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Brasília, Brasil – 19-21 Outubro 2015
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O PROCESSO FORMATIVO DOCENTE E AS ORIENTAÇÕES
PEDAGÓGICAS: OS GÊNEROS TEXTUAIS NA FORMAÇÃO INICIAL
DOCENTE
Andreia SOARDI
(Bolsista PIBID)
Orientadora: Drª Marilúcia dos Santos Domingos Striquer
Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP-CJ)
RESUMO
Nesta comunicação almejamos discutir a formação docente que a universidade propõe aos
professores em formação inicial a respeito dos gêneros discursivos/textuais, o que se justifica,
sobretudo, porque os gêneros são instrumentos a ser tomados como objeto de ensino pelos
professores de Língua Portuguesa da educação básica, conforme prescrevem os documentos
orientadores das práticas pedagógicas dos professores de todo país. E, por decorrência, de
acordo com as determinações das matrizes de referência da Prova Brasil, da prova do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e da prova do Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM), é preciso que os alunos saibam interpretar e produzir os mais diferentes
gêneros para que possam participar da sociedade de forma significativa, Diante, portanto, de
todas essas orientações, consideramos importante investigar se os professores em formação
inicial estão sendo preparados para ensinar a língua portuguesa tendo os gêneros como eixo
organizador de suas ações pedagógicas e como conteúdo a ser ensinado. Para tanto, primeiro
realizamos um levantamento com os pibidianos do subprojeto do PIBID Letras/Português do
campus de Jacarezinho para conhecer os saberes deles a respeito dos gêneros. Depois, frente aos
resultados, apuramos como e em qual medida as disciplinas que formam os cursos de Letras da
Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), campus Jacarezinho, dos quais participam
os bolsistas do referido subprojeto, abordam a base teórico-metodológica dos gêneros textuais e
as diretrizes. Os resultados de nossas análises demonstraram que os alunos que cursam
Letras/Espanhol e Letras/Literatura estão sendo mais preparados para ensinar a língua
portuguesa tendo os gêneros como eixo organizador de suas ações pedagógicas e como
conteúdo a ser ensinado, do que os alunos de Letras/Inglês. As disciplinas que foram dos dois
primeiros cursos abordam a base teórico-metodológica dos gêneros textuais e os documentos
orientadores das ações docentes de forma mais representativa do que as disciplinas do curso de
Inglês. Assim, com base nos resultados encontrados, elaboramos um ciclo de estudos com os
bolsistas sobre os pressupostos teóricos bakhtinianos a respeito de gêneros do discurso e sobre
os preceitos teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), corrente que
concebe os gêneros como verdadeiros modelos que viabilizam a comunicação humana.
Palavras-chave: Gêneros discursivos/textuais; Interacionismo Sociodiscursivo; Formação
docente inicial.
1. INTRODUÇÃO
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O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é um
programa que objetiva promover contato direto entre acadêmicos dos cursos de
licenciatura e escolas da rede pública de ensino, a fim de colaborar para que o
graduando tenha a oportunidade de conhecer a realidade da sala de aula antes da atuação
efetiva como docente, e ainda contribuir para a melhoria da qualidade da educação
básica. Nessa perspectiva, várias vertentes podem ser trabalhadas pelos subprojetos
integrantes do PIBID para o alcance desses objetivos, uma delas é proporcionar que o
graduando, doravante denominado de pibidiano, reflita sobre o processo de formação
inicial do qual participa na universidade, para que mais do que conhecer a realidade da
educação básica, possa compreender quais saberes são fundamentais para o exercício de
sua profissão.
Nesse sentido, este artigo almeja discutir a formação que a universidade propõe
aos professores em formação inicial a respeito dos gêneros discursivos/textuais, o que se
justifica, sobretudo, porque os gêneros são instrumentos a ser tomados como objeto de
ensino pelos professores de Língua Portuguesa da educação básica, conforme orientam
os documentos orientadores das práticas pedagógicas dos professores de todo país. E,
por decorrência, os gêneros são instrumentos a ser apropriados pelos alunos, de acordo
com as determinações das matrizes de referência da Prova Brasil, da prova do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e da prova do Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM).
Na Diretriz Curricular da Educação Básica de Língua Portuguesa do estado do
Paraná (DCE) (PARANÁ, 2009) os gêneros fazem parte de todo o conteúdo
programático da disciplina de língua portuguesa. Expõe o documento que é dever da
escola proporcionar que o aluno tenha contato com as diferentes práticas sociais de
linguagem, nas quais emergem e circulam os gêneros discursivos. Por isso, no trabalho
com a disciplina de língua portuguesa, o professor deve tomar como objeto de ensino
“os gêneros discursivos que circulam socialmente, com especial atenção àqueles de
maior exigência na sua elaboração formal” (PARANÁ, 2009, p. 63).
No caso das Matrizes de Referência da Prova Brasil (BRASIL, 2011), do
SAEB (BRASIL, 2011a), e do ENEM (2013), documentos que têm como objetivo
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sinalizar ao educando quais as competências e as habilidades esperadas deles nas
referidas provas, todos eles apresentam os gêneros como eixo constituinte dos
conteúdos a serem avaliados. Na Matriz da Prova Brasil os gêneros compõem três dos
cinco descritores da prova de leitura, exemplo: o aluno deve conseguir reconhecer as
diferentes informações nos gêneros textuais, através dos suportes ou características que
são expostos os gêneros (BRASIL, 2011). Na Matriz do SAEB: Matriz para o 5º ano do
ensino fundamental: o aluno deve saber interpretar e identificar a finalidade de textos
dentro dos diferentes gêneros; não diferentes são as instruções nas Matrizes para o 9º
ano e para o 3º ano do ensino médio. Na Matriz de Referência do ENEM (BRASIL,
2013), específica para a prova de Língua Portuguesa, são nove competências
apresentadas como a serem avaliadas, sendo que em seis delas há a menção aos aspectos
ligados aos diferentes gêneros e às esferas das quais eles participam.
Diante, portanto, de todas essas orientações, consideramos importante
investigar o processo de formação inicial dos futuros professores, ou seja, averiguar se
eles estão sendo preparados para ensinar a língua portuguesa tendo os gêneros como
eixo organizador de suas ações pedagógicas e como conteúdo a ser ensinado. Para tanto,
primeiro realizamos um levantamento com os pibidianos do subprojeto do PIBID
Letras/Português do campus de Jacarezinho para conhecer os saberes deles a respeito
dos gêneros. Depois, frente aos resultados, apuramos como e em qual medida as
disciplinas que formam os cursos de Letras da Universidade Estadual do Norte do
Paraná (UENP), campus Jacarezinho, dos quais participam os bolsistas do referido
subprojeto, abordam a base teórico-metodológica dos gêneros textuais e as diretrizes.
Por fim, também com base nos resultados encontrados no levantamento inicial,
elaboramos um ciclo de estudos com os bolsistas sobre os pressupostos teórico-
metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), corrente teórica que concebe
os gêneros como verdadeiros modelos que viabilizam a comunicação humana.
2. OS GÊNEROS TEXTUAIS
A definição mais específica de gêneros textuais para o ISD, segundo Machado
& Lousada (2010), foi construída por Schneuwly (2004) a partir da noção de gêneros de
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Bakhtin e à luz da psicologia de Vygotsky. Para Schneuwly (2004, p. 27) o gênero é um
instrumento que fornece ao sujeito as bases da comunicação, permitindo que ele aja com
a linguagem em diferentes situações, pois o gênero representa a realidade, as diferentes
práticas discursivas existentes. Desta forma, o gênero é “um instrumento semiótico
complexo” e “encontra-se entre o indivíduo que age e o objeto sobre o qual ou a
situação na qual ele age” (SCHNEUWLY, 2004, p. 23-27), e é construído pelo sujeito
para atender as necessidades dos indivíduos, as quais são a essência da atividade
humana instrumentalizada (LEONTIEV, 2004). Quando o instrumento transforma um
ambiente físico e/ou social por meio da atividade instrumentalizada (atividade realizada
com a ajuda de instrumento), o instrumento transforma também o próprio sujeito, visto
que aumenta os conhecimentos do sujeito sobre aquele ambiente físico e/ou social, o
que desenvolve suas capacidades para agir e a regulação de seu comportamento.
Por assim ser, o gênero é concebido em uma dupla possibilidade de abordagem
escolar, “como instrumento semiótico que materializa e significa uma prática social e
como instrumento a ser apropriado pelo aprendiz no processo de instrumentalização que
sustenta e orienta a ação de um sujeito em uma prática social de referência” (DOLZ et
al., 2008 apud NASCIMENTO, 2009, p. 9). Pela dupla semiotização, o gênero é um
objeto/conteúdo escolar a ser ensinado pelo professor ao aluno: o aluno aprende a
produzir/interpretar gêneros e a utilizá-los em práticas discursivas escolares e,
principalmente, fora da escola, em situações reais de uso da língua. Ao mesmo tempo, o
gênero é utilizado pelo professor como guia para o ensino das dimensões, das
especificidades de um gênero e de suas operações de uso. É o instrumento mediador
utilizado pelo professor para agir sobre o aluno, para levá-lo a aprender a produzir o
gênero em questão e é um instrumento semiótico que materializa uma prática social de
linguagem, a do ensino escolarizado.
Nesse sentido, dada a sua importância, Vygotsky (2007) apresenta o processo
pelo qual a internalização dos instrumentos ocorre. De acordo com Vygotsky, os
instrumentos são, primeiro, marcas externas, depois se transformam em processos
internos, ou seja, passam a se configurar em uma representação mental daquilo que
existe no mundo externo. E é exatamente o mecanismo externo-interno-externo que o
teórico chama de processo de internalização (VYGOTSKY, 2007). O externo seria o
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resultado das interações do indivíduo com um grupo cultural. Dessa forma, o processo
de internalização inicia-se com uma atividade externa, no nível social, entre pessoas
(processo interpsicológico), e depois de passar por uma reconstrução interna, segundo
momento, por uma “longa série de eventos ocorridos ao longo do desenvolvimento”
(VYGOSTKY, 2007, p. 58), chega ao nível individual, ao interior (processo
intrapsicológico). A operação externa (interpessoal), já organizada e reconstruída
internamente (intrapessoal), o que Bakhtin/Volochinov (2006) denominam de
monologização da consciência, é, enfim, conteúdo interior, e, então, a partir do que foi
interiorizado, acontece à exteriorização, terceiro momento do processo. Segundo
Bakhtin/Volochinov, ao exteriorizar-se, o conteúdo interior (repetindo, já organizado e
reconstruído) ainda sofre mudanças, uma vez que se orienta pelas especificidades do
contexto imediato do ato de fala, dos interlocutores concretos da enunciação.
3. O SUBPROJETO PIBID - LETRAS/PORTUGUÊS
O Subprojeto Letras/Português, campus Jacarezinho, integrou, no ano de 2014 o
Projeto PIBID Institucional da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). O
objetivo geral do subprojeto é o contribuir com os professores em formação para uma
ampla compreensão das orientações das matrizes de referência para a educação básica.
Considerando ampla compreensão: estudo das bases teórico-metodológicas que
constituem os documentos e, principalmente, efetiva transposição didática em sala de
aula de tais bases. Assim, os pibidianos são os primeiros e principais beneficiários do
subprojeto, contudo não são os únicos, uma vez que ao realizarem o trabalho de
transposição didática, os alunos da educação básica também passam a ser beneficiários
em potencial.
O Subprojeto é formado por uma equipe de 2 professores coordenadores,
vinculados à UENP, 4 professores da rede pública de ensino do estado do Paraná,
denominados de supervisores, lotados em escolas de duas cidades do norte do estado do
Paraná; e 22 alunos dos cursos Letras: 9 deles do curso de Letras/Inglês; 9 do curso de
Letras/Espanhol, e 4 de Letras/Literatura da UENP, campus Jacarezinho, intitulados de
bolsistas de Iniciação à docência (ID), ou como mencionado pibidianos.
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3.1 O CONHECIMENTO DOS PIBIDIANOS SOBRE GÊNEROS
Em março de 2014, na primeira reunião com toda a equipe do subprojeto
Letras/Português, os coordenadores ofereceram aos bolsistas ID um questionário para
diagnosticar os saberes sobre os gêneros textuais. A pergunta apresentada foi: Qual seu
conhecimento a respeito da teoria dos gêneros textuais (Bakhtin, Bronckart, entre outros
teóricos)? As respostas estão expostas na Tabela 1:
Percentual
de bolsistas
Alternativa Justificativa
50% Estudaram em uma das disciplinas na
graduação
-Na disciplina de Oficina de leitura e
produção textual (27%);
-Na disciplina de Linguística (18%);
-Na disciplina de Linguística e Teoria
literária (5%).
41% Nenhum (contato), não me lembro de
ter visto nada a respeito nas disciplinas
da graduação.
4% Participei de grupos de pesquisa em
que esta teoria é abordada.
-Grupo de pesquisa Leitura e ensino
(CNPQ/UENP);
-Estudos bakhtinianos e
multiletramento.
5% Realizaram alguns estudos
independentes
Tabela 1: Conhecimento dos bolsistas a respeito dos gêneros textuais
A Tabela 1 demonstra, então, que 59% dos alunos já tiveram, de alguma forma,
contato com a teoria sobre gêneros e seu ensino: 50% em disciplinas na graduação; 4%
em grupos de pesquisa; e 5% em estudos independentes. Mas frente ao alto percentual
de pibidianos, 41% do total, que afirmaram não terem conhecimentos a respeito dos
gêneros, partimos para análise dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Letras da
UENP, para, primeiro, buscar definir quais as disciplinas que trabalham os documentos
orientadores e a base teórico-metodológica sobre gêneros textuais, em busca de
compreender essas respostas. Importante aqui expor que, dos 22 pibidianos, 68% deles
cursavam no momento do início do subprojeto, março de 2014, o 2º ano de um dos
cursos de Letras da UENP; 14 % cursam o 3º ano; e 18% o 4º ano (sendo o 4º o último
ano). Assim, uma hipótese que justificaria o fato de que quase metade dos pibidianos
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ainda não terem tido contato com as teorias sobre gêneros poderia ser por esses serem
exatamente os alunos segundo-anistas. Ou seja, tais alunos não tinham tido a
oportunidade de serem expostos a um número significativo de atividades externas
necessárias para que o processo de internalização de um instrumento acontecesse
(VYGOTSKY, 2007). Porém, é preciso para confirmar ou refutar tal hipótese partir para
as análises da estruturação dos cursos oferecidos pela UENP buscando compreender em
que momento as teorias em questões são abordadas.
Os documentos analisados foram os Projetos Pedagógicos dos Cursos
Letras/Inglês, Letras/Espanhol e Letras/Literatura (PPC)3, esclarecendo que, de acordo
com Schneuwly (2000), um objeto de ensino é presentificado em sala de aula por meio
de instrumentos materiais, como textos, livros, esquemas, mapas, quadros, exercícios,
transparências, slides. E a topicalização de um objeto de ensino refere-se às ações
discursivas do professor, ou seja, pelos instrumentos psicológicos: leitura em voz alta,
comparações, exemplificações, etc. Assim, por analisarmos apenas documentos/textos
escritos, nossa pesquisa se pauta na investigação da presentificação dos gêneros como
objeto de ensino nas disciplinas que formam os três cursos de Letras da UENP.
A primeira constatação a partir dos resultados das análises dos referidos
documentos foi a de que várias disciplinas trazem em suas bibliografias básicas os
documentos orientadores das ações pedagógicas dos professores e obras que apresentam
estudos sobre a base teórico-metodológica dos gêneros discursivos/textuais. Para uma
melhor visualização de quais disciplinas referenciam os documentos e obras,
apresentamos as Tabelas 2, 3 e 4 a seguir:
OCEMs4 DCE5 Obras/Gêneros
Disciplinas 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º6
1.Oficina de leitura e produção textual X
2.Teoria literária I X
3 Os três cursos são da modalidade de Licenciatura Plena; com carga horária total da habilitação
de 3.192 h/a; Regime escolar: anual; Tempo de integralização: mínimo de 4 anos e máximo de 7
anos; Turno: noturno. 4 OCEMs: Orientações Curriculares para o ensino médio. Linguagens, códigos e suas
tecnologias. 5 DCE: Diretriz Curricular da Educação Básica de Língua Portuguesa do Estado do Paraná. 6 Esses números na Tabela 2, 3 e 4 referem-se aos anos dos cursos: 1º ano; 2º ano; 3º ano; e 4º
ano.
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3.Linguística II X
4.Literatura e Ensino X X
5.Teoria literária II X
6.Linguística III X
7.Metodologia do ensino de língua
Portuguesa
X
8.Prática de Ensino de Língua
Portuguesa I
X X X X
Tabela 2: Documentos orientadores da ação pedagógica e obras referenciadas pelas disciplinas
no PPC do Curso de Letras/Inglês
PCNs7 OCEMs DCE Obras/Gêneros
Disciplinas 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º
1.Oficina de leitura e
produção textual
X
2.Linguística II X
3.Teoria literária X
4.Literatura e ensino X X
5.Linguística III X
6.Metodologia de
língua portuguesa
X
7.Metodologia de
língua espanhola
X X
8.Prática de ensino de
língua portuguesa
X X X X
9.Prática de ensino de
língua espanhola
X X
Tabela 3: Documentos orientadores da ação pedagógica e obras referenciadas pelas disciplinas
no PPC do Curso de Letras/Espanhol
PCNs, OCEMs DCEs Obras/Gêneros
Disciplinas 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º
1.Oficina de leitura e
produção textual
X
2.Teoria literária I X
3.Linguística II X
4.Teoria literária II X
5.Linguística III X
6.Metodologia do
ensino de língua
portuguesa
X
7.Metodologia do
ensino de literatura
X
8.Prática de Ensino de
Literatura
X X
7 PCNs: Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental:
língua portuguesa.
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9.Prática de Ensino de
Língua Portuguesa
X X X X
Tabela 4: Documentos orientadores da ação pedagógica e obras referenciadas pelas disciplinas
no PPC do Curso de Letras/Literatura
As Tabelas 2, 3 e 4 expõem, primeiramente, que os gêneros são tanto objeto de
ensino como instrumento de debate e reflexão como elementos a serem tomados como
conteúdo pelos professores em formação (NASCIMENTO, 2009) em disciplinas dos
três cursos. Mas, sobretudo, revelam um quadro diferente quantitativamente na
configuração dos cursos: a) Ao considerar que os três cursos têm 27 disciplinas, em 8
disciplinas do curso de Inglês os documentos orientadores e obras sobre gêneros são
referenciadas; no curso de Espanhol esse número sobe para 9 disciplinas; e em
Literatura também o número é de 9 disciplinas. b) Os documentos e as obras aparecem
marcados (“x”) em 12 enquadramentos da Tabela 2/curso Letras/Inglês; em 15 na
Tabela 3/curso Letras/Espanhol; e em 14 na Tabela 4/curso de Letras/Literatura. c) Em
Letras/Inglês, dois documentos orientadores são referenciados: os Orientadores
Curriculares para o Ensino Médio (OCEMs) e a DCE, enquanto que em Espanhol e em
Literatura mais um documento compõe o conteúdo programático de disciplinas: os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). d) Sete obras sobre a base teórico-
metodológica dos gêneros estão listadas nas bibliografias básicas das disciplinas da
grade do curso de Inglês:
1 BEZERRA, M.A.; DIONISIO, A.P.; MACHADO, A.R. (orgs.). (2007) Gêneros textuais e
ensino.
2 BONINI, A.; MEURER, J.L.; MOTTA-ROTH, D. (orgs.). (2005) Gêneros: teorias,
métodos, debates.
3 KARWOSKI; A.M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K.S. (org.). (2005) Gêneros textuais:
reflexões e ensino.
4 KOCH, I. V. e ELIAS, V. M. (2006) Ler e compreender: os sentidos do texto.
5 KOCH, I. V. e ELIAS, V. M. (2009) Ler e escrever: estratégias de produção textual.
6 MARCUSCHI, L. (2008) A. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão.
7 SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica,
2003.
Tabela 5: Obras listadas nas biografias básicas das disciplinas dos cursos de Letras
Sobre essas obras, ressaltamos que além de elas presentificarem a base teórico-
metodológica sobre os gêneros discursivos/textuais, são formadas de estudos que
relatam eventos de letramento que tomam como eixo organizador do ensino de língua os
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gêneros. O relato de experiências é uma ferramenta importante na formação docente,
pois, coloca os professores em formação em atividade mental, o que proporciona que
eles possam comparar, analisar, abstrair, generalizar, tomar consciência do uso concreto
do instrumento (LEONTIEV, 2004). Bem como auxilia no ativar do processo de
instrumentalização necessário para a internalização de instrumentos (RABARDEL,
1995). Em contato com o que já foi concretamente realizado, o professor em formação
tem a oportunidade de elaborar adaptações, quando o caso, conforme suas finalidades
específicas e diante de seu contexto específico (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2006).
Destacamos ainda que, as 7 obras listadas na Tabela 5 também fazem parte das
bibliografias de disciplinas do curso de Literatura e do curso de Espanhol, com a
diferença que em Espanhol uma oitava obra é citada em três disciplinas diferentes:
Metodologia de ensino de língua espanhola - 3º ano, em Prática de Ensino de Língua
Espanhola - 3º ano, e em Prática de Ensino de Língua Espanhola - 4º ano. Obra:
BAKHTIN, M. (1999) Estética da criação verbal. Este fato evidencia uma
diferenciação em uma perspectiva qualitativa na estrutura do curso de Espanhol diante
dos outros dois cursos. Essa obra, mais especificamente em seu capítulo “Os gêneros do
discurso”, marca uma importante definição de gêneros. Segundo os estudos de
Rodrigues (2004), desde a Antiguidade, o campo artístico-literário e a Retórica já se
ocupavam dos gêneros em seus estudos, porém em um conceito “apartado da vida
social, e não como formas discursivas que se distinguem dos gêneros de outras esferas
sócio-ideológicas” (RODRIGUES, 2004, p. 422). Por isso, Bakhtin é considerado o
precursor da visão de gênero em uma perspectiva social, histórica, ideológica e
discursiva, uma vez que esta concepção, conforme Rodrigues (2004), está contemplada
em grande parte dos trabalhos do autor, e mais especialmente ainda em Estética da
criação verbal no capítulo mencionado.
Dessa forma, pelo até aqui exposto, nossa assertiva é a de que aquele que cursa
Letras/Literatura, e mais ainda aquele que cursa Letras/Espanhol tem mais contato com
as orientações e as bases teórico-metodológicas sobre os gêneros e seu ensino do que os
que cursam Inglês. Isto é, os alunos de Literatura e Espanhol são expostos a mais
atividades externas, a mais séries de eventos externos do que os alunos de Inglês
(VYGOTSKY, 2007). Afirmativa que vai ao encontro das respostas dos bolsistas: dos 9
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bolsistas que cursam Espanhol, 56% deles afirmaram já terem estudado os aspectos
teórico-metodológicos sobre os gêneros em alguma disciplina do curso, no caso dos
alunos de Literatura, 75% deles fizeram a mesma afirmativa, enquanto que dos 9
bolsistas que cursam Inglês, 56% deles relataram que não se lembravam de terem
estudado nada a respeito de gêneros. Assim, esses alunos do curso de Inglês poderiam
ser os mesmos (41%) que afirmaram não se lembrarem de terem estudado algo sobre os
gêneros nas disciplinas que cursaram ou, conforme hipótese já apresentada, poderiam
ser o grupo de alunos que, no momento da pesquisa, cursavam o início do 2º ano da
graduação. Como já posto, dos 22 pibidianos, 68% deles cursavam o início do 2º ano de
um dos cursos (outros 14 % cursavam o 3º ano; e 18% o 4º ano). As Tabelas 2, 3 e 4
expõe que os documentos e as obras estão mais centralizados mesmo nos conteúdos
programáticos de disciplinas dos 3º e dos 4º anos.
Entretanto, voltando-nos à Tabela 1, os números não convergem com essa
hipótese: dos 50% dos bolsistas que responderam terem estudado os gêneros em uma
das disciplinas na universidade, 27% mencionam a disciplina de Oficina de leitura e
produção textual e outros 5% Teoria literária, sendo que ambas disciplinas estão na
grade dos três cursos no 1º ano. Portanto, não há como afirmar que os segundos-anistas
formam o todo daqueles que não tiveram contato com os gêneros.
Diante disso, e, principalmente, pelo fato da disciplina de Oficina de leitura e
produção textual ter sido a mais citada, o que nos chamou muito a atenção, decidimos
por analisar, mais especificamente, o Programa de Ensino dessa disciplina, presente nos
PPCs dos três cursos e no primeiro ano dos três cursos. O resultado foi o de que tanto
em sua ementa como em seu conteúdo programático nenhuma menção é feita aos
gêneros, e em sua bibliografia básica apenas uma obra sobre a base teórico-
metodológica sobre gêneros é citada: KOCH, Ingedore G.V.; ELIAS, V.M. (2006) Ler e
compreender: os sentidos do texto (obra listada nas 7 referenciadas e também presente
em outras disciplinas). Esta obra, em seu 5º capítulo, traz a noção de gênero textual,
desenvolvida a partir de Bakhtin, como objeto de discussão, e como forma de
exemplificar as discussões teóricas, o capítulo é ilustrado com diversos e diferentes
gêneros. Mas ao trabalhar com apenas uma obra, seria suficiente para a disciplina se
destacar tanto das demais?
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Dessa forma, buscando compreender sobre o que mais a disciplina presentifica,
realizamos uma nova pesquisa com os bolsistas PIBID, questionando-os sobre quem foi
o professor que ministrou a disciplina de Oficina de leitura e produção textual. Dois
professores foram citados, um denominado ficticiamente de João, e o outro, também
nome fictício, foi o José.
João foi o professor, no primeiro ano, da referida disciplina, de todos os alunos
que cursam o 2º ano de Espanhol, o 2º de Literatura, o 4º de Literatura, e para dois que
cursam o 3º de Inglês. E José ministrou a disciplina, no primeiro ano, para os alunos do
2º ano de Inglês e do 4º de Inglês e para um aluno que cursa o 3º de Espanhol. Ou seja,
a maioria dos alunos de Espanhol e Literatura foram alunos do professor João na
disciplina de Oficina. Frente a esse resultado, solicitamos a alguns alunos dos dois
professores, por amostragem, os materiais didáticos que receberam durante toda a
disciplina de Oficina. Ao analisarmos os materiais, a constatação foi a de que o
professor João presentificou a teoria e metodologia de ensino dos gêneros por meio de
outros materiais além do listado na bibliografia do Programa de ensino, a saber:
Obras/materiais Observações
1 THEREZO, G.P.
Redação e Leitura para
Universitários
Em seu 3º capítulo “Gêneros textuais e tipos de textos”,
apresenta definições e exemplicações a respeito de como as
tipologias textuais constituem os gêneros.
2 KOCH, I.G.; ELIAS,
V.M. Ler e escrever:
estratégias de produção
textual
Em seu capítulo 3, “Escrita e práticas comunicativas” (p. 53-
71), as autoras expõem os conceitos de gêneros; funcionalidade
social e comunicativa; estruturação: tema, construção
composicional, estilo (base Bakhtiniana); sequencialidade (base
Bronckartiana).
Exercícios Várias atividades de classificação de gêneros; de
reconhecimento de estruturas formais e de elementos
linguísticos/gramaticais que compõem gêneros específicos
formam o material didático.
Tabela 6: Obras presentes no material didático do professor João
Já no caso do material do professor José, que lecionou a disciplina de Oficina
para a maioria dos alunos do curso de Inglês, nenhum desses ou outros materiais que
presentificam os gêneros e seu ensino foi encontrado. Inclusive a obra de Koch e Elias
(2006) listada no Programa de Ensino da disciplina também não fez parte do material
visto pelos alunos durante o ano letivo.
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Portanto, sem nenhuma pretensão de julgar as concepções e ações pedagógicas
como certas ou erradas, pois nenhum tipo de julgamento constitui nossos objetivos nesta
pesquisa, confirma-se a interpretação já posta de que os alunos de Espanhol e de
Literatura são expostos a um número (quantitativo e qualitativo) mais significativo de
atividades externas necessárias para que o processo de internalização de um instrumento
aconteça (VYGOTSKY, 2007) do que os alunos de Inglês.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao investigar o processo de formação inicial dos bolsistas ID do subprojeto
Letras/Português do campus Jacarezinho, os resultados demonstraram que os alunos que
cursam Letras/Espanhol e Letras/Literatura estão sendo mais preparados para ensinar a
língua portuguesa tendo os gêneros como eixo organizador de suas ações pedagógicas e
como conteúdo a ser ensinado, do que os alunos de Letras/Inglês. As disciplinas que
foram dos dois primeiros cursos abordam a base teórico-metodológica dos gêneros
textuais e os documentos orientadores das ações docentes de forma mais representativa
do que as disciplinas do curso de Inglês.
Assim, com base no encontrado, a coordenação do subprojeto elaborou um
ciclo de estudos com todos bolsistas tomando como obras norteadoras:
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo/SP: Martins Fontes, 2003.
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para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. e
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apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. e colaboradores. Gêneros
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