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ARTIGOS DE FESTA A NOVA ONDA NOS ATACADOS DOCEIROS ITAL O QUE A INDÚSTRIA GANHA COM O CENTRO DE PROJETOS FRAUNHOFER ATACADO DISTRIBUIDOR O mercado aplaude as melhores operações de candies de São Paulo 2014 Top Trajetória Santa Helena e JAF Inox levam a taça por fazer história Nº 241 Novembro 2014 28 BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS

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ARTIGOS DE FESTA a nova onda nos atacados doceiros

ITAL o que a indústria ganha com o centro de Projetos FraunhoFer

atacado distribuidor

O mercado aplaude as melhores operações de candies de São Paulo

2014

Top TrajetóriaSanta Helena e

JAF Inox levam a taça por fazer história

Nº 241Novembro 2014

28

BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS

www.docerevista.com.br 3Novembro 2014 Doce Revista

Consumidora voraz de pesquisas de mercado, a indústria sempre teve plena consciência do papel que ocu-

pa no setor de abastecimento e da comple-xidade da ala de logística e distribuição no Brasil. Bem informada quanto ao giro nas prateleiras, consegue antecipar tendências e saber quais os canais em alta e baixa no roteiro da comercialização. Por isso, dificil-mente é surpreendida a respeito da consis-tência dos mercados ou perfil do cliente na boca do caixa. Ela, no entanto, tinha apa-rentemente um conhecimento superficial de sua própria imagem aos olhos do setor. Esse fato contrastava com esse domínio profundo das informações sobre o consu-midor final. Foi justamente essa lacuna que inspirou a criação do Prêmio Doce Revista (PDR), lançado em 2007. Inédita no gênero, a proposta se inseriu como meio eficaz para todos os segmentos terem uma avaliação concreta de seu desempenho e imagem, a partir dos votos dados pelo setor aos melho-res em cada ramo de atuação. Como a mu-dança e a inovação são as ferramentas que movem a indústria e o trade doceiros, o PDR também segue incorporando esse DNA na realização de sua sexta edição, tema de re-portagem especial desta edição. Ao invés do reconhecimento à excelência na produção, a premiação foi fracionada tanto em sua

abrangência como na metodologia de sele-ção, visando homenagear apenas os mais conceituados operadores atacadistas. Para viabilizar essa mudança, a eleição e entrega também foram regionalizadas, sendo o es-tado do Rio de Janeiro escolhido o primeiro a conferir no ano passado a nova roupagem. Nesta edição do PDR, são os atacados e dis-tribuidores do estado de São Paulo, maior centro de produção e consumo do país, os eleitos para receber a homenagem. Pes-quisas de opinião são em geral recrutadas para identificar oportunidades, tendências e hábitos de consumo, bem sabe a indús-tria e o trade doceiros que, desde a criação do PDR, são convocados a vivenciar uma inversão nos papéis. Ao ouvir e atender vo-zes do ramo que sugeriam há tempos uma premiação à altura da importância do setor brasileiro de confectionery, o PDR acentuou a integração dos diversos elos da cadeia doceira nacional. Amadurecido ao longo de quase uma década, ele conferiu nas cinco primeiras edições o devido reconhecimento aos que mais se destacaram na atividade da produção e distribuição de candies. Os nomes que emergiram das urnas por indi-cação do trade e da indústria seguramente desenharam o mapa do setor de confec-tionery no país. Com o PDR 2014, ele mais uma vez está sendo atualizado. •

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Doce Revista Novembro 20144 www.docerevista.com.br

Sumário

08 ENTREVISTA CENTRO DE PROJETOS FRAUNHOFER além do tubo de ensaioAlexandre Martins Moreira, representante no Brasil do Instituto Fraunhofer IVV, detalha a parceria fechada com o Ital, que resultou na inauguração de um centro de pesquisa e fomento a desenvolvimentos

11 EQUIPAMENTOSTHEEGARTEN-PACTEC velocidade máximaEspecialista em tecnologia e sistemas de empacotamento de candies, a grife alemã introduz um modelo de embaladora flowpack horizontal ultraveloz para envoltórios de pequenas dimensões

14 PDVARTIGOS PARA FESTA a cereja do boloAntes enclausurada em espaço de poucos metros lineares de gôndola, a seção destinada a itens como copos, pratinhos e talheres descartáveis usados em comemorações evoluiu para corredores inteiros e hoje compõe uma das alas de maior crescimento nos atacados doceiros

18 CAPA PDR 2014 os melhores de São Paulo Apontadas pela indústria de chocolates e candies, as mais destacadas operações do atacado distribuidor paulista sobem ao pódio do Prêmio Doce Revista 2014, além de duas homenagens: à Santa Helena e JAF Inox. E mais: na cerimônia de entrega da premiação, a confraternização do setor e as homenagens ao comércio de doces em São Paulo

34 SAÚDE & BEM-ESTAR SUAVIPAN crescimento mais que orgânico Pioneira no mercado de guloseimas e panificados diet/light, a empresa paulistana amplia a oferta de itens saudáveis com introdução de linha orgânica

SEÇÕES06 MIX Abicab, Apex e Instituto de Embalagens assumem a missão de promover a inovação no setor de candies, entre outros destaques 12 CONSULTORES a análise de especialistas dos mercados de açúcar e cacau 30 DESTAQUE enquete exclusiva confere as vendas de artigos para festa nos atacados doceiros32 GIRO os lançamentos que enfeitam as prateleiras do atacado distribuidor doceiro

Doce Revista Novembro 20146 www.docerevista.com.br

MIX

Por meio do seu departamento de exportação, a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Choco-

late, Cacau, Amendoim, Balas e Deriva-dos) selou parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Ex-

EMBALAGEM

AfIANDO A COMPETITIVIDADEportações e Investimentos) e o Instituto de Embalagens para colocar em ação o projeto Inova Embala. “Sua missão é analisar o setor de balas, detectar suas necessidades e, a partir de um diag-nóstico, realizar workshops, seminários e consultorias dedicados a inserir o pro-cesso de inovação no desenvolvimento de embalagens”, sintetiza Romualdo Silva, vice-presidente de Exportação da Abicab. Acionado em novembro, o pro-jeto tem duração prevista de 12 meses e também objetiva estimular fabrican-tes de alimentos e bebidas, além das indústrias de candies, a adaptar e atua-lizar as embalagens dos produtos para o mercado externo. Segundo Marco

Lobo, gerente de Inovação e Design da Apex-Brasil, o projeto abordará temas como as certificações e normas inter-nacionais, tecnologias recentes, novos materiais e o estudo das culturas de consumo nos mercados internacionais. “Buscar a inovação em embalagens é um meio importante de conferir maior valor agregado a um produto industria-lizado e, como consequência, melhorar a rentabilidade do exportador”, frisa ele. Silva acrescenta que o Instituto de Em-balagens foi escolhido para compor a parceria pelo alto conhecimento técnico e visão internacional, além de experiên-cia em alianças com entidades como a própria Abicab.

Para instigar a sensação da desco-berta, incentivando os adolescen-tes a viver novas experiências, a

marca de balas Icekiss, da Cory, promo-ve um desafio com dois dos principais ídolos da Web 2.0. Para que eles vivam algo pela primeira vez, toda a dinâmica da campanha e os vídeos poderão ser conferidos no hotsite criado pela mar-ca (www.primeiravezetudo.com.br). De um lado, Felipe Neto, 26 anos, que conta com mais de dois milhões de fãs no Facebook e mais de três milhões de inscritos em seu canal do Youtube. O blogueiro surgiu criticando artistas fa-mosos, como o cantor Justin Bieber e o ator Robert Pattinson, da saga Cre-púsculo. Do outro lado, Bruna Vieira, 20 anos, autora de quatro livros, conta com um blog com mais de meio milhão de fãs no Facebook. Além disso, ela se

CAMPANHA I

DESAfIO DE BLOGUEIROSdeclara fã de Justin Bieber e Robert Pattinson. Icekiss coloca os dois ídolos da Web 2.0 com pensamentos opostos frente a frente. Eles engajarão seus fãs durante duas semanas pedindo sugestões sobre os melhores (ou piores) desafios para seu oponente fazer. As ideias serão votadas pelos fãs, e depois cada um viverá uma experiência pela primeira vez. O desafio será filmado como um reality show para que os ídolos possam compartilhar com o público. Segundo Ricardo Fernandes, gerente de marketing da Cory, trata-se da maior ação no universo on-line já fei-ta pela empresa. “A escolha desses in-fluenciadores é decisiva para o sucesso do desafio porque tem a linguagem dos consumidores e da própria Icekiss. Além disso, o ambiente digital e a mecânica

da ação propiciam engajamento e inte-ratividade com os fãs, que vão ajudar a construir essa história”, argumenta ele. Reconhecida por sempre estar antenada com o consumidor, a Icekiss reformulou recentemente o portfólio, associando as sensações doce, azedo e refrescante aos momentos de consumo da bala pe-los adolescentes: Icekiss Docinha, para os momentos de curtição; Icekiss Aze-dinha, para as descobertas com sabor de liberdade; e Icekiss Geladinha, para as experiências com sabor de ousadia.

www.docerevista.com.br 7Novembro 2014 Doce Revista

CAMPANHA II

PARA ESTOURAR NO NORDESTE

Marca campeã no segmento de balas da Perfetti Van Melle, Mentos estende a campanha

Na Sua Medida ao Nordeste brasileiro. A inovação na ação publicitária, dire-cionada ao varejo tradicional, fica por conta de spots com 30 segundos nas rádios, nos quais os próprios proprie-tários dos estabelecimentos são os locutores, informa Elzilene de Moraes, diretora de marketing da empresa, completando que, para essa tacada, a marca convidou 20 comerciantes, entre donos de bares, botequins, mer-cadinhos e lojas de vizinhança. “Que-remos maior aproximação com os consumidores dessa região, que ainda exibe um potencial enorme para distri-buição”, assinala ela. Com assinatura da agência Neogama/BBH, a ação de marketing utiliza uma linguagem des-

contraída e provocante, caracterís-ticas da marca. Sob o slogan É real, Mentos a 1 Real, a campanha conta com anúncios em rádios, outdoors e mobiliários urbanos localizados em pontos estratégicos de Recife (PE) e Salvador (BA). Nos spots de rádio, de-talha Elzilene, o proprietário comunica que seu comércio tem em estoque Mentos Na Sua Medida e ainda divulga seu estabelecimento gratuitamente, indicando a localização da loja na ci-dade. “A campanha regional sintetiza a estratégia de alavancar ainda mais a nossa distribuição em pontos de ven-da (PDVs) tradicionais onde estamos presentes”, frisa a diretora. Segundo a PVM, lançada no ano passado, a li-nha Mentos Na Sua Medida já registra vendas 43% maiores em volume em 2014.

Para provar que o adágio “tudo que é bom, dura pouco” está enganado e provocar o senso

comum, a marca de gomas de mascar Trident, campeã do portfólio da Mon-delez Brasil, banca a campanha #Du-raMuitoMais. A ação visa potencializar a divulgação da linha Trident Unlimited e conta com diversas ações. O pontapé inclui parceria com a rádio Jovem Pan.

CAMPANHA III

GOMA NA RáDIO E NA TVCom a hashtag #DuraMuitoMais, a fa-mosa lista “As sete melhores da Pan” ganha uma música extra, tornando-se “As oito melhores da Pan”. Para os consumidores da marca terem o gos-tinho de ouvir sua banda preferida por mais tempo, basta postar o nome da música no Twitter com a hashtag #Du-raMuitoMais. Disparada em novembro a ação se estende por todo o mês de dezembro nas emissoras Jovem Pan de São Paulo, Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Campinas (SP), São José dos Campos (SP) e Ribeirão Preto (SP). Dando continuidade ao movimento

#DuraMuitoMais, o programa Pânico na Band, da rede Bandeirantes de TV, apresenta duas novidades: a volta de quadros famosos, que prometem dar um sabor prolongado aos telespecta-dores, e a possibilidade de ver seu pro-grama preferido durar mais. O Melhor do Mundo, feito por Eduardo Sterblitch, foi o personagem escolhido para par-ticipar da campanha #DuraMuitoMais. Para que os blocos tenham o horário estendido, basta que os telespectado-res postem #DuraMuitoMais no Twitter até alcançar o Trend Topic, durante a exibição do programa.

Doce Revista Novembro 20148 www.docerevista.com.br

na inovação, com a missão de ampliar o valor agregado das cadeias agroindus-triais integrando produção alimentos e bioenergia”, assinala Martins Moreira. Há sete anos no Instituto Fraunhofer, o coordenador técnico é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp/Botucatu-SP), com especialização e graduação em Engenharia de Alimentos pela Universi-dade de Weihenstephan, da Alemanha. Nesta entrevista exclusiva à Doce Re-vista (DR), ele desvenda a parceria da instituição alemã com o Ital e detalha os projetos de pesquisa atuais e futuros do centro.

DR – Como foi a aproximação do Ins-tituto Fraunhofer e o Ital?

Martins Moreira – A sociedade de pesquisa Fraunhofer é maior entida-de de pesquisas aplicadas da Europa. São no total 62 institutos sediados na

Uma base sólida para o cresci-mento sustentável e a competiti-vidade da produção nacional de

alimentos, confeitos inclusos, somente pode ser alcançada através da busca permanente por inovações nos proces-sos de produção e desenvolvimento de itens com maior valor agregado. Par-tindo dessa premissa, o Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos do Estado de São Paulo) e o Instituto Fraunhofer para Engenharia de Processos e Emba-lagens (IVV) estabaleceram o Centro de Projetos Fraunhofer (Fraunhofer Project Center for Food and Bioresources), em Campinas (SP). Inaugurado no início de novembro, ele é um modelo de coope-ração criado pela direção da entidade alemã, visando a cooperação das mais de 66 unidades de sua rede com outras instituições de pesquisa e universida-des de todo o mundo sobre temas de

interesse estratégico. “A ideia é buscar o desenvolvimento de tecnologias es-pecíficas, sempre almejando o uso inte-gral de todos os produtos e subprodutos da cadeia produtiva para prevenir pos-síveis concorrências entre bioenergia e produção alimentar”, sintetiza Alexan-dre Martins Moreira, representante no Brasil do Instituto Fraunhofer IVV e co-ordenador do centro no Ital. Com base em competências complementares e interesses bilaterais de ambos os insti-tutos, as atividades irão focalizar temas como energia e materiais de recursos renováveis, funcionalidade, saúde e aspectos nutricionais, tecnologias para o enriquecimento de alimentos com fibras e proteínas, desenvolvimento de ingredientes funcionais e alimentos saudáveis. “O principal objetivo da par-ceria é estabelecer a cultura de pesqui-sa aplicada e o desenvolvimento focado

ENTREVISTA

usina de ideias Centro do Ital em parceria com o Instituto Fraunhofer insere o Brasil na rede global de pesquisa de inovações

LABORATóRIOS CENTRALIzAçãO DE ATIVIDADES ESPECíFICAS COMO PROCESSAMENTO LABORATORIAL DE PROTEíNAS.

www.docerevista.com.br 9Novembro 2014 Doce Revista

Alemanha. De todas essas instituições, uma delas cuida especificamente de processos industriais e embalagens. É o instituto ao qual pertenço (Fraunho-fer-IVV/Institut für Verfahrenstechnik und Verpackung). Já temos uma coo-peração com o Ital há mais de três dé-cadas, que foi aprofundada agora nos últimos três anos para intensificar as cooperações e os intercâmbios, uma vez que há uma grande demanda por alimentos, principalmente partindo dos países europeus, e uma necessidade de expansão do setor de pesquisa. Há 30 anos, um pesquisador do Fraunho-fer, especialista em embalagens metáli-cas, foi contatado pelo Cetea (Centro de Tecnologia de Embalagem) para prestar consultoria ao Ital. Dali nasceu o primei-ro relacionamento. Há três anos aconte-ceu a assinatura do primeiro protocolo de intenções para a elaboração e for-mação de um centro de projetos Frau-nhofer no Ital. Nesse período, cuidamos da parte jurídica para estabelecer um convênio de cooperação e, em dezem-bro de 2013, foi assinado convênio em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes.

DR – Como foi projetado o centro téc-nico em operação no Ital?

Martins Moreira – O centro de pro-jetos Fraunhofer segue um modelo pa-drão que permite a internacionalização de institutos dentro das demandas de áreas tecnológicas existentes. Onde há uma demanda tecnológica existe esse modelo de cooperação criado pela cen-tral Fraunhofer. Ele viabiliza a coopera-ção dos institutos com universidades e instituições de pesquisa de ponta no mundo inteiro. Dependendo do volume ou do porte que o centro de projetos deverá ter é negociado com a central administrativa um montante para fi-nanciamento. No nosso caso são dois milhões de euros liberados pela central para o Fraunhofer na Alemanha. Sobre esse aporte é solicitada uma contrapar-tida do parceiro para o início de ativi-dades, como projetos internos, desloca-

mentos, organização de workshops etc. O fundo criado pelas entidades parcei-ras é para esse fim, mas a meta é que em um ou dois anos o centro se torne autossustentável. Por exemplo, o prédio inaugurado para o Centro de Projetos Fraunhofer foi conta-bilizado como parte dessa contrapartida exigida na formação da parceria.

DR – Já existe algo de concreto exe-cutado pelo centro?

Martins Moreira – O primeiro projeto dessa nova fase da parceria foi na área de ingredientes fun-cionais para aplica-ções em emulsões e produtos de pani-ficação. Tínhamos um projeto aprova-do de 800 mil euros dentro do programa Bioeconomia 2030 na fábrica do gover-no alemão. Envolveu a internacionali-zação de todas as intituições alemãs

com as principais potências agríco-las do mundo, num total de 15 países, como Rússia, Canadá, Vietnã, Brasil e Argentina, entre outros. Em setembro do ano passado, cerca de 88 projetos foram submetidos ao governo alemão

MARTINS MOREIRA MODELO DO CENTRO VIABILIzA COOPERAçãO ENTRE UNIVERSIDADES E PESQUISA DE PONTA NO MUNDO INTEIRO.

Doce Revista Novembro 201410 www.docerevista.com.br

e 14 foram aprovados. Um deles era o nosso, envolvendo a cadeia produti-va do girassol em que o Ital teve uma participação significativa. Ele está se iniciando e estamos em fase de assina-tura de convênio para oficialização de parcerias. Os recursos já foram disponi-bilizados e, a partir de janeiro de 2015, serão divulgados os primeiros resulta-dos concretos. Vai beneficiar a área de ingredientes. A base conceitual é justa-mente o aproveitamento simultâneo na geração de alimentos e de energia sem que haja necessidade de expansão de áreas agrícolas. O girassol é extrema-mente resistente ao estresse hídrico. Pode ser plantado entre duas safras de

soja. Os produtos obtidos são uma fa-rinha protéica com 56% de proteína e um concentrado protéico com 65% de proteína. Testes foram iniciados há sete anos na planta piloto na Alemanha e sinalizaram que haveria potencial para se ir adiante. O que vamos fazer agora é cobrir toda a cadeia, desde o plantio com teste de genótipos diferentes, até o teste alergênico do girassol, passando pelas aplicações. A previsão é de con-clusão em três anos.

DR – O centro também tem um proje-to para a área de cacau fino?

Martins Moreira – Há três anos, de-pois de contatos com a pesquisadora Priscilla Efraim, à época no Cereal Cho-cotec (Centro de Tecnologia de Cereais e Chocolate) e hoje na Unicamp (Universi-dade de Campinas), começamos a nos familiarizar com o cacau matéria-pri-ma. Em paralelo, fizemos contato com o Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) e conhecemos os materiais desenvolvidos e resis-tentes à praga da vassoura-de-bruxa. Eles nos encaminharam 15 híbridos (tipos resistentes à praga) com grande potencial para produção de cacau fino ou tipo gourmet. Fizemos a extração de voláteis para fazer uma aromagrama. Esse trabalho está a cargo dos espe-

INGREDIENTE FUNCIONAL PRIMEIRO PROJETO RESULTOU EM FARINHA COM 56% DE PROTEíNA PARA APLICAçãO EM PANIFICADOS.

ENTREVISTA

cialistas Gottfried ziegleder e Wolfgang Danzl, ambos referência na Europa na parte de voláteis de cacau. A ideia ini-cial do projeto envolvendo cacau é que possamos nortear o próprio proces-samento e assim determinar aromas específicos reproduzidos no produto final. Estamos fazendo um traçado en-tre processamento e voláteis (aromas) de cacau, principalmente na fermen-tação do grão. Na mesma linha des-se trabalho com cacau pretendemos iniciar um projeto com café. Também vamos trabalhar com fermentações para que aromas específicos possam ser formados e auxiliem a produção de cafés gourmet.

DR – Há algum projeto no front de inovações em candies?

Martins Moreira – Temos um traba-lho em curso em parceria com Cereal Chocotec, juntamente com a pesquisa-dora Lidiane Bataglia da Silva, que en-volve aplicações de polióis (adoçantes naturais) em balas mastigáveis e em panificados como bolos e muffins. No momento, esse estudo está em fase de ‘screening’ (seleção) e os próximos passos incluem testes com o que já existe em termos de polióis no merca-do, a exemplo do steviosídeo (adoçante obtido da planta Stevia rebaudiana). •

www.docerevista.com.br 11Novembro 2014 Doce Revista

Fornecedora global de soluções para embala-gens de candies, a grife

alemã Theegarten-Pactec acena com a ampliação da gama de aplicação de sua linha embaladora FPC5. O modelo foi aprimorado para acondicionar produtos de pequenas dimensões a alta velocidade em embalagens flowpack. Com sede em Dresden e representações em mais de 50 países, inclusive no Brasil, a empresa é especialista no desenvolvimento e fa-bricação de embaladoras para itens de confeitaria de pequenas dimensões. À diversidade de mais de vinte tipos e for-matos de embalagem junta-se um am-plo portfólio de modelos e espectro de desempenho. Além de máquinas indivi-duais, a marca oferece também linhas completas como parceiro para soluções “chave na mão” (turn key). Steffen Ha-melmann, executivo líder de marketing da companhia, relata que, a partir do pe-

dido de um cliente, a Thee-garten-Pactec concebeu um sistema de alimentação com o qual sua embaladora hori-zontal FPC5 pode processar produtos em forma de cubo ou pastilha, pré-formados e de pequenas dimensões, a uma velocidade de 1.500 unidades por minuto. “Os testes de ensaio revelaram que é possível atingir ciclos

de trabalho ainda mais rápidos”, pontua o executivo.

Para ele, a separação de produtos pequenos a alta velocidade constitui o verdadeiro desafio para qualquer tecno-logia aplicada a embaladoras flowpack. A empresa alemã conseguiu superar essa barreira recorrendo a uma sincro-nização de duas vias. Cada via, detalha Hamelmann, separa 750 artigos por mi-nuto. Para o embalamento, as duas vias têm de ser reunidas em uma linha, sen-do os produtos agrupados. Para obter esse efeito, uma fita é estendida, em pa-

ralelo, sobre as vias. Nela são montados dispositivos de arrastamento e, quando o número pretendido de produtos é atin-gido, os dispositivos de arrastamento descem, alternadamente, entre ambas as vias. Como a fita superior se desloca um pouco mais rapidamente do que as fitas transportadoras, os produtos são deslocados em grupos para a frente.

Know-how e experiência O projeto demonstra como a Thee-

garten-Pactec enfrenta desafios com-plexos de concepção. Para Hamelmann, a tecnologia flowpack propicia embala-gens hermeticamente fechadas, segu-ras e higiênicas, reduzindo ao mínimo a entrada de umidade ou odores. “É, portanto, o tipo ideal para produtos de confeitaria, sendo também indicado para muitos outros segmentos do setor alimentar”, observa.

Em 2011, a empresa promoveu a estreia da linha FPC5, como máquina embaladora de chocolate com as va-riantes FPH5 para bombons de açúcar cozido e confeitaria à base de gelifi-cantes, e do modelo FPW5 para cara-melos. Trata-se de uma nova geração de flowpacks constituída por módulos básicos com funcionalidades opcionais, esclarece Hamelmann. Os cinco grupos modulares principais são o sistema de alimentação de produtos, o alimentador de embalagem, o sistema de selagem, a unidade de saída e o controle eletrô-nico, descreve o técnico. A construção, garante ele, cumpre as mais rigorosas exigências em matéria de higiene. “To-das as áreas sensíveis permitem fácil limpeza e, com esse tipo de construção, a operação e a manutenção são possí-veis quase sem a necessidade de fer-ramentas”, conclui. •

Rápida no gatilhoTheegarten-Pactec desenvolve flowpack para embalar pequenos volumes em alta velocidade

Equipamentos

HAMELMANN SINCRONIzAçãO DE DUAS VIAS CONFERE MAIOR RAPIDEz À MáQUINA HORIzONTAL.

EMBALADORA FPC5 VELOCIDADE PODE SUPERAR 1.500 UNIDADES POR MINUTO.

Doce Revista Novembro 201412 www.docerevista.com.br

Consultores

Cacau

Aforte queda dos preços do cacau, iniciada no final de setembro, prosseguiu nas

primeiras semanas de novembro e a cotação do mês mais negocia-do na Bolsa de Nova York chegou a mergulhar brevemente para abaixo de US$ 2800, nível não visto desde janeiro. A partir do meio do mês, no entanto, o movimento de baixa estancou e os preços voltaram a

evoluir para o lado, num cenário de consolidação. Esta coluna relatou, na edição anterior, a contenda entre dois grupos de ana-listas do mercado de cacau com visões divergentes a respeito da evolução dos preços. O grupo que chamamos de “altista”, mas que na verdade deveríamos ter chamado de “menos baixista”, achava que os preços já estariam chegando a patamares onde encontrariam suporte e deixariam de continuar caindo, sendo contestado pelo outro grupo, que ainda previa o prosseguimento da queda até níveis de US$ 2700 ou mesmo US$ 2600. Pelo menos por enquanto, está prevalecendo a opinião do primeiro grupo e a visão mais baixista do segundo emite sinais de abran-damento.

O que mudou no quadro da conjuntura fundamental para causar essa pequena mudança do enfoque? Na verdade não muito, analisando objetivamente. Do lado do consumo, o quadro permanece sombrio diante a estagnação da demanda por cacau, que não só atinge os principais mercados consumidores, mas os mercados emergentes, onde até há pouco tempo ainda estivera em expansão. A falta de interesse comprador por manteiga de cacau acentuou-se ainda mais durante novembro e fez o ratio do produto cair nove pontos no mercado ‘spot’ de Nova York, de 2,48 para 2,39 vezes a cotação da Bolsa, enquanto o ratio do pó de cacau aumentou apenas três pontos, de 0,78 para 0,81, continuando a corroer a margem de rentabilidade da indústria processadora. Já existe quase unanimidade entre os analistas de que não haverá crescimento das moagens de cacau na safra internacional 2014/2015.

A mudança, mesmo que ainda incerta, pode vir do lado da

Thomas Hartmann é cacauicultor, analista do mercado internacional de cacau e titular da

TH Consultoria e Estudos de Mercado.

produção. As entradas de cacau nos portos da Costa do Marfim, maior produtor mundial, estão bem abaixo do volume da safra passada e as notícias de Gana, segundo maior produtor, também apontam para uma queda do fluxo das colheitas. Como ainda correm os primeiros meses da atual safra, que começou em ou-tubro, o quadro ainda pode reverter, mas um número crescente de analistas e operadores já conta com a queda da produção mundial em tamanho suficiente para mantê-la pelo menos equi-librada com as moagens estagnadas. Um dos grandes comer-ciantes mundiais chega a projetar um déficit acima de 120 mil toneladas (t).

Do lado oposto das opiniões, o grupo mais baixista sustenta que o desempenho fraco da Costa do Marfim e de Gana apenas decorre do início mais tardio das colheitas e que o volume da produção aumentará a partir do início de 2015, recuperando os atrasos. O executivo chefe de um dos líderes da indústria cho-colateira mundial sustentou que a safra de 2014/2015 terminará com superávit. A incerteza deverá persistir até janeiro, quando haverá mais clareza sobre as perspectivas das safras africanas. Até lá, o mais provável é que os preços continuem marcando passo. •

andando de lado

Thomas Hartmann

Cacau

www.docerevista.com.br 13Novembro 2014 Doce Revista

A JOB Economia há 20 anos no mercado, através de seus relatórios e trabalhos de consultoria, tem como objetivo principal antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas estratégias empresariais de seus clientes e, por fim, contribuir para que façam um bom trading.

Solicite um exemplar do relatório e veja como esse trabalho pode auxiliar na tomada de decisões. Para mais informações acesse o site [email protected].

Novembro mostrou preços relativamente estáveis e, ao mesmo tempo, com al-

guma volatilidade no mercado de futuros da Bolsa de Nova York. As cotações do açúcar oscilaram em um intervalo de 16,50 cents/lb e 15,50 cents/lb. Dentre os fatores que influenciaram nos momentos de baixa nos preços inserem-se à valorização do dólar frente ao real,

tornando a exportação do açúcar brasileira mais atraente, e a queda de preços do petróleo. Esse fator, por sua vez, sugere menor competitividade do etanol brasileiro frente à gasolina e, como decorrência, tende a estimular a oferta do açúcar.

Por outro lado, os momentos de alta nos preços foram con-sequência da quebra da safra brasileira no Centro-Sul e de es-timativas sinalizando um menor superávit mundial de açúcar na safra 2014/2015, com déficit na safra 2015/2016. Além disso, os fundos de investimento iniciaram o mês com posição liquida vendida em açúcar, mas encerraram o período com po-sição liquida comprada.

O gráfico a seguir mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o vencimento de março/15.

Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e Planejamento

ofeRta estiMulada

Ronaldo Lima Santana

Açúcar

Novembro foi também mais um mês em que os preços do açúcar negociados no mercado doméstico – principalmente, no estado de São Paulo – apresentaram um descolamento do mercado de futuros de Nova York.

Podemos ver nos gráficos uma maior volatilidade de pre-ços na bolsa americana, enquanto em São Paulo a curva de preços se mostrou ascendente ao longo do mês.

A combinação da proximidade do final antecipado da sa-fra no Centro-Sul, assim como a quebra na produção, aliado a um cenário de dólar em alta, favorecendo as exportações de açúcar, contribuiu para esse ambiente de preços.

O gráfico seguinte apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelo índice JOB Econo-mia de preços. •

Doce Revista Novembro 201414 www.docerevista.com.br

Copos, pratos e talheres plásticos descartáveis foram o embrião de um dos redutos de maior

demanda atual em pontos de venda (PDVs) como atacados doceiros e varejos especializados. Acompanhando tendências nos formatos de comércio, ditadas por mudanças nos hábitos de consumo, o chamado mercado de artigos para festa evoluiu, sobretudo nas últimas duas décadas, com a incorporação de alguns ingredientes explosivos. Do universo dos licenciamentos (licensing) a um vasto sortimento de materiais e apetrechos decorativos, enfim todo arsenal necessário para a montagem de festas e comemorações agora vem pronto em kits de conveniência e custo atraente. Além de incrementar a lista de opções com soluções de cenografia e decoração de ambientes, a atividade passou a agregar a oferta de guloseimas, a exemplo de balas, confeitos e doces de festa (brigadeiro, beijinho, cajuzinho) em

apresentações institucionais, além de prestação de serviços para organizadores, promotores ou mesmo donas de casa. “O mercado de festas no Brasil é crescente e deve manter essa trajetória”, assinala Luis Brancher, diretor de marketing da Cromus, número um no segmento de embalagens para presente e segunda marca em vendas no setor de artigos para festa. Segundo a Abrafesta (Associação dos Profissionais, Serviços para Casamento e Eventos Sociais), o faturamento das alas de festas e eventos em 2013 alcançou R$ 14,5 bilhões, cravando alta de 400% nos últimos cinco anos, e a estimativa para 2014 é atingir receita de R$ 16 bilhões, repassa Brancher. Para o executivo, o reduto de festas infantis no Brasil ganha maior relevância dentro desse cenário. Levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas) capta um crescimento em torno de 30% ao ano, com a movimentação média de R$ 300 milhões. “Estimamos

o mercado em torno de R$ 500 milhões, excluído o mercado de balões”, observa o diretor.

Do ponto de vista da inovação, acres-centa ele, o setor crescia modestamen-te, com poucas sacadas, fornecedores e itens até 2013. As mudanças foram puxadas justamente pela decoração das festas infantis e, com mais crédito dis-ponível, o mercado começou a deman-dar novidades com maior intensidade e freqüência. “Produtos para acondicionar doces, lembranças para convidados, itens mais elaborados e muitos outros detalhes vêm mudando completamente o perfil e hoje se tem um setor dinâmico com cres-cimento contínuo e maior criatividade”, argumenta Brancher. No passado, ele conclui, os lançamentos ocorriam a cada um ano e meio e hoje eles surgem a cada mês.

O mais recente investimento da Madu Doces, comércio atacadista de gulosei-mas da zona norte de São Paulo, confir-ma a tendência que vem se intensifican-do na distribuição de candies, apesar de flutuações pontuais da atividade no ata-cado distribuidor. Uma enquete exclusiva para Doce Revista, a cargo da Destaque Business Research, com estabelecimen-tos atacadistas e distribuidores, captou indicadores de queda nas vendas de artigos de festa entre 2012 e 2014 (ver enquete à pág._). “No comparativo de mudanças mais significativas para au-mento das vendas, o fator preço ganhou maior relevância em relação à consulta feita em 2012”, observa Ana Paula da Luz, coordenadora de pesquisa a Des-taque. Em contraponto a essa corrente, em busca de diversificar a oferta com itens de maior valor agregado, as ope-rações de formato cash and carry (ata-cado de autosserviço) têm investido na

PDV

Mesa postaKits completos e licenciamentos turbinam o giro do setor de artigos para festa

ARRANJO DA CROMUS EVOLUçãO DOS ITENS DESCARTáVEIS HOJE INCLUI CENOGRAFIA COMPLETA.

faz parte da nossa história!

Evoluir é nosso compromisso.

Transformar

Em 2015 apresentaremos

algumas transformações. Aguarde!

www.docerevista.com.br 15Novembro 2014 Doce Revista

ampliação do mix de artigos para festa, sem prejuízo, pelo menos até o momen-to, ao espaço dedicado a chocolates e confeitos. “Como todo atacado doceiro, mantemos um bom sortimento de salga-dinhos, chocolates e balas, mas a venda de artigos de festa hoje já atinge 50% do

faturamento da loja”, argumenta Duarte Vasconcelos, diretor da Madu. Sem de-talhar valores, ele inaugurou no início do ano uma ala de 600 metros quadrados de área de venda exclusiva para itens de festa e brinquedos, na sobreloja constru-

ída especialmente para esse propósito.A maior dificuldade para expandir as

vendas nesse filão era o espaço físico na loja principal, compartilhado com linhas de guloseimas. “Kits de festa, coleções licenciadas e artigos personalizados ne-cessitam de área maior para uma exposi-

ção adequada e isso já não era mais pos-sível junto com os 10.000 itens do nosso mix”, relata Vasconcelos. Ao perceber nos contatos com a clientela que a Madu po-deria se transformar em uma alternativa à rua 25 de Março, tradicional reduto do

segmento de festas no comércio paulista-no, ele decidiu incrementar o mostruário. A introdução dos brinquedos, no entanto, é por enquanto apenas uma aposta gera-da pelo giro crescente de candy toys.

Artigos de EVA

Do lado da indústria, o advento dos licenciamentos de propriedade ainda é o maior propulsor de vendas. Estabelecida há 19 anos em Poços de Caldas (MG), a Piffer & Cia inovou a cena ao desenvolver e introduzir uma linha de artigos para fes-

PIFFER FILHO, DA PIFER & CIA LICENCIAMENTOS DO MOMEN-TO SEGUEM PUxANDO AS VENDAS DO SETOR DE FESTA.

VASCONCELOS, DA MADU DOCES ExPANSãO NA LOJA SOB MEDIDA PARA ARTIGOS DE FESTA E BRINQUEDOS.

VAGNER PINTO, DA FESTCOLOR MAIS DE 2 MIL SKUS, DISTRIBUíDOS EM CERCA DE 5 MIL PDVS.

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Doce Revista Novembro 201416 www.docerevista.com.br

ta produzida em EVA, material plástico utiliza-do em solados de sandálias e calçados. O mix hoje compor-ta mais de 800 itens, compondo temas especiais

e sazonais para festas, comemorações e decorações exclusivas, repassa Benedito Piffer Filho, diretor comercial da empresa. “Todos os produtos são certificados pelo IQB (Instituto Brasileiro de Qualificação e Certificação) e atendem às demandas, através de pesquisas ou adaptações a mudanças e tendências de mercado, com o lançamento contínuo de itens”, frisa ele. Licenciada oficial de marcas de grande procura no universo de festa, as linhas da Piffer & Cia alternam coleções da Disney, Mauricio de Souza, Mattel (Bar-bie), Cocoricó, Moraguinho, Marvel e Edi-tora Luz e Vida, detentora do personagem Smilinguido. Adaptável aos formatos de materiais requeridos em linhas de festa, o EVA – sigla de etil vinil acetato – é a ma-téria-prima básica aplicada em todos os produtos da Piffer. “É um material espe-cial, extremamente macio e suave ao to-que, não tóxico, lavável, resistente e com forte apelo visual”, sustenta Piffer Filho.

Quanto à evolução do segmento, o dirigente ainda o considera um mercado promissor e com oportunidades “para as empresas que trabalham com honestida-

de”, grifa. Trata-se de um filão que vem se desenvolvendo como outros setores da economia, devido à criatividade e jogo de cintura dos empresários. “O avanço é satisfatório, se considerarmos que, no passado, o reduto de festa era bastante tímido, com poucos itens e sem criativi-dade”, assinala Piffer Filho, contabilizan-do alta média de 20% nas vendas 2013 em relação ao exercício anterior, avanço que tende a se repetir em 2014. Em con-trapartida, existe uma gama imensa de opções ao consumidor final, que vai além da dona de casa em busca de kits para festa, englobando buffets infantis, salões para aluguel e empresas de catering, en-tre outros potenciais clientes. “A evolução se deu em todos os sentidos, pois vale lembrar que o negócio de artigos para festa já foi muito informal, composto por poucas empresas com situação fiscal em dia. Mas hoje as maioria dos atores são formalizados e tanto a indústria como o comércio têm crescido bastante”, argu-menta o diretor.

Em quase duas décadas de atuação, a Piffer ergueu uma infraestrutura que conta com instalações próprias e 300 funcionários. “A empresa possui uma loja modelo acionada em testes, pesquisas de mercado e avaliações de clientes, que resultou, entre outros trunfos, no licencia-mento de 25 personagens, montagem de 11 temas próprios e na linha composta de 1.200 itens”, reporta Piffer Filho. Para ele, o segmento ainda é carente em empresas de distribuição e atacados especializados,

porém o número de espaços e lojas de varejo cresce em todo o país. “O dado é repassado pela nossa estrutura de ven-da e distribuição nacional, executada por equipe de 70 representantes comerciais, além de telemarketing interno”, sublinha o empresário. Ele detalha que a Piffer & Cia produz cerca de 40.000 unidades por dia dos 1.200 SKUs (Stock Keeping Unit) do portfólio. Entre as tendências, ele ob-serva que são baseadas nos personagens do momento, entre os quais os de maior sucesso são Peppa, Princesas, Minnie, Avengers, Patati Patatá e Galinha Pintadi-nha. “De todos eles, somente deste último não detemos a licença”, diz.

Concorrência pirataNa Festcolor, indústria que atua há 31

anos no segmento, o diretor Vagner de Je-sus Pinto atribui ao aumento do consumo da classe C a boa e a má notícia para os fabricantes de artigos de festa. “O cres-cimento da demanda de itens até então destinados aos públicos A e B obrigou o setor, de um lado, a se preparar para su-prir essa demanda crescente e, de outro, a enfrentar a entrada de produtos pira-tas”, avalia. Com a estabilidade econômi-ca, o setor passa por um período de cres-cimento orgânico e sustentável, nutrido pelo maior poder aquisitivo da população.

A empresa abriu as portas em 1981, em São Paulo, e cresceu sobretudo com o dinamismo conferido pelo emprego dos licenciamentos. Com forte atuação no canal ao qual o diretor conceitua como

PDV

BRANCHER, DA CROMUS CRESCIMENTO DE PELO MENOS 70% EM RELAçãO A 2013.

www.docerevista.com.br 17Novembro 2014 Doce Revista

grandes clientes, incluindo as maiores re-des de varejo, a empresa opera com mais de 2 mil SKUs, distribuídos em cerca de 5 mil PDVs. Enquadrado no chamado bazar dentro de uma operação de supermerca-do, onde disputa espaço com utilidades, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e até artigos para pet shop, o crescimento do segmento de festa acompanha a tendên-cia de toda essa ala de bens de consumo. “A receita da Festcolor é basicamente um mix entre inovação e lançamentos, com pelo menos dois temas introduzidos a cada mês de produtos exclusivos para cada propriedade licenciada e direciona-mento para diversos públicos”, detalha Pinto. Segundo ele, a Festcolor detém em torno de 40% das vendas totais de artigos de festa, com um portfólio de licencia-mentos que emprega cerca de 50% das propriedades utilizadas no setor. “Além de contarmos com o maior número de li-cenças do segmento, somos líderes em li-nhas decoradas, com um mix abrangente que atende os mais diversos canais, des-de supermercados e lojas especializadas, atacados generalistas e especializados, até redes de papelaria e lojas de brinque-dos”, relata Pinto.

Desbravadora no recrutamento de licenças infantis, a Festcolor foi respon-sável pela estreia dos personagens do desenho animado Scooby-Doo, arrasa--quarteirão da Warner Bros., no circuito de festas.”De lá para cá não paramos mais e hoje o portfólio inclui potências no segmento como a Galinha Pintadinha, Patati e Patatá, Angry Birds, Moranguinho e Dora A Aventureira, além dos principais times de futebol”, frisa o diretor da indús-tria, destacando entre as novidades linhas com as personagens Chiquititas, Meu malvado Favorito, CBF e Pequeno Prínci-pe. Além dos temas infantis, a Festcolor também abriu espaço para o público jo-vem adulto e uma das apostas é a linha Rock, que comporta, por exemplo, os li-cenciamentos de clubes de futebol. “Re-centemente, inserimos o tema Arabesco para festas mais requintadas”, informa

Pinto. O menu de artigos fabricados pela Festcolor também não para de crescer. Inclui de descartáveis a efeitos e tintas faciais, além de itens de padaria e con-feitaria. “Produzimos 100% dos artigos de festa, com exceção de alguns descartá-veis, que importamos e representam, em torno de 5% das vendas no segmento”, contabiliza.

Divisão exclusiva Na Cromus, o diretor Luis Brancher

observa que, apesar de liderar a ala de embalagens para presente, Páscoa, Natal

e outras datas comemorativas, a indús-tria gráfica opera há apenas 18 meses no segmento de festas. Ela, na realidade, atendia o setor com linhas de forminhas, embalagens para cupcakes e doces e suportes para mesas, entre outros ape-trechos. Mas no ano passado identificou uma demanda em aberto, sobretudo no quesito inovação, e criou a unidade de negócios Cromus Festas. Em pouco tem-po, essa divisão passou a ocupar posição de destaque e tem cada vez mais se dife-renciado ao ofertar um vasto portfólio que abrange desde convites, forminhas de doces, guardanapo e copos até enfeites, suporte para doces e itens para lembran-cinhas.

O primeiro catálogo, relata ele, es-

treou com cerca de 1.300 itens divididos em 12 temas e complementos para fes-tas, que atendem ocasiões como Chá de Bebê, Festa Infantil e Casual. Além des-ses temas, a coleção possui uma linha de produtos para coquetéis, forminhas para doces, picks decorativos e lança confetes, entre outros. Lançado em maio passa-do, o catálogo atual conta com cerca de 2.500 itens. Entre as novidades, Brancher destaca as linhas licenciadas Coca-Cola, Lalaloopsy e Simpsons, com designs exclusivos em versões de collers, ca-chepots, canudos decorativos e móbiles.

Também fazem parte do portfólio cinco temas inéditos na cena de festa: Batismo, Bailarina, Monstrinhos, Patisserie e Navy, além de linhas de lanternas decorativas, lembrancinhas, potinhos e garrafas de vi-dro, móveis decorativos e bandejas.

Organizada em quatro unidades de negócios, a Cromus conta com parque atualizado, que atende a demanda dos mais de 20 mil SKUs de seu portfólio. “Em 2012, não estávamos organizados em uma unidade mas, já no ano passado, tivemos um resultado 30% acima do ob-jetivo inicial. Em 2014, devemos ter cres-cido 70% sobre o ano anterior e, mesmo com o cenário econômico pouco favorável para 2015, a companhia vai continuar in-vestindo”, sinaliza o dirigente. •

SETOR DE MONTAGEM PRODUçãO DE 40 MIL ITENS DE EVA POR DIA NA UNIDADE DA PIFFER & CIA.

Doce Revista Novembro 201418 www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br18

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www.docerevista.com.br 19Novembro 2014 Doce Revista 19www.docerevista.com.br

Maior polo distribuidor de candies e principal centro de consumo do país, São Paulo ainda é festejada

pelo trade nacional devido à concentração do setor na região paulistana do Brás e Pari. Território dos chamados doceiros, que se abastecem nos atacados para pul-verizar a venda no varejo mais periférico, ela ainda ostenta as maiores operações nacionais de distribuição e atacado de do-ces. Mas essa atividade não é necessaria-mente uma exclusividade desse reduto. A prova é que entre os mais votados pela indústria para receber o Prêmio Doce Re-vista (PDR 2014), em sua edição regional dedicada ao estado de São Paulo, figuram dez empresas nascidas fora desse berço tradicional. Na Capital, na categoria de atacado distribuidor especializado, foram indicadas as operações da Falcon, Mano’s e Top Tem, ficando o Atacadão com a premiação na categoria generalista. Na Grande São Paulo, os ganhadores do PDR foram as redes Chocolândia, Super Doce Maringá, Viel e Viel e novamente o Ata-cadão, respondendo pela ala generalista. No interior, os laureados foram a Comer-cial Porto, Docelinho e Higa, com o Grupo Maranhão como melhor operação gene-

ralista. Vencedora das cinco premiações anteriores pela região Sudeste, a Marsil recebeu votação unânime para o prêmio Fora de Série, inaugurando assim mais uma categoria do PDR.

As dimensões do Brasil, as múltiplas categorias de produtos e a diversidade do varejo tornam o escoamento de gulo-seimas doces uma atividade complexa e cada vez mais estratégica para o setor. Os 8,5 milhões de quilômetros quadrados, os cerca de 5.500 municípios e as mais de 180 milhões de habitantes dimensionam os desafios logísticos impostos aos fabri-cantes de chocolates, biscoitos e confei-tos (confectionery). Em termos de pontos de venda (PDV), desfilam na passarela do varejo brasileiro perfis cada vez mais variados, que incluem desde os super e hipermercados ao varejo tradicional, for-mado por bares, mercearias e padarias, além de balcões diversos como cantinas escolares, lanchonetes, lojas de conveni-ências, redes de cinema e quiosques de shoppings. Para fazer frente a essa estru-tura multifacetada, o setor de confectio-nery se viu compelido a também ampliar seu leque de canais. Hoje esse menu é composto por distribuidores especializa-

dos, depósitos de doces, redes de super e hipermercados, além dos celebrados cash & carrys, o popular atacarejo, como são chamados os atacados que atuam no formato de autosserviço. Fora essa intri-cada rede de parceiros, o setor ampliou nos últimos anos as equipes próprias de vendas e distribuição, que geralmente atendem de forma direta pedidos mais pujantes (key accounts), ficando aos ata-cadistas e distribuidores a responsabili-dade pelo varejo mais pulverizado.

Dentre todos os elos dessa cadeia, os depósitos doceiros desempenham papel fundamental na cena brasileira de candies. Historicamente, de 50% a 70% das vendas de pirulitos, balas, gomas de mascar e demais guloseimas doces estão atreladas ao movimento dos atacadistas e distribuidores. A fatia complementar dilui-se nas redes de super e hipermerca-dos, que atualmente tendem a elevar sua participação no giro doceiro. Localizados normalmente em áreas periféricas, os atacados especializados têm privilegiado o sistema de autosserviço em detrimen-to de formatos antigos, a exemplo do atacado de balcão, mesclando gêneros em caixas de embarque fechadas e vo-lumes fracionados em unidades. Com a fatia de 16,1% do faturamento total do setor, conforme monitoramento da Abad (Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores), São Paulo é responsável pela segunda maior receita do atacado nacional, ficando atrás apenas de Minas Gerais (19,3%). Um dos ícones do mo-delo de negócios que predomina na cena doceira paulista é justamente a Marsil.

Passadas mais de cinco décadas atuando como atacado doceiro tradicio-nal, ela sinaliza mudanças no modelo de operação, enfatizando o formato que é

o balcão esticouIndicações do PDR 2014 na capital paulista mostram que o reduto doceiro se espalhou por toda a cidade

LOJA DO PARI ExPANSãO DA MARSIL COMEçA NO INTERIOR DA LOJA, COM DIVISãO DE IMPORTADOS.

Doce Revista Novembro 201420 www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br20

úne cerca de 900 itens, entre guloseimas, candies e bebidas importadas, linhas diet/light e chocolate premium. “Segue o con-ceito de loja dentro da loja (a store within a store), em um espaço reservado no in-terior da loja, com exposição diferenciada, checkout independente e corpo de aten-dentes exclusivo”, informa o diretor.

Ocupando uma área de 20.000 me-tros quadrados, a Marsil opera diretamen-te com 180 fornecedores da indústria e exibe um portfólio de 4.500 SKUs (Stock Keeping Unit), que inclui a linha Prov’s, marca própria da distribuidora. “Não dá para dizer que o espaço ficou pequeno, mas a expansão que cogitamos prevê levar a marca e o perfil da Marsil, de operar exclusivamente com doces, a outros pontos da capital e interior”, argu-menta Marques. Em 2013, acentua ele, a campanha com novos representantes gerou o cadastramento de 10.000 novos CNPJs, condu-zindo a empresa a registrar crescimento de 17,5%. Dos atuais 20.000 clientes cadastrados, cerca de 11.000 são positivados mensalmente, através de um fluxo diário na loja de cerca de 500 compradores. “A meta para o pre-sente exercício é de alcançar um cresci-mento 14%”, repassa o empresário.

Expansão para o LesteEntre os laureados do PDR 2014 na

Capital paulista, sobressai a Mano’s Do-ces, cuja matriz há exatos 30 anos cintila na região do Brás e Pari. Também rein-cidente na premiação, a empresa opera uma rede com cinco unidades que se es-tende pela zona Leste paulistana, atingin-do os bairros de Vila Formosa, Vila Carrão e Vila Ré. Do perfil de negócios adotado nos anos 1980 e 1990, a Mano’s evoluiu para o modelo de atacado distribuidor, com atuação nas frentes de balcão, au-tosserviço e venda direta (porta a porta), que hoje incorpora e-commerce. “Sem

deixar de atender o pequeno comér-cio, donas de casa e os ambulantes que atuam na região do Centro, expandimos a operação e hoje são mais de 300 mil clientes por mês que passam pelas lojas. Por isso, a internet é um recurso comple-mentar à operação, contando com um site atualizado diariamente com mais de 22 mil itens”, assinala Fausto Cruz, diretor da Mano’s Doces.

Ele relata que, quando abriu as portas, os 3 mil metros quadrados ocupados nos primeiros anos logo se tornaram insufi-cientes, mesmo depois de várias amplia-

ções, para suprir a demanda que nunca parou de crescer, com a proximidade do Largo da Concórdia e da Estação Brás (antiga Estação Roosevelt). Encravado em uma das vias mais movimentadas des-sa área, a matriz chega a receber 3.300 clientes por dia. “Chegamos a um ponto que era crucial ampliar o negócio e a trilha natural era acompanhar a clientela da loja do Brás, onde abrimos a segunda unidade, depois partindo mais para a região Leste, que concentra o público das classes B, C e D, principal consumidor de confeitos da nossa rede”, comenta o atacadista. Com o giro centrado em linhas de chocolate, salgadinhos e candies, trio que lidera as vendas, a operação da Mano’s hoje exibe um portfólio de 27 mil itens e totaliza 7 mil metros quadrados de área de venda, 8 mil metros quadrados para armazena-gem e 60 checkouts. Um efetivo de 320 funcionários e frota de dez veículos dão

um mix de atacado distribuidor e varejo de autossserviço. Foi na passagem do 53.º aniversário, celebrado em fevereiro passado, que a direção reuniu fornece-dores e clientes em um café da manhã na sede do bairro do Pari para anunciar a inovação. Entre as ações mais imediatas da ofensiva em curso no estado de São Paulo, ele sublinha a inauguração em abril de um centro de distribuição (CD) em Bo-racéia (SP), na região de Bauru (SP). “Está dando suporte aos 140 representantes que nomeamos no último ano para cobrir o varejo em todo o estado, além das no-vas gerências da Capital”, relata Alberto Marques, diretor da empresa. Ainda sem definição de número de lojas, locais e prazo para instalação, a Marsil planeja investir na formação de uma rede de ata-carejo nos próximos cinco anos, repassa o atacadista.

Com 3.000 metros quadrados de área de armazenagem, o CD da Marsil em Bo-racéia é apto a operar até 2.000 posições de paletes. “Está localizado bem no cen-tro do estado e atende todo o interior”, reforça o dirigente, contabilizando vendas em 540 municípios, decorrentes da cam-panha que a atacadista vem imprimindo no varejo. A ideia, inclusive, é ultrapassar as fronteiras do estado, por enquanto viá-vel apenas no Paraná, onde recentemente foi implantada a Substituição Tributária (ST), regime que regula o recolhimento do ICMS em São Paulo e em estados conve-niados.

Enquanto a expansão para fora de São Paulo é mantida em banho-maria, a Marsil cuida de ampliar as vendas em seu próprio quintal. “Há vários anos atende-mos clientes que são empresa jurídica e também o consumidor final. Mas a fama de atacadista de certa forma inibia a dona de casa, o estudante, enfim o consumidor de varejo. Estamos trabalhando para mu-dar isso também”, grifa Marques, desta-cando mexidas no interior da loja do Pari. Entre os espaços criados para atrair essa clientela de interesse da distribuidora, ele destaca o Empório Marsil, divisão que re-

MARQUES, DA MARSIL OUTROS PONTOS DA CAPITAL E DO INTERIOR EM VISTA.

CRUz, DA MANO’S DOCES RUMO À zONA LESTE, SEGUINDO A TRILHA DA CLIENTELA DO BRáS.

Capa

www.docerevista.com.br 21Novembro 2014 Doce Revista 21www.docerevista.com.br

cobertura aos pedidos de cerca de 10 mil clientes cadastrados e ativos.

Com 3,3 milhões da população de São Paulo (33% dos paulistanos e 17,76% da Região Metropolitana), a zona Leste se transformou em um dos redutos pre-ferenciais do atacado doceiro. Por isso, não chega a ser surpresa a indicação de outras duas operações na região para o PDR 2014. Estabelecido há três décadas no distrito de Sapopemba, divisa com os bairros Aricanduva e São Mateus, o ata-cado Falcon Doces exemplifica o modelo que vingou nesse lado da cidade. A loja estilo cash and carry começou com 80 metros quadrados de área de venda e hoje opera em 400 metros, além de 800 m² para armazenagem, descreve Darci Barata, diretor da distribuidora. Ele conta que até a chegada da Falcon, o comércio de doces era atendido por concorrentes de menor porte, mais voltados para o va-rejo, a exemplo das operações da Pesta-na, Guaraciaba e Monte Cristo. “Todos já fecharam as portas e hoje apenas a Fal-con e a Top Tem dão conta da demanda desse lado da zona Leste”, sublinha Ba-rata. Instalado no mesmo bairro, a Top Tem, no entanto, não possui autosserviço, operando desde 2003 dentro do modelo de distribuidora com vendas diretas.

O atacadista lembra que, quando acio-nou dois vendedores dentro da Falcon para expandir os pedidos, o volume cresceu tanto que foi preciso separar as duas ope-rações. Com CD de 2 mil m², frota de oito veículos e equipe de 12 vendedores, a Top Tem cobre a Grande São Paulo, Litoral e

Vale do Paraíba num raio de 200 quilômetros da Capital, repassa Marcos Barata, diretor da distri-buidora. “Contamos hoje com um cadastro de 1.200 clientes ativos e disponibilizamos um portfólio com cerca de 3.200 itens, sendo chocolates, gomas de mascar, chicles e balas e drops as linhas de maior giro”, assinala o diri-gente. Já a Falcon exibe um mix

com 7 mil itens dos quais gomas, drops e chocolates puxam as vendas, atendendo principalmente doceiros (perueiros), que pulverizam as mercadorias por cerca de 20 bairros e vilas da região, com um tíquete de compras mensal de R$ 10 mil”, orça Darci Barata. “Temos crescido em torno de 4-5% ao ano e, surpreendentemente, em 2013 fechamos com alta de 8%. Mas neste ano, entretanto, devemos retomar a média dos últimos exercícios”, prevê o atacadista. DARCI E MARCOS BARATA, DA FALCON E TOP TEM COBERTURA ESTENDIDA

A 200 QUILôMETROS INCLUI LITORAL E INTERIOR.

Entre as inovações inseridas na presente edição, o PDR 2014 introduziu o Top Trajetória, premiação de contribuição para o setor. Destinado a homena-gear empresas que, com sua história e realizações, imprimiram sua marca nas conquistas da indústria no Brasil, o prêmio foi concedido por consenso do comitê organizador à Santa Helena e à JAF Inox, dos segmentos de confeitos e máquinas, respecti-vamente. Seguramente foram decisivos para a es-colha da indústria de doces e confeitos à base de

amendoim, a sua trajetória bem sucedida e transição da tradição para a moder-nidade. Dentre os fabricantes do setor confeiteiro, sobressai a operação dessa empresa que, ao completar 70 anos, instalou em seu complexo de Ribeirão Preto (SP) uma atualizada planta de snacks orçada em R$ 30 milhões. Projetada dentro de um inovador conceito de produção vertical, praticamente uma exclusividade da marca, ela exibe alto índice de automação, permitindo à Santa Helena dobrar a sua capacidade de produção. Nesses 70 anos, ela sem dúvida gravou sua marca a fundo na evolução do setor, tornando-se a maior indústria de doces e confeitos de amendoim da América Latina.

Em apenas seis anos, a JAF Inox se tornou a expressão mais completa do empreendedorismo nacional, ao criar a própria tecnologia e desenvolver nacio-nalmente cerca de uma centena de diferentes equipamentos para o crescente setor de chocolate gourmet, desde a torra e prensagem do grão de cacau até o refino da massa. As linhas que saem de seu galpão, na cidade de Tambaú (SP), equipam laboratórios e plantas de praticamente todos os maiores players cho-colateiros do país. Prova maior do reconhecimento de sua capacidade, no início do ano, ela se associou ao grupo holandês Royal Duyvis Wiener e se estabeleceu entre as principais grifes de máquinas de chocolate gourmet do mundo, com linhas de capacidade até 500 quilos/hora. “A tecnologia JAF Inox conseguiu unir mundos separados que, de um lado, alinhavam os produtores de cacau e, de outro, os fabricantes de chocolate. Hoje ambos sentem-se parte de um mesmo negócio, com as diversas linhas bean-to-bar (do grão ao chocolate) que forne-cemos”, assinala Adriano Sartori Pedroso, diretor da indústria, contabilizando 15 unidades completas instaladas no país.

tRajetóRias vitoRiosas

ADRIANO, DA JAF INOX 15 UNIDADES COMPLETAS INSTALADAS

Doce Revista Novembro 201422 www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br22

24 horas nos 45 dias que antecedem a Páscoa. A empresa foi uma das pio-neiras no empreendedorismo na ala de chocolate ao organizar cursos, hoje na faixa de 500 por ano, com aulas que vão do básico sobre chocolate até ní-veis mais complexos da doçaria, com workshops sobre bolos, confeitaria profissional e até culinária oriental. “Cerca de seis mil alunos são for-mados por mês e esse movimento é crescente”, sublinha Osvaldo Nunes, fundador e diretor da Chocolândia.

Inaugurada em um espaço de 120 metros quadrados, a loja principal da rede soma hoje 10 mil metros qua-drados, e ainda conta com unidades na Lapa, Tatuapé, Santo Amaro, Santo André (SP) e Guarulhos (SP). “Estamos na realidade em meio a um plano de expansão que inclui projetos de lojas na Baixada Santista e regiões de Cam-

Indicada na categoria de atacado distribuidor especializado da Grande São Paulo, a Chocolândia personifica

o modelo que se dissemina atualmente nessa atividade. Quem entra na matriz do grupo, que hoje comanda seis me-galojas espalhadas por todas as zonas da cidade mais dois dos mais populo-sos municípios paulistas, se depara à primeira vista com um supermercado comum. Conta com mercearia, artigos para higiene pessoal e limpeza e uma série de outros itens. Mas a empresa criada há 30 anos no bairro do Ipiran-ga é especializada mesmo em choco-lates. Tanto que na Páscoa, maior data do setor chocolateiro nacional, chega a comercializar de 4 a 5 mil toneladas de ovos e figuras à base do produto.

Com fama que ultrapassa as fron-teiras do estado, a loja matriz atrai ca-ravanas de outras cidades e funciona

pinas e Sorocaba”, adianta Nunes. Cada loja, acrescenta ele, conta com cerca de 20 departamentos e amplo estoque. Só na matriz são 1.500 m² para armazenagem e um mix de 18 mil itens. “Mas o produto soberano é o chocolate. Para ele, por sinal, de-dicamos corredores especiais, com as melhores e mais variadas marcas, afinal a Chocolândia é a maior distri-buidora de coberturas do Brasil”, as-sinala o empresário.

Descontos atraentesOferta e demanda de candies no

quinto maior município de São Paulo avança de braçadas graças a opera-ções como a Viel e Viel, outra indicada ao PDR 2014 na categoria de atacado distribuidor especializado da Grande São Paulo. Apesar de encravada no centro nevrálgico de Osasco, próximo

canal da ModaModelo de atacado distribuidor baseado no cash and carry domina a cena na Grande São Paulo

LOJA MATRIz DA CHOCOLâNDIA 20 DEPARTAMENTOS, MAS O CHOCOLATE É SOBERANO.

Capa

www.docerevista.com.br 23Novembro 2014 Doce Revista 23www.docerevista.com.br

à estação Comandante Sampaio, o atacado é desconhecido pela sua de-nominação social. Todos, porém, co-nhecem a Garoto Doces, nome fantasia da loja estilo atacarejo, que abriu as portas há 37 anos na região. Coman-dada pelos irmãos Jovane e Daelcio Viel, a unidade hoje ocupa área total de 3.000 m², que inclui armazém de 1.000 m² e estacionamento para 50 veículos. “Começamos na rua da es-tação, em um espaço de 15 m² e, des-de 1985, ocupamos a loja atual, que

opera com oito checkouts”, comenta Jovane Viel. Com população estima-da em torno de 700 mil habitantes e PIB entre os dez maiores municípios brasileiros, Osasco adotou o formato de comércio doceiro que predomina na capital paulista. Assim, operações atacadistas, como a Garoto Doces, distribuem amplo sortimento de gulo-seimas por todo o município e bairros periféricos de cidades vizinhas, como Carapicuíba, Jandira, Itapevi, Cotia e Taboão da Serra.

O perfil da clientela, detalha Viel, engloba cantinas de escolas e em-presas, bares, padarias e vendedores ambulantes, sendo os chamados can-tineiros os principais frequentadores da Garoto Doces. “São fregueses fiéis, que compram semanalmente e cujo tíquete médio alcança de R$ 8 mil a R$ 10 mil”, assinala o atacadista. Com 15.000 itens nas prateleiras, a loja

abastece cerca de 70% do portfólio diretamente dos fabricantes, sendo os restantes 30% preenchidos por inter-mediários e compras de outros ataca-dos. “Somos clientes da Marsil (uma das maiores operações doceiras de São Paulo, também ganhadora do PDR 2014) e frequentemente apelamos para as promoções deles, que sempre resultam em bom negócio”, argumen-ta Viel. Apesar de alguma sazonalida-de, influenciada principalmente pelas variações climáticas, o giro é domina-

do por linhas de salgadinhos, chocola-tes e balas e chicles, que representam 10%, 8% e 7%, respectivamente, das operações diárias. A fatia restante se pulveriza pela grande variedade de ca-tegorias e marcas disponibilizadas na loja. Seguindo o modelo adotado pela maioria das operações do atacado dis-tribuidor de confeitos, a Garoto Doces opera com televendas, loja digital com encomendas por e-mail e entregas em 48 horas, facilitando pagamento via cartão de crédito em até três par-celas sem juros, em compras acima de R$ 300,00, insere Viel. Embora a loja inclua diversos diferenciais de atendimento, como a presença diária de promotores, pacotes e promoções, o dirigente considera que a operação sobressai mesmo pelos atraentes pre-ços praticados. “Dependendo da linha, ofereremos descontos de até 20% e os varejistas sabem que essa é a chave

para rentabilizar um negócio de baixo valor e necessidade de giro alto”, su-blinha Viel. Por conta da manutenção dessa política, ele atribui um cresci-mento na faixa de 10-12% ao ano nos últimos três exercícios.

Também entre os indicados ao PDR 2014 na categoria de atacado espe-cializado da Grande São Paulo, a Su-per Doce Maringá segue o modelo de operação familiar amplamente disse-minado na atividade de distribuição de doces. Foi em 1992 que o paranaense Edemir Epifanio da Silva, sua esposa Mara Lúcia e o filho Douglas deram início a trajetória do negócio doceiro, com a abertura do Comércio de Doces Domar. Com área de venda de 40 m², o pequeno comércio era focado no varejo e, por conta desse perfil, exi-bia um mix diversificado, combinado candies e demais categorias de bens de consumo. Atendendo pedidos de clientes, o trio abriu dois anos depois as portas do Comércio de Doces Piraju, em espaço bem maior, já especializa-do em confeitos e direcionado à ati-vidade atacadista. “Com a evolução da empresa, surgiram oportunidades de compra de outras lojas do mes-mo segmento no bairro e, em 2009, abrimos a Super Doce Maringá”, rela-ta Silva. Em um espaço de 1.800 m² foram concentrados os estoques das demais unidades. Com grande varie-dade de guloseimas, em que sobres-saem linhas de salgadinhos, chicles, balas, pirulitos, chocolates e confei-tos em geral, a Super Doce Maringá atende bares, restaurantes, buffets, academias, sorveterias, lanchonetes e consumidores das regiões de Ta-boão da Serra, Capão Redondo, Embu das Artes, Cotia, Itapecerica da Serra, Juquitiba e Vargem Grande. Com três unidades, a rede hoje totaliza 3.400 m² de área de venda, 16 checkouts, frota de quatro veículos e efetivo de 86 funcionários, que operam um mix de 15 mil itens, repassa Silva.

NUNES, DA CHOCOLâNDIA PREVISãO DE LOJAS NA BAIxADA SANTISTA E REGIõES DE CAMPINAS E SOROCABA.

JOVANE, DA VIEL E VIEL ABASTECIMENTO NA MARSIL E FOCO NOS DESCONTOS.

SILVA, DA SUPER DOCE MARINGá DE 40 M² A 3.400 M² DE áREA DE VENDA.

Doce Revista Novembro 201424 www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br24

Como já era de conhecimento geral, as regiões de Campinas e Sorocaba sobressaem, entre

outras virtudes, pela alta concentra-ção de operações especializadas na distribuição de chocolates e candies. O que não se sabia é que lá estão as principais empresas do setor, fato comprovado pelas três indicações ao PDR 2014 na categoria de atacado es-pecializado no interior paulista. Base-ada em Campinas, a Comercial Porto é a prova viva de que o atacado doceiro tradicional viceja fora dos limites da Capital no formato que remete às ori-gens da atividade. Apesar de hoje em dia a maioria das empresas adotar o modelo misto de balcão e autosservi-ço (cash and carry), a Porto mantém a venda direta ou porta a porta, com co-

bertura que se estende a mais de 260 municípios em todo o estado. “Opera-mos com mais de 600 fornecedores di-retamente e temos cadastrados 3.500 clientes ativos”, assinala Fábio Luís Porto, diretor da empresa. Ele conta que o atacado abriu as portas no início da década de 1990 em meio à febre da distribuição de salgadinhos (snacks), cuja demanda na época ainda seguia picos sazonais e preferências regio-nais. “Entre as marcas mais popula-res, era impossível colocar um produto que não fosse aquele da preferência local”, observa Porto. O atendimento a peculiaridades dessa clientela, con-ta ele, foi a base do negócio que se tornou o diferencial da distribuidora: a venda direta, com equipe própria e 16 representantes para cobertura a todo

o estado de São Paulo, com exceção da Capital. Para fugir da dependência de poucos fornecedores, a Porto logo diversificou o portfólio, agregando ao menu amplo sortimento de chocolates, snacks e candies.

Estabelecida há nove anos no bair-ro Santa Cândida, no entroncamen-to das rodovias Dom Pedro I (SP-65) e Campinas-Moji-Mirim (SP-340), a distribuidora conta com uma área de 5.000 metros quadrados divididos em dois galpões, e frota de 16 veículos que cobre um raio de até 500 quilô-metros, repassa Marcelo Momesso, gerente comercial da Porto. “Traba-lhamos exclusivamente com o docei-ro, cuja clientela atualmente inclui as lojas de artigos para festa, pequenos atacadistas, distribuidores de lojas de

doMínio RegionalPDR consolida Campinas e Sorocaba como polo de distribuição de candies no interior paulista

COMERCIAL PORTO 5 MIL M² PARA ARMAzENAGEM E COBERTURA ESTENDIDA A UM RAIO DE 500 QUILôMETROS.

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www.docerevista.com.br 25Novembro 2014 Doce Revista 25www.docerevista.com.br

varejo e as chamadas casas de bola-cha”, informa ele. Tendência que nas-ceu na periferia da capital paulista e hoje se espalha por todos os bairros e cidades do interior, as casas de bola-cha são lojas especializadas em doces ou bonbonnières, em geral localizadas em vias de acesso de grande fluxo de público, que comercializam cerca de 1.000 itens, a maior parte de gulosei-mas para compra por impulso. “São pontos de venda (PDVs) que não têm espaço para estocar mercadorias. O nosso armazém funciona como uma extensão do depósito desses comer-ciantes e é uma forma de prestação de serviço”, frisa Momesso. Fábio Porto completa que a clientela exibe um per-fil diversificado, comportando desde

empresas de micro e pequeno porte, com compra semanal na faixa de R$ 300,00, até operações mais encorpa-das, cujo tíquete alcança R$ 1.500,00. “O que conta para esse mercado é o atendimento, com visitas semanais, reposição sincronizada, planejamento do que vai ser entregue a cada semana e pontualidade”, sublinha o atacadista. Outra iniciativa da Porto muito valori-zada pelos doceiros, complementa, é o não comprometimento com volumes. “Não obrigamos ninguém a tirar pedi-do mínimo”, grifa o dirigente.

Com um mix de 1.200 itens, o ata-cado registra um giro mais robusto nas linhas de chocolate, que aboca-nham em torno de 20% das vendas

totais, seguidas pelas variantes de ba-las, dropes e gomas de mascar, com 15% do faturamento, posiciona Fábio Porto. Apesar da participação histórica no surgimento da empresa, os snacks representam hoje cerca de 10% dos pedidos, pulverizando a fatia restante pela ampla variedade de guloseimas doces disponibilizada. Recentemente, o atacado concluiu a ampliação que resultou na atual capacidade, dobran-do a área de armazenagem.

Herdeira da tradição

Lembrança ainda viva na memória dos chamados doceiros, responsáveis pelo comércio de candies em São Pau-lo, a compra e venda de “linhas” fazia parte da rotina comercial. A linha, que

designava o roteiro de distribuição de confeitos, também incluía o veículo, o estoque de mercadorias e a freguesia. “Comprei a linha de Piedade (SP) em 1984”, rememora Célio Amaral, diretor da Docelinho, rede que abastece Soro-caba (SP) e região, nascida dentro da antiga tradição, indicada para o PDR 2014 na categoria de atacado espe-cializado no interior paulista. Até che-gar ao estágio atual, com duas lojas operando pelo sistema cash and car-ry, três depósitos que totalizam 1.800 m² e frota de 18 caminhões, Amaral percorreu um longo caminho. Duran-te cinco anos, ele conta, operou com apenas um caminhão e um ajudante, cobrindo cerca de 150 pontos de ven-

da (PDVs) de doces do município de Piedade. Em 1989, com a compra de uma F 4000, expandiu a distribuição, a partir de um senso acurado para um negócio no qual as margens são calcu-ladas na base de centavos de qualquer que seja a moeda corrente. Na década de 1990, novidades como o Kinder Ovo e licenciamentos fortes como o Rei Leão para os chicles de bola Ping Pong aceleraram a expansão da Docelinho. Foi nesse período que Amaral fixou o negócio em Sorocaba, onde o primei-ro comércio abriu as portas no bairro Barcelona. Em paralelo, instalou um depósito na região de Parada do Alto, também em Sorocaba, para abastecer os dois caminhões.

À época, o comércio de confeitos em Sorocaba era dominado pela Doces Manchester, que concorria com a Bom Pastor, atacado ligado aos dirigentes da fábrica de guloseimas De Malta. “Com o fechamento da Bom Pastor, em 1995, nossa operação, que ainda en-gatinhava, passou a dividir a clientela dos doceiros da cidade e região com a Manchester”, relata o diretor da Doce-linho, que hoje mantém sua principal loja nas instalações que pertenceram à De Malta. Naquele período, o ataca-do de 230 m² operava pelo sistema de balcão cerca de 2 mil itens, chegando a girar o equivalente hoje a R$ 12 mil por dia, calcula Amaral. Além de apro-ximadamente uma centena de docei-ros cadastrados na cidade, a Docelinho cobria, com entregas, os municípios vizinhos de Tatuí, Itapetininga e Capão Bonito, entre outros. “Hoje em dia nos-sa cobertura alcança 70% do interior de São Paulo, menos a Capital e o Vale do Paraíba”, confronta Amaral. Além da matriz, localizada na Vila Assis, o atacado conta com filial na zona Norte de Sorocaba. Ambas operam pelo sis-tema de autosserviço, totalizando 600 m² de área de venda. Pelo porte que o estabelecimento exibe hoje, a Doceli-nho é atendida diretamente por todos

FáBIO, DA COMERCIAL PORTO 600 FORNECEDORES E 3.500 CLIENTES ATIVOS.

AMARAL, DA DOCELINHO PRI-MEIRA LINHA DE DISTRIBUIçãO ADQUIRIDA EM 1984.

NORIMITI, DO HIGA DE FABRICANTE DE DOCES A ATACADISTA.

Doce Revista Novembro 201426 www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br26

Indicado ao PDR 2014 como atacado distribuidor generalista no interior de São Paulo, a Maranhão Distribuição, controlada do grupo homônimo, nasceu há 45 anos na cidade de Catanduva (SP). Era um espaço de 40 metros quadrados na rua Maranhão, onde o fundador Renato Segura Ramires iniciou a operação, comercializando apenas

batatas. Quase meio século depois, a empresa se consolida entre as maiores operações atacadistas do estado, atuando também no autosserviço, com uma rede de supermercados por onde circulam em torno de 10 mil pessoas diaria-mente. Com espectro de atuação que inclui, além de todo interior paulista, o Triângulo Mineiro e o Sul de Minas Gerais, a Maranhão mantém uma equipe especializada de representantes comerciais que atende principalmente o pe-queno e médio varejo de um cadastro com 20.000 clientes ativos, visitados se-manalmente. “Além disso, contamos com um estrutura de televendas treinada e focada em um atendimento diferenciado à clientela”, assinala Thomaz Simões de Lima, presidente do grupo atacadista.

Com cobertura que se estende a 427 municípios do Estado de São Paulo, o modelo de gestão da distribuidora se apoia em quatro pilares, acrescenta ele. O primeiro inclui a divisão de atacado generalista e atende supermercados de um a dez checkouts. A divisão tradicional cobre o pequeno varejo, lojas de conve-niência, padarias e mercearias, entre outros pontos de venda (PDVs). O terceiro pilar abrange a divisão de perfumaria, focada no segmento de higiene pessoal e cosméticos, ficando a divisão de distribuição especializada com a missão de disponibilizar itens de fornecedores exclusivos para o maior número de PDVs. “Essa ala busca dessa forma o potencial de consumo de cada região, através do cumprimento das estratégias de preços, exposições e mix de produtos ade-quados a cada tipo de loja”, detalha Simões de Lima. Já a operação de super-mercados conta com unidades em Catanduva, Santa Adélia e São José do Rio Preto, totalizando cinco unidades. A Maranhão soma hoje 5.200 m² de área de venda, 24.000 m² de espaço para armazenagem, corpo de 1.120 funcionários, frota de 58 veículos e mix de 5.500 itens (canal indireto) a 16 mil itens (canal direto). Apesar de indicadores econômicos apontarem um cenário de retração para 2015, o Grupo Maranhão projeta crescimento de 14% para seu braço ata-cadista, através do fortalecimento de sua relação com fornecedores e clientes, bem como investimentos em tecnologia e capacitação da força de vendas. “Para a rede de supermercados, as projeções são de um crescimento de 20%, com a inauguração no próximo ano de mais uma unidade em Catanduva e da primeira loja cash and carry da região”, sinaliza o dirigente.

gigante do inteRioR

SIMõES DE LIMA, PRESIDENTE DO GRUPO MARANHãO PRIMEIRO CASH AND CARRY PREVISTO PARA 2015.

os seus cerca de 180 fornecedores. Do total de indústrias que operam com a Docelinho atualmente, cerca de 10% são responsáveis por 80% das vendas do atacado. Refletindo a demanda re-gistrada na maioria das operações es-pecializadas em candies no interior de São Paulo, o ranking do giro é liderado pelas linhas de salgadinhos, seguidas por balas, drops e doces de caixa (co-cada, abóbora, maria mole, paçoca, pé de moleque). Entre os planos da dis-tribuidora, Amaral insere a abertura de mais uma unidade em Sorocaba e uma primeira loja fora da cidade. Nos últi-mos anos, seu negócio tem crescido entre 5% e 10% - e este também é o prognóstico para o exercício atual.

Também laureado com o PDR 2014, o Higa Atacado exibe uma trajetória bem distinta dos demais indicados à premiação, sendo os elos de ligação o porte avantajado e localização nas cercanias de Campinas. Trata-se da única operação que vingou como dis-tribuidora depois de ter sido fabricante de doces. A história remonta aos idos de 1963, quando o Tokujin Higa, quinto filho brasileiro do casal de imigrantes japoneses Toku e Kiyo Higa, assumiu um pequeno negócio de cocadas ca-seiras. Em 1971 a fábrica artesanal se transformou em indústria, com parque instalado no Campo dos Amarais, aero-porto estadual na região Norte de Cam-pinas, próximo da Rodovia Dom Pedro I. Apesar da cocada ser o carro-chefe, outros itens como doce de amendoim, maria-mole, paçoca e doce de leite, entre outros, foram sendo incorpora-dos ao menu. A partir de 1975 a em-presa passou a atender pelo nome de Higa Produtos Alimentícios e encorpou com várias expansões até 1988. Com a desestabilização da economia e hi-perinflação nos anos 1990, a empresa optou por não produzir mais doces e a fábrica foi desativada em 1998, pas-sando então a atividade de atacado e varejo a ocupar os 20 mil m² das an-

tigas instalações. Desde a mudança, o Higa opera nos moldes de uma holding familiar na gerência de um quadro administrativo especializado, também

com negócios no varejo. Hoje, são 204 funcionários e há projetos de expansão imediata para outras cidades da região metropolitana de Campinas (RMC).

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www.docerevista.com.br 27Novembro 2014 Doce Revista 27www.docerevista.com.br

o MelhoR do tRade

Maior polo industrial e centro consumidor do país, São Pau-lo foi palco do 6.º Prêmio Doce

Revista (PDR). Pelo segundo ano em nova roupagem e formato regional, a premiação voltou a por a lupa no co-mércio de doces, destacando as melho-res operações do atacado distribuidor eleitas pela indústria doceira no estado.

Desta vez, emergiram das urnas as em-presas Falcon, Mano’s, Top Tem, Ataca-dão, Chocolândia, Super Doce Maringá, Viel Viel, Comercial Porto, Docelinho, Higa Atacado, Grupo Maranhão e Mar-sil. Foram ainda laureados por atuação destacada na cena industrial a fabrican-te de confeitos Santa Helena e a grife de máquinas JAF Inox. Com patrocínio

da Mondelez Brasil, Fini e Perfetti Van Melle e apoio da Florestal Alimentos, Venâncio’s Doce, Malta & Rezende e Pi-pocas Clac, a cerimônia de entrega do 6.º PDR – Top Atacadista Regional-São Paulo reuniu em almoço descontraído, realizado dia 12 de dezembro, no Clu-be Inglês, dirigentes, representantes e amigos das empresas vencedoras.

SUPER DOCE MARINGá

Clair de Oliveira, da Florestal, faz a entrega a Edemir Epifânio da Silva, da Super Doce Maringá.

VIEL VIEL

Euclides Martins, da Viel Viel, recebe o PDR de Carlos José Marchezim, da Perfetti Van Melle.

CHOCOLâNDIA

Osvaldo Porfírio Nunes, da Chocolândia, é cumprimentado por Alcides Tavares Venâncio, da Fini.

DOCELINHO

Luiz Fernando Borgatto Amaral, da Docelinho, e Fabio Catozzo, representante da Clac.

COMERCIAL PORTO

Fábio Luiz Porto recebe a premiação de Douglas Bueno, da Florestal.

HIGA ATACADO

Norimiti Higa recebe o PDR de Nicol Rouiller François, da Perfetti Van Melle.

FALCON

Darci Barata, da Falcon, com o troféu entregue por Barbara Baltasar, da Venâncio’s Doce.

TOP TEM

Marcos Barata, da Top Tem, recebe o PDR de Silvio Santos, da Fini.

MANO’S

Silvio Santos, da Fini, faz a entrega do prêmio a Fausto Cruz, da Mano’s.

TOP ATACADISTA GRANDE SãO PAULO

TOP ATACADISTA SãO PAULO - CAPITAL

TOP ATACADISTA - INTERIOR PAULISTA

Doce Revista Novembro 201428 www.docerevista.com.brwww.docerevista.com.br28

GRUPO MARANHãO

Marcelo Neves da Rocha, do Grupo Maranhão, é cumprimentado por Marcelo Cordeiro, da Malta & Resende.

SANTA HELENA

Luiz Roberto Bertella, da Santa Helena, com o prêmio entregue por Osvaldo Nunes, da Chocolândia.

JAF INOX

Jacob Cremasco, da Harald, faz a entrega do PDR a Adriano Sartori Pedroso, da JAF Inox.

Panorâmica PDR 2014 Clube Atlético São Paulo

Osvaldo Fernandes, Jean Marcos, Enoque José de Moraes e Marcelo Cordeiro (Malta & Rezende).

Abílio Amaral Faisco (DTC), Rosely Marques Bazzeggio e Flavio Bazzeggio (Marsil).

Luiz Fernando Amaral, Célia Regina Amaral, Pedro Luiz Amaral e Laércio Fernandes (Docelinho).

Rogrigo Higa e Norimiti Higa (Higa Atacado). Edemir Epifânio da Silva (Super Doce Maringá). Jeane Araujo, Talita Ferraz e Ana Alves (Chocolife).

TOP GENERALISTA

MARSIL

Rosely Marques Bazzeggio, da Marsil, recebe o PDR de Lucio Torres Hernandez, da Perfetti Van Melle.

TOP fORA DE SéRIE

TOP TRAjETóRIA

CLIQUES DA fESTA

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www.docerevista.com.br 29Novembro 2014 Doce Revista 29www.docerevista.com.br

Josemara Giraldi (Perfetti), Carolina Proença e Sandra Ramalho (Casadoce).

Alexandre Magno Giorgetto, Adriano Sartori Pedroso e Renato Queiroz (JAF Inox)

Marcelo Neves da Rocha e Priscila Liria Rocha (Grupo Maranhão)

José Tadeu Albuquerque e Maurício Feitosa de Freitas (Spani Atacadista).

Felipe e Fausto Cruz (Mano’s).

Fabio Porto, Vanderlei Nunes e Marcelo Monesso (Comercial Porto).

Clair de Oliveira Júnior e Jervat Gremi (Florestal). Silvio Santos, Alcides Tavares Venâncio e Pedro Sabino (Fini).

Josemara Giraldi, Roberta de Solza e Herbert Carlos Pereira (Perfetti).

Marcelo Nunes, Valmir Feil e Marcio Sanches (Docile). Grupo Coisa da Antiga.

CLIQUES DA fESTA

Doce Revista Novembro 201430 www.docerevista.com.br

www.docerevista.com.br 31Novembro 2014 Doce Revista

Doce Revista Novembro 201432 www.docerevista.com.br

QUEM: FERREROPRODUTO: FERRERO ROCHERGANCHO: EMBALAGEM ESPECIAL

A Ferrero Rocher impacta o trade neste fim de ano com o brilho e a so-fisticação peculiares da marca em uma surpresa especial. Dois formatos de embalagens do bombom Ferrero Rocher compõem a novidade exclusiva. Trata--se de uma luva de cartão com visual natalino aplicada aos estojos com 15 e 24 unidades, pré-distribuídos em cerca de 600 pontos e venda (PDVs) do Sul e Sudeste. Além do tradicional Ferrero Ro-cher em embalagens com 24 ou 15 uni-dades, com preço sugerido de R$ 39,99 e R$ 24,99, respectivamente, sobressa-em a versão em lata, disponível com 15 unidades e preço sugerido de R$ 39,99; e o Ferrero Rocher T3, com três unida-des, ideal para lembrancinha, com preço sugerido de R$ 4,25. O menu natalino traz ainda o Ferrero Collection, com sor-timento de especialidades para presen-te, com preços sugeridos de R$ 17,99, R$ 27,99 e R$ 39,99, correspondentes às versões com nove, 15 e 21 unidades.

QUEM: PANCOPRODUTOS: SNACKS E SUCOSGANCHO: NOVOS SABORES

Dando sequência à estratégia de ex-pandir sua oferta ao trade, a empresa banca lançamentos em duas categorias diferentes. No filão de snacks, reforça a linha de salgadinhos Eatz e, no reduto de sucos em pó, incorpora quatro sabores ao refresco Panc. “Com essas novidades, a Panco supre as demandas do mercado com inovação tanto na extensão de linhas como na ampliação do portfólio”, comen-ta Sérgio Murilo Borges, coordenador de produtos da empresa. Para incrementar sua participação no mercado de snacks, a Panco agrega ao salgadinho Eatz, à base de trigo, sabores diferenciados, como Pe-pperoni e Barbecue, aliás, inéditos nesse formato, observa Borges. Os snacks am-pliam o menu que inclui os tradicionais Bacon e Pimenta Mexicana. “Pesquisas com consumidores indicaram as prefe-rências, propondo diferenciação dentro de uma linha já saturada pelo sabor ba-con”, sustenta o executivo. Ainda nessa categoria, informa ele, a Panco atua com

as marcas Panquitos, de salgadinho à base de milho, em oito opções de sabor, e com o Bisnack, também feito com trigo, com cinco opções de sabor. Aproveitando a temperatura dos meses mais quentes, a companhia expande a linha Panc de refrescos em pó. Inspirado na Amazônia, Panc Guaraná une a originalidade do ex-trato natural da fruta com a refrescância para aplacar o verão. Os outros sabores compõem misturas com frutas tropicais, dentro da marca Panc Mix: Laranja com Mamão, Laranja com Acerola e Laranja com Maracujá. Adoçado na medida certa, Panc é oferecido em 18 opções de sabor, todas com Vita Nutri, um complexo com 10 vitaminas e ferro.

QUEM: MONDELEzPRODUTO: TANGGANCHO: SABORES DO VERãO

Campeã na categoria de refresco em pó, Tang insere em edição limitada os sabores Frutas Vermelhas e Frutas Cítricas para agitar o verão. Junto ao anúncio das novidades, a marca coloca no ar a campanha #AMOTang, brindando as crianças fãs do refresco e que amam os sabores dessas frutas com ações ba-seadas em música e dança. De forma

Giro

www.docerevista.com.br 33Novembro 2014 Doce Revista

divertida, a campanha relaciona o perfil da criança com algumas características das frutas em rimas descontraídas e um forte apelo musical. Criado pela agência Ogilvy, o filme é veiculado na TV aberta e fechada, em âmbito nacional, desde meados de outubro. “Para esta campa-

nha, pensamos em elementos modernos e que falem diretamente com a criança. Por isso, o uso da hashtag e de uma lin-guagem descolada foram estratégicos para a criação das peças”, resume Théo Vieira, gerente de marketing de Tang. Além do filme, degustações nas praias

de São Paulo e Rio de Janeiro permeiam a campanha #AMOTang, adotada neste verão. “A música e a interatividade com as crianças também estão presentes no off-line e fazem toda a diferença na hora de apresentar Tang ao público”, comple-ta Vieira. •

Top do mês

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mais açúcar em suas vendas!

Doce Revista Novembro 201434 www.docerevista.com.br

boM paRa o coRpo e a natuRezaPioneira na oferta de produtos diet/light, a Suavipan acelera com linhas integral e orgânica

Uma das desbravadoras do mercado diet/light no Brasil, a Suavipan cons-truiu nome basicamente na cena de

panificados. Em 16 anos de atuação con-centrou a expertise adquirida no reduto de saúde e bem-estar em três segmentos: diet & light, com bolos/bolinhos, rosquinhas e alfajores; integral, com bolos/bolinhos e pão de mel e orgânica, com uma inédita linha de muffins. “Utilizamos ingredientes diferenciados e com excelentes benefícios, comparados com linhas de concorrentes, a exemplo de polidextrose, sucralose e leciti-na de soja, utilizados em todos os produtos light, sem adição de açúcar”, observa Lu-cas Augusto Christino, diretor de marketing da Suavipan. A empresa partiu do conceito geral de que alimentos orgânicos são to-dos aqueles produzidos em sistemas que não utilizam agrotóxicos ou insumos arti-ficiais em sua produção, além de também não serem organismos geneticamente modificados (OGM), como os transgênicos. “A definição legal afirma que o sistema orgânico de produção é aquele que busca aperfeiçoar o uso de recursos naturais e socioeconômicos, respeitar a integridade cultural das comunidades rurais e reduzir a dependência de energia não-renováveis”, observa Christino. Nesta entrevista exclu-siva à Doce Revista (DR), ele analisa as tendências de saudabilidade e detalha o ingresso da Suavipan no segmento de pro-dutos orgânicos.

DR – Por que decidiu ingressar no filão orgânico?

Christino – Estar atento às tendências mundiais e à evolução de outras categorias é uma lição que fazemos constantemen-te. Nossa linha orgânica foi lançada mais

recentemente, mas desde 2006 as áreas de inteligência de mercado e marketing já monitoravam o grande potencial de cresci-mento dos produtos orgânicos no mercado mundial, sobretudo europeu e a carência de orgânicos no Brasil. Como essa linha estava atrelada ao posicionamento de ofertar produtos saudáveis, a demanda foi passada para a área de P&D. Fruto de um ano e meio de trabalho nessa ala, a receita foi finalmente desenvolvida, trazendo ao mercado brasileiro o primeiro muffin or-gânico.

DR – Quais foram as primeiras medidas adotadas para realizar esse projeto?

Christino – Pesquisar sobre o merca-do, entender a legislação, conhecer esse consumidor, verificar se existia aderência aos canais de distribuição e aos valores da marca.

DR – Quais foram as maiores dificulda-des encontradas?

Christino – Entrar em um novo mercado é sempre um grande desafio. Em um mer-cado legislado, é ainda maior. Mas o maior desafio foi conseguir desenvolver a rede de fornecedores capazes de atender com qualidade e assertividade as demandas da

empresa. O mercado orgânico é formado por diversos pequenos fornecedores, que muitas vezes enfrentam dificuldades com logística e planejamento. Superar essa barreira e trabalhar a quatro mãos foi fator preponderante para o sucesso do projeto.

DR – Como foi o desenvolvimento dos primeiros produtos?

Christino – Esse processo é sempre longo e trabalhoso. Seja em relação à par-te técnica, envolvendo matérias-primas, comportamento do produto e adequação da linha de produção, ou em relação ao mercado, do ponto de vista do que o con-sumidor gosta. Além disso, é preciso bus-car qual o melhor posicionamento, como comunicar seus diferenciais e quais os melhores canais para a distribuição da li-nha. Aprimorar o produto e os processos é uma constante, seja em um lançamento ou nos itens já consagrados.

DR – E qual foi a receptividade inicial? Christino – Produto orgânico é aquele

que conta com uma cadeia de suprimen-tos mais cara. Portanto, levar um produto orgânico ao varejo comum e com um pre-ço competitivo é um grande desafio. Fazer o consumidor enxergar valor no produto e não fazer uma mera comparação de pre-ço é um dos diferenciais. No lançamento da linha, muitos varejistas e comerciantes não acreditavam nos produtos orgânicos. Alguns achavam que era modismo, outros que aquilo era “frescura”. Informação foi a principal arma para enfrentar essa resis-tência. Obviamente que o mercado como um todo amadureceu, outras indústrias entraram ofertando outras categorias e o consumidor se tornou mais atento e come-çou a comprar . •

LUCAS CHRISTINO ENTRAR EM MERCADO LEGISLADO É DESAFIO AINDA MAIOR.

Saúde & Bem-Estar

www.docerevista.com.br 35Novembro 2014 Doce Revista

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