le-var o David no médico eu venho de ônibus até aqui”, afirmou. Tatiane diz esperar do próximo governo a implantação do serviço que está faltando na Unidade. Quanto ao atendimento, a dona de casa declara ter tido uma ótima assistência dos profissionais e não ter esperado muito tempo pela consulta dessa vez porque, segundo ela, em outras esperou pelo menos uma hora na fila até ser atendida.

Tatiane Lorraine leva o filho David à UPA do Núcleo Bandeirante

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O que esperarda CLDF

Planejamento e boa vontade do governador não serão o bastante para consiguir realizar as mudanças propos-tas durante a campanha. Rollemberg precisará também do apoio dos parlamentares da Câmara Legislativa, e, ao que tudo indica, a maior parte dos distritais da próxima legislatura participará da base aliada. A oposição já está formada pelos deputados Chico Vigilante, Chico Leite, Ricardo Vale e Wasny de Roure, do PT, e Rafael Pru-dente, Robério Negreiros e Wellington Luiz, do PMDB.

Chico Vigilante foi o primeiro a se declarar opositor ao novo governo. Segundo ele, a oposição que fará nos próximos anos será propositiva e fiscalizadora. O distrital, que participou do governo Agnelo, crítica a posição de alguns políticos de fazerem propostas que não são cum-pridas durante o mandato. Combater essa atitude, para o parlamentar, é algo pedagógico. “É comum o político em processo eleitoral prometer o mundo e depois não cum-prir nada do que prometeu, desmoralizando a política. Por isso, eu vou estar cobrando cada vírgula do que foi prometido para a sociedade”, garante.

Já a deputada Celina Leão (PDT) será uma forte aliada do governador na CLDF. Ela conta que trabalhou muito pela eleição de Rodrigo Rollemberg e, por isso, vai lutar para que os projetos apresentados na campanha sejam aprovados e implementados. “Brasília merece um gover-no que não corrompa as prioridades e eu vou cobrar isso do meu governador. Eu ajudei a elegê-lo, vou cobrar dele, mas também vou ajudá-lo no que eu puder, dentro da Câmara, para que possamos construir uma nova cida-de que atenda à população com o comprometimento que Brasília merece”, afirma.

Os dois lados estão de acordo sobre a função do par-lamentar de trabalhar para que o Distrito Federal e os seus habitantes cresçam com prosperidade. Como fazer

Os deputados Celina Leão e Chico Vigilante compõem, respectivamente, a base e a oposição do novo governo

Celina leão: apoiará liderança do governo na ClDF

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 31 novembro de 2014 :: 41

isso? Legislando, fiscalizando e cobrando do governo sistema de saúde decente, escolas que funcionem, tran-sito melhor, transporte de qualidade, segurança pública com profissionais valorizados. A divergência entre eles está justamente na crença da capacidade deste gover-no será capaz em proporcionar as melhorias que Brasília necessita.

No plano de governo de Rollemberg, consta que “em praticamente todas as áreas, considera-se que os recur-sos disponíveis são suficientes para oferecer serviços de qualidade, porém o governo não consegue planejar, é pouco eficiente e gasta mal”. A deputada Celina Leão concorda com a premissa. Ela fez oposição durante toda a governança de Agnelo, e para a distrital os serviços pú-blicos nos últimos quatro anos sofreram com o descaso do governador. “O que a gente viu não foi só corrupção, foi a corrupção das prioridades. Você não pode ter uma cidade que gasta R$2 bilhões num estádio com tantas favelas sem infraestrutura. Então, eu acho que tem que começar por onde falta asfalto, água potável, energia, sa-neamento básico”, afirma a deputada.

Celina acredita que o novo governo será capaz de ge-rir melhor os recursos do Distrito Federal. O deputado Chico Vigilante não é tão otimista. Ele garante que hou-ve muito planejamento no governo do PT, mas que o or-çamento mal dá para pagar os servidores. “O orçamento do DF é de R$37,8 bilhões, dos quais R$22 bilhões estão comprometidos com salário. O DF tem 52 anos, o corpo funcional da cidade está envelhecendo e as pessoas es-tão se aposentando. Por mais que se contrate médicos, enfermeiros, professores, será uma reposição dos que se aposentam. Portanto, a situação do DF é grave”, alerta o distrital.

Em relação aos projetos do próximo governo, Celina é

positiva e acredita nas propostas que foram construídas em torno de debates e discussões com a sociedade. A distrital garante lutar pelo que for de interesse da po-pulação do DF. Uma das propostas de Rollemberg que a deputada assegura defender, com afinco na CL, é o portal de transparência. “É importante que o cidadão te-nha acesso ao controle dos gastos públicos e a todos os contratos do governo. Essa é a melhor forma de com-bater a corrupção”, diz Celina, que deseja ver o projeto implementado o quanto antes.

Na oposição, Chico Vigilante diz ser difícil falar das propostas do novo governo. “Foi a primeira vez que eu vi numa eleição as pessoas fazerem um amontoado de promessas, sem um programa claro e objetivo. Muita coi-sa bem genérica”, critica. Mas o distrital diz que cada projeto enviado para Câmara será analisado e, segundo o deputado, se for beneficiar à população, ele será a favor.

Regiões administrativasA nova forma de escolha dos administradores das

cidades do Distrito Federal é um tema polêmico entre base e oposição. Celina admite as complicações que essa nova “eleição” pode gerar. Mas, ainda assim, ela defende que a definição seja feita de uma forma democrática. “ A gente tem que ver o mecanismo disso acontecer, para não gerar mais gastos na máquina e mais custos na admi-nistração pública. Devemos buscar um equilíbrio entre a democracia, sem sair do modelo de gestão que já existe em Brasília ”, defende.

Para Chico Vigilante, a proposta é demagógica. “A Constituição de 1988 que deu direito de se eleger os deputados da CLDF e o Governo do Distrito Federal manteve o DF como uma unidade indivisível. Portanto a gente não pode municipalizá-lo. E só existe eleição direta quando é município”, explica o deputado.

Bandeira brancaFora do fogo cruzado, o deputado Agaciel Maia diz

que vai seguir a linha da maioria dos deputados, na última composição da Câmara Legislativa, ou seja, nem base, nem oposição, Agaciel votará de acordo com o pro-jeto enviado. “A CLDF tem demonstrado sempre haver bons projetos de iniciativa do poder executivo, do gover-nador, nós estamos apoiando e aprovando”, afirma.

Sobre a forma de se eleger os administradores, Aga-ciel acredita ser uma boa iniciativa política, mas ele alerta para os problemas legais que a proposição poderá enfrentar. “Não depende só do governador, depende do poder legislativo, do poder judiciário e do Governo Fede-ral. Essa questão é uma equação com algumas variáveis que devem ser compostas. Tem que ter habilidade para fazer essa composição, porque, se não, corre o risco de não sair do papel”, explica.

Chico Vigilante: fiscalização e cobrança de promessas

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Foi em Corumbá – GO, rodeado de oito irmãos, que Hélio José cresceu e cultivou, desde cedo, o amor pela política. Aos sete anos, já fazia campanha ao lado de seu pai, João da Silva Lima. Desde criança, a ligação com a Capital era forte. O genitor supria alimentos para o Distrito Federal, enquanto a cidade ainda esta-va em construção. “Meu pai sempre me conta-

va como eram formados os povoados e sobre as primei-ras construções. Testemunhei o desenrolar do cerrado e o crescimento pulsante de Brasília”, revela.

Em Alexânia – GO, ele completou o primeiro grau. Com o passar do tempo, em busca de melhor ensino e

O senador do povoA partir do dia 1º de janeiro de 2015, Hélio ocupará

o cargo de senador da República por Brasília.

qualidade de vida, ele e a família mudaram-se para Brasí-lia. No final da década de 1970, passou para Engenharia Elétrica na Universidade de Brasília, onde formou-se em 1982. Após a graduação, conseguiu o primeiro empre-go na Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A) e lá ficou por três anos. Depois, foi contratado para ingressar na Companhia Energética de Brasília (CEB) e, durante 26 anos, permaneceu no serviço.

Política em BrasíliaA luta incessante pela melhoria da classe trabalha-

dora é efetiva. Hélio tem jornada longa no Movimento Sindical dos Eletricitários, na diretoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e no Partido dos Trabalhadores

perfil

Carolyna Paiva

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 31 novembro de 2014 :: 43

(PT). Enquanto estava na UnB, ele observava movimentos estudantis e ouvia falar da criação de um partido novo, por um grupo de entusiastas universitários, professores e pensadores do país. Entretanto, foi a esposa Edir, uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores, que o in-centivou se filiar ao partido.

Ainda na década de 80, foi secretário Geral do PT e presidente do partido em Taguatinga e, posteriormente, representante da Executiva Regional do PT em Brasília, cargo ocupado por mais de 20 anos. Também atuou em várias secretarias, como Secretaria de Lutas Populares, Secretaria de Organização e Secretaria de Políticas Pú-blicas. “Nunca me candidatei, porque já na Executiva, ti-

nha atuação muito forte em várias vertentes. Pude ajudar muitas pessoas e, além disso, participei, nos bastidores, de eleições importantes, como a do atual ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, e também nas de Cristovão Buarque e Chico Vigilante”, declara.

Há quatro anos, ocupou o cargo de primeiro suplente do atual Governador Rodrigo Rollemberg. “Mesmo não sendo parlamentar, meu grupo era influente no PT. En-tão decidimos colocar nosso nome na primeira suplên-cia do Senado, pensando na inclusão social e na defesa dos menos favorecidos”. No transcorrer do tempo, alguns problemas internos o distanciaram do PT e ele ingressou no Partido Social Democrático (PSD).

Assumir o cargo de suplente pode trazer cer-ta insegurança à população. Hélio, no entanto, acalma os brasilienses e afirma que dará seu má-ximo no Senado. “Desejo fazer o melhor para os setores importantes da sociedade, falar pelos menos favorecidos e me dedicar para ser uma voz que procura fazer a inclusão social”. O futuro representante pretende investir no setor produti-vo, em prol do micro e pequeno empresário, do empreendedor individual e das instituições ge-radoras de oportunidade. O objetivo é trabalhar em nível de fomento, incentivo e oportunidade a esse setor.

Outro ponto de destaque é o foco em ener-gias limpas e no setor energético como um todo. “O futuro aponta para fontes alternativas e me-lhor aproveitamento do setor. Queremos buscar oportunidade para geração distribuída de energia. Nós temos condição de dar um ‘upgrade’ na nossa matriz energé-tica, assim como foi feito com a energia eólica”, enfatiza. E com-plementa: “faço questão de con-tribuir para o debate do uso de energia limpa e melhor aprovei-tamento hidroenergético brasilei-ro”. Ele ressalta que falta, para o Brasil discutir leis de incentivo, abertura de mercado, e incentivo à importação e exportação.

Papel como suplente

Para Hélio, Brasília tem uma carência muito grande em relação à habitação e à necessidade de regulamentação. Portanto, ele pretende se dedicar para contribuir na discussão da política habitacional, bem como na melhoria dos pro-gramas Morar Bem e Minha Casa, Minha Vida. “Isso deve ser feito, para que aquela pessoa, que precisa do seu pedacinho de chão e seu teto, possa se sentir melhor e mais valorizada”. O Suplente destaca a necessidade de se investir também na política de formação, em cursos pro-fissionalizantes e técnicos especializados. “Sem mão de obra não podemos ter competitividade no mercado”, declara.

Conhecido como senador do Povo, Hélio José afirma que “sei o tanto que é importan-te ser solidário com o próximo e viver em co-munhão com a população. Procurarei atender,

durante esses quatro anos, da forma mais humana e próxi-ma, os menos favorecidos.” Dessa forma, garante que o go-verno vai contar com o apoio dele para fazer o melhor pelo DF: “Vou procurar contribuir no que for preciso, para fazer com que o programa eleito seja concretizado. O governo existe para que todos fiquem bem”, completa.

“Vou procurar contribuir no que for

preciso, para fazer com que o programa

eleito seja concretizado”,

Senador Hélio José

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44 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 31 novembro 2014

O SETOR FINANCEIROEM BRASÍLIA

artigo

O setor financeiro é um importante segmento em toda e qualquer economia capitalista, es-tando presente no apoio a diversos setores da atividade econômica. No Brasil, o setor financeiro envolve centenas de instituições bancárias, seguradoras, corretoras, de previ-dência privada; representa 7,2 do PIB total e emprega quase 1 milhão de trabalhadores.

Diferentemente das demais economias emergentes, o Brasil tem, entre suas principais instituições financeiras, portentosas instituições públicas, com destaque para o Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Possui também duas grandes instituições finan-ceiras privadas, de capital nacional, que se situam entre as maiores do mundo em termos de ativos, os bancos Itaú e Bradesco.

No caso do Distrito Federal, o setor financeiro tem um peso expressivo, tendo representado em 2012 10,0% do PIB, acima da média nacional, decorrente do fato de Brasí-lia sediar dois dos três grandes bancos públicos, o Banco do Brasil e a Caixa, ficando aqui internalizadas uma ampla gama de atividades que necessariamente não expressam a atividade econômica desenvolvida localmente.

Debate-se hoje em Brasília a necessidade de diversi-ficarmos nossa estrutura produtiva, de forma a ficarmos menos dependentes da participação excessiva do setor público em nossa economia (55,2% do PIB em 2012). Nes-te debate, em que a ampliação de nosso parque industrial revela-se estratégico (a indústria de transformação e mi-neral representou apenas 1,5% de nosso PIB, enquanto a média nacional é de 17,3%), a expansão da atividade de intermediação financeira no Distrito Federal tem sido considerada nesse esforço de ampliarmos nossa base pro-dutiva, muitas vezes de forma voluntarista.

Tal possibilidade, contudo, deve ser bem apreciada, em virtude das rigorosas condições que uma cidade deve

atender para exercer a função de centro financeiro. Natu-ralmente, não decorre do desejo de uma cidade transfor-mar-se num grande centro financeiro, mas de se atender algumas premissas objetivas. Essas são essencialmente quatro: a) ser importante centro econômico/industrial do País; b) possuir uma bolsa de valores que reflita a pujança do mercado de capitais; c) ser sede das principais insti-tuições financeiras do País; e d) ser sede das principais corporações do País.

Observa-se que, entre os quinze principais centros fi-nanceiros mundiais, onze são também os principais cen-tros econômicos/industriais de seus respectivos países e os demais são o 2º ou 3º maiores polos econômicos. De-ve-se ressaltar que oito são Capitais Nacionais (Londres, Tóquio, Paris e Seul, entre outras), mas sua inclusão na relação se dá não pela condição de Capital, mas de maior centro econômico.

Para alçar à condição de centro financeiro, uma cidade também deve possuir bolsa de valores de primeira gran-deza. Observa-se que a localização das principais bolsas coincide com a dos principais centros financeiros e eco-nômicos dos respectivos países. Em alguns casos, as gran-des bolsas têm alcance nacional e mesmo continental, inibindo as bolsas localizadas em outras praças. No caso do Brasil, por exemplo, todas as principais bolsas regio-nais que ainda subsistiam até o final da década de 1990, inclusive a Bolsa de Valores Minas-Espírito Santo-Brasília (BOVMESB), foram extintas e suas atividades incorporadas à Bovespa, de São Paulo, atual BM&FBovespa

Outra condição indispensável para uma cidade cons-tituir-se em importante centro financeiro é ser sede das principais instituições bancárias e financeiras do país. No Brasil, há uma excepcional concentração destas institui-ções em São Paulo: dos 100 maiores bancos do País, nada menos que 60 têm sede em São Paulo, assim como 30 das 50 maiores seguradoras e 20 das 50 maiores empresas de previdência privada abertas.

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 31 novembro de 2014 :: 45

“No caso do Distrito Federal, o setor financeiro tem um peso expressivo, tendo representado em 2010 (último dado disponí-vel) 10,4% do PIB”

Brasília tem reduzida participação na relação das sedes dos 100 maiores bancos do País, sendo a sede de apenas quatro instituições bancárias, incluindo os dois grandes bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa), respectivamen-te primeiro e quinto no ranking nacional, e dois bancos medianos, um distrital (BRB) e um banco de cooperativa (Bancoob), ocupando a 35ª e 36ª posição respectivamen-te, no ranking dos 100 principais bancos do país.

Nota-se que Brasília não sedia nenhum banco privado, seja de capital nacional ou estrangeiro. É sede também de apenas uma seguradora (Caixa Seguros) e de duas em-presas de previdência privada (Caixa Vida e Previdência e a ARC). Deve-se enfatizar ainda que, embora o Banco do Brasil e a Caixa tenham sua sede em Brasília, tal fato decorre de sua condição de Capital da República, pois a maior parte das operações financeiras de ambos são reali-zadas em São Paulo e, secundariamente, no Rio de Janei-ro, Minas Gerais e nos três estados da Região Sul.

Por fim, outra importante premissa para uma cidade desenvolver-se como importante centro financeiro é se-diar grandes grupos empresariais. Também neste caso, há uma excepcional concentração em São Paulo, sede de 56% dos 200 maiores grupos econômicos e de 42% das 1.000 maiores empresas.

Brasília aparece numa posição modesta. Na relação das 1.000 maiores empresas do país, as sediadas em Brasília são apenas 23, sendo que as principais e também maioria (13), são empresas estatais, sendo onze do governo fede-ral: Correios, Itaipu, Eletronorte, Infraero, Embrapa, Casa da Moeda, Serpro, Pioneiras Sociais, Dataprev, Codevasf e CPRM e duas do GDF: CEB, CAESB. As de capital privado são apenas sete, predominando os setores de informática e revenda de automóveis. Observa-se que o Distrito Federal não teve nenhuma de suas empresas privadas entre as 400 principais do País, a primeira aparecendo na 473ª posição, evidenciando a debilidade do setor privado na Capital da República.

Conclui-se, portanto, que são praticamente nulas as chances de Brasília vir a se desenvolver como centro fi-nanceiro de primeira grandeza, podendo-se identificar, contudo, dois segmentos que apresentam alguma viabili-dade para o desenvolvimento do setor de intermediação fi-nanceira no Distrito Federal: operações com commodities agrícolas e previdência complementar, assunto que deve ser abordado em um próximo estudo.

Júlio Miragaya – Presidente da Codeplan e Conselhei-

ro do Conselho Federal de Economia

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46 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 31 novembro 2014

Fusão de cooperativas prevê crescimentode crédito no DFO processo de incorporação foi aprovado pelos associados dascooperativas envolvidas, emAssembleia Geral Extraordinária Conjunta

Elsânia Estácio

Cresultado

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 31 novembro de 2014 :: 47

Correntistas têm ainda mais motivos para acreditar que o futuro dos bancos está nas cooperativas. As instituições, criadas sob o preceito de que o cliente pode ser também um dono da empresa, atraem cada vez mais adeptos, é o caso do Sicoob Executivo. O Sistema de Cooperativas de Crédito do Bra-sil tem hoje um crescimento de pelo menos

o dobro dos bancos privados. Com o objetivo de investir no crescimento, os Conse-

lhos de Administração do Sicoob Executivo e do Sicoob CrediDF se uniram para fortalecer o cooperativismo de crédito do Distrito Federal e Entorno. A integração das duas empresas reforçará a capacidade operacional, pro-porcionando maiores ganhos de escala, sinergia e logís-tica para os servidores do Poder Executivo Federal e das Secretarias de Saúde e de Educação do Distrito Federal, que têm conta nas cooperativas. Segundo o presidente do Sicoob Executivo, Luiz Lesse, as organizações passa-rão a viver um novo momento, de muitos desafios, mas com oportunidades ainda maiores, além de poderem contar com a confiança dos associados, o que tem sido e será muito positivo, principalmente neste momento de transição.

As cooperativas somam uma força de aproximada-mente 8,6 mil associados, R$ 44,2 milhões em depósitos, R$ 73 milhões em ativos e um patrimônio de R$ 19,6 mi-lhões, com sete unidades de atendimento. Após a fusão, o nome permanece o do Sicoob Executivo. “Com a união (das cooperativas) teremos uma otimização dos serviços prestados aos associados, especialmente, os servidores do Poder Executivo Federal e Servidores das Secretarias de Saúde e Educação do Distrito Federal, proporcionan-do uma maior oferta de produtos e serviços financeiros em condições que só o cooperativismo de crédito ofe-

rece”, ressalta Benedito Faustino, presidente do Sicoob CrediDF – incorporada.

O processo de incorporação seguiu os princípios do corporativismo, sendo assim, durante a Assembleia Geral Extraordinária Conjunta, os 62 associados das coopera-tivas envolvidas foram ouvidos para que a fusão entre as empresas fosse validada. Na ocasião, foi aprovada a incorporação da proposta, a reforma e a consolidação do Estatuto Social da cooperativa incorporadora e a eleição para preenchimento dos cargos criados no Conselho de Administração da cooperativa incorporadora.

Também participaram da reunião conselheiros de administração, membros da diretoria, associados, colabo-radores e representantes da das duas cooperativas e do Sicoob Planalto Central, que deu apoio jurídico e opera-cional necessário para que o processo acontecesse nos moldes recomendados pelo sistema e pelas autoridades.

“Esta união é muito importante para os associados, pois teremos uma cooperativa ainda mais forte para os nossos associados”. Luiz Lesse destacou a importância da valori-zação da cooperativa pelos seus associados, e também a utilização de seus serviços, que hoje competem de igual para igual com outras instituições financeiras.

Lesse não deixou de agradecer a participação de to-dos nessa nova empreitada, associados, conselheiros e funcionários das duas cooperativas. Abílio Castro é um dos associados da empresa, ele ressalta que a incorpo-ração beneficiará os servidores da Educação e da Saúde do Distrito Federal e também o Executivo Federal. “É ne-cessário entender que as cooperativas são organizações democráticas e têm uma alta complexidade de gestão participativa. As decisões são todas tomadas no voto em assembleias. Essa incorporação da cooperativa executiva com o CrediDF seguiu todo o rito da legislação coope-rativismo”, destacou.

CPrincipais Números após a incorporação

Número de Associados: Ativos totais

8,6 mil R$ 73,0milhoes

Depósitos

R$ 44,2milhoes

Patrimônio Líquido

R$ 19,6milhoes

Unidades de atendimento

7

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O supermercado é um espaço que faz parte do dia a dia do brasileiro. Com maior poder de com-pra, consumidores de todas as classes estão em busca de mais praticidade e optam cada vez mais por produtos que oferecem melhor quali-dade. Brasília recebe o evento ExpoecosDF há 11 anos. A exposição promove o encontro de fornecedores, supermercadistas e varejistas de

diversos locais. Eles apresentam novos produtos que ainda não chegaram às prateleiras dos supermercados.

A mostra tem parceria do Sindicato dos Supermercados de Brasília (Sindsuper-DF), da Federação do Comércio (Fe-comércio-DF), e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-DF), que também participou do evento para dar suporte aos expositores e visitantes. “O papel do SEBRAE junto a essa feira é trazer para os empre-sários que participam apoio e conhecimento, através de pa-lestras e cursos”, explica Elizabety Aguiar, Analista Técnica do SEBRAE.

Elsânia Estácio

Segundo o presidente da ASBRA, José Fagundes Maia Neto, o evento é uma oportunidade para todos do setor supermercadista, desde o micro ao grande empresário. A feira oferece aos participantes a oportunidade de saber mais sobre assuntos de interesse da área, como tecnologia, auto-mobilístico e artesanato. O expositor Cristyan Rocha, geren-te comercial da ThinkNetworks, ficou feliz com o resultado após a presença no evento. “Somos uma empresa de tecno-logia voltada para redução de custos, ou seja, o meu produto substitui um computador tradicional reduzindo gastos em até 60%. Conseguimos um retorno positivo com capacitação de negócios realizado na feira e fechamos muitas vendas. É a primeira vez que minha empresa participa da mostra e o evento me surpreendeu pela organização”, ressalta.

O diretor comercial da Motocar, Marcelo Ferreira, tam-bém colheu bons frutos com o novo produto a presen-tado.“A Motocar é uma montadora de Manaus e abriu a primeira unidade no Distrito Federal em agosto para co-mercializar os três modelos de triciclos fabricados pela mar-ca. Para atender à demanda de empresas que atuam em diferentes ramos e precisam de uma solução barata para entrega de mercadorias ou logística, além de pessoas que desejam investir em seu próprio negócio, transformando o triciclo em pontos de venda móveis, empresários brasilien-ses investiram cerca de R$ 500 mil e esperam comercializar mais de 100 veículos de três rodas por mês”, revela.

Na feira, comerciantes e fornecedores fecharam parcerias cujo resultadofinal beneficia os consumidores

EXPOECOSDF 2014 movimenta setor supermercadista

resultado

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A feira supermercadista também reservou um espa-ço para exposição de artesanato reunindo os melhores trabalhos nacionais e internacionais. “É a primeira vez que a Feira Internacional de Artesanato (FINNAR-DF), participa da ExpoecosDF e foi uma experiência boa, onde tivemos a oportunidade de divulgar nosso trabalho através do artesanato”, fala Tânia Maria Mendes, artesã e coordenadora da FINNAR-DF.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Hermano Carvalho, também esteve presente na abertura da feira e ressaltou que a exposição traz a oportunidade para todos os envolvidos de ampliarem sua rede de con-tatos e proporciona a possibilidade de novas parcerias e negócios. “A feira ocorre para mostrar a fundamental importância que o DF tem de ser a vitrine e eixo econô-mico do Centro-Oeste. O eixo supermercadista é muito forte e todos os anos se destaca em meio aos demais setores econômicos”, conta Carvalho.

Tecnologia Além das novidades em produtos e serviços, a 32°

edição da Exposição e Encontro Supermercadista do Distrito Federal, foi marcada pelo lançamento do aplica-tivo iBeacons, que facilitará a vida dos consumidores. Os dispositivos são instalados no interior de qualquer am-biente e os usuários de smartphones recebem avisos e notificações específicas via Bluetooth, sobre os produtos e objetos identificados na medida em que se aproximam os dispositivos.

Será como um guia do cliente durante as compras. O superintendente da Asbra, Marcelo Marinho, expli-cou como funciona o aplicativo. “Se uma pessoa sempre compra pão de sal, cada vez que ela chegar ao mercado, o aplicativo poderá informar quanto tempo falta para sair à próxima fornada, por exemplo. Os mercados, vendas e lojas cadastradas permitirão que os consumidores te-

nham um perfil de compra”. O aplicativo, usado nos Es-tados Unidos, não depende de conexão com a internet e será apresentado pela primeira vez no Brasil.

A feira é uma grande oportunidade para os empre-sários do setor, em especial para os menores. “O micro-empresário, aquele que tem negócio familiar, às vezes não tem a chance de conhecer tantas coisas inovadoras e interessantes para impulsionar ainda mais o próprio negócio”, diz Marinho. A associação prevê que os frutos desse encontro resultem em mais de R$ 250 milhões em negócios. A exposição também beneficia o consumidor, que encontra diversos produtos a preços abaixo do mer-cado.

Geração de empregos É no comércio que se concentra a maior carga de

empregos diretos e indiretos. Também é nesse ramo em que é gerada grande parte das vendas no Distrito Federal, cerca de 2,5 bilhões ao longo do ano. O faturamento do setor é alto.

Segundo a Associação de Supermercados de Brasília (Asbra), o montante arrecadado em 2013 foi de R$ 272,2 bilhões, quase R$ 30 milhões a mais que em 2012. “Ge-ramos mais de R$ 5 bilhões ao ano e empregamos mais de 50 mil funcionários diretamente”, diz Marcelo Mari-nho, superintendente da Associação de Supermercados de Brasília (Asbra). Ele conta que o setor é o maior em-pregador do Brasil, inclusive do primeiro emprego.

O segmento é líder na economia crescente, com mais de 700 estabelecimentos em todo o DF, gerando cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos. A expectativa é o crescimento. “A política do governo local tem como base a expansão dos conjuntos habitacionais com a inserção desse segmento de comércio para suprir a necessidade de quem reside nas regiões”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Hermano Carvalho.

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As contratações e licitações públicas exigem cada vez mais experiência dos profissionais que atuam no setor admi-nistrativo. A mudança constante das leis e procedimentos para realizar as tran-sações requer vasto conhecimento, tan-to das empresas privadas que desejam prestar serviços ao governo, quanto dos

gestores governamentais, para que os processos sejam concluídos sem prejuízo das partes. Visando auxiliar estes profissionais, a Elo Consultoria promoveu o semi-nário especial “Aprendendo com os Mestres”. Durante dois dias, os participantes acompanharam palestras com grandes nomes jurídicos do Brasil.

De acordo com a Elo, é indispensável aos gestores cada vez mais conhecimentos especializados, tanto do conjunto normativo geral, quanto das normas específi-cas, editadas para regulamentar a matéria ou possibili-tar a concretização de políticas públicas. “Diariamente, surgem diversos materiais como artigos e obras que mostram como proceder nas contratação e licitações. Mas a interpretação destes normativos sempre causam dúvidas, principalmente quando a teoria é transportada à prática. Por isso, a participação nestas palestras se torna importante para os profissionais, é uma forma de atualização de conhecimentos”, destacou a diretora de

Diante de tantas modificações legislativas, os profissionais que atuam com contratos e lici-tações têm que estar em constante atualiza-ção para garantir a isonomia do processo.

Gustavo Lúcio

negócios da Elo, Flávia Cardoso.O ministro do Tribunal de Contas da União e pa-

lestrante, Benjamin Zymler, apresentou o seminário “O princípio constitucional da licitação e a eficiência da gestão pública”. Durante a palestra, os gestores recebe-ram informações sobre a Lei de licitações e experiên-cias do pregão e do regime diferenciado de contratação; sobre as novas faces do direito administrativo moderno; o controle pelo TCU com a flexibilização da jurispru-dência na busca por uma maior eficiência e pela conse-cução dos objetivos nacionais, e outros temas. “O maior problema hoje é a lentidão dos processos licitatórios. O novo regime diferenciado está com algumas novidades que permitem a diminuição da burocracia e a melhora na velocidade dos processos. Agilizando estes tramites, a conclusão destas licitações pode trazer melhores van-tagens nas contratações públicas. Por isso, a importân-cia dos gestores estarem sempre atualizados quanto a estes temas”, disse o palestrante.

O professor, mestre em Direito Administrativo, Jorge Ulisses Jacoby Fernandes ministrou o seminário “Dis-pensa e Inexigibilidade: Cuidados com a Formalização e com a Gestão dos Contratos”. Para ele, a qualificação permanente se faz importante nas formalizações contra-tuais devido à quantidade de mudanças que acontecem diariamente no mercado. “Antes de formalizar qualquer

Mercado públicoexige cada vez mais experiências de gestores

capacitação

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contrato o gestor tem que estar ciente de tudo que está presente, além das legislações que o cercam. Só assim, poderá ser feita a correta formalização de processo, definindo a qualidade e os fatores permitidos em lei para restringir a isonomia”, afirmou Jacoby, que des-tacou também a importância da reciclagem. “O gestor formado em um curso de 1980 não consegue fazer uma licitação”.

Por isso, é importante que haja uma atualização diá-ria, não apenas em livros, mas também, na prática!

O SEMINÁRIOO “Aprendendo com os Mestres” é um seminário

anual que tem como objetivo construir um canal de debate entres os servidores, que trabalham com licita-ções e contratos, e grandes juristas especializados no assunto, além de permitir a especialização, capacitação e aperfeiçoamento dos participantes. “Este seminário é uma grande oportunidade para quem trabalha nesta área tirar dúvidas de diversas situações controvertidas na aplicação das leis. Aqui eles aprenderam e convive-ram com mestres renomados do direito administrativo e outros profissionais que atuam no setor”, destacou Flávia Cardoso.

Este ano, cerca de 80 pessoas de diversos estados brasileiros, participaram de palestras com os seguin-

tes temas: O princípio Constitucional da Licitação e a Eficiência da Gestão Pública; Os Limites para Identifi-cação da Proposta mais Vantajosa entre os Formalismos e as Formalidades Legais; O Uso da Alteração Contratu-al para Suprir Defeitos da Licitação; A Distinção entre Alterações Quantitativas e Qualitativas; e, Dispensa e Inexigibilidade: Cuidado com a Formalização e com a Gestão dos Contratos.

Os participantes reconhecem a importância dos temas levantados nos dois dias de seminário e garan-tem reproduzir os conhecimentos aos que não pude-ram estar presente, é o que afirma o militar Anderson Gonçalves. “Participar de seminários como este é poder capacitar o profissional de forma que minimize o erro. Daqui vou levar vários ensinamentos que os mestres passaram e espero repassar tudo ao pessoal do departa-mento onde trabalho”, destacou.

Bruno Custódio veio de longe para participar dos cursos. O funcionário público do estado de Tocantins disse ter valido a pena o deslocamento. “A excelência dos mestres, o currículo e a atuação de cada um é o diferencial que a Elo Consultoria possibilita aos parti-cipantes, e sem dúvida vou melhorar os procedimentos que vinha realizando, com a nova legislação posso me-lhorar meu empenho e trabalhar bem a parte de contra-tos públicos”, certificou.

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Ana Gabriela Pereira, 22, entrou, em 2011, para o curso de Engenharia de Redes de Comunicação na Uni-versidade de Brasília. Na época, ela só almejava concluir os estudos para conseguir um bom emprego. Até o dia em que conheceu o Movimento Empresa Junior (MEJ). Embora não soubesse direito o que era a instituição, Gabriela percebeu uma oportunidade de se aperfeiçoar para ingressar no mercado de trabalho. No terceiro se-mestre, entrou na EngNet, empresa referente ao seu cur-so. Desde então, declara-se, apaixonada pelo MEJ. Hoje ocupa o cargo de presidente e conta: “Eu conquistei um knowhow em várias áreas que jamais teria em lugar ne-nhum, como gestão e finanças. Na engenharia, acabamos o curso sabendo lidar com máquinas e, no mercado, des-cobrimos que temos que lidar também com pessoas. E eu posso falar que já tenho esse diferencial”.

As empresas juniores (EJs) são associações civis, sem fins lucrativos, formadas por alunos de gra-duação. Elas são uma das oportunidades, durante o ensino superior, para capacitar estudantes frente ao futuro empregador, ao promoverem aprendizado por gestão, projetos e cultura empreendedora. Ou seja, o jovem passa a ter uma vivência geren-cial, por precisar administrar e manter a empresa; participa de projetos reais volta-dos a área que estuda e usufrui da rotina do mercado, com foco em inovação e qua-lidade de entrega.

Ivo Leão, 21, ex-membro da ECOFLOR, empresa júnior de Engenharia Florestal, reconhece a diferença que o Movimento proporcionou para sua carreira profissio-

capacitação

Empresários juniores: jovens preparados para o mercado de trabalhoEstudantes experimentam vivência empresarial durante graduação e apresentam-se mais qualificados para o primeiro emprego

nal. “O MEJ foi umas das experiências mais válidas que tive na graduação”, afirma. Ele enfatiza que a ideia de utilizar o conhecimento teórico adquirido na universida-de e colocá-lo em prática, por meio de uma vivência si-milar a do ambiente sênior, é fantástica. “A aproximação com o mercado é muito engrandecedora para o jovem, pois você cria networking para o futuro. Além disso, a liderança e a visão holística que você desenvolve são pontos fortes do empresário júnior”, declara. Atualmente, Ivo utiliza os conhecimentos adquiridos no estágio na Terracap.

E o próprio mercado reconhece o diferencial daque-les que vieram do Movimento. Gabriel Machado, Geren-te Comercial da Sasse Produtos Promocionais, trabalha com profissionais do ambiente júnior e, para ele, a ex-periência faz deles mais preparados. “O MEJ é uma ini-ciativa que deve ser valorizada pela sociedade, uma vez

Ivo Leão na sede da Ecoflor, EJ onde trabalhou

Carolyna Paiva

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que representa uma das principais estruturas para a for-mação dos novos líderes e futuros empreendedores do país.” Ele ainda traça o perfil do empresário júnior: “eles são formadores de opinião e conseguem gerar uma força transformadora capaz de mobilizar players importantes da sociedade que estejam dispostos a contribuir com o desenvolvimento do país”.

O MEJAssim, como a Gabriela e Ivo, outros jovens fazem

parte dessa iniciativa e juntos formam o chamado Movi-mento Empresa Júnior (MEJ). O MEJ surgiu na França, em 1967, e hoje é o segundo maior movimento jovem no mundo. No Brasil, a primeira empresa júnior foi fun-dada em 1988, em São Paulo. Atualmente, o país tem a maior concentração de empresas juniores do planeta: 243 reconhecidas pela Confederação Brasileira de Em-presas Juniores, a Brasil Júnior. Ao todo, cerca de oito mil voluntários, são responsáveis pela contribuição de mais de R$ 9,5 milhões para o PIB nacional.

A ConcentroNo Distrito Federal, o Movimento tem por trás uma

federação que trabalha diretamente com as empresas ju-niores, a fim de fortalecê-las no mercado e no MEJ. Para isso, seus esforços estão direcionados em potencializar a capacidade das EJs federadas de formar seus mem-bros e aumentar a atratividade da rede para o mercado empregador. O incentivo ao desenvolvimento pessoal e

profissional marca os 15 anos da Concentro. Nascida em 1999, para representar, orientar, regulamentar, fo-mentar, alinhar e integrar o Movimento Empresa Júnior no Distrito Federal, a Federação tem, hoje, 21 empresas juniores associadas, de mais 29 cursos de graduação. Além dessas, há mais de quinze empresas juniores por toda a capital, funcionando independente do trabalho realizado pela Federação.

Thais Frabetti, Presidente Executiva da Concentro, comenta a importância de ser ter uma rede alinhada. “Trabalhamos para a transformação dos nossos mem-bros em profissionais de excelência, em eventos que geram troca de experiências e networking. Também estabelecemos o contato entre empresários juniores e empresas seniores por meio de parcerias.”, explica.

A Brasil JúniorCriada em 2003, a Brasil Júnior é a Confederação

Brasileira de Empresas Juniores, órgão máximo do MEJ no país. A organização é responsável por incen-tivar e dar suporte às EJs brasileiras, com objetivo de potencializar o desenvolvimento e tornar o Movimento reconhecido por toda a sociedade. Por meio da pro-moção de ações nacionais e regionais, a Brasil Jú-nior mantém os empresários juniores alinhados com o objetivo do MEJ: formar, por meio de uma cultura empreendedora e inovadora, profissionais capacitados para transformar o país.

Ana Gabriela Pereira, Presidente da EngNet, em reunião com outros diretores

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artigo

Tradicionalmente, o mercado de comunicação divide seus prestadores de serviço em diversas “ca-tegorias”. Desde as agências de publicidade tradi-cionais (ou offline), passando pelas agências digitais (online), agências de marketing promocional (below the line ou BTL), assessoria de imprensa, relações públicas, dentre outras derivações, subcategorias e nichos. Essas classificações, confortáveis para a agência entender quem ela é e o que faz, às vezes não fazem muito sentido para o cliente. “Será que eu preciso de um panfleto ou de uma campanha no Facebook? E se forem os dois, então são duas agências diferentes? E se eu não tiver nem ideia do que eu preciso, que prestador devo acionar? “. todas essas perguntas são corriqueiras no dia a dia de muitas empresas, que, intuitivamente, entendem que comunicação é importante no seu negócio, mas não sabem como e nem com quem fazer.

Como empresário da área de comunicação, acho que essa divisão cartesiana dos prestadores de ser-viço não faz sentido. Com a transformação que o mundo sofreu após a Revolução Digital, essa orga-nização se confunde e perde seu sentido lógico. No final das contas, o que o empresário precisa é de alguém que entenda suas dores e que saiba esco-lher, dentro da quase infinita prateleira dos recur-sos de comunicação, quais as melhores ferramentas para solucionar seus problemas. Mais que o papa dos comerciais de televisão, ou das campanhas de internet, eventos ou imprensa, a empresa precisa de comunicadores que entendam de negócios. Co-municação e negócios? Sim, essa integração é fun-damental.

Nesse sentido, é importante ter um altíssimo ní-vel de envolvimento e proximidade com o negócio do seu cliente. Ao invés de manter a dinâmica pa-drão de receber uma demanda e criar uma peça ou campanha de acordo com a solicitação, o comuni-cador precisa sair da sua zona de conforto e come-çar a se envolver em searas menos convencionais.

Comunicação e Negócios, isso combina?

• João Pedro Costa - empresário do setor de comunicação, sócio da Agência Look’n Feel

• João Pedro Costa

Quais canais são mais rentáveis e quais são menos? O seu cliente está preparado operacionalmente para receber um aumento de demanda? A entrega do seu cliente está alinhada com o que sua campanha está vendendo? A experiência proporcionada pelo produto ou serviço do seu cliente encanta e fide-liza? Só estando muito perto e de fato entendendo a dinâmica daquela empresa é possível responder a essas perguntas. Isso produz para o empresário uma percepção de valor gerado enorme e ajuda a escolher de fato as ferramentas certas para resolver os problemas e entregar resultados consistentes.

E o que isso gera de impacto para o mercado de comunicação, profissionais e agências? Em primei-ro lugar, o que deve orientar a comunicação não é o canal (online, offline, promo, etc), mas sim o problema que deve ser resolvido. Além disso, pro-fissionais de comunicação vão precisar se capacitar e conhecer de negócios, saindo dos conhecimentos específicos de publicidade ou jornalismo, e se aven-turando por campos como administração, logística, atendimento e vendas. Esses conhecimentos, talvez não tão óbvios para um profissional de comunica-ção tradicional, podem fazer toda a diferença no contexto atual. Você comunicador, quando é seu próximo curso de negócios? Talvez valha a pena pensar sobre isso!

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O metro quadrado dos imóveis de Brasília é o terceiro mais caro do Brasil, fica atrás apenas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Mas os investimentos realizados em casas, apartamentos e lojas da Capital Federal é garantia certa de que o dinheiro aplicado deve se multiplicar em curto prazo, mes-mo o imóvel sendo destinado à moradia.

Segundo especialistas, atualmente as melhores opções do Distrito Federal são as cidades em pleno desenvol-vimento como Águas Claras, Ceilândia, Gama, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria e Sobradinho, já que estas possuem preços razoáveis por imóveis amplos e confortáveis.

A média de preços das cidades satélites menciona-das variam de R$ 1.800 a R$ 2.600 por metro quadrado, bem abaixo dos valores praticados no Plano Piloto, que chegam a R$ 12 mil pelo mesmo tamanho. Mesmo com preços mediano, a taxa de valorização anual é igual para todas as regiões (25%).

O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do DF (CRECI-DF), Hermes Alcântara, desta-ca os pontos positivos para o crescimento da busca de imóveis nesses lugares. “Estas cidades possuem grande potencial de crescimento, estão próximas ao Plano Pilo-to, são de fácil acesso e atendem à população da classe média. Sem falar que os investimentos realizados em

Aumenta oferta e procura de imóveis nO dISTRITO fEDERAL

Gustavo Lúcio

O preço acessível que as regiões administrativas oferecem é um dos fatores que contribui para o aumento

imóveis destas regiões são dados como certos, já que o crescimento é igual aos imóveis das Asas Sul ou Norte”.

Além do preço baixo e da previsão de desenvolvi-mento nessas áreas, os conjuntos habitacionais cons-truídos nas adjacentes de Brasília possuem mais atrati-vos para toda família. O vigilante e comerciante Allan Souza comprou, ainda na planta, um apartamento em Samambaia. Para ele, o que mais pesou na escolha foi a comodidade e segurança da família. “O condomínio fechado traz mais segurança e é uma forma de manter meus filhos mais perto, já que aqui há vários equipa-mentos de esporte e lazer. Em outros prédios, como os do Plano, esta comodidade é inexistente”, afirmou.

Os donos de imobiliária do DF apontam que, ao procurar um imóvel, o comprador exige bom preço, comodidade, segurança, espaço e qualidade. Por isso, as habitações das novas cidades tem mais vantagens. “Quem compra imóvel para morar quer pagar e entrar, e os imóveis mais antigos geralmente requerem refor-mas e reparos o que leva tempo e mais investimento. Os imóveis vendidos nas cidades satélites, no entanto, são novos e não precisam de supervisão por certo tem-po”, disse o proprietário da Beiramar Imóveis, Alberto Fernandes.

Mercado AquecidoApós longo período de alta, os valores dos imóveis

do Distrito Federal apontam ligeira queda. De acordo

mercado imobiliário

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com a pesquisa FipeZap, em agosto deste ano, o preço do metro quadrado da capital federal diminuiu 1,1%, condição favorável ao mercado. “Esta variação de pre-ço é uma acomodação do mercado. Estávamos vivendo um período de pressão de valores e com esta baixa o mercado volta a crescer, porque muitos investidores es-peram este desnível para negociar habitações”, afirmou o presidente do Creci-DF.

Antes de finalizar a compra de qualquer imóvel é importante ao promitente comprador analisar docu-mentações, saber se a edificação já passou por ou está precisado de reformas, obter informações sobre insta-lações hidráulicas e elétricas. “As pessoas não podem comprar um bem por impulso, é necessário ter atenção redobrada, principalmente quando o imóvel é compra-do de pessoa física” alertou Alcântara.

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• Contratação Direta sem Licitação – 3ª edição 2014Brasília -> 20 e 21 de novembro de 2014Apresentadores -> Professor Jorge Ulisses Jacoby Fernandes e Ministro Benjamin Zymler • Desoneração da Folha de Pagamento (LEI 12.546/2011)Brasília -> 21 de novembro de 2014Apresentadores -> Erivan Pereira de Franca e Luiz Felipe Bezerra Almeida Simões • Tomada de Contas Especial – 3ª edição 2014 Brasília -> 27 e 28 de novembro de 2014Apresentador -> Alexandre Valente Xavier • Planilha de Custos e Formação de Preços para Contratos de Terceirização de acordo com a IN 02/2008 –

3ª edição 2014Brasília -> 01 e 02 de dezembro de 2014Apresentador - > Erivan Pereira de Franca • Pregão Presencial e Eletrônico – 3ª edição 2014Brasília -> 02 a 04 de dezembro de 2014Apresentador -> Alexandre Cairo • Licitação Pública Internacional, Passo a Passo – 2ª Edição 2014Brasília -> 04 de dezembro de 2014Apresentador -> Jonas Lima • Oficina de Elaboração de Projeto Básico e Termo de Referência – 4ª Edição 2014Brasília -> 04 e 05 de dezembro de 2014Apresentador - > Experiente e renomado membro do corpo docente da Elo Consultoria • Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos – Melhores Práticas - 4ª

edição 2014Brasília -> 08 a 10 de dezembro de 2014Apresentadores - > Ministro Augusto Sher-man Cavalcanti, Professor Luiz Felipe Bezerra Almeida Si-mões e Professor Erivan Pereira de Franca • Gestor Público: Desafios da Execução e do Controle – 3ª Edição 2014Brasília -> 10 a 12 de dezembro de 2014Apresentadores -> Ismar Barbosa Cruz e Alexandre Valente Xavier • Contratação de TI pela Administração Pública – 3ª edição 2014Brasília -> 10 a 12 de dezembro de 2014Apresentadores - > Ministro Augusto Sher-man Cavalcanti, Professor André Luiz Furtado Pacheco e Pro-fessor Carlos Alberto Mamede Hernandes

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O Lago Paranoá, maior lago artificial do mun-do, recebe diariamente grande volume de agentes poluentes, liberado por dutos de es-goto sanitário, que apesar de tratado, ainda assim contribui para alterar consubstancial-mente a qualidade da água, influenciando o cenário ambiental e socioeconômico da Capital Federal.

Com a tarefa de executar ações ambientais para o controle dos dejetos lançados nas águas do Lago, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Fede-ral (Caesb) se apóia em instrumentos que permitem a despoluição da água em faixas críticas, que muitas vezes são ocupadas clandestinamente por esportes náuticos e pesca.

A área que constitui o Lago é subdividida em faixas, a fim de facilitar o monitoramento da água, tanto sob o ponto de vista da adequação ao uso e contato humano, quanto da fiscalização de operações que possam impac-tar o meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômi-co da região.

O gerente de operações da Caesb, Carlos Daidi Naka-zato, explica que a balneabilidade no lago é determinada de acordo com o controle da qualidade da água, indi-cada pela Caesb. É nas “Faixas” próximas às Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), localizados em pontos específicos do lago na parte Sul e Norte, que a Caesb utiliza dois instrumentos que favorecem no processo de qualificação da água. Um deles é o sistema de coleta em forma de um barco especial, adquirido em 2011 com

dimensões de 3,8 de largura, 14m de comprimento, do-tado de esteira rolante e reservatório com capacidade de armazenamento de até 50 toneladas de macrófitas por viagem, além de uma esteira e um triturador. “Para ope-rar o barco, a equipe passou por treinamento específico tanto da empresa que construiu o equipamento quanto da Marinha, uma vez que ao pilotar e navegar nas águas do Paranoá é necessário ter carteira de habilitação náuti-ca, a Raes Amador”, acrescenta Nakazato.

O outro, é uma planta aquática, da espécie Eichhornia cientificamente denominada de macrófita, mais conhe-cida por aguapés. A aguapés faz parte da paisagem do Lago, se prolifera às margens, e muitas vezes grandes blocos formados por essas plantas se dividem através de processos naturais, como correnteza e ventos, e acabam formando verdadeiras ilhas que sevem de abrigo para peixes e demais animais que vivem no lago.

De acordo com Carlos Nakto, o excesso dessa plan-ta traz malefícios para o Lago, e por isso é considerada agente poluidor quando assume a ocupação de grandes faixas das águas superficiais. “Normalmente quando se utiliza esse sistema de despoluição, usando macrófitas, para o que a gente chama de polimento final de esgoto, é usado em tanques, em ambientes bem restritos e não em lagos ou afluentes porque normalmente ela eutrofisa, acaba com o lago”, garante Nakazato.

O gerente diz ainda que em grande quantidade a aguapés inibe que os raios solares atinjam áreas mais profundas do lago, dificultando o processo de oxigenação da água. Sem oxigênio e sem os raios solares as plantas

Lago Paranoá sofre com influência de águas contaminadascaesb usa barco especial e plantasaquáticas para controlar poluição

Oda Paula Fernandes

meioambiente

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morrem antes do tempo e se tornam matéria orgânica, que apodrecem na água e intoxicam os peixes. Além de tornar perigoso, ou inviabilizar o trânsito de embarca-ções, esta faixa é imprópria para consumo.

No combate à superpopulação de macrófitas, técnicos da Caesb operam o barco aparelhado com instrumentos de corte, esteira e depósito para as plantas que são retira-das das águas do Paranoá. Após trituradas, 80% desidra-tadas, a massa orgânica é transportada, pronta para o des-carte final. Por falta de políticas públicas adequadas que visam o reuso, o destino dessa matéria orgânica ainda é o aterro sanitário. “Nós ainda mandamos para o lixão, por-que não temos destinação mais adequada. Mas diminuiu a quantidade, de 15 mil metros cúbicos como era antes

desse novo sistema de coleta e desidratação, agora são mandados para o lixão 5 mil metros cúbicos de aguapés triturados”, comemora o gerente de operações da Caesb.

As faixas de águas próprias para uso no lazer em esportes aquáticos como canoagem, natação e também para pesca e consumo dos peixes estão determinadas pela Caesb, como mostra o gráfico de Balneabilidade da empresa. “Nós sempre orientamos as pessoas que não devem fazer uso dessa faixa do lago muito próximas as ETE’s, por que essa é uma faixa imprópria para banho, para consumo, inclusive dos peixes que vivem que aqui se encontram. Mas infelizmente nós temos alguns pesca-dores que gostam daqui, porque aqui tem muito alimen-to para os peixes”, recomenda Carlos Nakazato.

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A economia mundial vem impulsionando as empresas a realizarem projetos focados em eficiência operacional e redução de custos. Esse modelo de produção exige muito mais das instituições, que acabam apostando na tecnologia como principal solução. Esse é o caso da ThinNetworks, pioneira no de-senvolvimento e fabricação de produtos ex-

clusivos para diminuição do consumo de energia através de soluções de informática sustentáveis. Segundo o presi-dente da empresa, Luiz Claudio Ferreira, a estimativa de redução no consumo de energia, com a nova máquina, é de 79%, se comparada à utilização de ambientes com computadores comuns. “O objetivo da ThinNetworks é ser referência nacional no desenvolvimento, na comercializa-ção e na distribuição de soluções para redução do custo”, garante.

No mercado há 15 anos, no segmento de Multiter-minais e Thin Clients, a empresa desenvolve hardwares fabricados por parceiros na China. Cada uma das etapas do processo de desenvolvimento e criação dos produtos passam por um rigoroso teste de qualidade. São várias so-luções de internet móvel de baixo consumo elétrico, des-tinado principalmente a escolas, ambientes corporativos, laboratórios de informática, call centers, cyber cafés e o

Tecnologias que reduzem custos em empresaos progressos, nos últimos anos, possibilita que as empresas executem operações antes impossíveis, fornecendo possibilidades de redução de custos logísticos

empresa verde

usuário residencial. Os equipamentos permitem trabalhar com até dez estações em um único computador, propor-cionando economia de custo, espaço e investimento em manutenção. Ao adicionar monitor, teclado e mouse em cada estação, o usuário terá área de trabalho personaliza-da, senha de acesso própria e utilizará aplicações de forma autônoma.

Esse tipo de solução permite o uso independente de aplicações como navegação na internet, editores de tex-to, planilhas, apresentações e recursos multimídia. Além disso, com o auxílio do sistema operacional, é possível oferecer gerenciamento centralizado, ideal para monitora-mento feito pelo professor, gestor corporativo ou gerente de rede. De acordo com o gerente comercial da empresa, Cristyan Rocha, todos os equipamentos produzidos pela ThinNetworks saem da empresa com 100% de garantia do total funcionamento. “Trabalhamos com produtos di-ferenciados. Nosso objetivo é reduzir custos. Oferecemos um produto que substitui um computador tradicional e conseguimos diminuir até 60% o consumo de energia nas empresas”. E completa “Além disso, oferecemos um suporte técnico totalmente capacitado para atender às demandas do cliente. Somos distribuidores de produtos Peplink, fabricante, reconhecida internacionalmente, de balanceadores de rede e access point”.

Elsânia Estácio

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A ThinNetworks possui um histórico de sucesso junto a grandes empresas que confiaram em seus produtos e hoje tra-balham com tecnologia sustentável. A Gravia representa hoje a maior força da indústria metalúrgica no Centro-Oeste, cres-cendo com qualidade por todo o Brasil. A solução utilizada pela empresa foi o balanceador de carga Appliance Peplink, que mantém a Internet estável e garante sucesso para todos os tipos de aplicações que envolva comunicação com internet, como por exemplo reuniões de negócio via conferência onli-ne de voz e imagem.

Crescem a cada dia as necessidades de investimentos em balanceadores de rede, em ambientes corporativos para man-ter o link estável. Assim, a conexão é mantida e atende o cliente final de forma confortável e confiável. “O link dedica-do, tipo MPLS, que a Gravia usava foi substituído por quatro links comuns de internet de banda larga que atendem às ne-cessidades da empresa sem problema algum e com vantagens. A redução de custo anual chega a 200%,” garantiu Fernando Júnior, responsável pelo gerenciamento de toda a rede da Gra-via.

Outra empresa que utilizou o serviço da ThinNetworks foi a Beiramar Imóveis, ao perceber a necessidade de implantar uma conexão a internet funcional na instituição. A solução já está implantada na empresa há cerca de oito meses. “Nós pre-cisávamos de uma solução que permitisse ter diversos SSID´s, já que temos várias áreas diferentes e clientes que a usariam. Possibilitando assim, o controle das SSID´s de uma única cen-tral. Com isso, nós podemos disponibilizar internet para con-vidados e clientes sem prejudicar o trabalho dos profissionais da empresa.”, revelou Ítalo Medeiros, Coordenador de TI da Beiramar.

O Ministério da Educação utilizou o sistema Multiterminal para criar o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), projeto que é conduzido pela Secretaria de Educa-

ção à Distância com o objetivo de promover a inclusão digi-tal no país, por meio do Programa Nacional e o uso pe-

dagógico da informática na rede pública de educação básica. O sistema possibilita o acesso simultâneo de múltiplos usuários a um único computador, dividin-do todos os recursos da máquina, de forma indepen-dente e simultânea. O que proporciona economia de custo, espaço e investimento em manutenção.

“Foi nosso primeiro projeto e já era um grande desafio”, lembrou Luiz Claudio Ferreira, CEO da ThinNetworks. “Oitocentas mil estações de traba-lho foram instaladas em escolas de todo o Brasil ao longo desses últimos anos. Esse número demonstra o tamanho do esforço que está sendo feito pela em-presa brasiliense ThinNetworks, em parceria com o

Governo Federal”, comemora.

Casos de sucesso

Cristyan rocha

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Tecnologia sustentável

A economia de energia é prioridade em todos os processos de fabricação da ThinNetworks. Pre-ocupada com o futuro do planeta, a empresa tra-balha produzindo soluções de informática susten-táveis que consomem pouca energia e diminuem o lixo tecnológico. Um dos exemplos de produtos sustentáveis são Thin Clients, que, se comparados com computadores convecionais, gastam menos energia. O Weeclient Plus, consome 4,6 watts. Isso representa uma conteção de pelo menos 70%.

A missão da empresa é reduzir consumo de energia gasta por computadores e emissão de ga-ses poluentes através de soluções de informática sustentáveis. O Sistema Multiterminal composto por uma linha de produtos com placas de vídeo e hubs USB, permite a conexão de vários usuários a um só terminal, simultaneamente e de forma in-dependente, compartilhando todos os recursos da máquina. Os dispositivos são menores e ocupam um espaço pequeno, além de emitirem menos ca-lor no ambiente já que substituem computadores.

Segundo a Associação Brasileira das Empre-sas de Conservação de Energia, o desperdício de energia atinge cerca de R$ 10 bilhões por ano em petróleo, eletricidade e gás natural. “Investi-mos em tecnologias que demandam menos recur-sos naturais e que reduzem o impacto ambiental. Nossas soluções consomem menos energia e têm vida útil maior, produzindo menos lixo eletrôni-co,” ressalta presidente da ThinNetworks, Luiz Claudio Maia.

empresa verde

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BalanceadoresO balanceador de carga Appliance

Peplink mantém a Internet estável e garante sucesso para todos os tipos de aplicações que envolva comunicação com Internet, como por exemplo reu-niões de negócio via conferência online de voz e imagem. Com a necessidade do ambiente corporativo em manter o link estável, cresce a cada dia a necessidades de investimentos em balanceadores de rede. Assim a conexão é mantida e aten-de o cliente final de forma confortável e confiável. “Se qualquer uma das suas conexões falhar todo o trafego é dire-cionado automaticamente para as outras conexões ativas sem que ocorram inter-rupções,” diz Hertz Oliveira.

Servidores/ AADS ServerO AADS Server transforma um com-

putador com Windows em servidor de terminais com cinco, dez ou ilimitadas conexões RDP simultâneas, dependendo do tipo da licença adquirida. O protoco-lo RDP permite que vários usuários uti-lizem seções independentes ao mesmo tempo, no mesmo servidor, através de terminais como, Thin Client. O gerencia-mento da rede do AADS Server é cen-tralizado em um único ponto, trazendo maior segurança, controle, agilidade e qualidade nas operações.

A partir da ferramenta Controle de Aplicações do software é possível de-terminar quais aplicativos e recursos do Windows cada usuário, ou grupo de usu-ários, poderá ter acesso. Por exemplo, se

uma pessoa tem autorização para acessar somente o software de controle financei-ro e editor de textos, utiliza-se o Contro-le de Aplicações do AADS Server para liberar o acesso do usuário a somente estes dois aplicativos. “Este recurso é importante, pois ajuda a impedir que o ambiente corporativo pare, mesmo que um dos servidores apresente defeito,” fala Hertz Oliveira.

PepwaveOs produtos da Linha Pepwave foram

especialmente desenvolvidos para cone-xão de internet sem fio em ambientes corporativos, oferecendo mobilidade e segurança aos seus usuários. São solu-ções ideais para utilização em Hot Spots, hotéis, indústrias, redes comerciais, em-presas de promoção de eventos, hospi-tais, redes de segurança pública e prove-dores de acesso à Internet.

Alguns modelos permitem a criação e repetição de até 16 SSIDs diferentes, com configurações completamente dis-tintas e podendo isolar o cliente restrin-gindo seu acesso somente à Internet, por exemplo. Desta forma, o cliente não poderá acessar outras máquinas que es-tejam associadas ao mesmo SSID.

Max Mobile RouterO MAX Mobile permite combinar

múltiplas conexões sem fio à Internet de forma inteligente. Tudo é automático. Com ele é possível continuar conectado e produzindo, mesmo que haja altera-ções nas conexões. A abordagem modu-

lar única dá a liberdade de escolher exa-tamente os serviços de Internet que mais se adequam a sua área. Ao contrário de outros roteadores móveis, o MAX Mobi-le não força a utilização de uma tecno-logia ou provedor específico é possível combinar os benefícios de até seis cone-xões. Permite liberdade para conectar a qualquer provedor ou tecnologia. Basta adicionar outra conexão. “Ele pode ser usado tanto em conexões externas Wi-Fi, por meio das portas WAN, quanto em redes locais wireless, por meio das portas LAN. Dessa forma, é possível ter sempre a melhor conexão Wi-Fi, sendo por meio de redes internas ou externas,” explica Hertz Oliveira.

Max On-The-GoO Max On-The-Go mantém conexão

ativa e sem interrupções onde quer que você vá. Através da detecção automáti-ca do status da conexão, e alternando entre links Ethernet WAN, 3G e 4G, é possível manter a conexão estável. Tudo isso acontece tão rápido e perfeitamen-te que, uma eventual perda de conexão, não será notada. Compacto e leve, o Max On-The-Go, cabe em qualquer local de trabalho. Construído com um gabinete muito resistente, ele está pronto para ir para a estrada durante muitos anos. “O Pepwave Max On-The-Go conecta até 4(quatro) modens 3g/4g. Com a tecnolo-gia VPN Speed Fusion, você poderá se comunicar e transmitir informações atra-vés de uma conexão segura e estável de qualquer lugar,” ressalta Hertz.

ProdutosSegundo o gerente de desenvolvimento de produtos,

Hertz Oliveira, o diferencial da empresa é a fabricação dos próprios produtos. “Nossos produtos consomem me-nos que 6 watts enquanto um PC consome em média 200 watts, o que também representa menor dissipação de calor”, explica. WeeClient Plus

A placa do WeeClient atualmente é um dos meno-res computadores X86 do mundo e foi desenvolvido em Brasília. Discreto, compacto e de baixo consumo elétrico, o WeeClient garante alto desempenho e gerenciamen-to centralizado. Seu padrão VESA permite que a solu-ção seja acoplada atrás da tela do monitor. A placa mãe possui processador de 1 Giga Hertz, memória RAM de

512MB ou 1GB e quatro portas USB, além de entrada para fone de ouvido, microfone, saída VGA e HDMI. A solução exclusiva da ThinNetworks é compatível com os softwares padrão do mercado, incluindo Sistemas Opera-cionais (S.O.) Windows e Linux. “É uma solução que pode ser utilizada em vários ambientes de trabalho,” explica Hertz Oliveira

O produto já acompanha uma licença do WTware, de-senvolvido especialmente para suportar protocolo RDP (sistemas Windows). Além de aceitar Boot PXE (downlo-ad do S.O. pela rede), o WeeClient também permite a uti-lização de um dispositivo de armazenamento (SD Card) para instalação local do S.O.

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O sistema de informação Central de Monito-ramento da Casa Civil do Distrito Federal (CMCV) facilita o governo na tomada de decisões administrativas. Mantido pela Casa Civil, o centro de controle gera imagens instantâneas. Divididas em módulos, as in-formações estão disponíveis em Operação, Monitoramento, Inteligência e Gestão, e são

subdividas em ações nas Regiões Administrativas (RA’s) do DF, Segurança, Limpeza Urbana, Mobilidade Urbana, Saúde, Educação, Habitação e Programas Sociais.

Todos os dados são atualizados diariamente pela equi-pe da Coordenadoria de Monitoramento e das Políticas Públicas (CMPP), que administra o sistema restrito a fun-cionários, administradores das RA’s e ao governador. De acordo com secretário-chefe da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, a CMCV é uma central montada para atender ao governador. “Nós montamos o Sistema de Monitora-mento e Gestão que fica disponível na sala de situação, dentro do Palácio do Buriti”, diz Barbosa.

O secretário afirma ainda que no sistema consta infor-mações que dizem respeito tanto às políticas desenvol-vidas na área da agenda social, como educação, saúde e segurança, quanto à área de infraestrutura e mobilidade. Inicializado em 2012, para o secretário-chefe este siste-ma é um dos mais importantes do GDF, pois é por meio dele que os gestores conseguem acompanhar de forma efetiva e atualizada os dados necessários para tomada de decisões administrativas. “O sistema existe para que o governador possa acompanhar em tempo real o anda-mento das principais ações relacionadas à administração,

secretaria da casa civil investe em tecnologiACentral de monitoramento composto por câmeras instaladas pelas cidades emitem em tempo real informações a órgãos do GDF

Oda Paula Fernandes

como é o caso das obras públicas”, ressalta o secretário.De posse de informações precisas sobre órgãos e vias

públicas, o governador pode monitorar o andamento de projetos e a utilização dos recursos, fiscalizar a execução de políticas públicas, além de definir estratégias para a segurança da sociedade.

Dentro do Palácio do Buriti há uma sala onde o gover-nador monitora a Central. Além disso, foi criado um apli-cativo para celulares, tablets ou computadores ligados à internet, que permite o acesso ao sistema por pessoas autorizadas, ainda que estejam fora de Brasília. “O gover-nador acompanha cada ação que acontece no governo. Desde a gestão que desenvolve projetos e programas até o que foi determinado como prioridade, prazos, entrega desses produtos à população de acordo com o cronogra-ma, porque esta é a obrigação de todo governo”, enfatiza Swedenberger Barbosa.

A biomédica Alessandra Maria Araújo Neves Aure-liano, 23 anos, diz que acompanhou pelos noticiários a instalação da Central de Monitoramento. Para ela, a ex-pectativa é que com as novas informações, a atual gestão do GDF pudesse melhorar o funcionamento de órgãos e serviços públicos, como os hospitais e segurança. Porém, ela afirma que na prática, nada mudou. “Particularmente não vejo as mudanças que o sistema propõe, ou vejo que não foram bem usadas em favor de resolver os problemas atuais. O atendimento em hospitais da rede pública con-tinua precário e a segurança continua ineficiente, princi-palmente nas RA’s”, desabafa a biomédica.

As imagens que chegam ao sistema são de câmeras já instaladas em diversos pontos do Distrito Federal. As em-

tecnologia

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presas públicas e privadas oferecem os dados para que o governo possa solucionar os problemas que acontecem diariamente em hospitais, no trânsito e nas escolas pú-blicas. “A base é escolhida para o nível central a partir do que já temos na cidade ou dos órgãos que queremos associar ao sistema. Então, o sistema organiza estas infor-mações, atualiza e monitora, para que as decisões sejam tomadas e as soluções sejam certas”, completa o secretá-rio Swedenberger Barbosa.

Cada órgão do GDF tem acesso às informações de suas respectivas pastas, acesso que facilita o trabalho de gestão. “É importante frisar que cada órgão é responsável por suas informações, por exemplo, com isso o secretário de Saúde pode acessar as imagens e informações da saú-de e assim tomar as decisões cabíveis para o momento”, acrescentou Barbosa.

Mesmo com as informações instantâneas a Casa Civil mantém equipes preparadas para acompanhar o anda-mento das prioridades governamentais. A cada 20 dias as obras e os projetos são vistoriados. “Esta é uma forma de fiscalizar as obras e os investimentos de cada setor, nada deve ser descumprido. O certo é começar, terminar e entregar à população. Por isso, nossas equipes vão até os locais para tirar fotos e colher informações com os responsáveis pelo projeto e assim deixar o governador informado da situação de cada ação”, salientou Barbosa.

O GDF está estruturando o Centro de Gestão Inte-

grada (CGI) que alimentará a Central de Monitoramento da Casa Civil. Este centro será a junção de todos os ór-gãos governamentais, e já foi testado durante a Copa do Mundo 2014. Com o acesso restrito a gestores do GDF, o governo estuda possibilidades de repassar essas informa-ções à população, para que ela participe ativamente das gestões públicas.

Na Central, cada secretaria vai manter funcionários no CGI para atender e solucionar as demandas da popu-lação. “Aumentaremos ainda mais a eficiência da gestão governamental, queremos um sistema que integre todos outros sistemas, esta medida vai fortalecer a eficácia do governo. Atualmente, o que temos de ações e obras que acontecem no DF já passam pela central que está em funcionamento”, destaca.

No entendimento do secretário-chefe da Casa Civil, o Sistema de Monitoramento e Gestão da Casa Civil e Governadoria, é de fundamental importância para uma cidade, já que a finalidade do projeto é otimizar a gestão para entregar ações e benefícios à população. “O sistema de monitoramento e gestão é algo fundamental para um governo que quer ter uma gestão eficiente. Com a cen-tral conseguimos organizar, planejar, monitorar e acom-panhar de perto cada ação. Este é o modelo que veio e espero que tenha continuidade com aperfeiçoamentos, assim, conseguiremos entregar boas ações à população”, finaliza Barbosa.

o secretário da Casa Civil, swedenberger Barbosa, é o responsável pela implementação do sistema

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Os passos curtos e calmos, a voz tranquila e o sorriso tímido do senhor João Antônio Fer-reira, 65 anos, já o levou a outro continen-te, o europeu. Quilombola da Comunidade Mesquita, produtor rural da agricultura fa-miliar e doceiro, ele lembra com emoção a experiência de andar de avião pela primeira vez, de sair do Brasil pela primeira vez e do

orgulho contagiante que ele sentiu ao perceber a reação dos Italianos, ao provarem os doces feitos por ele, em casa, no interior do estado de Goiás, com receita cente-nária tipicamente Quilombola.

Os Quilombolas da Comunidade Mesquita receberam das mão do presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, o título de remanescente de Quilombola. Para esta Comunidade que luta diariamente contra a especulação imobiliária em suas terras que aguarda demarcação, este documento representa uma vitória, entre tantas outras esperadas na batalha contra o esquecimento de um povo, de toda sua cultura e tudo que representa cada família descendente do Quilombo Mesquita.

Próxima à cidade de Luziânia no Goiás, há cerca de setenta quilômetros de Brasília, a capital do Brasil, o Mesquita, como também é conhecida a pequena vila de quilombolas, abriga aproximadamente cem famílias. Divididas entre o passado e o futuro, os mais jovens bus-cam nas cidades vizinhas e na capital oportunidades no

Luta para preservar os costumesOda Paula Fernandes

estudo, investindo em profissões que garantam estabi-lidade financeira confortável a si e aos seus familiares, enquanto, de outra sorte, os mais velhos se dedicam às tradições. A preservação da memória dos seus antepassa-dos, da história de luta deste povo que desde o primeiro suspiro já carrega a responsabilidade de sofrer na busca pela dignidade humana independente da cor da pele, da cor dos olhos, dos fios de cabelos se mostra mais que im-portante. Para eles, esta preservação é vital para manter a memória do Quilombo.

O povo Mesquita preserva o modo de antigo de viver, o modo familiar de plantar e atualmente as pequenas áreas de terras de dois hectares em média, destinadas à cada família, estão aos poucos ganhando vida com o verde colorido das plantações de hortas. Alface, vagem, cheiro verde, agrião e couve são o carro chefe dessas plantações orgânicas. Mas há também outras hortaliças, frutas e legumes que abastecem os mercados nas cida-des vizinhas e até fornecem aos governos, do estado de Goiás e do Distrito Federal, alimentos utilizados na me-renda escolar para crianças da rede pública de ensino. Além disso, preservam receitas centenárias.

Este mesmo povo, em núcleos familiares, mantém uma pequena fábrica de doces de marmelo. São os tra-dicionais Doces de Marmelo Santa Luzia, muito apre-ciados pelo presidente Juscelino Kubistchek, produzidos de modo caseiro, desde o tataravô do Sr. João Antônio e

agricultura familiar

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João Anônio Ferreira sai do Brasil pela primeira vez para levar o

doce de marmelo tradicional da comunidade à Itália

que agora é passada para o filho dele. Na quarta geração, a receita é feita da mesmo forma, para garantir o sabor e a textura iguais aos que erma feitos pelos seus pais e seus avós. “Esta receita foi passada para o pai de meu pai, ele passou para meu pai. Quando eu tinha quinze anos aprendi a fazer os doces e hoje, com 65 anos de idade já passei para meu filho”, conta o doceiro.

Os doces são vendidos, em sua maioria, em Luziânia, assim como a maior parte das plantações do Mesquita. As embalagens de madeira, feitas pelo filho de Sr. João Antônio conferem elegância rústica, o toque artesanal de armazenar a polpa macia, adocicada da fruta de marmelo.

A receita não tem muitos segredos. O açúcar vai ao fogo no tacho de cobre, depois de derreter e fazer a calda adiciona a polpa da fruta, já lavada e cortada, sem a cas-ca. Aumenta o fogo, meche pra cá, meche pra lá e depois de algum tempo está pronto.

A massa levemente dourada exala, ainda quente, o cheiro suave da fruta que parece goiaba branca. A reco-mendação dos quilombolas é que, já frio, se pode consu-mir o doce em forma de vitamina. “Isso aqui, depois que você bate no liquidificador com leite e deixa descansar por alguns minutos, é uma vitamina, um fortificante na-tural, serve até para alimentar mulher depois de resguar-do”, conta Sr. João.

A filha do quilombola, Célia Costa, conta que ao dar à luz ao primogênito, ela teve um desgaste físico muito

maior que o esperado, devido às complicação na hora do parto. Debilitada fisicamente, ela não conseguia produzir leite materno para alimentar o filho. Na ocasião, estava internada no Hospital de Base, em Brasília, e em observa-ção por recomendação médica, Célia desejava alimentar o filho com seu próprio leite e sabia que uma receita de família, à base de doce de marmelo poderia trazer o leite desejado. No entanto, a medicina tradicional não incluía na lista de remédios este, quilombola e caseiro. “Eu não tive escolha, e junto com minha família montamos uma operação para eu poder comer o doce. Minha irmã San-dra, levava escondido os doces e eu comia escondido das equipes do hospital. Meu filho estava na UTI, fraco, magro, pequeno demais. Eu sofria em ver meu menino naquela situação e eu dava marmelo para ele também, com no leite na mamadeira”, lembra Célia.

A recuperação da mãe e do filho foi rápida. Segundo ela, antes do tempo previsto pelos médicos, o leite surgiu e o filho ganhou peso suficiente para sair da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Com espanto, conta Célia, a médica questionava o que teria feito o leite materno surgir e como aquela criança prematura conseguiu se recuperar em tão pouco tempo. A família do Sr. Antônio comemorou os resultados que os doces proporcionaram aos dois. Assim como era com seus antepassados.

Além da tradição, os doces são a marca da cultura Quilombola que chegou à Itália, na Europa. O agricultor

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familiar se emocionou com a admiração dos italianos ao receberem, em mãos, os Doces Santa Luzia trazidos por um autêntico remanescente de Quilombola. “Eles ficaram encantados, admirados e diziam: eu jamais pensei em co-nhecer de perto um Quilombola!”, lembra Sr. João.

A viagem durou uma semana. Trezentas caixas de doces foram levadas para abrir espaço no que pode ser um caminho para a venda desse produto artesanal e centenário quilombola a outros países. “Eu só pude fa-zer isso porque sou quilombola reconhecido. Meus pais receberam das mãos do presidente Lula esse documen-to reconhecendo que nosso povo é quilombola. É nossa cultura sendo valorizada”, enfatiza João Antônio.

Na Itália, em meio às delegações de 275 países que se reuniram (no evento tal – para apresentar seus po-vos e suas culturas estava um brasileiro, Quilombola, orgulhoso de suas tradições e de toda sua gente que aqui no Brasil, recebe pouca ajuda do governo e da so-ciedade civil na preservação desta cultura que faz parte da história do nosso país. “Eu falo para os mais jovens

Wagner augusto

que devemos levantar esta bandeira Quilombola. Te-mos que manter viva a memória dos nossos antepassa-dos porque isso nos levará para o futuro. Eu fui para a Itália porque sou Quilombola e sei que eles podem ir mias longe, podem fazer mais por nossa cultura resga-tada aqui no Mesquita”.

O resgate desta cultura já se faz presente no Mesqui-ta por meio do Museu de Cultura Quilombola, pensa-do e preservado pelos moradores. Aberto a visitação, o museu recebe grupos de estudantes que exploram com curiosidade as peças originais e as réplicas (produzi-das pelos Quilombos idosos do Mesquita) de utensílios e objetos usados na agricultura. As peças, que foram doadas por famílias Quilombolas, resgatam a história recente deste grupo que ao longo do tempo se mantém firme no propósito de atravessar os próximos séculos com a gastronomia, os remédios e o estilo de vida – de agricultura familiar, de preservar o meio ambiente, de proteger animais silvestres, de celebrar suas festivida-des religiosas.

agricultura familiar

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 31 novembro de 2014 :: 71

Wagner augusto

O Quilombola José Antônio Ferreira orgulha-se do sucesso dos doces

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Culturaafrodescendente ganha força com a Consciência

Negra

Daiane souzaConsciência Negra

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OOs primeiros homens e mulheres negras que chegaram ao Brasil vieram da África. Capturados das comunidades africanas e trazidos em navios negreiros, aqui eles eram tratados como mercadoria e reali-zavam o trabalho escravo. A escravidão brasileira teve fim no dia 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea, as-

sinada pela princesa Imperial do Brasil, Isabel. Mesmo que se comemore 130 anos de liberdade, algumas das manifestações culturais do tempo da escravidão são festejadas até hoje.

Na época do Brasil Colônia, os escravos eram proi-bidos de praticar seus cultos africanos. Além disso, eles eram torturados e obrigados a viver em situações precá-rias, o que levou muito deles a se refugiarem em peque-nas comunidades, conhecidas como “Quilombos”.

Os vilarejos recebiam também as pessoas de pele branca, que não eram aceitos pelos coloniais. Um dos Quilombos mais conhecido é o do Palmares, liderado por Zumbi. “Ele foi um baluarte da luta negra pela liber-tação dos escravos durante o século XVII, nos estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia. Este Quilombo foi um dos maiores do Brasil, localizado na Capitania de Per-nambuco, atual região de União dos Palmares, Alagoas”, afirmou o diretor do Departamento do Patrimônio Afro-Brasileiro Fundação Palmares, Alexandro Reis.

Os homens africanos foram retirados de comunida-des distintas e de várias partes da África, por isso, no Brasil, a vinda dos escravos trouxe também várias for-mas e cultura como, músicas, danças, comidas, festas e religião. Estas tradições continuam vivas e são repassa-das a futuras gerações. “Em primeiro passo quando a gente começa a pensar na presença negra ou na consti-tuição do negro no Brasil a partir da escravidão, a gente tem que entender que existe um legado que foi funda-mental que está presente na cultura brasileira. Mesmo com as adversidades que aconteceram aqui, os escravi-zados conseguiram participar da cultura ao seu modo, maneiras e costumes, esta presença é plural”, destacou

Em homEnagEm ao Zumbi dos PalmarEs, no dia 20 dE novEmbro, cultos E tradiçõEs dos antigos Escravos são lEmbradas

o professor do Núcleo Afro-Brasileiro da Universidade de Brasília (NAB UnB), Nelson Fenando da Silva.

O dia da Consciência Negra, 20 de novembro, é quando relembramos e exaltamos estes costumes. A data marca as lutas dos grupos e movimentos negros a favor da libertação dos escravos e contra a discrimi-nação racial. O dia foi escolhido em homenagem ao líder quilombola brasileiro, Zumbi dos Palmares, que foi assassinado neste dia.

O professor Fernando destaca a importância desta data e, principalmente, da participação dos negros nes-sa comemoração. “Os grupos excluídos precisam ter voz e o 20 de novembro foi um gesto de mostrar que os negros têm voz. Esse dia é oficialmente conhecido como a data em que Palmares foi executado pelos ban-deirantes liderados por Domingos Jorge Velho”, lembra.

Consciência da população negraA última pesquisa Nacional por Amostra de Do-

micílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013 mostra que o percentual de pessoas que se declaram negras somam 8,1% da população brasileira, ou seja, 16,3 milhões de pessoas. Essa proporção cresce desde 2004, quando elas eram de 5,9%. “Quando se observa o aumento da auto declaração da população negra, vê-se que não é fruto do acaso. Não estão nascendo mais pessoas ne-gras, quem tinha vergonha de se dizer negro não tem mais”, afirmou Fernando.

Apesar do aumento do reconhecimento, o país ainda terá desafios que devem ser enfrentados e combatidos rigorosamente para que a cultura afrodecendente seja preservada e repassada para as próximas gerações. Para Alexandro Reis, da Fundação Palmares, o compromisso do Estado é fundamental para atravessar esses obstácu-los, mas não é tudo. “Você tem por um lado as políticas públicas que deverão ser acompanhadas, analisadas e monitoradas pelas sociedade civil e movimentos so-ciais, mas o crescimento da consciência negra é neces-sária para que isto ocorra”, garante.

Gustavo Lúcio

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Salão direcionaatendimento a cabelos cresposEmpresária aposta em público com esse tipo de cabelo no DF e pensa em expandir os negócios pelo Brasil

Oda Paula Fernandes

cabelos crespos porque não são treinados, não aprendem a lidar com isso. E o cliente percebe, pela cara do profis-sional que não vai ser atendido. A gente sofre com isso desde criança”, desabafa Adriana.

Para realizar o sonho de trabalhar com este público a primeira estrutura física do salão era reduzida e para ampliar o salão, ela resolveu pegar dinheiro empresta-

O setor econômico de prestação de serviços, que engloba o comércio, está retraído no Distrito Federal e no Brasil apesar da recen-te baixa da da inflação. Segundo dados di-vulgados pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) a variação no DF foi de 0,47% neste terceiro trimestre de 2014. Mesmo com a oscilação dos índices

de preços ao consumidor, em especial no setor do co-mércio, a empresária Adriana Oliveira apostou no salão de beleza.

Há sete anos Adriana viu a oportunidade de ser dona do seu próprio negócio e não teve dúvidas, queria sim ser empresária. “Hoje não temos profissionais na área da beleza para cabelos crespos”, conta o que a motivou segmentar o negócio. Após passar por curso de cabelei-reira, ela abriu as portas de um salão de beleza que aten-de clientes com cabelos crespos. Com isso, ela ganhou adeptos ao salão dela, específico para tratar de cabelos crespos danificados por químicas desenvolvidas para ali-sar cabelos. “Quando eu resolvi ser cabeleireira fui fazer uma escova no salão e uma menina olhou pra mim e dis-se: ‘moça! seu cabelo não pega escova’. Eu pensei como era absurda essa informação”, comenta a empresária.

A empresária diz que foi na falta de treinamento para atender clientes com cabelos crespos que ela percebeu um nicho promissor. “No Senac os estudantes escolhem quem vão atender. Eles tem medo de fazer escova em

beleza

Adriana especializou-se em tratar cabelos crepos e hoje domina esse mercado no DF

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do. Recorreu à bancos e instituições financeiras, mas sem poder comprovar o crédito, ela não podia pegar a quantia necessária para reformar a loja e instalar o salão. Além de ter em estoque os pro-dutos usados nos tratamentos, no total, Adriana precisava de 50 mil reais. Com ajuda de familiares, somados aos pequenos emprés-timos bancários, ao longo dos 7 anos já foram investidos cerca de 80 mil reais.

O estoque da empresária é bem reduzido. Todo mês ela faz pedidos quem vem do Rio de Janeiro e recebe na loja, localizada em prédio comercial na área central de Brasília, toda mercadoria. Creme, shampoo, condicionador e máscara de tratamento. Todos desenvolvidos exclusivamente para restaurar e cachear os cabelos, principalmente os danificados com tentativas de alisamentos. E a embalagem desses produtos recebe o rótulo com o nome do salão de Adriana. “Além de ter produtos feitos com exclusividade para estes clientes a marca do salão é divulgada em cada embalagem dos produtos adquiridos por eles”, comemora. A expectativa é que até 2016 tenha uma franquia em cada estado brasileiro.

A vendedora Fabiana Perino veio ao salão de Adriana pela pri-meira vez. Depois de saber desse serviço, por meio das redes so-ciais, ela ligou várias vezes para conversar e saber como poderia recuperar o balanço dos cachos que já não tinham mais definição, pois eles já tinham passado por várias sessões de alisamentos. “Eu quis ter meus cabelos naturais de volta quando minha filha nasceu e vi nos cachos dela a beleza dos meu cabelos crespos que tentei, a todo custo, alisar”, relata a vendedora.

O tratamento está no início. Passa o produto químico para ca-chear, corta as pontas para dar definição ao rosto da cliente, mas o produto age na raiz dos cabelos, para garantir que os cabelos cres-cerão cacheados. As pontas já alisadas são cortadas e aos poucos, de acordo com o crescimento de cada cabelo, os cachos voltarão bem definidos.

Quem trabalha no salão tem formação no ramo de cabeleireiro e passa por treinamento. Desde atendimento na recepção até o manuseio dos produtos, tudo é padronizado pela empresária que prefere contratar profissionais e treiná-los, como é o caso da es-tagiária Agatha Michaella. “Estou aprendendo. Sempre cuidei dos meus cabelos que são crespos então é mais fácil pra mim. Por enquanto só não faço super relaxante e corte, mas o resto já faço tudo”, diz Agatha. Assim como Adriana a estagiária vizualisa um futuro promissor nesta carreira e quer investir na profissionaliza-ção, quer crescer na profissão e no futuro, ter uma franquia do salão Bell Blue Cabeleireiros.

Oda Paula

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Programa Tendências e NegóciosDomingo, às 13h30 TV Brasília e NET

www.tendenciasenegocios.com.br

Liana Alagemovits

Alex Dias

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Não só para atingir uma boa forma, mas também para aumentar a longevidade, o número de pessoas que pra-ticam atividades físicas atinge um novo récorde. Dados do Ministério da Saúde mostram que 33,3% da população brasileira realiza alguma atividade física, crescimento de 12,6% nos últimos cinco anos. A grande preferência ain-da é pela musculação, já que, além da saúde, o esporte exalta também a aparência física.

A importância do exercício físico e o interesse em praticá-lo impulsionou o governo de diversas cidades a instalarem equipamentos públicos nas ruas, incentivan-do a prática, antes realizada somente em academias ou em casa.

Os benefícios de realizar atividades físicas são muitos, entre eles o ganho de disposição para realizar trabalhos diários, a diminuição de sintomas de doenças orgânicas (pressão alta, diabetes e outras) e o aumento da força muscular. Além da parte estética, o exercício ainda ajuda a regular o sono e o humor, bem como aumenta a con-fiança de quem o pratica.

A Presidente do Conselho Regional de Educação Físi-ca do Distrito Federal (CREF - DF), Cristina Calegaro, res-salta a importância de realizar qualquer tipo de atividade física. No entanto, para ela, “a (atividade) feita em acade-mias, permite que se modere os exercícios até atingir a sustentação do próprio corpo. Sem a ajuda de aparelhos é mais difícil, a pessoa tende a usar mais a força para

Gustavo Lúcio

academias e aparelhos de ginasticas espalhadas pelas cidades aumenta a quantidade de pessoas que realizam atividades físicas.

Atividades físicas fazem bem à saúde, mas requerem atenção

Presidente do Conselho Regional de EducaçãoFísica do Distrito Federal, Cristina Calegaro

preparo físico

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conseguir resultados”.A pratica de exercícios, mesmo caseiros ou em acade-

mias, deve ser orientado por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, nutricionistas e educadores físicos. A equipe será responsável por adequar a rotina e as necessi-dades da pessoa com a atividade física. “É imprescindível que as academias e os educadores solicitem exames médi-cos antes de iniciar os exercícios, depois a cada 12 meses”, recomenda Cristina.

Ela explica que a avaliação física faz com que riscos de infartos e até mortes sejam afastados. Além disso, a Presiden-te da CREF - DF alerta para o cuidado com a alimentação. “Não adianta fazer atividades para melhorar o condiciona-mento físico sem que a alimentação esteja adequada ao pro-pósito”, garante.

As avaliações dependem de cada pessoa ou atividade es-colhida. E, para o médico cardiologista Dr. Ernersto Osterne, todo exercício precisa ser monitorado, principalmente, em casos em que os alunos tenham incidências de problemas cardíacos na família.

“Todas as pessoas que desejam fazer atividades regulares, inclusive os atletas de final de semana, devem procurar um cardiologista, porque o coração é muito demandado duran-te a atividade física”. E complementa que “só com exames podemos descartar a possibilidade de doenças. Junto com outros profissionais podemos prescrever a quantidade de exercício para cada pessoa”, afirmou Osterne.

Com relação aos pacientes que recebem recomendação para não seguirem algum determinado exercício, o médico é incisivo. “Quando contra indicado, a prescrição do cardiolo-gista deve ser obedecida, porque normalmente os pacientes, ao fugirem desta orientação, correm risco de morte”, previne.

Deve-se estar atento também à habilitação do instrutor, é o que recomenda Cristina Calegaro. Já que a prática da ati-vidade sem registro é crime, passível de prisão. “O professor habilitado sabe com lidar com o aluno, com as atividades e como preparar melhor o condicionamento e atividades. Para saber se o profissional é ou não habilitado basta solicitar ao educador a carteira profissional. É obrigação dele apresentá-la”, explica.

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Uma oportunidade de aproximação com o ar li-vre, produtos caseiros e preservação ambiental.

A realidade exaustiva do dia a dia empresarial, por muitas vezes, limita nossa vivência com a natu-reza e faz pensar que ela está muito distante de nós. No entanto, há várias opções, no próprio Distrito Federal, que permitem a aproximação e o contato direto o meio ambiente.

Diferente do que muitos pensam, aproveitar es-ses confortos não exigem, necessariamente, longa disponibilidade de horas e podem acontecer, por exemplo, durante um almoço de negócio.

Uma alternativa ao nosso alcance é o Rancho Paraná, localizado em Brazlândia. O espaço é des-tinado ao contato com a natureza e envolve, como opções de turismo, atividades de pesque e pague, produção de flores e plantas ornamentais, além da comercialização de produtos caseiros. Durante a hora do almoço, o restaurante rural é uma solução para romper com o ambiente exaustivo de trabalho e propor momentos de tranquilidade.

Endereço: Núcleo Rural Alexandre Gusmão Incra 06 - Brazlândia/DF BR 080

Telefones: 3540-1020/3540-1144/9988-3129E-mail: [email protected]

Site: www.ranchoparana.com.br

Aproveitar o tempo livre com a comodidade e conforto de um passeio a barco ou lancha no Lago Paranoá

As férias não são as únicas oportunidades para desfrutar um momento de prazer. Em Brasília, é

possível fazer pequenos roteiros turísticos de barco ou lancha e aproveitar a tranquilidade das águas. Realizar reuniões ou passeios entre amigos, desfrutando de um lindo pôr-do-sol no Lago, é uma opção para sair da ro-tina.

A grande vantagem é que essas excursões se adaptam às necessidades dos clientes, que definem o roteiro: lo-cais, horários e o tempo de duração. As opções também

Em contato com a natureza

Turismo náutico em Brasília

ROTINAFUGINDODA

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Rústico e sofisticado: ambientes de muita cor, envoltos de uma natureza exuberante

O Distrito Federal é referência para o mundo, em decorrência do seu projeto arquitetônico, sin-gularidade de sua historia e influência como ca-pital do país. Entretanto, o dia a dia de atividades exige momentos de descanso. A 137 quilômetros de Brasília, em Pirinópolis, é possível encontrar vários ambientes que possibilitam uma fuga da rotina e aproximação com a natureza. Em mui-tos desses lugares, é possível ter conforto, ali-mentação diferenciada, além de poder cuidar do corpo e da mente.

Patrimônio Histórico da Humanidade, a região é o ambiente propício para alcançar o bem-estar desejado e apreciar cenários surpreendentes. Uma opção para o repouso é a Villa do Comen-dador. O espaço, que combina simplicidade e atendimento diferenciado, é ideal para aproveitar o meio ambiente num clima muito sofisticado.

variam de acordo com o desejado. Elas podem se-guir trajetos simples, a partir de R$ 35,00/hora, por pessoa, ou destinos de luxo que incluem serviços de iluminação, som, cozinha e suportam até 120 pessoas.

O embarque é realizado em pontos específicos do Lago Paranoá (dependendo da empresa) e con-ta com toda segurança necessária, além marinhei-ros habilitados pela Marinha. Confira algumas empresas que atuam diretamen-te com turismo náutico: www.conhecendobrasilia.com/E-mail: [email protected]: (55) (61) 8225-0099www.laketour.com.br/E-mail: [email protected]: 61-41411485 / 61-99042368www.mardebrasilia.com.br/E-mail: [email protected]: (61) 3964-1296

Tranquilidade ao nosso alcance

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Receita do chef francêsMichel Meissonier

O restaurante La Tambuille movimentou o Espaço Gourmet do Park Shopping com a visita do chef francês Michel Meissonier, creden-ciado com duas estrelas no Guia Michelin- que avalia os melhores do mundo. O dono do restaurante, Angelo Mattucci, valoriza o in-tercâmbio gastronômico. “Eu acho importantíssimo esse movimento de trazer chefs de fora convivendo com os nossos chefs. Isso só vem enriquecer a nossa cultura gastrônomica”, garante.

Na passagem de Michel, ele fez um jantar diferente, começando pela sobremesa e terminando com a entrada. O prato que fechou o jantar com chave de ouro foi uma Éclair au Fois Gras (bomba de figado de ganso). Veja a composição do prato:

Massa choux para bomba (com água manteiga farinha e ovos)Patê de fois gras (figado de ganso)Regada ao vinho do porto com vinagre balsâmicoDecorado com geléia de manga e morango

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wwww.terracap.df.gov.br

Para uso comercial, industrial, residencial, institucional e misto.Edital de Licitação 10/2014

ATENÇÃO! A abertura das propostas será no auditório da Livraria C u l t u r a , L o j a  n c o r a 4 - A , 2 º p a v i m e n t o d o S h o p p i n g C a s a P a r k .