O ENSINO DO PORTUGUÊS · PDF filePÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE...

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  • PS-GRADUAO EM ENSINO DE PORTUGUS LNGUA NO-MATERNA (PLNM)

    Universidade Internacional de LisboaCentro de Estudos Multiculturais

    GEORGIANA CONSTANTINA BRBULESCU

    O ENSINO DO PORTUGUSCOMO

    LNGUA ESTRANGEIRAPARA

    ALUNOS DE LNGUA ROMENAEM

    PORTUGAL

    Julho de 2005Lisboa

    GEORGIANA BRBULESCU CEM-UI PLNM - ALUNOS ROMENOS

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    NDICE

    I. INTRODUO

    1. A realidade multicultural no Portugal de hoje .............................................................................. 3

    2. A importncia do domnio da Lngua Portuguesa como lngua de acolhimento .......................... 3

    3. Polticas lingusticas europeias e portuguesas ............................................................................... 4

    II. ENSINO DO PORTUGUS PARA ALUNOS IMIGRANTES DE LNGUA ROMENA

    1. Quadro normativo ......................................................................................................................... 5

    2. Projecto PROFESSOR ASSISTENTE DA LNGUA MATERNA PARA OS ALUNOS DE LNGUAROMENA

    2.1 Apresentao do projecto ................................................................................................ 62.2 Fins e ganhos ................................................................................................................... 72.3 Avaliao inicial dos alunos ............................................................................................ 8

    DIAGNSTICO DO ALUNOA) Chestionar/ Questionrio ...................................................................................... 9B) Test predictiv de limb portughez/ Teste inicial de Lngua Portuguesa ........... 10C) Interpretao dos resultados ................................................................................. 10

    III. CONCLUSO ...................................................................................................................... 11

    IV. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 12

    GEORGIANA BRBULESCU CEM-UI PLNM - ALUNOS ROMENOS

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    I. INTRODUO

    1. A realidade multicultural no Portugal de hoje

    Uma nova realidade est a surgir de norte a sul de Portugal. Em consequncia do aumento do fenmenoda imigrao e do reagrupamento familiar, milhares de crianas e jovens esto a ser integradas nasescolas, em todos os nveis de ensino, sem saberem uma nica palavra de portugus. Os dados a nvelnacional desta realidade so ainda muito escassos.

    Um relatrio da Rede Eurydice UE (Setembro de 2004), sobre a populao imigrante estudantil em 30pases da Europa, apontava para a existncia em Portugal de um total de 89.540 crianas, jovens e adultosimigrantes no sistema de ensino (os dados reportam-se a 2000). O 1. ciclo registava 36.730 alunos, o 2.ciclo 14.056 e o 3. ciclo do Ensino Bsico contava com 19 065 imigrantes. No ensino recorrente(nocturno) os nmero de alunos era pouco significativo. O 1. ciclo regista 2.839 imigrantes, 2. ciclo1.503 e 3. ciclo 4.232 imigrantes. O 1. ciclo muito procurado pelos imigrantes da Romnia, enquantoque os nveis superiores so mais frequentados por imigrantes de Angola e Cabo Verde.

    No conjunto, os angolanos registavam o maior nmero de estudantes (14.081), seguidos doscaboverdianos (12.501), romenos (8.784), guineenses (4.507), brasileiros (3.057). Os alunos imigrantesoriundos de pases da UE eram 12.563.

    Estes valores, em relao aos imigrantes do leste da Europa (romenos, moldavos, ucranianos, russos) eaos brasileiros devero estar hoje muito aqum da realidade, dada o forte crescimento que estes gruposnacionais registaram desde 2001.

    2. A importncia do domnio da Lngua Portuguesa como lngua de acolhimento

    A sociedade multicultural de hoje coloca novos desafios ao dia-a-dia das escolas. Cada vez mais assalas de aula so o local de encontro de crianas das mais variadas origens: do bairro vizinho cidadedistante de um outro continente. Crianas e jovens de diferentes estratos socias, de vrias culturas,falando uma outra lngua ou diferentes registos da mesma, como por exemplo os romenos e os moldavos.

    Vm de outros sistemas de ensino. So filhos de estrangeiros ou de emigrantes portugueses regressados.Integram as escolas portuguesas mediante processos de equivalncias de habilitaes. O pior vem depois.Inscrito num ano de escolaridade especfico, sentado ao lado dos seus colegas portugueses, o jovemestudante do Leste, por exemplo romeno ou moldavo, arrisca-se a passar o ano incomunicvel. A escolanem sempre est preparada para lidar com tais alunos.

    Perante tais dificuldades muitos pais destes alunos acabam por aceitar, de forma resignada, o insucessoescolar dos seus filhos, muitos dos quais excelentes alunos nos seus pases de origem.

    Alis, o desconhecimento da lngua do pas de acolhimento constitui um dos maiores problemas dosimigrantes em qualquer parte do mundo. Quando no a conhecem ficam numa situao particularmentevulnervel. Obter as coisas mais simples torna-se frequentemente um pesadelo, pois redes de mafiososexploram de todas as formas estas dificuldades de comunicao dos imigrantes. por isso que procuramdesesperadamente encontrar outros compatriotas que os possam ajudar a sobreviver num meio que nemsempre hospitaleiro.

    Por outro lado, o desconhecimento a lngua do pas de acolhimento no permite a comunicao entre osimigrantes e os cidados do pas de acolhimento, o que poderia explicar algumas opinies dosportugueses sobre aqueles. Por exemplo, numas sondagens realizadas em 2002 e em 2004 (vd.bibliografia), 75% da populao portuguesa considerou os imigrantes brasileiros e africanos de expressoportuguesa alegres e bem dispostos, contra 23% que considerou o mesmo em relao aos europeus deleste. A maioria tambm considerou que os brasileiros e os africanos de expresso portuguesa sosimpticos e de trato fcil (63%), enquanto que apenas 35% disse o mesmo sobre os europeus de leste.No ser uma causa desta situao o facto de os brasileiros e os africanos de expresso portuguesafalarem a lngua portuguesa e os europeus de leste a falarem pouco ou mesmo nada, da resultando todauma dificuldade de comunicao e, por conseguinte, de mtuo conhecimento?

    GEORGIANA BRBULESCU CEM-UI PLNM - ALUNOS ROMENOS

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    3. Polticas lingusticas europeias e portuguesas

    O Conselho da Europa tem como primeiro objectivo promover e garantir a dignidade dos cidadosatravs do respeito pelos seus valores fundamentais: democracia e direitos humanos. Pretende aindachamar a ateno para a diversidade e identidade culturais e promover o entendimento entre povos. Nestecontexto, nos ltimos anos, tem desenvolvido uma srie de actividades relacionadas com polticaslingusticas e a aprendizagem das lnguas.

    A poltica educativa no campo das lnguas deveria facilitar a livre circulao na Europa, aumentar oconhecimento e a compreenso mtuas entre os povos da Europa, combater e/ou evitar preconceitos eintolerncia perante outras culturas e falantes de diferentes lnguas. Da decorre um leque de objectivosligados educao (desenvolvimento curricular, mtodos, investigao, polticas educativas, etc.)

    assim que, desde 1995, tm vindo a ser preparados dois documentos de importncia fundamentalneste domnio: o QUADRO EUROPEU COMUM DE REFERNCIA e o PORTFOLIO EUROPEU DELNGUAS, documentos que mereceram pareceres favorveis por parte dos diferentes pases membrosconsultados pelo Conselho da Europa, entre os quais Portugal, que tem prevista a elaborao de umPortfolio para ser utilizado, em Portugal, por estrangeiros aqui residentes.

    Em 1992, em Cambridge, foi criada a ALTE (Association of Language Testers in Europe), com osobjectivos de estabelecer nveis comuns de conhecimento das lnguas, estabelecer padres comuns para oprocesso de avaliao das lnguas e colaborar em projectos conjuntos e na troca de ideias e saberes.

    A Universidade de Lisboa faz parte da ALTE e tem um Centro de Avalio do Portugus LnguaEstrangeira (CAPLE) que, periodicamente, organiza exames concludos com diplomas de PortugusLngua Estrangeira de vrios nveis de conhecimento, em concordncia com os nveis estabelecidos pelaALTE.

    Por outro lado, Portugal tem vrias instituies ligadas ao ensino do Portugus como lngua estrangeira.No estrangeiro, o maior papel cabe ao Instituto Cames. E h ainda o Instituto Portugus do Oriente(IPOR). Alm disso, o Ministrio da Educao tambm pode colocar professores de portugus nos pasescom que tem acordos de intercmbio de professores.

    Em Portugal, as associaes dos imigrantes podem proporcionar cursos de portugus.O Alto Comissariado para Imigrantes e Minorias tnicas (ACIME), por sua vez, organiza cursos de

    portugus para imigrantes.Tambm o Instituto do Emprego e Formao Profissional (IEFP) tem vindo a implementar medidas e

    aces de formao, no mbito de um programa chamado Portugal Acolhe, com o objectivo deproporcionar aos cidados estrangeiros o acesso a um conjunto de conhecimentos, que envolvem acapacidade de expresso e compreenso da lngua portuguesa, como instrumento de plena integrao nasociedade portuguesa.

    E h ainda vrias instituies particulares que organizam cursos de portugus para estrangeiros.Os estrangeiros que aprendem portugus de uma forma ou outra, tm a possibilidade de fazer exames

    para obter certificados/diplomas de portugus lngua estrangeira no mbito do CAPLE.

    GEORGIANA BRBULESCU CEM-UI PLNM - ALUNOS ROMENOS

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    II. ENSINO DO PORTUGUS PARA IMIGRANTES

    A aprendizagem do portugus no seu nvel mais elementar constitui um imprescindvel instrumento desobrevivncia para os imigrantes. No entanto, a maioria destes, quando o consegue obter, acaba porabandonar os estudos, devido imperiosa necessidade de procurar outros recursos para poder sobreviver.Esta situao, muito gen