O PROGRAMA ESTRATÉGICO E A ARTILHARIA ANTIAÉREA DE …

25
O PROGRAMA ESTRATÉGICO E A ARTILHARIA ANTIAÉREA DE MÉDIA ALTURA ANGELO FONSECA SOUZA DA SILVA RESUMO A aquisição de um Sistema de Defesa Aérea de Médio Alcance (sistema de mísseis superfície-ar) de média altura pelo Brasil está em consonância com uma das diretrizes de sua Estratégia Nacional de Defesa que visa a construção de um defesa moderna para garantir o desejo de manter o Brasil como potência regional na América do Sul. Para isso, delimitaremos o tema do artigo em “O Programa Estratégico do Exército e a artilharia antiaérea de média altura, de modo a analisar a real necessidade de obtenção de materiais de sistemas de artilharia antiaérea de média altura disponíveis para aquisição pelo Brasil e os benefícios que seriam gerados com a aquisição desses sistemas. Palavras-chave: Artilharia Antiaérea de média altura, Sistema de Artilharia Antiaérea, aquisição.

Transcript of O PROGRAMA ESTRATÉGICO E A ARTILHARIA ANTIAÉREA DE …

O PROGRAMA ESTRATÉGICO E A ARTILHARIA ANTIAÉREA DE MÉDIA

ALTURA

ANGELO FONSECA SOUZA DA SILVA

RESUMO A aquisição de um Sistema de Defesa Aérea de Médio Alcance (sistema de mísseis superfície-ar) de média altura pelo Brasil está em consonância com uma das diretrizes de sua Estratégia Nacional de Defesa que visa a construção de um defesa moderna para garantir o desejo de manter o Brasil como potência regional na América do Sul. Para isso, delimitaremos o tema do artigo em “O Programa Estratégico do Exército e a artilharia antiaérea de média altura”, de modo a analisar a real necessidade de obtenção de materiais de sistemas de artilharia antiaérea de média altura disponíveis para aquisição pelo Brasil e os benefícios que seriam gerados com a aquisição desses sistemas. Palavras-chave: Artilharia Antiaérea de média altura, Sistema de Artilharia Antiaérea, aquisição.

ABSTRACT The Purchase of a Medium Range Air Defence System (medium range surface to air missile system - MRSAM) or High to Medium Air Defense (HIMAD) system by Brazil is in line with one of the guidelines of its National Defense Strategy the building a modern defense in order to ensure the desire to keep Brazil as a regional power in South America. For That, we will delimit the theme of the article in “The Strategic Program of Army and a Medium Range Air Defence Systems (medium range surface to air missile system - MRSAM) or High to Medium Air Defense (HIMAD) in order to analyze the real need to obtain these Air defence systems materials available for acquisition by Brazil and the benefits that would be generated with the acquisition of this Air Defense Artilery system. Key words: Medium Range Air Defence System (MRSAM), HIgh to Medium Air Defense (HIMAD), Air Defense Artilery system and Purchase.

1º Ten Angelo Souza da Arma de Artilharia. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2017.

Maj André Luiz Pereira da Arma de Artilharia. Bacharel em Ciências Militares

pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2005. Curso de Artilharia

de Costa e Antiaérea (EsACosAAe) em 2011 e Curso de Aperfeiçoamento de

oficiais (EsAO) em 2014

3

1 INTRODUÇÃO

O Exército Brasileiro (EB) necessita estar em contínuo desenvolvimento de sua

capacidade bélica, face às imposições surgidas na Estratégia Nacional de Defesa

(END) que:

Em comum, os documentos pavimentam o caminho para a construção da Defesa que o Brasil almeja. Uma Defesa moderna, fundada em princípios democráticos, capaz de atender às necessidades de uma nação repleta de riquezas e inserida num mundo turbulento e imprevisível como o atual. (Brasil, 2012, p.7)

Para que isso se concretize faz-se necessárias continuas modernizações nos

aparatos militares, para que se gere as capacidades necessárias nas Forças Armadas

para fazer frente à imprevisibilidade do cenário atual.

E no que tange ao Exército Brasileiro, os Programas Estratégicos do Exército

(Prg EE) organizados em um Portfólio Estratégico do Exército (Ptf EE) são as maiores

ferramentas do EB para a execução de seu processo de transformação, evoluindo

para a desejada Força Terrestre da Era do Conhecimento

O Gen Ex Leal Pujol, Cmt Ex resume os objetivos dos Programas Estratégicos

do Exército da seguinte forma na Revista gráfica do EPEX “Transformar o Exército

Desenvolver o País”.:

O Processo de Transformação do Exército, norteado pelo Portfólio de Programas Estratégicos do Exército, deve resultar em um efetivo aprimoramento da Força em seus diversos sistemas, possibilitando melhores condições para enfrentar os desafios do futuro, que em sua essência é incerto e difuso. (EPEX, 2017, p.6)

Os Programas Estratégicos do Exército (Prg EE) são 8 (oito) sendo um deles exclusivo

para artilharia antiaérea. A finalidade deste programa é adquirir ou recuperar as

capacidades do Exército.

No que tange à antiaérea o Programa Defesa Antiaérea tem como objetivo

geral:

Recuperar e obter a capacidade de DA Ae de Baixa e Média alturas, respectivamente, modernizando as OM que compõem a DA Ae F Ter e gerando benefícios para o Brasil, como: o domínio de tecnologias críticas de defesa antiaérea, a contribuição para a estruturação da Força Terrestre ao combate no amplo espectro, o aumento da

4

capacidade de defesa de estruturas estratégicas, a contribuição para o monitoramento do espaço aéreo, o aumento da interoperabilidade entre as Forças Singulares, a contribuição para a ampliação do intercâmbio e parcerias com o setor científico-tecnológico nacional e o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID). (EPEX, 2017, p.1)

Caso concretizado este objetivo é inegável o ganho para Artilharia Antiaérea

do Exército Brasileiro no que tange ao aspecto operacional, deixando as

Organizações Militares de Artilharia Antiaérea mais aptas ao cumprimento de suas

missões, como previsto na Doutrina Militar Terrestre.

Doutrina que através do manual EB70-MC 10.231(Emprego da Artilharia

Antiaérea) resume de forma oportuna algumas novas ameaças que a Defesa

Antiaérea pode enfrentar:

A DA Ae busca obter a capacidade de atuar no teatro de operações/área de operações e no território nacional, proporcionando a proteção contra todos os tipos de ameaças aéreas modernas, como aeronaves remotamente pilotadas, foguetes, granadas, morteiros e mísseis (de cruzeiro e balístico tático). (BRASIL, 2017, p.11)

Diante dessas novas ameaças, faz-se necessário o aprimoramento dos meios

de Defesa Antiaérea tendo em vista o aumento das capacidades das novas ameaças

aéreas.

1.2 PROBLEMA

Sabe-se que alguns países sulamericanos como Chile e Venezuela já possuem

vetores capazes de atuar na faixa de média altura, sendo que em caso de conflito com

alguns desses países vizinhos, faríamos frente à ameaça utilizando apenas os caças

de interceptação da Força Aérea Brasileira (FAB), já que não dispomos de meios de

Artilharia Antiaérea de média altura que façam frente a essa ameaça.

Neste contexto o crescimento do engajamento na conclusão do programa

Estratégico Defesa Antiaérea deve aumentar, pois este deverá servir como um

elemento de dissuasão de extrema importância, que por consequência permitirá que

o Exército Brasileiro cumpra com maior eficiência as missões militares inerentes à

defesa do espaço aéreo.

5

1.3 OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

- Analisar as possibilidades de aquisição de Materiais de Artilharia de Médio

Alcance/ Média Altura no valor de uma Bateria Antiaérea de Média Altura ou de Grupo

de Artilharia Antiaérea de Média Altura conforme prevê um dos subprogramas do

projeto estratégico Defesa Antiaérea.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Enumerar os benefícios que seriam trazidos ao Brasil após a conclusão deste

projeto;

- Verificar a importância de obtenção de um sistema de Artilharia Antiaérea de

média altura;

- Identificar alguns materiais de Média Altura de possível aquisição pelo Brasil;

-Verificar as consequências de não dar andamento ao subprograma Artilharia

Antiaérea de Média Altura;

- Verificar a necessidade de o Brasil ter Artilharia Antiaérea de Média Altura.

1.4 JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUIÇÕES

- Verifica-se a importância de dar andamento ao Projeto Estratégico Defesa

Antiaérea uma vez que a aquisição de um material de artilharia antiaérea de média

altura nas Forças Armadas seria um instrumento dissuasório na América do Sul, além

de dar uma noção ao leitor, especialista ou não, sobre a importância de tal projeto

estratégico;

- Analisou-se alguns materiais de Artilharia Antiaérea de média altura existentes

no mundo que poderiam ser adquiridos e a opção de incentivar a indústria nacional a

desenvolver um projeto Brasileiro;

- Analisou-se brevemente as capacidades das Forças Aéreas de alguns países

sulamericanos, contrapondo as nossas necessidades para que seja possível fazer

frente a esses países, caso algum deles venha a colocar em risco a nossa soberania;

- Mostrar os ganhos econômicos, dando uma visão além do campo militar.

6

2 METODOLOGIA

Tratou-se de um estudo bibliográfico que, para sua consecução, usou o método

a leitura exploratória e seletiva do material de pesquisa, bem como sua revisão

integrativa, contribuindo para o processo de síntese e análise dos resultados de vários

estudos, de forma a consubstanciar um corpo de literatura atualizado e

compreensível.

2.1 REVISÃO DA LITERATURA

A presente pesquisa analisou as possibilidades de aquisição de Materiais de

Artilharia de Médio Alcance/ Média Altura fazendo um parâmetro com a real

necessidade de tal aquisição e destacar a importância da conclusão deste projeto,

haja vista a crescente necessidade de possuir instrumentos de defesa aeroespacial

modernos em um cenário atual.

Toda essa pesquisa foi motivada pelo enorme destaque que o Escritório de

Projetos do Exército (EPEx) vem dando aos Projetos Estratégicos do EB:

No cenário internacional, os recentes conflitos mundiais destacam o Poder Militar Aeroespacial como um dos seus elementos fundamentais. Nesse contexto, a Defesa Antiaérea (DA Ae) é importante partícipe na estratégia de defesa de um país, por se configurar em elemento de dissuasão de extrema importância para uma nação que se deseja manter soberana. (EPEX, 2017.p 2)

Seguindo vamos analisar as características que fazem da aquisição de

Materiais de Artilharia de Médio Alcance/ Média Altura serem de suma importância no

campo militar para fazer frente às novas ameaças aéreas.

Diante do exposto vamos analisar as aeronaves de nossos vizinhos e verificar

se elas são capazes de obter vantagens sobre a artilharia antiaérea do Exército

Brasileiro.

A partir dessa análise serão identificadas novas necessidades no qual o escopo

do trabalho passará a apresentar algumas alternativas de materiais de Média Altura

de possível aquisição pelo Brasil.

Para atingir tal objetivo a pesquisa usou o método indutivo como forma de

viabilizar a tomada de decisões acerca do alcance da investigação, das regras de

explicação dos fatos e da validade de suas generalizações.

7

A seleção das fontes de pesquisa foi baseada em publicações de autores de

reconhecida importância no meio acadêmico militar e em artigos veiculados na

internet em periódicos especializados em Defesa.

Foram utilizadas as palavras-chave artilharia antiaérea, média altura e

tecnologia juntamente com seus correlatos em inglês e espanhol em sítios eletrônicos

de procura na internet, biblioteca de monografias da Escola de Aperfeiçoamento de

Oficiais (EsAO), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e da

Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe), sendo selecionados apenas

os artigos em português, inglês e espanhol. O sistema de busca será completado por

dados das empresas de defesa, bem como de manuais de campanha referentes ao

tema. E também o relatório do seminário DECEx 2019, “Artilharia Antiaérea de Média

Altura e as Operações Conjuntas”.

O delineamento de pesquisa contemplará as fases de levantamento e seleção

da bibliografia; coleta dos dados, crítica dos dados, leitura analítica e fichamento das

fontes, argumentação e discussão dos resultados.

2.2 COLETAS DE DADOS

A. Pesquisa bibliográfica;

1) Levantamento da bibliografia junto a livros, jornais, revistas, WEB e outros;

2) Seleção da bibliografia;

3) Leitura analítica;

4) Fichamento;

5) Análise comparativa, interpretação dos dados e conclusão;

6) Pesquisa à documentação dos seminários elaborados na EsACosAAe.

8

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Situação Nacional atual

Atualmente o EB conta com apenas uma Brigada de Artilharia Antiaérea,

sediada na cidade do Guarujá/SP, é o maior escalão de AAAe do EB. Possui, 08 (oito)

Organizações Militares Diretamente Subordinadas (OMDS), as quais são 06 (seis)

Grupos de Artilharia Antiaérea, espalhados de Norte a Sul do país, além do Batalhão

de Manutenção de Suprimentos de Artilharia Antiaérea e da Bateria Comando da 1ª

Brigada de Artilharia Antiaérea.

Essas OMs tem como dotação orgânica os mísseis antiaéreos IGLA-S e RBS

70, além do sistema FILA BOFORS, que é composto pelo canhão automático

antiaéreo de 40mm C70 e o equipamento de direção de tiro (EDT) FILA, de fabricação

nacional (empresa AVIBRÁS) e com capacidade de detectar aeronaves até 40 Km de

sua posição.

Já o Igla-S, pode ser operado por um único homem, o que dá bastante

mobilidade, tem alcance de seis quilômetros, altitude máxima de 3.500 metros,

velocidade de duas vezes a do som (cerca de 2.500 km/h) e peso de apenas 10,6

quilos

Já o RBS 70 possui qualidades que o tornam importante para o emprego em

áreas urbanas, com bastante mobilidade assim como o Igla- S, possui visão termal e

um alcance de até 5,5 km.

Por fim, a VBC AAe Gepard 1A2 possui dois canhões de 35 milímetros com

uma cadência de tiros de 1100 tiros por minuto sendo 550 em cada arma. Tem como

capacidade 640 tiros antiaéreos e mais 40 terrestres sendo 320 e 20 em cada arma

com suas funções respectivamente. O armamento tem alcance de 5km e possui

defesa passiva com granadas fumígenas. Além disso, há um radar de busca com

alcance de 15740 m, que faz uma varredura no espaço aéreo juntamente com um

radar de tiro.

Além dos GAAAe, o EB possui como OM de AAAe, as Bia AAAe orgânicas das

Brigadas de Cavalaria e Infantaria, sendo as mesmas responsáveis por prover a DA

Ae dessas Grandes Unidades (GU).

Em seus sistemas de armas, as Bia AAAe apresentam em sua dotação, à

semelhança dos GAAAe, os mísseis IGLA-S e RBS 70, podendo, ainda, possuir a

9

Viatura Blindada de Combate Antiaérea (VBC AAe) Gepard 1A2, de origem alemã,

no caso das Baterias orgânicas das Brigadas Blindadas.

No que diz respeito ao subsistema de controle e alerta, tanto nas Bia AAAe

orgânicas de Brigadas de Cavalaria e Infantaria, como nos GAAAe diretamente

subordinados à 1ª Bda AAAe, são atualmente empregados o Radar de Busca SABER

M60 e o Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico (COAAe Elt), ambos de

fabricação nacional.

Verifica-se que atualmente os Grupos de Artilharia Antiaérea (GAAAe) e

Baterias Antiaéreas (BIA AAAe), não possuem armamentos aptos a atuar na faixa da

média altura, sendo o RBS-70, o míssil Igla S ,Canhão Antiaéreo 40mm e o Gepard

1A2, capazes de atuar apenas na faixa de emprego da artilharia antiaérea de baixa

altura, e curto alcance e muito curto alcance que está compreendida entre 0 m e 3.000

m de altura (baixa altura) e no que diz respeito a alcance entre 0 a 6000m (muito curto

alcance) e de 6 a 12.000m (muito curto alcance) conforme manual EB70-MC10.231.

Dessa forma é de suma importância a aquisição de novos sistemas, visando

fazer frente às novas ameaças aéreas modernas, pois os armamentos antiaéreos que

atuam na faixa de baixa altura e curto e muito curto alcance só conseguem fazer uma

defesa aproximada do ponto sensível defendido e com o desenvolvimento de novos

armamentos as modernas ameaças aéreas têm conseguido engajar alvos à distância

cada vez maiores. Dessa forma é necessário aumentar os limites de cobertura de uma

defesa antiaérea.

3.2 PRINCIPAIS AMEAÇAS AÉREAS SUL- AMERICANAS

Sabe-se que alguns países vizinhos possuem armamentos que atuam na faixa

de média altura como o caça Sukhoi -30 e o caça F-16A/B operado pela Venezuela e

seus mísseis, e o caça F-16 Fighting Falcon operado pelo Chile, materiais estes com

capacidades e tecnologias que contraporiam com eficiência as nossas Defesas

Antiaérea de baixa altura.

10

3.2.1 VENEZUELA

Nossos vizinhos venezuelanos possuem o caça sukhoi 30 (Su-30) e Conforme

Antonello (2008), sua capacidade de transporte e autonomia são superiores à grande

maioria dos aviões do mesmo tipo existente no mundo. O Su-30 pode percorrer a

distância máxima de 3000 km com os tanques de combustível plenos, sem nenhum

armamento. Essa autonomia vai reduzindo gradualmente à medida que a Anv é

configurada com diversos tipos de armamento. Com reabastecimento aéreo pode

chegar aos aproximadamente 5000 km e seu teto de emprego pode atingir

aproximadamente os 17.300 m de altitude. Sua capacidade máxima de transporte de

carga é de 8 toneladas e pode atingir a velocidade de até 2100 Km/h.

Contudo sabe-se que além de possuir o armamento é de suma importância

saber em que condições estes armamentos estão operando. Mediante pesquisa pode-

se observar que o Su-30 venezuelano continua a receber suporte de manutenção

como parte do convênio entre a Rússia e a Venezuela iniciado por Hugo Cháve em

2003. Em reportagem de 26 de junho de 2019, Rodrigues Fania apura que:

Um avião da Força Aérea da Rússia pousou no aeroporto internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, na grande Caracas, na última segunda-feira (24). O Ministério de Relações Exteriores da Rússia confirmou a informação, na terça-feira (25), por meio de um comunicado do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Ryabkov. À bordo do avião estava um grupo de técnicos para a manutenção de equipamentos militares fornecidos anteriormente ao país (FANIA, 2019, p.2)

Com isso é possível afirmar que estão operando em capacidade plena,

tonando- se uma ameaça evidente, em caso de alguma hostilidade por parte desse

país vizinho.

O Sukoi-30 pode ser armado com diversos tipos como os:

TABELA 1: Armamentos

Fonte: Edmundo Ubiratan (2019)

11

Segundo o site metrópole o “Kh-31 são capazes de chegar a 250 quilômetros de

distância. Em suas versões modernas, eles são capazes de afundar um navio de 4.5000

toneladas e ter uma velocidade máxima de 1.000 metros por segundo”.

(METRÓPOLE,2019)

Já o Kh-59ME é um míssil de ataque ao solo de dotação venezuelana que

segundo dados retirados do site sistema de armas o míssil possui 5,69 metros de

comprimento, 38cm de diâmetro e envergadura de 1,3 metros. O peso total é de

920kg. A cabeça de guerra pesa 320kg com alternativa de uma versão em cacho com

280 submunições. A cabeça de guerra nuclear seria de 10 a 100kT. A velocidade de

cruzeiro é de Mach 0.8. O alcance é de 60km com trancamento antes do disparo e

115km com o uso do datalink. O alcance mínimo é de 20km. O sistema de guiamento

é similar ao Kh-59 e opera com o datalink APK-9. O site também estima que a

Venezuela tenha comprado 80 unidades no ano de 2007 para equipar seus Sukhoi -

30.

Já as bombas guiadas a laser KAB-500L e KAB-1500L possuem alto poder

destrutivo, aliada a uma alta precisão, segundo o site Sistema de Armas a KAB-500L,

tem uma cabeça de guerra de 460kg com 200kg de explosivos e peso total de 560kg.

A bomba tem 3 metros de comprimento, diâmetro de 40cm e envergadura de 75cm.

A KAB-500L pode ser lançada a uma altitude de 500m a 5000m e a uma velocidade

de 550 km/h a 1100 km/h. O alcance máximo é de 9km e o mínimo de 3km. Com

precisão de 6 a 49 metros a KAB-1500 é uma versão melhorada que pode ser lançada

entre 1.000 a 8.000 metros de altura entre 550 a 1.100km/h com alcance máximo de

20km.

Além do Sukhoi -30 a Força aérea venezuelana também conta com caças F-

16A/B de fabricação norte-americana, que apesar de ser uma versão mais antiga,

ainda tem as qualidades dos Falcons, como velocidade e agilidades.

Esta versão conta com os seguintes armamentos:

12

TABELA 2: Armamentos

Fonte: Edmundo Ubiratan (2019)

Segundo site Airway a Venezuela foi o primeiro país latino-americano a operar

o F-16. Esta aeronave possui um canhão interno Vulcan de 20 mm e seis canos,

contendo 511 projéteis, ainda pode disparar mísseis ar- ar Sidewinder, bombas e

mísseis ar- terra como mostrado no quadro acima, além dos mísseis israelenses de

última geração Phython 4 e 5.

3.2.2 Chile

Outra ameaça que seria de difícil contraposição pela artilharia antiaérea

brasileira seria o F-16 Fighting Falcon Chileno que pode ser configurado com uma

série de armamentos como mísseis Ar-terra, mísseis anti-navio e bombas guiadas à

laser. Armas estas que podem ser empregadas à média altura. Possui, ainda uma

autonomia de aproximadamente 4200 km e atingindo um teto máximo de emprego na

faixa dos 15.000 m, segundo Antonello (2008).

Segundo site Tecnodefesa o F-16 Fighting Falcon Chileno será modernizado

aumentando ainda mais sua capacidade operativa:

No dia 24/07, a Agência de Cooperação em Segurança de Defesa (DSCA, Defense Security Cooperation Agency), dos Estados Unidos da América, determinou a aprovação de uma possível venda equipamentos, serviços e peças de reposição para apoiar o programa de modernização da frota F-16 da Força Aérea do Chile, no valor de US $ 634,7 milhões, com financiamento do Programa de Vendas Militares Estrangeiras (TECNODEFESA, 2020).

13

A solicitação feita pelo governo chileno incluiu segundo site o Tecnodefesa os

seguintes itens:

• 19 conjuntos de display montado no capacete (JHMCS);

• 6 bombas inertes para uso geral MK-82 (500 lb);

• 2 Air Foil Group MXU-650KB;

• 44 GPS/INS incorporados LN-260 (EGI);

• 49 Sistemas de rádio táticos (MIDS JTRS).

Com isso podemos afirmar que nossos vizinhos seguem em busca da

modernização de seus vetores aéreos sendo de suma importância que o Brasil

adeque sua DA Ae para se contrapor a essas ameaças que estão cada vez mais

modernas.

3.3 SISTEMAS DE ARTILHARIA ANTIAÉREA DE MÉDIA ALTURA DE POSSÍVEL

AQUISIÇÃO PELO BRASIL.

A seguir serão apresentados alguns materiais de possível aquisição pelo Brasil.

Para essa compra é de suma importância que o material escolhido seja adaptável ao

Sistema de Controle e Alerta já em operação no país, além de possuir mobilidade para

atuar em todo território nacional, devendo possuir a capacidade de ser transportado

nos aviões de carga da Força Aérea Brasileira.

Neste ínterim o sistema Pantsir-S1 não entrará em questão tendo em vista, já

ter sido preterido no passado, por não estar dentro das especificações desejadas.

Segundo reportagem da VEJA (2017) o sistema era orçado em mais de um

bilhão de dólares, além de sofrer críticas pelos militares envolvidos na aquisição, que

preferiam modelos mais baratos e eficientes, produzidos por outros países.

14

3.3.1 SPYDER

FIGURA 1: SPYDER

ARMAMENTO PRINCIPAL:

MÍSSEIS PYTHON-5 OU DERBY

FAIXA OPERACIONAL: PYTHON-5:

20 km e DERBY: 40 Km

ALTITUDE DE VÔO: PYTHON-5:

9.000 m (30.000 Pés) E DERBY:

16.000 m (52.000 PÉS)

VELOCIDADE MÁXIMA: MACH 4

SISTEMA DE ORIENTAÇÃO:

HOMING

INFRAVERMELHO E IMAGENS

ELETRO-ÓPTICAS (PYTHON-5)

HOMING RADAR ATIVO (DERBY

Fonte: Fábio Castro (2007)

Este sistema já foi oferecido ao Brasil pela empresa israelense RAFAEL por

ocasião da LAAD 2019 e em entrevista ao site INFODEFESA o Vice-presidente de

Marketing Shachar Shochat destaca várias características interessantes do material,

como a capacidade de utilização de dois tipos de mísseis como o PYTHON e DERBY

que podem ser empregados na baixa altura e na média altura. Tal versatilidade é

importante pois neste caso o próprio material poderia prover sua própria defesa de

baixa altura não necessitando de outros materiais justapostos para execução desta

defesa e ainda possui compatibilidade com qualquer radar 3D moderno e com

diversos veículos de transporte. Além disso o sistema possui unidade de comando e

controle integrada que pode ser interfaceada com diversos níveis de comando (

superior e inferior).

15

Outro fator positivo desse material segundo o Vice-presidente de Marketing é

que a empresa está totalmente preparada para executar uma venda com a utilização

de um modelo de transferência de tecnologia o que seria um dos requisitos

preponderantes para escolha do Brasil de seu Sistema AAe de média altura.

Tal sistema ainda pode ser transportado pelas aeronaves KC-390 e pelo C-130

pois sua plataforma de missão pode ser desmontada do chassi do caminhão para se

adequar às dimensões da aeronave, o que traz a mobilidade que um país com grandes

dimensões territoriais como o Brasil necessita.

Tal sistema é utilizado atualmente pelos seguintes países: Georgia, Índia,

Cingapura e Vietnã.

3.3.2 IRIS- T SL

FIGURA 2: IRIS- T SL

MOTOR: FOGUETE DE

COMBUSTÍVEL SÓLIDO

ENVERGADURA: COMPRIMENTO

DE 3.139 mm

FAIXA OPERACIONAL: 25 Km

ALTITUDE DE VÔO: NÍVEL DO MAR

ATÉ 20000 m

VELOCIDADE MÁXIMA: MACH 3

SISTEMA DE ORIENTAÇÃO:

HOMING/ INFRAVERMELHO

Fonte: Salerno (2017)

O IRIS- T SL é um sistema fabricado pela Diehl, um consórcio formado entre

Alemanha, que detém maior parte do investimento e Itália, Suécia e Noruega.

16

O IRIS – T SL realiza a defesa na faixa da média altura e baixa altura com o

mesmo míssil, o que facilita a logística deste material, podendo engajar uma ampla

variedade de ameaças aéreas, tais como mísseis de cruzeiro, aeronaves, helicópteros

e drones.

Conforme Almeida (2012), o míssil é guiado através de uma tecnologia de

sistema de navegação via GPS e um sistema de navegação autônoma. Um detector

de Infravermelho passivo de alta precisão é utilizado para fornecer a orientação do

míssil, aumentado a resistência de interferências de guerra eletrônica. Seu lançador

vertical pode lançar até 6 mísseis da mesma plataforma.

Outro facilitador para a logística é a possibilidade de manter o míssil

armazenado dentro do próprio contêiner da lançadora, ou seja, o mesmo contêiner é

usado para transporte e lançamento, facilitando inclusiva a mobilidade estratégica, já

que poderiam ser armazenados nas próprias OM detentoras do material, sem

necessidades de empaiolamento.

3.3.3 PATRIOT TMD PAC-3

FIGURA 3: PATRIOT TMD PAC-3

MOTOR: FOGUETE DE COMBUSTÍVEL

SÓLIDO

ENVERGADURA: 50cm

ALCANCE MÁXIMO - ANTI-AÉREO: 15

km

ALCANCE MÁXIMO - ANTI-MÍSSIL: 15-

45 km

VELOCIDADE MÁXIMA: MACH 5

SISTEMA DE ORIENTAÇÃO:

HOMING TERMINAL DE

RADAR DE ONDA

MILIMÉTRICA INERCIAL / ATIVA

Fonte: Globosecurity (2003)

17

O Sistema Patriot PAC 3 é um sistema de defesa antiaérea que atua contra

mísseis balísticos e de cruzeiro além de aeronaves a grandes altitudes. Desenvolvido

pelas empresas Lockheed Martin e Raytheon, o sistema Patriot está em uso em

diversos países além dos Estados Unidos, como Alemanha, Japão, Egito, Israel,

Grécia e Arábia Saudita. O Sistema de mísseis Patriot teve seu batismo de fogo no

exército norte americano a partir de 2003, com a operação “Iraq Freedom”. Dados

obtidos através do endereço eletrônico www.armytechnology.com/projects/patriot.

O sistema de orientação dos mísseis permite a destruição do alvo através da

energia cinética liberada, atingindo o alvo de frente e podem ser carregados até 16

mísseis na sua plataforma de lançamento. O sistema de radar realiza busca, detecção

de alvos e acompanhamento e possui um sistema de identificação de alvos, possuindo

um alcance radar de 100 km, capacidade de rastrear até 100 alvos e fornecer dados

para guiamento de até 9 mísseis.

Esse sistema supriria as necessidades brasileiras e ainda seria possível se

aproveitar das boas relações comerciais que o Brasil possui com os EUA.

3.2.4 UM PROJETO NACIONAL

Envidar esforços para desenvolvimento de uma tecnologia nacional traria

retornos não só no campo militar, mas também econômico fruto da capacitação de

mão de obra e desenvolvimento de muitos postos de trabalhos, sem contar a projeção

nacional que obteríamos devido à produção de um sistema com tecnologia brasileira.

Não é algo utópico, haja vista possuirmos o Sistema ASTROS para Artilharia

de Campanha, que possui uma grande tecnologia embarcada e com um

desenvolvimento em estágio avançado de um míssil tático de cruzeiro que pode ser

lançado da plataforma.

Com isso, pode-se se pensar que com algum estudo e algumas adaptações

seria possível o desenvolvimento de uma tecnologia antiaérea de média altura sob a

plataforma ASTROS. De acordo com o estudo de caso, Astros 2020 antiaéreo:

vantagens do investimento público para a ampliação da capacidade do sistema

ASTROS, de Jones:

Os resultados apontam que o aumento da família ASTROS redundará em efeitos positivos, indicando que um possível aporte federal para o

18

financiamento do projeto produzirá bons retornos na esfera econômica e social em nível nacional. Finda-se o trabalho relacionando tais efeitos com a esperada melhora da indústria bélica brasileira em nível internacional e indicando a possibilidade de estudos semelhantes baseados em outras empresas do ramo de forma a ratificar ou retificar as impressões colhidas neste trabalho. (JONES, 2017, p.84)

Um projeto desse tipo demandaria anos de desenvolvimento, sendo em um

longo prazo uma das melhores alternativas, o que não excluiria a necessidade de

adquirir um sistema pronto no curto prazo, tendo em vista a necessidade atual.

Um projeto de tal envergadura seria muito custoso, porém em longo prazo traria

retornos financeiros com a comercialização do mesmo, além de aumentar a projeção

de poder do país, nos colocando ao lado de grandes potências desenvolvedoras de

tecnologias bélicas.

3.3 BENEFÍCIOS NO CAMPO ECONÔMICO

A pesquisa também acrescentou um viés econômico, ressaltando o retorno que

esse investimento traria não só no campo bélico, mas também na geração de Produto

Interno Bruto (PIB), fruto do impacto em diversos setores da economia como afirma o

chefe do EPEX, Gen Div Neiva:

Os efeitos diretos, indiretos e induzidos referem-se ao processo de produção e consumo de bens e serviços associados às estruturas dos projetos de investimento das FA. Dentro do processo produtivo, a produção destes bens e serviços consome insumos intermediários (compras de outros bens e serviços) e remunera os fatores de produção. Assim, gastos relacionados diretamente à produção destes bens e serviços desencadeiam uma série de efeitos multiplicadores com impactos diferenciados entre setores. (NEIVA et.al, 2019, p. 29)

Além dos ganhos em Defesa destaca-se também os ganhos para a sociedade

com a geração de empregos diretos e indiretos, a figura a baixo representa o impacto

dos investimentos de todos os subprojetos do portfólio do EB na economia nacional

por intermédio da análise da mão de obra empregada e do salário pago pelas

empresas contratadas.

19

FIGURA 4: Quantidade e qualidade de mão de obra

Fonte: EPEX (2017)

Além disso os benefícios de se investir no programa estratégio seriam enormes

devido a esses projetos agregarem valor à Base Industrial de Defesa (BID). Pode-se

inferir que o valor que é agregado à economia brasileira para cada 1,00 real investido

nas atividades econômicas conforme quadro abaixo:

FIGURA 5: Capacidade de multiplicação econômica

Fonte: EPEX (2017)

20

Esses efeitos são sentidos de maneira direta e indireta, devendo ser também

um incentivador para a manuntenção dos investimentos, que não deve ser visto

somente como um passivo e sim como um meio de geração de renda.

No quadro a baixo são colocados alguns tipos de contribuições do projeto

Defesa Antiaérea:

FIGURA 6: Defesa Antiaérea.

Fonte: Junior (2015)

Segundo Junior (2015), os benefícios trazidos pelo Projeto Estratégico Defesa

Antiaérea impactam de maneira positiva a economia brasileira, passando desde a

geração de mais de 500 empregos diretos e indiretos em empresas nacionais, pelo

domínio de novas tecnologias sensíveis que em consequência age como um

facilitador para geração de novos conhecimentos.

Desta maneira pode-se verificar que os benefícios trazidos com este projeto

vão muito além do campo militar, entregando assim, retornos econômicos que fazem

com que este projeto e os outros de desenvolvimento das capacidades bélicas não

sejam vistos apenas como um passivo.

21

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse artigo foi apresentado ao leitor que os Programas Estratégicos do

Exército (Prg EE) vão de encontro a Estratégia Nacional de Defesa (END), documento

este que norteia o caminho para a defesa da soberania do Estado brasileiro. Tudo

isso baseado nas necessidades de um novo cenário, pautado pela imprevisibilidade e

por conflitos de natureza hibrida, onde não se sabe realmente de onde pode surgir

uma ameaça. Para isso é necessário ter uma Força Terrestre moderna.

O trabalho buscou focar na obtenção de um sistema de armas capaz de fazer

frente a vetores aéreos que operam na faixa de média altura, para isso como primeiro

objetivo buscou-se introduzir o leitor no assunto trazendo algumas informações e

definições de manual para o melhor entendimento dos assuntos tratados no presente

artigo.

O desenvolvimento da pesquisa abordou os meios aéreos dos países vizinhos

mais ameaçadores como os caças Sukhoi -30 e seus mísseis, e os caças F-16A/B

venezuelano, e também os caças F-16 Fighting Falcon chilenos que atualmente são

as ameaças aéreas mais relevantes na América do Sul.

Prosseguindo passamos a identificar alguns materiais de média altura de

possível aquisição pelo Brasil como o SPYDER israelense o, IRIS- T SL de um

consórcio formado entre Alemanha, Itália, Suécia e Noruega e o Patriot PAC 3

americano e também pela possibilidade de desenvolvimento de uma tecnologia

nacional a partir da plataforma ASTROS, sendo uma alternativa pensando em um

longo prazo.

Por fim, já analisadas as ameaças aéreas da América do Sul, passou-se a

analisar os ganhos que seriam trazidos com a conclusão do projeto estratégico de

defesa antiaérea, como os benefícios militares devido ao aumento no poder

dissuasório e também os benefícios no campo econômico, com efeitos expressivos

que beneficiariam diversos setores da economia.

Portanto conclui-se da pesquisa que a necessidade de possuir um sistema de

média altura urge, haja vista a importância de se aumentar o poder dissuasório, face

a algumas ameaças aéreas de países vizinhos. Tudo isso para que conforme a

Estratégia Nacional de Defesa o Brasil tenha “Uma Defesa moderna, fundada em

22

princípios democráticos, capaz de atender às necessidades de uma nação repleta de

riquezas e inserida num mundo turbulento e imprevisível como o atual”. (BRASIL,

2012, p7)

Para reforçar a necessidade, mostra-se o lado econômico, onde através de

pesquisas comprova-se que os gastos em Defesa em particular os dos Projetos

Estratégicos de uma maneira geral, não seriam um passivo para economia e sim um

catalizador de recursos e gerador de renda, além da projeção internacional que

obteríamos caso o país se engaje a desenvolver sua própria tecnologia de defesa.

Conclui-se que o Projeto Artilharia Antiaérea de Média Altura é válido, devendo-

se aumentar o envolvimento do país para a concretização do mesmo, haja vista que

se faz necessário o engajamento de aeronaves em altitudes e distâncias cada vez

maiores, e a situação atual da Artilharia AAe encontra-se defasada em relação às

novas ameaças aéreas de vizinhos como as da Venezuela e Chile, fazendo com que

a modernização da Artilharia Antiaérea do EB seja uma necessidade.

A conclusão deste projeto é importante para salvaguardar nossa soberania e

para buscar uma melhor projeção de poder no cenário mundial e sulamericano, haja

vista a evolução dos vetores aéreos de países vizinhos, sendo o sistema de armas de

DA Ae de baixa altura, de dotação atual, ineficazes, pois estes vetores já podem atuar

na faixa da média altura.

Além disso, a conclusão desse programa para a Artilharia Antiaérea do Exército

Brasileiro é uma forma de recuperar e obter novas capacidades de DA Ae que

necessitam estar caminhando passo a passo com as modernizações dos vetores

aeroespaciais o que vai de encontro com a Estratégia Nacional de Defesa (END) que

tem como um dos objetivos pavimentar o caminho para que o Brasil possua uma

defesa moderna.

23

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Thiago Ribeiro de. A necessidade brasileira de uma defesa antiaérea de média altura perante as ameaças sul-americanas. Trabalho de conclusão de Curso – EsACosAAe, Rio de Janeiro, 2012. ANTONELLO, Fernando Laureano. Um sistema de mísseis antiaéreos de média altura capaz de se opor às ameaças aérea da América do Sul. Rio de Janeiro: EsACosAAe, 2008. ARMYTECHNOLOGY. S-300VM (Antey-2500) Anti-Ballistic Missile Defence System. Disponível em: <https://www.army-technology.com/projects/s-300vm-antey-2500-anti-ballistic-missile-defence-system/>. Acesso em 13 JUN 20. BRASIL abandona projeto de compra de defesa antiaérea da Rússia. VEJA, 2017. Disponível em: < https://veja.abril.com.br/mundo/brasil-abandona-projeto-de-compra-de-defesa-aintiarea-da-russia>. Acesso em: 06 SET 20. BRASIL. Decreto 373, de 25 de setembro de 2013. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2013. Disponível em: <http://www.defesanet.com.br >. Acesso em 13 JUN 20. BRASIL. Estado-Maior do Exército. EB70-MC-10.231: Defesa Antiaérea. 1 Ed. 2017. BRASIL. Estado-Maior do Exército. EB70-MC-10.235: Defesa Antiaérea nas Operações. 1 Ed. 2017. BRASIL. Exército Brasileiro. EB 70-MF-10.223: Operações. 1. Ed 2017. BRASIL. EB20-MC-10.214. Vetores aéreos da Força Terrestre. 1. ed. Brasília, DF, 2017. BRASIL DE FATO. Por que a Rússia enviou mais um avião militar para a Venezuela?. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2019/06/26/por-que-a-russia-enviou-mais-um-aviao-militar-para-a-venezuela>. Acesso em 11 JUN 20. CAIAFA, R.V; TRELLES, G. Sachar Sochat (Rafael): O histórico operacional da Spyder garante que o Brasil receba um sistema de ponta, maduro e atualizado. 2020. Disponível em: <https://www.infodefensa.com/latam/2020/07/31/noticia-sachar-sochat-rafael-historico-operacional-spyder-garante-brasil-receba-sistema.html>. Acesso em: 15 AGO 20. CASTRO, Fábio. Bombas guiadas Russas. 2008. Disponível em: <http://sistemasdearmas.com.br/pgm/kab.html>. Acesso em 05 SET 20.

24

CASTRO, Fábio. Mísseis Guiados Russos: Kh-25, Kh-29, Kh-59 e S-25L. 2008. Disponível em: <http://sistemasdearmas.com.br/pgm/kh.html>. Acesso em: 03 AGO 20. CASTRO, Fábio. SPYDER air defense system. 2007. Disponível em: <http://sistemasdearmas.com.br/aam/spyder.html>. Acesso em: 29 AGO 20. CHAVES, Bruno Salerno. Atualização e inovações do sistema de defesa antiaérea mundial e apontamentos sobre a aquisição de material de média altura pelo exército brasileiro, 2017. Disponível em: <https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/3044/1/TCC_SALERNO_ESAO.pdf>. Acesso em: 03 AGO 20 DEFESANET. 300VM -Militares brasileiros trabalham com hipótese de bateria antiaérea na fronteira com RR. Disponível em: <http://www.defesanet.com.br/ven/noticia/32148/S-300VM--Militares-brasileiros-trabalham-com-hipotese-de-bateria-antiaerea-na-fronteira-com-RR/>. Acesso em 12 JUN 20. DEFESANET. Brasil oficializa escolha do PANTSIR S1. Disponível em:< http://www.defesanet.com.br/br_ru/noticia/20340/Brasil-oficializa-escolha-do-PANTSIR-S1/>. Acesso em 8 JUN 20. EPEX. ESCRITÓRIO DE PROJETOS DO EXÉRCITO. Projetos Estratégicos Do Exército Brasileiro. Disponível em: <http://www.epex.eb.mil.br/index.php/component/content/article?id=462> . Acesso em: 10 JUN 20. ESACOSAAE. Relatório do Seminário "A Artilharia Antiaérea de média altura nas operações conjuntas" Disponível em: <http://www.cdoutex.eb.mil.br/>. Acesso em : 13 JUN 20. FORTE. Defesa envia comitiva à Rússia para avalias sistema de artilharia de média altura. Disponível em: <http://www.forte.jor.br/2014/08/26/defesa-envia-comitiva-a-russia-para-avaliar-sistema-deartilharia-antiaerea-de-media-altura/>. Acesso em 10 JUN 20. FORTE. LAAD 2019: Rafael oferece sistema SPYDER ao exército brasileiro. 2019. Disponível em: <https://www.forte.jor.br/2019/04/01/laad-2019-rafael-oferece-sistema-spyder-ao-exercito-brasileiro/#:~:text=O%20sistema%20SPYDER%20(Surface-to,ar-superf%C3%ADcie%20guiada%20de%20p>. Acesso em: 16 AGO 20. GLOBALSECURITY. Patriot TMD. 2003. Disponível em: <https://www.globalsecurity.org/space/systems/patriot-specs.htm>. Acesso em: 29 AGO 20. HISPANTV. Venezuela posee el sistema de defensa más poderoso de la región. Disponível em:

25

<http://www.hispantv.com/noticias/venezuela/338463/sistemadefensa-aerea-s-300-rusos-buk>. Acesso em: 11 JUN 20 JONES, Alan Sander de Oliveira. Astros 2020 antiaéreo: vantagens do investimento público para a ampliação da capacidade do sistema ASTROS-Revista da UNIFA, Rio de Janeiro, 2017. JUNIOR, Ribeiro dos Santos. A gestão por projetos e o projeto estratégico do exército: In: QEMA, Edson (Org.). INFORMATIVO ANTIAÉREO, Publicação Científica. Rio de Janeiro. EsACosAAe, 2015, p.5 p.15. MORIAH, Ricardo. Conheça o poder aéreo da Venezuela. 2019. Disponível em: <https://www.airway.com.br/conheca-o-poder-aereo-da-venezuela/#:~:text=A%20Venezuela%20foi%20o%20primeiro,seis%20canos%2C%20contendo%20511%20proj%C3%A9teis.>. Acesso em> 06 set 20. UBIRATAN, Edmundo. A capacidade dos caças da Venezuela e como o Brasil pode se defender em hipotética guerra. 2019. Disponível em: <https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/capacidade-dos-cacas-da-venezuela-e-como-o-brasil-pode-se-defender-em-uma-hipotetica-guerra_4190.html>. Acesso em: 05 SET 20. Vídeo: Militares Venezuelanos testam míssil Russo. Metrópoles, Distrito Federal,19 de fev. de 2019. Disponível em: <https://www.metropoles.com/mundo/video-militares-venezuelanos-testam-missil-russo>. Acesso em: 03 AGO 20.