O PAPEL DOS JOGOS LÚDICOS NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

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O PAPEL DOS JOGOS LÚDICOS NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA Patrícia Raffin Ancinelo 1 Leia Palma Caldeira 2 Resumo A utilização de jogos lúdicos auxilia o sujeito aprendente durante a construção de novas estruturas mentais, pois este recurso permite que a criança experimente vivências nas áreas cognitiva, afetiva e psicomotora. Trata-se de um instrumento importantíssimo para o professor mediar o processo de construção da aprendizagem de uma forma mais dinâmica e atraente, contemplando os interesses e necessidades dos alunos e possibilitando, assim, que ocorram saltos qualitativos no processo de ensino- aprendizagem. Ressalta-se que, nos primeiros anos de vida, as crianças estão descobrindo a si mesmas e o ambiente que as cerca, agindo e interagindo a todo momento sobre este, e o jogo, utilizado como meio de expressão de suas ansiedades, emoções e afetos, permite que a criança desenvolva a sua autoconfiança e se ajuste ao grupo em que está inserida, e o papel do professor é essencial no planejamento e seleção das atividades a serem trabalhadas no contexto da sala de aula. Palavras-chave: Jogos, Ludicidade, Psicomotricidade, Construção da Aprendizagem Alguns teóricos da educação entendem que crianças e adultos aprendem de formas diferentes. Para as crianças, é necessária a construção de novas estruturas mentais na formação de sua inteligência. Isto não acontece de maneira isolada, sendo parte de todo o processo cognitivo, emocional e psicomotor. Para o ser humano, a aprendizagem é tão importante quanto o desenvolvimento social, e o jogo constitui uma ferramenta pedagógica que também promove o desenvolvimento cognitivo e social do ser. O jogo pedagógico pode e deve ser visto como um instrumento promotor de alegria quando uma criança está jogando, o faz pelo prazer, diversão, e, por meio destas, emerge a aprendizagem. Dependendo da forma como o professor explora este instrumento, pode ensinar esquemas de relações interpessoais e de convívio éticos. 1 Acadêmica daUniversidade da Região da Campanha – URCAMP Alegrete. 2 Orientadora

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O PAPEL DOS JOGOS LÚDICOS NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA

Patrícia Raffin Ancinelo1 Leia Palma Caldeira2

Resumo

A utilização de jogos lúdicos auxilia o sujeito aprendente durante a construção de novas estruturas mentais, pois este recurso permite que a criança experimente vivências nas áreas cognitiva, afetiva e psicomotora. Trata-se de um instrumento importantíssimo para o professor mediar o processo de construção da aprendizagem de uma forma mais dinâmica e atraente, contemplando os interesses e necessidades dos alunos e possibilitando, assim, que ocorram saltos qualitativos no processo de ensino-aprendizagem. Ressalta-se que, nos primeiros anos de vida, as crianças estão descobrindo a si mesmas e o ambiente que as cerca, agindo e interagindo a todo momento sobre este, e o jogo, utilizado como meio de expressão de suas ansiedades, emoções e afetos, permite que a criança desenvolva a sua autoconfiança e se ajuste ao grupo em que está inserida, e o papel do professor é essencial no planejamento e seleção das atividades a serem trabalhadas no contexto da sala de aula.

Palavras-chave: Jogos, Ludicidade, Psicomotricidade, Construção da Aprendizagem

Alguns teóricos da educação entendem que crianças e adultos aprendem de

formas diferentes. Para as crianças, é necessária a construção de novas estruturas

mentais na formação de sua inteligência. Isto não acontece de maneira isolada, sendo

parte de todo o processo cognitivo, emocional e psicomotor.

Para o ser humano, a aprendizagem é tão importante quanto o

desenvolvimento social, e o jogo constitui uma ferramenta pedagógica que também

promove o desenvolvimento cognitivo e social do ser. O jogo pedagógico pode e deve

ser visto como um instrumento promotor de alegria quando uma criança está jogando, o

faz pelo prazer, diversão, e, por meio destas, emerge a aprendizagem.

Dependendo da forma como o professor explora este instrumento, pode

ensinar esquemas de relações interpessoais e de convívio éticos.

1 Acadêmica daUniversidade da Região da Campanha – URCAMP Alegrete. 2 Orientadora

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Não se pode negar que o aspecto afetivo é elemento fundamental na criança.

De seu desenvolvimento dependem o crescimento do intelecto (cognitivo) e do próprio

corpo (psicomotor).

Wallon (1934) considera a criança:

Como social desde o nascimento e proclama os processos afetivos como anteriores a quaisquer outros tipos de comportamento. Ele enfatiza a profunda vinculação existente entre a afetividade e movimento na base de todas as formas de interação da criança pequena, seja com o mundo físico ou social. Através da emoção, a criança adquire seqüências de ações diferenciadas e instrumentos intelectuais capazes de ir construindo sua diferenciação e compreensão de si mesma e de outros sociais (apud VASCONCELLOS, 1995, p. 40).

A criança já nasce em um núcleo social, que é a família. O primeiro contato

com o seu meio é a troca de afeto e é, a partir deste, que se estabelece uma relação com

o mundo que se processa durante toda a sua vida. O conhecimento e a aceitação de si

mesmo e do outro nasce do desenvolvimento emocional, afetivo e, conseqüentemente,

social. A percepção de si, do outro e do meio ocorre de forma gradativa e desperta nela

a curiosidade, a vontade natural de conhecer mais, de aprender. Assim, passa a abrir-se

para o segundo aspecto formador da personalidade: o cognitivo.

A posição piagetiana mudou muito a nossa concepção do desenvolvimento infantil. A criança não está recebendo passivamente as influências do exterior e aprendendo só em virtude dessas influências, mas, pelo contrário, procura ativamente estímulos e produz as situações nas quais aprende. O seu papel na aprendizagem é completamente ativo. (DELVAL, 2002, p. 64).

Além de ativa, a criança é completamente independente para aprender e

apreender conhecimentos. Ela própria busca o saber e lança mão de tudo ao seu alcance

para ajudar-se neste objetivo. Desvendar o meio em que ela vive faz parte da elaboração

da sua personalidade. Interagir é questão de sobrevivência.

O despertar intelectual, tendo sido desencadeado pelo social e afetivo, leva a

criança ao terceiro elemento constituinte de sua individualidade, que é o

desenvolvimento psicomotor.

O brincar é parte essencial do processo de desenvolvimento infantil, cognitivo

e afetivo-emocional, não devendo ser visto como uma atividade complementar,

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supérflua ou até mesmo dispensável. A criança, do nascimento aos seis anos, percorre,

em curto período de tempo, aquilo que a humanidade levou milênios para conseguir

atingir. Os esquemas lúdicos auxiliam que a criança desenvolva suas estruturas mentais

de forma muito simples e rápida.

Brincando, a criança vai construindo os alicerces da compreensão e utilização de sistemas simbólicos como a escrita, assim como da capacidade e habilidade em perceber, criar, manter e desenvolver laços de afeto e confiança no outro. Esse processo tem início desde o nascimento, com o bebê aprendendo a brincar com a própria mãozinha e, mais adiante, com a mãe. Assim como aos poucos vai coordenando, agilizando e dotando seus gestos de intenção e precisão progressivas, vai aprendendo a interagir com os outros, inclusive com seus pares, crescendo em autonomia e sociabilidade (OLIVEIRA, 2002, ).

Para a criança, as brincadeiras proporcionam um estado de prazer, o que leva à

descontração e, conseqüentemente, ao surgimento de novas idéias criativas que

facilitam a aprendizagem de novos conteúdos e interações conscientes e inconscientes,

favorecendo a confiança em si e no grupo em que está inserida.

Para Freud, o brincar seria o caminho mais saudável para sublimar as energias

libidinais, ao invés de reprimi-las e, posteriormente, incorrer em uma tortura psíquica e

posterior neurose. O brinquedo não tem função apenas de dar prazer à criança, mas de

libertá-la de frustrações, canalizando suas energias, dando motivo e importância à sua

ação, além de explorar todo o seu potencial de criatividade e imaginação, auxiliando a

formar um ser humano mais pleno consigo mesmo e com os demais.

Para os cognitivistas, o jogo assume diferentes significados: Wallon(1981) interpreta o jogo como uma forma de transgressão do cotidiano e de normas. Bruner (1976) atribui ao ato lúdico a possibilidade de exploração de problemas. Vygotsky (1988) interpreta a brincadeira como uma situação imaginária mediatizada pela relação que a criança tem com a realidade social. Gardner (1998) entende a brincadeira como a elaboração de roteiros cognitivos manifestos em seqüências simbólicas, quando tratar um objeto como se fosse outro em brincadeiras de faz-de-conta é a forma principal de metarrepresentação. Piaget (1976) busca a equilibração como mecanismo de adaptação da espécie em que a brincadeira gera comportamentos de assimilação e acomodação (PERONDI, 2001, p.141).

O jogo é uma atividade com objetivos claros para o desenvolvimento da

criança, que constrói, por meio da interação, a percepção futura de mundo do sujeito.

Na educação, o brincar deve ser tão valorizado quanto o cuidado, o amor, o

descanso e a nutrição. O brincar em movimento, para a criança, é a representação de seu

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cotidiano. Por meio dele, expressa sua criatividade, sentimentos e descobertas sobre si

mesma, o outro e o meio ambiente. A curiosidade e agitação naturais entre as crianças

fazem do movimento um estímulo para o seu crescimento biológico, intelectual e

emocional.

Quando o movimento é compreendido na sua real complexidade, torna-se impossível separar o “poder fazer” (dimensão psicomotora), “o saber fazer” (dimensão cognitiva) e o “querer fazer” (dimensão sócio-afetiva). A conjunção de todos esses fatores parece ser conseqüência da orientação teórica de alguns autores (entre eles, Piaget, Wallon e Vygotsky), que entendem a atividade motora como um meio de adaptação, de transformação e de relacionamento da criança com o seu mundo (COLELLO,1995, p.19).

Apesar de o movimento ter valor em si mesmo, a sua maior valia é possibilitar

às crianças correção de seus problemas e a facilitação de sua aprendizagem. Para haver

um desenvolvimento psicomotor bem-sucedido e posterior inserção em um ambiente

alfabetizador estimulante, é necessário que o educando realize a exploração do mundo

que o cerca, a resolução de problemas e o sentimento de sucesso em resposta aos vários

desafios contidos na sua vida cotidiana.

Segundo Piaget (apud DELVAL, 2002, p. 91),

O jogo e, principalmente, o jogo simbólico permite a transformação da realidade por assimilação às necessidades do ego e, deste ponto de vista, desempenha um papel fundamental, porque proporciona à criança um meio de expressão própria e lhe permite, ademais, resolver por meio dele conflitos que se apresentam no mundo dos adultos.

Para a criança, o jogo é uma atividade livre e, principalmente, um alegre meio

de novas aprendizagens, intimamente ligadas à natureza do ser vivo em crescimento.

Segundo Vygotsky (1966):

Cada indivíduo aparece como ativo participante de sua própria existência construída na inter-relação com outros sociais. Para ele, a cada estágio do desenvolvimento, a criança adquire a capacidade com a qual ela pode, competentemente, afetar o seu meio social e a si mesma. (apud VASCONCELLOS, 1995, p. 46)

Assim como Wallon, Vygotsky não admite desenvolvimento cognitivo

independente do contexto social, histórico e cultural. A aprendizagem se dá por meio de

um processo de internalização do conhecimento, mediante a interação sujeito-meio.

Cria-se, então, o conceito de Zona do Desenvolvimento Proximal:

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É a distância entre aquilo que a criança sabe fazer sozinha (o desenvolvimento real) e o que é capaz de realizar com ajuda de alguém mais experiente (o desenvolvimento potencial). Dessa forma, o que é Zona de Desenvolvimento Proximal hoje vira Nível de Desenvolvimento Real amanhã (REGO apud PELLEGRINI, 2001, p. 25).

O Nível de Desenvolvimento Real refere-se às funções que já amadureceram

no indivíduo, permitindo-lhe a realização de tarefas de forma independente, levando em

consideração o que já está pronto e determinando o que pode ser feito. Já o Nível de

Desenvolvimento Potencial diz respeito às funções que ainda estão amadurecendo,

determinando que a realização de uma tarefa depende do auxílio de outra pessoa,

levando em consideração o que está em processo de formação, que pode concluir

através da ajuda oferecida: aquilo que uma criança é capaz de fazer com a ajuda de

alguém hoje ela conseguirá fazer sozinha amanhã. É como se o processo de

desenvolvimento progredisse mais lentamente que o processo de aprendizado; o

aprendizado desperta processos de desenvolvimento que, aos poucos, vão tornar-se

parte das funções psicológicas consolidadas do indivíduo.

Vygotsky discute o papel do brinquedo na vida da criança porque, através do

ato de brincar, cria-se uma situação de transição entre a ação da criança com objetos

concretos e suas ações com significados. Brincar faz parte do aprendizado, tão

importante para Vygotsky, pois, segundo ele, é essencial para o desenvolvimento

humano e se dá, sobretudo, pela interação social.

No brincar a criança está sempre acima de sua idade média, acima de seu comportamento diário. Assim, na brincadeira de faz-de-conta, as crianças manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. Nesse sentido, a aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento. Deste ponto de vista, aprendizagem não é desenvolvimento; entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2002, p. 132).

Por meio dele, criam-se e confirmam-se comportamentos culturais e sociais. O

jogo permite a expressão ludocriativa, podendo abrir novas perspectivas do uso dos

códigos simbólicos.

Mas, para que estas idéias se consolidem, é importantíssimo compreender os

diferentes estágios de desenvolvimento mental infantil e adequar os brinquedos às

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potencialidades das crianças e, sobretudo, buscar diversificá-los com o objetivo de

explorar novas inteligências e áreas ainda não desenvolvidas.

Os jogos podem ser divididos em várias categorias; uma delas seria a de

exercício ou funcionais, quando bebês (período sensório-motor), tendo como intenção

atingir um objetivo. Após consegui-lo, segue realizando a atividade pelo prazer que esta

lhe proporciona. Para a etapa pré-operatória, por volta dos dois anos, inicia-se o jogo

simbólico ou ficcionais, em que a criança passa a assumir papéis e usar símbolos, dando

outra função aos objetos em sua volta. Logo em seguida, ou mesmo simultaneamente,

aparecem os jogos receptivos, em que o adulto interage e estimula a criança, por meio

da fala, a perceber as diferenças existentes entre o pensar e o agir. Por volta do terceiro

ou quarto ano de vida, devem-se explorar os jogos construtivos, que favorecem explorar

intensamente a sensibilidade e as linguagens naturalistas da criança. A partir dos quatro

anos, alcançando o seu auge em torno dos seis anos, evidencia-se o jogo de regras, que

geralmente coincide com o estágio operatório-concreto e vai até o início da

adolescência. É atividade puramente social, desempenhando importante papel nas suas

relações interpessoais.

Os jogos não devem ser classificados pela faixa etária da criança, mas sim pelo

que eles objetivam desenvolver, devendo-se observar o contexto em que serão

desenvolvidos e como estarão integrados e interligados no restante dos conteúdos, pois

não adianta trabalhar uma única vez com um determinado jogo, visando a desenvolver

uma determinada habilidade na criança, já que isto não acontecerá se este aspecto não

for continuamente explorado em outras atividades.

CONCLUSÃO:

A atividade lúdica espontânea traz implícito um convite para a criança

expressar-se de muitas formas, como movimentos corporais, convivência social,

músicas, danças, dramatizações, entre outras. No espaço lúdico, a criança desenvolve

suas potencialidades e concretiza uma experiência de funcionamento do indivíduo em

uma convivência dinâmica.Pelo ato de brincar (faz-de-conta, desenho etc), a criança

pode desenvolver a confiança em si mesma, sua imaginação, a auto-estima, o

autocontrole, a cooperação e a criatividade; o brinquedo revela o seu mundo interior e

leva ao aprender fazendo. A escola que respeitar este conhecimento de mundo prévio da

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criança e compreender o processo pelo qual a criança passa até alfabetizar-se,

propiciando-lhe enfrentar e entender com maior tranqüilidade e sabor os primeiros anos

escolares, poderá ser considerada um verdadeiro ambiente de aprendizagem.

Referências Bibliográficas

DELVAL, Juan. Crescer e Pensar – A construção do Conhecimento na Escola. 2 ed.

Porto Alegre: Artmed, 2002.

OLIVEIRA, Vera Barros de (org.). O Brincar e a Criança do Nascimento aos Seis

Anos. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

OLIVEIRA, Vera Barros e BOSSA, Nadia A. Avaliação Psicopedagógica da Criança

de Zero a Seis Anos. 8 ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

PELLEGRINI, Denise. Aprenda com eles e ensine melhor. REVISTA NOVA

ESCOLA. Jan/Fev, 2001, p. 26.

PERONDI, José Dario, et al. Processo de Alfabetização e Desenvolvimento do Grafismo Infantil. Caxias do Sul: EDUCS. 2001. VASCONCELLOS, Vera M. R. e VALSINER, Joan. Perspectiva Co-construtivista na Psicologia e na Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.