O dono 1 - rl.art.br · Nos porões das fabricas capitalistas, esgotam crianças, idosos...

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Transcript of O dono 1 - rl.art.br · Nos porões das fabricas capitalistas, esgotam crianças, idosos...

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O dono 1

O eu cínico 2

Inumanos 3

Utilidade operária 4

Hoje eu sei 5

Poeta do apocalipse 6

Ofício 7

Evolução (Involução) 8

As ruas são 9

Vejam o que lhe oferecem 11

Inquilinos 12

Conectados 13

Só sei 14

Todos no mundo 15

Reflexo 16

Democracia nula 17

Os reis,ditadores,presidentes e etc... 18

Contradição (Hino Nacional) 19

O assassinato 20

Rotina 21

País da bunda 22

O homem que não tinha nada 23

Cidade cinza 24

O dono

Conforme a sinfonia os pássaros cantavam,

as flores desabrochavam,

os orvalhos pingavam.

Ventos assobiavam uma doce melodia.

Com os acordes da natureza as árvores dançavam sincronizadas na coreografia.

As aves se levantavam de seus ninhos, voavam e pousavam nos lírios.

Os peixes nadavam nas águas calmas e cristalinas dos rios

Então os homens com suas moto serras,

seus carros, suas guerras,

sua ganância, seus caminhões,

seus tratores, desamores, suas construções,

suas pontes, seu esgoto,

seu lixo, seu combustível, seu porto, seu

semblante morto, seu corpo mórbido, sua

alma torpe, seu dinheiro sórdido, Seu

ódio!

Seu ódio!

Seu ódio!

Seu ódio!

Destruiu tudo, porque se achava dono...

1

O Eu Cínico

Se escrevo um verso alheio

com minhas palavras,

será mesmo que é meu sentimento que leio ?

Será mesmo que escrevo aquilo que creio?

Por onde anda o meu eu lírico?

Será que se tornou meu eu cínico?

E o que aconteceu com a inspiração pela vida, pelas flores e pelas mulheres?

Não sei! Acho que virei uma fabrica de produção em série

Muita quantidade...

Pouca qualidade...

Um vago eco de vaidade.

E praticamente inexiste verdade.

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Inumanos

É cada um com seu umbigo!

Seres inumanos, competidores de orgulho ferido.

Irracionais, desleais, atuantes por instinto.

Seres corroídos!

Vivem por si, desde que seus cordões umbilicais foram

rompidos. Ingerem doses de egoísmo,

Injetam na veia o cinismo,

Inalam seu poder fictício,

E vomitam suas leis sem sentido.

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Utilidade Operaria

Dentro dos seus carros com ar condicionado eles decidem.

O que nos oprime, semeiam discussões que nos dividem.

Aumentam passagens de ônibus, nos prendem na rotina.

De gerar lucro a custo de entregar nossa vida ao trabalho quase escravista.

Nos porões das fabricas capitalistas,

esgotam crianças, idosos alimentando a máquina consumista.

Enquanto nosso sangue e suor coloca a sua imagem nas capas de revistas.

Reluz o brilho do seu ouro no mundo escuro.

A custo de paradas cardíacas, pulmonares socializando a miséria nos lares.

Há 500 anos nos dominam, discriminam ,subestimam tomam nossa terra, invadem nossos mares.

Nos põem nas plantações!

Tiram o fôlego do nosso peito, arrancam a esperança de nossos corações!

Arrumam um pedaço de terra e enchem com indigência nossos corpos presos a seus grilhões.

Liberdade dada por vocês será nosso repouso nos caixões.

Nossa alforria, será quando nossa força se esgotar e não formos mais uteis a nossos patrões.

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4

Hoje eu sei

Novos mitos se criam, derrotam velhos moinhos.

Os opacos na espreita atiram pedras no caminho.

Pessoas desérticas, inóspitas como sahara.

Se unem, numa máquina de moer sentimentos que não

para. Novos rostos as claras,

entorpecidos por velhas máscaras.

Os olhos brilhantes num rosto

psicopata

Conhecem o cotidiano escravista num pensamento tecnocrata.

Novos mitos se promovem, criando seus próprios demônios.

Forjam suas batalhas, vitórias suas glórias e seus sonhos irrisórios.

Hoje eu sei, que com o passar dos anos todos querem ser reis.

Cerceam nossa colheita, ceifam a plebe impondo suas leis.

"Eu não dormi, mas não quer dizer que eu não sonhei"

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Poeta do apocalipse

Quando os griots sucumbirem.

Quando os acordes não existirem.

Veremos Corpos estáticos despidos.

O vento ecoa, o silêncio nas cabeças ocas através dos ouvidos. Argumentos debates discussões.

Se calaram aquietaram se nas aceitações.

Multidões iguais, faces sem sentimento.

Intrínsecos céticos, sem âmagos poéticos dirão quanto temos de afeto. Corações duros como concreto.

Talvez um dia, um pássaro cante e dê a cultura um sopro de alento.

"Elevaram o corpo alem da alma, da mente e das emoções.O desejo da

pele assassinou as emoções, as relações padronizando o fútil o

supérfluo e o material assim ceifaram a cultura"

"Seremos em pouco tempo objetos de uso e troca incapazes de crescer e amadurecer com os relacionamentos"

6

Oficio

Fazer bradar a voz calada,

resistir a opressão que impõem a nossas

casas. Sobreviver aos campos de batalha.

Arames farpados grades e cadeados.

Fingem nos proteger, enquanto na TV, existem jornais manipulados. O sensacionalismo liberado

Da voz a emersão de seres comprados.

Impedir esse plano de ser executado.

Lobotomia, alienação, inversão de valores.

A dicotomia mundial de classes, religiões, raças e cores.

Cultuam desamores enquanto as massas se dividem.

Os demagogos, estelionatários se unem e te oprimem.

Somos todos livres em liberdade condicional!

Enquanto lhe retiram a educação, a saúde, a cultura desviam seu olhar com o carnaval.

Te dão pão e circo e te fazem de palhaço no picadeiro central!

" O manifesto dos iguais é a denúncia do fosso que separa a igualdade formal"

7

Evolução (Involução)

O vazio da fome, o eco dos gritos no porão dos navios negreiros e nos campos de concentração.

Temperaram os oceanos com lágrimas e mancharam as terras com sangue.Com suor operário lubrificaram as engrenagens da evolução.

Destruíram povos e culturas num plano econômico genocida.

A "superioridade" nazista, o apartheid racista, a escravidão capitalista emergem do lado negro da alma materialista.

DNA selvagem travestido de ativista.

Que tem em primazia por cabeças em sua parede glorificando suas conquistas.

8

As ruas sao

As ruas são: redutos da desilusão,

lar da incompreensão,

morada vazia da fúria,

vozes bradantes da injúria,

eloquência permanente do perjúrio,

com tom avermelhado do mercúrio.

Sede da intolerância

Vitrine da ganância, seio

da desigualdade, Alma

mater das verdades,

caminho pavimentado a preconceitos,

estereótipos, sangues, raças, candidatos

eleitos, protestos, manifestos,

estupros, mortes, lagrimas, desafetos, momumentos de concreto,

pessoas, animais, objetos.

Lugar da verdade dos fatos,

fome frio, humanos e ratos.

Sobrevivendo das migalhas do

peculato. As ruas são: terapia para

insensatos,

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9

lugar de seres fragilizados.

Dicotomia entre dominantes e dominados.

As ruas são: vozes dos que estão calados.

“Não importa o que te digam, o que te mostram na TV, o que nossos

representantes discursam as ruas sempre mostrarão a real condição da

sociedade.”

10

Veja o que lhe oferecem...

"Saram" suas dores, invertem

seus valores, deturpam seus

amores, enchem sua mente de

horrores, suas mãos de

controles,

seus olhos de monitores,

sua ambição de motores,

seus pés de cores,

as cidades de torres, a

mídia de impostores,

manipuladores,

as lojas de consumidores,

sugando seus produtores,

esvaziam a escola de professores

e no final enchem a cova com seu corpo, seus sonhos, sua esperança e

algumas pétalas de flores...

"O manifesto dos iguais e a denuncia do fosso que separa a igualdade formal"

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Inquilinos

Inquilinos seculares esgotam nossos mares.

Fazem sinais de fumaça embaçando os olhares.

Constroem círculos, redes, laços.

Apenas distração para cortar os nossos braços.

Ditam o compasso, para reduzir tudo a pó nesse moinho.

Liberdade é condicional assistida pelas câmeras, século em que nenhum humano consegue ficar sozinho.

Tiram o toque da pele, abraços, afeto.

Põem o toque (touch) nos celulares, nos descartam como objetos, nos tornam selvagens em busca de sobrevivência na selva de concreto.

Dividem a sociedade pelo salário, pela cor e pelo credo.

"O manifesto dos iguais e a denúncia do fosso que separa a igualdade formal"

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12

Conectados

Conectados ao tubo da fantasia.

Nos tornamos reis na utopia,

Para esquecermos que somos plebeus no dia-a-dia!

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13

Só sei

Só sei, que nada sei...

pois tudo que sei,

faz parte da ideologia de vocês,

seus comandos, seus desatinos e suas leis...

nada sei...

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14

Todos no mundo...

É islã,crente,católico,testemunha de jeová espírita,filhos de inhasã.

Na epopéia,democracia,ditadura,comunismo,capitalismo,politéia.

Em Roma,Paris,Mariana,Síria,Washington pessoas em coma.

É presidente,czar,rei,fuhrer,1° ministro governando um povo dolente. Com pastor,prefeito,deputado,empresário explorando o trabalhador.

Televisão,igreja,escola em demagogia da alienação. Apologia,hipocrisia,apatia,olhares pedindo anistia.

No concreto,sangue,morte desafeto Nasce esperança,alento,sem

acalento,sofrimento,nos olhos de uma criança...

Todos no mundo exaurido.

Cada um por si...seres divididos.

Que fecham os olhos e tapam os ouvidos.

Para não ouvir seus próprios gemidos...

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15

Reflexo

O governo e reflexo da sociedade , se a sociedade se move por interesses individuais o governo também irá se mover.

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16

Democracia nula

Dialética some , acaba.

Império surge , desaba.

Informação manipula ,

Faz da eleição o que ? Democracia nula !

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17

Os reis, ditadores, presidentes e etc...

Agora eu vi o rei, os seus súditos e seu batalhão.

Eu enfrentava o clero maquiavélico e combatia seu poderio bélico com acordes de um violão.

Agora eu era louco pelo fato de pensar, de ver bem e o mal.

E o estado veio me acusar de apaziguar com poesia o caos.

Eu redigia leis e democratizava a poesia.

Observava a politéia, enquanto no meio da platéia ecoava sua sórdida sinfonia.

Os alemães e seus canhões, seus aviões e suásticas.

Me governava, me iludia e fazia com a eugenia o meu exílio da sua pátria.

Agora o sócrates era mudo e por aqui não questionava.

A gente cantava o hino, pisando nas flores sem saber pra onde marchava.

A união soviética, destruía minha poética e me chamava de burguês.

Agora eu era comunista, ateu, capitalista, judeu, cristão, terrorista, anti

semita, hippie e o porque eu não sei!

Depois eu pintava o rosto contra a ditadura, cantava com orgulho de ser brasileiro e apanhava dos homens de coturno.

Pra viver a democracia e perder pra urna que vota por mim e tanto faz se e primeiro ou segundo turno.

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18

Contradição ( Hino Nacional )

Silêncio as margens do Ipiranga, cala se o brado.

Do povo heroico traz se o choro melancólico e o murmurinho acomodado.

O por do sol da liberdade, escassou seus raios.

Apagou no céu da pátria, trazendo um eclipse que apagou até as estrelas do lábaro.

Com braço forte conquistamos a igualdade e se o penhor.

É o nosso peito a própria morte, surge a corrupção e o teu futuro espelha a terra seca de esperança e amor.

Teus risonhos lindos campos desmatamos.

Nossos bosques habitam a morte nas pétalas das flores caídas no chão, onde pisamos,

Que um Brasil de eterno amor seja sonhado.

Para um dia termos paz no futuro e glória no passado,

mas enquanto a clava forte não se ergue para justiça.

Os filhos teus que não fogem a luta, os filhos deste solo se tornam órfãos da mãe gentil, amada e omissa.

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19

O assassinato

Um corpo jaz no chão, coberto por um lençol.

O mundo ficou opaco, a lua fosqueou se pois o luto encerrou o brilho do sol.

Uma cena de luta é investigada no local do homicídio.

A vítima lutou pela sobrevivência e de seu assassino não sobraram mais vestígios.

A principio a vítima foi sufocada, sua face desfigurada se encontra embaçada.

E o sábio investigador lhe pergunta : onde você estava, na noite em que sua esperança foi assassinada ?

A vítima foi sufocada pelo ódio, morta a golpes de sonhos materiais.

Testemunhas confirmaram que a vítima era dependente de amor e

naquela noite lutou contra seu assassino, pois estava em abstinência e

depois do homicídio o réu foi encontrado também morto alguns

metros após a esperança pois ela foi a última a morrer e seu assassino

após o delito sem saber condenou a si próprio a pena de morte.

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Rotina

Na cidade é tudo frio.

Do rosto apático ao estomago vazio.

A íris pálida é coberta pela pálpebra abatida de sono. E

os homens vão, caindo como as folhas secas no outono.

No ônibus lotado habita um ar de luto.

Com uma viagem de silêncio ao invés de 1 minuto.

Ninguém se conhece, ninguém se olha.

Lágrimas caem secas no rosto aflito que nem se molha.

Preso na rotina, são vários mortos vivos.

Sem sentimento, trancado no pelos grilhões do patrão com olhar

nocivo. O sol se põe pois a frieza humana já chegou ao cúmulo.

E o navio negreiro ( ônibus ), leva os mortos vivos de volta aos seus túmulos.

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21

País da bunda

Vamos tirar o brilho das estrelas e do hino junto com a ordem e progresso da bandeira.

Pular na pipoca ao som do hit da micareta, para esquecer que a fome também habita em terra brasileira.

O samba de carnaval com bateria nota 10 alegoria,

10 em harmonia enquanto a mulata samba e os olhos negligentes

observam o desfile, a mente reclusa paga a garota que vende seu corpo a

uma alma fria.

Vamos abafar o grito as margens do Ipiranga.

Nos deixando ofuscar pelo brilho das miçangas.

Purpurina brilha no corpo da globeleza.

Diluindo o raciocínio do país do futebol, que vive abaixo e acima da linha da pobreza.

Ta faltando consciência.

Para o povo que não sabe usar nem a violência.

Uma nação tão vasta, que tem uma cultura latente.

Que exporta corpos, tá na hora do país da bunda se tornar o país da mente.

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22

O homem que não tinha nada.

Era um homem que não tinha nada, mas tinha um coração de menino.

Ele andava a pé pelas calçadas e era forte apesar de ser franzino.

Seu coração era forte, guerreiro e sonhador.

E ele continuava sorrindo, apesar de seu caminho ser de

sofredor. Ele não tinha nada, então usava roupa usada.

Ele só tinha um caderno e uma caneta, que era o que sua alma precisava. Ele ali descrevia o por do sol e o nascer da lua.

E onde todos só viam lixo ele ainda via cor nas ruas.

Ele descrevia o sorriso da sua amada que era sua alegria.

A distância não influía em nada, já que ela estava presente em sua poesia.

O homem que não tinha nada, tinha conhecimento e sabedoria.

E entre buzinas, motores e apitos ele ainda ouvia da vida uma doce melodia.

O homem que não tinha nada, dava um tapa com luva de pelica.

A quem vivia de aparatos na ilusão e ele de pé no chão só exibia uma alma rica.

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23

Cidade cinza

A aurora já vem embaçada pela fumaça.

Nuvens cinzas encobrem o azul do céu que lentamente se

escassa. Os pássaros migram em silêncio de luto.

Pelo ar fúnebre, que jaz em acordo mútuo.

Com a evolução que trabalha a todo vapor.

O cinza agrega o interior do coração que não reside o amor.

O tempo anda junto com a ganância, que traz apatia no olhar da criança. Que vive no deserto de arranha-céus, sufocando o verde da esperança.

A terra seca, folhas caem sem o sabor da brisa.

É a prova que o homem conseguiu se igualar ao tom fúnebre da cidade cinza.

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