O JORNAL 29 FEVEREIRO

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | Nº2 | 29 Fevereiro 2012 | DIRECTOR: Luís Parreira António Carneiro anuncia plano B para o Turismo no Oeste UM DIA COM... Rogério Cação - o rosto de várias instituições de Peniche CALDAS DA RAINHA Dois mil no abraço ao hospital Pag. 9 ÓBIDOS 10º Festival Internacional de Chocolate Pag. 7 PENICHE António José Correia recebe prémio “ Fifa do Surf ” Pag. 8 É o rosto por excelência da região de turismo do Oes- te. Antes de abandonar o cargo no ano que vem por entender que já chegou a idade da reforma, prepara- se para liderar mais uma batalha à frente deste or- ganismo, face à possível agregação do turismo re- gional ao de Lisboa. Pags. 3 e 4

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O JORNAL DA REGIÃO OESTE

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | Nº2 | 29 Fevereiro 2012 | DIRECTOR: Luís Parreira

António Carneiro anuncia plano B para o Turismo no Oeste

UM DIA COM... Rogério Cação - o rosto de várias instituições de Peniche

CALDAS DA RAINHADois mil no abraço ao hospital Pag. 9

ÓBIDOS10º Festival Internacional de Chocolate Pag. 7

PENICHEAntónio José Correia recebe prémio “ Fifa do Surf ” Pag. 8

É o rosto por excelência da região de turismo do Oes-te. Antes de abandonar o cargo no ano que vem por entender que já chegou a idade da reforma, prepara-se para liderar mais uma batalha à frente deste or-ganismo, face à possível agregação do turismo re-gional ao de Lisboa. Pags. 3 e 4

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Destaque

Oeste tem plano B para o TurismoÉ o rosto por excelência da região de turismo do Oeste. Antes de abandonar o cargo no ano que vem por enten-der que já chegou a idade da reforma, prepara-se para liderar mais uma batalha à frente deste organismo, face à possível agregação do turismo regional ao de Lisboa. António Carneiro tem um percurso reconhe-cido de combatividade à frente daquele organismo e nesta entrevista desaba-fa sobre um conjunto de questões pertinentes sobre o sector

O JORNAL (OJ) – A notícia da possível extinção do polo de turismo do Oeste caiu que nem um balde de água fria ou já esta-va, mais ou menos, à espera?

António Carneiro (AC) – Tra-tam-se de cenários mais ou menos nebulosos, mas gato escaldado de água fria tem medo. A secretária de Estado tem falado nisso, pa-rece que não tem mais nada para dizer ou fazer, como se a salvação do país dependesse desta possível extinção. A governante disse que tudo seria feito em diálogo con-nosco, mas o que houve até agora resumiu-se a uma reunião de um quarto de hora em Dezembro. Co-meçamos a ler demasiadas coisas nos jornais e isso preocupa-nos. Até ao momento, nada está deci-dido, mas segundo o chefe de ga-binete de Cecília Meireles apenas vão ficar cinco regiões de turismo. Perguntei qual a política para a área metropolitana, pois desde a primeira hora que vincámos que não estaríamos contra a reestru-turação, desde que fosse olhado o enquadramento das áreas metropo-litanas de Lisboa e Porto. Respon-deu que o tema seria analisado no devido tempo. Uma resposta que não me agradou. Estive toda a ma-nhã a enviar emails para presiden-tes de câmara, deputados, para nos unirmos nesta causa. Sabemos que o Oeste de per si não vai continuar mas veríamos com bons olhos um encaixe com a região de turismo de Vale do Tejo, com a qual temos uma excelente relação, com es-calas turísticas semelhantes, caso contrário seremos completamente esmagados por Lisboa.

OJ – Até que ponto conside-ra que essa possibilidade poderá ter eco junto dos governantes, de forma a conseguir uma ex-cepção?

António Carneiro teme o pior para o turismo regional com a reforma anunciada

AC – (Mostra o documento do Plano Regional de Ordenamen-to do Território de Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT)). O que queremos é que o Governo dê ao Turismo a mesma organização que consagrou ao território, com a exclusão das regiões do Oeste e Ribatejo da esfera de Lisboa.

OJ – Com a sede a ficar no Oeste?

AC – Isso não discuto e para mim não altera nada. Para mim é algo secundário.

OJ – Contudo, actualmente, já existe uma entidade, a Asso-ciação de Turismo de Lisboa, que faz a gestão conjunta do mercado de ambas as regiões...

AC – Trata-se de uma associa-ção de direito privado que envolve as regiões de turismo do Oeste, Vale do Tejo, Leiria –Fátima, câ-maras municipais e empresas, cuja finalidade única traduz-se na pro-moção externa. Por ser membro da direcção dessa associação, sei de antemão o quanto o Oeste sai pre-judicado nesta matéria. Enviamos 50 mil euros para essa entidade, por ano, e se tivesse ido à Fitur em Madrid não teria visto nada sobre esta região, pois a marca que se promove é Lisboa.

OJ – Mas sendo um dos membros da direcção não conse-gue fazer valer a voz do Oeste?

AC – Somos 15 directores, tre-ze são de Lisboa, os outros dois sou eu e o meu colega do Vale do Tejo, que não conseguimos fazer valer a nossa voz. Como somos entidades públicas somos obriga-dos a enviar essa verba, se pudesse

não transferiria um tostão. OJ – Sendo presidente desta

região de turismo desde 1998, esta possível medida trata-se de uma machadada em todo o tra-balho que muitos lhe reconhe-cem à frente deste organismo, nomeadamente, na promoção externa e atracção de novos in-vestidores?

AC – O nosso trabalho tem sido elogiado. Sem dúvida que será um capital que se perde e a região está muito unida em torno da marca Oeste. Alcobaça e Naza-ré entraram para a nossa região de turismo recentemente. Os hotelei-ros e outros agentes desses conce-lhos dizem-nos que em dois anos connosco tiveram mais trabalho, do que em 15 com Leiria-Fátima. Sempre houve um grande entrosa-mento com empresas. Há um cli-ma de grande cumplicidade com vários agentes, nomeadamente, com os presidentes de câmara. Se houver uma fusão, que seja com os nossos parceiros do Vale do Tejo.

OJ – E se porventura fosse designado para presidir à nova estrutura que ao que tudo indica englobará Lisboa e o território do Oeste e Ribatejo?

AC – Nem com uma pistola apontada à cabeça. Pode escrever isso. Tenho 66 anos…

OJ – Mas tem um percurso notório e reconhecido…

AC – Estou muito desmoti-vado. Há três anos anunciei que não continuava, mas devido à intervenção dos presidentes de câmara da Nazaré e de Alcobaça que insistiram bastante nesse sen-

tido, decidi continuar, dado que iam passar a integrar o turismo do Oeste. Estou aqui há muitos anos e não quero ouvir comentários do género: ‘aquele nunca mais larga o tacho’.

OJ- Está nos seus horizontes terminar o seu trabalho neste organismo, mesmo que a refor-ma das regiões de turismo não venha a concretizar-se?

AC- Sim. Mas evitar essa re-forma conforme está a ser pensa-da, neste momento, é quase uma questão de honra para mim.

OJ – Sem qualquer outro tipo de interesse?

AC – Sim, sim. (Apresenta uma caderneta com os movimen-tos bancários) Mostrei à senhora secretária de Estado estes núme-ros, para que ela não pense que es-tou agarrado ao tacho e optei por uma reforma menor para desone-rar a região de turismo.

OJ – Que palavra lhe tem sido transmitida pelos presiden-tes de câmara?

AC – Estão muito preocupa-dos e assinam por baixo tudo o que digo, apesar de o partido do governo ser maioritário na asso-ciação de municípios.

OJ – A Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) inicia-se dentro de dias. O que vai dizer aos gover-nantes no dia da inauguração?

AC – Ponderámos não ir à BTL, quando em Novembro re-cebemos o boletim de inscrição, até porque é muito caro partici-par. Mas a senhora secretária de Estado nesse particular facilitou os pagamentos. Temos o espaço

institucional da região de turismo, um espaço empresas com 18 par-ticipantes, e o restaurante Estelas, de Peniche. Teremos uma despesa global próxima de 50 mil euros, mas a associação de municípios contribuirá com 15 mil euros para que tenhamos uma participação condigna.

OJ – Mas também tem dito em diversas ocasiões que a BTL é uma espécie de feira das vai-dades...

AC – Sim, sim. Não é uma feira muito importante, principal-mente para nós que estamos próxi-mos de Lisboa, se calhar pode ser mais significativa para o Alentejo ou Trás-os-Montes. A organiza-ção fala em 70 mil visitantes mas é mentira, pois contam como uma nova entrada sempre que alguém se desloca para fora do pavilhão, momentaneamente, para ir dar uma volta ou ir almoçar, e depois regressa. Torna-se mais importan-te sair num dos cadernos do jornal Expresso que conta com uma dis-tribuição de 140 mil exemplares, mais 40 mil para distribuirmos em postos de turismo que nos custa oito mil euros. Faça as contas so-bre a visibilidade que obtemos em contrapartida com os gastos. Mas temos de ir à BTL porque as de-mais regiões de turismo também vão, e depois estamos lá a olhar uns para os outros.

OJ – Mas a vossa ida à BTL também se reveste, este ano, por um marcar de posição junto do Governo?

AC- Este ano em concreto também. Convidei todos os pre-sidentes de Câmara para estarmos todos no dia da inauguração para recebermos o ministro da Econo-mia e lhe darmos conta da enor-me injustiça que se está a pensar cometer.

OJ – Quais são os presiden-tes de câmara que estão mais preocupados com a matéria?

AC – Tenho sentido um estado de espírito comum. Devo dizer-lhe que quando estive reunido com os autarcas e lhes falei do plano b (junção da região de turismo do Oeste com a do Ribatejo em con-sonância com o PROT), o presi-dente do município do Cadaval, que é um concelho com pouco peso turístico, disse para escon-dermos este plano e defendermos o Oeste. Vários municípios já aprovaram moções relativamente a este assunto.

OJ – Fazendo um pouco uma retrospectiva dos últimos anos, o facto de a localização do novo aeroporto de Lisboa ter sido al-terada, quase à última da hora, da Ota para o campo de tiro de Alcochete foi, de facto, um forte revés para esta região?

AC – Foi, porque se tratava do maior investimento de sempre

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Destaque

Não equaciona uma candidatura às Autárquicas 2013

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no Oeste. Neste momento, está em cima da mesa a discussão Portela +1 com Montijo, Sintra e Alverca, porque a Ryanair quer voar para Lisboa e com isso arranjar umas centenas de milhares de turis-tas por ano e pagar por isso. Em contrapartida também receberá dinheiro por criar um destino tu-rístico. As companhias low cost inauguraram uma nova filosofia de viagens. O Governo apenas fa-lou nessas localidades e disse que Ota está fora de hipótese por causa dos nevoeiros. Mandei um ofício para o secretário de Estado dizen-do que essa teoria deveria fazê-los corar de vergonha, porque tal con-clusão não está escrita em nenhum estudo sobre a Ota. Devíamos es-tar a discutir esta questão com voz grossa, mas a mesma está a passar ao lado.

OJ – Qual é neste momen-to o balanço para o turismo da região da existência de vários campos de golfe como em Óbi-dos e Torres Vedras?

AC – Muito positivo. Tirem os campos de golfe e os hotéis e não existirá turismo nesta região.

OJ – Estamos a falar de quantos golfistas por ano?

AC – Cerca de 100 mil. Não se esqueça que um turista de gol-fe vale dez vezes mais do que um turista de praia, que não paga para a frequentar e que não consome, e a vida é uma máquina registadora. O turista de golfe fica em hotéis e está sempre a consumir. Antes de se ir embora, ainda, vai a ourivesa-rias comprar jóias para a esposa. O mesmo se passa com o de touring cultural que está sempre a gastar.

OJ – Em Óbidos há diversos complexos de golfe. Não serão demasiados?

AC – Não, pois há espaço para todos. Temos grande capacidade de crescimento e ainda temos a crise. Como o golfe é um despor-to muito caro em países do norte como os escandinavos, os pra-

ticantes através das companhias low cost vêm para Portugal, pois temos preços muito competitivos. Outra vantagem é que o golfis-ta fica em média uma semana na região, ao contrário de outro tipo de turistas. Este desportista roda os vários campos de golfe da re-gião, não se circunscreve apenas a um campo. Se perguntar em certos restaurantes da região, que tipo de cliente frequenta os estabeleci-mentos, de Inverno, e obterá a res-posta – os golfistas, pois querem comer bom marisco e beber bom vinho. 50 euros por uma refeição num restaurante da zona é baratís-simo para eles.

OJ – Já que fala nos restau-rantes, suponho que os vários agentes com os quais a região de turismo trabalha estarão preo-cupados com a possível extinção dos organismos?

AC – Estão preocupadíssimos. Ainda na semana passada, um desses agentes desabafou comigo e disse que para defender o Oeste que contasse com o mesmo para o que fosse preciso.

OJ – Como pensa levar o Go-verno a reger-se por esse concei-to do PROT aplicado ao turismo, quando o Estado encontra-se completamente cercado pela Troika que impõe a redução ao máximo do número de organis-mos no país?

AC – Nós somos uma coisa de menor importância.

OJ – Mas fala-se a todo o momento de uma necessidade de contenção para todos os sec-tores.

AC – A secretária de Estado nunca referiu isso…

OJ – Mas intui-se que será isso...

AC – Admito que sim, mas teriam nesse argumento uma boa desculpa e nunca o usaram. A mi-nha teoria é a de que querem redu-zir para controlar de outra forma o turismo regional.

OJ – Não terá nada a ver com o estado do país?

AC – Não porque os valores são ridículos. Nós apenas recebe-mos por ano 520 mil euros.

OJ – No caso das juntas de freguesia também serão valores pouco significativos e fala-se na extinção de várias destas au-tarquias. A estratégia não será antes a de atacar tudo o que for possível?

AC – Se calhar é. Admito que sim. Está a levantar a questão de uma forma que ainda não tinha equacionado, porque a secretária de Estado nunca alegou isso, pois tem falado num aumento das com-petências e de reforço da massa crítica. Vamos passar a ter promo-ção externa. Por isso defendo uma junção com a região de turismo do Ribatejo, com capacidade fi-nanceira para irmos ao estrangeiro dar a conhecer os nossos produtos, que não apenas o país vizinho, algo que, neste momento, não pos-suímos.

OJ – A presença em feiras in-ternacionais é fundamental para aumentar o número de turistas na região?

AC – Não é possível quantifi-car, mas “quem não vai esquece”, como se diz na gíria popular. O que podemos dizer é que antes da Expo 98 tínhamos 170 mil dor-midas por ano, e agora estamos a aproximar-nos do milhão.

OJ – Esse crescimento deve-se a que factores?

AC – À entrada de empresas com outra dinâmica, claramen-te. Nomeadamente, de unidades hoteleiras com outra capacidade de penetração externa, ou este programa “Visitoeste” no merca-do interno que tem resultado. No nosso site, o visitante tem acesso a promoções nos hotéis ou quando fazemos cadernos especiais nos jornais de maior tiragem. Nos úl-timos anos, abandonámos a nossa promoção no estrangeiro com a

entrada em cena da Associação de Turismo de Lisboa.

OJ – Que na sua opinião não tem feito um grande trabalho de promoção do Oeste.

AC – Não tem feito nada. Apenas incluem três linhas sobre o Oeste na brochura. Na sema-na passada, deveriam ter vindo a Óbidos 12 agentes turísticos rus-sos que não apareceram, apesar de tudo tratado, porque o responsável em Lisboa decidiu não contactar-me. Nesta altura, fazemos apenas feiras regionais, e não podemos sequer estar presentes na Fitur.

OJ – São feiras onde vale a pena estar presente?

AC – Sim. São feiras com bas-tante interesse, pois são baratas e onde está presente o consumidor final. Resulta ir a Salamanca, onde faz um calor de 40 graus no Ve-rão, e dizer a um habitante daquela cidade que a três horas de viagem tem praias, castelos, golfe e boa gastronomia.

OJ – A nível dos concelhos mais rurais da região como Alenquer, Cadaval e Bombarral o que acaba por ser mais salien-tado nessa promoção além-fron-teiras?

AC – A rota do vinho ou a Ser-ra de Montejunto, porque não há alojamento, e isso é um problema terrível, porque as pessoas gostam de ir passear na zona perto do ho-tel. O concelho de Alenquer que tem alguma dimensão nem uma unidade hoteleira de turismo de habitação possui. Estamos a tentar interessar alguns produtores de vi-nho nesse sentido, para que consi-gamos mexer no destino. Por outro lado, temos hotéis relativamente perto como em Torres Vedras, mas os acessos são péssimos.

OJ – O seu desejo nesta re-gião seria o de criar um segundo Algarve? Pensa que conseguiu aproximar-se?

AC – Muitas pessoas dizem isso. Mas a riqueza do país é a sua diversidade, por isso o nosso casa-mento com o Vale do Tejo poderia resultar muito bem. O Algarve é um grande destino em qualquer lado do mundo, apesar de algumas zonas terem sido abandalhadas mas que estão a ser recuperadas. O turismo naquela região foi a salva-ção do Algarve que antes vivia da laranja e da alfarroba, mas aqui no Oeste temos vários sectores a tra-balhar bem como o das empresas e da agricultura, pelo que o turismo nunca fará parte da salvação da pátria oestina. Também não quere-mos ser um destino massificado.

OJ – Agora, que está em fim de mandato, há algum objectivo que tivesse traçado e que não conseguiu alcançar?

AC – Tenho uma clara consci-ência que dei sempre o meu me-lhor de forma entusiástica e isso tem-me sido dito pelos presiden-tes de câmara e pelos empresários. Quando estamos nas coisas com paixão, fé e honestidade intelec-tual, mesmo quando fazemos as coisas mal as pessoas perdoam.

Tenho uma bondade de espírito, em que apesar de ter esta idade considero-me um pouco naif. Ao longo dos anos, fizemos coisas tão significativas como ter uma sede própria. Somos muito respeitados pela comunicação social regional e nacional. Isso é gratificante. Tenho muita pena de não ter conseguido envolver as câmaras municipais no desenvolvimento turístico como gostaria, porque de certa forma confiam em mim para desenvolver esse trabalho, auto-excluindo-se um pouco. Por outro lado, lamento que o Oeste não tenha conseguido desenvolver um modelo de gover-nança para a região, não apenas turístico, para que quando houves-se problemas fossemos ouvidos e respeitados. Fomos gozados com a decisão sobre a localização do aeroporto e agora que a questão poderia ser reaberta não vejo nin-guém a actuar.

OJ – Mas os autarcas, possi-velmente, já perderam a fé nesse projecto.

AC – Mas não pode ser assim. Sei que andam desorientados com a falta de dinheiro, mas um aero-porto é algo muito importante e se a Ryanair viesse para a região, ficava mais descansado quanto ao futuro dos nossos hotéis.

OJ – Tendo em conta o capi-tal de crédito que granjeou ao longo dos anos neste cargo, já o desafiaram para algum desafio político de outra espécie, tendo em conta que para o ano são as eleições autárquicas e muitos dos actuais presidentes não vão poder candidatar-se?

AC – Já fui número dois na Câmara de Torres Vedras e as coi-sas têm um timing próprio.

OJ – Mas já lhe falaram nis-so ou não?

AC – Em Torres Vedras, Car-los Miguel ainda tem mais um mandato.

OJ – Mas podia receber um convite para outra autarquia da região.

AC – Nem pensar, não brin-que comigo. Daqui a 4 anos, tenho 70 anos. É a primeira jornalista a quem vou dizer isto: durante mui-tos anos falaram sempre no meu nome para secretário de Estado do Turismo. O meu nome saía sempre nos jornais. Não tenho lobbies par-tidários. Sou apenas filiado no PS. António José Seguro esteve aqui há dias, lembraram-se de me con-vidar mas disse que não ia, porque enviei mails para deputados do PS sobre esta reestruturação do turis-mo, e não me ligaram nenhuma, e neste momento estou mais interes-sado em defender os interesses da região de turismo. O presidente da federação disse que tinha uma me-dalha para dar aos filiados no par-tido há mais de 30 anos, respondi que alguém a receberia por mim, para não correr o risco de ser inde-licado com o líder do PS.

OJ – A sua frontalidade tam-bém lhe tem cortado alguns pos-síveis caminhos?

AC – Prefiro ser assim.

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A opinião dos presidentes de câmara da região

Quando as coisas estão bem não vale a pena mexer, isto resume um pouco do que penso sobre o assunto. Trata-se de um serviço im-portante na promoção de destinos marcadamente tu-rísticos como o caso de Pe-niche e do Oeste. Em tempo de crise deveríamos abalan-çar-nos para novos projec-

Quinta do Juncal na Serra d’el Rei

tos. A actividade económica e o seu incremento são fun-damentais e neste capítulo não há troika que nos salve. Estamos todos unidos nesta causa. Não queremos ser metidos “no meio da coisa de Lisboa”, caso contrário seremos totalmente cilin-drados.

António José Correia (Câmara Municipal de Peniche)

Há que reconhecer o bom trabalho do Polo de Turismo do Oeste, que é dos mais dinâmicos do país. A reestruturação que se está a operar para que as regiões de turismo voltem a ser agrupa-das tem também em linha de conta que algumas, não é o caso da do Oeste, foram de-

Destaque

Fernando Costa (Câmara Municipal Caldas da Rainha)

masiado desleixadas e hipo-tecaram o futuro. Acabo por aceitar esta reforma, mas no caso do Oeste – “paga o jus-to pelo pecador”. Comungo da ideia de uma fusão entre o polo de turismo do Oeste com o do Ribatejo, fora de Lisboa.

Foi efectuado um traba-lho de afirmação da marca Oeste que não pode ser des-capitalizado com a possível integração numa estrutura onde Lisboa também se en-contra integrada. O turismo do Oeste pode passar para um plano secundário e de menor visibilidade com essa medida. No entanto, talvez possa funcionar como uma mais-valia fazer parte de uma região mais abrangen-te, embora se possa perder um pouco da identidade do Oeste. Estamos na expecta-tiva.

Aristides Sécio (Câmara Municipal do Cadaval)

Estamos preocupados, mas também temos a espe-rança que o Governo possa ser sensível ao fortaleci-mento das marcas do Oes-

Telmo Faria (Câmara Municipal de Óbidos)

José Manuel Vieira (Câmara Municipal do Bombarral)

A extinção do Turismo do Oeste será um rude golpe naquilo que tem sido a defe-sa e dignificação do Oeste, fortíssima marca, concebi-da, criada e acerrimamente promovida por aquele órgão regional. Para já, e no sen-tido do município do Bom-barral marcar a sua posição perante tal situação, foi aprovada por unanimidade em reunião de Câmara, uma moção conjunta já enviada à comunicação social local, regional e nacional, ao Pre-sidente da República, ao Pri-meiro Ministro, ao ministro da Economia e do Emprego, entre outros.

Agentes solidários com António CarneiroEntre alguns dos agentes

parceiros do Polo de Turis-mo do Oeste, o sentimento é de inquietação e de pre-ocupação face ao futuro, pois consideram que nuvens negras possam pairar sobre o sector na região, caso se venha a concretizar a refor-ma de que se fala. Uma das vozes contraditórias, surge através da Quinta dos Lori-dos, jardim de budas, locali-zado no concelho do Bom-barral, e um dos locais mais visitados na zona Oeste, propriedade do conhecido empresário Joe Berardo.

Telmo Santos, porta-voz, da propriedade tam-bém designada de Buda Éden, vinca que a estrutura tem funcionado de “forma autónoma”, e que o orga-nismo dirigido por António

te, como a marca Óbidos. Esperamos que a futura organização não dificulte o trabalho de promoção do nosso destino.

Carneiro “não tem facilitado ou deixado de facilitar o que quer que seja”, até porque a divulgação da quinta tem-se efectuado sobretudo graças ao “boca-a-boca”. Em 2011, o Buda Éden, segundo Tel-mo Santos registou cerca de 488 mil visitantes. “Já tive ocasião de afirmar junto do presidente do polo de turis-mo, que nos sentíamos um

pouco abandonados, mas até à data não vi qualquer sinal em sentido contrário”, conclui.

Com uma opinião in-versa, Carlos Martinho, proprietário da Albergaria Josefa d’ Óbidos, unidade hoteleira situada à entrada da Vila Medieval, refere que o polo de turismo tem-se constituído como “uma

alavanca”, nomeadamente, no que “ao golfe diz res-peito”. “Trata-se de uma entidade que tem feito um trabalho exemplar em con-junto com os hoteleiros e não só, e que nos colocou num lugar muito simpático nos rankings mundiais”. Por isso Carlos Martinho pres-sente o pior: “Vamos ficar num total marasmo se pas-sarmos a pertencer a Lisboa, que não deverá olhar para o Oeste de forma personaliza-da”. O empresário relembra que graças ao contributo do polo de turismo, o seu esta-belecimento foi atirado para uma espécie de primeiro plano nunca antes sonhado – “Tirámos partido da par-ticipação em certames, com visitas a todas as agências e operadores possíveis. Gra-

ças a esse caminho trilhado, consegui ter uma carteira de clientes muito acima da média da qual, ainda, estou a tirar dividendos”.

Localizada no concelho de Peniche, a Quinta do Juncal, através do seu pro-

prietário Fernando Fernan-des, considera como “muito negativa” a perspectiva de encerramento do polo de tu-rismo do Oeste – “Foi cons-truída uma marca própria que poderá desaparecer”, sentencia.

Quinta dos Loridos no Bombarral

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ma penso que se começou mal”, desde logo porque a questão das economias de escala está a ser mal equacionada: “No caso das freguesias que sofrerão uma agregação a outras, pressupõe-se que passe a existir um único presidente de junta para um território maior. Na sua maioria estes autarcas que apenas recebem um vencimento quase sim-bólico, vão ter de passar a auferir um vencimento maior, pois te-rão mais área e população”. O presidente da junta con-tinua: “Por outro lado, os próprios habitantes vão ter mais custos económicos, de-vido a deslocações”. No caso de Alvorninha, está prevista a continuidade dessa junta de fregue-sia, “que não sofrerá qualquer mutação”.

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ACTUALIDADE

Presidentes de junta sugerem ideias para a Reforma da Administração Local

O presidente da junta de freguesia de Santa Maria que compreende parte do território urbano da vila de Óbidos e parte de algumas localidades rurais, como A-da-Gorda, entende que esta é “a altura certa” para se proceder a uma reforma do território administrativo, porque “não se justifica a existência de duas freguesias na sede de conce-lho”. Como tal, o autarca veria com bons olhos que da junção de Santa Maria com São Pedro

saísse uma nova freguesia. Já teve oportu-nidade de falar do assunto com o seu colega, “que não se mostra contra”. “Os autarcas têm de pensar no bem-estar da população. Não ficarei chate-ado se tiver de ir embora”, ressalva. Sérgio Félix considera, contudo, que o Governo não tem abordado o tema da melhor forma, mas que nesse

ponto, os presidentes de junta “devem ter a iniciativa de apresentar uma nova proposta”. “Daquilo que já li, dá-me a ideia de que o Governo se limitou a lançar os nomes das freguesias que sofrerão uma extinção ou junção, mas cada concelho é um concelho, o mesmo se passa para as jun-tas”, expressa. Face à possibilidade de extinção de juntas de freguesia, sublinha a im-portância de existirem polos de atendimento à população nas localidades mais importantes, como uma solução a aplicar tendo em conta a reforma da administração local.

- EDITORIALOs últimos dias têm sido sacudidos pela notícia da reestruturação dos serviços hospitalares nas Caldas da Rainha, com uma possível fusão da administração do CHON com a do Hospital de Torres Vedras. Em cau-sa, o valor cada vez mais insuportável das dívidas das duas instituições, face às quais é preciso colocar um travão: 50 milhões de euros no caso da unidade caldense e 30 milhões do lado de Torres Vedras. No caso de Peniche, saliente-se a preocupação quanto à continuidade do serviço de urgência durante a noite. Por estes motivos, uma onda de cidadãos decidiu realizar um “abraço” ao hospital das Caldas, face à eventualidade de ficarem em desvantagem para Torres Vedras. A população da cidade termal não está disposta a abrir mão e mostrou toda a sua indignação no dia 24 de Fevereiro. O presidente da Câmara, Fernando Costa qualifica de paranóia a acção empreendida, por ter feito propagar a ideia de que estarão em causa serviços como a psiquiatria, a maternidade e a obstetrícia. No dia em que sai para a rua a segunda edição de “O Jornal”, tem início na Fil mais uma edição da Bolsa de Turismo de Lisboa, este ano com a luz dos holofotes direccionada para a reestruturação dos deno-minados polos de turismo, com a aglutinação do Oeste e do Ribatejo à marca Lisboa. Será ao que tudo indica, a última BTL para António Carneiro, que antes de abandonar o cargo vai lutar para que o turismo regional não seja “engolido” por Lisboa. Em entrevista exclusiva, dá conta dos seus estados de alma face a esta e outras questões e sublinha o sentimento de dever cumprido.Mas os últimos dias são também recheados de boas notícias: O Car-naval, apesar da denominada “intolerância de ponto”, chamou ainda mais, face à polémica, turistas e foliões à região, terminando com sal-do positivo para Torres Vedras, Peniche e Caldas da Rainha. Também na crista da onda, em sentido estrito, está o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, que ganhou um dos prémios anuais da ASP “World Surfing Awards” pelo “esforço excepcional de uma comu-nidade na organização de uma prova da ASP”.

Luís Parreira

Ficha Técnica

propriedade: Hora H - Agência Global de Comunicação Unipessoal, LdaDirector e administrador: Luís Parreiraredacção: Sílvia Agostinho e Letícia Martinscolaboradores: João Carlos Costa, José Monteiro, Nuno Jorge, António Marques, feliz jorge, fernando tinta ferreira e jorge amadorPaginação: Gracinda Carvalho; Departamento Comercial: Paulo Rodrigues e Filipe SantosRua Ramiro Matos Bilhau 10 3º Esq - 2520-486 PenicheAv. Eng.º Luis Paiva e Sousa nº2D - 2500-329 Caldas RainhaImpressão: FIG-Indústrias Gráficas,S.A. Rua Adriano Lucas 3020-265 Coimbra

A Reforma da Administração Local deverá estar concluída durante o ano de 2012. Em marcha, uma revolução a nível da organização das juntas de freguesia, com a possível extinção ou junção destes territórios. Em debate encontra-se o denominado Livro Verde. “O Jor-nal” inaugura a partir desta edição um espaço, no qual convidamos os diferentes presidentes de junta da região a darem a sua opinião sobre o tema, tomando como ponto de referência cada uma das suas autarquias.

Sérgio Félix disposto a abdicar da sua junta de freguesia

Henrique Bertino recusa extinção da junta de Ajuda

Presidente de uma das três juntas urbanas que constituem o territó-rio da cidade de Peniche, Henrique Bertino, ao contrário do seu colega de Óbidos, não vê com bons olhos a possibilidade de a sua freguesia poder sofrer uma mudança no sen-tido da extinção, ou fusão com as demais juntas. O autarca começa por recear “a deslocalização de meios” como máquinas e operários para trabalhos em outras localida-des fora da sua área, “numa dis-persão de meios que não convém à freguesia”.Em Assembleia Municipal, o PS e o PSD “juntaram forças no sentido

No entender do presidente da junta de freguesia de Alvorninha, conce-lho das Caldas da Rainha, o Livro Verde da Administração Local, que se constitui como “um ponto de partida e não de chegada” peca “por vários erros de forma e de con-teúdo”. Para o autarca, esta reforma também deveria compreender uma reestruturação dos concelhos, e não apenas das freguesias. Por outro lado, aponta que o problema de algumas localidades pertencerem a mais do que um concelho ou fre-guesia “não foi abordada” nesta re-forma, e exemplifica que na sua fre-guesia – Venda da Costa e Venda da Natária pertencem ao concelho de Alcobaça e Raposeira a Rio Maior “Se a ideia era a de fazer uma refor-

Virgílio Leal Santos aponta erros de forma e de conteúdo da proposta

da junção das três freguesias urbanas mas até agora, ainda, ninguém conseguiu provar qual será o benefício da medida para a população”, considera, sugerindo: “Deveria ter sido dese-nhada uma outra estratégia para se saber me-lhor quais as vantagens e as contrapartidas”. No seu entender aqueles dois partidos, “fi-zeram uma espécie de chantagem” na Assembleia Municipal. Henrique Bertino lamenta a atitude “pouco solidária” dos presidentes de junta de Ferrel e da Atouguia da Baleia, “que na altura da vo-tação escolheram três fregue-sias rurais e uma urbana”.

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Festival de Chocolate cada vez mais doce e criativo

Como é sabido, os 20 anos da Disneyland Paris é o tema esco-lhido para as Esculturas em cho-colate do Festival Internacional de Óbidos, que decorre de 02 a 25 de Março, evento aberto apenas sex-tas, sábados e domingos. Este ano o Festival do Chocolate conta tam-bém, como já foi anunciado, com o Bar de Gelo. A Nestlé é o patro-cinador oficial de chocolate.

Em todas as edições, um dos pontos obrigatórios deste festival é a exposição de esculturas, onde se poderá maravilhar com verda-deiras obras artísticas em choco-late, realizadas por profissionais do sector alimentar, que exempli-ficam as suas perícias na área da doçaria e chocolateria. Com cada vez maior dimensão e criatividade, o Centro de Formação Profissional para o Sector Alimentar da Ponti-nha (CFPSA), com coordenação de Vítor Nunes e Manuel Gomes, irá deliciar todos os visitantes com

Uma das esculturas que faz parte do festival deste ano

ÓBIDOS

fantásticas esculturas inspiradas na Disneyland Paris.

“À procura de Nemo”, “Piratas das Caraíbas”, “Castelo da Bela Adormecida”, “Mickey e Min-nie”, “Peter Pan” e “Cars” são as seis esculturas patentes na Cerca do Castelo, recinto do evento.

A passagem de modelos com chocolate é uma das iniciativas mais aguardadas do evento. Alian-do o charme e a criatividade da moda à beleza do trabalho em chocolate, a passagem de modelos traz a este evento toda uma verten-te de elegância e estilo, num mo-vimento onde as formas e as cores despertam a gula e abrem apetites. Envergando figurinos realizados por alunos da Modatex, inspirados nas princesas da Disney, modelos profissionais desfilam pedaços de arte em chocolate da autoria dos chefes de pastelaria do CFPSA, num espectáculo de som e luz que promete deliciar, e que conta com

a participação da criadora de moda portuguesa Rita Bonaparte.

Haverá também demonstra-ções de cake design na Cerca do Castelo. Pela primeira vez em Por-tugal vai estar presente no festival, a Master Cake Design Nhora de la Pava. Na Galeria do Pelourinho, situada na Rua Direita, vai estar patente uma exposição de cake de-sign alusiva ao universo Disney.

O festival conta, igualmente, com os habituais concursos, como o internacional de receitas de cho-colate dedicado a não profissio-nais vindos de todo o mundo. O Concurso “Chocolatier Português do Ano” é destinado a participan-tes profissionais de pastelaria e restauração que exerçam funções no nosso País.

O concurso de montras em Chocolate tem como objectivo mostrar os melhores produtos de pastelaria confeccionados em Por-tugal.

Para o público em geral existem os cursos de chocolateria direccio-nados aos visitantes que tenham interesse em saber um pouco mais sobre como trabalhar o chocolate. Existem três níveis destes cur-sos. O primeiro nível é dedicado a visitantes que não têm qualquer experiência com chocolate e com pastelaria geral. O segundo nível é dedicado a todos aqueles que já têm alguma experiência na área ou a quem já completou o primeiro nível do curso.

Na edição de 2012, haverá um terceiro nível, mais avançado para quem já conhece bem o chocolate

Opinião dos comerciantes

No entender de alguns co-merciantes da Rua Direita, ouvi-dos nesta reportagem, o evento que em 2012, celebra 10 anos de existência, “contribui para tra-zer mais público a Óbidos”, mas “não é assim tão significativo”, até porque “os turistas das excur-sões, principalmente, os estran-geiros são quem mais compra nas lojas, e não tanto as famílias que vêm ao festival”, considera

Liliana Martinho de um dos es-tabelecimentos ouvidos.

“O festival mexe um pouco com o comércio, mas quem vem, procura sobretudo o evento, em-bora o português seja o principal cliente”, diz Adélia Fragoeiro de uma loja de artigos em cortiça, que gostou de ver melhorados os acessos ao evento, “com a circu-lação a ser permitida pelas trans-versais”.

Oferta de Kit Kat a todos os visitantesOs Chocolates Nestlé vão ser

o patrocinador oficial do X Fes-tival Internacional de Chocolate de Óbidos. No âmbito deste pa-trocínio, está garantida a oferta de chocolates Kit Kat a todos os visitantes no momento em que entram no recinto.

No total, serão distribuídos 130 mil destes chocolates. A Nes-tlé estará também presente com outros produtos que têm cho-colate na sua composição, tais como os cereais Chocapic, a be-bida Nesquik de Nescafe Dolce Gusto, Iogolino Mini Chocolate, Gelado Kit Kat (com degustação das suas cinco variedades) e Ce-relac Cereais Lácteos Chocolate com Palhinha. Mas haverá tam-bém café Sical para juntar ao sa-bor do chocolate. Estima-se que ao longo do evento sejam consu-midos cerca de 50 mil cafés.

No dia 3 de Março, a chefe de cozinha Mafalda Pinto Leite – o rosto da campanha de comu-nicação corporativa “Saboreia a Vida”, da Nestlé Portugal – ela-borará uma receita totalmente em chocolate.

Também o chefe Bruno Pe-

reira, da Nestlé Professional, es-tará na Casinha de Chocolate das Crianças, para, com elas, elaborar deliciosas iguarias de chocolate.

O Festival Internacional de Óbidos é já uma referência inter-nacional, sendo mesmo um dos

principais festivais com dedica-ção exclusiva à arte de bem-fazer chocolate, contando todos os anos com a presença de alguns dos melhores mestres chocolatei-ros da actualidade.

Nestlé sucede a Valrhona como patrocinador oficial

ou quem já completou os dois ní-veis anteriores.

A casa de chocolate das crian-ças é pensada para a participação dos mais novos no festival de cho-colate. Este ano, as crianças podem usufruir de diversas actividades de culinária recheadas de animação, surpresas e muitas guloseimas.

Todos os dias, durante o Fes-

tival Internacional de Chocola-te, na tenda das demonstrações e concursos, decorrerão desfiles de body painting e face painting.

Existem ainda outras activida-des como ementas de chocolate, e elaboração de pratos especiais pe-los restaurantes do concelho todos com chocolate.

Alunos visitam museus de Óbidos

Cerca de 100 crianças dos complexos escolares de Óbidos, entre os 3 e os 10 anos visitaram, na passada quarta-feira, dia 22 de Fevereiro, os Museus Abílio de Mattos e Silva e o Museu Muni-cipal de Óbidos. Tratou-se de um projecto de férias de Carnaval – no âmbito do Programa Crescer Me-lhor – realizado em parceria com a Rede de museus e Galerias da Vila de Óbidos.

Dentro deste programa, os alunos realizaram visitas guia-das, com temáticas especificas e adequadas aos grupos etários, aos Museus Abílio de Mattos e Silva e ao Museu Municipal. As crianças

foram organizadas em três grupos, sendo que dois foram guiados pe-los museus e o terceiro grupo de-senvolveu no Centro de Design de Interiores um ateliê inovador cuja temática se prendia com o Festival de Chocolate, onde as crianças ti-veram oportunidade de ser desig-ners durante uma manhã.

“Educar pela Arte e Cultura da Vila”, brincar no jardim do museu municipal e apanhar laranjas foi o programa proposto que resul-tou num dia diferente, em que os alunos tiveram um belo encontro com a vila de Óbidos, através dos espaços que integram a Rede de Museus e Galerias.

Adélia Fragoeiro considera que foram melhorados os acessos

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Mudanças na Saúde levam Câmara a reunir-se de urgência com Administração Regional de Saúde

Peniche sai uma vez mais em defesa do seu hospital

Na sequência de notícias vei-culadas sobre o possível fecho do Serviço de Urgência Básico do Hospital de Peniche, a Câmara Municipal de Peniche reuniu-se com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS – LVT) na sequência de uma solicitação de audiência ao minis-tro da Saúde para demonstrar essa preocupação, algo que já fizera há três meses atrás mas sem obter resposta.

António José Correia a “O Jornal” refere que a ameaça de fecho da unidade aparece espora-dicamente, “mas felizmente com alguns recuos por parte da tutela”, como aconteceu em 2007 e 2008. “Ao longo dos anos foram prome-tidas intervenções no hospital com a deslocação das urgências para a parte traseira do mesmo, e com a introdução do serviço de cuidados continuados, mas nada se con-cretizou”, dá conta. Entretanto, a autarquia teve conhecimento da probabilidade de encerramento, durante o mês de Outubro, pelo que a comissão municipal de acompanhamento decidiu pedir uma audiência a Paulo Macedo.

PENICHE

Mais recentemente, e tendo em conta a notícia de reorganiza-ção dos cuidados médicos com a possível extinção da estrutura do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) e consequentes efeitos no hospital de Peniche, refez esse pedido.

Entretanto, o presidente da Câ-mara reuniu-se com a Administra-ção Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, em que o dirigente

daquela estrutura deu conta das imposições de redução de custos a diversos níveis. No caso de Peni-che estarão previstas por parte da tutela as seguintes medidas no que à Saúde no concelho diz respei-to: instalar a unidade de cuidados continuados integrados no hospi-tal; requalificar o centro de saúde usando as instalações do hospital; manter em Peniche uma viatura de suporte imediato de vida, “que

tem sido muito importante para operacionalizar as emergências”; e manter a capacidade de resposta da urgência, apenas, entre as 8 e as 24 horas – “De imediato houve uma unanimidade da nossa parte em demonstrar que Peniche tem de ter um serviço de urgência durante as 24 horas do dia, pois regista-mos um acréscimo populacional de acordo com os últimos censos, possuímos actividades relaciona-das com o mar, pesca, turismo e indústria”. No final, “o presidente

da ARS disse que teria em conta os argumentos de Peniche”.

A Comissão Municipal de Acompanhamento, reafirma tam-bém a determinação de tudo fazer para que a urgência (SUB) se man-tenha 24h/dia, e que os serviços de saúde sejam globalmente melhora-dos, incluindo a estrutura de apoio a toxicodependentes e alcoólicos, através do CRI OESTE, pela Equi-pa de Tratamento de Peniche.

“As Rendas de Bilros estão de regresso à Escola”

A Câmara Municipal de Peniche dedica, pelo terceiro ano consecuti-vo, o mês de Março à iniciativa “As Rendas de Bilros vão à Escola”, em todas as escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico do concelho de Peniche.

Esta iniciativa que envolve cerca de 1200 alunos e dezenas de Ren-dilheiras a trabalhar ao vivo em todos os estabelecimentos de ensino, pretende divulgar e fomentar a arte da Renda de Bilros, junto dos mais novos, assegurando assim a sua sustentabilidade. No âmbito do Dia do Estudante, celebrado, este ano, a 22 de Março – a autarquia em arti-culação com os três Agrupamentos de Escolas do concelho dinamizará várias actividades lúdicas, o concurso “Rendas D’Escritas”(Prosa e Poe-sia), entre outras iniciativas dedicadas ao público infantil.

O pelouro da Educação lançou o repto aos agrupamentos escolares garantido o envolvimento dos Professores no âmbito das actividades de enriquecimento curricular (AEC) e a realização de trabalhos no domínio das várias expressões artísticas, com o objetivo de estimular, na comu-nidade infantil, a criatividade e interesse pela arte de tecer a Renda de Bilros de Peniche.

António José Correia, presi-dente da Câmara Municipal de Peniche, recebeu um dos prémios maiores da ASP que promove o mundial de surf, pelo “esforço ex-cepcional de uma comunidade ou organizador num evento da ASP”. Na Austrália, os apresentadores do concurso não se cansaram de elogiar o autarca, salientando a sua “abnegação na promoção do surf”. “Este homem é o primeiro a chegar e o último a abandonar a praia”, disse um dos apresentado-res no decorrer da cerimónia. Com o cenário da capital lisboeta por trás, o autarca agradeceu a atribui-ção da honraria em causa.

Em declarações a “O Jornal”, António José Correia demonstrou a sua satisfação por ter sido galar-doado pela ASP, “uma espécie de FIFA do Surf”. “Embora, o prémio tenha sido atribuído ao presidente da Câmara, também envolve a co-munidade, a Rip Curl, os patroci-nadores. Os surfistas testemunham a boa recepção que têm aqui. Da-mos prendinhas como foi o caso das sardinhas da Bordallo Pinhei-ro, latas de conserva de sardinhas,

Com o cenário da capital ao fundo, António José Correia agradeceu o prémio através de um vídeo

Presidente da Câmara recebe prémio da “FIFA do Surf”

a concepção de um fato com de-senhos de sardinhas para um dos surfistas”, descreve, acrescentando que este tipo de tratamento com-prova “o entrosamento entre as diversas entidades e os praticantes da modalidade”.

A facilidade de comunicação entre a autarquia e a organização do circuito de surf tem sido uma constante. Também patente no facto de ter sido atribuído o nome

do surfista Kelly Slater a um dos quartos do centro de alto rendi-mento. “Foi muito gratificante. Este sucesso de Peniche também se deve ao contributo dos traba-lhadores municipais. É o reconhe-cimento de Peniche e de Portugal. Este prémio deve ser valorizado, pois é o primeiro atribuído a uma câmara municipal desde que este concurso existe”.

4 praias do concelho são pré-finalistas do concurso “7 Maravilhas”

Almagreira (na categoria de Praias Selvagens), Baleal (na categoria de praia urbana), Supertubos (na categoria de Praias de Uso Desportivo) e Berlenga (na categoria de Praia de Arribas), são as finalistas do conce-lho de Peniche no concurso “7 Maravilhas”, algo que “é demonstrativo da riqueza do património natural existente no município e do esforço continuado na sua preservação”, refere a autarquia em nota de impren-sa. Das 294 praias nomeadas, o painel de especialistas reduziu para 70 pré-finalistas as praias candidatas na eleição das 7 Maravilhas – Praias de Portugal. O mesmo painel vai agora seleccionar as 21 finalistas para votação pública. A representatividade geográfica é assegurada através da presença no mínimo de um finalista de cada uma das 10 regiões do País.

O Conselho Científico na eleição das 7 Maravilhas – Praias de Por-tugal® é composto por 7 entidades: Marinha Portuguesa; Agência Por-tuguesa do Ambiente; Associação Bandeira Azul da Europa; GEOTA; Quercus; Liga para a Protecção da Natureza e SOS – Salvem o Surf.

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“Abraço” ao hospital junta 2 mil pessoas

Milhares concentraram-se frente ao hospital

A Praça da Fruta das Caldas da Rainha há muito que é uma “estrela” e está mais que habituada a que por lá passem os mais diversos canais e programas televisivos!

No dia 29 de Fevereiro, aquele que é um dos mais emblemáticos mercados de frutas e legumes ao ar livre, recebeu o “cozinheiro” Sebas-tião Castilho e o programa “Mercados da Minha Terra”, que será emitido no canal “24 kitchen”, da televisão por cabo, a partir de Março.

Em “Mercados da Minha Terra”, Sebastião Castilho irá levar-nos numa fascinante viagem gastronómica pelos principais mercados por-tugueses.

De norte a sul do país, há recantos onde os produtos da terra ganham vida, onde cores e cheiros se misturam e desafiam cada um dos cinco sentidos. Fruta, legumes, peixe, carne. É nos mercados tradicionais que se encontram os produtos mais frescos, colhidos ou escolhidos pelas mãos sábias dos comerciantes e preciosos ingredientes a qualquer recei-ta culinária. Pelo meio, muitas dicas de cozinha e conversa de mercado tornarão a “experiência inesquecível”.

“Mercados da Minha Terra” trata-se de uma incursão pelo universo dos mercados portugueses.

CALDAS DA RAINHA

“Mercados da Minha Terra” filmado na Praça da Fruta

Praça da Fruta em programa televisivo

Cerca de duas mil pessoas manifestaram-se no dia 24 de Fe-vereiro em frente ao hospital das Caldas da Rainha, tendo em conta as últimas notícias acerca da reti-rada de valências da unidade hos-pitalar da cidade. Foi “desenhado” um abraço à unidade de saúde em causa, numa iniciativa organizada pelos partidos da oposição na As-sembleia Municipal – PS; PCP e Bloco de Esquerda. “O hospital é nosso” e “Queremos o hospital” foram os gritos de ordem mais ou-vidos neste protesto.

A fusão dos serviços hospitala-res na região Oeste, proposta pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, tem sido contestada por partidos políticos e movimentos cívicos da região. Na página do facebook “Caldas da Rainha - Juntos pelo nosso hospital”, muitos cidadãos têm-se juntado às vozes da discórdia da reforma em preparação.

Vasco Trancoso, ex- admi-nistrador do hospital das Caldas, escreve a sua posição sobre a eventual deslocalização de espe-

cialidades das Caldas para Torres Vedras: “Quando a população gri-tou ‘Queremos o Hospital’ queria de uma forma simples dizer que desejava o hospital como está, re-afirmando o que diz a petição. Ou seja: a manutenção das valências existentes no Hospital Distrital das Caldas da Rainha, nomeada-mente as necessárias (básicas) ao funcionamento da urgência mé-dico-cirúrgica; a manutenção das valências que se articulam com a actividade termal, mormente a reumatologia, a medicina física e

de reabilitação e otorrinolaringo-logia e a manutenção do Conselho de Administração do Centro Hos-pitalar nas instalações das Caldas da Rainha”.

O presidente do município, Fernando Costa, também não passou ao lado da manifestação e através da sua página no facebook apelidou de “boateiros” os orga-nizadores da mesma. O autarca desmente “categoricamente” que estejam em risco valências como a psiquiatria – “ Embora não esteja tudo decidido, o hospital mantem as principais valências em quase todas especialidades. Perde orto-pedia e cirurgia programada para Torres mas a ortopedia e cirurgia urgente ficam nas Caldas. Transita de Torres Vedras para as Caldas a urgência médico cirúrgica, a ma-ternidade, a obstetrícia, a pediatria. A administração fica nas Caldas. Vários médicos acham que é uma solução boa, o facto de as especia-lidades ficarem todas com consulta externa”, dá conta e elucida: “Há

50 milhões de dívidas no hospital das Caldas; 30 milhões em Torres com as administrações socialistas; e a Troika só dá dinheiro com a diminuição de custos. Ou então fecham todos por falência”.

A possibilidade de concessão do património termal também sur-ge no âmbito da proposta de fusão do Centro Hospitalar Oeste Norte, que integra os hospitais distrital e termal das Caldas da Rainha e os hospitais de Peniche e Alcobaça com o Centro Hospitalar Oeste Sul formado pelo hospital distrital e José Maria Antunes, em Torres Vedras.

A região Oeste de Lisboa é ser-vida pelo Centro Hospitalar Oes-te Norte (Caldas da Rainha), que abrange os concelhos de Alcoba-ça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche, e pelo Centro Hospitalar de Torres Ve-dras que serve Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras e parte do concelho de Mafra.

O universo feminino na ExpowomanDe 8 a 11 de Março, a Expo-

este, nas Caldas da Rainha, abre portas para a “Expowoman”, um evento dedicado ao sexo femini-no, com vários motivos de interes-se como stands dedicados à saúde, beleza, carreira, erotismo e moda, entre outros.

Está prevista a participação de 40 expositores num espaço que pretende ser de encontro e de re-forço da relação entre as pessoas, as marcas, as empresas e os servi-ços presentes no certame.

Vão ter lugar demonstrações de actividades desportivas, des-files de moda e debates. Também deverá ocorrer um almoço, no dia 8 de Março, só para elas no res-taurante da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, cuja recei-ta reverterá a favor do projecto “Olha-te”, de apoio psicológico aos doentes com cancro. O almo-ço tem um custo de oito euros e as reservas deverão ser feitas através do tel. 910889912 ou através do email [email protected].

Na noite do Dia Internacional da Mulher, a Expoeste recebe um mega jantar promovido pelo res-taurante Lisboa, com buffet, músi-ca ao vivo, um show de striptease masculino e a presença de um dos

concorrentes da Casa dos Segre-dos 2. No dia 9, às 22 horas, o re-

cinto recebe um espectáculo com Carlos Moreno.

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REGIÃO

Grupo Gente Gira exibe revista “Tens prà Troika?!”

Estreou durante o Carnaval a nova revista do Grupo Gente Gira, intitulada “Tens prà Troika?!”. O espectáculo «anti-crise, popular e divertido» está em exibição no cine-auditório dos bombeiros do Cadaval, revertendo parte da bilhe-teira para a associação de bombei-ros. Bernardo Vasconcelos, jovem actor cadavalense da telenovela “Doce Tentação” (TVI), integra o elenco de cerca de 20 actores, e que já antes fora uma aposta de Filipe La Féria na Comédia “Flor do Cacto”.

O texto original e a encenação

A rábula ‘Fado - Património da Humanidade’

da nova revista estão, este ano, a cargo de Flávio Gil, jovem actor que integra actualmente o espec-táculo “O Melhor de La Feria”, enquanto a criação musical, gra-vações e orquestrações ficaram, uma vez mais, a cargo do maestro Carlos Dionísio.

A cargo da cenografia ficou David Ventura, com diversos tra-balhos apresentados em teatros da Capital, mas mais conhecido como actor. A assinar a coreogra-fia e a direcção do corpo de baile “Os g’s da Revista”, está Paulo Paulino, com inúmeros trabalhos

já apresentados no Grupo Gente Gira (GGG). O guarda-roupa vol-tou, por sua vez, a ser executado por Natália Lopes.

Pela plateia do novo espectá-culo – que assinala os 18 anos de existência do grupo – já passaram reconhecidos nomes nacionais da revista e da canção, tais como Ale-xandra, Gonçalo Salgueiro, Henri-que Feist, entre muitos outros.

O GGG destaca ainda a partici-pação especial nos coros das can-ções de: FF, Elsa Casanova, Tiago Pirralho, Flávio Gil, João Frizza e Eva Santiago.

A sátira política actual tem lu-gar cimeiro neste espectáculo. Em evidência, por exemplo, alusões à alegada “parca” reforma de Cava-co Silva ou à “chegada” da Troika a Portugal. São igualmente abor-dados temas que afectam a vida social local, tais como a intenção de encerramento do Tribunal do Cadaval ou ainda o alegado defi-ciente funcionamento do Centro de Saúde.

Muitos são, de facto, os mo-mentos de comicidade e boa dis-posição na nova revista do Grupo Gente Gira, intercalados com mo-mentos musicais, em que o Fado – Património da Humanidade tem honras de homenagem. A recente produção presta ainda tributo a

Mário Rainho, encenador, poeta e autor de inúmeros êxitos que o GGG representou ao longo de di-versos anos.

Como entidades apoiantes o grupo dos “três g’s” conta com a colaboração da Câmara Municipal do Cadaval, Bombeiros Volun-tários do Cadaval bem como das Juntas de Freguesia do Cadaval e de Lamas. Enquanto patrocinado-res, associaram-se ao espectáculo do GGG as empresas “Sultintas” e

“Planeta dos Tecidos”.Cumpridas já seis sessões,

“Tens prà Troika?!” volta à cena, pelas 21h30, a 3 e 10 de Março, no salão dos Bombeiros Voluntá-rios do Cadaval.

A venda de bilhetes decorre na loja “O Bambino”, na vila do Cadaval, podendo os mesmos ser reservados através do telefone 912 153 971 ou pelo e-mail [email protected].

O jovem ator Bernardo Vasconcelos

Alunos da Escola do 1º Ciclo do Bombarral foram arqueólogos durante um dia

No âmbito do Serviço Educati-vo do Museu Municipal do Bom-barral, realizou-se no passado dia 16 de Fevereiro, no Palácio Gor-jão, a actividade “Exploradores no Museu: com as mãos na Arqueo-logia”, a qual pretende sensibilizar os mais novos para o rico patrimó-nio histórico do concelho.

Os alunos do 3º ano - turma da professora Mary Lopes - do edifí-cio número um da Escola Básica do 1º Ciclo do Bombarral, tive-ram assim oportunidade de deixar a sala de aula por um dia e viajar pela história da humanidade, na qual também o concelho Bombar-ral deixou a sua marca.

Dividida em duas partes, du-

rante a manhã os estudantes vi-sitaram a Sala de Arqueologia e aprenderam como se desenvolvem as escavações arqueológicas, tanto as fases do processo como as fer-ramentas usadas pelos arqueólo-gos no decurso dos trabalhos.

A parte prática da actividade teve lugar no período da tarde, nos claustros do Palácio Gorjão, onde foi colocada uma caixa de areia, devidamente sinalizada e prepa-rada pela arqueóloga municipal Cláudia Manso, na qual foram escondidos os materiais arqueo-lógicos que os alunos tinham de descobrir.

Como acontece neste géne-ro de actividades, o entusiasmo

e empenho dos petizes levaram a que rapidamente fossem reco-lhidos e identificados os objectos depositados. Desta feita, os pe-quenos arqueólogos encontraram fragmentos de tegulae e imbrex – telhas romanas - da villa romana da Columbeira.

De referir, uma vez mais, que a actividade “Exploradores no Mu-seu: com as mãos na Arqueologia” está integrada no vasto leque de iniciativas do Serviço Educativo do Museu Municipal do Bombar-ral, o qual pretende promover uma maior aproximação com o público, bem como valorizar o espólio que se encontra exposto neste espaço museológico. Actividade dos mais pequenos no Palácio do Gorjão

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“Especial Freguesias”

Ferrel em discurso directo

Neste programa, o presidente da junta de freguesia de Ferrel, an-tes de abordar as questões internas da freguesia, manifestou a sua pre-ocupação face à reforma da admi-nistração local, inscrita no denomi-nado “livro verde” cada vez mais conhecido e rejeitado por parte de vários autarcas no país. Neste sen-tido, Silvino João considera que a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) não se “tem mexido o necessário para fazer valer os di-reitos dos presidentes de junta do país”, mas também é da opinião de que “localmente” os autarcas tam-bém devem efectuar “o seu traba-lho”.

Durante o ano de 2011, refere que a nível das reivindicações junto da Câmara Municipal de Peniche para a sua freguesia, pouco requi-sitou, e por isso nesta componente “as expectativas ficaram aquém do desejado”, à excepção do asfal-tamento de quatro ou cinco ruas. “Há coisas que estão por fazer e tem de haver mais boa vontade”, conclui, identificando algumas si-tuações mais críticas na freguesia: “O cruzamento na saída do Baleal para a estrada nacional tem de ser definitivamente melhorado, assim como, o caso das caravanas que se encontram na zona do Lagido, que continuam a ocupar a frente de praia, o que é uma tristeza”, susci-ta. Por outro lado, entende que se-ria necessária mais sinalização no troço de estrada que liga Peniche ao Baleal, assim como, o melhora-mento das condições sanitárias das casas de banho localizadas na praia do Baleal – “Candidataram a praia ao concurso das sete maravilhas, se eu fizesse parte do júri diria para arranjarem primeiro a zona balnear em questão”.

Silvino João continua a pintar o quadro de cores sombrias – “Temos ainda o facto de os surfistas não

A freguesia de Ferrel esteve em destaque no programa “Especial Freguesias Rurais” da 102 FM Rádio durante a primeira parte do mês de Fevereiro. Em foco, as questões mais pertinentes que afectam a vida dos ferralejos como a necessidade de mais saneamento básico, o ordenamento das questões do trânsito na praia do Baleal, e o já muito falado plano de urba-nismo para a vila sede de freguesia, que ganhou, precisamente, esse estatuto durante o ano de 2011.

terem uma zona de guarda-vento para se despirem à vontade, sem que os outros utentes da praia não tenham de virar a cara para o lado. Refiro ainda a rampa de uma esca-da que não oferece qualquer tipo de segurança. Espero que alguém lá ‘parta uma perna’ para que a obra se conclua. Em Ferrel, os Serviços Municipalizados de Água e Sane-amento (SMAS) colocaram cana-lizações novas na Rua Vasco da Gama, mas apenas remendaram al-gumas partes da área, já que conti-nuam a existir buracos em torno da mesma”, constata, deixando ainda a seguinte interrogação: “Pergunto para quando a colocação de esgo-tos na parte nascente da vila, pois andam por ali naquele local, junto à escola, ratazanas a nadar ‘à manei-ra´, não sei se já se matricularam ou não”, ironiza.

O presidente da junta parti-culariza que no caso das obras de ampliação do cemitério o balanço é positivo, assim como, no caso de algumas intervenções na escola, “mas o pátio é o mais miserável do concelho”, assegura.

Associação de Solidariedade Social com forte dinamismo

Caracteriza-se como sendo uma das associações com maior dina-mismo na freguesia e no concelho de Peniche tendo em conta não ape-nas a estrutura existente, mas tam-bém o número de projectos para o futuro tendo em vista uma cada vez mais efectiva resposta social.

Trata-se da entidade maior em-pregadora da freguesia, com 36 funcionários com vínculo perma-nente, de acordo com o seu presi-dente Luís Ganhão, que conta que um dos objectivos no curto/médio prazo passa por aumentar o número de quartos e inaugurar a valência de unidade de cuidados continuados,

para isso têm sido levados a efeito alguns peditórios e promovidos di-versos eventos, “sempre com uma gestão rigorosa” tendo em conta o objectivo final.

Outra das metas está relacio-nada com o estender do serviço de apoio domiciliário para as 24 horas por dia, “dado o número de idosos que necessitam de companhia”. O passo seguinte será também o de certificar a instituição.

Alargamento da creche do jardim infantil de Ferrel

Esta instituição da freguesia, segundo o seu presidente Joaquim

Jorge, encontra-se no seu funcio-namento pleno, com a totalidade das vagas preenchida, sendo que uma das dificuldades passa pelo facto de alguns pais não disporem, por vezes, da mensalidade pedida – “Temos recebido alguns pedidos de ajuda e quando é assim revemos o valor da verba”, garante.

Encontra-se em marcha, a in-tenção de proceder ao alargamen-to da creche para 31 crianças, até porque se encontram em lista de espera 51. O projecto foi candida-tado ao Programa Operacional de Potencial Humano para adaptação de três salas num edifício novo já existente. Por outro lado, proceder-

se-á à remodelação do parque in-fantil exterior, que vai custar cerca de 20 mil euros, mas que recolhe para já o apoio da comissão de fes-tas.

A instituição abraçou, ainda, uma outra causa de solidariedade em conjunto com o banco alimen-tar e o lar de idosos para análise e apoio a famílias em condições só-cio-económicas mais difíceis. Nes-ta componente, a instituição através do seu refeitório serve 80 almoços às crianças da escola básica.

Silvino João presidente da Junta de Freguesia de Ferrel

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A opinião dos políticos António José Correia destaca investimentos

O presidente da Câmara de Peniche, An-tónio José Correia, refere, ao contrário do presidente da junta, que tem sido levado a cabo investimento no saneamento básico e limpeza da freguesia, nomeadamente, das suas praias, prova disso são as duas ban-deiras azuis no Baleal a que se junta a das acessibilidades. Já na componente informa-tiva para quem frequenta esta zona balnear, a autarquia de Peniche colocou sinalética a alertar para os perigos existentes decorrentes do facto de ser uma zona de arenitos sujeita a forte erosão.

“Foram melhoradas as condições de saú-de pública com o fim de esgotos a céu aberto no Baleal Coop”, junta, reconhecendo con-tudo que nesta área seria necessário um mi-lhão e cem mil euros para concretizar todos

os investimentos necessários na água e sane-amento da freguesia, tendo em vista a con-cretização definitiva da ligação dos esgotos à ETAR de Atouguia da Baleia.

Muito discutida tem sido a necessidade de asfaltamento entre a praia do Baleal e a da Almagreira, mas António José Correia demonstra que para já não é possível, dado ser uma área inscrita na Rede Natura 2000, a que se alia a componente financeira que tal empreitada acarretaria.

O presidente do município lamenta não poder ajudar as instituições e colectividades como gostaria, mas face à redução das trans-ferências do Estado para as autarquias, no valor de dois milhões de euros, o tempo é de apertar o cinto, “até porque segundo a nova lei de criminalização dos presidentes de Câ-mara, compromissos assumidos sem receitas asseguradas dá azo a penalizações graves”.

O Surf é uma das principais bandeiras do concelho, e Ferrel através da sua unidade residencial na Avenida do Mar, será conver-tida para receber surfistas com o objectivo de se “criarem as melhores condições possíveis para os desportos de deslize no município”.

António José Correia anunciou, ainda, durante este “Especial Freguesias Rurais” que será instalada nova semaforização na freguesia e revitalizado o pinhal.

As vozes que lhe fazem companhia…Letícia Martins faz parte do departamento de informação da 102 FM Rádio há cinco anos, e é a voz das notícias na estação. O seu trabalho está relacionado com tudo o que tenha valor para ser noticiado e compreende: “desde fazer contactos no sentido de marcar entrevistas, planear as agendas (encaixar as pessoas nos programas), tratar a informação que vai chegando por email, verificar o que vai saindo noutros órgãos, e se interessa ou não ao nosso público”.A jornalista acrescenta que – em primeira instância – a 102 FM Rádio trabalha para o concelho de Peniche: “Cobrimos a actuali-dade do concelho de forma a informar os ouvintes sobre o que é notícia. Depois tratamos Óbidos, Caldas da Rainha, Bombarral e Cadaval”, refere, acrescentando que também se encontra sob a sua responsabilidade a “Agenda 102”. “Muita coisa chega por e-mail e as pessoas já vão tendo consciência do nosso poder informativo, por isso fazem-nos chegar a informação. Depois tentamos trazer os organizadores à rádio para nos falarem dos seus eventos. Nas iniciativas que vão decorrendo o meu principal objectivo é a recolha de som e também de imagem por causa do site. Os sons são tão importantes numa rádio como os vídeos na televisão. É uma forma de ilustrar as notícias e dar credibilidade às mesmas”. Como jornalista confessa que na sua profissão tem oportunidade de conhecer e lidar com todo o tipo de intervenientes nas notícias, assim como, a possibilidade de abordar temas tão diversos como a prospecção de petróleo ou a construção naval – “É uma profissão onde se está sempre a aprender”, refere, lamentando, apenas, o facto de nem toda a gente “dar valor à profissão de jornalista” – “As pessoas não têm ideia do trabalho que existe por detrás de cinco minutos de noticiário ou um spot de 25 segundos, que por vezes levam dias ou horas a finalizar”. Letícia Martins é a voz das notícias

O actual vereador do PSD na Câmara Municipal de Peniche, Luís Ganhão, que também exerceu funções de presidente de junta de Ferrel, não tem dúvidas em conside-rar “que pouca coisa mudou”, desde a altura em que exerceu o cargo em causa. “Iniciei a construção da ciclovia entre Baleal e Ferrel e

Luís Ganhão diz que pouco tem sido feito desde que saiu da junta

passados seis anos não existe absolutamen-te mais nada. Continua por concluir o plano de urbanização do Baleal e de Ferrel. Há 17 anos que andamos nesta ‘conversa’. É ver-gonhoso o abandono total do Baleal, com o avolumar das situações caóticas a nível do estacionamento e da organização e fluidez do trânsito”, destaca.

Na opinião do vereador da oposição, tam-bém seria urgente o alcatroamento da estrada que liga Ferrel ao Béltico, mas a “Câmara desculpa-se sempre com a questão da Rede Natura 2000 para não efectuar a interven-ção”. Preocupante é ainda o estado do pinhal de Ferrel com os seus 400 hectares “comple-tamente votados ao abandono com enorme volume de mato que se constitui como um perigoso rastilho para algum incêndio que venha a ocorrer”, diz.

O vereador do PS considera que Ferrel, vila há cerca de um ano, tem “uma pujan-ça muito própria” com “gentes muito ab-negadas”, cuja “evolução é notória” e com “melhoramentos muito importantes”, alguns graças à intervenção do seu presidente de junta – “homem muito activo e conhecedor

Carlos Amaral elogia Silvino Joãoprofundo dos problemas da freguesia”.

No entanto, é da opinião de que “urge re-solver o problema do plano de urbanização de Ferrel (parado há alguns anos) e a ques-tão do abastecimento de água considerado como fundamental”. Ferrel precisaria ainda de um “equipamento para desenvolvimento de actividades de índole diversa que pudesse comportar cerca de 200 ou 300 pessoas”, tal como já existe em outras freguesias do con-celho.

A definição do terreno para a construção do centro escolar de Ferrel, com a necessida-de de se “ultimarem as conversações” tendo em vista a obra em causa, constitui-se como outra das necessidades apontadas pelo ve-reador, que também não se esquece de uma das principais problemáticas da freguesia – o ordenamento do trânsito e a melhoria das condições de estacionamento no Baleal, “se possível com a construção de passagens aé-reas” para benefício da mobilidade dos peões que “invadem” a zona balnear no Verão.

O vereador do município de Peniche realça que Ferrel foi alvo de investimentos fortíssimos nos últimos anos, mas que o “de-senvolvimento” nem sempre “se processou da melhor forma”, nomeadamente na ilha do Baleal, “com habitação em excesso para a área existente”. A questão da sinalização que está à procura de uma resposta mais eficaz, será reforçada, assim como, a vigilância com mais elementos da GNR – “Já tivemos uma reunião com a GNR das Caldas e de Peniche para que seja cumprida toda a sinalização com aumento do número de elementos e a intervenção do reboque quando necessário”, explicita.

O autarca reconhece que tem de ser dada a volta ao plano de urbanização, mas que a

Jorge Amador realça investimentos “fortíssimos”CIMOESTE deverá disponibilizar a carto-grafia necessária, “pelo que o processo ainda será moroso”.

Questionado sobre a possibilidade de tor-nar a praia da Almagreira mais frequentável para os veraneantes, lembra o acidente que fez vítimas mortais há sete anos atrás, pelo que não se pode criar condições onde dificil-mente existirão, devido às características na-turais do local, propício à erosão e ao desabar de rochas – “Tem de haver critérios de se-gurança, caso contrário podemos ser alvo de coimas e até de perda de mandato”, elucida.

No que respeita à problemática do abas-tecimento e saneamento básico na freguesia, dá conta que os SMAS possuem projectos preparados para candidaturas a fundos, “mas que a política da Água é decidida pelo Gover-no e Peniche não se encontra nesse quadro de prioridades, e por isso tem dificuldade em ir buscar as verbas necessárias”, realça, acres-centando, contudo que a “Águas do Oeste contribuiu para o melhorar da qualidade da água”, designadamente, com o encaminha-mento dos esgotos do Baleal, “que deixaram de correr para a via pública, passando a ser encaminhados para a ETAR de Atouguia da Baleia”.

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“Um dia com...”

Rogerio Cação é o rosto de várias instituições de Peniche

Todos os dias Rogério Cação, opta por tomar o pequeno-almoço no café do costume, localizado perto de sua casa, e geralmente o pedido é sempre igual- uma meia de leite e um pão integral com manteiga. A hora em que entra no

e os assuntos da actualidade são por vezes tema de conversa, desde o futebol aos impostos, passando por factos que tenham chamado a atenção da comunicação social. “É o momento da socialização com pessoas que não sendo da nossa família ou não fazendo parte do nosso núcleo de amigos íntimos, são importantes”, enfatiza.

Depois ruma à Cercipeniche, onde é um dos primeiros a chegar. Os primeiros minutos em frente à sua secretária são ocupados a ler os jornais diários online para se inteirar do que se vai passando no país e no mundo. Também coloca em ordem a correspondência e os emails. “Durante as primeiras ho-ras da manhã, verifico um pouco como estão a funcionar as dife-rentes valências da IPSS, reúno-me com os colaboradores, com os quais tomo um café e fazemos um ponto de situação no que respeita ao trabalho da Cercipeniche”.

Nesta altura, a entidade tem em curso dois importantes pro-jectos que têm ocupado parte das conversas – trata-se da recupera-ção do antigo edifício do serviço educacional, uma obra de meio

milhão de euros, e o projecto de um lar residencial na Consolação, no valor de um milhão. “Há sem-pre questões de obra a corrigir ou a acertar”, dá conta. O dia também inclui deslocações à Adepe e à Acompanha,normalmente à tarde.

No dia em que falámos com Rogério Cação, este teria reunião da Assembleia Municipal de Peni-che à noite, na qual se viria a dis-cutir a questão da reorganização hospitalar do CHON, que inclui também algumas mudanças para o hospital de Peniche. Normal-mente, costuma preparar o seu trabalho como presidente do órgão deliberativo com antecedência, até porque tem de enviar informação para os membros da assembleia e para os seus colegas de mesa. Antes costuma rever um pouco daquilo que será a sua interven-ção na assembleia. Durante a tar-de, houve, ainda, lugar para uma reunião prolongada no âmbito do Grupo de Acção Costeira do Oes-te, no âmbito da Adepe. “Os meus dias são muito absorventes e mui-to diferentes”, sintetiza.

Uma vez de volta a casa, opta por ver alguns noticiários na tele-

estabelecimento também é quase sempre infalível: entre as sete e as sete e meia. “É quase um ritual indispensável”. Com os clientes habituais e com a proprietária do café e empregados, mantem uma relação de “grande cumplicidade”,

Rogério Cação é conhecido por presidir várias entidades no concelho de Peniche, pois para além do cargo de presidente da Assembleia Municipal, é ainda director da Cercipeniche, da Associação para o Desenvolvimento de Peniche e da Acompanha, para além do cargo de vice-presidente da federação das cercis. Em entrevista a “O Jornal”, fala um pouco das suas rotinas diárias, pautadas pelas actividades de carácter absorvente mas ao mesmo tempo recompensador em que está envolvido.

visão, mas confessa que à segun-da ou terceira notícia, desiste, por entender que, por vezes, se traba-lham certas notícias de “forma re-quentada”, e por isso prefere ver “uma boa série de acção como CSI ou séries de humor, como ‘Uma Família Moderna’”, pois “é im-portante descomprimir”. A leitura também ocupa uma parte prefe-rencial do seu tempo, assim como, a família. Encontra-se a acabar de ler “Com os holandeses” de Ren-tes de Carvalho, e em breve vai iniciar a leitura de “A Coca” do mesmo autor – “Um escritor bri-lhante e com uma escrita fluente”, diz.

Do ponto de vista profissio-nal, salienta que conseguiu ir até onde podia, e que se sente reali-zado. “O meu sonho seria fazer com que as organizações de Peni-che encontrassem plataformas de cooperação para se promoverem mecanismos de sustentabilidade, sem visões de capelinha”, refere. Tendo em conta que faz parte de várias organizações de Peniche, salienta que gostaria de ver surgir “sangue novo”, pois diz não estar agarrado aos lugares.

Rogério Cação gosta de séries de humor

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Mega Império e Império da Criança com novidades

Depois de ter sofrido obras de remodelação com ampliação e mo-dernização do espaço, a loja Mega Império, localizada na Rua Heróis da Grande Guerra, nas Caldas da Rainha, espera a sua visita, ago-ra com ligação directa à “Império da Criança”, na Rua do Montepio, ambas propriedade do casal Pedro Constância e Paulina Sousa.

O empresário salienta a diversi-dade de artigos que o cliente pode encontrar. A maioria do vestuário em exposição vocaciona-se para o

Pedro Constâncio e Paulina Sousa dirigem os dois espaços

público sénior feminino que veste tamanhos acima do L. 99 por cento do que encontra é produto confec-cionado em Portugal, logo sinóni-mo de boa qualidade. Pedro Cons-tâncio sublinha o facto de estas obras só terem sido possíveis “gra-ças aos clientes fidelizados desde há muito”. Trabalhar com marcas nacionais é uma das filosofias da loja, que deixou para já encantados alguns clientes presentes no estabe-lecimento no dia da reportagem de “O Jornal” que teceram elogios às

Pronto Gás tem electrodomésticos mais baratos do que nas grandes superfícies

ECONOMIA

Fixada em Peniche desde 1973, a empresa Pronto Gás é uma das re-ferências do concelho na venda de artigos para o lar, nomeadamente, electrodomésticos e alguns fogões industriais, fornecendo ainda gás ao sector doméstico, que inclui toda a componente de assistência técnica com execução de instala-ções de gás e de ar condicionado e comunicações da Vodafone.

Paulo Rodrigues, gerente da loja, refere que o cliente pode en-contrar todo o tipo de artigos para o lar. Na luta com as grandes super-fícies, considera que na base do su-cesso está o trabalho, pois só assim se consegue competir ombro a om-

bro com aquele mercado. “Quando as pessoas se dirigem à nossa loja, conhecem-nos, pois habituaram-se a ver-nos todos os dias. Enquanto nas grandes superfícies, o cliente não conhece quem as dirige”, consi-dera, evidenciando que “em 99 por cento dos artigos, os preços (da sua casa) são melhores”. Exceptuam-se alguns televisores fora de gama, em que as grandes superfícies “fazem a denominada martelada no preço, e com a componente da promoção feita de uma forma diferente com mais publicidade”.

Com a entrada em funciona-mento da televisão digital terrestre (TDT), o estabelecimento não tem

tido mãos a medir no auxílio dos que tendo até comprado o aparelho numa grande superfície, uma vez em casa, não conseguem colocar os canais em funcionamento, “pois na maioria das ocasiões é necessário mudar antenas e fios e não basta apenas ligar o aparelho, pois esta-mos longe dos emissores, e as ante-nas que as pessoas têm em casa são muito antigas”.

A desinformação também tem sido uma tónica com a divulgação do TDT, “pois muitos pensam que têm de pagar uma mensalidade por mês, quando não vão subscrever qualquer pacote de televisão por cabo”, mas também tem crescido “a venda de novas televisões devi-damente já adaptadas para o apa-gão tecnológico”.

Na componente da venda e distribuição de gás, Paulo Rodri-gues acrescenta que presta, ainda, serviços a nível da instalação e substituição de mangueiras de gás. Face ao número de incidentes que se têm vindo a registar nos últimos tempos, diz que é necessário que as pessoas não facilitem ao mínimo odor estranho causado por aquele combustível. “Não podemos as-sobiar para o lado e temos de ter cuidado. Se o consumidor detectar alguma anomalia deve contactar o seu fornecedor. Não deve ter medo de ser ‘chato’”, ressalva.

Paulo Rodrigues gere o espaço

Pronto Gás na Rua Alexandre Herculano em Peniche

Nesta loja os electrodomésticos são mais baratos do que nas grandes superfícies

obras efectuadas.Dada a conjuntura económica,

o negócio não deixa de se ressentir um pouco, “mas os clientes conti-nuam a ajudar-nos”, salienta, ape-sar de reconhecer que as lojas de chineses fazem alguma concorrên-cia, mas “esses também precisam de comer”, brinca com a questão. De entre os produtos com mais pre-sença na loja, salienta “o bom sorti-do de batas e aventais”.

Império da Criança com nova colecção já disponívelCom ligação directa à Mega

Império, a Império da Criança com-plementa a oferta existente, com roupa dos 0 aos 18 anos, ou seja sem sair do mesmo espaço, toda a família pode fazer as suas compras de uma forma simples, funcional, com um atendimento simpático e disponível.

Nesta loja, estão disponíveis artigos de todo o tipo no que à roupa e calçado para criança e adolescente diz respeito, não fal-tando também alguns objectos de puericultura. “Já temos a colecção

Mega Império ganhou mais espaço

completa da Tuc Tuc, da Maioral e da Orchestra, mas até ao final de Março deveremos ter todas as colecções de roupa para criança a pensar na Primavera-Verão”, refere a gerente Paulina Sousa, que des-mente um pouco o mito de que o vestuário para os mais pequenos é mais caro do que o de adulto – “ Não é mais caro, mas tem de ter uma melhor qualidade, porque não podemos vestir acrílicos à criança, e daí essa ideia”.

No que se refere ao contexto de crise, a gerente elucida da seguinte forma: “O cliente deixou de com-prar quatro pares de calças para passar a levar, apenas, três, mas não deixou de vir ao nosso espaço”. Nova colecção no Império da Criança

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Carnavais na região consolidam estatuto CARNAVAL

O Entrudo, este ano, ficou marcado pela designada “intolerância de ponto” por parte do Governo, que acabou por, ao contrário do que se esperava, atrair ainda mais visitantes à região. Peniche, Caldas da Rainha e Cadaval consolidaram a sua performance com mais ar-rojo, criatividade e sátira político-social. Nesta foto-reportagem, alguns recortes do Carnaval 2012, em Peniche com os seus 19 grupos e respectivos temas, assim como, nas Caldas da Rainha e Cadaval.

Panorâmica do Carnaval de Peniche

Verde Mar - Sacerdotisas Deusas do Mar

Vai ser um falóce - Noivas num fanique

Os Pilas - Sirtaki

Grupo de São Paulo - Samba de São Paulo

Revista Linda Com’oh Sol - Revista

Vai Sempre - O Passeio da Freguesia

Café Velho Terra - O Tirolês

Filhas do Mar - Mambo

Café Stella Maris -Troi’ca em Peniche

Alto de Santa Cruz -As Flamencas

Cabeçudos do Clube de Lazer de Santana

As Wilmas -As Napolienas

Em Peniche foi assim...

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CARNAVAL

Estamos em Todas - DocesMascarilhas do M - Mascarilhas

Musas - Musas de Fogo

Café Santa Cruz - As Damas do Zorro

Jóias de Ferrel - Rainhas das Vindimas

Furonas - Incas

Nas Caldas da Rainha foi assim...

Os Smurfs

A Invasão dos Coelhos

Algumas palavras de ordem

No Cadaval foi assim...

Os mais pequenos também desfilaramPiratas Cadavalenses

Palavras de Ordem no desfile

A Troika foi a rainha de vários carnavaisColectividades locais juntaram-se à folia

Um carro-capoeira no Carnaval caldense

Sátira aos políticos nacionais

O momento económico do país

Cabeçudos também fizeram parte do desfile

As Belíssimas- Piratas

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SOLIDARIEDADE

Constituída a Associação de Voluntários do Concelho de Óbidos

Rui Vargas e António Ferreira desejam organizar o voluntariado no concelho

A Associação de Voluntários do Concelho de Óbidos surgiu da constatação de que seria necessá-rio organizar as várias actividades de voluntariado dispersas pelas diferentes entidades do município. No dia 24 foi eleita a nova direc-ção, mas dias antes, António Fer-reira e Rui Vargas, da comissão instaladora, deram conta a “O Jor-nal” dos objectivos da mesma, de-signadamente, funcionar em com-plemento com os demais possíveis parceiros.

“Há muitas instituições que desejariam efectuar acções, mas que necessitariam de dispor de um conjunto de possíveis candidatos voluntários. Estamos a elaborar listas de pessoas para o efeito”, refere Rui Vargas, que dá con-ta de uma das primeiras acções desta associação, ainda, a dar os primeiros passos: “Há pouco tem-po, o Centro Social da Amoreira necessitou de um explicador para alunos do segundo ciclo que, en-tretanto, conseguimos angariar”. “Organizar metodicamente e com uma certa metodologia as acções para que não se percam voluntá-rios é o objectivo”, junta António Ferreira.

Na prossecução deste objec-tivo, esta associação contactou as suas congéneres, assim como,

as juntas de freguesia, entre ou-tras entidades, nomeadamente, os bombeiros voluntários, “sem querer chocar com o Banco Local de Voluntariado”. “Não queremos substituir qualquer outra entida-de”, reforça António Ferreira. “Va-mos efectuar um banco de dados para servir os vários organismos e instituições”, acrescenta.

O mais importante é que o voluntário seja acompanhado de forma organizada para que o mes-mo não desista – “Se o voluntário deixa de aparecer é uma frustração para quem está a ser acompanha-do, pois criara-se, entretanto, uma habituação”. Por este motivo a as-sociação tem um programa numa rádio local para dar a conhecer o projecto.

Para os interessados que este-jam disponíveis para as várias ac-ções de voluntariado, a associação funciona no Complexo Desportivo de Óbidos, todas as sextas, das 9 às 11. A mesma pode ser, ainda, contactada através do endereço electrónico: [email protected]. É preenchida uma ficha de inscrição na qual o voluntário de-monstra a sua disponibilidade e o tipo de tarefas para as quais se acha mais motivado. “Vamos or-ganizar esta matéria para depois se encaixar os voluntários nas acções

já existentes ou que venham a sur-gir”, conclui Rui Vargas.

Para já, a associação fez ac-

ções de limpeza de praias, distri-buição de roupa e alimentos pelos mais carenciados, caminhadas de

solidariedade, entre outras.

Bombarral solidário contra o cancro

O concelho do Bombarral vai acolher a iniciativa “Um dia pela Vida”, em que através do Núcleo Regional do Sul da Liga Portugue-sa Contra o Cancro, se pretende ao longo de um período de várias semanas: “mudar a atitude da co-munidade face à doença, porque o cancro não é necessariamente sinónimo de morte. Educar e in-formar, pois a prevenção é o cami-nho para a cura e angariar fundos para os programas de prevenção e actividades da Liga Portuguesa Contra o Cancro”, de acordo com a organização.

No dia 25 de Fevereiro, teve lugar a apresentação da acção no auditório do Agrupamento de Es-colas Fernão do Pó, com a pre-sença, entre outros, do presidente do município José Manuel Vieira, Manuela Rilvas, presidente do nú-cleo, Filipa Rocha Mendes, coor-denadora regional sul, Hugo Tava-res, coordenador administrativo/

José Manuel Vieira entre os promotores do evento

financeiro, e Américo Fernandes Marques, responsável local.

“Um Dia Pela Vida” é um pro-jecto de comunidade que culmina com a grande festa de Encerra-mento. Desenrola-se numa atmos-fera de festa com espectáculos, música, jogos e outras actividades paralelas, que serão promovidas por uma comissão local.

Acima de tudo, este movimen-to representa a esperança de que os que foram levados pelo cancro não serão esquecidos, que aqueles que estão a lutar contra o cancro serão apoiados e que um dia o can-cro será vencido.

Com origem nos Estados Uni-dos da América, onde surgiu há cerca de três décadas, este movi-mento chegou a Portugal em 2005 e até hoje já passou por 30 loca-lidades, de norte a sul do país, e chegou agora a vez de o Bombar-ral entrar no espírito.

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Sport Escolar Bombarralense abandonou futebol sénior e debate-se com dificuldades financeiras

O Sport Escolar Bombarralen-se é umas das instituições secula-res da região, tendo comemorado o seu centenário, precisamente, em 2011, no dia 5 de Outubro. A his-tória da colectividade confunde-se com a do concelho do Bombarral, pois também esteve na génese da criação deste município, cujo ter-ritório pertencia a Óbidos. “Nessa altura houve uma grande guerra, e

pois nem todos pagam. Actual-mente, parte das receitas é anga-riada através de alguns torneios de sueca e publicidade de empre-sas. O livro do centenário vai ser publicado em breve, “mas como teve o patrocínio da Leader Oeste, as receitas não serão canalizadas para o clube”.

Em breve terão lugar eleições, e os projectos para o futuro “in-cluem continuar a apoiar a forma-ção, manter as equipas de futebol com o orçamento máximo de 1000 euros por mês, com o mesmo trei-nador, se quiser continuar, assim como, dinamização da sede, com eventos todo-o-terreno e espectá-culo de variedades”.

COLECTIVIDADES

Luis Rego abriu as portas do clube e falou dos projectos

os que estiveram na luta pelo con-celho, foram também os que fun-daram o clube”, conta Luís Rego, presidente da colectividade.

A atravessar dificuldades, o Sport Escolar Bombarralense dis-pensou há pouco tempo a secção de futebol sénior, que competia na terceira divisão, por não ter condições para suportar os cus-tos da modalidade. “Não tínha-

mos orçamento suficiente face às obrigações relacionadas com essa competição, na qual estávamos envolvidos”, refere. Alguns ele-mentos do clube em desacordo com a decisão de extinção do fute-bol sénior, abandonaram o clube. Neste momento, a colectividade tem apenas juniores, infantis e ju-venis no futebol. O Sport Escolar Bombarralense integra, igualmen-

te, uma equipa de futebol femini-na, uma de patinagem, actividades de ginástica com trampolim, ballet e karaté. Luís Rego especifica que no caso do futebol sénior tinha de pagar todos os meses à federação cerca de 1200 euros, um valor aquém das receitas do bar e de bi-lheteira.

A colectividade contava com o apoio de algumas empresas, que entretanto abandonaram o clube, assim como, a Câmara Municipal do Bombarral que já não transfere verbas como antes. “As entidades não podem pagar, pura e simples-mente”, diz reconciliado com a ideia. As quotas dos sócios tam-bém não chegam para as despesas,

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OPINIÃO

Em matéria de Educação, a Autarquia man-tém a sua aposta nesta área. Sendo amplamente reconhecida a importância da Educação e For-mação para o desenvolvimento local, quer seja ao nível da construção da cidadania, valoriza-ção da sociedade e da cultura, como também por potenciar o dinamismo socioeconómico.

É possível identificar algumas das grandes áreas de intervenção, que têm sido promovi-das através do Pelouro da Educação. De forma sintetizada passo a identificar: intervenções em todo o parque escolar do 1.º Ciclo e Pré-Esco-lar, num valor aproximado de 1,5 milhões de euros do orçamento da Câmara; dinamização e apoio de projetos educativos; implementação do programa de Atividades de Enriquecimento Curricular, através do protocolo de colabora-ção com os Agrupamentos de Escolas; alar-gamento do Serviço de Refeições Escolares, ultrapassando, no ano letivo anterior, as 90 mil refeições; apoios socioeducativos às crianças e famílias; execução do procedimento para construção do Centro Escolar de Atouguia da Baleia; implementação do Regime de Fruta Escolar, com a distribuição anual de cerca de 70 mil peças de fruta; atribuição anual de treze

Educação – Uma prioridade da Autarquia de Peniche

“ Liberdade é o direito de fazer tudo o que a lei permite.” Barão de Montesquieu

Jorge Amador

Fernando Tinta Ferreira

Ser livre pode ser isto mesmo! É poder fazer o que se quiser, decidir, agir, na certeza que todas as nossas ações têm consequências.

Claro que este princípio tem por base a De-mocracia. Não se aplica nem se pode rever em regimes totalitaristas ou de ditadura. Caso contrário estaríamos a concordar com as leis de apedrejamento do Irão ou com as acções Hitlerianas, por exemplo. A Liberdade é um dado adquirido de todos nós, garante-nos auto-nomia! No entanto essa mesma autonomia tem regras, regras essas que nos garantem a pró-pria liberdade. Mas não será isto um contra-senso? Para se ser livre tem de se ter regras? Ora, se sou livre, à partida posso fazer o que bem entender!

Verdadeiro, mas apenas se adicionarmos mais duas premissas:

1. A minha liberdade termina onde começa a liberdade do próximo; 2. A minha liberdade tem o tamanho da minha responsabilidade.

Dissertando sobre estas duas premissas de forma atual, podemos dar os seguintes exem-plos:

1. A minha liberdade termina onde começa a liberdade do próximo; Vivemos em sociedade e por isso temos de respeitar as suas regras, umas impostas pela Lei outras impostas pela cultura.

As impostas pela Lei, são, ou devem ser do conhecimento geral e o seu desconhecimento, não serve para o seu não cumprimento. No entanto as situações relacionadas com aspetos religiosos e culturais são mais dúbios. Se for-mos de visitar a India sabemos que não pode-

bolsas de estudo a estudantes que ingressem ou frequentem estabelecimentos de ensino superior, no valor total de 13 mil euros; “As Rendas de Bilros vão à Escola” pelo terceiro ano consecutivo, mais uma aposta na divul-gação e promoção das Rendas de Bilros de Peniche; dinamização do Conselho Municipal de Educação/Monitorização da Carta Educa-tiva, enquanto instrumento de planeamento e ordenamento prospetivo de edifícios e equipa-mentos educativos; e ainda, a “Feira de Ensi-no, Formação e Emprego – Orient@-te”, que conta este ano com a sua 5.ª Edição.

Exposto o anterior, constatamos que muito se tem feito para dinamizar e fomentar a Edu-cação no concelho de Peniche. Embora a Au-tarquia veja o transferência de verbas do poder central a diminuir, mantém a aposta na qua-lidade das intervenções e no alargamento dos vários Serviços e apoios às crianças e famílias. Considerada, a Educação, uma das áreas es-senciais da competência municipal, é como tal muito valorizada.

Jorge Amador - Fevereiro 2012

mos matar as suas vacas sagradas, no entanto para a cultura ocidental, não faz sentido que as vacas andem a passear no meio da rua; o que fazer? Segundo a premissa, devemos respeitar a liberdade de cada povo, pois se temos liber-dade para entrar num país que não é o nosso, temos também de respeitar a sua cultura, por mais “estranha” que a mesma nos pareça.

2. A minha liberdade tem o tamanho da minha responsabilidade. Para sermos livres temos necessariamente que ser responsáveis? Sim! Ser livre, não na sua visão romântica, mas na sua visão prática, está diretamente re-lacionado com a nossa responsabilidade.

Ora vejamos, um jovem de 18 anos, atin-gindo a maioridade, sente-se completamente livre, mas será que o é? Imaginando que vive em casa de seus pais, será completamente livre ou está dependente deles? Imaginando que os seus pais, não questionam a que horas chega. Será completamente livre? Não, pois enquanto não tiver a sua casa, continua a depender de-les. Agora imaginemos que o mesmo jovem, vai viver sozinho, para ser mais livre. Está ou não inerente a essa liberdade a responsabilida-de? Claro que está! Tem a responsabilidade de pagar as suas contas, por exemplo.

Ser livre, é saber viver em sociedade. É ga-rantir valores como a solidariedade e o bem comum. Mais que qualquer outra coisa, ser livre é garantir que as minhas acções, não pre-judicam o próximo para meu bem pessoal.

Fernando Tinta Ferreira - Fevereiro 2012

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OPINIÃO

O Vinho Leve uma Valência Económica do Oeste

Antonio Marques

Feliz Alberto Jorge

Lembremos os 25 anos da morte de Zeca Afonso - A música como arma

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, o nosso Zeca Afonso, figura maior da resistência à Ditadura, nasceu a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro.

O seu pai era juiz de direito dos tribu-nais portugueses e por via da profissão levou o filho a Seca e Meca, como saltim-banco, desenraizado e revoltado.

A vida atribulada de Zeca Afonso, é o espelho das canções que nos deixou, eternas e ao mesmo tempo frágeis, mas plenas de crítica, de humanidade, de sen-tido cívico, resistência e fé na liberdade.

Seguiu o pai, como um andarilho, para Angola em 1933, regressando depois a Aveiro em 1936, e seguindo em 1937 para Moçambique, voltando no ano se-guinte para Belmonte, onde o tio, Presi-dente da Câmara Municipal e Salazaris-ta convicto, o obriga a vestir a farda da Mocidade Portuguesa. É o seu primeiro grande pesadelo.

Em 1940 ingressa no Liceu D. João III, em Coimbra e é logo nesse tempo de estudante liceal que conhece António Portugal e Luís Goes, duas figuras que te-rão um papel relevante na primeira fase da sua intervenção musical, iniciada na base do fado de Coimbra e das canções estudantis.

A sua iniciação na música faz-se em 1945, andava ele no 5º ano liceal!

Em 1949 ingressa na Faculdade de Letras de Coimbra, no curso de Ciências Histórico-Filosóficas.

O início da sua discografia acontece em 1953, com dois acetatos de 78 rota-ções onde canta fados de Coimbra e de que hoje não se conhece nenhum exem-plar.

Em 1963 termina o curso superior apresentando uma tese sobre o filósofo Francês Jean-Paul Sartre, “Impli-cações substancialistas na filosofia sar-triana”.

Nesse ano iniciará a sua carreira de professor, primeiro no ensino privado (Colégio de Mangualde) e depois no ensino público (Aljustrel, Lagos, Beira-Moçambique e Setúbal) vindo a ser ser expulso em 1968, por motivos sublinha-damente políticos.

Envolve-se de alma e coração, na cam-panha eleitoral de Humberto Delgado, em 1958, e este intenso momento polí-tico foi decisivo o amarrar para sempre ao campo da resistência ao regime da época.

Nesse mesmo ano faz uma viagem a Moçambique, integrado numa comitiva do Orfeão Académico de Coimbra, de cujo grupo faz parte José Niza, por certo o amigo que mais o acompanharia ao longo de toda a vida.

Desde 1962 realiza várias digressões pelo estrangeiro, integrado em grupos de fados e guitarras, de que faziam parte Adriano Correia de Oliveira e José Niza, entre outros.

Em Maio de 64, actua na Sociedade Fraternidade Operária Grandolense e aí se terá inspirado para fazer “Grândola, Vila Morena”.

Em 1967 é publicado o livro Cantares de José Afonso, pela Nova Realidade, uma obra distribuída porta a porta, qua-se clandestinamente. Nesse mesmo ano José Afonso assina contrato com a editora discográfica Orpheu, etiqueta para quem

gravará a maior parte da sua discografia. Cantares do Andarilho, datado de

1968, iniciam o seu extraordinário per-curso de edições, como cantor de inter-venção contra a ditadura.

A partir desta data, que é também o ano da sua expulsão do ensino, por mo-tivos políticos, como já se referiu, José Afonso contra ventos e marés, parte na sua formidável aventura musical e de in-tervenção política que em 1973 o levará à prisão de Caxias. A Ditadura prendeu o homem mas não a alma livre que sempre foi. Logo ao sair da prisão publica o ál-bum “Venham mais Cinco”, um dos seus melhores trabalhos.

Em 29 de Março de 1974 já o advento da liberdade andava no ar, o Coliseu de Lisboa encheu-se para ouvir José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Jorge Letria, Manuel Freire, José Barata Moura, Fernando Tordo e outros, que terminam a sessão com «Grândola, Vila Morena» na presença de militares do MFA entre a assistência e pode ter sido aí que se fez de Grândola a escolha para senha da Re-volução.

A primeira gravação de José Afonso data de 1953 e durante cerca de 32 anos até 1985 gravou continuamente uma obra hoje dispersa por originais, segun-das edições, em todo o tipo de suportes desde o vinil aos Cds actuais on se tenta reunir todo o trabalho. Conhecem-se 54 gravações de Jose Afonso entre 14 al-buns, 2 discos gravados ao vivo, 25 EPs, 12 singles e 1 colectânea. No entanto, hoje ainda é tarefa inglória tentar siste-matizar o contributo desste símbolo da Resistência para a música Portuguesa. Por exemplo, temas como “Os Vampiros e Menino do Bairro Negro”, duas peças emblemáticas, aparecem gravadas num pequeno EP que se intitulava Baladas de Coimbra, em 1963, disco que logo a seguir foi apreendido pela PIDE, após ter sido proibido pela Censura, que consi-

derava os textos perigosos. Claro que o discco foi de imediato reeditado e vendi-do clandestinamente. Sobretudo a partir dos Vampiros, os textos vão ser cada vez mais acutilantes contra a Ditadura o que traduz bem a importância de Jose Afonso enquanto músico mas também por vezes de maneira superior enquanto escritor de letras de protesto.

Após o 25 de Abril José Afonso teve uma intervenção directa em muitos dos acontecimentos, sempre numa perspec-tiva de esquerda, mas nunca partidária.

Só em 1983 é que José Afonso é reinte-grado no ensino oficial, tendo sido desta-cado para dar aulas de História e de Por-tuguês na Escola Preparatória de Azeitão. A sua doença, diagnosticada em 1982, agrava-se. Em 1985 publica “Galinhas do Mato”, o seu último trabalho.

Passa longas temporadas em trata-mento no hospital termal das Caldas da Rainha, no final da sua vida. Na rua da Liberdade, na cidade Caldense, que da Praça da República leva ao mais antigo hospital Termal do Mundo, José Afonso respondendo a um amigo que o ques-tionava sobre este País, numa exaltação contida clamou: País… não, … sítio.

Veio a falecer no dia 23 de Fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica, doença de que sofria deste 1982.

Recordamos este ano, com saudade e o coração a bater forte, os 25 anos do seu desaparecimento.

No funeral de Zeca Afonso, mais de 50 mil pessoas marcaram presença. Todavia o nosso Portugal ainda não foi capaz de prestar uma verdadeira homenagem a este homem humilde, poeta-cantor que nos deixou há 25 anos mas que estará sempre presente entre nós, enquanto fa-larmos de LIBERDADE E DEMOCRACIA. Para os jovens e puristas eis a tentativa de sistematização da Obra de Zeca Afonso.

Que me sejam perdoados os lapsos.

Foi criado em 1995, de acordo com as características da maioria dos vinhos do Oeste, fruto dos microclimas atlânticos e de montanha, solos e castas. Este tipo de vinho, está concentrado nas adegas cooperativas, produzido na sua maioria, por pequenos e médios viticultores re-gionais, constituindo atividade âncora da estrutura fundiária, manutenção de empregos e suporte económico de uma importante fatia da macroeconomia da

região Oeste.O vinho leve, da região Oeste, tem ele-

vada acidez natural (4,5 gramas) por litro, e um baixo teor alcoólico (entre os 9 e os 10 graus ).

Foi criado para melhorar a rentabilida-de de umas uvas com características es-pecificas, para produzir um vinho regio-nal, com qualidade e potencial natural, para penetrar nos circuitos comerciais das bebidas de baixo teor alcoólico e ga-rantir a sustentabilidade de um numero elevado de viticultores regionais.

Desde, 1993, até a actualidade, já fo-ram produzidas na Estremadura (maioria no Oeste ) e Ribatejo, regiões autorizadas por lei, mais de 75 milhões de garrafas, permitindo ao “Vinho Leve”, registar uma apreciável penetração no mercado, em-bora nunca tenha sido objeto de quais-quer campanhas de marketing especifico

O vinho leve é um património natural do Oeste. São vinhos com acidez natural,

com poucas calorias, não precisam de aditivos químicos, ou elevada percenta-gem de água para baixar o teor alcoólico, possuem grande potencial de consumo, em climas temperados e quentes, perfei-tamente enquadrável nas novas legisla-ções da condução de viaturas rodoviárias, ferroviárias, aeronáutic e do trabalho.

Este tipo de vinhos no Oeste, na sua maioria, por ser produzido por pequenos e médios viticultores, cujas produções são elaboradas e comercializadas pelas adegas cooperativas, tem sido vitima da ausência de politicas de apoio à produção agricola nacional. Este subsetor agricola, regista um grande défice de apoios técni-cos objetivos, à organização, promoção, pesquisa e penetração de mercados.

Salvo louváveis iniciativas privadas, (algumas adegas cooperativas e armaze-nistas) a lutar contra estrangulamentos alfandegários, com as autoridades portu-guesas a olhar para o lado, sem percebe-

rem as vantagens de acordos bilaterais, com as suas congéneres lusófonas, em particular angolanas e brasileiras..

Os Vinhos do Oeste, sem apoios esta-tais, tardaram em penetrar nos mercados Lusófonos de África, no entanto, à custa do esforço privado, o mercado emergen-te de Angola, atualmente consome uma significativa percentagem destes vinhos regionais.

O IVV – Instituto da Vinha e dos Vi-nhos, (antiga Junta Nacional dos Vinhos ) nunca defendeu a viticultura e o vinho do Oeste, sempre viveu à custa das taxas cobradas aos viticultores e armazenistas, faltam – lhe técnicos, pessoas, conhe-cedoras da realidade no terreno, em vez de serem verdadeiros comissários da UE, è preciso gente interessada no desen-volvimento de um produto com grande potencial económico e social, podendo contribuir para a reconversão de milha-res de hectares de terrenos, incultos por

abandono e criarem empregos no Mun-do Rural Oestino.

No Oeste, há potencial natural e hu-mano, para produzir , excelentes vinhos maduros, leves, espumantes, aguarden-tes., como prova a já famosa “Aguardente Doc. Lourinhã”

O Vinho Leve, nasceu no Oeste, 1993, passou a chamar – se de “ Estremadura “, agora Lisboa, mas como è um produto de qualidade e atraente, começou por ser ridicularizado por uma intelectualidade balofa, que sempre mandou no mercado do vinho e aguardentes, com prejuízos evidentes para os produtores oestinos. Passados todos estes anos, vamos lá ver o que se prepara nas secretárias do poder, para ajudar quem quiser produzir uvas ou vinho, com estas características, na região Oeste, tem uma palavra o governo português, para aproveitar as potenciali-dades endógenas.

Feliz Alberto Jorge - Fevereiro 2012

Álbuns:Álbuns de estúdio, Baladas e Canções (1964), Cantares de Andarilho (1968), Contos Velhos, Rumos Novos (1969), Traz Outro Amigo também (1970), Can-tigas do Maio (1971), Eu Vou Ser como a Toupeira (1972), Venham mais Cin-co (1973), Coro dos Tribunais (1974), Com as Minhas Tamanquinhas (1976), Enquanto Há Força (1978), Fura Fura (1979), Fados de Coimbra e Outras Canções (1981), Como se Fora Seu Filho (1983), Galinhas do Mato (1985)Álbuns ao Vivo, José Afonso in Ham-burg (1982), Ao vivo no Coliseu (1983, álbum duplo) EPs, Coimbra (1953), Fa-dos de Coimbra (1956), Balada do Ou-tono (1960), Coimbra (1962), Baladas de Coimbra (1962), Baladas de Coim-bra, (1963)Baladas de Coimbra (1963), Cantares de José Afonso (1964), Baladas e Canções (1967), Baladas e Canções (1967), Baladas e Canções (1967), Natal dos Simples (1968), Resineiro Engraçado (1968), Chamaram-me Cigano (1968), Menina dos Olhos Tristes (1969), S. Ma-caio (1969), No Vale de Fuenteovejuna (1969), Os Eunucos (1970), Canto Moço (1970), Grândola, Vila Morena (1971), Cantigas do Maio (1971), Maio Maduro Maio (1971), Coro da Primavera (1971), A Morte Saiu à Rua (1972), Zeca em Coimbra (1983) Singles,Fados de Coim-bra (1953),Fados de Coimbra (1953), Ó Vila de Olhão” (1964), Coro dos Caí-dos” (1964), Menina dos Olhos Tristes” (1969), Venham mais Cinco” (1974), O Que Faz Falta” (1974), José Afonso (1975), Viva o Poder Popular” (1975), Grândola, Vila Morena” (1975), Os Ín-dios da Meia Praia” (1976), Grândola, Vila Morena” (1977.Colectâneas, Filhos da Madrugada (1994)

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