O Minuano No 136

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Revista especializada em náutica do clube Veleiros do Sul

Transcript of O Minuano No 136

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    ANUNCIO O MINUANO versao final

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    ANUNCIO O MINUANO versao final

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  • EXPEDIENTEPALAVRA DO COMODORO

    ComodoroEduardo Ribas

    Vice-Comodoro EsportivoDiego Quevedo

    Vice-Comodoro AdministrativoRenato Poy da Costa

    Vice-Comodoro PatrimnioAndr Huyer

    Vice-Comodoro SocialChristian Willy

    Prefeito da Ilha Chico ManoelLuiz A. Morandi

    OuvidoriaEduardo Scheidegger Jr.Escola de Vela MinuanoDiretor: Christian WillyConselho Deliberativo

    PresidenteNewton Aerts

    Vice-PresidenteLuiz A. MorandiConselho Fiscal

    Titulares: Frederico Roth, Ccero Hartmann e Flvio Neumann

    Suplentes: Luiz G. Tarrago de Oliveira, Ricardo Englert e Paulo A. Hennig

    O Minuano uma publicao do clube Veleiros do Sul.Fones: 55 (51) 3265-1717 3265-1733 / 3265-1592

    Endereo: Av.Guaba, 2941 Vila Assuno Porto Alegre Brasil

    CEP: 91.900-420E-mail: [email protected]

    Site: www.vds.com.br

    Editor:Ricardo Pedebos - MTB 5770/RS

    Textos e Fotos:Ricardo Pedebos e Ane Meira Mancio

    Foto Capa: Fred HoffmannProjeto Grfico e Diagramao:

    Renato NunesFotolitos e Impresso:

    Grfica CalbriaTiragem: 1.300 exemplares

    Distribuio: Scios do VDS, diretorias dos clubes nuticos e marinas do Brasil. Clubes da

    Argentina, Chile e Uruguai.

    Prezados Associados

    Passados quatro meses desde que assumimos a Comodoria dirijo-me aos nossos associados pela primeira vez neste espao editorial do O Minua-no. Nesse perodo procuramos dinamizar a gesto para implementar nossos projetos. Algumas pro-postas esto sendo concretizadas e j conhecidas pelos scios. Iniciamos com a revitalizao na nossa sede, a criao do espao de convivncia, nova moblia para a varanda, recuperao do assoalho do salo social e ampliao do Trapiche 3, alm de obras contnuas de manuteno.

    Dando sequncia, a Escola de Vela aumentou o nmero de alunos e suas ativi-dades tm integrado as crianas e suas famlias no ambiente do Clube. As flotilhas esto fortalecidas e os projetos esportivos se encontram em pleno andamento. No final de abril recebemos a visita do ministro do Esporte George Hilton e os dirigentes da Confederao Brasileira de Clubes para a cerimnia de assinatura da Ordem de Incio do Convnio CBC-Clubes, no qual o Veleiros do Sul um dos conveniados. O clube recebeu um repasse de R$ 1.202.010,95 da CBC proveniente da Lei Pel para o seu Projeto de Formao Olmpica I.

    O compromisso de toda Comodoria trabalhar para manter o Clube como um local de lazer prazeroso, amistoso e seguro. Um espao onde todos possam principal-mente desfrutar daquilo que amamos, que a nutica. Acredito que a grande con-tribuio para o bem-estar da vida social do Clube compreendermos o sentimento dos seus associados. Por isso mantemos um dilogo franco e aberto com todos e constantemente estamos investindo no que necessrio para nossa estrutura. E tudo acompanhado de uma boa gesto, dinmica equilibrada, como deve ser.

    Adotamos o gerenciamento indito de trabalhar com oramento anual, com re-vises trimestrais para termos o controle financeiro exato da nossa gesto e podermos desenvolver projetos consistentes no Clube. Tambm ressalto que mantivemos as me-didas administrativas aplicadas pelas comodorias passadas visando a continuidade do gerenciamento. E todo esse trabalho tambm tem sido compartilhado com o nosso Conselho Deliberativo.

    Nesta edio de O Minuano trazemos uma conquista indita para a histria do VDS, que o bicampeonato Brasileiro de Optimist pelo nosso velejador Tiago Queve-do, destacando tambm o Sul-Brasileiro de Classe Hobie Cat que definiu a dupla na HC 16 para a equipe brasileira de vela que ir aos Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015. E ainda as participaes nas competies internacionais das nossas flotilhas e de nossas duplas em busca da vaga Olmpica para Rio 2016. Para completar, boas matrias de leitura sobre navegadas e mergulho histrico.

    Ao finalizar gostaria de convidar todos os associados e familiares para participarem das atividades sociais do Clube.

    Bons ventos,Eduardo Ribas

  • Retratos de uma histriaNesta edio trazemos a parte final da galeria de fotos que retrata um pouco da histria do Veleiros do Sul, perodo que vai do incio dos anos 60, quando o Clube iniciou nova etapa na Vila Assuno at dezembro de 2014, ano que completou 80 anos de fundao.

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    1) Sede do Clube no incio dos anos 60; 2) Vista area do Clube e do morro da Vila Assuno e o antigo desmanche de navios; 3) Sharpie velejando dentro da marina em 1964; 4) Movimentao da sede em 1964; 5) O molhe do Clube j com a colocao do seu tradicional farol. O barco Orion II entrando na marina para o seu batizado no dia 14 de abril de 1965; 6) Barcos montando uma boia em frente ao Clube no II Trofu Seival em 1971; 7) Vista area da sede com a piscina em 1971; 8) Campeonato da classe Pinguim em 1971; 9) Trapiche da Ilha Chico Manoel no comeo dos anos 70. O Clube recebeu a concesso em 1966 na comodoria de Mrio Bento Hofmeister; 10) Lanamento da flotilha de Optimist no Veleiros do Sul em 1972. (Esq.) Ralph, Werner e Carlos Henrique Hennig, Ernesto Neugebauer, Bruno e Rita Richter, Roberto Gomes, Jorge Bertschinger, Werner Neugebauer, e Cludia e Walquria Flricke; 11) Batismo da flotilha de Laser do Clube, em abril de 1975;

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    12) Grand Prix Internacional de Motonutica realizado pelo Clube em 1973; 13) Movimentao na marina durante a Semana de Vela Internacional que ocorreu em novembro de 1974 em comemorao aos 40 anos do Veleiros do Sul. Classes: 470, Snipe, Optimist e Oceano; 14) Em plena atividade, a Escola de Vela Minuano sob a direo do comandante Carvalho Armando formou sua primeira turma de Optimist no dia 25 de julho de 1975; 15) Construo do Hangar Gigante, inaugurado em 13 de maio de 1972; 16) Leo-poldo Geyer com Suzana Geyer e amigas no Cairu 1 atracado no Clube. Dcada de 70; 17) I Regata Puerto Buceo (Montevidu) Rio Grande. Largada em 2 de fevereiro de 1975. Vencedor na IOR: Macanudo, de Ery Bernardes (VDS); 18) Orion III, de Egon Barth, sendo embarcado no navio Lloyd Liverpool em Porto Alegre em 1977 para representar o VDS na Admirals Cup na Inglaterra, uma das principais competies da vela de oceano mundial na poca;

  • 19) A urbanizao do lado oeste do Clube em 1989; 20) Primeira competio de Match Race disputada no estado em julho de 1986, promovida pelo VDS; 21) Largada do Trofu Seival no Circuito Conesul de 1993; 22) O V Conesul de Vela tambm valeu como Brasileiro da classe Oceano em 1996; 23) A dupla Boris Ostergren e Ernesto Neugebauer conquista para o Veleiros do Sul o ttulo Mundial da classe Snipe de 1977 em Copenhagen; 24) Homenagem a Leopoldo Geyer (esq.) pelos seus 91 anos de idade no extinto Bar Liliput, local onde nasceu a vela gacha. No encontro, em 1979, Geyer recebeu o ttulo de Patrono da Vela. Presentes: Rose Linck, Terezinha Rosa, Ceclia Hecktheuer, Geraldo Linck, Augusto Hecktheuer, Mrio Hofmeister e Adroaldo Rosa; 25) Vista da marina do Clube em 1979; 26) Em 1980 o VDS criou sua flotilha da classe Star. No dia 7 de dezembro teve o batismo da flotilha com a presena do secretrio da Star na Amrica do Sul, Peter Siemsen. Em 1982 realizou o Campeonato Sul-americano da classe Star;

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    27) Regata do Campeonato Sul-americano da classe 470 realizado no Clube em 1996 com a participao de velejadores de quatro continentes; 28/29) Campeonato Brasileiro da classe Optimist em 2004; 30/31) Campeonato Mundial da classe Soling em 2004. Primeira competio mundial realizada no Veleiros do Sul; 32) Batismo da flotilha de Optimist da Equipe de Vela feito pelo Netuno Lszl Bhm em 23 de agosto de 2003; 33) Tripulaes do VDS no Mundial de 2007 com os prmios de campeo e vice-campeo conquistado por Ccero Hartmann, Flvio Quevedo e Andr Renard; 34) Equipe formada por George Nehm, Marcos Pinto Ribeiro e Lcio Pinto Ribeiro, campe Mundial de Soling em 2007 em Buenos Aires; 35) Porto Alegre Match Race Cup em 2007. O norte-americano Dave Perry derrotou Ccero Hartmann na final e conquistou o ttulo da 4 etapa do South American Match-Race Tour; 36) Regata de Aniversrio dos 70 anos do Clube; 37) Campeonato Sul-americano de Snipe em 2004. O ano teve 15 competies comemorativas dos 70 anos;

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    38) Grand Final Nations Cup ISAF 2009; 39) Brasil fez a final masculina com a Frana; 40) As festas da Copa do Mundo foram em-polgantes, como a cerimnia de encerramento; 41) Campeonato Mundial de Soling no VDS em 2010; 42) Largada da nona regata no dia de encerramento da competio; 43) Premiao do Mundial; 44) Mundial teve a participao de quatro pases. Montagem de boia na raia de Ipanema; 45) Batismo dos Elliott em 2011 com a presena de velejadores e associados;

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    46) 3 Campeonato Ibero-americano de Match Race em 2011; 47) Brasil foi campeo nas divises feminina e Open; 48) Trofu Seival completou 40 anos de disputa em 2010; 49) Campeonato Brasileiro de Laser em janeiro de 2013; 50) Disputa nas classes Laser Stan-dard, Radial e 4.7; 51) Campeonato Sul-americano de Optimist em maro de 2013; 52) VDS foi a sede do primeiro Sul-americano de Nacra 17, com Brasil, Argentina e Uruguai; 53) Torcida na gua; 54) Comemorao da vitria de Gabriel Lopes no Sul-americano; 55) A festa dos 80 anos feita na orla do Clube.

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    O imbatvel Tiago QuevedoVelejador da Flotilha Minuano conquistou o bicampeonato brasileiro e apresentou um desempenho avassalador no Sul-americano de Optimist

    Tiago Quevedo saudado pelo pai Diego e pelos velejadores de Optimist e Laser do Clube, aps a ltima regata

    Flotilha Minuano vive o melhor momento da sua histria. O Optimist do Veleiros do Sul tem alcanado xitos nunca antes conquista-dos, graas ao desempenho dos seus veleja-dores. Se o ano de 2014 foi bom com Tiago Quevedo como o quinto melhor optimista do mundo, o de 2015 est sendo muito melhor.

    Tudo comeou com a presena de 11 ve-lejadores na Copa Brasil de Estreantes no Iate Clube do Rio de Janeiro. Foi o primeiro cam-peonato nacional da turma de estreantes e Lu-cas Stolf foi o melhor colocado em 13.

    A flotilha de estreantes foi maravilhosa com pais e familiares muito integrados, com boa liderana e equipe tcnica. Mas o nosso maior prmio foi ver nossos pequenos guer-reiros na gua enfrentando todas as adversi-dades, relatou a capit da Flotilha Minuano, Mriam Loch.

    Com os estreantes arrebentando, os vete-ranos tinham a responsabilidade de dar show. E como misso dada misso cumprida, Tiago Quevedo conquistou o bicampeonato brasi-leiro da classe, confirmando sua posio de

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    melhor velejador na classe Optimist no pas ao liderar o campeonato do incio ao fim e repetir o bom desempenho de 2014 em Per-nambuco. Ele abriu uma considervel diferen-a de 32 pontos sob o segundo colocado e na primeira fase manteve uma mdia de 1 e 2 nas regatas. Ainda pelo VDS, o campeo sul-americano de 2013 Gabriel Lopes foi o 3 colocado.

    Sentia que me encontrava num bom mo-mento e conhecia meus adversrios. Me pre-parei muito, fiz clnicas no Rio antes do even-to. Meu foco era vencer disse o bicampeo que tambm venceu o ttulo Brasileiro por Equipes de 2015 no RS1 com Gabriel Lopes, alm de Joo Emlio Vasconcelos e Guilherme Plentz do Clube dos Jangadeiros.

    Esta a primeira vez que um velejador gacho vence dois campeonatos brasileiros consecutivos na Optimist. O ltimo bicam-peo do RS foi Frederico Rizzo em 1994 e 1996. Desde o ano passado Tiago tem lidera-do o ranking nacional de Optimist e colocou o Brasil em evidncia no Campeonato Mundial de 2014 ao terminar em quinto lugar na com-petio realizada na Argentina. Aps a vitria, Tiago ainda representou o Optimist brasileiro Mussanah Race Week em Oman.

    CAMPEES AbSOLuTOS NO SuL-bRASILEIRO

    O sucesso da flotilha se repetiu no Cam-peonato Sul-Brasileiro de Optimist no Iate Clube de Santa Catarina. O Veleiros do Sul venceu no Veterano e Estreante, alm de con-quistar pela terceira vez consecutiva classifi-cao para o Mundial de Optimist. Imbatvel entre os veteranos, Tiago Quevedo arrebatou mais um trofu, enquanto o estreante Lucas Stolf conquistou a sua primeira vitria em um campeonato de Optimist e teve a companhia de Pedro Amine no pdio em terceiro.

    Tiago tambm foi o melhor colocado na Seletiva para participar do Mundial de Op-timist que ocorre de 25 de agosto a 05 de setembro na Polnia. Junto com o campeo sul-americano de 2013 Gabriel Lopes cor-rendo seu terceiro Mundial mais uma gran-

    de marca foi conquistada para o VDS: so quatro anos consecutivos que o Clube vem representando o pas no Mundial de Opti-mist. Em 2012 com Thiago Ribas, em 2013 com Gabriel Lopes e em 2014 e 2015 com Tiago e Gabriel. Alm da dupla do VDS, nes-te ano representam o pas no Mundial Tiago Monteiro (Cabanga Iate Clube Pernambuco), Joo Emlio Vasconcellos e Joo Pedro Tats-ch, do Clube dos Jangadeiros. A conquista de quatro das cinco vagas pelos clubes de Por-to Alegre mostra o bom momento da vela de base gacha.

    Nossa delegao que esteve presente no Rio de Janeiro

    Estreantes e Veteranos brilharam no Sul-brasileiro

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    Gabriel e Tiago mostraram preparo tcnico na competio

    SuL-AMERICANO DE OPTIMIST: VICE-CAMPEES POR EquIPES E TOP 10 PARA O VDS

    Realizado em Paracas no Peru, o Sul-americano de Optimist de 2015 contou com 150 velejadores das Amricas e teve o Brasil como Vice-campeo por Equipes. Representando o VDS, Tiago Queve-do e o campeo de 2013 Gabriel Lopes mostraram preparo, alto nvel e excelncia.

    Com garra e esprito coletivo, a delegao brasi-leira conquistou o vice-campeonato Sul-americano por equipes. A equipe BRA 1 de Tiago Quevedo e Gabriel Lopes, que tambm contou com Joo Em-lio Vasconcelos, Joo Pedro Tatsch e Tiago Montei-ro, foi a segunda melhor do continente entre 16 times. Os vencedores foram a ARG 1 da Argentina e em terceiro lugar ficou a CHI 1 do Chile.

    Porm edio no vai ser esquecida to cedo por uma polmica que envolveu Tiago Quevedo na disputa individual. O velejador apresentou um desempenho notvel e esbanjou talento vencendo cinco das nove regatas disputadas. A vitria j era esperada, contudo no penltimo dia de competi-es, Tiago sofreu uma penalizao excessiva que culminou com sua desclassificao em duas regatas, comprometendo a conquista do ttulo. Tiago no se deixou abater com a penalizao e mostrou supera-o ao encerrar sua participao com mais um pri-meiro e um segundo lugar nas duas ltimas regatas, deixando claro a qualidade tcnica na raia.

    Tiago foi o oitavo colocado geral e quinto sul-americano. O campeo de 2013 Gabriel Lopes no deixou por menos e completou o top 10 para o VDS na dcima colocao geral e stima no sul-america-no. A organizao entregou o trofu de campeo ao argentino Juan Igncio Queirel, com vice para o chileno Benjamin Fuenzalida Court e o terceiro lugar ficou com o argentino Dante Cittadini.

    CAMPEES bRASILEIROS DE OPTIMIST

    Campeonato Ano CAMPEO 43 2015 Tiago Quevedo (VDS) 42 2014 Tiago Quevedo (VDS) 41 2013 Pedro Correa (YCSA) 40 2012 Leonardo Lombardi (CNC) 39 2011 Gabriel Elstrod (YCSA) 38 2010 Martin Lowy (YCSA) 37 2009 Caio Freitas (RYC) 36 2008 Carlo Mazzaferro (YCSA) 35 2007 Carlo Mazzaferro (CCC) 34 2006 Alexandre Alencastro (ICRJ) 33 2005 Ronion Silva (GVI) 32 2004 Gabriel Melchert (YCSA) 31 2003 Marco Grael (RYC) 30 2002 Gabriel Lorenzo (CCRJ) 29 2001 Matheus Dellagnelo (LIC) 28 2000 Matheus Dellagnelo (LIC) 27 1999 Bernardo Araripe (ICRJ) 26 1998 Gustavo Mascarenhas (CCRJ) 25 1997 Rafael Godoy de Lima (CNC) 24 1996 Frederico Plass Rizzo (CDJ) 23 1995 Frederico Vasconcellos (CCRJ) 22 1994 Frederico Plass Rizzo (CDJ) 21 1993 Mario Urban (YCB) 20 1992 Andr Otto da Fonseca (ICSC) 19 1991 Rodrigo Amado (CNC) 18 1990 Rodrigo Amado (CNC) 17 1989 Marcelo Reis da F. (CCRJ) 16 1988 Ricardo Dias Paradeda (CDJ) 15 1987 Alexandre Paradeda (CDJ) 14 1986 Luis Felipe Wrelantd (YCSA) 13 1985 Luis Felipe Wrelantd (YCSA) 12 1984 Edson Medeiros Jr. (ICSC) 11 1983 Edson Medeiros Jr. (ICSC) 10 1982 Sergio Machado (ICSC) 9 1981 Carlos Henrique Vanderlei (YCSA) 8 1980 Carlos Henrique Vanderlei (YCSA) 7 1979 Carlos Henrique Vanderlei (YCSA) 6 1978 Otvio Almeida (CCSP) 5 1977 Helio Hasselmann (RYC) 4 1976 Otvio Almeida (CCSP) 3 1975 Eduardo Melchert (YCSA) 2 1974 Marcelo Maia (ICB) 1 1973 Eduardo Melchert (YCSA)

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  • No final de abril a sede ganhou novo mobilirio e um espao de convivn-cia na rea do mezanino. Uma boa surpresa aguardava os associados ao chegarem no domingo, dia 26, no Clube. As mesas e ca-deiras de plsticos da varanda foram substitu-das por mveis de fibra e madeira desenhados especialmente para o VDS pela empresa Srhi Lanka.

    Enquanto o mezanino externo foi repa-ginado com poltronas, namoradeiras e sofs para os associados desfrutarem de um espao de encontro e integrao. A Comodoria tem como meta oferecer maior conforto e comodi-

    Sede com novo mobilirio na varanda e lounge

    Mesas e cadeiras mais charmosas e confortveis Espao de convivncia no mezanino

    dade para os scios e por isso demos um novo aproveitamento para o mezanino e substitu-mos o mobilirio da varanda, comentou o vi-ce-comodoro social Christian Willy. O projeto foi concebido pela Idea Design, da associada Eliane Willy e Carla Alessi Diaz, sem custos para o Clube.

    O domingo ainda teve nails salon no me-zanino com servio de manicure gratuito das 10h s 16h. As mulheres gostaram tanto da ao de beleza que pediram bis. E o almoo, com cardpio especial da Barcelos Gastrono-mia, foi com msica ao vivo da dupla Clvis e Daniela.

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    Parceria com CBC garante verba para Projeto Olmpico do VDS

    Ministro do Esporte George Hilton e polticos compareceram ao Clube para a cerimnia de convnios esportivos

    Comodoria do Veleiros do Sul liderada por Edu-ardo Ribas foi a anfitri do evento que recebeu o ministro do Esporte George Hilton em Porto Ale-gre para as assinaturas de convnios com o Minis-trio do Esporte e a Confederao Brasileira de Clubes (CBC). O encontro ocorreu no dia 30 de abril e oficializou a liberao de recursos para os clubes Veleiros do Sul, Grmio Nutico Unio e Sogipa.

    Os tradicionais clubes gachos passaram a contar com a ajuda de recursos pblicos para for-mao de seus atletas olmpicos e paralmpicos. O ato de descentralizao de recursos para a forma-o de atletas nos clubes selecionados no Edital n 1 de Chamamentos Internos de Projetos (chama-da pblica) da CBC destinou ao Veleiros do Sul o valor de R$ 1.202.010,95, a Sociedade de Gins-tica Porto Alegre (Sogipa) R$ 1.783.000,00 e ao Grmio Nutico Unio R$ 973.129,49.

    A cerimnia de assinatura iniciou por volta das 20 horas no salo social do Clube. Na mesa das autoridades estavam presentes, alm do mi-nistro George Hilton e do comodoro Eduardo Ri-bas, o Diretor de Formao de Atletas da CBC, Fernando M. de Matos Cruz, o presidente da CBC, Jair Alfredo Pereira, os presidentes da Sogi-pa, Ricardo Schwarz e do Grmio Nutico Unio

    Francisco Miguel Schimidt, os deputados federais, Carlos Gomes e Joo Derly, e o deputado esta-dual Srgio Peres. No evento tambm estavam o secretrio municipal de Esportes, Recreao e La-zer, Jos E. Meurer, o vereador Professor Garcia, representando o prefeito Jos Fortunati, e as vere-adoras Sfora Mota e Lourdes Sprenger.

    O Comodoro Ribas foi o primeiro dos dirigen-tes de clubes a falar. Ele comentou sobre a tradi-o do Clube na vela nacional e explicou a desti-nao da verba para o projeto esportivo olmpico. Nosso projeto para a formao de atletas das classes de base, intermedirias e olmpicas. Essa ajuda nos permitir a aquisio de materiais e equipamentos, barcos completos que atendam o propsito do projeto. Estamos adquirindo 25 bar-cos importados. um esporte que acaba tendo uma dificuldade de ampliao da base, por ques-tes de custos, explicou Ribas que tambm agra-deceu ao comodoro Ccero Hartmann, presente no evento, pela participao no convnio com a CBC.

    O ministro do Esporte George Hilton des-tacou a importncia da parceria com o Veleiros do Sul para massificar a prtica esportiva no pas. Os clubes so a base principal da propagao dos esportes. As federaes e confederaes es-

    George Hilton, Jair Pereira, Eduardo Ribas e Joo Derly naassinatura do convnio no VDS

    O bicampeo brasileiro Tiago Quevedo falou em nome dos atletas e foi saudado pelo ministro

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    Ministro George Hilton, Comodoro Eduardo Ribas e presidente da CBC Jair Pereira com o cheque simblico

    Lei PelEm 2011, uma mudana na Lei Pel, feita pela Lei 12.395/11, incluiu a CBC como beneficiria de 0,5% do total da

    arrecadao das loterias da Caixa Econmica Federal ao lado do Comit Olmpico do Brasil (COB) e do Comit Paralm-pico Brasileiro (CPB). O Governo Federal apoiou os clubes, tradicionalmente os grandes formadores de atletas do pas, em sua reivindicao de receber parte da arrecadao das loterias federais. Para que fosse possvel a incluso da CBC nos repasses da Lei Agnelo/Piva, o Ministrio do Esporte abriu mo de porcentagem do que lhe cabe das loterias.

    A CBC aprovou em novembro de 2014 os primeiros 24 projetos que passaram a contar com recursos da arrecadao das loterias. Desde 2011, at o fim de julho de 2014, o montante acumulado era de R$ 150 milhes, que se destina a subsidiar projetos de formao de atletas de base.

    Entre os aprovados estava o Veleiros do Sul com o seu Projeto de Formao Olmpica I. Dos 37 clubes que se sub-meteram a cadastro, 16 tiveram propostas aprovadas, totalizando 24 projetos - 22 olmpicos e dois paraolmpicos - que somam R$ 23 milhes. O Veleiros do Sul tambm passou a integrar o Cadastro Geral de Entidades de Prtica Desportiva (EPDs) e o Conselho de Interclubes da CBC-FNC, rgo de planejamento estratgico e especializado com atribuies de fomentar a formao de atletas olmpicos e paralmpicos.

    to mais focadas nos atletas profissionais, de alto rendimento. Os clubes tm a viso de chegar base, cooptar a criana e prepar-la, comentou George Hilton.

    O velejador Tiago Quevedo, 14 anos, bi-campeo brasileiro de Optimist pelo VDS repre-sentou os atletas na cerimnia. Em nome dos velejadores do Veleiros do Sul gostaria de mani-festar o nosso agradecimento ao Ministrio dos Esportes e Confederao Brasileira de Clubes por este apoio ao nosso esporte. Neste ano me

    tornei bicampeo brasileiro de Optimist, que a classe base da vela de competio. O apoio do meu clube foi fundamental para essa conquista. Na fora de clubes como o nosso est a forma-o de base e olmpica , disse o jovem campeo da vela.

    Ele foi muito aplaudido e cumprimentado pelo ministro George Hilton e por toda mesa. Em seguida foram dados os cheques simblicos das verbas e encerrado o evento houve uma jantar de confraternizao no salo do Clube.

  • Momento decisivo na campanha das duplas olmpicas do Veleiros do Sul. Firmes na disputa pela vaga na Olim-pada do Rio de Janeiro em 2016, Geison Men-des e Gustavo Thiesen na classe 470 masculino com Samuel Albrecht e Gergia Silva na classe Nacra 17 esto a todo o vapor no aguardo da Confederao Brasileira de Vela na definio das equipes para a Olimpada.

    As duplas vm participando de campeo-natos internacionais visando qualificao, como nas etapas da Copa do Mundo da Federao In-ternacional de Vela (ISAF) o que garante maior ritmo e tcnica s nossas equipes.

    Samuca Albrecht e Gica Silva vm apresen-tando desempenho favorvel como os melho-res brasileiros do Nacra 17 nas etapas da Copa do Mundo em que correram e no Trofu Prin-cesa Sofia. Muitos pases j definiram as suas vagas, a flotilha vm ficando mais seleta. Ento aguardamos o prximo Evento Teste em agosto, pois ser o momento de chegarmos mais perto e aprendermos mais, indica Samuel. A dupla realizar treinos em Porto Alegre e em julho re-torna ao Rio.

    Enquanto isso, Geison e Gustavo aparecem como os melhores brasileiros do ranking de 470 masculino da ISAF. Os bicampees sul-america-nos e brasileiros subiram trs posies. Esse o resultado do trabalho da nossa dupla que tem feito um esforo muito grande para competir no

    T chegando a horaDuplas olmpicas do Veleiros do Sul lutam pela indicao vaga olmpica

    Samuca e Gergia esto na frente pela disputa da vaga brasileira para os Jogos Rio 2016

    Geison e Gustavo depois de competirem em Hyres, Marclia, iro para Waymouth em junho

    circuito mundial para aumentar o nvel tcnico com foco na participao na Olimpada destaca o proeiro Gustavo Thiesen.

    Neste ano a dupla, que conta com apoio de Banrisul, Corsan, Vipal, Ritter e Tradener, parti-cipou das etapas de Miami e Hyres da Copa do Mundo, alm do Trofu Princesa Sofia, Copa da Primavera de 470 em Marselha na Frana e Norte-americano de 470. A etapa de Waymouth o prximo desafio da dupla antes dos eventos em julho e agosto no Rio de Janeiro.

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  • Nas guas geladas da AntrticaO arquiteto naval argentino navegou no veleiro Kat, projetado por ele para a expedio Oriente da famlia Schurmann

    Por Nestor Vlker

    O MINUANO20

    Desde minha adolescncia eu sempre quis conhecer pessoalmente a Antr-tica, mas claro, quem iria levar uma criana quando nenhum veleiro argentino ain-da tinha chegado at l. O conhecido Hormi-ga Negra fez isso, recentemente, em 1987. Agora, mais crescido e portanto com pou-

    co tempo disponvel, fui convidado para ir no navio quebra-gelo Comandante Irizar , claro que eu teria que ficar ao longo de toda a ex-pedio Antrtica l, o que me era impossvel. Eu corri a regata Fastnet com o veleiro alemo Nordwind e fui convidado pelo comandante para fazer a Passagem do Noroeste (ou seja, a

    Baa Paraso, prximo da base argentina Almirante Brown

  • O MINUANO 21

    passagem entre o Canad e o Plo Norte) algo que me deu uma grande alegria (se eles no podem ser o gelo do sul ser o norte, dizia a mim mesmo). Isso foi em 2012. Por ironia, nes-te ano ficou apenas um dia aberta a passagem de gelo, onde ns passamos com mais cinco barcos e desde ento no foi reaberto at hoje. Mas a vida nos d satisfaes, no Brasil a famlia Schurmann me encarregou de projetar um ve-leiro de 80 ps para viajar pelo mundo com o objetivo de produzir um filme referente a desco-berta da Amrica pelos chineses, em 1421 (para aqueles que querem saber mais sobre o assunto, h um livro chamado apenas 1421, de um pes-quisador em ingls).

    Acontece que, aparentemente, os chineses tambm teriam chegado na Pennsula Antrti-

    ca e por isso os Schurmann decidiram ir para l para tambm filmar este lugar. Ento, tinha sido me dado a oportunidade, e eu no hesitei ne-nhum momento para embarcar em Ushuaia no Kat, nome do barco dado em memria a menina adotada por eles, falecida na sua adolescncia e que passou grandes momentos ao redor do mundo com a famlia nas viagens anteriores. O barco foi lanado em Itajai, Brasil, e essa foi sua viagem inaugural. Por um inconveniente na instalao de um de seus motores, o barco pas-sou um tempo em Puerto Deseado, Ushuaia, portanto, em vez de partir em janeiro, s pode zarpar no final de fevereiro, poca que o normal seria estar voltando e no indo para a Antrtica. Partimos de Ushuaia ao anoitecer do dia 23, chegando a Puerto Williams na manh seguinte.

    Fotos: Nestor Vlker

  • O MINUANO22

    Navio baleeiro Governoren na Baa Enterprise, da Ilha Nansen Sul

    Baa Dorin, onde invernou Amir Klynk

    Neste local fizemos os papis para atravessar o Estreito de Drake, j que o controle feito dal e do Cabo Horn.

    Neste povoado tambm h um simptico clube instalado um navio onde se renem os navegadores trotamundos. Eu fui at a aldeia Ukika, ltimo povoado de descendentes Yama-nas e ao museo Gardiner, moderno e excelen-te para uma cidade to pequena. De ali par-timos no dia 27 para Caleta Martial, perto do Cabo Horn, para esperar por uma boa janela de tempo e cruzar o Drake. Enquanto isso fo-mos para o Cabo Horn, no qual cruzamos por ida e volta, alm de desembarcamos em terra. Ns fomos para o farol e arredores e carimba-mos nossos passaportes. Por este tempo pas-

    saram os dois primeiros barcos da Barcelona World Race, uma regata de volta ao mundo non stop com apenas dois tripulantes por barco, entre eles o meu amigo Jos Munoz, do Chile. Finalmente veio o tempo bom e partimos em 02 de maro para a Antrtica, onde chegamos com vento franco, depois de atravessar um Drake bastante tranquilo, no dia 5. Entramos pelo canal Nelson entre as ilhas Shetland e fundeamos em Media Luna, onde h uma base argentina que fecharia dentro de alguns dias. Ns passeamos por terra, vi muitos pinguins e um navio bale-eiro abandonado. De l, cruzamos para Puerto Yankee com espetaculares paredes de gelo. Nos deslocamos at um iceberg para obter fotos e fil-mar com o drone.

    De l fomos para a Ilha Deception, que na verdade uma cratera de vulco inundada pou-co ativo, uma vez que em vrias partes da cos-ta sai um vapor quente. H partes que no se aguenta caminhar sobre as pedras. Ns tambm aproveitamos para nos banhar no mar, sim na Antrtica, e com gua super quente. Em Baa Bal-lenera vimos uma grande instalao abandonada da poca de comercializao do leo de baleia. Toda a ilha preta e branca (neve e pedra vulc-nica), muito curioso. Ao fundo da cratera est a Baa Telefon, cujo fundo sobe um metro por ano, ou seja, onde ns fundeamos em trs anos ser terra, embora agora no pudessemos descer em terra firme. De l fomos para Baa Pndulo, onde o nome j diz tudo, no muito estvel. Uma noite, fomos convidados para conhecer um navio de pesquisa brasileiro e jantar a bordo. Curiosa-mente no usa ncoras no fundeio e mantm a proa e sua posio, por mais mais vento que haja, com seus motores de maneira automtica.

    Vista desde o Porto Lockroy

  • O MINUANO 23

    De Deception fomos pelo estreito de Graham para caleta Enterprise, onde estava um navio fa-brica (de processamento de baleias) Governoren semi-afundado. O local muito interessante, nos arredores h muitos botes baleeiros abandonados da poca que somente neste lugar eram caadas mais de 500 baleias por ano. Com um bote fomos a uma baa prxima espetacular com uma pe-dra no meio, as bordas da baa so todas geleiras, com muitas estalactitas de gelo e gua, com uma camada fina congelada. Foi provavelmente o lugar com o maior intensidade geogrfica que eu j vivi. De Enterprise fomos para Cuverville Island. Outro sonho, cheio de pinguins, icebergs e uns matizes espetaculares provocados pelos raios do sol que passavam entre o cu nublado, dando contras-tes incrveis. Sim, mas havia uma foca-leopardo que nos complicou na hora de tirarmos o cabo que tnhamos amarrado numa pedra/ilha. Ela nos olhava feio desde a gua, mostrando seus dentes, e estarmos com o bote prximo a ela, no era muito animador.

    De l, fomos pelo Canal Herrera at Baa

    Paraso. Al a uma base chilena e argentina cha-mada Almirante Brown. Piso no slo Antrtico, pois at ento tudo era apenas ilhas ao largo da pennsula. Na manh ficamos presos entre os gelos, por isso no foi fcil tirar a ncora sob o gelo e sair entre eles, porm com muito esforo conseguimos.

    A prxima parada foi Puerto Lockroy. No caminho fomos sendo acompanhados por ba-leias, que inclusive passaram por debaixo de ns. A base britnica est em uma ilha de pe-dra toda invadida por pinguins. De l, segui-mos a Baa Dorian, onde h outra base argen-tina, mas como em todas bases que passamos, exceto Media Luna (que j estava perto), j tinham sido encerradas pelo trmino da tem-porada. Na Baa Dorian foi onde Amir Klynk, o brasileiro que cruzou o Atlntico a remo, pas-sou um inverno antrtico. O lugar fantstico para descer e andar pela neve. De um lado se v Lockroy e pelo outro Baa Dorian. Com mui-ta coragem, o filho do comandante Schurmann, entrou na gua com a prancha de stand up para

    Baa da Ilha Nansen

  • Stand Up na Antrtica Kat cercado por gelo na Baa Paraso

    um passeio. Voltamos a fundear em Lockroy porque a previso do tempo era de noite bem ventosa e no havia melhor ancoragem por al. No dia seguinte fomos para o ponto mais ao sul de nossa navegada, que foi a base americana Palmer, em Puerto Arturo. Esta estava aberta, mas no baixamos nela. Na manh seguinte, 18 de maro, com bom prognstico, comeamos a cruzar o Drake novamente.

    A travessia foi de contravento, com vento aumentando de intensidade gradualmente para 35 ns, com rajadas de 45, prximo ao Cabo Horn. Chegamos a Puerto Toro, a cidade mais austral do mundo, no dia 21, noite. No dia se-guinte, fomos a Puerto Williams, para novamen-te fazer os papis e, em seguida, para Ushuaia, onde chegamos no dia 23 no final da tarde.

    Curiosidades: Tivemos at 14C negativos

    de noite e 10C negativos de dia. Quando neva e com estas baixas temperaturas, todos os cabos ficam congelados, as adrias e escotas tornam-se barras de gelo, que no podem passar atravs das roldanas, ou seja, rogue para que elas con-sigam ficar presas ou conte s com os motores. As previses do tempo so muito precisas, com as quais pode-se atravessar o Estreito de Drake hoje em dia, sem grandes inconvenientes. Eu recomendo ir Antrtica antes de 5 ou 10 de maro. Fizemos isso bem mais tarde, todavia no me pareceu perigoso; igual no recomendo. Em comparao, a Passagem Noroeste mais aventura e ainda tem ursos polares. Porm a An-trtica muito mais bonita e possui mais vida selvagem. Por outro lado, na Antrtica chegamos aos 65 S e no Norte chegamos aos 75 N, muito mais perto do Plo.

    Canal Herrera, entre Cuvervielle e Baa Paraso

  • O MINUANO 25

    Base inglesa em Porto Lockroy

    Nestor em meio as estalactitas de gelo Foca-Leopardo e aves da Antrtica

    Cuvervielle com sua enorme pinguinera

  • esde longa data vinha fermentando a idia de des-cobrir lugares desconhecidos. Por fora da minha profisso, seguidamente voava sobre a Lagoa dos Patos. Ficava fascinado com o suntuoso delta do Rio Camaqu com seus inmeros canaletes e ilho-tas de todos os tamanhos, aparentemente isolados do resto do mundo. Poderia ser o nosso destino nas prximas frias. A carta 2140 da Marinha, a melhor existente na ocasio, trazia poucos deta-lhes, estes que ns iramos descobrir.

    Deciso tomada. Sem vias de acesso terrestre o caminho evidentemente teria que ser por gua. O meio de transporte a nossa lancha Butterfly de 26 ps com cabine, motor Volvo Penta com rabeta e um motor de popa auxiliar para emergncias. Era 1979 e ficamos aguardando as frias de 1980.

    Note que as facilidades eram nulas. No havia GPS, plotter nem pensar, nem VHF, nem re-ferncias sobre acidentes geogrficos e muito me-nos previso do tempo. Havia um rdio banda do cidado que nunca funcionou.

    Os preparativos. Minha mulher e marinheira Regina foi tratando da alimentao para no mni-mo 6 dias. Quanto a mim, fui logo traando os ru-mos, contornando os bancos de areia e medindo as distncias na venervel carta 2140. A surgiu a primeira dificuldade: o delta do Camaqu tem aproximadamente 5 MN de extenso e uma infi-nidade de pequenas barras secundrias alm das

    Muito antes da virada do Sculo

    Por Geraldo Knippling

    3 barras principais, todas bem visveis do alto. Mas ao nvel do mar era tudo um descampado j que no havia morros por perto. Seria preciso chegar bem prximo para visualizar a entrada. Tarefa di-fcil para quem vem da Lagoa precisando de uma preciso de meio grau na bssola, impossvel de manter, para eventualmente encontrar a entrada. Observei ento que a ltima barra, para W, era a Barra Falsa com acesso ao Brao Morto (no con-fundir com a Barra Falsa de Bojuru). Nome algo ttrico mas certamente nosso destino. A ttica se-ria a seguinte: aproar a costa com um rumo me-nor para chegar l com a certeza que a dita barra estaria para a direita, mais perto ou mais longe, dependendo do erro da navegao. Curvando en-to para a direita (boreste, desculpe) e navegando junto margem, at aparecer a primeira abertura que seria a Barra Falsa.

    22/2/1980 6 FEIRA14:15, partida para pernoite na Chico Ma-

    noel. Para garantir bebidas geladas passamos an-tes pela fbrica de gelo da rua Edu Chaves e en-chemos uma caixa grande de isopor de paredes duplas com gelo seco industrial. O procedimento era colocar diariamente um punhado deste gelo na geladeira de uso. A temperatura do gelo seco de 78 graus negativos. uma beleza mas deve-se ter o cuidado de no pegar com as mos para evi-

    A beleza do delta do rio Camaqu lembrada pelo navegador e autor do livro O Guaba e a Lagoa dos Patos

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    O MINUANO26

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  • tar queimaduras. Como a evaporao desse gelo muito lenta isto nos garantia bebidas e mais alguns itens gelados por 5 a 6 dias. Ainda nos Veleiros do Sul completamos 516 litros de gasolina azul nos 3 tanques da lancha. Na Chico ultimamos os pre-parativos para o grande cruzeiro. Protegemos os pra-brisas dianteiros com uma lona especial para proteo de impacto de grandes ondas na lagoa. Tambm enchemos o dingue e o amarramos no topo do pilot house. s 04:15 do dia seguinte, ain-da escuro, soltamos as amarras tomando rumo de Itapu, por instrumentos. Inicialmente com veloci-dade reduzida por questo de segurana, passan-do a planar ao raiar do dia.

    05:53, passamos pelo farol de Itapu. Quan-do raiou o sol, descortinou-se um lindo dia de ve-ro. O vento era fraco e as grandes ondas fica-riam para o prximo cruzeiro. Na medida em que as horas iam passando, olhando para trs vamos os morros de Itapu desaparecendo na bruma ma-tinal. A esteira deixada pelo barco em movimento precisava ser uma linha reta como prova da habi-lidade do timoneiro para chegar ao destino. No tnhamos piloto automtico. A rabeta era muito ruidosa e dificultava a comunicao entre os tripu-lantes mas seu ronco no deixava de impor uma certa confiana no equipamento, tipo ganhar no grito. Tnhamos que manter os rumos com a mxi-ma preciso para acertar a foz do Brao Morto l no Camaqu. Regina era habilidosa em manter o rumo da bssola. Passamos pelo travs do impo-nente farol de Cristvo Pereira e pela bia Dona Maria antes do meio-dia.

    Ofereci uma Coca-Cola (gelada) Regina enquanto apreciava a esteira e a marola na nos-sa popa. Vi ento que em vez de ser uma linha reta descrevia um ziguezague preocupante. Como Coca-Cola no tem lcool fui ver o que havia com a marinheira. Ela tomava um gole e colocava a lata ao lado da bssola. Cada vez que fazia isto a bssola desviava uns 20 graus para o lado, atrapa-lhando a navegao sem que ela percebesse. Logo pensei na barra do Brao Morto. Apresso-me a di-zer que nessa poca as latinhas de refrigerante e

    A lancha Butterfly fundeada no brao da Barra Falsa

    cerveja eram de material ferroso, latas mesmo. Isto no aconteceria hoje com as latas de alumnio.

    Nem com binculo e muito menos sem ele avistamos o farolete do Vitoriano na ponta do ban-co do mesmo nome, onde deveramos mudar o rumo para a direita (boreste, desculpe). Era s cu e gua. Acendeu a luz amarela da preocupao! Ser que o farolete foi recolhido para manuteno ou arrancado por um temporal? O episdio da lata de Coca -Cola foi muito curto para ocasionar um desvio to grande. Na posio estimada pelo log o ecobatmetro no acusou a diminuio da profun-didade pelo banco de areia. Conclumos que est-vamos esquerda da rota. Fazendo uma pequena correo para a direita e seguimos em frente com muita f no Brao Morto.

    Perto das 15:00 avistamos um tnue risco no horizonte. Estvamos nos aproximando da costa. Pouco mais tarde a rabeta deu uma estrondosa ba-tida no fundo de areia dura. Chegamos costa. Por sorte a rabeta estava destravada e no houve maiores danos. E o Brao Morto? Forosamente deveria estar para a direita. Levantamos a rabeta e baixamos o motor de popa auxiliar pra ir costean-do, paralelo margem, procura do nosso destino que seria a primeira entrada a aparecer. O tempo foi passando e a nossa preocupao aumentando. A paisagem no mudava. Depois de quase uma hora apareceram algumas figueiras, um casebre abandonado sem presena humana e logo adiante nossa almejada entrada. Ao chegar mais prximo, encalhamos. Descemos do barco e com gua pela cintura fomos procurar um local que desse passa-gem pela barra. Tudo muito raso, mas ariscamos entrar com o casco roando no fundo. Se estives-se soprando um nordesto ou lesto, ventos pre-dominantes da regio, a situao seria bem mais complicada.

    Entramos. Tudo deu certo. Baixamos nova-mente a rabeta e lentamente fomos subindo o sinuoso curso do rio, empolgados pela natureza virgem e a beleza natural do lugar. Este Brao Mor-to que escoa pela Barra Falsa no tem nada de morto. Apresenta uma razovel correnteza devido

    Explorando o brao morto da Barra Falsa

    O MINUANO 27

  • interligao com os demais braos e canaletes rio acima. As margens so totalmente inacessveis devido espessa vegetao nativa. Subimos cau-telosamente 3 MN.

    17:00. Hora de parar e preparar o pernoite. Amarramos a proa numa parruda rvore e a popa numa ncora quase na metade do curso. Sensa-o de dever cumprido. Veio noite e com ela os mosquitos de todas as raas e tamanhos. O barco estava todo fechado com as lonas mas sempre ha-via uma frestinha por onde os bichos passavam. Remediamos isto com papel higinico, amassando pedacinhos e preenchendo as frestinhas traioei-ras. Assim evitamos o uso de spray por motivos bvios. Finalmente uma maravilhosa janta feita pela marinheira e um merecido descanso.

    Durante a noite ouvimos os mais estranhos rudos. verdade que a escurido e o isolamento sempre aumentam os sons e a expectativa. Ora era o estridente canto de um pssaro noturno (para mim era um guincho). Peixes saltando na gua e o lampejo de alguns vaga-lumes que parecia um re-lmpago. Mesmo assim, uma tranqilidade total.

    Ficamos mais dois dias neste maravilhoso re-canto. Lanamos o dingue para uma explorao mais abrangente, sempre rio acima para no ter que remar contra a correnteza no caso de uma pane no motorzinho de popa. Note que durante todo este cruzeiro no encontramos viva alma em lugar algum.

    Quando ento retornamos para Lagoa segui-mos para So Loureno do Sul, onde nos aguarda-

    vam. Ficaram as saudades desse maravilhoso SPA de 1980.

    Posteriormente a lancha foi substituda pelo veleiro Magana, de quilha retrtil, propiciando muitas incurses no delta e possibilitando a mar-cao pelo GPS. Pouco mudou 35 anos mais tar-de, conforme texto abaixo. Que maravilha que o GPS. Quanto navegao, importante lembrar que ao acompanhar as inmeras curvas do curso, aconselhvel manter-se no lado externo delas, onde a profundidade sempre maior. Lembre-se que o rio manhoso e no aconselhada a na-vegao em perodo de cheia pois a forte corrente-za pode levar o barco, sem o efeito da quilha, para o emaranhado de vegetao na margem de uma curva mais acentuada.

    AS bARRAS DO RIO CAMAquBarra Grande A entrada pelo lado W do

    brao, aproximadamente na posio BRGR. bas-tante rasa e s vezes est demarcada por uma ou outra taquara. Existem muitos baixios. Mas adian-te o rio largo e oferece boas condies de na-vegao. Observe o fio eltrico. A umas 6 milhas da foz, h uma bifurcao e o rio comea a ficar estreito. A parte que faz ligao com o brao prin-cipal oferece muitos obstculos e no adequada para navegao, exceto canoas.

    Barra Funda a do brao principal. Como diz o nome, a mais funda; mesmo assim a pro-fundidade dificilmente passa a um metro do pon-to crtico, na entrada. O ponto de entrada pode modificar-se, em funo da correnteza do rio. , fora de dvida, a entrada mais adequada.

    Barra Falsa Tem o acesso menos complicado, mas raso; dificilmente acima de 80 cm com o nvel mdio. Essa barra d acesso ao Brao Morto, que indiscutivelmente o brao mais bonito. Atravessa uma verdadeira selva, com grandes rvores e den-sa vegetao. possvel subir tranquilamente umas 4 milhas, acompanhando as sinuosas curvas. Mais para cima, na posio CORW S 31 14,160 e W 51 47,100, h uma misteriosa e traioeira passa-gem que liga o Brao Morto ao brao principal.

    Carta com a rota de Itapu at a Barra Falsa

    O Cortado que liga o Brao Morto, em plano superior, ao brao principal do rio Camaqu em primeiro plano

    O MINUANO28

  • O sumio da colherPor Nestor Magalhes

    Tinha mergulhado nos destroos do encoura-

    ado alemo Tirpitz, alm do Crculo Polar rtico,

    bombardeado ao largo da Ilha Hakoy por avies

    ingleses no dia 12 novembro de 1944. Um final

    wagneriano: o navio atingido por duas bombas

    Tallboy de 5.400 kg, emborcou e explodiu. Cer-

    ca de 1.000 marinheiros morreram no naufrgio,

    inclusive centenas deles ficaram presos nas entra-

    nhas do encouraado.

    Em agosto de 2014, acompanhado por um

    guia noruegus, mergulhei no que sobrou des-

    te poderoso navio. A gua estava a 9C e o lei-

    to do mar era um verdadeiro ossurio de ferros

    enferrujados e retorcidos, entre algas e ourios.

    Encontramos ossos humanos, sapatos, uma bota

    de marinheiro, fuzis Kar 98 K, granadas de artilha-

    ria, botes, a corrente da ncora e... uma colher.

    Incrvel, ainda impressa na colher, ameaadora, a

    guia nazista. Que souvenir!

    Cerca de duas semanas depois, j no Bra-

    sil, estava na agradvel companhia do meu ami-

    go velejador e mergulhador, Cylon Rosa Neto e

    respectivas esposas, jantando no Veleiros do Sul.

    Conosco tambm mais dois casais. Mostrei ento

    a todos a colher do Tirpitz, com a guia nazista

    marcada firmemente no cabo, provocando curio-

    sidade e admirao. A parte cncava da colher

    tinha sido corroda pela ao intensa do fogo e

    da gua salgada, aps ficar enterrada na areia por

    cerca de 70 anos.

    Depois de todos examinarem, coloquei a co-

    lher na mesa, junto com os outros talheres. Eis

    que apareceu o garom e viu a tal colher. Bastan-

    te constrangido e at embaraado, acreditando

    O MINUANO 29

    que ela pertencia ao restaurante do clube e que

    por descuido havia sido colocada na mesa, pegou

    o instrumento discretamente e enfiou sob a man-

    ga. Pisando macio, caminhou disfarando para a

    cozinha onde jogou a colher no lixo! Foi por um

    triz, mas consegui recuper-la. Seria um fim um

    tanto inslito para a histrica colher. Passado o

    susto foram s risadas.

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  • O MINUANO30

    Mergulho no SS ThistlegormPor Nestor Magalhes*

    SS Thistlegorm era um cargueiro ingls com as linhas clssicas da dcada de 1930 e com uma moderna mquina a vapor: a roda de proa reta, quatro grandes pores, os castelos de proa e popa eram mais elevados, tinha uma s chami-n. A superestrutura da ponte de comando era curta, porm, larga e dois mastros principais com guindastes de carga. Ele media 126,5 m e tinha quase 5 mil ton. de deslocamento. Foi constru-do no estaleiro Joseph L. Thompson & Sons Ltd, Esccia, batizado Thistlegorm pela Sra K.W. Bla-ck e lanado ao mar em 9 de abril de 1940.

    Esse navio aparelhou do Porto de Glasgow em agosto de 1941 com uma carga completa de material blico para as foras britnicas no norte da frica. Era a sua quarta e ltima viagem. En-fim, um suprimento vital destinado a um exrci-to que se preparava para a Operao Crusader, uma contraofensiva destinada a deter o coman-dante alemo Rommel na sua marcha para o Egi-to. No deck principal, havia duas locomotivas a vapor e vages-tanques para gua.

    O seu destino final era o Porto de Tawfiq, na entrada sul do Canal de Suez e, por segurana, o Thistlegorm incorporou em um comboio de 16 navios, que seguiu rumo ao sul at a ponta da frica e navegou pelo Canal de Moambique na

    direo do novo porto que foi em Aden. Por fim, penetrou no Mar Vermelho, seguindo na di-reo do Canal de Suez.

    Em 24 de setembro de 1941, o vapor jun-tou-se a outro comboio no Mar Vermelho, pas-sando a navegar, a partir desse momento, com 20 navios, que no chegaram a ir muito longe. Um petroleiro j na regio da sada do Canal de Suez dera com uma mina alem e a passagem ficara temporariamente fechada. O SS Thistle-gorm e outros navios lanaram ferros no lado oriental do Golfo de Suez, um local bem perto de Shabe Ali, em um ponto conhecido como Inner Channel, onde ficaram por dez dias. Havia uma impresso de paz e segurana, aumentada pela presena protetora do cruzador HMS Car-lisle, fundeado nas proximidades.

    Falsa sensaoNa madrugada de 6 de outubro de 1941,

    dois bombardeiros Heinkel 111, pertencentes ao Kampfgeschwader KG 26, baseado em Creta, re-alizavam uma busca tentando localizar o grande navio da Cunard, o Queen Mary, que transporta-va milhares de soldados australianos. Um trans-porte de tropas constitua-se sempre uma presa tentadora, saborosa.

    Os bombardeiros atacaram ento o maior dos navios, o Thistlegorm. Surpresa total. Foi um mergulho suave, perpendicular meia-nau do cargueiro e as bombas de grosso calibre, com espoleta de retardo, foram dar direto no costa-do de boreste. Pelo menos uma delas acertou o enorme alvo. Eram 01h39min, quando uma exploso cataclsmica, acompanhada por grossa coluna de fogo, rompeu do poro Quatro: um estremecimento atroador e uma presso quente e sufocante, logo seguida por uma bola de fuma-a negra sulcada de clares vermelhos e ama-relos. Com certeza, parte da munio explodiu junto. Um estilhao de ferro, afiado como um punhal, atingiu o cruzador HMS Carlisle, abrindo um buraco de meio metro na blindagem. O SS Thistlegorm comeou a afundar rapidamente e o Capito Willian Ellis deu a ordem de abandonar navio. Por incrvel que pudesse parecer, somente nove tripulantes pereceram na catstrofe.

    Por volta de 1955, Jaques Cousteau sem-Os sobreviventes da tripulao atacada pelos alemes

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  • O MINUANO 31

    Parte do convs do Thistlegorm afundado no Mar Vermelho

    pre ele, o Capito Planeta , ajudado por informa-es de pescadores, descobriu o naufrgio do Thistle-gorm, o que o levou a publicar, posteriormente, um artigo sobre o achado na National Geographic Ma-gazine. Todavia, naqueles tempos, o mergulho como se conhece nos dias atuais no existia. Era algo um tanto extico e destinado a muito poucas pessoas. O naufrgio ento ficou esquecido por muito tempo at que em 1974, um mergulhador israelense chamado Machiah, entusiasta de naufrgios, redescobriu o ve-lho Thistle, assentado no fundo de areia clara, bem na entrada do Golfo de Suez .

    Foi somente noite que finalmente cheguei a Sharm El Sheik, cidade que se situava na ponta sul da Pennsula do Sinai e base do Ghazala I, a embarcao na qual faramos o liveaboard e que se encontrava fundeada no porto. Fui recebido ento pela Natas-cha Scheffler, experiente mergulhadora e que seria nossa guia. Outros dois mergulhadores j haviam se apresentado. Seramos ento somente trs, e eu fui o ltimo a chegar. Era um nmero pequeno, devido instabilidade poltica no Egito. A situao do pas havia espantado os turistas.

    Conheci meus colegas mergulhadores no outro dia pela manh. O Jie Wang era um jovem chins, magro, com cara de figurante do filme O Tigre e o Drago; o outro, um alemo, meia idade, muito for-mal, com a aparncia de respeitvel professor uni-versitrio, chamava-se Roland Unger. Ambos eram mergulhadores excepcionais.

    A vida marinha era exuberante, a temperatura da gua em 29 C, visibilidade de 30 m e corais mul-ticolores por toda a parte. Sendo um entusiasmado mergulhador de naufrgios, destaquei tambm nos-sas visitas ao Dunraven, ao Kingston e ao Kormoran e, em especial, ao SS Thistlegorm. Foram 18 mergulhos emocionantes.

    Amanhecia com muito calor, quando o Ghazala I manobrou sobre o naufrgio do velho Thistle. Tinha chegado o grande momento, o motivo da minha via-gem ao Egito. Descemos, os quatro mergulhadores, pelo cabo-guia; desde o primeiro instante, j enxer-guei o enorme navio. A visibilidade estava excelente e a cada metro que avanvamos em sua direo, maiores eram os detalhes, maior era o encantamen-to. Um peixe-napoleo veio nos dar as boas-vindas. Um animal manso, enorme, de uma beleza extica surpreendente. Foi o primeiro que vi em toda a mi-nha vida de modesto mergulhador. Que comeo es-petacular!

    A corrente era fraca e nadamos at popa, onde foi possvel ver o estrago no poro Quatro. A explo-so ocorreu de forma to violenta que nos deu a im-

    presso de que o navio fora quase cortado no seu tero posterior. A popa estava torcida para bombordo. No fundo do poro Qua-tro, no meio de uma desordem absoluta de chapas torcidas, vigas, tubos e destroos, consegui ver perfeitamente dois carros blin-dados leves Bren Gun Carrier. Cada um pe-sava quatro toneladas, mas estavam jogados entre os destroos como se fossem brinque-dos. Um estava de lado, e o outro, comple-tamente virado. Pelo tamanho do buraco no poro Quatro, o naufrgio ocorreu muito rpido; a gua deve ter invadido as entra-nhas do navio como um tsunami. Nadamos at os canhes que ainda estavam nas suas plataformas, bem na popa. As armas esta-vam cobertas por muita vida marinha, e uma delas ainda exibia pedaos do escudo ou casamata; contudo, esta camada de vida

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  • O MINUANO32

    marinha era menor do que as que envolviam os canhes de Truk, onde as esponjas e corais colo-ridos faziam o contorno da arma desaparecer.

    Descemos at o hlice, que era enorme, e a guia passou a mo no fio da p. Muito simptica, ela nos convidou para fazermos a mesma coisa. Acho que esse ritual era frequente, pois o fio es-tava brilhando, como se muita gente passasse a mo com frequncia na lmina. Corria a histria de que quem tocasse no fio, retornaria ao This-tle. Na dvida, tambm passei a mo. Chegamos ao fundo de areia e consultei meu profundme-tro: 32 m. Subimos, nadando sobre um buraco escuro que era o poro Quatro, e penetramos no poro Trs onde tinha muita munio: cunhe-tes de granadas de mo Mills, minas terrestres, munies de artilharia e outros engenhos que no reconheci. Exploramos a cabine do Capito Ellis, onde havia uma banheira, um vaso sanit-

    rio e mais alguns objetos que tambm no iden-tifiquei. Voltando ao convs, encontrei algumas placas regulares de concreto, provando que era verdade o que eu havia lido, que o Thistlegorm tinha recebido painis de concreto guisa de blindagem para aumentar a proteo da ponte. Estavam l as tais placas, que tinham perto de 100 mm de espessura, sendo que algumas ha-viam cado para um compartimento logo abaixo do deck. Nosso mergulho chegava ao fim. Tinha ainda 80 bar no cilindro, mas era hora de emer-gir. Da posio onde estava, consegui ver um pe-queno vago de carvo sobre o convs a boreste e, frente, um objeto fuselado, como se fosse um pequeno avio ou espcie de torpedo um tanto rechonchudo. No dava mais tempo para explorar, ficaria para o outro mergulho. Reunir. Emergir.

    Aps determinado intervalo de superfcie, retornamos ao naufrgio. Consultei meu relgio na gua: 13h40min. Logo recebemos o coman-do da guia: mergulhar!. Imergimos pelo cabo, direto ao poro Dois. Aproveitei e fui conferir o tal de torpedo esquisito. Algumas batidas de nadadeiras e cheguei perto o bastante para des-cobrir que o estranho objeto era um paravane, engenho destinado a limpar campos de minas de fundeio, cortando seus cabos ao ser rebocado pelo draga-mina.

    Penetramos no poro Dois, um verdadeiro labirinto vertical, pleno de armamento e vecu-los, constitudo de diversos andares. No superior, encontravam-se alguns automveis, acho que do modelo Morris e dzias de motocicletas BSA. Nadei sobre elas que, na sua maioria, estavam com o tanque de combustvel destrudo. Seria um efeito da presso, ou simplesmente a ao corrosiva se fez mais intensa por ser uma chapa fina de metal? Imagens impressionantes! Desce-mos ainda mais, No havia gravidade e a sen-sao era maravilhosa. Surgiram diversos cami-nhes Bedford e peas de reposio para avies e blindados. Bem embaixo, havia centenas de fuzis Lee Enfield Mk III. Fiquei tentado a coletar um cartucho .303 de fuzil ou de metralhadora Bren. Estavam em cunhetes apodrecidos ou es-palhados aos milhares na areia.

    A seguir, vi feixes de cartuchos de artilha-ria presos quatro a quatro. O lato do estojo era mais resistente gua salgada e foi s limpar um pouco que se conseguia ler o calibre, o fabrican-te e distinguir a espoleta. Lembro que em um deles constava a data de 1929, e acredito que

    Caminhes nos pores do navio

    A popa do navio com o hlice

  • O MINUANO 33

    seria munio do famoso canho 25 Libras Mk II. Em seguida, encontramos colossais obuses, talvez de 380 mm, para os canhes dos encoura-ados de Alexandria, que estavam dispersos por toda a parte. Era extasiante!

    Nadamos em direo ao poro Um. Antes da penetrao, consegui localizar outro vago que estava quase na borda do convs a bom-bordo. Ele era arredondado, para transporte de gua. Voltando a cabea, tambm vi o mastro que estava partido ao meio; pedao dele caiu no costado de boreste.

    No poro Um, tambm havia andares. O primeiro estava cheio de Morris e motos BSA ou Norton, no consegui distinguir. Mais abaixo, encontramos dezenas de pneus, de todos os ta-manhos, botas de borrachas, mais fuzis Lee En-field e suprimentos diversos. Encontrei tambm algumas ampolas de vidro ainda com o medica-mento dentro e que jaziam na areia do fundo do poro. Um quadro comovente, mpar, mas para um mergulhador de naufrgio, isso era um retorno extraordinrio no tempo.

    Uma volta na proa e nos deparamos com um enorme cabrestante, ainda com a corrente engastada. No existia nenhuma arma no castelo e a ncora de bombordo estava firme, enfiada no seu escovm. J o ferro de boreste permanecia unhando a areia do leito marinho, ainda preso na sua amarra, fato que confirmava o naufrgio com o navio fundeado nesse mesmo lugar.

    Eu conhecia muito bem a histria das loco-motivas. Com a exploso, ambas haviam sido ar-remessadas no mar, uma por cada bordo. O tem-po estava terminando, mas eu queria muito uma foto mais perto da locomotiva. Vi uma sombra l embaixo na areia. Estava na altura do poro Quatro, o arrombado, um pouco mais avante. Desvencilhei-me da guia e nadei nos destroos da locomotiva. Maldio! A locomotiva no es-tava inteira, s existia um pedao da frente da mquina e as rodas que faziam parte dela. Acho que foi a bomba que provocou isso. Um fiasco! Na sequncia, teve aquele ritual de sempre: su-bir a bordo pela plataforma de popa, tirar o cole-te, o cilindro e a roupa de exposio. Guardar o lastro e as nadadeiras, tomar uma chuveirada de gua doce, secar o corpo e sentar em um canto qualquer para preencher o logbook.

    Foram mergulhos excepcionais os que reali-zamos no naufrgio do SS Thistlegorm; todavia, tivemos sorte. ramos somente ns quatro e o navio nos pertencia. Isto normalmente nunca

    acontecia. Em tempos pacficos no Egito, havia grande quantidade de mergulhadores que ex-ploravam diariamente o naufrgio. Diversas em-barcaes de apoio fundeavam no local e se o mergulhador no prestasse muita ateno, podia correr o risco de emergir em outro barco.

    Essa multido de gente tem preocupado as autoridades egpcias, na medida em que vem acelerando a corroso das estruturas em virtude do acmulo de bolhas de ar em bolses e a re-tirada de objetos dos locais originais. Inclusive, ouvi o Mandoh Abokarin, capito do Ghazala I, comentar de uma possvel limitao diria de mergulhadores ou, simplesmente, o fechamento por tempo indeterminado desse ponto de mer-gulho. A ideia seria proteger esse fantstico mu-seu submerso.

    *Nestor Magalhes mergulhador e autor do livro De Truk a Narvik - Mergulhando na Histria.

    Granadas e destroos de veculos militares

    Motos dentro do poro 1

  • ESCOLA DE VELA MINuANO

    O ensino da vela aliado convivncia familiar

    A Escola iniciou 2015 com novos projetos e manteve sua pedagogia de ensino baseada no esporte, educao e diverso.

    A vela abrange muitas reas do conhecimento e estimulam as crianas no desenvolvimento fsico e mental

    EVM montou um programa de aulas e conte-dos para este ano que traz algumas novidades. Eles foram apresentados numa reunio para os pais em abril. Atividades com pais e filhos fo-ram reformuladas para estimularem maior con-vivncia das famlias no Clube. Acampamentos, formaturas e dias com eventos especiais esto igualmente previstos. Os mtodos da EVM no buscam somente a formao de atletas, mas desenvolve uma pedagogia mais abrangente da vela como atividade de lazer, contato com a natureza e orientao educacional para as

    crianas. A criao da Turma Jovem, curso indito

    voltado para jovens entre 14 e 18 anos e a parceria com escolas que traro seus alunos para os cursos de vela tambm so algumas dessas aes. O primeiro evento de encontro com pas foi realizado em abril com cerca de 90 pessoas. Elas compareceram para sabore-ar o choripan oferecido pela escola e pude-ram conversar com os seus diretores. Aps o almoo tambm houve o test drive, que so passeios de barcos com os pais que ainda no

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    A

  • haviam velejado. O comodoro Eduardo Ri-bas, o vice-comodoro Social e Diretor da EVM Christian Willy e o professor da EVM Mauro Ferreira alm de promoverem a integrao do grupo conversaram com os pais sobre os pro-jetos da EVM.

    A Turma Jovem iniciou tambm em abril com aulas s sextas-feiras destinadas para clas-ses monotipos e oceano. A Vela Jovem busca formar tripulantes capacitados para suprir as classes atuantes do Clube e tambm proporcio-nar a uma nova gerao de velejadores a convi-vncia em nosso ambiente. Para participar no h necessidade de saber velejar ou j ter feito algum curso da EVM.

    A estrutura da Escola foi ampliada com a contratao de mais instrutores para atender a demanda de alunos. Os cursos ganharam no-vos nomes conforme os nveis, designados pela cores: branco, amarelo, verde, laranja e preto. As turmas contam com 34 alunos no total, que somados aos das flotilhas chegam ao nmero de 50.

    E as turmas de vela para Adultos: Iniciao (monotipos) com cinco alunos e Iniciao Oce-nica com cinco. A EVM mantm a programa-o dos cursos de habilitaes. E maro ocor-reu o Arrais amador com oito alunos e maio com seis. E o Mestre amador teve uma turma com 10 alunos, de maro a maio.

    No vero foi realizado a tradicional Co-lnia de Frias com a participao de 210 crianas no total nas cinco semanas, janeiro e parte de fevereiro. O contato com natureza e as brincadeiras na gua foram os pontos fortes. Elas fizeram trilhas no ptio, passeios de bote, remadas de SUP, rampa de sabo, banhos de piscina, arvorismo, torta na cara e sesses de pinturas e desenhos. Para as crianas de fora do Clube foi uma oportunidade de conhece-rem melhor o Guaba. A Colnia de Inverno est confirmada para julho, entre os dias 28 e 31.

    As parcerias com escolas esto sendo de-senvolvidas. Depois do Colgio Militar em maro, a EVM e o colgio Leonardo da Vin-ci, da Zona Sul, acertaram um convnio para o segundo semestre no qual os alunos faro os nossos cursos de vela durante a semana e alm deles ser aberto tambm para os pais, promo-vendo mais uma forma de integrao. Almoo da EVM com pais e filhos

    Primeira turma da Vela Jovem com o professor Ricardo Titoff

    Na confraternizao as famlias tambm experimentaram a sensao de velejar

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  • O MINUANO36

    epois de uma final dramtica para os velejado-res de Ilhabela (SP), a vaga ficou com a dupla Cludio Teixeira e Bruno Oliveira, vencedores da competio. Em segundo lugar ficaram Jos Roberto de Jesus e Otvio Cardoso (SP) e em ter-ceiro Bernardo Arndt e Adriana Overgoor (SP).

    Ao cruzar a linha de chegada o timoneiro Cludio Teixeira, 47, que ir pela primeira vez aos Jogos Pan-americanos abraou fortemen-te o seu proeiro Bruno Oliveira, medalha de prata nos Jogos de Guadalajara em 2011 com Bernardo Arndt, num gesto que mostrou muito do sentimento naquela hora. A emoo no era para menos. Qualquer um dos trs primeiros co-locados tinha chance de levar o ttulo e a nica possibilidade para Cludio e Bruno era vencer a ltima regata. Largaram mal, mas foram recupe-rando posies, de sexto lugar at ao primeiro.

    Dupla de Ilhabela garantiu vaga para os Jogos de Toronto

    Os representantes brasileiros da classe Hobie Cat 16 para os Jogos Pan-americanos de 2015 foram conhecidos no Campeonato Sul-brasileiro realizado no Clube em maro.

    Ainda assim, terminaram empatados em 16 pon-tos com os vices, porm sabiam que ganhariam o ttulo no critrio de desempate.

    Viemos para ganhar, mas sabamos que seria difcil. No campeonato ns tivemos que superar o mito da HC 16, Bernardo Arndt, e o experiente Jesus, dois nomes fortes da classe e possuidores de vrios ttulos. Foi muito tenso, mas teve um final feliz, disse Claudinho.

    Ao chegar terra, o campeo abraou o vice e lamentou tirar a vitria do seu amigo de 30 anos que o ajudou nesta campanha. Roberto, que perdeu pela quarta vez a chance de ir ao Pan-americano, disse que mesmo assim estava satisfeito porque os representantes so do gru-po de Ilhabela. Cludio e Bruno comearam a velejar juntos h um ano e meio e o timoneiro atribuiu conquista a experincia do seu proeiro

    S a vitria interessava a Cludio e Bruno na ltima regata

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  • O MINUANO 37

    e a evoluo tcnica que a dupla vinha obtendo neste perodo.

    O Sul-brasileiro tambm teve a disputa do Hobie Cat 14. O vencedor foi o catarinense Adam Max Mayerle, que ganhou o ttulo por antecipao. Em segundo lugar ficou o gacho Mrcio Tozzi, do Veleiros do Sul. Adam, 31 anos, conquistou o seu terceiro ttulo do SulCat ao vencer sete das oito regatas do campeonato. No ltimo dia foi para raia s para fotografar a regata.

    Ns temos uns 15 velejadores de HC 14 atuantes e isso faz a diferena. Aqui em Porto Alegre, com exceo do Tozzi e do Lindau, gente que est comeando na flotilha, como o grupo de velejadores do Clube Nutico de Ita-pu, disse Adam, 31 anos. Dos 10 competido-res no SulCat, cinco eram de Santa Catarina.

    Com a definio da classe HC 16, a equipe de vela brasileira que competir nos Jogos Pan-

    americanos de Toronto ficou completa com os seguintes velejadores: Snipe: Alexandre Parade-da e Lucas Aydos; Sunfish: Joo Hackerott; Li-ghtining: Cludio Biekarck, Gunnar Ficker e Ma-ria Hackerott; Laser Radial: Fernanda Decnop; Laser Standard: Robert Scheidt; RS:X masculino: Ricardo Winicki e feminino: Patrcia Freitas e J24: comandante Maurcio Santa Cruz.

    A competio teve a participao de 30 barcos na classe HC 16 e 10 na HC 14 de oito estados. A flotilha do Veleiros do Sul contou com a participao de sete tripulaes na HC 16 e uma na HC 14. A cerimnia de premiao e encerramento do campeonato ocorreu com a presena do presidente nacional da ABCHC Luiz Gonzaga Machado e do presidente da Confederao Brasileira de Vela Marco Aurlio de S Ribeiro, que veio para acompanhar a de-finio da ltima vaga da equipe de vela para o Pan de Toronto.

    Jesus e Otvio perderam o ttulo e a vaga para o Pan-americano no desempate

    Abrao para comemorar ttulo e desabafar depois de uma regata tensa

    A dupla do Clube com Ricardo Lis e Gustavo Azambuja venceu na categoria Jnior

    Adam Max foi absoluto na disputa do Hobie Cat 14

  • O MINUANO38

    Galera do Hobie Cat reunida no encerramento

    Mrcio Tozzi foi vice-campeo

    CLASSE HObIE CAT 14

    GeralCampeo: Adam Max Mayerle (SC)2 Mrcio Tozzi (VDS/RS)3 Joo Carlos Lindau (RS)

    Campees por categoriasEstreante: Vincius DallAgnol (RS)Gran Master: Mrcio Tozzi (VDS/RS)Master: Klaus Mueller (SC)Junior: Richard Klafke (RS)

    CLASSE HObIE CAT 16

    GeralCampeo: Cludio Teixeira e Bruno Oliveira (SP)2 Jos Roberto de Jesus e Otvio Cardoso (SP)3 Bernardo Arndt e Adriana Overgoor (SP)4 Andr Montenegro Henriques e Isabelle Crispim (PB)5 Marcos Ferrari e Caroline P. Sylvestre (SP)

    Campees por categoriasEstreantes: Allan Godoy e Eliseu da Silva (PR)Jnior: Ricardo Lis e Gustavo Azambuja (VDS-RS)Barco Nacional: Allan Godoy e Eliseu da Silva (PR)Super Gran Master: Luiz Gonzaga Machado e Eluisio Biancarde (ES)Grand Master: Carlos Afonso Sodr e Liane Sodr (RJ)Master: Cludio Teixeira e Bruno Oliveira (SP)

  • Como est a preparao para a Olimpada do Rio?

    A vela nunca teve tanta estrutura pra se preparar. Temos bons veleja-dores, uma boa comisso tcnica. E a Olimpada vai trazer visibilidade para a vela, para bem e para o mal. Mas a gente acredita que a vela v ser o es-porte dessa Olimpada. Primeiro por-que apostamos em pelo menos seis fi-nais com brasileiros com possibilidade de medalha. Segundo que o pblico vai poder assistir as disputas. Moram 800 mil pessoas em torno do local das me-dal races.

    Como est evoluindo o projeto com a Vela Jovem?

    Temos uma preocupao grande com 2020 em diante. Temos o comit da Vela Jovem, uma equipe que a gente identificou e est procurando desenvol-ver. Isso uma grande novidade, um in-vestimento de R$ 350 mil por ano. Alm disso a gente est com um programa de popularizao da vela, fortalecendo as federaes. Tnhamos cinco federaes e hoje so 15. Cada federao tem um projeto de vela jovem. Esse um traba-lho que se comea na base. Se investe na base para formar um campeo. Ale-xandre Paradeda nosso diretor e tem feito um excelente trabalho como dire-tor e como tcnico. um trabalho de longo prazo.

    Ns temos uma classe Optimist muito forte, de nvel muito alto. O sul est com uma safra fantstica, como o Tiago Quevedo, um atleta com grandes chances de medalha. Nosso Optimist tem um dos melhores nveis tcnicos do mundo e a gente s no consegue reproduzir isso em nvel mundial por-que mandamos parte das crianas pro Norte-americano, parte pro Europeu, enquanto tem equipe que corre os trs e o cara chega preparado no Mundial.

    CINCO PERGuNTAS

    Marco Aurlio S, presidente da Confederao Brasileira de Vela

    qual os principais desafios na vela de alto rendimento no brasil?

    A verdade que o quadro da vela muito bom. O quadro do pas no to bom assim e isso tem repercusso na vela. Os preos dos equipamentos so altos, a gente no produz aqui no Brasil. Mas temos uma Olimpada no nosso pas, isso pode nos favorecer.

    Hoje no tem como enfrentar essa falta de material. O nosso velejador vai ter que ser mais eficiente, mais econ-mico, ter um planejamento mais criati-vo. Sempre tivemos essa dificuldade. O velejador brasileiro s via uma vela nova quando corria um mundial. Teve cara que correu mundial e ia razoavelmente bem com vela que no era nova. Hoje em dia o novo velejador gasta uma vela nova por campeonato internacional. A classe Finn gasta 12 velas por ano. Eu acho que vela tem recursos suficientes, mas o problema a eficincia no uso desses recursos. O dinheiro tm de ser melhor gasto.

    O ideal seria investir mais no atleta e menos em estrutura para atleta. Por exemplo, a CBVela paga viagem, bar-cos. Devamos focar mais no atleta e menos em distribuir benefcios. A gente distribui muito benefcio e no se tem aquela contrapartida exata do atleta.

    Como a CbVela est trabalhando com a definio da equipe olmpica?

    Na vela tem uma discusso recente sobre objetividade e subjetividade, uma discusso absolutamente mal posta, porque na verdade s h subjetividade. Na Seletiva e nas decises em geral, as decises so subjetivas. Meu sonho que o Torben tomasse decises como ele toma num barco.

    A deciso fica com o diretor tcni-co como em qualquer confederao.

    Ele pode errar, mas pelo menos o cara mais gabaritado pra errar. A minha inteno original era essa, entregar na mo do Torben e ele escolher, ele mon-ta o time. Mas a foi criado um conse-lho tcnico, criaram uma srie de coisas que gera um sistema hbrido, que leva a questionamentos.

    O senhor acha que os clubes esto fazendo a sua parte em manter o esporte da vela?

    O que acontece hoje que os clu-bes esto em crise no Brasil inteiro. Eles foram tomados pela parte social e o es-pao da vela vai diminuindo cada vez mais. Aqui no Sul vemos uma excesso. Por isso que os resultados esto vindo aqui pelo Sul. Veleiros do Sul e Clube dos Jangadeiros mantm a tradio da vela. Mas isso no a realidade do res-to.

    O futuro da vela passa pelo forta-lecimento das marinas pblicas e das federaes. Seno a vela vai morrer em vrios outros estados. Aqui ainda vai durar e claro que os clubes tm um pa-pel importantssimo nisso.

    O MINUANO 39

  • O MINUANO40

    A vez do Coringa ganhar o trofu do Brasileiro de Soling

    Campeonato tambm contou com a participao de estrangeiros

    campeonato era brasileiro, mas tinha gringos na disputa e justamente os caciques da Associao Internacional de Soling: o canadense presidente da classe e tricampeo mundial Peter Hall e o alemo Michael Dietzel, vice-presidente. Mas o destaque na competio foi a vitria indita da equipe Coringa formada por Lucas Ostergren, Carlos Alberto Trein e Roger Lamb.

    Este ttulo foi o segundo do timoneiro Lucas Ostergren que ganhou o brasileiro pela primeira vez em 2004 com a tripulao comandada por Ernesto Neugebauer. Desde ento, Lucas veleja-va mais de Laser e assumiu o posto de timoneiro no Coringa na vspera do campeonato iniciar. Ns velejamos bem durante toda a competio, tivemos apenas uma regata ruim, mas isso nor-mal, no d para acertar todas. Foi divertido por-que o Trein e o Roger so timos companheiros

    e bons velejadores. Sem o entrosamento deles ficaria difcil chegar vitria, comentou Lucas, de 36 anos.

    Carlos Trein e Roger Lamb compem a equipe Coringa h mais de 10 anos, juntos com Guilherme Roth que neste ano saiu da classe. E dessa vez deu tudo certo para eles. Velejamos atentos aos movimentos dos nossos adversrios e de olho nos rumos. Nunca tnhamos velejado juntos, ao contrrio da maioria das outras tripu-laes. Por isso, de certa maneira, foi uma sur-presa esse resultado, avaliou Carlos Trein, do time Coringa.

    O Brasileiro de Soling teve seis regatas rea-lizadas em trs dias. A disputa acabou mais con-centrada entre os barcos Coringa e Dont Let Me Down (vice-campeo) com uma diferena entre eles na classificao final de apenas um ponto.

    O

  • O MINUANO 41

    Uma situao normal em se tratando da flotilha de Soling, pois sua principal caracterstica o equilbrio entre as tripulaes nas competies.

    Fato reconhecido pelo canadense tricam-peo mundial e presidente da classe, Peter Hall, que correu em Porto Alegre com os gachos Marcus Silva e Rgis Silva no barco Insano e terminou em quinto lugar. Na entrega de pr-mios ele destacou o nvel da flotilha brasileira que possui diversos velejadores entre os cinco melhores do mundo. Em 2014 ele foi campeo mundial e a equipe do Dont Let Me Down foi vice, no Uruguai.

    Este campeonato o primeiro grande evento de 2015 da classe que comemora 50 anos de fundao. Ns iremos publicar um livro e o Veleiros do Sul estar presente na obra por fazer parte da histria do Soling, disse Peter. A tripulao alem com Michael Dietzel mais a sua filha Anna e Hannes Ramoser terminaram em 9 lugar.

    Esta foi a minha primeira vez no Brasil, vim a convite do Nelson Ilha. Gostamos tanto de ve-lejar em Porto Alegre que desejamos voltar no

    Tripulao da Alemanha gostou tanto da hospitalidade que pretende voltar a Porto Alegre

    Canadense Peter Hall, tricampeo mundial e presidente mundial da classe correu no timo com os gachos Marcus Silva e Rgis Silva

    ano que vem. uma boa raia para o Soling, com condies maravilhosas, mas antes de tudo, o que a gente mais curtiu foram as pessoas. Isso porque o campeonato feito pelos seus competidores e aqui temos grandes velejadores, destacou o vice-presidente.

    O 45 Campeonato Brasileiro de Soling teve a participao de 11 barcos e o apoio da gua de Arcanjo.

    CLASSIFICAO FINAL

    1 Lucas Ostergren, Carlos Alberto Trein e Roger Lamb (VDS) 10 2 Ccero Hartmann, Flvio Quevedo e Andr Renard (VDS) 11

    3 Marcos Pinto Ribeiro, Frederico Sidou e Lcio Pinto Ribeiro (VDS) 17 4 Nelson Ilha, Gustavo Ilha e Carlo De Leo (VDS) 18

    5 Peter Hall, Marcus Silva e Rgis Silva (CAN) 19 6 Kadu Bergenthal, Eduardo Cavalli e Renan Oliveira (VDS) 25

    7 Roberto Paradeda, Leonardo Mayrhofer e Rafael Paglioli (CDJ) 29 8 Henrique Horn Ilha, Alexandre Mueller e Fernando Horn Ilha (RGYC) 30

    9 Michael Dietzel, Anna Dietzel e Hannes Ramoser (GER) 44 10 Jos Horcio Ortega, Ismael Rocket, Edgar Oppitz (VDS) 49

    11 Victor Hugo Schneider, Manfredo Floricke e Pedro Ilha (VDS) 58

    Entrosamento da tripulao do Coringa levou vitria na competio

    Dont Let Me Down ficou atrs por um ponto de diferena

  • O trio El Demolidor foi o vencedor do Campeonato Sul-brasileiro da classe Soling, realizado nos dias 11 e 12 de abril. Kadu Bergenthal, Eduar-do Cavalli e Renan Oliveira comemoraram o primeiro ttulo da equipe, aps um de-sempenho consistente nas quatro regatas realizadas no sbado e domingo na raia da Pedra Redonda no Guaba.

    Em segundo lugar ficou o barco Dont Let Me Down com Ccero Hartmann, Fl-vio Quevedo e Andr Renard e em tercei-ro o time do Coringa, formado por Lucas Ostergren, Beto Trein e Roger Lamb. A dis-puta no fugiu do nvel da flotilha gacha, que em todas as competies tem mostra-do equilbrio entre as equipes.

    Foi um campeonato excelente para ns. A ltima regata foi a mais difcil por-que estourou o moito da vela grande e perdemos um pouco de potncia, mas ainda sim conseguimos administrar a desvantagem para no sermos ultrapas-sados pelo Dont Let Me Down, que po-deria nos tirar o ttulo. Por isso agradeo ao bom trabalho da minha tripulao, comentou o timoneiro Kadu, 33 anos. No Sul-Brasileiro o vento foi de intensida-de fraca a mdia no sbado e no domin-go com a entrada do sul as rajadas che-garam at 16 ns. As equipes do barco El Demolidor e do Equilibrium, dos trs Ilhas (Nelson, Gustavo e Felipe) representaro o Brasil no Campeonato Mundial da classe Soling que ocorrer em maio na Itlia.

    El Demolidor venceu o Sul-brasileiro de Soling

    CLASSIFICAO FINAL

    1 El Demolidor - Kadu Bergenthal, Eduardo Cavalli e Renan Oliveira (VDS) 7

    2 Dont Let Me Down - Ccero Hartmann, Flvio Quevedo e Andr Renard (VDS) 10

    3 Coringa - Lucas Ostergren, Beto Trein e Roger Lamb (VDS) 13

    4 Bossa Nova Marcos Pinto Ribeiro, Frederico Sidou e Lcio Pinto Ribeiro (VDS) 14

    5 Calidris Henrique Horn Ilha, Alexandre Mueller e Carlo De Leo (RGYC) 19

    6 Equilibrium Gustavo Ilha, Philipp Grochtmann e Felipe Ilha (VDS) 24

    7 Insano Marcus Silva, Carlos Felipe e Rgis Silva (VDS) 25

    8 Vento e Alma Jos Ortega, Incio e Pedro Ilha (VDS) 32

    El Demolidor obteve seu primeiro ttulo no Sul-brasileiro

    Regatas com boas condies de vento compensaram as tripulaes no dia final do campeonato

    Pdio do Sul-Brasileiro com os trs primeiros colocados

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    O Campeonato Brasileiro da classe Laser foi disputado em janeiro no Iate Clube do Rio de Janeiro. Na classe Standard a flotilha do VDS teve dois velejadores no top 10 do Brasil. Andr Passow terminou em 14 lugar na geral e em sexto na classificao entre os brasileiros, enquanto Philipp Grochtmann foi o 17 geral e stimo nos resultados nacionais. Rodolfo Streibel em 24 (13) e Alan Willy em 30 (18). O catarinense Bruno Fontes foi o vencedor.

    No Brasileiro das classes Laser Radial e 4.7 o VDS ficou com trs velejadores entre os dez primeiros colocados na Radial. Alan Willy terminou em sexto lugar, seguido por Antnio Rosa (Tot) em 7, Henrique Dias, em 10 e Marcelo Gallicchio em 28. Na Radial o vencedor foi Joo Hackerott, de So Paulo. Na Laser 4.7 Diego Falcetta ficou em 28 na classificao.

    Nossa flotilha no Brasileiro de Laser

    A schooner brasileira Atrevida participou de dois grandes desafios internacionais em guas do Caribe levando a bandeira do Veleiros do Sul. Em maro competiu na 35 St.Maarten Heineken Regatta e ficou em terceiro lugar na classe Lottery. No ms seguinte na 11 Panerai Classic Yacht Challenge, no Antigua Classic Ya-cht Regatta e terminou em 2 lugar na Vintage B, e 9 no geral. A tripulao do lendrio barco de 95 ps foi composta em parte por associa-dos do Veleiros do Sul, com o comandante tila Bohm, Miguel Virglio Petikovicz e Andr Gick. Um dos maiores barcos a participar dos eventos, a Atrevida foi lanada em Bristol Rhode Island em 1923 (EUA) e trocou o nome de Wildfire para Atrevida, depois que passou a navegar no Rio de Janeiro em 1946. legal velejar com os amigos que apreciam boas regatas e ao mesmo tempo contar com o trabalho de uma tripula-o qualificada, comentou o comandante, Ati-la Bohm.

    Bandeira do VDS no Caribe

    Andr Passow foi o melhor no Laser Standard Alan Willy foi o 6 colocado na Radial

    Atrevida com as cores do VDS

  • VOLVO OCEAN RACE

    O slogan da Volvo Ocean Race A vida no extremo. Uma boa definio para retratar a rega-ta de volta ao mundo, um desafio lon-go e difcil. A prova dura nove meses, considerada a maior entre os eventos esportivos mundiais, passa por quatro oceanos e cinco continentes, totalizan-do 38.739 milhas nuticas. A cidade de Itaja foi pela segunda vez a Stopover da regata na Amrica Latina e tem re-forado a sua imagem de plo nutico internacional.

    O CEO da Volvo Ocean Race, Knut Frostad, considerou novamente a cidade como a principal parada da regata pela organizao, nmeros de visitantes e principalmente o carinho dos brasileiros com os velejadores. A Vila da Regata bateu recorde de pbli-

    A paixo de Itaja pela regata de volta ao mundo

    Itaja foi a melhor de todas as paradas, segundo a organizao da VOR

    co ao receber 320.205 visitantes, e os molhes de Itaja e Navegantes 32 mil, totalizando um pblico de 352.205 pessoas, sem contar as centenas de em-barcaes no mar. Na Vila da Regata tambm circularam celebridades do fu-tebol, modelos internacionais e de TVs. Fiquei impressionada com a quantida-de de visitantes em Itaja. Nossa cidade muito pequena, e vai ficar difcil su-perar essa marca, falou a prefeita de Newport Jeanne-Marie Napolitano du-rante cerimnia de despedida.

    O Veleiros do Sul certamente foi um dos clubes brasileiros com maior nmero de visitantes em Itaja. Diversos grupos de associados alugaram barcos - alguns foram em seus prprios velei-ros - para assistirem as regatas Inport e a largada para a sexta perna at Newport,

    alm de circularem pela Vila Volvo.Os associados Leandro Ries e Da-

    niel Meller fizeram parte da tripulao do barco Brunel nas regatas Pro Am. A parada da Volvo Ocean Race mo-vimenta no s Itaja, mas as cidades vizinhas. Durante os 17 dias teve uma intensa programao cultural, artstica, sustentabilidade e esportiva. A mini re-gata Volvo Academy para velejadores da classe Optimist, atraiu 32 velejado-res de at 15 anos da regio, divididos em oito times. O velejador olmpico Bruno Fontes ajudou na preparao dos pequenos velejadores. A iniciativa estimula a prtica esportiva, a paixo pelo mar, o trabalho em equipe.

    Ricardo Navarro, coordenador nu tico da Parada de Itaja, liderou uma equipe de 60 pessoas somente da parte

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  • Andr Bochecha Fonseca, nico velejador brasileiro bordo da VOR virou dolo e anfitrio da regata em Itaja. Ele recebeu no Mapfre a turma do Veleiros do Sul

    de gua. Nossa preparao aqui come-a com um ano de antecedncia e so muitos detalhes, como alugar um guin-cho especial para 200 toneladas, alugar helicpteros e logstica na Vila da regata. O Porto de Itaja nosso parceiro, com eles conseguimos dragagem para man-termos o calado de 5 metros no ancora-douro, movimentao de poitas, entre outras coisas, e tudo isso de grande contribuio, conta Navarro. O evento tambm tem a parceria institucional dos governos estadual e municipal. Segun-do a organizao o valor do custo desta edio foi de cerca de R$ 9 milhes.

    A Vida no Extremo, como ele-mento de marketing para a Volvo alia a imagem da empresa sueca ideia de fora, inteligncia e desafio. E isso serve para os seus consumidores Volvo. Por-que afinal de contas, uma vida extre-mada sempre admirada!

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    Os VOR 65: velocidade e segurana

    A 12 edio da Volvo Ocean Race anunciou como destaque os novos veleiros one design de 65 ps, uma novidade na regata de volta ao mundo, que substituram os VOR 70 utilizados em 2012. Para ter-minar em primeiro, primeiro voc tem que terminar a regata, esse foi um dos fatores na hora da concepo do proje-to desenvolvido pela Farr Yacht Design, um barco robusto, mais veloz que os anteriores e custo acessvel.

    O veleiro tem 19m80cm de compri-mento por 5m60cm de largura, calado de 4m78cm, peso de 12,4 toneladas e casco em fibra de carbono. O barco con-

    ta com um conjunto de 12 velas, mas apenas oito podem ser embarcadas em cada etapa. Nada pode ser reparado ou modificado sem permisso dos medido-res da VOR. As substituies so proibi-das e por isso a equipe do Mapfre perdeu dois pontos aps a quinta perna por ter colocado umas talas de reforo na proa do barco e mexido nos outriggers (ben-galas que ficam para fora da amurada do casco) por onde passam as escotas.

    Todos os controles das velas do barco so manuais, feitos atravs dos grinders. O nvel de carga alto e exige muita fora e resistncia por parte dos velejadores. A tripulao composta

    pelo capito, navegador e mais seis tri-pulantes que se dividem em turnos. No barco das mulheres (SCA) vo 11 vele-jadoras. Os barcos possuem uma esta-o de navegao e tambm acompa-nham por satlite a previso do tempo.

    Eles carregam modernos equipa-mentos de comunicao. Em cada ve-leiro vai a bordo um jornalista, chamado de OBR, que produz diariamente mate-rial de texto e imagens para divulgao. As cmeras a bordo mostram imagens em tempo real, as reaes dos veleja-dores, sem edies. Eles dizem que importante que as pessoas vejam o que acontece numa regata.

    Os VOR 65 construdos com tecnologia de ponta Estao de navegao

    Bochecha mostrando como so feitas as refeies em con-dies de mar grosso, escorado na beira da compacta cozinha

    As cmeras que mostram toda a movimentao da equipe no convs

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  • Aps liderar a disputa de ponta a ponta o velejador Andr Passow do Veleiros do Sul conquistou o ttulo do Campeonato Estadu-al de Laser Radial realizado de 1 a 3 de maio em Rio Grande pelo Rio Grande Yacht Club. Alm do campeo Bingo no topo, o Veleiros do Sul completou o pdio com o vice-campeo Allan Willy e com Antnio Cavalcanti Rosa em terceiro. Tambm representaram o VDS na dis-puta Phillipp Grochtmann (4), Henrique Dias (6), Rodolfo Streibel (7), Bryan Matthew Luiz (10) e Rodrigo Quevedo (12). O campeonato contou com 19 velejadores.

    O barco Crioula29 representou o VDS no Mitsubishi Motors Soto 40 WC, o Mundial da classe S40 realizado em abril no Iate Clube de Santa Catarina, em Jurer. O campeonato contou com a parti-cipao de 11 tripulaes da Am-rica do Sul e Europa. O Crioula Sai-ling Team, comandado por Samuel Albrecht, terminou em oitavo lugar. O Mundial teve disputadas 10 regatas

    Crioula Sailing Team disputou o Mundial de S40

    Equipe do Veleiros do Sul foi um dos barcos brasileiros no Campeonato que ocorreu na raia de Jurer

    Sul-americano no Uruguai

    e o ttulo foi para o argentino Patag-nia, do comandante Norberto Alvarez. O brasileiro Pajero, de Eduardo Souza Ramos foi o vice-campeo e o chileno Itau, de Dag von Appen foi o terceiro colocado. A equipe do Veleiros do Sul foi composta po