O espiritismo para todos março 2014

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ANO l Nº 03 Taubaté / SP Março de 2014 SER MELHOR Pág.02 Pág.03 DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS Pág.04 AS VIRTUDES ESSENCIAIS Pág.09 AÇÃO E REAÇÃO OU CAUSA E EFEITO Pág.06 A CONSCIÊNCIA PROFUNDA Pág.07 PASSES -------- SOLIDÃO Pág.08 Pág. 02 ESPÍRITO, PÉRISPIRITO E MUNDO ESPÍRITA Colhendo na Vida Pág. 07 ESPÍRITUALIDADE: ÓDIO E AMOR Pág.10 A seara de Deus é imensurável. Ele é o Semeador Divino, cujo plantio oferta aos Seus filhos como alimento de vida. É justo que cuidemos da lavoura que nos pertence, vigiando e orando, porque, de certa forma, somos co-criadores de sementes, lançando-as no solo da vida.

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ANO l Nº 03 Taubaté / SP Março de 2014

SERMELHOR

Pág.02

Pág.03DE ONDE

VIEMOS E PARAONDE VAMOS

Pág.04

AS VIRTUDESESSENCIAIS

Pág.09

AÇÃO EREAÇÃO OU

CAUSA E EFEITOPág.06

A CONSCIÊNCIAPROFUNDA

Pág.07

PASSES--------

SOLIDÃOPág.08

Pág. 02

ESPÍRITO,PÉRISPIRITO E

MUNDO ESPÍRITA

Colhendo na Vida

Pág. 07

ESPÍRITUALIDADE:ÓDIO EAMOR

Pág.10

A seara de Deus é imensurável. Ele é o Semeador Divino, cujo plantiooferta aos Seus filhos como alimento de vida. É justo que cuidemos dalavoura que nos pertence, vigiando e orando, porque, de certa forma,

somos co-criadores de sementes, lançando-as no solo da vida.

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02 O Espiritismo para todos Março de 2014

E X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T E

Ser MelhorPara nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que mais necessitamos e nos

basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial.”O Evangelho Segundo Espiritismo – Capítulo V – item 11

Será muito útil à comunidadeespírita um maior empenho emseus grupamentos noentendimento do tema reformaíntima. Apesar dos debatesassíduos, observa-se ainda umalacuna no apontamento decaminhos pelos quais se possaencetar um programa de melhoriapessoal. Mesmo sensibilizadospara sua importância, pergunta-se: como fazer reforma íntima?

O primeiro passo a maisamplos resultados nesse camposerá possuir a noção bem clarado que seja essa proposta noterreno individual. Propomosentão uma releitura de suaconceituação em favor daoxigenação de nossas idéias.

Associa-lhe, comumente, aidéia de anulação de sentimentos,negação de impulsos oueliminação de tendências; idéiasque, se não forem sensatamenteexploradas, poderão tecer umavinculação mental ao absoletobordão do “pecado original”, umacultura diametralmenteincoerente com a lógica espírita.Essa vinculação conduz-nos apriorizar a repressão comosistema de mudança, ou seja, aviolentação do mundo íntimo,gerando um estado compulsivode conflito e pressão psíquica,uma “tortura interior”. Essesistema de inaceitação écaracterizado, quase sempre, pelaansiedade em aplacarsentimentos de culpa, uma fugaque declara a condição íntima de

indignidade pelo fato de sentir,fazer ou pensar em desacordocom o que aprendemos noslúcidos conteúdos da Doutrina.

A culpa não renova, limita.Não educa, contém.

A culpa nasce no ato deavaliar o direito natural de errarcomo sendo um pecado quemerece ser castigado, umaestrutura mental condicionadaque carece de reeducação a fimde atingir o patamar de umarelação pacífica conosco mesmo.

Reforma íntima não é sercontra nós. Não é reprimir e simeducar. Não é exterminar o mal emnós, e sim fortalecer o bem queestá adormecido na consciência.

A palavra educação, quevem do latim educere, significatirar de dentro para fora. Renovaré extrair da alma os valoresdivinos que recebemos quandofomos criados.

Educação é disciplina comconsentimento íntimo, fruto de umacordo conosco celebrado emharmonia, bem distante dosquadros torturantes de neurosee severidade consigo.

Claro que, para se educar épreciso controle, tendo em vistaos hábitos que arregimentamosnas vidas sucessivas. Entretanto,muitos discípulos permanecemapenas nesse estágio, definindoseu crescimento espiritual pelaquantidade de realizações a quese devota por fora, quando ocrescimento pessoal só encontramedidas reais nos recessos do

sentimento. Menos contenção emais conscientização, eis a linhanatural de aprender a “darouvido” aos alvitres do bem divinoque retumbam qual eco de Deusna nossa intimidade.

O conjunto dos ensinosespíritas é um roteiro completopara todos os perfis denecessidades noaperfeiçoamento da humanidade.Tomar todo esse conjunto comoregras para absorção instantâneaé demonstrar uma visãodogmática de crescimento,gerando aflições e temores,perfeccionismo e ansiedade, quesão desnecessários noaproveitamento dasoportunidades.

Reforma íntima é ser melhorhoje em relação ao ontem, ejamais deixar arrefecer o desejode ser um tanto melhor amanhãem relação ao hoje. Basta-nosaprender a ouvir a consciência ea estudar nossos instintos.Reforma é um trabalhoprocessual.

A esse respeito, assim sepronuncia a Equipe Verdade:

“Conhece bem pouco oshomens quem imagine que umacausa qualquer os possatransformar como que porencanto. As idéias só pouco apouco se modificam, conforme osindivíduos, e preciso é quealgumas gerações se passem,para que se apaguem totalmenteos vestígios dos velhos hábitos. Atransformação, pois, somente com

o tempo, gradual eprogressivamente, se podeoperar” (Livro dos Espíritos –questão 800)

Se conseguirmos assimilaressa definição na rotina dos dias,certamente estaremos nosbeneficiando amplamente porentendermos que ninguém podefazer mais que o suportável,sendo inútil acumular sofrimentospara manter metas nãoalcançáveis por agora. Exigir desi mais que o possível é darespaço para tornarmo-nosansiosos ou desanimados.

Valorizemos com otimismo eaceitação o que temos condiçãode fazer para ser melhor, masjamais deixemos de aferirsinceramente, em nosso própriofavor, se não estamos sob ofascínio do desculpismo e da fuga,e procuremos a cada dia fazeralgo mais pelo bem de nóspróprios e do próximo.

Reforma Íntima SemMartírio, As Dores Psicológicas doCrescimento Interior.

Pelo Espírito ErmanceDufaux

A Harmonia do VerboNunca deve se esquecer da

harmonia. É ela a maiorcoadjuvante da felicidade e, notocante à palavra, ela é o alicerceda tua segurança em todos osaspectos que te possam favorecerpaz. Estuda, medita ecompreende que a voz semcadência que corresponde àtolerância, ao amor e à caridade,ao perdão e à paciência, à justiçae à fraternidade, é carente deharmonia. A vida é uma sequênciade fatos, e é nesses fatos quedevemos acompanhar oacontecido, modificando o quedeve ser modificado emressonância com o Evangelho deNosso Senhor Jesus Cristo, olegado do Mestre. Somente ele,na nossa posição como aprendizde Jesus, nos leva à educaçãoespiritual, deixando a nossaconsciência favorável ao coração,no intercâmbio com o amor.

Sejamos fortes e corajosos emtodo o bem empreendido, semvacilarmos, pois, é na persistênciados ensinamentos do Senhor quepassamos a ganhar confiança emDeus e em nós mesmos, tornando-nos um sol a iluminar os nossospróprios roteiros. Se queresajudar aos outros no silêncio,como manda a lei da caridadeelevada, pratica a exemplificaçãode Jesus, que a própria vida seencarregará de levar, por ondasque desconheces por agora, emforma de irradiação divina, o teuquinhão de auxílio para todos oscantos do universo, com a tuamarca de luz, como vida para quemprocura viver. Esse é trabalho daharmonia. Deus é harmonia, e ouniverso foi feito dentro dela, aoqual corresponde o mesmo amore verdade. Vejamos o Salmo trintae quatro, versículo quatro, queassim nos fala com propriedade:

“Busquei o Senhor, e Ele merespondeu; livrou-me de todosos meu temores”. Se ainda tensdúvidas no que falamos, busca oSenhor pela oração, para que Elete livre de todos os temores, quesignificam falta de harmonia em teucoração. O Senhor Soberanonunca deixa de te responder noque tange a tua educação; noentanto, é preciso que peças pelaboca ou pelo gesto. Asmodalidades são escolhidas peloque desejas aprender na escolada vida. Tornamos a dizer, epedimos que nos ouças: verificara tua fala, sente se ela temconcordância com o bem quepodes fazer aos outros, anota oque deve ser feito em teu favor, eeduca o teu verbo, sem violentar. A violência não faz parte da escolade harmonia. Não penses que,porque estás estudando nauniversidade do Bem, nós vamos

tirar, ou pedir ao Senhor para telivrar, de todo o mal que te podeeducar. Deves compreender oobjetivo da própria vida, para quepossas viver melhor. Estamosfazendo o que podemos em favordo homem de boa vontade. Estamos nos aproximando daépoca de renovação moral eespiritual das criaturas e não devesmenosprezar o tempo que passa.

Diretoria:ACAM

Colaboradores:• DiversosEditoração Eletrônica:Antonio C. Almeida Marcondes

Tel.: (12) 3011-1013

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O Jornal não se responsabilizapor matérias assinadas

As oportunidades nos são dadas,como bênçãos de Deus emisericórdia. Aproveitemos.

Também nós, aqui do planoem que habitamos, somos carentesdessas bênçãos do Soberano, eestamos nos esforçando paraaproveitá-las na ordem dos nossosmerecimentos. Juntemos as mãosnos dois planos da vida, para quepossamos viver felizes.

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03 O Espiritismo para todos Março de 2014

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ESPÍRITO, PERISPÍRITO E MUNDO ESPÍRITAO que é Espírito? O Espírito é o princípio

inteligente da Criação. São criadostodos da mesma forma, simples eignorantes, sujeitos à Lei daEvolução. Progridem em tempo quevaria conforme as condições enecessidades de cada um, dentrode uma trajetória que vai dassensações à angelitude, passandopelos caminhos do instinto,inteligência e razão. Através demilhares de encarnações no planofísico, a evolução do Espírito seconsolida no campo da sabedoriae da moralidade. Nos estágiosinferiores, são conhecidos comodemônios ou diabos. No estágio depureza, que adquirem depois deinúmeras reencarnações, são osanjos, os arcanjos e os serafins.

O que é perispírito? É o corpo astral do Espírito,

para usarmos uma linguagem maispopular. É o elo que liga o Espírito(ser abstrato) à matéria. Deriva dofluido universal e sua textura variade acordo com o ambiente doplaneta onde o Espírito habita. É ointermediário entre o corpo e oEspírito. Morfologicamente seriacomo uma cópia do corpo físico, sóque menos denso, pois feito de umamatéria diferente, imponderável eimperceptível aos nossos sentidosfísicos normais. O apóstolo Paulochamou-o “corpo espiritual”. Quantomais evoluído for o Espírito, maisetéreo será o corpo espiritual.

O que é um Espírito errante? É o Espírito que permanece

no mundo espiritual, no intervaloentre uma encarnação e outra,aprendendo e se preparando paranovas experiências. O tempo deerraticidade depende do grauevolutivo do Espírito e de suasnecessidades de aprendizado. Sóos Espíritos puros não sãoerrantes, pois não mais necessitamreencarnar. Podemos serinfluenciados pelos Espíritos?

Sim, podemos. A DoutrinaEspírita nos instrui que somosguiados pelos Espíritos muito maisdo que podemos supor. Uns nosinspiram a seguir o caminho doBem e das boas realizações.Outros, nos influenciamsugestionando-nos para o mal.Pela nossa vontade e livre arbítriopodemos resistir ou ceder a essasinfluências. Entendendo a dinâmicada relação entre os fluidosespirituais e nosso corpo espiritual,podemos compreender como se dáessa influenciação.

O que é e como se procedeuma lavagem do perispírito? Oconceito desse procedimento estáexpresso no livro “Consciência” deLuiz Sérgio. Conceitos estranhospodem ser encontrados em muitoslivros psicografados, por isso torna-se necessário que se proceda aoestudo sério das obras de AllanKardec, que traduziu ospensamentos dos Espíritossuperiores, a fim de que não seabsorvam ensinamentos falsos efantasiosos. O perispírito é o corpoastral do Espírito e varia segundo amoralidade deste. Pode-seenergizar o perispírito de alguém,derramando sobre ele fluidossalutares, o que o tornará maislimpo. Porém, tal procedimento éapenas passageiro. A única formade “limpar” o perispíritodefinitivamente é moralizando oEspírito, tornando o seu envoltório

mais leve e diáfano, à medida queatinge estágios mais avançados deevolução.

Como é a constituição doperispírito em função da moralidadedo Espírito?

O perispírito é umacondensação do fluido cósmicouniversal em torno de um foco deinteligência ou alma. É formadopelos fluidos ambientais, sendo,portanto, diferentes de acordo comos mundos habitados. Nos mundosmais atrasados o perispírito é maisgrosseiro e denso; nos mundosmais adiantados ele é mais leve eetéreo, pois habitam ali Espíritosmais evoluídos, favorecendo,evidentemente, ambiente energéticomelhor e mais purificado. Percebe-se, então, que a natureza do corpoespiritual está sempre em relaçãocom o grau de adiantamento moraldo Espírito, sendo mais grosseironos atrasados e mais diáfano nosadiantados. Será tanto mais tênuequanto mais elevado for o Espírito.

Uma alma que atingiu aperfeição não volta a reencarnar?Nesse estado tem perispírito?

Os Espíritos que atingem aperfeição são os chamadosEspíritos Puros. Eles reencarnamapenas em missão, com o objetivode fazer progredir a humanidade.Segundo Allan Kardec, são osmensageiros e os ministros deDeus, cujas ordens executam, paraa manutenção da harmoniauniversal. O perispírito, comosabemos, é o envoltório da alma. Éa forma de manifestação do Espíritoe sua natureza fluídica está sempreem relação com o grau deadiantamento moral do Espírito.Portanto, os Espíritos purospossuem perispírito, mas de umamatéria tão etérea que, para nósque habitamos os planos maispróximo da matéria, é como se nãoexistisse.

Onde está a memória doEspírito? Alguns livros dizem que éno perispírito. O que diz aCodificação?

A sede da memória, ou sejao patrimônio adquirido pelaindividualidade, não pode estar noperispírito e sim na Alma ou Espírito.O perispírito também é matéria,embora de uma natureza diferenteda que conhecemos. É o corpo doEspírito e por onde ele se manifestaem plenitude. Cada perispírito é

formada das substâncias fluídicasdo ambiente onde o indivíduo habita.Portanto, o Espírito ao mudar demundo também muda deperispírito, como se trocasse deroupa. Se admitíssemos que a sededa memória estivesse no perispírito,neste ato toda experiênciaacumulada ficaria no mundoanterior, o que certamente a razãorepudia. Portanto, a sede damemória, ou seja, toda a história epatrimônio moral e intelectual do serencontra-se no “sensorium comune”do Espírito, como um arquivo deonde o indivíduo retira de lá os dotesacumulados durante toda a suatrajetória evolutiva. Relata o espírito“André Luiz” em um dos livrospsicografados por Chico Xavier, queapós período de trabalho na Terra,retorna à colônia Nosso Lar e, emrepouso deixa seu corpo(perispiritual), indo ao encontro desua Genitora. Pergunto: Com quecorpo? O Espírito tem mais de umperispírito? É necessário levar emconsideração que a tese abordadapelo Espírito André Luiz não recebeua chancela do Controle Universaldos Espíritos, mecanismo que,segundo Allan Kardec, deveria aferiras novas revelações vindas daEspiritualidade. Por algunsequívocos dos espíritas, talmecanismo nunca foi criado. Aprojeção astral de André Luiz a umplano superior ao que seencontrava, durante o repouso,fundamenta-se na hipótese de queo corpo de manifestação do Espíritono mundo exterior se divide em sete

camadas. A mais interior seria opróprio Espírito e a exterior, o corpocarnal. Desse modo, estandoestacionado nas regiões onde osEspíritos estariam de posse do seusexto veículo fluídico, André teria seprojetado num plano onde asentidades espirituais (maisdesmaterializadas) usariam seuquinto corpo astral. Ambas asrevelações, no entanto, só devem seradmitidas como hipóteses deestudos, até que possam sesubmetida ao Controle Universal dosEspíritos, se é que ele um dia vaiser criado. Se o nosso arquivo destavida e das vidas passadas seencontram gravadas em nossoperispírito e ele tende a desaparecercom a nossa evolução, como e ondeficam estes arquivos?

Já dissemos em perguntasanteriores que a memória do Espíritonão se encontra no perispírito. Esteé um conceito retirado de livrospsicografados (que não foramsubmetidos ao Controle Universal –inexistente) e não do pensamentodos Espíritos superioresresponsáveis pela Codificação. Ateoria contraria as Obras Básicas eevidentemente não encontrafundamento lógico que possaexplicá-lo. A memória daindividualidade se encontra naintimidade do Espírito, em seu arquivopermanente, no que se chama“sensorium comune”. O perispírito ématéria. Seria uma incoerênciaacreditar que a coisa mais importantepara Espírito, que são suasexperiências vividas, pudesse estar

atrelada e confinada à matéria.Veja mais sobre o assunto emperguntas anteriores, nestamesma página.

Há inferno, céu epurgatório?

O céu ou o inferno, comolugar circunscrito, não existe.Allan Kardec, em “O Céu e oInferno”, nos diz que o céu, opurgatório e o inferno são estadosde consciências e não um lugarfísico. Evidente que através dasafinidades de pensamentos, osEspíritos agrupam-se emdeterminadas regiões do mundoastral, dando origem a ambientesagradáveis, de sofrimento ouconturbados, que caracterizarame deram origem aos termosusados no catolicismo.

Existem anjos e demônios? Deus que é soberanamente

justo e bom, não poderia ter criadocriaturas destinadas infinitamentea permanecer no mal, comotambém ter criado Espíritosperfeitos desde sua origem, semque eles fizessem nenhum esforçopara isso. Todos os Espíritos sãocriados simples e ignorantes e,através das experiências, vaiadquirindo saber e moralidade atéatingir a perfeição. Em suatrajetória evolutiva permanece naignorância por algum tempo,vivendo as experiências do bem edo mal, dependendo de seu livrearbítrio. Os demônios é adenominação que foi dada paraEspíritos que ainda não evoluírammoralmente, e que se comprazemno mal, mas que um diaperceberão seus erros. Os anjossão Espíritos puros, que jáevoluíram moral eintelectualmente, através de seusesforços desde a sua criação. Sóassim se explica a bondade e ajustiça de Deus. Os Espíritos, quenão necessitam mais da matériacontinuam com o perispírito noplano espiritual?

Sim, continuam a necessitardele. Aprendemos com a DoutrinaEspírita que o corpo espiritual seeteriza na medida em que oEspírito evolui na senda doprogresso. O perispírito énecessário à manifestação daindividualidade no mundoespiritual. Na encarnação é eloentre o Espírito e matéria. Quandodesencarnados podemos dizerque é o próprio Espírito semanifestando plenamente. Maissubsídios podem ser encontradosem A Gênese, capítulo XIV, itens7 a 12.

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04 O Espiritismo para todos Março de 2014

DE ONDE VIEMOS E PARAONDE VAMOS

Todos já conhecem,principalmente os espiritualistas,de onde vieram, e nós, espíritosque já fazemos parte do rebanhode Jesus em operaçãoconstante do bem comum, nãotemos dúvidas mais,compreendendo de onde viemose para onde vamos.

Nós somos filhos de Deus. Ele nos criou simples eignorantes, no entanto, não Seesqueceu de colocar no seiodas vidas criadas os grandesatributos que serão despertadosde acordo com o nossocrescimento espiritual. Então,crescer deve ser o nossoobjetivo na vida; melhorarconstantemente deve ser onosso ideal, tendo a Terra comouma escola, onde aprendemosde tudo. Quem acha que jásabe tudo, sempre encontraalguém que sabe mais. Eis aí omomento da humanidade,buscando conhecimentos atémesmo com os animais, com as

plantas, com a natureza.Para quem deseja

aprender, tudo na vida expressalições imortais. Se viemos deDeus, devemos ter gratidão paracom Ele. Somos Seus filhos e,para que despertemos osnossos valores, vivamos na luzdo entendimento. Se viemosd’Ele, para onde vamos? Certamente que é para Ele, emcondições de seres conscientes,ajudando o Soberano nas Suasluminosas ideias, se esse for otermo, colaborando com Ele nacriação, aonde formoschamados para operar. E cadadom que desabrochar em nossoíntimo é mais um quinhão defelicidade que passamos adesfrutar no microcosmo danossa vida.

Precisamos meditar emDeus e podemos fazê-lo pelosfios dos pensamentos, tendo ocoração como ímã divino pararegistrar as leis da vida,entregando-as à consciência. A

felicidade não é uma utopia; éuma verdade que, pelo menos anossa parte, deve serconquistada.

Se viemos da Luz, nãopodemos ser outra coisa, e sesomos Luz, o nosso dever éfazer-se irradiar-se, pois ela nosgarante a vida e nos mostraDeus em todos osdepartamentos criados porEle, Força Soberana de vida. Devemos conhecer, acreditar etestar, todos os dias, os nossospoderes, porque é através delesque Deus nos atende nas nossasnecessidades, e paradesenvolvê-los, basta-nos a féque gera confiança, o trabalhono bem que gera serenidade eo desprendimento que gera oamor. Envolvidos neste clima desublimação, passamos aencontrar todos os tipos defluidos puros que nos atendempelo poder da vontade. Necessário se faz que saibamosusá-los, sem os desperdícios

que a ignorância inspira. E nósdo mundo espiritual, sentimo-nos alegres quando vemos eassistimos um companheiro,mesmo envolvido nas bênçãosda carne, esforçando-se paramelhorar e viver de acordo coma harmonia da Vida Maior. Eis

que o ajudamos com toda aalegria. Precisamos conhecer averdade, para que ela nosliberte. E sabes de onde vem anossa felicidade depois dasmãos de Deus? Vem dosnossos esforços pelos caminhosque devemos percorrer.

Vê Quem esta ao Teu LadoVê quem está ao teu lado,

ajudando-te a compreender osmovimentos da Vida. Nunca estássós nos campos do aprendizado.As tuas companhias andamcontigo em todos os lances queempreendes, em todos os sentidosque, porventura, seguires. E essascompanhias são espirituais efísicas. Vê a responsabilidade quetens diante delas: umas de recebero teu exemplo, outras de te instruirnas linhas da evolução a quempretendes atingir.

Devemos afirmar, quantasvezes forem necessárias, queninguém vive sozinho, nem andasem companhias. Quem pretenderisolar-se, atrofia as suas própriasfaculdades.

A lei nos recomenda viver em

grupos e nunca nos esquecermosdaqueles que nos cercam. Agratidão é força nova em novosentendimentos. Não fazemos nadaescondido. Muitos olhos estão anos observar, sem faltar umafração de segundo, registrando enos ajudando a registrar tudo oque ocorre conosco. Quem seconscientiza desta verdade,procura em toda a área em queopera, errar menos, usando todosos meios possíveis para acertarmais.

Devemos ainda visualizar oCristo andando conosco, essaCompanhia Invisível que nos dáforça para trilhar caminhos maisseguros e compreender, com maiseficiência, aqueles que nosacompanham.

A educação nos concita, dolar à escola e desta ao trabalho, aum procedimento que não nosdeixa exteriorizar a nossainferioridade, sendo disciplina que,quando permanentemente limpadesobstrui todos osremanescentes das antigascondições de inferioridade,colocando-nos como almas quedesejam e começam a conhecer aVerdade. Não é necessário queconheças todos os países domundo, principalmente aqueles aque chamas mais civilizados, paraque possas iniciar-te na civilização.Se observas os que andamcontigo, todos os dias, as tuasreações, em todos os momentos,podes deduzir, sem anunciar, o quedeve ser melhor para ti.

Cada criatura sabe analisaro que lhe serve para o seu própriobem. Nenhuma pessoa é culpadados teus infortúnios e da tuaincompreensão. Deus colocou emtodas as mesmas advertências eos mesmos valores a seremcultivados. Às diferenças queexistem, somente uma coisa poderesponder: a reencarnação, naescala evolutiva dos espíritos.

Se ainda não a conheces nopresente estágio, haverás deconhecê-la em outro. Porém,nenhuma das criaturas ficará órfãdas leis de Deus.

Existe justiça infalível,vibrando em toda a criação, desdeos cromossomos até os homensmais ilustres da Terra e destes atéos anjos mais elevados dos Céus.

E se a justiça de Deus não falha,por que temer? Haveremos dealimentar a confiança nas forças,nas companhias que vivemconosco em todos os momentosda vida. Se tudo o que fazemos ficaregistrado em nós, e no grande livrode Deus, o nosso dever é fazer omelhor, dentro daquilo que jáconhecemos ser o melhor. Nãoculpes ninguém dos teusdesacertos! O único culpado és tumesmo.

Acerta as coisas dentro de tique, por fora, tudo acompanharáas tuas atitudes íntimas. Confia,pois essa lei palpita em todo oUniverso.

Livro: Cirurgia MoralPelo Espírito de: Lancellin

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05 O Espiritismo para todos Março de 2014

IRRESPONSABILIDADE

Fazer os outros seguros efelizes é missão impossível derealizar, se acreditarmos quedepende unicamente de nós aplenitude de sua concretização.Se assim admitimos, passamos,a partir então, a esperar e acobrar retribuição; em outraspalavras, a reciprocidade. Nãoseria mais fácil que cada um denós conquistasse sua felicidadepara que depois pudessedesfrutá-la, convivendo comalguém que também conquistoupor si mesmo? Qual a razão dea ofertarmos aos outros e, porsua vez, os outros a concederema nós? Por certo, só podemosensinar ou partilhar o queaprendemos.

Assim disse Pedro, oapóstolo: “Não tenho ouro nemprata; mas o que tenho, isso tedou.” Dessa maneira, vivemosconstantemente colocandonossas necessidades emsegundo plano e, ao mesmotempo, nos esquecendo de quea maior de todas asresponsabilidades é aquela quetemos para com nós mesmos.

Os acontecimentosexteriores de nossa vida são osresultados direta de nossasatitudes internas. A princípio,podemos relutar para assimilare entender esse conceito,porque é melhor continuarmosa acreditar que somos vítimasindefesas de forças que nãoestão sob o nosso controle.Efetivamente, somos nósmesmos que fazemos os nossoscaminhos e depois osdenominamos de fatalidade.

“Haverá fatalidade nosacontecimentos da vida,conforme ao sentido que se dáa este vocábulo? (…) sãopredeterminados? E, nestecaso, que vem a ser do livre-arbítrio?”, pergunta Kardec aosSemeadores da NovaRevelação. E eles

Somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade.Não é coerente que cada um de nós trabalhe para alcançar a própria felicidade? Não é lógico que devemos nos responsabilizar

apenas por nossos atos? Não nos afirma a sabedoria do Evangelho que seríamos conhecidos, exclusivamente, pelas nossas obras?respondem: ”A fatalidade existeunicamente pela escolha que oEspírito fez, ao encarnar (…)Escolhendo-a, instituiu para siuma espécie de destino…”

É inevitável para todos nóso fato de que vivemos,invariavelmente, escolhendo. Acondição primordial do livre-arbítrio é a escolha e, para quepossamos viver, torna-seindispensável escolher sempre.Nossa existência se faz atravésde um processo interminável deescolhas sucessivas.

Eis aqui um fatoincontestável da vida: oamadurecimento do ser humanoinicia-se quando cessam suasacusações ao mundo.

Entretanto, há indivíduosque se julgam perseguidos porum destino cruel e censuramtudo e todos, menos elesmesmos. Recusam,sistematicamente, aresponsabilidade por suasdesventuras, atribuindo a culpaàs circunstâncias e às pessoas,bem como não reconhecem aconexão existente entre os fatosexteriores e seu comportamentomental. No íntimo, essaspessoas não definiram limitesem seu mundo interior e vivemnum verdadeiro emaranhado deenergias desconexas. Os limitesnascem das nossas decisõesprofundas sobre o queacreditamos ser nossos direitospessoais.

Nossas demarcaçõesestabelecem nosso próprioterritório, cercam nossas forçasvitais e determinam as linhasdivisórias de nosso serindividual. Há um espaçodelimitado onde nós terminamose os outros começam.

Algumas criaturasaprenderam, desde a infância,o senso dos limites com paisamadurecidos. Isso os mantémfirmes e saudáveis dentro de si

mesmas. Outras, porém, não.Quando atingiram a fase adulta,não sabiam como distinguirquais são e quais não são suasresponsabilidades. Muitasconstruíram muros deisolamento que as separaramdo crescimento e da realizaçãointerior, ou ainda paredes comenormes cavidades que astornaram suscetíveis a umaconfusão de suas emoções comas de outras pessoas.

Limites são o portal dosbons relacionamentos. Têmcomo objetivo nos tornar firmese conscientes de nós mesmos,a fim de sermos capazes de nosaproximar dos outros semsufocá-los ou desrespeitá-los.

Visam também evitar quesejamos constrangidos a nãoconfiar em nós mesmos.

Ser responsável implica tera determinação para responderpelas conseqüências dasatitudes adotadas.

Ser responsável é assumiras experiências pessoais, paraatingir uma real compreensãodos acertos e dos desenganos.

Ser responsável é decidirpor si mesmo para onde ir edescobrir a razão do próprioquerer.

Não existem “vítimas dafatalidade”; nós é que somos ospromotores do nosso destino.Somos a causa dos efeitos queocorrem em nossa existência.

Aceitar o princípio daresponsabilidade individual eestabelecer limites descomplicanossa vida, tornando-os cadavez mais conscientes de tudo oque acontece ao nossoderredor.

Escolhendo comresponsabilidade e sabedoria,poderemos transmutar, semexceção, as amarguras em quevivemos na atualidade. A auto-responsabilidade nosproporcionará a dádiva dereconhecer que qualquermudança de rota no itinerário denossa “viagem cósmica”dependerá, invariavelmente, denós.

Espírito: HAMMED

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06 O Espiritismo para todos Março de 2014

AÇÃO E REAÇÃO OU CAUSA E EFEITO?NA ANÁLISE DA DOR,

DEVEMOS ADMITIR QUEALGUÉM ESTEJA SOFRENDO“PELA CAUSA” QUE ABRAÇOU,COM VISTAS AO SEUPROGRESSO ESPIRITUAL, ENÃO “POR CAUSA” DE UMAFALTA QUALQUER

O princípio de “Ação eReação”, conhecido como aTerceira Lei de Newton (IsaacNewton, Físico e MatemáticoInglês – 1642-1727), tem oseguinte enunciado: A toda açãocorresponde uma reação de igualintensidade e sentido oposto. Deforma ortodoxa, eindiscriminadamente, esseprincípio tem sido aplicado parajustificar a razão do sofrimento doEspírito reencarnado em qualquersituação. Oportuno lembrar queo Codificador não usou desseraciocínio, não fez uso da Lei deNewton, e, sim, do axioma: não háefeito sem causa. Uma leiturasuperficial dos dois princípiospoderá nos levar a conclusõeserradas. Apliquemos, no caso docego de nascença, os doisprincípios, um de cada vez, e oleitor entenderá do que estamosfalando.Adotando o princípio da“Lei de Ação e Reação” (a todaação corresponde uma reação deigual intensidade e sentidooposto), a situação do cego deSiloé deveria ser uma reação emsentido oposto a uma ação, nocaso negativa. Teria cometidouma infração às Leis Morais doCriador. Mas vimos que não era ocaso. Dessa forma, nem semprepodemos concluir que a dor sejauma reação.

O Mentor de Chico Xavier,Emmanuel, alerta-nos que é“imperioso interpretar a dor pormais altos padrões deentendimento. Ninguém sofre, deum modo ou de outro, tão-somente para resgatar o preço dealguma coisa. Sofre-se tambémangariando os recursos preciosospara obtê-la (…)”. Com esteentendimento é que devemosinterpretar a situação do cego denascença, que aceitou aquelacondição para conquistar umaposição espiritual mais elevada.Se a dor corrige o passado e nosadverte no presente, tambémpoderá estar construindo o nossofuturo. É a dor a serviço daevolução de todos nós, Espíritosimperfeitos.

Agora, aplicando o princípionão há efeito sem causa, à mesmasituação, não resta dúvida de que

encontramos no sofrimentodaquele cego uma causa, que foia sua avidez pelo progresso, seudesprendimento e amor à causado Cristo. Permitiu-se nascerprivado da visão para cooperarcom a causa do Messias. A suador não era uma reação a nada,era a própria ação. Sofreu “pelacausa” e não “por causa”.

Como já dissemos, AllanKardec adotou o princípio decausa e efeito e não de ação ereação para estudar e explicar asrazões da dor e das aflições.Conhecia, sem sombra de dúvida,a Terceira Lei de Newton, mas nãoa usou na apreciação das coisasespirituais. Será que o “bomsenso encarnado” percebeu quea lei do Físico Inglês não seprestava integralmente para acompreensão e esclarecimentossobre as aflições? Entendemosque sim. O Mestre de Lyon trilhoucom sabedoria, sem dogmatismoe com bom senso.Acompanhemo-lo neste texto:

“Os sofrimentos devidos acausas anteriores à existênciapresente, como os que seoriginam de culpas atuais, sãomuitas vezes a conseqüência dafalta cometida, isto é, o homem,pela ação de uma rigorosa justiçadistributiva, sofre o que fez sofreraos outros. Se foi duro edesumano, poderá ser a seu

turno tratado duramente e comdesumanidade; se foi orgulhoso,poderá nascer em humildecondição; se foi avaro, egoísta, ouse fez mau uso de suas riquezas,poderá ver-se privado donecessário; se foi mau filho,poderá sofrer pelo procedimentode seus filhos, etc.”

Observemos que teve ocuidado de alertar o seu leitorescrevendo as expressões“muitas vezes” e “poderá”, emvários momentos, não afirmandocategoricamente que a dor sejasempre uma punição.Continuemos.

“Não há crer, no entanto,que todo sofrimento suportadoneste mundo denote a existênciade uma determinada falta. Muitasvezes, são simples provasbuscadas pelo Espírito paraconcluir a sua depuração e ativaro seu progresso. Assim, aexpiação serve sempre de prova,mas nem sempre a prova é umaexpiação. Provas e expiações,todavia, são sempre sinais derelativa inferioridade, porquanto oque é perfeito não precisa serprovado. Pode, pois, um Espíritohaver chegado a certo grau deelevação e, nadaobstante, desejoso de adiantar-semais, solicitar uma missão, umatarefa a executar, pela qual tantomais recompensado será, se sair

vitorioso, quanto mais rude hajasido a luta. Tais são,especialmente, essas pessoas deinstintos naturalmente bons, dealma elevada, de nobressentimentos inatos, que parecenada de mau haverem trazido desuas precedentes existências eque sofrem, com resignação todacristã, as maiores dores, somentepedindo a Deus que as possamsuportar sem murmurar.”

Como conclusão, oEspiritismo não nos autorizageneralizar o sofrimento comosendo uma punição,conseqüência de erroscometidos. Léon Denis, um doscontinuadores de Kardec, quemuito bem compreendeu averdadeira missão da dor, ensina:“Todos aqueles que sofrem nãosão forçosamente culpados emvida de expiação. Muitossão Espíritos ávidos deprogresso, que escolheram vidaspenosas e de labor para colheremo benefício moral que anda ligadoa toda pena sofrida.” E mais àfrente: “Às almas fracas, adoença ensina a paciência, asabedoria, o governo de simesmas. Às almas fortes, podeoferecer compensações de ideal,deixando ao Espírito o livre vôode suas aspirações até ao pontode esquecer os sofrimentosfísicos”.

A causa do sofrimento nãosomente está no passado ou nopresente, mas também no futuro.A dor-evolução não estácorrigindo erros cometidos, masconstruindo um porvir venturosopara o Espírito em evolução.Sabemos que muitos delesreencarnam em missão na Terra,com o objetivo de impulsionar onosso progresso moral ecientífico. Tais Espíritos aceitamresignados, até mesmo com certaalegria, as adversidades einfortúnios de tal existência, porsaberem que estão seadiantando na escala evolutiva (OLivro dos Espíritos, questão 178).Logo, sofrem as dores daevolução, aquela que vem de forapara dentro, ao contrário da dor-expiação, que vem de dentro parafora, pois é purgação.

A reencarnação não é umprocesso punitivo; é manifestaçãoda misericórdia divina. Nãoreencarnamos somente porsermos devedores, mas, acimade tudo, porque a vida na matériasignifica oportunidade decrescimento em todas as latitudesespirituais. A evolução é lei divinae, por isso, imperiosa. Sofremos,vez ou outra, pela causa queabraçamos e não somente porcausa de alguma infringência àsleis divinas.

Na apreciação das causasdas dores e aflições por quepassamos, nem sempre é corretoadotar o princípio de “ação ereação”, concluindo que a dor sejasempre uma reação oposta a umaação ilícita. Os EspíritosSuperiores nos ensinam que paratodo efeito existe uma causa, masnão asseguram que o sofrimentoseja sempre um efeito, pois nocaso do cego de nascença, eleera isento de culpa. A causa dasua desdita existia sim! Estava noseu desejo de cooperar com acausa do Messias de Deus.

A despeito da nossadificuldade de andar de braçoscom a dor, na condição de amiga,insistindo em nos conduzir aospíncaros da glória espiritual,esforcemo-nos paracompreender, à luz da fé racionalque o Espiritismo nos trouxe, aexortação de Jesus no Sermão doMonte, consolando os sofredores:“Bem-aventurados os quechoram, porque eles serãoconsolados”.

Waldehir Bezerra deAlmeida – “Revista Internacional

de Espiritismo”

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07 O Espiritismo para todos Março de 2014

Colhendo na VidaA seara de Deus é

imensurável. Ele é o SemeadorDivino, cujo plantio oferta aosSeus filhos como alimento devida. É justo que cuidemos dalavoura que nos pertence,vigiando e orando, porque, decerta forma, somos co-criadoresde sementes, lançando-as nosolo da vida. Todos os diasplantamos o germe da sabedoriaou da discórdia, da fé ou dadúvida, da mentira ou daverdade, do ódio ou do amor,dependendo da nossadisposição interna e do nossopreparo espiritual; portanto,sempre colhemos o quesemeamos, de bem ou de mal. Jesus veio nos ensinar, porbênção de Deus, a plantarmos asboas sementes e elas, emprimeiro plano, são os nossospensamentos; depois, as nossaspalavras, e, em seguida, a nossavivência.

A escola do Cristo é ampla,abre as portas para todas ascriaturas de boa vontade e suacartilha divina é o Evangelho doMestre. Entretanto, por elepartimos para muitos ângulos dosaber e do amor, que nos fazementender a verdadeirauniversalidade da vida cósmica. Analisa o que pensas e se,porventura, encontrares algumainsuficiência ao teu progresso,conserta-te, muda de ideias,esforça-te para mudar, que asbênçãos de Deus ajudar-te-ãonos teus esforços, por menoresque sejam. Se a tua fala forinconveniente, não continuesfalando. Medita no modo de

melhorar ou teu verbo ante aosoutros, que Deus te ampararános teus esforços,proporcionando-te recursos demelhorar todas as tuasconversações. Se o teuprocedimento não condiz com averdade, contradizendo osensinos do Cristo, não continuesvivendo desta forma; pára epensa, medita e toma outradecisão, que o mundo espiritualencarregado de ajudar aoshomens, ajudar-te-á novamente,e a tua vida tomará outros rumosna elevação que os Céusdesejam. Necessário se faz queconfies na Força Soberana e emti mesmo, que toda a naturezapassará a te ajudarsecretamente. Vivemos,encarnados e desencarnados,dentro do clima que formamospelos processos mentais. Asideias, a fala e os desejos sãocriação da mente. Oresponsável por tudo isso é oespírito.

As modificações devempartir da tua decisão e quandocompreendemos Jesus, nãopodemos apresentar desculpasno certame da auto-educação-disciplina. A vida é farta lavouraà disposição de todas ascriaturas que entendem eobedecem as leis imutáveis doCriador. A felicidade está dentrode nós. Modifiquemos o modopelo qual vivemos. Essamudança é o “pedi e obtereis,batei e abrir-se-vos-á”. SendoDeus o Amor, Ele nos dá de tudocom abundância; bastaentendermos o como buscar. As

Suas mãos são fartas eoperosas; acordemos para avida, que a vida já se encontradesperta para nós, somando-nosa felicidade. Quem planta, colhe,e se queres receber bons frutos,cuida bem do plantio.

Examina o que sai da tuaboca; são sementes de vida, eessa semeadura se estendeatravés dos dias, anos, séculose milênios. Assim, rompendo avida, quanto tempo se gastará

para colher? Só Deus sabe, e aSua misericórdia nos dá muitasoportunidades para modificarmoso modo pelo qual plantamos. Essa misericórdia já se estendeuna Terra, pela chegada doConsolador prometido porJesus. Aproveitemos, pois, essabênção do Senhor, queconhecemos pelo nome deDoutrina Espírita. Ela é aeducadora que faltava no mundo,distribuindo a todos

oportunidades de melhorar,mesmo vivendo com o fardo dacarne. Começa agora as tuasreformas de costume, seguindoas pegadas do Mestre dosmestres, que encontrarás a pazde consciência no trabalhoincessante de amor e caridade,passando a colher da vida, a vidade Deus nos céus de ti mesmo.

Pelo Espírito: MiramezPsicografia de: João

Nunes Maia

A Consciência Profunda Pelo Espírito: Miramez

A consciência profunda é umarquivo imensurável naprofundidade da alma; é ummundo cujas experiências sãoainda desconhecidas para opróprio dono. A razão busca estesegredo há milênios, masreconhece a sua inabilidadeacerca do que pode aprendernesse manancial de vida. Para setirar o véu de Ísis que empanamuitas coisas ocultas, convémmeditar, estudando sempre o que

se deve fazer. Os caminhos sãodesconhecidos e tortuosos;somente os sábios conseguemtrilhar alguns deles, ainda assimcom enorme dificuldade. Ali existeuma gigantesca bibliotecaconsciencial, que com o tempopode fornecer experiências àmente ativa e mesmoconhecimentos valiosos para obom desempenho de todas astuas funções no mundo em quevives. Ela registrou todo o teu

passado pela máquina divina quepossuis. Nunca mente, por te sidofeita pelo grande Arquiteto doUniverso, e pode fazer aflorar noteu presente alguma coisa dastuas vidas passadas, se isso forconveniente ao progresso. É umvelho baú, em que não convémmexeres por tua própria vontade,muitas vezes acionada pelacuriosidade. Pode ser que tuaconsciência se encontre emchamas e a tua vida piorará pelaexploração do teu passado. Sequeres saber do teu ontem,aprimora o teu hoje nas lides doCristo e não saibas das linhas doEvangelho renovador do Mestre. É bom que compreendes que omundo consciencial se encontraligado às mínimas partes do teuvaso físico, bem como dominaalgo em todos os teus corposespirituais, que são vários, numasimbiose, de modo a trocar umaprofusão de energias necessáriasàs suas pulsações em torno daalma. Converte a tua vida,companheiro, agora, limpando astuas mazelas do presente,porque, assim como o presente éinfluenciado pelo passado, eletambém influencia naprofundidade do ser. Mesmo queconsigas apenas uma gota de luz,deposita-a no teu mundo detrevas, se esse for o caso, que otempo acumular-te-á, pela forçade Deus, chuvas de claridades,

limpando os entulhos que adisplicência fez ajuntar. Nãodeves agredir a tua consciência,procurando ler com métodosinconscientes o que, porenquanto, não te compete saber. Espera, pois Deus sabe omomento de revelar-te o queprecisas e te mostrará o agradávelao teu estágio evolutivo. Trabalha, por enquanto, com opresente, tranquilizando a mentepela educação, disciplinando ospensamentos e iluminando asideias, com a prática do bem eexercício permanente do amor,pois é pela força insuperável dacaridade que a própria caridadese transmuta no reino de Deusdentro de nós. A consciênciaprofunda é segredo de Deus, é

área em que o Cristo domina, anos mostrar gota a gota, comosendo lições que aprendemospasso a passo. Todos nós, filho,ainda estamos nas primeirasletras do alfabeto interno. Nuncadevemos nos afoitar noaprendizado, nem tão poucoparar nos estudos que noslevarão à libertação, pelasublimação de todos os nossossentimentos. Tem paciência,assim como bom ânimo, e emcada caminho escolhido por Deusdá a tua parte de esforço próprio,como a tua luz de amor. Um dia,a tua consciência profundasaberá te recompensar peladifusão de luzes que plantaste, defração a fração, com a assistênciado Cristo e as bênçãos de Deus.

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08 O Espiritismo para todos Março de 2014

PASSES

Reforçando a mensagemde Jesus, diz a Doutrina Espírita,por exemplo, que o perdão deveser usado sempre que alguémnos ofender, porquanto o ódio,a mágoa ou a revoltadesequilibram o nossoemocional e causam doençasem nós mesmos. Obviamente,se perdoamos o ofensor,estamos livres dos efeitosnefastos desses sentimentosnegativos.

O homem, no entanto, éainda muito acomodado e presoàs paixões mundanas, que lhesatisfazem os anseios imediatos,de modo que dá pouco valor àprevenção, acabando por terque remedir o problema. É ocaso da pessoa que preferetomar remédios para curar aressaca do que evitar a bebidaalcoólica que a provoca.

Mas, como tarda o dia emque seremos capazes de agircorretamente de tal forma quenunca fiquemos doentes, aDoutrina Espírita se dedicatambém a consolar e curar ascriaturas. E o faz porque aMedicina ainda não incorporou

O que é o Passe?O Espiritismo tem por objetivo maior o bem estar

do homem, que é alcançado em sua plenitudequando este se acha em perfeita harmonia consigopróprio e com o meio que o cerca. Sua metodologiadá prioridade à conduta preventiva e compreende

uma infinidade de ensinamentos sobre as leisnaturais que regem a vida material e espiritual.

plenamente a ideia de quesomos espíritos e de que naalma é que está a raiz dosnossos males. Num futuro que seespera seja próximo, a ciênciacomprovará a existência docorpo espiritual (perispírito),conhecerá o seu funcionamentoe o inter relacionamento com ocorpo de carne, com o quegrande avanço conseguirá nacura do homem.

O passe é um método decura adotado pelo Espiritismo,mas que já era do conhecimentode alguns povos da antiguidadee mais recentemente tem sidoaplicado regularmente poralgumas religiões e práticasterapêuticas. Jesus usou emlarga escala a cura pelaimposição das mãos, mas seusfeitos não eram milagres, e simo emprego de técnicasenergéticas que à época já erampor Ele conhecidas.

Tem sua base no fato deque tudo na vida é energia e deque as energias podem serpermutadas e transformadas. Ohomem pode movimentar essasenergias, ou fluidos, pela força

do seu pensamento,direcionando-o para um fimsalutar ou pernicioso. Assim,quando pensamospositivamente em favor de umapessoa, desejando-lhe paz,alegria e felicidade, estamosenviando-lhe energias boas; docontrário, se endereçamospensamentos de ódio evingança, as energias queremetemos a ela é destrutiva.Nosso pensamento é forçacriadora, efetivamente. Se nãovemos as nossas criaçõesmentais, os efeitos delas já forma

por diversas vezes constatados.Nada aí para estranhar,porquanto também não vemosas ondas sonoras, mas asescutamos.

Pois bem. O passeempregado nos CentrosEspíritas é a transmissão deenergias positivas de umapessoa para outra. Processa-secom a imposição das mãos àaltura da cabeça, sem o toque,enquanto o passista e a pessoaque o recebe se mantêm emoração, conduta íntima quefavorece a assistência espiritual

superior. Quanto maissinceridade, quanto mais fé,mais poderosos são os efeitosdo passe, chegando mesmo aproduzir, em alguns casos, curasimediatas.

Sem qualquer contraindicação, o passe pode serbuscado sempre que nossentimos indispostos oudoentes, mas é importanteressaltar que, se nos curamos,é preciso “não pecar mais, paraque o pior não nos aconteça”,como advertia Jesus ao curar osenfermos de sua época.

Se não houver umacompreensão verdadeira acercado envelhecimento humano, oidoso se deixará conduzir pelodesânimo e abatimento,refugiando-se na cela escura dasolidão. É certo que, com a idadeavançada, cresça a necessidadeda reflexão em torno da vida. Muitonatural, portanto, que o idoso,algumas vezes, busque o refúgiosilencioso da meditação,interessando-se por um recantotranquilo e sereno.

A prece, o diálogo interior lhedarão sempre uma visão maisampla acerca da vida e dosacontecimentos cotidianos.

Entretanto, se algunsminutos diários de interiorizaçãorepresentam auxílio para o própriocrescimento e entendimento davida, a reclusão, que conduz aoabandono e à solidão, é sempreprejudicial.

Quase sempre, o idoso sedeixa envolver pelas sombras dasolidão, explicando que os seus

Solidão amores, seus amigos ecompanheiros partiram através damorte e que, no final da existência,está só.

É compreensível que elesinta a falta das pessoas com asquais desfrutava a companhia,porém, a vida não o impede defazer novas amizades.

O homem não pode viver só:a Lei de Deus impõe-lhe comonecessidade a vida em sociedade.

Quantos idosos não sedeixam levar pela nostalgia,entregam-se a melancolia e,embora cercados por familiares,vivem em completa solidão?!…

Com tanta gentenecessitando de afeto e amizadeno mundo, concluímos que oindivíduo em solidão fez umaescolha infeliz.

Porque solidão é antes detudo uma opção infeliz. Quem vivesó, quase sempre escolheu assimviver.

O idoso consciente não sepermitirá essa conduta.

Buscará sempre acompanhia dos familiares, dosvizinhos, trabalhando sempre namanutenção dos laços afetivos ena aquisição de novas amizades.

Na obra da criação, tudo éharmonia e solidariedade: as avesvoam em bandos, cruzando o céu;os peixes agrupam-se emcardumes no fundo das águas; asflores entrelaçam-se no campo,compondo um painel de cores; osanimais vivem em grupos deacordo com as espécies; e asestrelas formam um colar de jóiaspreciosas, brilhando nofirmamento.

Por que o homem haverá deviver só?!…

À sua volta, a natureza é liçãoviva de solidariedade a dizer-lhe:“Abre os braços para o abraço dafraternidade, estende a tua mãopara tocar outras mãos e sêfeliz!…”

Pelo Espírito: AntônioCarlos Tonini

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09 O Espiritismo para todos Março de 2014

AS VIRTUDES ESSENCIAIS

A palavra virtude (do latim virtus) designa excelência ouqualidade. O significado é genérico quando aplicado a

tudo o que é considerado correto e desejável em relação àmoral, à ética, à vida em sociedade, às práticas

educacionais, científicas e tecnológicas, assim como àeficácia na execução de uma atividade. Em sentido

específico o conceito se restringe a duas capacidadeshumanas: conduta moral no bem e habilidades para

fazer algo corretamente.Em relação a este

assunto, elucidam osorientadores da CodificaçãoEspírita:

“Toda virtude tem seumérito próprio, porque todasindicam progresso na senda dobem. Há virtude sempre que háresistência voluntária aoarrastamento dos mauspendores. A sublimidade davirtude, porém, está no sacrifíciodo interesse pessoal, pelo bemdo próximo, sem pensamentooculto. A mais meritória é a queassenta na maisdesinteressada caridade”.

O filósofo grego Aristóteles(384-322 a.C.) classificou asvirtudes em dois grupos, quantoà natureza, ambos aceitos nosdias atuais: virtudes éticas oudo caráter – indicam todas asqualidades ético-morais,inclusive o dever, as quais nemsempre são submetidas àrazão; virtudes dianoéticas oudo pensamento – abrangem ascompetências intelectuais(inteligência, discernimento,conhecimento científico,aptidões técnicas), controladaspela razão.

As primeiras sãodesenvolvidas pela educação epela prática que conduz aohábito. Filósofos, do passadoe do presente, defendem a ideiade que as virtudes ético-moraissão dons inatos, desenvolvidospor seres humanos especiais. Diferentes interpretaçõesreligiosas pregam que essasvirtudes somente ocorrem porgraça ou concessão divinas. Assegundas, as virtudesdianoéticas ou do pensamento,podem ser ensinadas por meioda instrução, daí serem muitovalorizadas pelas ciênciashumanas, sobretudo aseducacionais.

O Espiritismo consideraque as virtudes são aquisiçõesdo Espírito imortal, adquiridas edesenvolvidas por meio de

trabalho incessante no bem:[...] a virtude é sempre

sublime e imorredouraaquisição do Espírito nasestradas da vida, incorporadaeternamente aos seus valores,conquistados pelo trabalho noesforço próprio.

Importa destacar que aclassificação aristotélica é, naverdade, uma síntese dosensinamentos de Sócrates(470-399 a.C.), posteriormentetransmitidos por Platão (428/427-347 a.C.) em seu livro ARepública. Para Sócrates, avirtude se identifica com o bem(aspecto moral) e representa ofim da atividade humana(aspecto funcional ouoperacional). Pelo aspectomoral sabe o homem virtuosodistinguir o bem e o mal. Pelosentido funcional, ou fim daatividade humana, a virtude écapacidade ou habilidade derealizar corretamente umatarefa. Contudo, tanto Sócratescomo Platão entendiam que asvirtudes eram dons inatos, aindaque esses filósofos possuíssemconhecimentos sobre a vida noalém-túmulo e sobre asreencarnações sucessivas.

O seguinte texto, de OEvangelho Segundo oEspiritismo, ilustra o assunto:

· Palavras de Sócrates,registradas por Platão: “Avirtude não pode ser ensinada;vem por dom de Deus aos quea possuem”.

· Interpretação espírita,fornecida por Allan Kardec:

É quase a doutrina cristãsobre a graça; mas, se a virtudeé um dom de Deus, é um favore, então, pode perguntar-sepor que não é concedida atodos. Por outro lado, se é umdom, carece de mérito paraaquele que a possui. OEspiritismo é mais explícito,dizendo que aquele que possuia virtude a adquiriu por seusesforços, em existências

sucessivas, despojando-sepouco a pouco de suasimperfeições. A graça é a forçaque Deus faculta ao homem deboa vontade para se expungirdo mal e praticar o bem.

Sócrates e Platão,entretanto, desenvolveramnotável sistema filosófico sobreas virtudes, denominando-oVirtudes Cardeais. Essasvirtudes, inseridas em seguida,são consideradas essenciaispor representarem a chavepara a aquisição de todas asdemais:

· Prudência, tambémconhecida como sabedoria. Éa virtude que controla a razão.

· Fortaleza, entendidacomo coragem. É a virtude doentusiasmo (thymoiedés), a queadministra os impulsos dasensibilidade, dos sentimentose do afeto.

· Temperança, vistacomo autodomínio, medida,moderação. Essa virtude agesobre os impulsos do instinto,colocando freios nos prazerese nas paixões corporais.

· Justiça, estabelece odiscernimento entre o bem e omal. É a virtude que conduz àequidade; ao saber considerare respeitar o direito do outro; avalorizar ações e coisas quegarantem o funcionamentoharmonioso da vida, individuale coletiva.

Essa classificação não sópermitiu a Aristóteles elaborar oseu sistema de virtudes éticase dianoéticas, mas tambémexerceu forte influência nopensamento teológico doschamados pais da igreja,durante a Idade Média,sobretudo no desenvolvimentodas teses de Agostinho (354-430) e Tomás de Aquino (1225-1274), os quais fizeramacréscimos às virtudes cardeais

socráticas, a partir da análisedos textos do Evangelho. Essesacréscimos foramd e n o m i n a d o s V i r t u d e sTeologais e se resumem nasseguintes: fé, esperança e caridade.

As orientações teológicascatólicas e protestantespreservaram as ideiassocráticas e platônicas, nosentido de que as virtudes sãoconcessões divinas, revestindo-as, porém, de um aspectosobrenatural, de acordo comeste raciocínio: se as virtudesrepresentam uma graça deDeus só podem ser concedidasaos santos, nunca ao serhumano comum.

Com o Espiritismo, porém,tudo se aclara, felizmente. Entendemos que somos seresperfectíveis, construtores dopróprio destino. A aquisição edesenvolvimento de virtudessão entendidos comonecessidade evolutiva doEspírito, um meio para regularos atos humanos, ordenar aspaixões e guiar a condutahumana, segundo os preceitosda razão, da moral e da fé.

As pessoas virtuosasdestacam-se das demais, nãoporque são especialmentemarcadas por Deus, masporque souberam aproveitar aslições da vida e investiram noaprendizado, moral eintelectual, ao longo dasreencarnações e dasexperiências vividas no planoespiritual, após a morte docorpo físico. Encontram-semuito distantes da santidade,entretanto, revelam-se comoEspíritos que “[...] lutaramoutrora e triunfaram. Por issoé que os bons sentimentosnenhum esforço lhe custam esuas ações lhes parecemsimplíssimas. O bem se lhestornou um hábito [...]”.

A forma como a DoutrinaEspírita caracteriza a virtude eo homem virtuoso estásintetizada na belíssimamensagem do EspíritoFrançois-Nicolas-Madeleine,constante em OE v a n g e l h o S e g u n d o oEspiritismo, ditada em Paris, em1863:A virtude, no mais altograu, é o conjunto de todas asqualidades essenciais queconstituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso,sóbrio, modesto, sãoqualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre asacompanham pequenasenfermidades morais que asdesornam e atenuam.

Não é virtuoso aquele quefaz ostentação da sua virtude,pois que lhe falta a qualidadeprincipal: a modéstia, e tem ovício que mais se lhe opõe: oorgulho. A virtude,verdadeiramente digna dessenome, não gosta de estadear-se. Adivinham-na; ela, porém,se oculta na obscuridade e fogeà admiração das massas. [...]À virtude assim compreendidae praticada é que vos convido,meus filhos; a essa virtudeverdadeiramente cristã everdadeiramente espírita é quevos concito a consagrar-vos. Afastai, porém, de vossoscorações tudo o que sejaorgulho, vaidade, amor-próprio,que sempre desadornam asmais belas qualidades. Nãoimiteis o homem que seapresenta como modelo etrombeteia, ele próprio, suasqualidades a todos os ouvidoscomplacentes. A virtude queassim se ostenta escondemuitas vezes uma imensidadede pequenas torpezas e deodiosas covardias.

Autor: Marta AntunesMoura

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10 O Espiritismo para todos Março de 2014

Espiritualidade: Ódio e AmorDepois da morte, o que

tem mais força, o ódio ou oamor?

O amor é o sentimentomaior, mais poderoso, emqualquer dimensão. De origemdivina, está em germe em todosnós e nossa missão édesenvolvê-lo em sua plenitude.Por mais ignorante ou cruel quepossa ser um homem, possui elea essência do amor em seucoração, aguardando oinevitável desabrochar.Aprender a amar, pois, é a razãoda nossa vida.

O ódio é a revolta daquelesque ainda não conseguem amar.Como a sombra, que ésimplesmente a ausência da luz,o ódio é a ausência do amor. Suaorigem é puramente humana,fruto do orgulho e do egoísmo,próprios da animalidade queainda nos domina. Não tem oódio bases sólidas verdadeiras.É como a construção de umprédio na areia: à medida quese levanta o próprio pesoacarreta a sua queda. Carrega,ele, em si mesmo, a espoletaauto-destrutiva.

No mundo físico, o ódioparece ter mais força, porque éviolento, agressivo, destruidor.O amor, conduto, é maisresistente; consegue suportar

os golpes do ódio, conservando-se intacto. Enquanto aeliminação do ódio implica emperda de energia para seuagente, na defesa passiva oamor mais se engrandece.Jesus entregou-sepacificamente aos seus algozes, e o seu amor envolveu ahumanidade e perdura notempo. Gandhi pregouobstinadamente a não violência,e o seu amor converteu-se emlibertação e paz para os indianose exemplo para todos nós.

O ódio é apressado e suaação é imediata, impulsiva,irreflexiva, sem medir asconsequências do ato. Umsegundo de ódio é capaz dedestruir a vida, relacionamentosafetivos ou patrimônios materiaisconstruídos com grandeesforço. O amor é paciente;aguarda serenamente que otempo se encarregue de revelara verdade, mantendo-seconfiante em Deus.

Obviamente que tudo issonão pode ser considerado nosrestritos limites do presente e davida material, mas tendo-se emconta que somos espíritosimortais.

Ódio e amor sãosentimentos da alma. Portanto,acompanham-nos no além

túmulo, pois na espiritualidadecontinuaremos a manter a nossaindividualidade. Ao contato coma nova realidade (a espiritual),muitos espíritos conseguemavaliar infantilidade dossentimentos mesquinhos quenutriam aqui na Terra, e setransformam. Outros, porém,notadamente quando deixarama vida vitimados por desafetos,mais exarcebam o seu ódio e asua revolta, passando a fazer ainfelicidade alheia.

A ação desses espíritosinferiores é exercida apenascontra outros de igual naturezae de menor inteligência; oucontra almas de consciênciaculpada, por isso enfraquecidas.Não conseguem, porém, seimpor aos que amamverdadeiramente, àqueles quemantêm em seus corações a féem Deus e dedicam-se ao amorao próximo e à conquista dasabedoria.

Lá como aqui, as armas

mais eficazes contra o ódio sãoa prece e o perdão. Ambos sãoluzes que iluminam a nossaalma, e não há sombra, por maisintensa que seja, capaz deresistir ao menor ponto de luz.O verdadeiro amor, porém, nãose contenta em resistir ao mal,mas empreende todos osesforços para convertê-lo aobem, pois, como disse o ApóstoloPaulo “quem faz o mal é porquenão tem visto a Deus”.

Donizete Pinheiro

EVOLUÇÃO DO SER VIVIDA NA FORMA DA VIDAA vida é sempre vida seja

qual for a forma através da qualse oculte.

Já vivi como pedra, já vivicomo planta, já vivi comohomem, amanhã viverei comoespírito, e, num futuro longínquocuja época não me é dadoprecisar, viverei como vivem osanjos, os deuses.

Vim do pequeno, caminhopara o grande. Meu passado éobscuro, meu futuro é brilhante.Sou imortal, porque um chispado fogo eterno palpita em mim.A primeira e mais substancialdas provas de minhaimortalidade está no fato deviver neste momento e saberque vivo. Se vivo agora é porquevivi outrora e viverei sempre. Senoutras épocas tive outro nome,pertenci a outras raças, habiteioutros países, falei outrosidiomas, que importa? Nessetempo vivi tão certamente comovivo hoje. O meu ser pensou,

sofreu, gozou, sentiu, amou, talcomo faz atualmente. Perdiminha individualidade? Não,porque minha individualidade éo meu ser, o meu “eu”, sede daminha inteligência, da minharazão, da minha consciência edos meus sentimentos. Perdi,apenas, a personalidade, aforma, a aparência com queentão me vesti.

Nesta mesma existência, aminha aparência já setransformou, já se modificouconsideravelmente. Casos háem que os pais desconhecem osfilhos quando ausentes por largotempo, tais as mudançasoperadas em seu físico. Bastaque alguém permaneça vinte oumesmo dez anos separado denós para que notemosprofundas alterações em seuexterior.

A vida cada vez se tornamais acentuada, mais positiva,mais viva mesmo, se tal

expressão é permitida. Amonera, considerada como aforma mais rudimentar da vida,já traz em si o cunho indelévelda imortalidade: ela vive porqueviveu, e viverá porque vive. Nadapoderá destruir-lhe a essência.

A vida é a manifestação davontade suprema de Deus. Ela

é instável enquanto seapresenta sob aspectosmateriais; é eterna quando,ressurgindo da carne, seperpetua no espírito.

Negar a imortalidade énegar a própria atualidade. Seeu vivo, como não viverei? Masa morte? A morte: que é a morte?Se a morte tem poder para medestruir, para me aniquilar, comose explica eu ter morrido muitasvezes e não ter, contudo, sidoaniquilado? Dirão os sábios daTerra que deliro? Pois bem,expliquem-me, então, como éque trago e conservo comigo ostraços veementes do meupassado? Não são essesmesmos sábios que descobrirame verificaram vestígios da vidaanimal na vida humana? Que éa Evolução? Em que consiste,como se demonstra, senão pelafisiologia aliada à anatomiacomparada?

Se é certo, pois, que a vida,

passando pelas váriascategorias de que se compõe alarga escala animal – doinfusório ao homem -, não foidestruída apesar dasincontáveis metamorfoses quesuportou, metamorfoses a quedenominamos morte, aimortalidade é um dogmaincontestável, e a melhor provaque temos a aduzir em seuabono é o fato insofismável devivermos no momento atual.Tudo o que vive, viveu e viverá.Morrer é passar de um estado aoutro, é despir uma forma pararevestir outra, subindo semprede uma escola inferior paraoutra, imediatamente superior.

“Sede perfeitos comovosso Pai é perfeito.” “Nascer,viver, morrer, renascer ainda,progredindo sempre, tal é a lei”.

Livro: Nas Pegadas doMestre

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11 O Espiritismo para todos Março de 2014

A Verdade e o Dogma

O dogma da redenção humana mediantea efusão do sangue do Cristo, consistindo

a sua morte no madeiro o epílogo damissão que lhe fora confiada, carece,

como em geral sucede a todos os dogmas,de fundamento.

Para demonstrar aassertiva, é bastante compará-lo com a realidade, isto é, com ofato de Jesus nos haver dado asua vida no sentido deconsagrá-la à nossaemancipação espiritual, comofazem as mães com relação àcriação e educação dos seusfilhos.

O dogma em apreçoprende-se a um sucedimentoque se deu há perto de vinteséculos, do qual temosconhecimento através datradição e dos relatosevangélicos. É um casopretérito, longínquo, cujo ecohistórico logrou chegar até nós.

O que se passa, porém,com a realidade da obramessiânica é um feito palpitantee de atualidade em todas asépocas da Humanidade, de vezque podemos senti-lo em nós,percebendo a sua influência emtudo que respeita à nossaevolução espiritual. Não oconhecemos por tradição,literatura escriturística outestemunho das gerações

passadas; sabemo-lo real epositivo em virtude do poder detransformação que a vida doCristo está exercendo em nós.Não precisamos violentar arazão para que aceite o que nãocompreende e creia no que nãosente. Não precisamos passarde alto e pela rama por umproblema de tanta relevância,podemos enfrentá-lo comdesassombro, sujeitando-o aocadinho do raciocínio e ao calorda meditação. Quanto mais ofizermos, tanto mais e melhornos identificaremos com a suarealidade, firmando nossasconvicções. Nenhuma dúvidahaverá mais em nosso espíritocriando incompatibilidades entrea razão e a fé, a inteligência e osentimento. Nossa fé e nossoamor serão luminosos,dardejando rajadas de luz sobreo carreiro do destino quepalmilhamos. Não creremos pelotestemunho de terceiros, maspela nossa experiência pessoal.Abriremos mão dasexterioridades, dos ritualismos edas querelas sectaristas que

dividem e separam os homens,alimentando zelos e fomentandovaidades. Concentraremos nossaatenção sobre o que se passa,não fora, mas dentro de nósmesmos, no dealbar duma auroraque surge dos arcanos recônditosda nossa alma como energiapropulsora do aperfeiçoamentointelectual e moral que em nós se

vai processando. Cuidaremosentão da nossa auto-educação,exemplificando, demonstrando emnós próprios, ao vivo, a obra deredenção que pode ser operadaem cada indivíduo pelo Cordeirode Deus, que, dessa maneira,realmente tira o pecado domundo.

É assim que a Verdade,

emancipando-nos do Dogma,prossegue concedendo-nos,paulatina, mas progressivamente,a liberdade a que aspiramosdesde todos os tempos semjamais havê-la encontrado noutrafonte e por qualquer meio ouprocesso até então empregados.

Pedro de Camargo

LIBERDADE, RESPONSABILIDADE E COMPROMISSOA liberdade de expressão

é importante conquista denossa civilização. O uso dal iberdade deve sefundamentar no respeito, naética, na responsabilidade, emcompromissos institucionais enos elos da fraternidade.

Tais premissas, com basenos ensinos do Cristo e nasobras básicas de Allan Kardec,devem nortear as açõesespíritas e ser parâmetro efiltro para as atividades doMovimento Espírita. Este tem“por missão instruir eesclarecer os homens,abrindo uma nova era paraa regeneração daHumanidade”.

Essas ref lexões sãooportunas para a análise dealguns episódios – incoerentescom os princípios doutrináriosdo Espir i t ismo e até deadequado relacionamento

entre pessoas e instituições -,que têm se concretizado emtextos publ icados ou comcirculação pela Internet, bemcomo uma certadesconsideração àpr ivacidade pessoal eespiritual de pioneiros e delíderes espíritas.

Sem qualquer ideia decontrole, mas de apelo ao“bom senso e à razão”, omomento é sugestivo para seaprofundar no processoeducativo do Espírito.

O estudo, o bom senso,o intercâmbio entre pessoas einstituições, o compromissocom trabalhos doutrinários ede elaboração coletiva, e afidelidade à Doutrina Espíritasão antídotos naturais àsopiniões e açõespersonalistas.

Recomendações ecomentár ios de valor

reconhecido podem serdestacados, desde Paulo deTarso: “Porque, se atrombeta der sonido incerto,quem se preparará para abatalha?”, até o Codificador:“Um dos maiores obstáculoscapazes de retardar apropagação da Doutrinaseria a falta de unidade”.

O verdadeiro sentido dapalavra caridade, explicitadona questão 886 de O Livrodos Espíritos , deve ser aproposta para o inter-relacionamento pessoal einstitucional e, acima de tudo,para os compromissos com osquais nos irmanamos: “[...] oEspiritismo nos solicita umaespécie permanente decaridade – a caridade da suaprópria divulgação”.

Antonio Cesar Perri deCarvalho

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12 O Espiritismo para todos Março de 2014

NO SERVIÇODO BEM

Ninguém alcança felicidadesem o trabalho de realizar afelicidade do próximo.

O trabalho pode acumulartodos os benefícios e facilidadesimagináveis, porém, se nãoauxiliar o seu semelhante, nãoterá paz.

O apóstolo Paulocompreendeu muito bem que oserviço no bem em favor dopróximo é a base para afelicidade do homem, por issoasseverou que podemos tudopossuir e tudo saber, porém, senão existir caridade, nadasomos.

Allan Kardec, o insignecodificador da Doutrina Espírita,aponta o devotamento aopróximo como recursoindispensável para a felicidadedo homem, afirmando: “Fora dacaridade não há salvação”.

Cumpre-nos observar que,se a caridade é fatorindispensável para a felicidadehumana, ela está, porém, aoalcance de todos.

Podem realizá-la tanto orico quanto o pobre, o sábio e oignorante, a criança e o idoso.

Desse modo, a senectudenão é impedimento para o

serviço de auxílio ao próximo eo idoso deve esforçar-se porempreendê-lo.

Jamais deve crer-seimpossibilitado de ser útil àspessoas, porque qualquercriatura, em qualquer condição,sempre tem algo de si a oferecer.

Não desvalorizará a simesmo dizendo: – “Quem sou eupara ajudar?… O que tenhopara oferecer?…”

Lembre-se de que é filhode Deus, que pode e deveauxiliar os semelhantes e quepossui um grande tesouro aofertar: a experiência.

Conta-se que João, oevangelista, em idade bastanteavançada, apesar das inúmerasdificuldades e limitações, jamaisdeixou de atender aos irmãosnecessitados.

Quando já bastantedebilitado, não se entregou àinércia, ofertando aos quebuscavam as palavras de bomânimo e esperança.

Assim, não afirme: – “Estouvelho”. Guarde jovialidade erecorde que apenas o corpofísico está desgastado pelotempo, porém o espírito é jovem.

Atenda, pois, ao dever da

fraternidade.Oferte um sorriso à

criança.Oriente o jovem.Visite um enfermo.Espalhe alegrias em

benefício de todos.Cultive esperança.

Confeccione um agasalhoou um singelo brinquedo parauma criança carente.

Colabore em uma entidadeassistencial.

Seja útil.Recordemos o pensa-

mento do Amigo de Assis: “…é

dando que se recebe”. E quemdá do pouco que possui semprerecebe do muito que aProvidência Divina tem aoferecer.

Pelo Espírito: Antônio

Carlos Tonini

Vida em Sociedade Pelo Espírito: Irmão X - Psicografado por: Luís Antônio Ferraz

É bem verdade que oprogresso e a c iv i l izaçãocriaram as grandes cidades,intensi f icando a vida emsociedade.

Entretanto quantascriaturas que, embora vivamem grandes metrópoles,cercados de pessoas portodos os lados, nãopermanecem distantesdelas!…

Para que o homemprogr ida e pleni f ique-se,torna-se indispensável a vidaem sociedade.

O idoso, conquanto sintaalgumas limitações impostaspelo desgaste do corpo físico,jamais deve se isolar daspessoas.

Envelhecer não significaestar impossibilitado para aconvivência com as pessoas.

O indivíduo que alcançoua Terceira Idade devepermanecer ativo na vida emsociedade.

Presente na intimidadefamiliar e igualmente presentenos relacionamentos sociais.

Mesmo quando aslimitações se acentuarem, osfamiliares devem auxiliar oidoso, acompanhando-o nolazer, a um passeio, uma visitafraterna, um concerto musical,etc…

A companhia dosfami l iares deve serconquistada por parte doidoso, através de suasolicitude, simpatia e carinhopara com os seus.

Muitas vezes, no seio dasfamílias o idoso permanece emverdadeiro abandono,totalmente esquecido.

Falta-lhe disposição paraconquistar os companheirosda prole e, por isso mesmo,decide-se pela reclusão, como propósito de não causaraborrecimento.Dentro dessecl ima, crê-se rejei tado,admitindo estar atrapalhandoa vida dos demais.

Por outro lado, osfamiliares, insensíveis às lutasda senectude, tendem para apostura mais fácil e cômoda,afirmando: -”Ele não tem maisidade para isso”.

Compreendamos que, emqualquer idade, o homemprecisa da vida em sociedade.

É, sem dúvida alguma, norelacionamento com aspessoas que o ser alimentaafetivamente e se estimula aviver.

Que os jovens auxiliem osidosos a conviver com asociedade, recordando queamanhã eles mesmos estarãoem idêntica condição.

Deus fez o homem para viver emsociedade, portanto a vida de isolamento

é contrária à Lei Natural.