O MANUAL “METODOLOGIA DO ENSINO PRIMÁRIO”, DE THEOBALDO MIRANDA SANTOS ESTABELECENDO...

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    O MANUAL METODOLOGIA DO ENSINO PRIMRIO, DE

    THEOBALDO MIRANDA SANTOS: ESTABELECENDO COMPREENSES

    ACERCA DAS ORIENTAES QUE FIZERAM PARTE DA FORMAO DE

    PROFESSORES EM CAMPO GRANDE MS1

    Carlos Souza Pardim2

    Fundao Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    [email protected]

    Luzia Aparecida de SouzaFundao Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    [email protected]

    Resumo:O presente artigo tem como objetivo apresentar pesquisa concluda que teve como objetivocompreender, sob o filtro dos manuais pedaggicos, as orientaes que fizeram parte daformao de professores nas Escolas Normais de Campo Grande MS. Para tanto, esta

    pesquisa apoiou-se na metodologia da Hermenutica de Profundidade, proposta por JohnB. Thompson, para a anlise do manual Metodologia do Ensino Primrio, usado na Escola

    Normal Joaquim Murtinho de Campo Grande. Como apontamento de anlise foiidentificado, entre outras coisas, que o manual se insere num perodo caracterizado pela

    preocupao em indicar quais os melhores meios de se ensinar. Alm disso, foipercebido que este manual serviu como instrumento de divulgao do pensamento catlicoque tomou uma postura de depurao acerca das novas ideias educacionais.

    Palavras-Chave: Theobaldo Miranda Santos. Manuais Pedaggicos. Escola Normal.Hermenutica de Profundidade. Campo Grande (MS).

    1. IntroduoO presente artigo tem como finalidade divulgar pesquisa j concluda. Esta pesquisa

    teve como objetivo compreender, sob o filtro dos manuais pedaggicos, as orientaes,

    nacionais e internacionais, que fizeram parte da formao de professores nas Escolas

    Normais de Campo Grande - MS.

    1Esta pesquisa foi financiada pela CNPQ.

    2 Bolsista CAPES.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    As escolas normais surgiram da necessidade de se formar professores capacitados,

    tendo em vista o suprimento das vagas nas vrias escolas de ensino que vinham sendo

    criadas com a inteno de instruir a populao.

    No Brasil a primeira escola normal foi criada no ano de 1835, na cidade de Niteri,

    provncia do Rio de Janeiro. Aps a abertura desta escola normal, outras provncias do

    Imprio tambm criaram suas escolas normais. Estas escolas passaram por vrios

    momentos de instabilidade, sendo que elas ora eram criadas, ora extintas, at comearem a

    se estabelecer a partir da dcada de 1870.

    A primeira escola normal da cidade de Campo Grande, que neste perodo fazia

    parte do estado de Mato Grosso, foi criada em 1930, denominando-se, posteriormente,

    Escola Normal Joaquim Murtinho. Esta escola normal funcionou at 1937 quando, devidos reformas realizadas pelo Interventor Federal Julio Strubing Muller que assumiu o cargo

    durante a Ditadura do Estado Novo, foi fechada. Juntamente com esta escola, funcionou,

    tambm em Campo Grande, a Escola Normal Dom Bosco, coordenada por uma

    congregao de freiras catlicas. Esta instituio teve o mesmo perodo de funcionamento

    que a Escola Normal Joaquim Murtinho.

    Aps dez anos sem escola normal, durante a interveno de Jos Marcelo Moreira,

    esta volta a funcionar na cidade de Campo Grande. A primeira, sob a responsabilidade dogoverno, recebe novamente o nome de Escola Normal Joaquim Murtinho, a segunda, sob a

    responsabilidade das mesmas freiras acima citadas, recebe o nome de Escola Normal

    Nossa Senhora Auxiliadora.

    Reis (2011), ao pesquisar sobre as escolas normais de Campo Grande, identificou

    na Escola Estadual Joaquim Murtinho um acervo de livros e atas referentes escola normal

    de mesmo nome. Neste acervo, foram encontradas duas atas, uma referente ao ano de 1953

    e a outra, ao ano de 1955, em que so apontados os manuais pedaggicos que seriamutilizados nos respectivos anos.

    Os manuais pedaggicos foram importantes instrumentos de divulgao e

    conformao das principais ideias pedaggicas, didticas e metodolgicas dentro das

    escolas normais. Estes manuais funcionaram como um filtro, apresentando aos futuros

    professores aquilo que seus autores acreditavam ser a sntese dos mais importantes e

    necessrios conhecimentos para se formar professores capacitados para o exerccio de seu

    ofcio. Estes autores estabeleceram, por meio de seus manuais, uma influncia sobre os

    futuros professores na maneira de pensar e realizar a educao. Deste modo, os manuais

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    pedaggicos colaboraram para a consolidao de prticas escolares que esto presentes at

    hoje nas instituies de ensino. (SILVA 2007).

    Sabendo da importncia destes manuais na formao dos professores, foi escolhido

    o manual Metodologia do Ensino Primrio, de Theobaldo Miranda Santos, para se

    estabelecer possveis compreenses acerca das orientaes que estiveram presentes na

    formao de professores das escolas normais de Campo Grande. A escolha deste manual se

    deve pelo fato de este ter sido apresentado como um dos manuais que seriam utilizados na

    formao dos alunos desta escola normal tanto na ata de 1953 quanto na ata de 1955

    pertencentes Escola Normal Joaquim Murtinho3. Tambm foi identificado, por meio da

    pesquisa de Reis (2011), o uso de uma cartilha, desenvolvida pelo mesmo autor do manual

    aqui analisado, nas aulas desta escola normal. Alm disso, foi encontrado um caderno deuma ex-aluna, pertencente a uma das escolas normais presentes em Campo Grande, em que

    se encontra um contedo bastante prximo daquele presente no manual de Theobaldo

    Miranda Santos.

    Para a anlise deste manual escolheu-se a Hermenutica de Profundidade,

    desenvolvida por John B. Thompson. Esta escolha ocorreu pelo fato desta proposta de

    anlise proporcionar a esta pesquisa uma articulao entre a anlise interna do contedo

    presente no manual e o seu contexto de produo, conforme ser apresentado a seguir.

    2. Hermenutica de Profundidade: uma proposta para anlise de manuaispedaggicos

    em seu livroIdeologia e cultura moderna: Teoria social crtica na era dos meios

    de comunicao de massa, que John B. Thompson apresenta sua proposta para a anlise de

    formas simblicas.Formas simblicas, segundo Thompson, so as aes e falas, imagens e textos,

    que so produzidos por sujeitos e reconhecidos por eles e outros como construtos

    significativos (1995, p. 79). Conforme este autor aponta, estas so caracterizadas por

    cinco aspectos, a saber: convencional, intencional, referencial, estrutural e contextual.

    Uma forma simblica convencional por estar sujeita a regras e convenes que

    balizam a sua produo. Pode-se tomar como exemplo um advogado produzindo uma

    3

    O manual Metodologia do Ensino Primrio, no foi o nico manual, deste autor, presente nas atas daEscola Normal Joaquim Murtinho. Alm deste manual, foram encontrados os manuais: Prtica de Ensino eManual do Ensino Primrio. Ambos presentes na primeira ata do ano de 1953.

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    petio ao juiz. Ele deve seguir as regras estabelecidas pelo frum para a elaborao de tal

    documento, deve entregar esta petio num prazo determinado, ao mesmo tempo, este

    advogado deve estar atento s normas gramaticais e ortogrficas da lngua na qual ele est

    inserido, deve, tambm, estar de acordo com o rgo que regulamenta a sua profisso no

    pas. A quebra de uma destas regras pode trazer consequncias graves ao processo

    defendido por este advogado e, at mesmo, a ele prprio.

    Uma forma simblica intencional pelo fato de ser sempre produzida com uma

    inteno, um interesse. Elas so produzidas por um sujeito e para um sujeito. Tomando o

    exemplo do advogado, citado anteriormente, percebe-se que ele ao produzir a petio ao

    juiz tem o interesse de obter algo favorvel a seu cliente.

    Uma forma simblica tem o aspecto referencial, pois ao ser construda sempre tema finalidade de se referir, representar e dizer algo sobre determinada coisa. Pode-se tomar

    como exemplo o livro didtico de matemtica que, segundo Oliveira (2008), tem como

    objeto referencial a educao matemtica.

    Uma forma simblica tem o aspecto estrutural por ser uma construo que

    apresenta elementos internos bem articulados entre si com o objetivo de dar algum

    significado ao que se quer transmitir. esse aspecto que d condies de analisar

    internamente uma forma simblica.Uma forma simblica tem o aspecto contextual, pois construda em contextos

    sociais historicamente estabelecidos e leva em si as marcas das relaes sociais existentes

    neste ambiente. Alm disso, as formas simblicas tambm so recebidas por indivduos

    inseridos em contextos sociais que podem se diferenciar daquele no qual a forma simblica

    foi produzida. Compreender, ou no, uma forma simblica depende das capacidades e

    dos recursos que o indivduo capaz de empregar para realizar a interpretao.

    Partindo dos aspectos caracterizadores de uma forma simblica, considerou-se,nesta pesquisa, os manuais e, mais especificamente, o manual Metodologia do Ensino

    Primrio, de Theobaldo Miranda Santos, como formas simblicas. Os manuais possuem

    um aspecto intencional por terem, em sua elaborao, a inteno de levar os

    conhecimentos pedaggicos aos futuros professores. Possuem um aspecto convencional,

    pois, ao serem escritos, devem se enquadrar nas exigncias das leis que regulamentam a

    formao de professores, tambm seguem as regras de gramtica que predominam no pas

    em que foi produzida, alm de outras possveis convenes que determinam a elaborao

    deste manual. Tm uma estrutura interna articulada. A maneira como se inicia um

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    contedo e a forma de se apresentar atividades, so exemplos de elementos que podem ser

    identificados e articulados nestes manuais. Ao serem produzidos se referem a algo ou a

    alguma coisa. No caso do manual adotado para esta pesquisa tem-se que este se refere s

    metodologias de ensino propostas para a formao de professores. Por fim, os manuais

    pedaggicos so produzidos em contextos sociais e histricos que de uma maneira ou de

    outra influenciam/ influenciaram na sua produo.

    Para analisar as formas simblicas Thompson prope trs exerccios em

    articulao: a anlise scio-histrica, e anlise formal ou discursiva e a interpretao/ (re)

    interpretao. Apesar desta distino, estes trs momentos de anlise acontecem, por vezes,

    concomitantemente.

    Segundo Thompson, a anlise scio-histrica consiste em reconstruir as condiessociais e histricas de produo, circulao e recepo das formas simblicas

    (THOMPSON, 1995, 366). Neste momento, busca-se compreender as condies nas quais

    a forma simblica foi produzida, quais as intenes por trs de sua construo, que

    instituies esto interessadas na sua produo, quais foram as condies de recepo da

    forma simblica. Para esta dimenso, Thompson levanta alguns aspectos que devem ser

    considerados, a saber: as situaes espao-temporais, os campos de interao, as

    instituies sociais, as estruturas sociais e os meios tcnicos de construo e transmisso daforma simblica.

    Ao analisar o contexto scio-histrico do manual de Theobaldo Miranda Santos,

    foram desenvolvidos estudos acerca dos acontecimentos polticos e sociais pertencentes ao

    perodo de produo da obra e das instituies envolvidas no processo de produo da obra

    (Editora, Governo, entre outros). Foram, tambm, levantadas as orientaes que

    direcionaram a formao de professores no pas e no estado de Mato Grosso.

    A anlise formal ou discursiva consiste em analisar as caractersticas estruturaisinternas, seus elementos constitutivos e inter-relaes, interligando-os aos sistemas e

    cdigos dos quais eles fazem parte (THOMPSON, 1995, p. 370). o momento em que o

    pesquisador analisa a forma simblica internamente estabelecendo suas compreenses.

    Nesta pesquisa, foi realizada uma anlise descritiva do manual Metodologia do

    Ensino Primrio, de Theobaldo Miranda Santos em articulao com o conceito de

    Paratextos Editoriais, desenvolvido por Gerard Genette (2009), como forma de

    complementar/ apoiar a compreenso acerca da estruturao interna deste manual.

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    Segundo Genette,Paratextos Editoriais so todas as produes (um nome de autor,

    um ttulo, um prefcio, ilustraes, entrevistas antes e aps a publicao de um livro, etc.)

    que, de uma forma ou de outra, reforam e acompanham um texto para torn-lo presente,

    para garantir sua presena no mundo, na recepo e seu consumo, sob a forma, pelo

    menos hoje, de um livro [...] aquilo por meio de que um texto se torna livro e se prope

    como tal a seus leitores, e de maneira mais geral ao pblico (GENETTE, 2009, p. 9).

    Por fim, o terceiro movimento da Hermenutica de Profundidade, denominado

    como Interpretao/ (Re) interpretao, consiste numa construo criativa de possveis

    significados sobre a forma simblica levantados na anlise formal e scio-histrica.

    Segundo Oliveira (2008):

    nesse momento que as relaes entre a produo e as formas de produo, asinfluncias do contexto scio-poltico que interferiram no produto final [...]devem ser construdas. No apenas nessa fase, mas muito fortemente nela, asrelaes ideolgicas, as formas como o sentido empregado para estabelecer esustentar relaes de poder, podem ser identificadas. (p. 43)

    A seguir, apresentam-se alguns resultados acerca da anlise do manualMetodologia

    do Ensino Primrio realizada sob a perspectiva da Hermenutica de Profundidade.

    3. O manual Metodologia do Ensino Pr imrioTheobaldo Miranda Santos, autor do manual Metodologia do Ensino Primrio

    nasceu no ano de 1904, na cidade de Campos, estado do Rio de Janeiro. Este autor realizou

    seus primeiros estudos no Liceu de Humanidades e na Escola Normal Oficial. Ao mudar

    para a cidade de Juiz de Fora, ele fez o curso de Odontologia e Farmcia. Ainda em Minas

    Gerais foi professor da Escola Normal de Manhuau. Ao voltar para Campos desenvolveu

    trabalhos como professor no Liceu de Humanidades, no Colgio Nossa Senhora

    Auxiliadora, na Escola Superior de Agricultura e Veterinria e na Faculdade de Farmcia e

    Odontologia. Ao mudar para Niteri, Rio de Janeiro, foi professor no Instituto de Educao

    e da Universidade do Distrito Federal. Foi professor na Escola de Servio Social e no

    Colgio Sion (Rio de Janeiro). Foi, tambm, da Universidade Catlica do Rio de Janeiro e

    do Instituto de Educao da Faculdade de Santa rsula (RJ). Alm de seu trabalho como

    professor, Santos assumiu alguns cargos administrativos no Rio de Janeiro (ALMEIDA

    FILHO 2008).

    Santos, conforme Mortatti et al. (2009) foi autor de mais de 150 ttulos de livrosvoltados para o ensino em diferentes editoras. Dentre estas se encontra a Companhia

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    Editora Nacional responsvel pela edio do manual Metodologia do Ensino Primrio. O

    manual aqui analisado a terceira edio, publicada pela Companhia Editora Nacional, no

    ano de 1952. Este manual o dcimo volume da coleo Curso de Psicologia e

    Pedagogia, organizada pelo prprio autor. Esta coleo, segundo Almeida Filho (2008),

    passou por quatro (re) impresses, sendo que o manual usado nesta pesquisa pertence

    primeira destas. Apesar de esta coleo ter sofrido apenas estas quatro impresses o

    manual Metodologia do Ensino Primrio, passou por onze edies sem sofrer nenhuma

    alterao relevante em seu contedo (ALMEIDA FILHO 2008).

    Este manual tem a capa original contendo as seguintes informaes: o nome da

    coleo, o nmero do volume, o nome do autor, numa fonte bem maior apresentado o

    ttulo do manual e, bem mais abaixo, o nome da editora. Todas as informaes estocentralizadas na capa, conforme a imagem abaixo:

    Figura 1Capa do manual Metodologia do Ensino Primrio

    Fonte: Manual Metodologia do Ensino Primrio, 3 edio, ano1952.

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    Observando a figura acima, tem-se uma noo de como estruturada a capa dos

    outros manuais desta coleo. O que muda desta capa para as demais so as cores de suas

    margens, a cor da borda em que se encontram os temas e a cor das informaes escritas.

    Na escrita de seu manual, Santos opta pelo onimato, termo utilizado por Genette

    (2009) para indicar que o autor do livro (aqui no caso o manual) assina a autoria do livro

    com o seu nome civil. Segundo Genette (2009), a opo pelo onimato no deve ser tomada

    como insignificante. O nome do autor o meio de colocar a servio do livro uma

    identidade, ou melhor, uma personalidade [...] (p. 41). Ainda segundo Genette, os

    efeitos do onimato no so necessariamente vinculados necessidade de notoriedade

    prvia. Mesmo que o autor seja uma pessoa desconhecida a inscrio do seu nome revela

    outros traos que podem dar uma maior ou menor relevncia obra como, por exemplo, oseu sexo, perfil social, grau de parentesco com pessoa mais conhecida. Esta importncia

    dada ao nome do autor varia conforme o gnero do livro.

    Voltando para o manual aqui analisado, a presena do nome de Theobaldo Miranda

    Santos de grande relevncia, pois, alm de ser autor de outros livros que, segundo

    Almeida Filho (2008), j eram conhecidos pelo pblico, ele apresentado como professor

    e, portanto, como algum que conhece a escola e sabe das necessidades e dificuldades que

    se enfrenta em uma sala de aula o que pode ter contribudo para que este manual tivesseum sucesso considervel, haja vista o nmero de reedies desta obra.

    Observando o ttulo do manual percebe-se que Santos, optou por um ttulo,

    chamado por Genette (2009), temtico. Um ttulo temtico quando se refere ao

    assunto/contedo que ser abordado no livro, como o caso deste manual. Ainda a respeito

    do ttulo deste manual, percebeu-se uma pequena alterao a partir da terceira reimpresso

    da coleo Curso de Psicologia e Pedagogia, em que o ttulo passa a ter como acrscimo a

    expresso Noes de. No foi encontrada nenhuma explicao plausvel para talmudana, mas pode-se inferir que a insero desta expresso d ao livro uma inteno

    menos ambiciosa a respeito do que se pretende apresentar.

    Em seu prefcio, Santos (1952) aponta que, alm de atender s disposies da lei

    orgnica do ensino normal, procura completar a srie de compndios sbre psicologia e

    pedagogia escrito para candidatos ao magistrio primrio e secundrio em nosso pas

    (p. 13). Santos, tambm, afirma que, mesmo tendo uma estrutura sinttica e elementar,

    rene todos os problemas da moderna metodologia pedaggica (SANTOS, 1952, 13) e

    nada tendo de nvo e original, este compndio procura resumir e sistematizar os

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    ensinamentos metodolgicos dos melhores autores nacionais e estrangeiros, e aponta que

    o seu livro tem como objetivo auxiliar modestamente, aos jovens que, neste momento, se

    preparam para a tarefa dignificante de educar as novas geraes brasileiras (p. 13. Grifo

    nosso). A expresso O autor utilizada para indicar o responsvel pelo prefcio.

    Este discurso modesto apresentado por Santos em seu prefcio, caracterizado

    pelas expresses nada tendo de novo e original e auxiliar modestamente, , segundo

    Genette (2009), uma estratgia utilizada como forma de valorizar o texto. As aspas no

    termo modesto so necessrias, tendo em vista que, em seu texto de apresentao da

    obra, a perspectiva de reunir todos os problemas da moderna metodologia pedaggica

    (citada acima) alterna-se ao seu reconhecimento de uma modstia prpria.

    Conforme vimos acima, j no prefcio do manual de Santos possvel perceberuma das influncias que balizaram a sua produo: as disposies da Lei Orgnica do

    Ensino Normal. Esta lei, promulgada em 1946, faz parte de um conjunto de leis publicadas

    a partir de 1942 que ficaram conhecidas como Reforma Capanema. Conforme aponta

    Romanelli esta lei descentralizou administrativamente o ensino normal, contudo

    estabeleceu uma centralizao das diretrizes e normas para implantao destas instituies

    de ensino.

    Santos divide seu manual em duas partes: metodologia geral e metodologiaespecial. A metodologia geral dividida em dez temas sendo discutidos num total de

    aproximadamente cento e vinte pginas. Estes temas recebem as seguintes nomeaes:

    Mtodo, Mtodos pedaggicos, Evoluo dos mtodos pedaggicos, Classificao dos

    mtodos pedaggicos, Processos didticos, Formas didticas, Modos didticos, Material

    didtico, A lio, Mtodos ativos e Escolas novas. Cada tema composto de dois a trs

    tpicos, sendo cada um destes tpicos formado por subtpicos. Aps a discusso de cada

    tema apresentada uma lista de exerccios referentes ao texto trabalhado, notas ebibliografia.

    A metodologia especial , tambm, dividida em dez temas sendo discutidos

    aproximadamente num total de cento e vinte pginas. O que o autor chama de metodologia

    especial se apresenta, no desenrolar dos temas, como uma aplicao especfica do mtodo

    no ensino do contedo primrio. Os temas desta parte recebem as seguintes nomeaes:

    Metodologia da leitura, Metodologia da escrita, Metodologia da linguagem oral,

    Metodologia da aritmtica, Metodologia da geometria, Metodologia da geografia,

    Metodologia da histria, Metodologia das Cincias naturais, Metodologia dos trabalhos

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    manuais, Metodologia do desenho. Estes temas so desenvolvidos em dois tpicos

    denominados caracteres gerais e tcnicas de ensino, seguidos de exerccios, notas e

    bibliografia conforme a primeira parte.

    A partir das anlises em torno do manual foi possvel pontuar alguns possveis

    direcionamentos acerca das orientaes presentes no manual. Dentre os quais podem ser

    apontados a argumentao do autor ao defender que ensinar levar o aluno a investigar por

    si mesmo; o necessrio respeito s etapas de aprendizagem do aluno; a possibilidade do

    professor adotar mtodos sem a necessidade de vincular-se aos princpios filosficos que

    os fundamenta; a adeso a um mtodo deve ser balizada pela personalidade do professor

    correndo o risco de tal mtodo no atingir seu objetivo que no caso a aprendizagem; a

    preocupao do autor em informar para o futuro professor quais os objetivos, os valores eas tcnicas de ensinar as disciplinas voltadas para o ensino primrio; o carter prescritivo

    do manual.

    A respeito do carter prescritivo do manual, foi percebido que tal fato,

    possivelmente, pode ser justificado pelo momento de produo deste tipo de material

    caracterizado por Silva (2007) como de tecnizao do ensino, no qual houve uma

    tendncia crescente (at pelo menos os anos de 1970) caracterizada por uma espcie de

    receiturio de ensino, acompanhada de uma especializao cada vez maior da didtica (p.274, grifo da autora).

    Alm do fato deste manual estar inserido num perodo especfico de produo deste

    tipo de material, identificou-se que Santos, segundo Almeida Filho (2008), integrava um

    grupo de leigos pertencentes Igreja Catlica que procurou no apenas combater as novas

    ideias liberais representadas pelo movimento em favor da Escola Nova, mas tambm

    estabelecer uma pedagogia crist divulgando os ideais do cristianismo catlico.

    O movimento da Escola Nova foi um movimento educacional que tinha comoproposta a renovao do ensino no Brasil. Dentre estas propostas, conforme aponta

    Lamego (1996) existiam aquelas que contrariavam o pensamento da Igreja Catlica como a

    co-educao dos sexos, a laicizao do ensino e a responsabilizao do ensino pelo Estado.

    Na dcada de 1930 as disputas em torno destes pontos foram bastante acirradas, porm,

    conforme aponta Carvalho (1994) a posio da Igreja Catlica acerca da renovao do

    ensino no pas no foi apenas reativo, muito pelo contrrio esta instituio, por meio de

    seus membros leigos, tiveram grande importncia na configurao e difuso da pedagogia

    da Escola Nova no Brasil (p. 41).

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    Sabendo da ligao de Santos com a pedagogia crist foi percebido em seu manual

    alguns indcios que possibilitaram a inferncia de sua postura ideolgica. Um destes

    indcios pode ser apontado nas falas do autor a respeito da significao das escolas novas.

    Ao se referir a este movimento, o autor aponta que inicialmente foi tomado de radicalismo,

    exaltao e de irracionalidade. Essa afirmao foi interpretada como uma crtica s

    propostas de laicidade do ensino, de controle do Estado do ensino, entre outras que fizeram

    parte deste movimento e se contrapunham ao pensamento catlico e, como j se sabe, este

    autor estava vinculado a este pensamento (ALMEIDA, 2008). Ainda observando as falas

    do autor, percebeu-se um movimento de depurao por parte deste ao propor uma crtica

    realista e construtiva do movimento de renovao educacional apontando os pontos de

    exagero, afetividade e romantismo.Santos, ao discutir o ensino da aritmtica em seu manual Metodologia do Ensino

    Primrio, aponta, utilizando-se de citaes de outros autores (Adolfo Rude, Carmen Gill,

    Everardo Backheuser e os programas do Distrito Federal), que o ensino da aritmtica deve

    permear o clculo em todas as situaes vivenciadas pelo aluno. Santos, por meio de

    Adolfo Rude, aponta que o ensino da aritmtica deve permear todas as situaes reais da

    vida, ensinando o conhecimento quantitativo daquilo que rodeia a criana.

    Sobre o ensino da geometria, Santos aponta, em seu manual pedaggico, que este podeser trabalhado utilizando o mtodo analtico ou o sinttico. Segundo ele, o primeiro parte dos

    corpospara as linhas e o segundo, das linhas para os corpos. O autor ressalta que, apesar de

    no ser o mtodo especfico para se estudar a geometria, o processo analtico o nico que

    deve ser utilizado na escola elementar (1952, p.183). Segundo o autor, tanto o estudo da

    geometria quanto o da aritmtica so interligados.

    Santos, citando as falas de Floriano Rodrigues, assinala que ao ensinar as formas e

    relaes geomtricas deve-se privilegiar a intuio e a descoberta. O primeiro de dentro para

    fora e o segundo de fora para dentro. Somente se deve falar das formas geomtricas ao

    apresent-las e as relaes ou princpios devem ser percebidos pela prpria criana.

    Conforme j foi apresentado, Santos foi autor de vrios livros voltados para a

    educao/formao de professores primrios, um destes livros destinados ao ensino

    primrio fez parte das aulas dos professores primrios na Escola Normal em Campo

    Grande. Trata-se da coleo Vamos Estudar, editada pela Livraria Agir Editora. O seu uso

    nas aulas dos futuros professores primrios de Campo Grande foi identificado por Reis

    (2011). Segundo Zimmer, Boldo e Costa (2012), esta coleo composta por quatro livros

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    didticos, cada um voltado para as quatro sries do ensino primrio. O livro referente 3

    srie era diferenciado das demais por ser destinado a cada regio do pas. Foi este livro,

    destinado aos estados de Gois e Mato Grosso, em sua 15 edio, que foi apresentado

    Reis (2011) como sendo aquele discutido nas aulas da ex-normalista por ela entrevistada.

    Sabendo que o manual aqui analisado fundamentava prticas de ensino de

    professores primrios para alfabetizao e que, em especfico, este autor estruturou a

    cartilha Vamos Estudar com caractersticas regionais para orientar esses professores quanto

    sua prtica profissional e que, alm disso, a cartilha Vamos Estudar, voltada para a regio

    conhecida hoje como Centro-Oeste, foi utilizada nas aulas de prtica de ensino, procurou-

    se nesta pesquisa compreender como Santos estruturou, ou em outras palavras,

    operacionalizou as suas propostas apresentadas no manual Metodologia do EnsinoPrimrio.

    Ao observar o livro Vamos estudar, mais especificamente, o contedo de

    matemtica percebe-se que o autor desenvolve todo o seu texto apresentando definies,

    aplicao de exemplos que, no caso das operaes, so acompanhadas de procedimentos de

    clculo, inclusive para tirar a prova real e aplicao de exerccios. Alm disso, foi

    percebido que no ensino das disciplinas de geografia e de gramtica, leitura e redao o

    autor procurou organiz-las discutindo o contexto do aluno o que no acontece nas demaisdisciplinas abordadas no manual, especificamente, na de matemtica. Preservando a ideia

    de que uma cincia pura, sem afeces regionais.

    Ao confrontar as propostas defendidas por Santos em seu manual, voltado para a

    formao de professores primrios, e a forma de apresentao do ensino de matemtica

    nesta cartilha, foi percebido que o autor no se utiliza de situaes vivenciadas pelas

    crianas para se trabalhar os algoritmos das operaes. H, nesta cartilha, muito mais um

    estabelecimento de definies e de nfase na memorizao de procedimentos e regras.Alm disso, no ensino da matemtica, diferentemente do que se v na parte denominada

    pelo autor de leitura, no h uma preocupao, por parte deste autor, em apresentar

    problemas que pelo menos mencione os estados para os quais esta cartilha fora

    desenvolvida.

    O ensino da geometria, com exceo do conceito de ngulo, em que o autor

    apresenta como sendo formado pela abertura das folhas de uma tesoura para exemplific-

    lo, trabalhada, por ele, sem fazer correlao com a vivncia da criana, principalmente,

    nos exerccios.

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    4. Consideraes Finais

    Procurou-se, neste artigo, divulgar pesquisa j concluda que teve como objetivo

    compreender, sob o filtro dos manuais pedaggicos, as orientaes pedaggicas que

    fizeram parte da formao de professores de Campo Grande. Partindo deste objetivo

    apresentou-se argumentaes favorveis ao uso do manual pedaggico para se

    compreender tal cenrio propondo, logo a seguir, a Hermenutica de Profundidade como

    metodologia para anlise do manual Metodologia do Ensino Primrio, identificado nas

    atas da Escola Normal Joaquim Murtinho, encerrando-se com a apresentao de alguns

    resultados obtidos ao analisar o manual de Santos.

    A Hermenutica de profundidade contribuiu para a compreenso da formao deprofessores primrios nas escolas normais de Campo Grande, por proporcionar uma

    articulao entre a anlise interna e o contexto de produo da forma simblica aqui

    analisada.

    Ao realizar a anlise do manual Metodologia do Ensino Primrio sob esta

    perspectiva, foi possvel identificar importantes informaes acerca de: como se pensava a

    educao, quais as polticas e objetivos do governo a este respeito, quais disputas

    ideolgicas fizeram parte das discusses educacionais no perodo de produo da formasimblica, quais instituies influenciavam a educao, qual grupo fazia parte o autor do

    manual e o que pensavam a respeito da educao, quais as concepes de ensino e

    educao que existiam, quais os objetivos do autor ao produzir esta forma simblica, e que

    regulamentaes orientavam a formao de professores no pas e no estado, e, por meio da

    anlise de outros materiais produzidos por este autor, identificar que usos o autor fez

    daquilo que foi estruturado em sua forma simblica.

    Como resultados de anlise, percebeu-se que Santos, ao produzir a forma simblicaaqui analisada, contribuiu para a difuso das influncias sofridas por ele em sua trajetria

    de vida conformando e divulgando prticas que possibilitaram a reflexo acerca de como

    trabalhar em sala de aula. Contudo, apesar da influncia deste autor, importante

    relembrar que a ao do futuro professor no determinada por aquilo que exposto no

    manual, principalmente pelo fato de que cada indivduo possui uma trajetria de vida que,

    tambm, influencia na sua maneira de ler e entender o mundo.

    Para finalizar, registra-se aqui que este estudo procurou contribuir para um projeto

    mais amplo, em que o grupo Histria da Educao Matemtica em PesquisaHEMEP est

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    inserido, de mapeamento da formao de professores que ensinam matemtica no pas,

    dando indcios de suas referncias sobre ensino, mtodo e papel do professor.

    5. REFERNCIASALMEIDA FILHO, Orlando Jos de. A estratgia da produo e circulao catlica doprojeto editorial das colees de Theobaldo Miranda Santos: (1945-1971). Tese(Doutorado em Educao), Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, 2008. 368 p.

    CARVALHO, Marta Maria Chagas. Uso dos impressos nas Estratgias Catlicas deconformao do campo doutrinrio da pedagogia (1931-1935). Belo Horizonte: CadernosAnped, 1994.

    GENETTE, Grard. Paratextos Editoriais. Cotia: Ateli Editorial, 2009. 372p.

    LAMEGO, V. A farpa na lira: Ceclia Meirelles na Revoluo de 30. Record, 1996. 255p.

    OLIVEIRA, F. D. Anlise de textos didticos: trs estudos. Dissertao (Mestrado emEducao Matemtica). Instituto de Geocincias e Cincias Exatas (IGCE). UNESP, RioClaro, 2008. 224 p.

    REIS, Ana Carolina de Siqueira Ribas dos. A formao de professores na EscolaNormal Joaquim Murtinho. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Monografia.Centro de Cincias Exatas e Tecnologia, 2011.

    ROMANELLI, Otaza de O. Histria da Educao no Brasil (1930/1973). 4 ed.Petrpolis: Vozes, 1983.

    SANTOS, Theobaldo Miranda. Metodologia do ensino primrio. So Paulo: CompanhiaEditora Nacional, 1952. p. 256.

    SAVIANI, Dermeval. Formao de professores: aspectos histricos e tericos doproblema no contexto brasileiro.Revista brasileira de educao, v. 14, n. 10, p. 143155,jan./ abr. 2009. Disponvel: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v14n40/v14n40a12.pdf. Acessoem 17 fev. 12:09:00

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    SILVA, Vivian B. da.Uma histria das leituras para professores: Anlise da produoe circulao de saberes especializados nos manuais pedaggicos (1930-1971).Revistabrasileira de educao, v. 12, n. 35, p. 268-277, mai./ago. 2007. Disponvel:www.anped.org.br/reunioes/25/vivianbatistasilvat02.rtf. Acesso em 02 dez. 12:49:00

    THOMPSON, J. B. Ideologia e Cultura Moderna: Teoria social crtica na era dos meiosde comunicao de massa. Petrpolis: Vozes, 1995. 423 p.

    VALDEMARIM, Vera Teresa & Campos, Daniela Gonalves do Santos. Concepes

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