O Javali

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Ciência Animal Aplicada / O javali (1º ano)

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Espécie cinegética“Espécie de caça com a ajuda de cães”

“que é tradicionalmente presa de caça”

“relativo a caça”

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“íábali”, análogo a “do monte ou montês”.

A palavra “javali” é proveniente do Latim Singularis porcus, que

significa porco solitário, característica dos animais mais velhos.

Também conhecido por javardo, porco selvagem, besta negra

ou outros termos mais venatórios como réu ou simplesmente

porco, são múltiplos nomes que se podem atribuir variando de

região para região.

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É o antepassado a partir do qual evolui o actual e conhecido

porco doméstico

(espécie - Sus domesticus ou Sus Scrofa domesticus).

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Classificação Sistemática da espécie Sus scrofa

(Linnaeus, 1758)

Reino Animalia

Filo Chordata

Sub-filo Vertebrata

Classe Mammalia

Ordem Artiodactyla

Familia suidae Suidae

Género Sus

Espécie Sus scrofa

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Identificação:

Silhueta compacta e poderosa,

Membros curtos e fortes,

Ausência aparente de pescoço,

Cabeça grande e afunilada

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Até aos cinco/seis meses de idade

tem uma pelagem amarelada, com

riscas horizontais de cor castanho-claro

no dorso.

Os machos chegam a medir 150

cm e a ultrapassar os 100 kg de peso

As fêmeas, de menores dimensões,

medem entre120 e140 cm e pesam

cerca de 80 kg

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A pelagem, entre o cinzento-escuro e

o negro nos adultos, é constituída por

pêlos mais ou menos compridos - as

cerdas - que exalam um forte odor.

A pelagem é mais densa no Inverno,

apresentando um sub pêlo rijo e denso

que não se observa nos porcos

domésticos.

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Bácoro - até aos 6 meses

Farropo - dos 6 meses a 1 ano

Barrasco - 1 ano

Javali de - vara - de 1 a 2 anos

Marrã - Fêmea adulta

Cio - final de Novembro até princípio de Janeiro

Gestação – 20 semanas

(110 a 140 dias, consoante idade das fêmeas)

Reprodutoras Poliéstricas Sazonais

Nomenclatura

O nascimento das crias variam de 2 a 3 no primeiro parto, 6 a 8 nos restantes podendo chegar aos 12

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Animal

(Nocturno)

Fêmeas

Machos

(Divide-se em 2 grupos distintos)

Organização Social

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Fêmeas com crias e juvenis de ambos os

sexos

Machos adultos e sub-adultos, que apenas

se aproxima do grupo de fêmeas e jovens na

época da reprodução.

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Gregário

Fêmea tem um papel primordial.

Factores intrínsecos ao grupo (área)

Factores externos•captura ilegal

•pressão cinegética,

•predadores

•falta de alimento.

Comportamento

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A organização social em grupos torna-se favorável à vigilância e

segurança de cada indivíduo e à procura de alimento.

Deslocam-se sempre em fila indiana, a Marrã á frente seguida pelos

bácoros, farropos e por fim os machos juvenis.

Se o javali pai estiver presente será o cerra fila. Os jovens machos

de um ano, chamados barrascos, vivem na periferia do grupo.

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Grupos matriarcas 3/5 animais, formados pelas fêmeas e suas crias,

embora possam ser encontrados grupos superiores a 20 indivíduos.

A fêmea do javali dominante – marrã - é a de maior idade e

tamanho, ficando sempre um pouco mais afastada do grupo como

uma guarda que, normalmente, dá a sua vida para que o restante fuja.

A constituição das varas, à semelhança de outras espécies de

ungulados, difere consoante o cio e a época de nascimento das crias.

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Os banhos na lama têm várias funções:

Uma função é regular a temperatura corporal.

Importante papel nas relações sociais da espécie

Importante papel nas relações da selecção sexual.

Enquanto no verão todos os javalis usam o banho na lama, sem distinção de sexo ou idade,

na época do cio parece quase que reservado exclusivamente aos machos adultos.

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Europa

Norte de África

Mar Mediterrâneo

Ásia

Sibéria,

Ásia menor

Oriente,

Ásia Central

Índia,

China,

Japão

Sudoeste Asiático

Indonésia

Verde: distribuição da espécie há alguns anos. Azul: Área onde a espécie foi introduzida como espécie exótica.

Distribuição geográfica

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Sendo um assunto controverso, pode-se considerar que existem,

pelo menos, quatro subespécies selvagens (Sus Scrofa).

Sus scrofa scrofa (Norte África e Europa)

Sus scrofa ussuricus (Norte da Ásia e Japão)

Sus scrofa cristatus (Ásia Menor, Índia e Sri-Lanka)

Sus scrofa vattatus (Indonésia)

Subespécies:

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Em Portugal não sendo excepção, a população de javalis foi

muito reduzida desde o inicio do séc. XX, ficando circunscrito a

algumas zonas fronteiriças serranas (Gerês, Montesinho,

Malcata, S. Mamede, etc.) e algumas Tapadas reais.

Tal declínio deve-se ao excesso de capturas (não só da

elevada pressão cinegética mas também á sua captura ilegal),

à destruição dos seus habitats, e aos surtos de peste Suína

Africana ocorridos em meados do século passado.

Portugal

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Em 1967, com a regulamentação

pelo decreto-lei nº 47 847

interditando a sua caça fora dos

terrenos murados leva ao começo de

uma regressão.

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Esta medida de “protecção”, aliada ao progressivo abandono das

actividades agrícolas, ao consequente aumento da área de matos e

florestas, a factores intrínsecos à sua dinâmica reprodutiva, social e

comportamental da espécie e à ausência ou considerável redução

dos seus principais predadores (lobo ibérico e grandes aves de

rapina) tornou possível a recuperação gradual deste ungulado.

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Cio

Grupo 1

Todos os animais jovens

Grupo 2 Todas as fêmeas com cio.

Macho adulto

harém

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Após o cio, os machos adultos regressam às suas varas

Os machos jovens juntam-se às fêmeas jovens

As fêmeas prenhes isolam-se para prepararem o nascimento dos

bácoros.

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ReproduçãoCIO Gestação Nascimentos

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A javalina apresenta um período de estro sazonal que se estende de

Outubro a Janeiro, embora a sua maior expressão no nosso território

ocorra nos meses de Novembro e Dezembro, possuindo uma duração

média de 4 a 6 semanas (ciclo ovárico monoéstrico, com duração

média de 21 a 23 dias, enquanto o período de ovulação propriamente

dito tem a duração de 2 dias).

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Poderá ocorrer um abandono do repouso sexual das fêmeas mais

cedo que o habitual, devido há redução drástica da população, quer

seja por acção natural, disseminação de agentes patogénicos ou caça

em excesso, sendo assim inicia-se o estro em Setembro conduzindo

para um avanço do período dos partos para meados de Janeiro.

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Existe a possibilidade de as jovens fêmeas em fase de puberdade

(até 1 ano, com peso mínimo entre 35 a 40 kg) iniciarem o primeiro

estro durante a primavera, influenciado pelo foto período (acção do

número de horas de luz sobre processos hormonais) e pela abundância

alimentar.

Em caso de perca de todas as suas crias a javalina é capaz de

entrar novamente em ciclo reprodutor em apenas 30 dias após esse

acontecimento.

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A gestação tem uma duração de 110 a 130 dias

Nascimentos entre Fevereiro e Abril

Machos e as fêmeas atingem a maturidade sexual com 8 a 10

meses de idade

O desmame acontece aos 3-4 meses de idade

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Idade Pelagem Porte

Comprimento

Porte

Altura

Peso

Kg

Dentição Navalhas

Aspecto

Ate aos 6 meses

(bácoro) Raiada Ate 0.6cm 0.38cm 25 36 Dentes leite ----

De 6 meses a 1 ano

(farropo)Cinzento arruivado 0.6cm 0.38cm 25/40 Aparece 2ª dentição -----

1 Ano (javali de vara)

Cinzento/ negro 0.99cm 0.62cm 40/50 Aparece os comilhos Despontar

2 Anos Pelagem adulta 120cm 0.7cm 50/60 40dentes

Navalhas visíveis 10cm

3 Anos ---- 130cm 0.77cm 60/80

44 Dentes

(dentição completa)

Mais desenvolvidas e apontam para cima 15

cm

4 Anos ---- 150cm 0.82cm 80/90 --- 17cm

5 Anos ---- 165cm 0.9cm 90/100 ---

Curvam-se para trás 19 cm

6 Anos ---- 180cm 100cm 100/150 --- 20cm

Quadro de desenvolvimento do javali:

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Idade Pegada

Pista

Passada cm

Pista

Aspecto

Bácoro

Cascos pequenos e assimétricos

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Farropo Cascos pequenos e assimétricos 30 Pista em linha

Javali de vara

(1a 2 anos)

Cascos assimétricos

36 Pista cruzada, de pegadas alcançadas mas

ligeiramente atrasadas

3 Anos

Cascos assimétricos

Esporões visíveis 36

4 Anos

Cascos quase simétricos. Bordos das pegadas

rombos, talão grande e achatado. Esporões sempre

marcados, quer em chão mole ou duro 40 Pista cruzada, de pegadas alcançadas mas

ligeiramente atrasadas, pés marcados devido

aterem os quarto traseiros mais abertos

5 Anos

Javali velho

Idem

Dimensões:

Pés-56*50mm

Mãos 66*60mm

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Marrã

(fêmea adulta)

Cascos assimétricos Esporões mais marcados, unidos

e mais distanciados do casco que nos machos

Dimensões:

Pés 50*45mm/Mãos 57*54mm

Pista cruzada e atrasada. Quartos traseiros muito

abertos ao fim de gestação resultando da

marcação dos pés fora da linha das mãos

Quadro relação idade/ pegada:

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Principais

Patologias

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Doenças :

parasitárias

bacterianas

vírica

Como o seu comportamento é gregário facilita a

disseminação/dispersão para outros elementos do grupo ou população

de doenças.

Infestações internas ou externas

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Tuberculose suína (Mycobacterium tuberculosis)

Bacillus antraccis e Streptococcus suis

Leptospirose (Leptospira interrogans)

Brucelose suína (Brucella suis)

Gripe suína (Myxovirus)

Doença de Aujeszky (Hespesvirus),

Raiva (Lyssavirus),

Febre Aftosa (Picornavirus),

Peste Suína Clássica (Togavirus).

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Parasitas externos

e hematófagos

Parasitas internos

/protozoários(a)/tremátodes(b)/nemátodes/(c)

Sarcoptes scabiei suis (ácaro da sarna) Sarcosporidiose purcina (a)

Ixodes ricinus (carraça) Equinococcus granulosus (equinococose) (b)

Dermacantor reticulatus (carraça) Fasciola hepática (b)

Microbabesis ovis (carraça peste S.Africana) Taenia solium (b)

Pulex irritans (pulga) Metastrongylus elongatus (c)

Tunga penetrans (bicho-de-pé) Triquinelose porcina

Haematopinus suis (piolhos)

Lipoptena cervi (moscas ápteras)

Quadro de parasitas externos e internos ao javali:

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Regulamentação de caça e Preservação

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Lei e Decretos-leis para regulamentação:

Lei de bases geral da caça, lei nº 173/99 de 21 de Setembro

Decreto-lei nº202/2004 de 18 Agosto, com as alterações

introduzidas pelo Decreto-lei nº201/2005 de 24 Novembro

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A lei nº 173/99 de 21 de Setembro diz no Artigo 1º “A presente

lei estabelece as bases da gestão sustentada dos recursos

cinegéticos, na qual se incluem a sua conservação e

fomento, bem como os princípios reguladores da actividade

cinegética e da administração da caça.”

O Decreto-Lei nº 202/2004 de 18 de Agosto “estabelece o

regime jurídico da conservação, fomento e exploração dos

recursos cinegéticos, com vista à sua gestão sustentável, bem

como os princípios reguladores da actividade cinegética”.

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Nos termos do Artigo 105º do Decreto-lei supra citado:

“1 — A caça ao javali pode ser exercida à espera, de salto, de aproximação, de batida, de montaria e com

lança.

2 — Em terrenos cinegéticos não ordenados, a caça a esta espécie só pode ser permitida, de batida e de

montaria, nos meses de Outubro a Fevereiro, nos locais e nas condições estabelecidos por edital da DGRF.

3 — Em terrenos cinegéticos ordenados, com excepção da caça de salto, de batida e de montaria, que só

pode ser permitida nos meses de Outubro a Fevereiro, inclusive, a caça ao javali pode ser permitida

durante toda a época venatória.”

Conforme o disposto no Artigo 137º daquele diploma são estabelecidas Contra-ordenações para:

a) A reprodução, criação e detenção de espécies cinegéticas em cativeiro, quando não autorizadas;

b) A detenção de espécies cinegéticas em centros de recuperação de animais, quando não autorizada,

A violação destas pode vir a ser punida com coimas que variam entre os 50€ e 3.700€ se se tratar de

pessoas individuais. Tratando-se de pessoas colectivas o valor daquelas pode atingir os 22.400€.

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Proteger Preservar

Estudar

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Fim

Obrigado pela vossa Atenção:

Adelaide Faria 1634

Pedro Carvalho 1637

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