O empreendedorismo do ócio

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André Garcia Flist – Feira Literária de Santa Teresa Rio de Janeiro – RJ - 04/05/2013 O Empreendedorismo do Ócio Criador / CEO

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André Garcia, criador da Estante Virtual, maior portal de sebos do Brasil, defende o ócio como parte fundamental de um processo criativo que não deve ficar restrito ao tempo do trabalho, e aos negócios, mas também motivar uma revolução na forma em que empregamos nosso tempo livre.

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O Empreendedorismo do Ócio

André Garcia

Flist – Feira Literária de Santa Teresa Rio de Janeiro – RJ - 04/05/2013

O Empreendedorismo do Ócio

Criador / CEO

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O Empreendedorismo do Ócio

PARTE I

A FILOSOFIA DO ÓCIO

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O Empreendedorismo do Ócio

Sobre o ócio

-  Segundo o Houaiss:

1) Cessação do trabalho; folga, repouso, quietação, vagar.

2) Espaço de tempo em que se descansa.

3) Falta de ocupação; inação, ociosidade.

4) Falta de disposição física; preguiça, moleza, ociosidade.

5) Trabalho leve, agradável.

Sinônimos: folga, vadiagem.

-  Etimologia.

Tripalium – instrumento de tortura.

Labor – esforço penoso, dobrar-se sob o peso de uma carga, dor, sofrimento, pena

e fadiga.

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O Empreendedorismo do Ócio

Sobre o ócio (cont.)

-  Segundo a Igreja.

Os 7 pecados capitais: gula, avareza, luxúria, ira, inveja, vaidade e...

preguiça.

-  Segundo a sabedoria popular:

“Mente vazia, oficina do diabo.”

“A preguiça é a mãe de todos os vícios.”

-  Os gregos pensavam diferente:

Quem trabalhava eram os escravos.

As atividades não-físicas – política, estudo, poesia, filosofia – eram “ociosas”, dignas

somente dos cidadãos de primeira classe.

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O Empreendedorismo do Ócio

O Direito à Preguiça de Paul Lafargue

- Escrito em 1880.

- Título original: Le droit a la paresse

- Principais pontos:

-  Escrito em plena Revolução Industrial, quando eram recrutados para o trabalho fabril

grávidas e crianças de até 6 anos.

-  Jornadas de trabalho de até 16 horas eram aviltantes.

-  Crises de superprodução se deviam à falta de mercado consumidor, por conta dos

baixíssimos salários.

-  Crítica à ética do trabalho:

-  “Uma estranha loucura dominou as classes operárias das nações onde “reina a

civilização capitalista. Essa loucura traz como conseqüência misérias individuais e

sociais que há séculos torturam a triste humanidade. Essa loucura é o amor ao

trabalho, a paixão moribunda que absorve as forças vitais do indivíduo e de sua

prole até o esgotamento”.

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O Empreendedorismo do Ócio

Elogio ao Ócio de Bertrand Russell

- Escrito em 1935

- Título original: In Praise of Idleness

- Principais pontos:

- Crítica à ética do trabalho:

“Eu acho que se trabalha demais no mundo de hoje, que a crença nas virtudes do trabalho

produz males sem conta e que nos modernos países industriais é preciso lutar por algo

totalmente diferente do que sempre se apregoou.”

- Crítica à não-distribuição igualitária do ócio e do trabalho.

“A moderna técnica trouxe consigo a possibilidade de que o lazer, dentro de certos limites,

deixe de ser uma prerrogativa de minorias privilegiadas e se torne um direito a ser

distribuído de maneira equânime por toda a coletividade. A moral do trabalho é uma moral

de escravos, e o mundo moderno não precisa de escravidão.”

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O Empreendedorismo do Ócio

Elogio ao Ócio de Bertrand Russell (cont.)

-  Proposta: jornada de 4 horas diárias.

“Se o assalariado comum trabalhasse quatro horas por dia, haveria bastante para todos,

e não haveria desemprego – supondo-se uma quantidade bastante modesta de bom

senso organizacional.

-  Crítica ao entretenimento passivo que colonizou o ócio nas grandes cidades:

“Os prazeres das populações urbanas se tornaram fundamentalmente passivos: ver

filmes, assistir a partidas de futebol, ouvir rádio (...). Isto ocorre porque as energias

ativas da populaçãoo estão totalmente absorvidas pelo trabalho. Se as pessoas

tivessem mais lazer, voltariam a desfrutar prazeres em que participassem ativamente.”

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O Empreendedorismo do Ócio

O Ócio Criativo de Domenico De Masi

- Escrito em 2000.

- Título original: Ozio Creativo.

- Principais pontos:

-  Segue com o questionamento da centralidade do trabalho. E com a proposta de melhor

distribuição da riqueza, assim como da capacidade de produção.

-  Os indivíduos e a sociedade precisam ser educados a privilegiar a satisfação de

necessidades radicais: introspecção, convívio, amizade, amor e atividades lúdicas.

-  Simultaneidade entre trabalho e lazer.

“O Futuro pertence a quem souber libertar-se da idéia tradicional do trabalho como

obrigação e for capaz de apostar numa mistura de atividades, onde o trabalho se

confundirá com o tempo livre e o estudo. Enfim, o futuro é de quem exercitará o

`ócio criativo`”.

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O Empreendedorismo do Ócio

Ócio Criativo de Domenico De Masi (cont.)

- “(...) a plenitude da atividade humana é alcançada somente quando nela coincidem, se

acumulam, se exaltam e se mesclam o trabalho, o estudo e o jogo (...). Por exemplo, é o que

acontece comigo quando estou dando aula.”

Trabalho Estudo

Jogo

Nota: há que se acrescentar também em uma quarta dimensão, que é a ARTE. (!)

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O Empreendedorismo do Ócio

Devagar, de Carl Honoré

- Escrito em 2005.

- Título original: In praise of slow.

- Principais pontos:

-  Questiona nossa obsessão de fazer tudo mais depressa. Certas coisas precisam de

lentidão.

-  O excesso de horas no trabalho acaba nos tornando improdutivos, sujeitos a erros,

infelizes e doentes. (No Japão, já há o termo Karoshi, para designar morte por excesso

de trabalho.)

-  Lazer também é colonizado pela velocidade, e pela produtividade.

-  Certas coisas precisam de tempo: comunidade, família, amizade, amor.

-  Multitarefas: pode significar fazer duas coisas não muito bem.

-  Culto ao tempo real traz muito lixo informacional.

-  Impaciência reina. Episódios de fúria no dia-a-dia.

-  Síndrome da conectividade constante: viver é estar conectado.

-  Movimento Slow:

- Slow Food, Slow Sex, Slow Cities e Equilíbrio entre trabalho e vida.

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O Empreendedorismo do Ócio

Outros:

-  Nietzche, “Humano, demasiado humano”, 1878

“Todos os homens se dividem, em todos os tempos e também hoje, em escravos e

livres; pois aquele que não tem dois terços do dia para si é escravo, não importa o

que seja: estadista, comerciante, funcionário ou erudito.”

-  Mário Quintana, “Da preguiça como método de trabalho”, 1987

“A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar,

não teria inventado a roda.”

“A preguiça produtiva é na verdade o método de trabalho da poesia.”

-  Manuel de Barros: entrevista para o portal entretextos.com.br.

“Fui fazendeiro, pecuarista muitos anos para sobreviver. Mas quando pude comprar

meu ócio, comprei. Só no ócio pude voltar à poesia.”

-  E outros, muitos outros: Aristóteles, Montaigne, Adorno etc.

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O Empreendedorismo do Ócio

PARTE II

A LITERATURA DO ÓCIO

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O Empreendedorismo do Ócio

Alguns preguiçosos:

-  Macunaíma, de Mário de Andrade, 1928

“Ai que preguiça!”

-  Bartleby, o escriturário, de Herman Melvile, 1856

“Prefiro não fazer.”

-  Garfield, de Jim Davis, 1978

“Mais um dia que termina. Mais outro dia em que não fiz nada. Mais um dia

perfeito!”

“Odeio as segundas-feiras!”

“Dormir me abre o apetite, comer me dá sono... a vida é bela.”

- Certamente muitos outros ainda por catalogar.

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O Empreendedorismo do Ócio

PARTE III

O EMPREENDEDORISMO DO ÓCIO

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O Empreendedorismo do Ócio

O Empreendedorismo é motivado pelo Ócio

-  Libertação da jornada de 8/10/12 horas diárias. (após a maturidade da empresa, certo?)

-  Libertação da obrigação presencial no escritório. Possibilidade de mesclar trabalho e ócio.

-  Libertação da subordinação às tarefas determinadas por motivos e racionalidades alheias.

-  Libertação da repetição. Trabalho com criação. E com significado. (versus trabalho alienado)

-  Possibilidade de rigorosamente nunca mais trabalhar. (você vende a empresa por alguns

milhões, pega o cheque e vive o resto da vida no ócio criativo, ou mesmo na mais solene

preguiça).

- “Então, animado?”

- “Nem pensar. Parar de trabalhar nem pensar! Empreendedor que é empreendedor só

pára com 80 anos.”

...Voltaremos a esse ponto.

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O Empreendedorismo do Ócio

Internet: produtividade sem precedentes!

-  Temporalidade: assíncrona.

-  Interface virtual: auto-serviço e automatização sem precedentes. Ambiente preferido dos

Golens.

-  Pré-venda: 100% automatizado.

-  Pós-venda: idealmente, a um nível de serviço alto, baixo índice de solicitações.

-  Relacionamento e conteúdo: sempre precisarão de nós, humanos.

-  Marketing, comercial, administrativo, financeiro: idem, humanos indispensáveis.

-  Inovação: idem. Mas incrivelmente potencializada pelo ócio!

-  Pra além da internet: terminais de auto-atendimento virtualizando interfaces em lojas físicas

também.

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O Empreendedorismo do Ócio

O Ócio do Trabalho na Estante Virtual

-  Jornada: 6 horas diárias.

-  Maior qualidade de vida. (dos funcionários e do empreendedor!)

-  Maior disposição criativa.

-  Reapropriação do trabalho com prazer.

-  Atração de profissionais de altíssimo gabarito, por conta desse diferencial.

-  Produção igual ou maior nas áreas criativas. (Inovação!)

-  Áreas operacionais não têm a mesma “taxa de compressão” possível, então é

necessário contingente ligeiramente maior.

-  Salários: precisam ser equivalentes aos de 8 horas. (nem todos aceitam trocar dinheiro por

ócio)

-  Objetivo do trabalho: significado reapropriado, com missão cultural. Setor 2,5.

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O Empreendedorismo do Ócio

O Trabalho do Ócio

-  O treinamento para o ócio. Desaprender a virtude totalitária do trabalho.

-  Separando trabalho e ócio. (diferentes graus, conforme profissão).

-  “Descansar? Descansar de quê? Eu, quando quero descansar, viajo e toco piano.”

Arthur Rubinstein, pianista.

-  Empreendedor: notebook na piscina. Com operadora X seus emails te acham em

qualquer lugar.

-  Tipos de ócio: ócio ativo, com produção de si versus ócio passivo, objetal. (Industrialização

do tempo livre).

-  Racionalidade do ócio ativo: necessária desindustrialização também.

-  Produtividade

-  Tangibilidade

-  Competitividade

-  Movimento.

-  O ambiente para o ócio: grandes cidades são pensadas para o neg-ócio, não para o ócio.

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O Empreendedorismo do Ócio

O Trabalho do Ócio (cont)

-  O espírito empreendedor de um indivíduo não precisa estar apenas direcionado para o

mercado.

-  Relativizando ambições profissionais e financeiras sem fim. Sobre “sonhar grande”.

-  “Quanto maior a empresa/o salário, melhor? Certo?”

-  “Vamos dominar o mundo.”

-  “Talentos da maturidade.”

-  Opções (para empreendedores de sucesso ou para empreendedores exclusivamente do ócio):

-  Produção de si: hobbies, contato consigo mesmo, introspecção, equilíbrio, paz com

qualidade de vida.

-  Participação mais ativa na sua comunidade (há que se encontrar uma primeiro).

-  Participação mais ativa com amigos e familiares.

-  Integração de grupos em torno de atividades em que o empreendedor identifique

interêsses comuns. Exemplos: grupos de percussão, grupos de estudo, grupos de

atividades físicas etc.

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O Empreendedorismo do Ócio

FIM

Bibliografia e filmografia indicadas

Livros:

-  O Direito à Preguiça - Paul Lafargue, 1880

-  O Elogio ao Ócio - Bertrand Russel, 1930

-  A Economia do Ócio – Domenico De Masi, 2001 (contém ambos acima)

-  O Ócio Criativo - Domenico de Masi, 2000

-  Sobreviver ao Trabalho – Hermano Roberto Thiry-Cherques, 2004

-  Perspectivas Econômicas para os nossos Netos – John M. Keynes, 1930

-  Devagar – Carl Honoré, 2005

Filmes:

-  “A Agenda” (título original: “L’Emploi du Temps”)

Contato

Para trabalhar 6 horas por dia, enviem currículo para: [email protected]

Para conspirações ociosas: [email protected]

Slides

www.slideshare.net/AndreGarcia/o-empreendedorismo-do-ocio-20488347

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O Empreendedorismo do Ócio

OBS

Esta palestra não foi feita na praia.

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O Empreendedorismo do Ócio

FIM

Bibliografia e filmografia indicadas

Livros:

-  O Direito à Preguiça - Paul Lafargue, 1880

-  O Elogio ao Ócio - Bertrand Russel, 1930

-  A Economia do Ócio – Domenico De Masi, 2001 (contém ambos acima)

-  O Ócio Criativo - Domenico de Masi, 2000

-  Sobreviver ao Trabalho – Hermano Roberto Thiry-Cherques, 2004

-  Perspectivas Econômicas para os nossos Netos – John M. Keynes, 1930

-  Devagar – Carl Honoré, 2005

Filmes:

-  “A Agenda” (título original: “L’Emploi du Temps”)

Contato

Para trabalhar 6 horas por dia, enviem currículo para: [email protected]

Para conspirações ociosas: [email protected]

Slides

www.slideshare.net/AndreGarcia/o-empreendedorismo-do-ocio-20488347

Page 23: O empreendedorismo do ócio

O Empreendedorismo do Ócio

Anexo 1: enquetes com a equipe da Estante Virtual.

-  Enquete 1: “O que você faz nas 2 horas liberadas?”

-  “Dormir. Ver TV. Escrever. “

-  “Dormir. Jogar vídeo game. Manter-se atualizado. Trabalhar em projetos OpenSource. “ -  “Ler livros de ficção e estudar assuntos de computação. “ -  “Mini-projetos pessoais. Estudar. Voltar para casa de Petrópolis, onde tenho maior

qualidade de vida. “ -  “Atividade física. “ -  “Música e teatro. “ -  “Canto lírico, estudar para a faculdade e estudos diversos na área de informática. “ -  “Ioga, dança, francês. “ -  “Atividades físicas, domésticas e lazer ao ar livre. “ -  “Academia e dedicação ao filho pequeno. “ -  “Estudar algo interessante. Agilizar coisas relativas ao meu casamento. “ -  “Academia e aula de guitarra. “

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O Empreendedorismo do Ócio

Anexo 1 (cont)

-  Enquete 1: “O que você faz nas 2 horas liberadas?” (cont.)

-  “Ler, ver filmes e resolver tarefas cotidianas, além de ajudar a fazer site do pai e vender bijuterias que faço. “

-  “Faculdade, correr. “ -  “Escrever, estudar. “ -  “Descansar a cabeça.”

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O Empreendedorismo do Ócio

Anexo 1 (cont)

-  Enquete 2: “Foi difícil preencher esse tempo livre no início? Que sentimentos vieram

associados?”

-  “Estranheza em um primeiro momento, que foi seguido de melhor aproveitamento do tempo.“

-  “Não foi difícil. Sensação de que o pique é mantido fora do expediente.” -  “Não, nem um pouco.”

-  “Euforia pois finalmente poderia fazer muitas coisas que não tinha tempo. Felicidade e até agitação.”

-  “Nada difícil. Em um primeiro momento foi utilizado para descanso e relaxamento.” -  “Não. Ganho em produtividade e felicidade por poder ter tempo para seus hobbies.” -  “A dificuldade é canalizar essas horas livres para algo produtivo.” -  “Não. Alegria pela qualidade de vida e culpa por não fazer algo que renda dinheiro extra.” -  “Não. Sentimento de aumento de qualidade de vida.” -  “Foi fácil preencher o tempo e aproveitá-lo para também para descansar. Sensação de

inspiração constante.” -  “Melhor sensação é a de que não só trabalha, de que é possível fazer outra coisa da vida

que não trabalho.”

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O Empreendedorismo do Ócio

Anexo 1 (cont)

-  Enquete 3: Hobbies da equipe.

-  Instrumentos:

-  Violão

-  Guitarra

-  Cavaquinho

-  Baixo

-  Pífano

-  Pandeiro

-  Bateria

-  Violino

-  Saxofone

-  canto lírico

-  canto popular.

-  Esportes: corrida, acrobacia aérea, escalada, artes marciais (Aikido, Tae Kwon Do,

Boxe Tailandês), caminhada, andar de bicicleta.

-  Outros: bordado, culinária, teatro, escrever, ler.

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O Empreendedorismo do Ócio

Anexo 2: contexto econômico

- Ganhos exponenciais de produtividade tornam necessário redistribuir o trabalho.

- Desemprego estrutural: crescimento sem empregos. (202M desempregados no mundo em 2013.

Atualmente 73,8% do total são jovens. ).

- Superprodução: cada trabalhador brasileiro produz US$ 21 mil anuais. E ganha US$ 8,7 mil.(R$ 1.345

mensais; salário de admissão é ainda menor, R$ 1009, ou US$ 6,5 mil anuais).

-  OIT: “broken link between wages and productivity”

- Saturação dos mercados: hipercompetitividade traz alta dependência de inovação. Redução da

jornada dá insumo estratégico para esse diferencial competitivo.

- “O Pacto Mundial para o Emprego constitui a resposta mais urgente e ampla adotada pela

OIT, nos seus 90 anos de existência, para enfrentar uma crise econômica. O Pacto pede a governos e a

organizações de trabalhadores e empregadores que trabalhem unidos para enfrentar a crise mundial

de emprego com políticas que estejam alinhadas com o Programa de Trabalho Decente da OIT. (...) o

Pacto pede a adoção de medidas para manter as pessoas em seus trabalhos, para apoiar as empresas

e para impulsionar a geração e recuperação dos empregos, em combinação com o fortalecimento dos

sistemas de proteção social, em particular para as pessoas mais vulneráveis, integrando a

preocupação com a igualdade de gênero em todas essas dimensões.” OIT: Pacto Mundial para o

Emprego, firmado na 98ª conferência da OIT em 2009.

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O Empreendedorismo do Ócio

Anexo 2 (cont)

- “As empresas e o emprego estão desaparecendo. Encontrar uma solução para essa situação deve fazer

parte de uma resposta global.” OIT, Ibid.

- “No setor formal das economias em desenvolvimento, o trabalho em tempo parcial é ainda relativamente

inexistente, sobretudo devido aos baixos níveis de rendimento, que o torna impossível.”

OIT – Working Time Around the World, 2007.

-  Banco Mundial, no entanto, receita o contrário, mais produtividade:

“A América Latina deve empreender o que chamo de ‘Batalha pela produtividade’ se quiser fazer desta

década a melhor para a região”, declaração de Hasan Tuluy, vice-presidente do Banco Mundial para a

América Latina, na 16ª Conferência Anual do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), em set/

2012.