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Obrigatório e transversal para formar equipas multidisciplinares É fundamental que as diversas organizações do saber agreguem esforços para que o ensino da oncologia seja obrigatório, trans- versal, permitindo a aquisição de competências e possibilite a formação de equipas multidisciplinares. Leia a opinião de Lúcio Lara Santos |Pag.12 Ensino de oncologia Cuanza Sul Aproximação dos serviços de saúde às populações reduz mortalidade materno-infantil em Seles. |Pag.16 Cuanza Norte Muito activo no combate ao VIH/Sida e pro- moção da ama- mentação materna. |Pag.18 Huíla Com médicos nacionais em todos os municípios e centros de saúde de excelência, a Huíla prepara-se para receber em Setembro três eventos científi- cos e a celebração do dia do tra- balhador da saúde. |Pags. 2 e 3 Províncias jornal Ano 6 - Nº 64 Agosto 2015 Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude a saúde nas suas mãos A N G O L A da Saiba quem são e o que investigam seis jovens médicos angolanos que querem entender melhor as causas das doenças mais prevalen- tes no país e introduzir, ou melhorar, as técnicas de prevenção ou tratamento. |Pags. 8 a 10 Jornadas de psiquiatria são em Outubro Abordar as questões relacionadas com patologias mais frequentes, no sentido de reduzir o sofrimento, dotar os participantes com conhecimentos que visem a mudança de consciência para a necessidade da reinserção social e inclusão da pessoa com doença mental e implementar estratégias para promover a saúde mental e o fortalecimento no atendimento e nos cuidados, são alguns dos objectivos das III Jornadas Científicas do Hospital Psiquiátrico de Luanda, a 2 de Outubro. Em simultâneo, uma exposição técnica. Entrevista com a directora Antónia de Sousa. Pag. 6 O Caminho do Bem European Society for Quality Research Lausanne EUROPE BUSINESS ASSEMBLY OXFORD Melhorar o diagnóstico precoce e salvar milhares de vidas Angola avança na investigação médica

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Obrigatório e transversal paraformar equipas multidisciplinaresÉ fundamental que as diversas organizações do saber agreguemesforços para que o ensino da oncologia seja obrigatório, trans-versal, permitindo a aquisição de competências e possibilite aformação de equipas multidisciplinares. Leia a opinião de LúcioLara Santos |Pag.12

Ensino de oncologia

Cuanza SulAproximação dosserviços de saúdeàs populaçõesreduz mortalidadematerno-infantilem Seles. |Pag.16

Cuanza NorteMuito activo nocombate aoVIH/Sida e pro-moção da ama-mentaçãomaterna. |Pag.18

HuílaCom médicos nacionais emtodos os municípios e centrosde saúde de excelência, a Huílaprepara-se para receber emSetembro três eventos científi-cos e a celebração do dia do tra-balhador da saúde. |Pags. 2 e 3

Províncias

jornalAno 6 - Nº 64Agosto2015Mensal Gratuito Director Editorial: Rui Moreira de Sá

MINISTÉRIO DA SAÚDEGOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA aude

a saúde nas suas mãosA N G O L A

da

Saiba quem são e o que investigam seis jovens médicos angolanosque querem entender melhor as causas das doenças mais prevalen-tes no país e introduzir, ou melhorar, as técnicas de prevenção outratamento. |Pags. 8 a 10

Jornadas de psiquiatria são em OutubroAbordar as questões relacionadas com patologias mais frequentes, no sentido de reduzir o sofrimento,

dotar os participantes com conhecimentos que visem a mudança de consciência para a necessidade da

reinserção social e inclusão da pessoa com doença mental e implementar estratégias para promover a

saúde mental e o fortalecimento no atendimento e nos cuidados, são alguns dos objectivos das III Jornadas

Científicas do Hospital Psiquiátrico de Luanda, a 2 de Outubro. Em simultâneo, uma exposição técnica.

Entrevista com a directora Antónia de Sousa. Pag. 6

O Caminho do BemEuropean Society for

Quality ResearchLausanne

EUROPE BUSINESS ASSEMBLY

OXFORD

Melhorar o diagnóstico precoce e salvar milhares de vidas

Angolaavança nainvestigaçãomédica

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2 EDITORIAl Agosto 2015 JSA

Conselho editorial: Prof. Dr. MiguelBettencourt Mateus, decano da Fa-culdade de Medicina a UAN (coor-denador), Dra. Adelaide Carvalho,Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos(Kaka) Alberto, Enf. Lic. ConceiçãoMartins, Dra. Filomena Wilson, Dra.Helga Freitas, Dra. Isabel Massocolo,Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Joseth de Sousa, Prof.Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Ma-ria Manuela de Jesus Mendes, Dr. Mi-guel Gaspar, Dr. Paulo Campos.

Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Redacção: Cláudia Pinto; Esmeral-da Miza; Francisco Cosme dos San-tos; Magda Cunha Viana.Corres-pondentes provinciais: Elsa Inakulo(Huambo); Diniz Simão (CuanzaNorte); Casimiro José (Cuanza Sul);Victor Mayala (Zaire) Publicida-de: Eileen Salvação Barreto Tel.: +244 945046312 E-mail: [email protected] Edição deste nú-mero: Cláudia Pinto, Magda Cunha

Viana; Fotografia:António Paulo Ma-nuel (Paulo dos Anjos). Editor:Marke-ting For You, Lda - Rua Dr. Alves daCunha, nº 3, 1º andar - Ingombota,Luanda, Angola, Tel.: +(244) 935432 415 / 914 780 462,[email protected]. Con-servatória Registo Comercial de Luan-da nº 872-10/100505, NIF5417089028, Registo no Ministérioda Comunicação Social nº141/A/2011, Folha nº 143.Delegação em Portugal: Beloura Of-

fice Park, Edif.4 - 1.2 - 2710-693 Sin-tra - Portugal, Tel.: + (351) 219 247670 Fax: + (351) 219 247 679E-mail: [email protected] Geral: Eduardo Luís MoraisSalvação BarretoPeriodicidade:mensal Design e maquetagem:Fernando Al-meida; Impressão e acabamento: DamerGráficas, SATransportes: Francisco Carlos de An-

drade (Loy) Tiragem: 20 000 exemplares. Audiência estimada: 80 mil leitores.

FICHA TÉCNICA

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O Jornal da Saúde chega gratuitamente às suas mãos graças

ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente

responsáveis que contribuem para o bem-estar dos angolanos

e o desenvolvimento sustentável do país.

QUADRO DE HONRAEmpresas Socialmente Responsáveis

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A situação não está fácil. Os orçamentos estão em baixa.Mas a saúde avança, registam-se esforços e há factos po-sitivos. A destacar nesta edição os projectos de investigação deseis jovens médicos angolanos. Põem o dedo na ferida:querem perceber melhor o que causa as doenças que te-mos no país para que se possa introduzir, ou melhorar, astécnicas para a sua prevenção, ou tratamento. Também nos próximos dois meses realizam-se, pelo me-nos, seis eventos científicos na área da saúde, o que revelaa dinâmica dos profissionais do sector. Destes, três são naHuíla – Congresso e Jornadas do Hospital Central, aosquais se associaram as Jornadas de Cardiologia. Por sua

vez, os farmacêuticos reúnem-se na sua II Semana e a saú-de mental estará em foco, já no início de Outubro, com asIII Jornadas Científicas do Hospital Psiquiátrico.Poliomielite zero. Mas as campanhas de vacinação não pa-ram. Saiba ainda o que se tem feito no Cuanza Norte e Sul.Leia as notícias da indústria e fique ciente de que há pelomenos um grupo empresarial decidido a abrir uma fábricade medicamentos no país. Finalmente, reflicta sobre o que nos diz a anciã – mãe deum dos dadores de sangue mais antigos – que completoueste mês 105 anos de vida.

Boa leitura!

O presente e o futuro

Rui MoReiRa de Sá

Director [email protected]

O QUE PROMETEMOS

AO LEITOR

A saúde é um estado de completobem-estar físico, mental e social,e não simplesmente a ausênciade doença ou enfermidade. Tra-ta-se de um direito humano fun-damental. A conquista de umelevado nível de saúde é a maisimportante meta social.A promoção da saúde pressupõeo desenvolvimento pessoal e so-cial, através da melhoria da infor-mação, educação e reforço dascompetências que habilitem pa-ra uma vida saudável. Deste mo-do, o leitor fica mais habilitado acontrolar a sua saúde, o ambien-te, e fazer opções conducentes àsua saúde. Prometemos contribuir para: – Melhorar e prolongar a vida doleitor, através da educação, infor-mação e prevenção da saúde; – Contribuir para se atingirem osobjectivos e metas da política na-cional de saúde e os Objectivosdo Milénio, através da obtençãode ganhos em saúde nas diferen-tes fases do ciclo de vida, reduzin-do o peso da doença;– Constituir um referencial deformação e um repositório de in-formação essencial para os pro-fissionais de saúde.Queremos estreitar a relaçãoconsigo, incentivando a sua par-ticipação em várias secções doJornal da Saúde. Envie-nos osseus textos, comentários e suges-tões.

E-mail:[email protected]: 932 302 822 / 914 780 462www.jornaldasaude.org www.ordemmedicosangola.org

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3ACTUAlIDADEJSA Agosto 2015

A Medtrónica, empresaangolana com experiên-cia relevante na área dosequipamentos médicos ehospitalares, entre osquais de imagiologia, tec-nologias de informação,consultoria e formaçãorecebeu o prémio inter-nacional Award for Excel-lence and Leadership,atribuído pela Global Tra-de Leaders` Club, num

cerimónia realizada re-centemente em Madrid.A distinção “veio refor-çar a necessidade e res-ponsabilidade de apostarna qualidade”, segundo oseu director-geral, Ma-teus Venâncio.

O prémio distinguiu empresasque se destacaram durante oano pela sua excelência naárea do marketing e dos negó-

cios em todo o mundo. “É umahonra estar entre as empresasdestacadas e a Medtrónica tersido notabilizada em termosde liderança de negócio. Fo-ram premiadas 30 organiza-ções de vários países do mun-do pelo que é uma distinçãomuito grande até porque, emAngola, a única empresa quese distinguiu foi a Medtróni-ca”, assegurou Mateus Venân-cio.

Empresa angolana na vanguarda

Medtrónica recebe prémio de excelência internacional

O centro médico Luanda Medical Cen-ter associou-se ao projecto de respon-sabilidade social “Dá Vida ao Futuro”, daRefriango. O projecto visa melhorar ascondições de vida de 166 crianças decentros de acolhimentos, de Luanda,através do apadrinhamento de cada

uma delas. O centro médico irá fornecer cui-

dados médicos às instituições apadri-nhadas por esta iniciativa, onde um pro-fissional de saúde se irá deslocar parafazer um check up mensal a todas ascrianças.

“O nosso objectivo com esta parce-ria é apoiar e acompanhar estas crian-ças de forma sustentada no tempo.Criar a igualdade num direito que é detodas as crianças, o acesso aos cuida-dos de saúde. Acreditamos que pode-mos fazer a diferença no presente, ofe-

recendo o bem mais precioso da vida:a saúde. Sem saúde nenhum sonho épossível. Queremos por isso ajudar arealizar sonhos e construir um futuro”,referiu a directora de marketing doLuanda Medical Center, Rita Matias.

A responsabilidade social consta do

ADN do Luanda Medical Center, tendoas crianças como prioridade. “A nossapreocupação principal reside essencial-mente em proporcionar o acesso aoscuidados de saúde e ao bem estar físicoe emocional de todas as crianças”, con-cluiu.

Luanda Medical Center dá saúde a projecto de responsabilidade social

A II Semana da Farmácia Angolanae a Expo Farma terão lugar no iní-cio de Outubro, em Luanda. Deacordo com o Bastonário daOFA, Boaventura Moura, o pro-grama científico “visa actualizar osnossos conhecimentos, partilharexperiências e debater as grandes

questões que se colocam ao sec-tor farmacêutico, à nossa farmáciaangolana, à profissão farmacêuticae à saúde em geral, reforçando ocompromisso do farmacêuticoangolano para com a excelênciana prestação de cuidados e servi-ços de saúde ao utente e à popu-

lação no seu todo, ao mesmotempo que fortalece a nossa clas-se e desempenho profissional”.Em simultâneo, decorre a ExpoFarma que vai reunir as principaisempresas fornecedoras de medi-camentos e equipamentos para asfarmácias.

Expo Farma 2015 em Outubro

“Todos os municípios daprovíncia da Huíla têm médicosnacionais”, disse ao JS o direc-tor provincial da saúde, AltinoMatias. A realização de estágiosno âmbito do projecto de assis-tência médica especializada àscomunidades foi a fórmula en-contrada por este responsávelpara atrair e conservar os jo-vens médicos. “Acções no ter-reno para verem onde é quesão mesmo precisos”. AltinoMatias continua a sua “busca in-cessante” de mão-de-obra es-pecializada. “Conseguimos con-tratar um gastroenterologista,um ortopedista e um ginecolo-gista para o Hospital Central”.A DPS está a finalizar o planoprovincial de saúde, “procuraum espaço para o centro orto-pédico e precisa de apetrecharo psiquiátrico”. Mas a grandeaspiração, é a construção deuma unidade cardiológica, comum perfil de formação e maisbarata do que as outras duasexistentes no país. “Queremos

que os médicos angolanosaprendam a fazer e não fique-mos dependentes de estrangei-ros. E queremos evitar a neces-sidade de transferências de

crianças para Luanda”, concluiu.Lubango acolhe, este ano, a

celebração do dia do trabalha-dor da saúde, a 25 de Setem-bro.

Huíla já tem médicos nacionais em todos os municípios

O director-geral da Medtrónica, Mateus Venâncio, ladeado pela Conselheira Comercial e pela Pri-meira Secretária da Embaixada de Angola em Espanha, respectivamente Paula Lisboa e CláudiaLiberato, na cerimónia da atribuição do prémio, em Madrid

VICE-GOVERNADORA DA HUÍLA, MARIA JOÃO CHIPALAVELA “Todos os nossos municípios dispõem de cen-tros de saúde de referência, as nossas comunas têm posto médi-co, e a faculdade de medicina formou este ano 74 jovens médi-cos. A municipalização veio mudar muito”.

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4 ActuAlidAde Agosto 2015 JSA

Angola não regista nenhum casode poliomielite há cinco anos

nO município de Cazengarecebeu há poucos dias asessão de abertura da pri-meira fase da campanha davacinação contra a polio-mielite por se tratar do localonde se registou o últimocaso de vírus isolado da pa-tologia, em 2010. Estiverampresentes a Directora Pro-vincial de Saúde de Luan-da, Rosa Bessa, represen-tantes da Unicef, Organiza-ção Mundial da Saúde, au-toridades nacionais e so-ciedade civil. Através desta campanha

serão vacinadas cinco mi-lhões de crianças em todo oterritório nacional e um mi-lhão e trezentas mil emLuanda. Cada municípioda capital recebeu 1500 do-ses de vacinas. A vacinacontra a poliomielite é umserviço básico oferecidopelo executivo angolanodisponível durante todo oano nos postos de saúde,incluída na vacinação de

rotina disponibilizada peloMinistério da Saúde. De acordo com Rosa

Bessa “faltam apenas doismeses para que a Organiza-ção Mundial da Saúde de-clare Angola como sendoum país livre da poliomieli-te. A vitória sobre o vírusenquadra-se nos ganhosdos 40 anos de indepen-dência sobretudo pelo es-forço que o executivo ango-lano tem vindo a fazer atra-vés de campanhas de sensi-bilização para reforço dasvacinas de rotina, desde adécada de 90”. Foi ainda re-forçada a ausência de con-traindicações e de dor naadministração da vacina.“Apelamos aos encarrega-dos de educação e aos téc-nicos de saúde para conti-nuarem a apostar na lutacontra a poliomielite parabem das crianças. São elasque saem a ganhar”.

Nenhuma criança ficará por vacinar

A coordenadora da cam-panha de vacinação deLuanda, Felismina Neto,

garantiu que “graças aosesforços de todos os profis-sionais e vários outros in-tervenientes no processode vacinação, Luanda en-contra-se há cinco anossem notificar nenhum casodo poliovírus selvagem,mas há que continuar ascampanhas de rotina parase reforçar e manter o con-trolo epidemiológico destapandemia, na capital e emtodas as províncias, de for-ma a adquirir-se a certifica-ção da erradicação dadoença no país”. É funda-

mental que a primeira faseda campanha seja “um su-cesso através do envolvi-mento e da participaçãoactiva da população e téc-nicos de saúde porque a va-cina visa aumentar a imu-nidade dos menores decinco anos contra as trêsespécies de vírus assim co-mo manter os métodos queimpossibilitam a transmis-são da pólio”, acrescentou.No que respeita aos vacina-dores, foram recrutados se-gundo o seu local de resi-dência, contando com a co-laboração dos presidentesdas comissões de morado-res ou coordenadores deáreas, que andarão de casaem casa a certificar-se quenenhuma criança fica semvacina nos dois dias emque a mesma será adminis-trada. Além desta facilida-de, a vacinação ocorreráainda em postos fixos e emlocais de grande concen-tração de pessoas, comopor exemplo, escolas, igre-jas, mercados, paragens deautocarros e táxis.

Apoio internacional“O Sistema das NaçõesUnidas, em estreita colabo-ração com a Iniciativa paraa Erradicação da Pólio, rea-firma o apoio às autorida-des angolanas no contribu-to que o país dá neste gran-de empreendimento de es-cala mundial que esta pró-ximo de alcançar uma se-gunda grande vitória desaúde pública”, declarouFrancisco Songane, repre-sentante da Unicef em An-gola, na cerimónia de lan-çamento desta campanha.

Francisco cosme dos santos

com cláudia Pinto

É um caso de sucesso emAngola: a poliomielite estápraticamente erradicadagraças aos avanços na áreada vacinação. Mas esta éuma luta à qual não se podedar tréguas. Por esse moti-vo, o Ministério da Saúdeacaba de lançar a primeirafase de vacinação contra adoença com o objectivo deimunizar todas as criançasmenores de cinco anos.

Campanha nacional para erradicar a doença no país

FRANCISCO SONGANE"Reafirmamos o apoio dasNações Unidas"

FELISMINA NETO "Há quereforçar e manter o controloepidemiológico"

É um dever de todas as mu-lheres mas também um di-reito. Há que sensibilizar asentidades patronais a per-mitir que as suas funcioná-rias continuem a alimentaros seus filhos com leite ma-terno quando a licença dematernidade termina. A Or-ganização Mundial de Saú-de defende o aleitamentomaterno exclusivo até aosseus meses de idade e Ango-la promoveu algumas activi-dades para sensibilizar asmães que ainda não o fa-zem.

Francisco cosme dos

santos comcláudia Pinto

Promover o apoio multissectorialcom o objectivo de informar a so-ciedade sobre a importância doaleitamento materno foi uma dasmissões da semana mundial daamamentação, este ano subordi-nada ao tema: “amamentar: direi-to da mulher no trabalho”. de 1 a7 de agosto, vários técnicos desaúde realizaram actividades desensibilização aos cidadãos, entreas quais, palestras nos hospitaismunicipais da província de luan-da, escolas, igrejas e mercados,abordando as vantagens do alei-tamento materno e esclarecendodúvidas. Foram ainda realizadosconcursos de fotografia de mãesque amamentam os seus filhos apeito, de forma a despertar aatenção de outras recém mãesque não cumprem este procedi-mento para que tenham em con-ta que o leite materno é o primei-ro alimento para as crianças. a co-memoração da semana mundialdo aleitamento materno faz par-te do reforço das actividades queo Gabinete Provincial de saúde deluanda tem vindo desenvolverem prol do aleitamento maternoque se estendeu até ao final domês de agosto.

ajudar as mulheres que nãotêm os seus direitos protegidosdepois de adquirida a licença departo e fortalecer a legislaçãonacional e a sua implementaçãoenvolvendo todos os parceirosdirectos no processo em defesada mãe trabalhadora foi tambémum dos grandes motes da co-memoração desta efeméride.Por outro lado, pretendeu dotaras mães de maior responsabili-dade no que respeita à amamen-tação saudável.

Crescimento seguro e saudável“o leite materno fornece os me-lhores nutrientes possíveis paraproteger a criança de doenças e

para que cresça saudável e forte.além de seguro, o aleitamentomaterno contém vitaminas, anti-corpos, proteínas e defende o or-ganismo das crianças da invasãode microrganismos, o que já nãoacontece com o leite artificial for-necido ao bebé através de bibe-rão que dificilmente se mantémlimpo devido ao permanentecontacto com bactérias”, expli-cou Filomena Pinheiro da olivei-ra, chefe do departamento doPrograma de saúde infantil eadolescente do Gabinete Pro-vincial de saúde de luanda, no ar-ranque da semana mundial. o lei-te materno visa a satisfação e obem-estar das necessidades vitaisdas crianças, razão pela qual, notempo quente e de maior calor,satisfaz naturalmente a sede dascrianças pois contém percenta-gens de água na sua composição.“antes dos seis meses, se foremdados outros líquidos à criança, amesma mamará menos, o quepode influenciar no seu cresci-mento e desenvolvimento”,acrescentou a responsável. todasas crianças que são amamentadasartificialmente podem aparentar“gozar de boa saúde” mas doponto de vista médico “apresen-tar ou conter no seu organismouma quantidade de gordura forados critérios regulamentados pe-la amamentação”, afirmou.

existem mães que amamen-tam apenas nos primeiros dias devida dos bebés e deixam de o fa-zer após a licença de maternida-de alegando que não podem con-tinuar a dar de mamar quandovoltam a trabalhar optando pelobiberão. “a melhor forma deamamentar uma criança quandose trabalha é recorrendo à reti-rada do leite, através de buchasou de frascos devidamente lim-pos e secos, conservando-o porum período máximo de seis ho-ras”, explicou Filomena Pinheiroda oliveira.

Aleitamento maternoexclusivo até aos seismeses previnedoenças infantis

A campanha em números

13 mil equipas.

de vacinação.

26 mil vacinadores.

13 mil supervisores.

Stock de oito milhões

de doses de vacinas.

Serão vacinadas cinco

milhões de crianças em

todo o território nacional e

um milhão e trezentas

mil em Luanda.

Cada município da capital

recebeu 1500 doses de

vacinas.

FILOMENA DE OLIVEIRA"O leite materno fornece osmelhores nutrientes possíveispara proteger a criança dedoenças"

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5publicidAdeJSA Agosto 2015

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6 SAúde mentAl Agosto 2015 JSA

nA saúde mental dos ango-lanos ainda não se encontranum nível aceitável. É senti-da a estigmatização, a faltade inclusão da pessoa comdoença mental na família ena sociedade. Esta realidadefoi sublinhada por Antóniade Sousa, Directora do Hos-pital Psiquiátrico de Luan-da, numa entrevista a pro-pósito das III Jornadas Cien-tíficas que acontecerão a 2de Outubro próximo. Se-gundo os dados estatísticosdo hospital relativos ao pri-meiro semestre de 2015, fo-ram diagnosticadas váriaspatologias do foro mental ecomportamental. Cerca de527 dos pacientes apresen-taram este tipo de transtor-nos devido ao consumo ex-cessivo de álcool e drogas,512 casos foram seguidosdevido a esquizofrenia e 427pessoas apresentaramtranstornos mentais orgâni-cos.

Os números falam por simas acompanhados da “no-tável preocupação por partede algumas famílias sobreesta questão”, assinalou aresponsável. Estas doençasapresentam várias causas,desde factores genéticos eambientais, familiares, só-cio-económicos ao stress.“Temos como desafios aeducação, a promoção da

saúde mental e a interven-ção comunitária contandocom a ajuda da comunica-ção social”, alertou. Devidoà maior consciencializaçãodas famílias no sentido deacolherem os pacientes emresidências de familiares e àmaior preparação dos servi-ços de saúde, no ano de2014, deu-se um avançoconsiderável. “Em 2014, foifeita a reinserção no meiosócio-familiar de cerca de695 pacientes distribuídospor várias províncias dopaís”, referiu Antónia deSousa. Por outro lado, ac-tualmente, o número de pa-cientes internados passoude “400 para 150”. A Direc-tora do hospital referiu que“na realidade, ainda é umdebate diário o processo dereabilitação e recuperação,a falta de suporte social e in-clusão da pessoa com doen-ça mental, nas famílias e nasociedade, com incidênciado agravamento da doençae na hospitalização sistemá-tica”.

Antónia de Sousa adian-tou que “o número de pro-fissionais ainda não respon-de à demanda, mas estemesmo problema tem sidoultrapassado, porque empsiquiatria trabalha-se comuma equipa multidiscipli-nar, da qual fazem parte

médicos, psicólogos, enfer-meiros, assistentes sociais,terapeutas ocupacionais,farmacêuticos e outros”. Aequipa multidisciplinar éfundamental para que seconsiga atingir os maioresobjectivos que garantem obem-estar físico psíquico dapessoa com doença mental.Além da formação científi-ca, qualquer profissionalque trabalhe na área de saú-de mental deve ter como re-quisito o amor ao próximoque se associa à humaniza-ção dos serviços de saúde,com níveis elevados de éticae deontologia profissional”.Todos os pacientes que pa-decem de qualquer doençamental devem ser vistos pe-los técnicos como se tratas-sem de um familiar directouma vez que são muitas ve-zes estigmatizados pela fa-mília e pela sociedade.

Texto: Francisco cosmE dos san-

Tos com cláudia PinTo

Fotos: Paulo dos anjos

Os transtornos mentaismais frequentes no HospitalPsiquiátrico de Luanda ser-vem de mote para a realiza-ção das próximas JornadasCientíficas de Saúde destainstituição. Abordar as ques-tões relacionadas com pato-logias mais frequentes, nosentido de reduzir o sofri-mento e o seu número, do-tar os participantes com co-nhecimentos que visem amudança de consciência pa-ra a necessidade da reinser-ção social e inclusão da pes-soa com doença mental eimplementar estratégiaspara promover a saúdemental e o fortalecimentono atendimento e nos cui-dados são alguns dos objec-tivos do evento.

“Em 2014, foifeita a reinserçãono meiosociofamiliar decerca de 695pacientes emvárias provínciasdo país”

“Temos comodesafios aeducação, apromoção dasaúde mental e aintervençãocomunitáriacontando com aajuda dacomunicaçãosocial”

Como melhorar a saúde mental?

A Directora do Hos-

pital Psiquiátrico de

Luanda deixa alguns

conselhos.

­—­As­pessoas­devemaprender­a­respeitar­o­so-frimento­alheio­e­a­coloca-rem-se­no­lugar­dos­outrospara­valorizar­a­sua­dor.—­Há­que­melhorar­a­co-municação­nas­famílias.—­Diminuir­as­críticas­des-trutivas­apesar­dos­aconte-cimentos­negativos­que­sevivem­diariamente,­comoproblemas­afectivos,­labo-rais,­sociais­e­o­aparecimen-to­de­doenças.—­­É­importante­conven-cer­um­familiar­com­sinto-mas­de­doença­mental­aprocurar­um­especialista,tranquilizando-o­quanto­aofacto­de­que­isso­significaestar­“doente”­e­que­pedirajuda­quando­se­tem­neces-sidade­é­um­sinal­positivo­enão­de­fraqueza.—­Os­doentes­não­devemser­classificados­como“problemáticos­ou­loucos”.Precisam­de­ser­compreen-didos­e­jamais­estigmatiza-dos­e­classificados­comodesviantes­da­sociedade.—­­O­doente­jamais­devesofrer­sozinho.

Antónia de Sousa

Ajudar a reflectir sobre a saúde mentalSob o lema “Hospital Psiquiátrico de Luanda SempreFirme na Assistência da Pessoa com Doença Mental”, asIII Jornadas Científicas têm como principais objectivosreflectir e promover a reinserção da pessoa com saúdemental na família e na sociedade e dar a conhecer aospresentes a importância do serviço de psiquiatria nasaúde mental. Por outro lado, pretende-se capacitar osprofissionais, como médicos de clínica geral ao nível deestratégias para promover a saúde mental e fortalecer oatendimento e os cuidados prestados aos pacientes.As jornadas realizam-se dia 2 de Outubro e destinam-sea todos os profissionais de saúde, estudantes e todos osinteressados mediante inscrição prévia. Os temas aabordar serão o alcoolismo, a abordagem psicológicano transtorno de ansiedade social, o uso de anti-depres-sivos no Hospital Psiquiátrico de Luanda, a assistência deenfermagem na pessoa com doença mental, a reinser-ção sociofamiliar, entre outros. É precedido por cursossobre Oligofrenia, Psicoterapia: enfoque sexual e Trans-torno de Aprendizagem na Criança e no Adolescente.

III Jornadas Científicas

As III Jornadas Científicas doHospital Psiquiátrico de Luan-da realizam-se a 2 de Outubro

ANTÓNIA DE SOUSA "O Hos-pital Psiquiátrico Luanda temuma atitude de compreensão e,ao mesmo tempo, de firmeza naassistência da pessoa com doen-ça mental, suas famílias, cuidado-res e sociedade em geral"

“A maior ajuda que os familiares podem dar à pessoa com doença mental é convencê-laa procurar um especialista”

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7publicidAdeJSA Agosto 2015

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8 INVESTIGAÇÃO Agosto 2015 JSA

nO aumento de investigaçãomédica em áreas relaciona-das com doenças de maiorprevalência em Angola é ne-cessário para poderem sermelhor entendidas as causasdas patologias e, assim, sereminovadas ou melhoradas no-vas técnicas de prevenção outratamento.

A constatação desta ne-cessidade levou seis médicosangolanos a apresentar, emLisboa, projectos de investi-

gação, que serão desenvolvi-dos em Angola, no âmbito deuma parceria entre a Funda-ção Eduardo dos Santos (FE-SA) e a Fundação CalousteGulbenkian (FCG).

Durante dois meses, osbolseiros integrados na par-ceria FESA/FCG trabalharamem vários institutos portu-gueses de excelência.

Os projectos poderão lan-çar pistas para a identifica-

ção de outras patologias«Este projeto é prova do forta-lecimento das relações entreos nossos dois países e povose as nossas instituições», afir-mou João de Deus, Director-geral da Fundação Eduardodos Santos (FESA).

A qualidade dos trabalhosdesenvolvidos foi avaliada deuma forma muito positivapor parte dos dois orientado-res dos estágios, António Ma-nuel Mendes, investigador do

Instituto de Medicina Mole-cular, e João Lavinha, espe-cialista do Departamento deGenética Humana do Institu-to Ricardo Jorge.

Este último, que colaboracom Angola, desde 2007, noestudo da anemia falciforme,

doença que, segundo a médi-ca Cristina António, poderáatingir cerca de 20% da popu-lação angolana, afirmou quese estão a criar em Angola“oportunidades de investiga-ção praticamente únicas”.

Técnicos do Instituto Ri-

cardo Jorge têm-se desloca-do, desde 2007, a Luanda eCaxito para fazer formação econtribuir para a transferên-cia de tecnologia que permi-tirá a clínicos angolanos daros primeiros passos em inves-tigação, adiantou o especia-

lista, sublinhando que os in-vestigadores médicos estarãocertamente melhor prepara-dos para seguir os seus doen-tes do que um médico que sófaz clínica.

António Manuel Mendes,responsável pela seleção doscandidatos, sublinhou que oprograma FESA/Gulbenkianpermite aos bolseiros familia-rizarem-se com o ambientede um laboratório de investi-gação de alto nível e, ao mes-mo tempo, levá-los a levanta-rem questões de saúde públi-ca e a procurarem, de formametódica objetiva formas dediagnóstico e possibilidadesde terapias.

«Neste sentido, penso queesta é uma oportunidademuito importante para a for-mação destes jovens futurosinvestigadores» que, por estavia, ganham as ferramentasque vão ajudar a determinara sua carreira, acrescentou.

Cristina António, médica de ClínicaGeral e monitora de Bioquímica e Ge-nética da Faculdade de Medicina daUniversidade de Katyavala Bwila, deBenguela, alertou para o elevado nú-mero de crianças que em Angola mor-re de drepanocitose (anemia falci-forme), muitas das quais sem um diag-nóstico.Na proposta de projecto de investiga-ção designado “Hemoglobinopa-

tias na província de Benguela”

Cristina António, que no âmbito daparceria FESA/Gulbenkian, estagiouno Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa,referiu que a sua proposta “trará be-nefícios para o sistema de saúde dopaís, por se tratar de um problema desaúde pública e uma doença crónica.Além de “aumentar a base de da-

dos científicos sobre Angola, oprojecto, pelas inquietações que irãosurgir a partir dos resultados obtidos,vai evidenciar a necessidade de criaroutros estudos e programas preventi-vos para a população em condições depobreza extrema, que tem pouco oudifícil acesso à assistência médica”, dis-se“Conhecendo a sua prevalência, fazen-do o diagnóstico precoce, que levará aum tratamento atempado da doença,

irá ajudar a diminuir amorbi-mortalidade in-fantil e contribuir para acriação de um programade aconselhamento para ca-sais de risco, fornecendo informa-ções para que possam decidir se que-rem, ou não, ter filhos”, adiantou.As hemoglobinopatias são doen-

ças causadas por mutações ou

distúrbios da hemoglobina hu-

mana (molécula que, quando normal,se junta aos glóbulos vermelhos e per-mite o transporte de oxigénio e nu-trientes para todas as células do orga-nismo desenvolverem as suas fun-ções).Em Angola são detectados

anualmente nove mil novos ca-

sos de portadores de drepanoci-

tose

A especialista referiu que todos osanos nascem, no mundo, mais de 300mil crianças com anemia das células fal-ciformes, das quais cerca de 75% nascena África Subsaariana, onde mais de50% morre antes de atingir os cincoanos de idade por infecção, ou anemia,e muitas vezes sem diagnóstico. Não temos dados “reais” sobre a pre-valência da drepanocitose em Angolamas existem estudos de uma pe-

quena amostra da

população de Luan-

da que revelam uma

prevalência de 20% de

drepanocitose, disse. “Ainda existe um elevado

número de crianças no nosso

país que morre desta doença,

muitas das quais sem diagnósti-

co, devido a problemas socioeco-

nómicos”.

Cristina António pretende determi-nar a prevalência da drepanocitose es-pecificamente na província de Bengue-la e investigar outras hemoglobinopa-tias que possam surgir (por exemplopor rastreio), utilizando algumas técni-cas já existentes e usadas no laborató-rio do Centro de Apoio ao DoenteAnémico, localizado no Hospital Pe-diátrico David Bernardino.A especialista vai ainda caracterizar

o efeito modulador da alfa Talas-

sémia (também é uma hemoglo-

binopatia)em doentes drepanocíti-cos – casos específicos, visto que esta(alfa talassemia) é um dos factores be-néficos no doente drepanocítico, pelofacto de melhorar o quadro clínico(diminuindo o número de crises dre-panocíticas), e os parâmetros hemato-lógicos e bioquímicos”, disse.

Anemia Falciforme

Magda Cunha Viana

Estão a ser criadas em Ango-

la “oportunidades pratica-

mente únicas” de investiga-

ção, as quais poderão permi-

tir uma identificação mais

eficaz e precoce das causas

de doenças com elevada inci-

dência no país e que anual-

mente causam milhares de

mortes.

Angola avança com investigação médicaque poderá melhorar o diagnóstico precoce e salvar milhares de vidas

“Pela observação posso

dizer que, em 10 crian-

ças com malária, cerca

de seis a sete têm ane-

mia”,afirma o médico Lu-mami.O projecto apresenta-do por Kitenge Emanuel Luma-mi, licenciado pela Faculdade deMedicina da Universidade Katyaval Bwila, em Ben-guela, que estagiou no Instituto de Medicina Molecu-lar de Lisboa, pretende identificar a incidência de ane-mia em crianças dos zero aos 14 anos com maláriapor Plasmodium falciparum, atendidas na pediatriado Hospital Geral de Benguela durante 6 meses. Osresultados do estudo servirão para melhorar o ser-viço de saúde pública, tendo uma estimativa dos ca-sos e a terapia utilizada, evitando o uso desnecessáriodos anti anémicos. As crianças com malária desenvolvem facil-

mente a anemia pela imunidade reduzida e a

fisiopatologia da doença.Durante a fase sanguí-nea, o Plasmodium falciparum, em forma de esquizon-te, rompe os eritrócitos causando a anemia hemolíti-ca. Muitas vezes a anemia nesta faixa etária complicao quadro clínico, levando ao falecimento da criança.A classe médica pretende evitar o uso desnecessáriodos anti anémicos (com suplementos de ferro) porhaver evidência, em alguns estudos científicos, de queo ferro em excesso favorece a expressão clíni-

ca da malária em algumas áreas endémicas.

O ferro na infecção da malária pelo Plasmodium

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9publicidAdeJSA Agosto 2015

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10 INVESTIGAÇÃO Agosto 2015 JSA

O “Estudo comparativo das sequelas

neurocognitivas em crianças com

malária cerebral tratadas com arte-

sunato ou quinino" foi proposto por An-tónio Capitão, residente na especialidadede Medicina Interna no Hospital Geral deBenguela. “O objectivo é avaliar os efeitosde regimes terapêuticos anti maláricos nodesenvolvimento de défices neurocogniti-vos e comportamentais em modelos ani-mais e em crianças com Malária Cerebral(MC). Para o efeito serão analisados

três grupos de crianças em idade es-

colar, residentes em Benguela

Um grupo de crianças com MC que foi tra-tado em internamento hospitalar com arte-sunato, um segundo grupo de crianças tra-tadas com quinino, e um terceiro grupo

(controlo) de crianças sem histó-ria de MC. As crianças com

MC serão avaliadas por

testes neurocognitivos

no dia da alta hospitalar

e novamente passado

um mês. O grupo de con-

trolo será avaliado ao mes-

mo tempo que os grupos que

receberam tratamento, com a reali-

zação de duas avaliações, num inter-

valo de um mês. De acordo com a litera-tura internacional e a Organização Mundialde Saúde (OMS), a MC é uma das com-

plicações mais letais de malária por

Plasmodium falciparum, afectando

sobretudo crianças, sendo responsávelpor uma elevada taxa de mortes relaciona-

das com malária em África. Em 2013, estima-se que a malária

terá morto 528 mil pessoas, se-gundo um relatório de 2014,da Organização Mundial deSaúde. A MC é uma causa

importante de sequelas

neurológicas, especificamen-

te sensoriais, motoras, bem como

de défices cognitivos e alterações

comportamentais.

Assim, regista-se um défice auditivo e doprocessamento e velocidade motora damão dominante, espasticidade, afasia moto-ra, cegueira e epilepsia. O défice cognitivoinclui alterações severas, tais como a perdada memória visual, da abstração perceptuale da capacidade de aprendizagem.

As alterações comportamentais incluemhiperactividade, impulsividade e défice deatenção, bem como comportamentosagressivos, frequentemente autodestruti-vos. Os efeitos colaterais das terapêuticasanti maláricas são conhecidos: o quininotem efeitos hipoglicemiantes e o artesunatoefeitos anti-inflamatórios. No entanto, éescassa a informação disponível sobre osefeitos das diferentes terapêuticas anti ma-láricas no défice cognitivo duradouro emcrianças com MC. O projecto pretende

contribuir para a melhoria dos dife-

rentes regimes terapêuticos estabe-

lecidos para o tratamento da malária

cerebral e a prevenção das graves se-

quelas neuro cognitivas em crianças

angolanas.

Malária Cerebral em crianças – tratamento com artesunato ou quinino

“Os factores de risco de perfuração intestinal

por salmonela entérica na população hospi-

talar de Benguela” foi a proposta de projecto deAntónio Ramalho Lopes, médico licenciado pela Fa-culdade de Medicina da Universidade Katyavala Bwi-la, com estágio ao abrigo do FESA/Gulbenkian noInstituto de Higiene e Medicina Tropical, em Lisboa. O objectivo geral do projecto é avaliar factores derisco de perfuração intestinal por salmonela enté-

rica serotipo tiphy.

Os objectivos específicos passam por compa-

rar métodos de diagnóstico para a febre tifoi-

de (reacção de Widal, cultura e proteína C reactiva),determinar níveis de resistência da bactéria aos anti-bióticos utilizados na primeira linha para o tratamen-to da doença e, finalmente, determinar a prevalênciade pacientes diagnosticados com febre tifoide noHospital Geral de Benguela (HGB) no período de Ja-neiro a Dezembro de 2016.António Lopes avaliará um determinado número depacientes, independentemente da idade, sexo ou ra-ça, com sinais e sintomas sugestivos de uma febreentérica, sem tratamento antibiótico nos últimos 7dias. O tamanho da amostra será calculado com base nosdados de prevalência do ano anterior naquela unida-de hospitalar. O especialista pretende identificar os factores de ris-co presentes na população de Benguela que justifi-quem o elevado número decasos de febre tifoide

com perfuração intestinal.

António Lopes sublinhou a importância da utilizaçãode meios de diagnóstico seguros para poderem serdetectados níveis de resistência da bactéria aos anti-bióticos mais utilizados na prática clínica, evitando as-sim o fracasso no tratamento médico e consequen-tes complicações, como por exemplo a perfuraçãointestinal. “Este projecto tem todo o interesse para a

população angolana, pois a febre tifoide é

uma das principais causas de morte do país,

principalmente devido às complicações co-

mo a perfuração intestinal, que requer uma

intervenção cirúrgica de urgência.

Perfuração intestinalpor salmonela entérica

Eduarda de Sá daCosta Freire, li-cenciada emOdontologia pe-la UniversidadePrivada de Angola(UPRA), escolheuestagiar na Faculdadede Medicina Dentária da Universidadedo Porto por querer aprofundar o “Es-

tudo do controle do implante os-

teointegrado numa população

adulta angolana”.

“Pacientes endentados parcial, ou total-mente, necessitam de enxerto ósseo pa-ra reabilitação protética fixa com suces-so”, disse. Tendo em conta que este procedimentoafecta um grande número de doentes dacidade de Luanda, este estudo torna-seimportante. De acordo com Eduarda Freire o objec-tivo geral “é avaliar o controlo clínico doimplante osteointegrado numa popula-ção adulta angolana. O objectivo especí-fico é estudar os factores que envolvema oste integração do implante e a carac-terística da cicatrização”.Uma semana após a colocação do im-plante será efectuada a avaliação clínicacom remoção de sutura, fotografia pa-dronizada da ferida cirúrgica e radiografiapanorâmica. Três meses depois será feitauma avaliação clínica e cirurgia de coloca-ção do parafuso de cicatrização do sítiocirúrgico e radiografia panorâmica.Uma semana após a segunda cirurgia(colocação do parafuso de cicatrização)será analisada a cicatrização.Seis meses depois será feita uma avalia-ção clínica e aplicação das coroas meta-locerâmicas, Ao cabo de 12 meses realizar-se-á a con-sulta de controlo.

Estudo do implanteosteointegrado

“Caracterização do segui-

mento clínico da população

adulta hipertensa encaminha-

da na consulta de cardiologia

em Angola”, projecto inseridono Estudo dos factores de riscocardiovascular numa populaçãoadulta de Angola, do Centro de In-vestigação em Saúde de Angola, foia proposta de Justino Caquarta, li-cenciado em Enfermagem Geralno Instituto Superior de Ciênciasde Saúde (ISCISA) da UniversidadeAgostinho Neto em 2012.Os resultados do projecto

servirão para traçar as princi-

pais estratégias na luta contra

as doenças cardiovasculares.

“O projeto tem como objetivoprincipal caracterizar a adesão aoseguimento clínico da populaçãoadulta reencaminhada na consultade cardiologia nas províncias deLuanda e Bengo, disse o investiga-dor que estagiou no Instituto deSaúde Pública, da Universidade doPorto.O objetivo final do projecto éidentificar as oportunidades parauma melhor prevenção, manuten-ção e promoção de estilos de vidasaudável para doenças cardiovas-culares, em particular a hiperten-são arterial. Os casos clínicos específicos a se-rem estudados serão efectuadosno serviço de cardiologia nos Hos-pitais de Luanda e Bengo.Neste projeto pretende-se estu-dar doentes encaminhados paraconsulta de cardiologia com pres-são arterial elevada, doentes a to-mar medicação anti-hipertensiva,doentes com valores elevados de

glicemia, isto é, mais de 126 mg/dlem jejum ou mais de 180 mg/dl senão estiverem em jejum, colesteroltotal acima de 200 mg/dl ou trigli-céridos acima de 150 mg/dl e comalterações no ECG. Pessoas com estas característicassão seguidas ao longo de 10 anos,com follow-up a cada dois anos.O projeto pretende ser o início doprimeiro estudo de coorte pros-pectivo em Angola de doentes se-guidos em consultas de cardiolo-gia. A coorte será recrutada nosHospitais Américo Boavida, JosinaMachel, Clínica Girassol, ClínicaMultiperfil e no Hospital Geral doBengo, entre Janeiro e Junho de2016. Com os resultados do presenteestudo poderão criar-se estraté-gias para aumentar ou incentivar amaior participação dos doentes noseguimento clínico da patologiaem questão, através do controloda hipertensão na comunidade, oaumento do nível de conhecimen-to dos portadores da doença esuas complicações, assim comomelhorar a relação profissionalsaúde-paciente.Estudos de base populacional

para investigar a adesão e os

fatores associados ao trata-

mento da hipertensão arte-

rial em Angola são escassos.

Angola carece de dados sobre vigi-lância nacional em saúde, nomea-damente ao nível das doenças car-diovasculares, sendo por isso rele-vante a realização de estudos so-bre hipertensão arterial, a sua evo-lução e o tratamento ao longo dotempo.

Hipertensão arterial na população adulta

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nO envelhecimento da po-pulação está associado aum aumento das doençascrónicas, entre as quais asdoenças oncológicas. Estassão hoje a primeira causade morte nos países desen-volvidos, mas estão emcrescendo nos países emdesenvolvimento, e já têmum lugar de relevo no pa-

norama nosológico nacio-nal. Quando o diagnósticoé tardio os custos humanose económicos para o seutratamento são relevantes.

Um conhecimento sóli-do sobre os vários aspectosda oncologia é hoje essen-cial. O diagnóstico e a de-terminação do estádio dadoença oncológica são as-pectos basilares, neste do-mínio. Assim, não só a perí-cia clínica, como os examesauxiliares de diagnóstico,imagiológicos, laborato-riais, entre outros, são a ba-se para que, de forma cor-

recta, se defina o plano decuidados.

Conhecer as opções te-rapêuticas existentes, osseus riscos e benefícios, oscustos, os resultados obti-dos na prática clínica docentro em que se trabalhasão saberes fundamentaispara uma decisão clínicaadequada e segura.

É fundamental garantira qualidade dos cuidadosprestados nesta área damedicina. A qualidade doscuidados médicos é tradi-cionalmente medida combase na sobrevivência glo-

bal. Em oncologia é tam-bém importante conhecera sobrevivência livre de re-cidiva. A morbilidade e amortalidade medem os re-sultados de um tratamento.

Para que haja qualida-de nos cuidados, não deve-mos ignorar que estes de-vem ser centrados nodoente, seguros, efectivos,realizados em tempo útil,eficientes e equitativos.

A percepção do doenteem relação aos cuidadosprestados e a sua opiniãosobre todo o processo, defi-nindo o que é por ele con-sentido, constitui outro as-pecto crucial. Para a toma-da desta decisão, o doentee os familiares necessitamde informação adequada.

Todo este conhecimen-to não deve ser apreendidoapenas com a experiênciaprofissional adquirida du-rante a prática clínica, poisesta pode ser muito diver-sa, não é sistematizada epode não ser reprodutível.Pelo contrário, a aquisiçãodestas competências deveresultar de um ensino orga-nizado, actualizado e ava-liado. A unidade curricular- Oncologia.

Equipe multidisciplinarA equipe multidisciplinar éa forma mais fácil e inteli-gente para que ocorra amaximização do saber, agarantia de qualidade noscuidados e para que os re-sultados obtidos sejam osmelhores. Esta equipe en-volve médicos de várias es-

pecialidades, mas tambémoutros grupos profissio-nais, entre os quais médi-cos dentistas, enfermeiros,nutricionistas, farmacêuti-cos, físicos, fisioterapeutas,terapeutas da fala, técnicosde radiologia, entre outros.Estes quadros são forma-dos nas escolas de saúde,tanto estatais como priva-das.

O ensino de Oncologia,na maioria destes cursos,não ocorre de forma orga-nizada. É muitas vezes es-porádica, dispersa, e nãovisa o ganho de competên-cias e a integração da equi-pe multidisciplinar. O ensi-no das especialidades mé-dicas visa muitas vezes ascompetências específicas,mas a formação em onco-

logia não é sistematizada.Estes factos são barrei-

ras reais pois criam dificul-dades de comunicação, decooperação e de referen-ciação.

Temos que intervir! Hámuito a fazer! É nosso deverajudar a formar quadros. Éfundamental que todos, asdiversas organizações dosaber em oncologia – socie-dades científicas, as univer-sidades, as várias Ordensprofissionais, os colégiosde especialidade, os orga-nismos de decisão do Esta-do – agreguem esforços pa-ra que o ensino de oncolo-gia seja obrigatório, trans-versal, permitindo a aquisi-ção de competências e pos-sibilite a formação dasequipes multidisciplinares.

12ONCOLOGIA Agosto 2015 JSA

Lúcio Lara SantoS

Professor Doutor, oncologista cirúrgico

e assessor do iacc

oncocir-angola

Ensino de oncologia: o momento é de mudançaFormar a equipe multidisciplinar

“É fundamental que todos, as diversas organizações do saber em oncologia,as sociedades científicas, as universidades, as várias Ordens profissionais, os colégios de especialidade, os organismos de decisão do Estado, agreguem esforçospara que o ensino de oncologia seja obrigatório, transversal, permitindo a aquisição de competências e possibilite a formação das equipes multidisciplinares”

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14 indúStriA Agosto 2015 JSA

nDe acordo com este respon-sável “as prioridades do grupoconsistem no reforço da par-ceria com o Ministério da Saú-de e as respectivas autorida-des regulamentares – Direc-ção Nacional de Medicamen-tos e Equipamentos e Inspec-ção Geral da Saúde –, com aPolícia Económica e o INA-DEC, em garantir a acessibili-dade de medicamentos damaior qualidade e ao melhorpreço à população – para, se-guindo a estratégia do Minis-tério da Saúde, proporcionarmais e uma melhor saúde emAngola – e em ajudar, no queestiver ao nosso alcance, nocombate à contrafacção demedicamentos, como aliás te-mos vindo a fazer em Angola ena China onde criminalmenteactuámos contra cinco fabri-cantes, e seus proprietários,que faziam contrafacção dosnossos produtos e de outrasmultinacionais europeias”.Há mais de 30 anos em

África e há 14 em Angola, aShalina oferece uma amplagama de fármacos que “visamsuprir as necessidades de tra-tamento de diversas patolo-gias agudas e crónicas presen-tes no continente, estandopresente em nove países, de-signadamente na Nigéria, Re-

pública Centro Africana, Qué-nia, Camarões, Gabão, CongoBrazaville, República Demo-crática do Congo, e Zâmbia,para além de Angola, é claro”.No país, opera directamentenas províncias do Uíge, Ma-lange, Lunda Sul, Huambo,Benguela, Huíla e Luanda,“estando em contínua expan-são”, refere.A África Pharmacy dispo-

nibiliza medicamentos em di-versas categorias terapêuticas,desde os anti-infecciosos, an-ti-bacterianos, anti-fúngicos,anti-parasitários, anti-helmí-ticos, anti-maláricos e anti-alérgicos, até a fármacos parao sistema nervoso central,aparelho cardiovascular, ge-niturinário, locomotor, diges-tivo, dermatologia e outrosusados em afecções otorrino-laringológicas, oculares, hor-monais e ainda para o trata-mento de doenças endócri-nas, enfim, uma panóplia deprodutos médicos e hospita-lares diversos. Entre estes, osantibióticos, anti-bacterianos,anti-parasitários, anti-helmí-

ticos, anti-maláricos, produ-tos de nutrição, para o sistemanervoso central, antipiréticos,produtos cirúrgicos e soluçõeshospitalares, são os que têm ti-do mais procura. “Nestas e emoutras categorias, somos umdos principais fornecedoresdas unidades hospitalares dopaís”, assegurou.

Concorrência desleal e preços altos

Para o director-geral da Shali-na, “no mercado farmacêuti-co constata-se muita concor-rência desleal pelo facto deexistirem vários operadoresque não têm nenhum alinha-mento com os requisitos regu-lamentares do Ministério daSaúde, infringirem as boaspráticas de armazenagem edistribuição dos medicamen-tos e copiarem os produtos daShalina, optando assim mui-tas vezes pela infracção ao ní-vel da imagem, de patentes epela contrafacção. Como par-ceiros do sector, sempre queconstatamos estas situações,denunciamos os infractores àsautoridades. A exemplo disso,

estão na Procuradoria-Geralda República três processoscontra três empresas que in-fringiram a imagem, patentese que copiaram alguns dosnossos produtos em Angola”.Os medicamentos em An-

gola “são caros porque, na ca-deia de valor, desde a produ-ção até à chegada ao paciente,há vários intermediários. Ca-da um destes adiciona a suamargem de lucro sobre o pre-ço a que adquiriu o produto. Enão há ainda, no país, a impo-sição legal de um tecto máxi-mo. Para nossa satisfação, asautoridades regulamentaresdo Ministério da Saúde já ini-ciaram este processo. A agra-var, acrescem as variações ve-rificadas na taxa de câmbio, osdireitos alfandegários, as cres-centes dificuldades na trans-ferência de verbas para a im-portação de produtos estraté-gicos, não esquecendo osatrasos de pagamento aos for-necedores, por parte de algu-mas entidades públicas”, sus-tenta.João de Barros apela ao re-

forço das políticas do Ministé-rio da Saúde que regulam adistribuição de medicamen-tos e os seus preços, à firmezano combate à contrafacção,na regulamentação das em-presas que operam em Ango-la e a facilitação das transfe-rências monetárias para o ex-terior para importação dosprodutos. “Com estas medi-das, os angolanos poderãoaceder com maior facilidade amedicamentos mais baratos”.A África Pharmacy empre-

ga 180 trabalhadores em An-gola. Tem com missão “garan-tir produtos de qualidade apreços acessíveis disponíveispara as populações, num mo-delo de proximidade”, con-clui.

Francisco cosme dos santos

com rui moreira de sá

A Shalina Healthcare pers-pectiva abrir uma fábrica demedicamentos e um novocentro de distribuição emLuanda “num futuro nãomuito distante”, segundo re-velou ao JS o director-geralda África Pharmacy, João deBarros, empresa que repre-senta, em exclusivo, estamarca no país.

África Pharmacy

De acordo com João de Barros, “os produtos daShalina, produzidos na China e Índia, são extre-mamente seguros e eficazes para o tratamentodas doenças mais comuns. E temos oferta dispo-nível”. Segundo o director-geral “as nossas instalaçõesfabris regem-se pelas normas das boas práticasde fabricação da OMS - Organização Mundial deSaúde. O nosso sistema de gestão de qualidadefoi certificado segundo a norma NS: EN ISO9001:2008, bem como por autoridades regula-doras do sector farmacêutico de diversos paí-ses, como o Quénia (PPB), a Nigéria (NAF-DAC), o Gana (FDS) e a República Democráticado Congo (MOH)”, disse.“Como é mundialmente sabido, a Índia tem qua-lidade ao nível dos quadros técnicos e da tecno-logia diferenciada no sector farmacêutico, razãopela qual a maioria das multinacionais neste sec-tor, quer europeias, quer norte-americanas, ad-quirem os seus princípios activos e detêm uni-dades fabris, ou subcontratam a fabricação dosseus fármacos, na Índia e, mais recentemente, naChina. “Controlamos toda a cadeia de valor, desde aselecção e aquisição dos princípios activos, pas-sando pela fabricação, até à fase da distribuição,o que nos permite garantir uma melhor qualida-de e preços mais competitivos nos países emque estamos presentes, entre os quais Angola”. Os nossos produtos são testados em laborató-rios internacionais independentes na Índia, Chi-na, em Inglaterra (Sellect) e em Portugal (LEF).Esta realidade é reconhecida e mereceu a con-fiança das autoridades do País. “Entre as mais deduas centenas de empresas de distribuição demedicamentos que operam no mercado, a Di-recção Nacional dos Medicamentos e Equipa-mentos (DNME) que no processo de registo deLaboratórios Farmacêuticos a operar em Ango-la, identificou 17 laboratórios farmacêuticos queestá a qualificar, entre as quais a África Pharmacy– Shalina Healthcare, com autorização para de-sempenharem suas actividades comerciais nestano país”.

A qualidade dos medicamentos da Shalina

Shalina prevê instalar uma fábrica de medicamentos em Angola

JOÃO DE BARROS "O re-forço da parceriacom o Ministérioda Saúde, e respec-tivas autoridadesregulamentares,constituem as prin-cipais prioridadesdo Grupo"

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15publicidAdeJSA Agosto 2015

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Aproximação dos serviços de saúde às populaçõesreduz taxa de mortalidade materno-infantil em Seles

nA aproximação dos serviçosde saúde às populações nomunicípio do Seles, provínciado Cuanza Sul, está a contri-buir no melhoramento da as-sistência médico-medica-mentosa às populações, comimpacto imediato a reduçãoda mortalidade materno-in-fantil, e da diminuição dedoenças que assolavam os ci-dadãos.O facto foi anunciado ao

Jornal da Saúde pelo chefe deRepartição Municipal daSaúde do município do Seles,Genito Segunda Micheiro,que realçou os ganhos alcan-çados desde o início da im-plementação do Programados Cuidados Primários deSaúde ao nível do município,com destaque para a constru-ção de unidades sanitárias edo seu apetrecho no meio ru-ral, a aquisição de equipa-mentos, bem como o recruta-mento de pessoal técnico pa-ra fazer face às exigências. Oresponsável afirmou na oca-sião que “a municipalizaçãodos serviços de saúde é umapaixão, porque traduz a lei dopoder local”, tendo manifes-tado o optimismo quanto aoalcance dos indicadoresquantitativos e qualitativosna componente da assistên-cia humanizada nas comuni-dades.Genito Segunda Micheiro

adiantou ainda que o êxito al-cançado deve-se também àscampanhas de sensibilizaçãoem larga escala sobre as com-ponentes de promoção dasaúde e prevenção de doen-ças nas comunidades. Outroganho apontado prende-secom “a superação perma-nente dos técnicos de saúde,com recurso aos cursos de

promoção para o escalão mé-dio na Escola de FormaçãoTécnica da província”.Porém, manifestou preo-

cupação sobre o reduzidonúmero de enfermeiros queestá a condicionar no atendi-mento face à procura dos ser-viços pelos cidadãos. Consi-derou ainda que a situaçãotranscende as autoridades domunicípio, passando sobre-tudo pelos concursos públi-cos.

— Como está a situação sa-nitária no município do Se-les?— Em primeiro lugar, devodizer que a situação sanitáriado município do Seles não fo-ge à regra da conjuntura so-cial da província e do país emgeral mas está provado e osindicadores mostram que aimplementação do Progra-ma Municipal dos CuidadosPrimários de Saúde tem per-mitido vários os ganhos, des-de a massificação do acesso àassistência médico-medica-mentosa das populações, atéà qualidade dos serviçosprestados. É, sem sombra pa-ra dúvidas, a “varinha” mági-ca do sucesso que temos re-gistado nos últimos anos.Devo realçar também que

a situação sanitária do muni-cípio do Seles atingiu altospatamares, e conta com mui-tas infraestruturas de saúde euma gama de serviços, pres-tes a atingir o nível da presta-ção das grandes unidades sa-nitárias da província doCuanza Sul.É verdade que ainda te-

mos grandes desafios pelafrente, para podermos atingiros objectivos, que se relacio-nam com a aproximação dosserviços de assistência e hu-manização dos serviços dasaúde nas comunidades.Quanto às infraestruturas eao corpo clínico, temos orgu-lho de informar que o muni-cípio do Seles possui uma re-de sanitária composta porum hospital municipal, umcentro de saúde materno-in-fantil e 23 postos de saúde. Osector privado está tambémpresente ao nível da saúdecom duas clínicas e um cen-tro médico, com uma gamade serviços para satisfazer asnecessidades dos pacientes.Quanto aos recursos hu-

manos, a situação clama porum incremento de mais mé-dicos, técnicos de diagnósticoe terapêuticos e enfermeiros

de vários escalões, bem comode pessoal auxiliar. No activo,contamos com sete médicos,dos quais três nacionais, setetécnicos de diagnóstico e te-rapêutica e 78 enfermeiros.Contamos também com 26efectivos de apoio hospitalare 13 administrativos.O Hospital Municipal do

Seles presta serviços de Medi-cina Geral, Pediatria, Mater-nidade, Banco de Urgência,farmácia, laboratório de aná-lises clínicas e testagem vo-luntária de VIH/Sida, RX, Ci-rurgia, Ecografia, Imagiologiae Bloco Operatório.— Quais os resultados al-cançados com a expansãoda rede sanitária no Municí-pio da Conda?— Temos indicadores quenos permitem afirmar que aextensão da rede sanitária emquase todas as localidades domunicípio permite respon-der às necessidades das co-munidades. Com a imple-

mentação do programa dosCuidados Primários de Saú-de no nosso município, a taxade mortalidade materno-in-fantil baixou de 17 casos paraapenas dois, sendo estes porchegada tardia ao hospitalmunicipal. Outro factor quejulgamos ter concorrido parao êxito é o melhoramento doabastecimento de água potá-vel nas comunidades rurais,porque só falta construirmoso novo sistema de captação edistribuição de água potávelna sede do município, que éum projecto que vai ser exe-cutado pela Direcção Nacio-nal de Água e Saneamento doMinistério de Energia e Águasnum futuro breve.Outro motivo que nos or-

gulha é a participação massi-va dos cidadãos aos progra-mas de sensibilização sobreos cuidados primários desaúde, adesão às campanhasde vacinação e a preocupa-ção sobre o tratamento da

água para consumo e do usode mosquiteiros impregna-dos.Em termos de construção

das infraestruturas, tenho desublinhar que temos hojepostos de saúde em condi-ções a funcionar nos locais demaior concentração popula-cional e, em alguns casos, es-tes postos de saúde são os pri-meiros desde o alcance da in-dependência do país.— E quanto à formação dequadros, qual é o balançoque faz? — Neste capítulo, estamos acaminhar bem porque conti-nuamos a encaminhar os téc-nicos para a sua formação naescola de técnica de forma-ção média do Sumbe. Devodizer que 17 técnicos de saú-de terminaram com aprovei-tamento a sua formação mé-dia e outros 12 estão em for-mação na mesma entidademas tenho também a desta-car que os 45 técnicos resul-tantes do Memorando de En-tendimento do Lwena foramrequalificados para auxiliaresde saúde, o que considera-mos um ganho acrescentadopara elevar a assistência sani-tária no município do Seles.—Podemos então concluirque tudo está bem no Muni-cípio do Seles?— Não, porque os desafiospara uma assistência huma-nizada são ainda maiores, oque passa pelo recrutamentode mais enfermeiros e a colo-cação de médicos de especia-lidades nos centros de saúde.Aliado a isso, está o problemade saneamento básico e am-biental para conter o surgi-mento de várias patologiasnas comunidades. Em suma,é um desafio permanente.Por outro lado, temos ou-

tros condicionalismos que di-ficultam as nossas tarefas de

salvar vidas e estou a referir-me ao estado de degradaçãode algumas vias confronta-mo-nos com casos de eva-cuações das localidades lon-gínquas para o hospital mu-nicipal, onde temos de sacri-ficar as ambulâncias pelomau estado das estradas.Outras situações também

decorrem da negligência defamiliares que levam seus fa-miliares às unidades sanitá-rias já em estado crítico.Por outro lado, deparamo-nos com défice de pessoal pa-ra responder aos desafiospresentes e futuros. Necessi-tamos então, neste momen-to, de 13 médicos de médicosde clínica geral, cirurgia, orto-pedia, pediatria, ginecologiae obstetrícia e 61 auxiliares deenfermagem, 39 técnicos deenfermagem, 14 técnicos dediagnóstico e terapêutica, 11licenciados em enfermageme 48 auxiliares de limpeza.— Quais os desafios para ospróximos tempos?— Temos equacionado umleque de actividades que con-siste na elevação dos níveis deprestação de serviços nas co-munidades, das quais desta-camos a revitalização do sec-tor da saúde pública no mu-nicípio, continuidade das ta-refas de promoção da saúde eprevenção de doenças, a bus-ca activa de casos nas comu-nidades e a oferta do pacoteessencial às crianças e mãesdas comunidades. No domí-nio dos recursos humanos,vamos prestar maior atençãoà capacitação e ao treina-mento dos técnicos, enquan-to que no domínio assisten-cial, vamos continuar a advo-gar junto do ministério de tu-tela no sentido de flexibilizaro processo de concurso pú-blico para ingresso de maisquadros para o sector.

CaSimiro JoSé

Correspondente no Cuanza Sul

Texto e fotografias

Através da implementação

do Programa de Cuidados

Primários de Saúde, o muni-

cípio do Seles tem consegui-

do melhorar as condições

de assistência aos cidadãos.

Existem, no entanto, desa-

fios pela frente que se pren-

dem com a falta de médicos

e técnicos de saúde, a falta

de saneamento básico e am-

biental bem como a negli-

gência de familiares de

doentes que procuram assis-

tência médica tardiamente,

ou seja, em estado já muito

crítico.

JSAAgosto 2015 16Saúde Cuanza Sul

O administrador do

município do Seles,

João Daniel Nunes, dis-

se ao Jornal da Saúde

que o sector da saúde

teve um grande impul-

so, fruto das acções que

incidiram na constru-

ção de infraestruturas

sanitárias nos centros

de maior concentração

populacional, como nas

comunas, povoações e

bairros.

João Daniel Nunes ga-

rantiu ao Jornal da Saú-

de que para o ano de

2015 vão ser executa-

das acções que propor-

cionem a melhoria de

assistência médico-

medicamentosa nas co-

munidades.

Por outro lado, consi-

derou a necessidade da

criação de condições

habitacionais para aco-

modar os médicos, o

que pode facilitar a sua

contratação para pres-

tar serviços no municí-

pio. “Temos um número

reduzido de médicos e

outros especialistas no

nosso município e esta-

mos a trabalhar para in-

vertermos o actual

quadro”, disse.

Administração Municipal do Seles vai continuar a trabalhar para melhorar o sector da saúde

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UMA EQUIPA AO SERVIÇO DA SAÚDE

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Equipamentos para Investigação ForenseMateriais e Reagentes de Laboratório

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17publicidAdeJSA Agosto 2015

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n “Omala Veto Veya” é umgrupo teatral da provínciado Bié, criado em 2003, como propósito de contribuir pa-ra a divulgação, educação,informação e sensibilizaçãoda população sobre as doen-ças sexualmente transmissí-veis bem como para o desar-mamento da população ci-vil. Durante o mês de Julho,o grupo realizou uma di-gressão pelos dez municí-pios do Cuanza Norte, ondeexibiu peças teatrais do seureportório, enquadrada nacampanha de sensibilizaçãoe educação sobre o VIH/Si-da que a companhia leva acabo na província.

As exibições foram gra-tuitas e visaram aliar a edu-cação do público com o pro-pósito de consciencializar apopulação para a necessida-de da luta contra a pande-mia do VIH/Sida.

Uma das peças que se in-

titulou "Zero é a nossa me-ta", segundo Dino Kibato,teatrólogo e director do gru-po teatral, foi um apelo à po-pulação no sentido de aca-bar com a discriminação dosseropositivos e evitar a asso-ciar imediatamente a mortecom a seropositividade doindividuo bem como umaexortação da juventude nosentido de continuar a lutarcontra os estigmas e a torná-la livre do VIH/Sida.

O grupo tem realizadovarias actividades de índoleeducativa e cultural, desta-cando-se a exibição de pe-ças teatrais comunitáriasnos mercados, escolas, hos-pitais, unidades militares epoliciais.

Reforço da prevenção“Para além dos esforços deforo médico, como a comprade fármacos antirretrovirais,seria mais eficaz e menosoneroso se se trabalhassemais na prevenção da doen-ça”, reforçou o responsável.Combater a desinformaçãoque origina os comporta-mentos de risco, bem como apromoção de campanhasnas comunidades constituium dos grandes objectivosdo grupo. “A sociedade con-tinua a mobilizar-se em proldo combate à sida” destacaDino Kibato que defendeu oreforço das acções de lutacontra a sida, com vista a tor-nar mais eficaz o combate aesta pandemia.

Dino Kibato sugeriu acriação de mais grupos deactivistas contra o VIH/Sidacom o propósito de elevar onível de informação e co-nhecimentos sobre estadoença no seio das popula-ções.

Segundo o teatrólogo, aescassez de informação porparte das populações sobrea doença, associada à faltade activistas que abordempermanentemente o assun-to, assim como os tabus queainda existem na aborda-gem do VIH/Sida promo-vem a discriminação e o es-tigma contra os seropositi-vos.

“Estes factos demons-tram a necessidade de mais

engajamento na luta contraa pandemia”, sublinhou odirector do grupo teatral,acrescentando que estarealidade constitui um obs-táculo para a concretizaçãodos objectivos do miléniosobre o VIH/Sida que pre-coniza “zero novas infec-ções, zero mortes por Sida ezero discriminação até2017”.

“O coordenador da lutacontra o Sida no país é o Pre-sidente da República, o quepressupõe que nas provín-cias sejam os governadorese administradores a incenti-var as autoridades sanitáriase demais grupos sociais atrabalharem para o comba-te da doença”, esclareceu.

Aumentar a informaçãoDino Kibato alertou para aquebra de sigilo dos técni-cos de saúde que leva a di-vulgação do estado seroló-gico das pessoas portadorasda doença como outro pro-blema que impede a adesãoà testagem voluntária, in-viabilizando, deste modo,as acções tendentes ao con-trolo da doença. “Recebe-mos queixas de jovens queafirmaram não existir sigilopor parte dos técnicos poisestes divulgam os resulta-dos. Esse é um outro obstá-culo e constitui matéria decrime à luz do ordenamen-to jurídico angolano”, ad-vertiu.

O activista desmistificoua sida, dizendo que apesarde ainda não ser conhecidacura é uma doença contro-lável, e uma das melhoresformas de a conter é elevar ainformação sobre a mesmano seio das populações. "Ainformação é a melhor for-ma de combater o VIH, e senão existirem activistas queabordem permanentemen-te este assunto, dificilmentea doença será controlada",alertou, justificando que segasta menos apoiando umnúmero de pelo menos 30activistas, por município, doque comprar antirretrovi-rais para tratar os doentes.

Dino Kibato defendeuainda a criação de “caixasfortes” nos principais pon-tos das cidades e vilas, talcomo acontece em algumasregiões do país, onde os jo-vens possam ter acesso apreservativos sem precisa-rem de ir às unidades sani-tárias.

Diniz Simão

Correspondente no Cuanza norte

Prevenir a pandemia da sida

e informar devidamente a

população de forma a des-

mistificar alguns tabus são

formas de lutar contra a

doença mais eficazes e me-

nos onerosas do que a com-

pra de antirretrovirais para

tratamento da doença. Pro-

mover a informação ade-

quada e prevenir comporta-

mentos de risco é uma das

formas de atingir a meta de

ter zero infecções e mortes

por VIH / Sida até 2017.

JSAAgosto 2015 18Saúde Cuanza norte

A amamentação no local de trabalho foi tema de

uma palestra realizada em Ndalatando, marcando as-

sim a abertura das actividades da Semana Mundial

do Aleitamento Materno, na província do Cuanza

Norte, entre 1 e 8 de Agosto. Durante a semana, ti-

veram lugar palestras e debates radiofónicos sobre

o aleitamento materno, entre outras acções.

A palestra dirigida a empreendedores, funcioná-

rios públicos, gestores de empresas e estudantes vi-

sou chamar a atenção da sociedade sobre a violação

do direito das mulheres em amamentarem os seus

bebés, enquanto estiverem nos seus trabalhos.

Promovida pela Direcção Provincial da Saúde, a

acção serviu igualmente para consciencializar os

empregadores, sobretudo do género feminino, para

a observância desse princípio legalmente estabele-

cido.

No final da palestra, a supervisora provincial de

Saúde Infantil, Domingas João Bento, referiu que o

encontro serviu para chamar à razão de alguns em-

pregadores que violam sistematicamente os direitos

das mulheres, enquanto trabalhadoras, sobretudo

o que no que diz respeito ao aleitamento do bebé,

condição indispensável para o seu crescimento sau-

dável. “As mulheres da província têm constatado

que certos empregadores não dispensam os 30 mi-

nutos diários que as mulheres têm por direito para

amamentar os seus filhos, sublinhando que uma

criança que não é devidamente aleitada durante a

infância, não possui o desenvolvimento completo,

podendo apresentar sinais de desnutrição e

desinteligência. Amamentar é a primeira e

mais importante acção para o desenvolvimen-

to saudável da criança, fortalecendo também

o vínculo fundamental entre a mãe e o bebé”,

afirmou na ocasião.

A Organização Mundial de Saúde

(OMS) recomenda que os bebés rece-

bam exclusivamente leite materno

durante os primeiros seis meses de

idade devendo depois a criança co-

meçar a receber alimentação com-

plementar segura em simultâneo

com a amamentação até aos dois

anos ou mais.

Direito à amamentação

Municípios do Cuanza Norte recebem peça teatral

Combate ao VIH / Sida mobiliza a sociedade angolana

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19publicidAdeJSA Agosto 2015

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20reSponSAbilidAde SociAl Agosto 2015 JSA

O livro “Angola Meu Amor” é o reconhecimento da BPàs 18 províncias e a todo o seu povo

Para assinalar os 20 anos de presença no país, a BP Angola convidou dezoito personalidades, das dezoito províncias, para descreverem qual o significado que a província onde nasceram tem para cada um deles. os seus testemunhos, ilustrados por fotografias exclusivas,

oferecem uma visão que capta a verdadeira essência de Angola: a flor de África.Foi num momento de comoção e partilha de testemunhos que o livro “Angola Meu Amor” foi apresentado, em Agosto, nas torres do carmo, as novas instalações da BP em luanda. Marcaram presença alguns dos ilustres entrevistados que, com a sua sabedoria

e larga experiência, voltaram a destacar a importância que cada província tem, no contexto da unidade nacional, e, sobretudo, defender a cultura e as belezas naturais que cada uma apresenta e que pode ser apreciada neste livro. reproduzimos a seguir alguns extractos.

“Pensar na Huíla é pensar na alma. Falar da Huíla é associar ideias ligadas à natureza, àdestacada cadeia montanhosa, ao planalto, às cascatas e à exuberante exposição deacidentes naturais, com destaque para a fenda da Tundavala. Para mim, o encanto da Huíla éa diversidade das suas gentes: os Ovimbundu, do norte, os Ganguela, do leste, os Cuvale, dooeste e, do sul, a influência de luta e de partilha Kwanhama. Ao centro,a idiossincrasiaNyanhyeka-umbe, apegada à terra, à criação de gado e ao artesanato.”

MAteus PereirAgonçAlves

“Luanda é de todos nós. Recebe nacionais e estrangeiros de braços abertos. É uma cidade deoportunidades,particularmente para quem está disposto a arregaçar as mangas e pôr mãos àobra. Luanda é hospitaleira,tal como os seus habitantes. É também uma cidade de lazer. Osluandenses gostam de se divertir, são apreciadores de arte e estão interessados em explorar oturismo. Por isso procuram as belíssimas praias, os mercados de comida típica, os museus eoutros pontos de interesse locais.”

cArlos doMingues BendinhA de AlMeidA

“Para além das potencialidades económicas, Malange é, na minha opinião, a província commaior concentração de locais turísticos, históricos e culturais que falam da sua beleza e danossa história. E isso faz-me sentir bem. Vale a pena mencionar que a minha província é oúnico lugar do mundo onde se pode encontrar a Palanca Negra Gigante. Tudo isto me envolve.”

MAnuel José Alves dA rochA

“Definir o Bengo é definir a partilha com “a lágrima no canto do olho”. As gentes, aconvivência, a comida,a solidariedade existente entre os naturais do Bengo e o cheiro do matoque se sente na província foram fundamentais na minha vida. A riqueza e variedade dosprodutos da terra, banhada pelas águas do rio Bengo, deu origem à pequena mascaracterística frase “fruta de vontade”. Reza a lenda que, colhida e comida a fruta,a sua casca ou caroço crescem de imediato. É este o Bengo que eu amo.”

José Adelino BArceló de cArvAlho“BongA”

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21publicidAdeJSA Agosto 2015

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22ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL Agosto 2015 JSA

nCamponesa, viúva, honestae trabalhadora, dedicou todaa sua vida ao cultivo do cam-po. Quando as pernas lhedoíam usava raiz do mukum-bi. Quanto ao futuro, os pen-samentos da anciã recaem so-bre a educação, a preservaçãodos ideais da nação e a recu-peração generalizada dos va-lores e princípios que a socie-dade perdeu devido à globali-zação e à situação de instabili-dade que o país viveu.

Do alto da sua provectaidade, a anciã partilha agoracom aos mais novos a sabedo-ria que permeia a sua história

de vida, já que são eles os res-ponsáveis por reconstruiruma sociedade que apresentauma grande parte dos seus va-lores distorcidos ou mesmodegradados. Adianta que o se-gredo para uma vida longa sefirma na crença em Deus, porser Ele quem concede a vida, eno amor ao próximo, pelo quedeve a sua longevidade ao fac-to de ser humilde, honesta,respeitosa e, sobretudo, portemer em mexer ou cobiçar ascoisas alheias.

O papel da avóBernarda sublinha a imensaimportância do papel da avóna educação das crianças,constituindo mesmo um dosseus grandes pilares. Uma avócontribui com inúmeros ensi-namentos para que sejamcriados, no seio da família, jo-vens bem instruídos e com va-lores associados aos bons cos-tumes que venham a servirbem a sociedade.

Bernarda Neves asseguraque a sua boa forma física é re-sultante dos bons hábitos ali-mentares cultivados no passa-do. No Cuanza Norte, ondepassou a maior parte da sua vi-da, toda a sua alimentação ba-seava-se simplesmente nosprodutos do campo, da pasto-rícia, peixes dos rios da aldeiae animais de caça.

A camponesa lembra que,quando residia na sua terranatal e adoecia, não permane-

cia acamada por mais de qua-tro dias. Era o tempo suficientepara restabelecer a sua saúde,com o auxílio de medicamen-

tos tradicionais. Quando, no passado, era

atormentada por uma dor dedentes, tratava-a bocejandoágua com sal diluído. Se a dorfosse de pernas, usava raiz domukumbi (lascas de árvore),que era o tratamento reco-mendado pelos terapeutastradicionais e, segundo eles, oúnico método eficaz. No casode outras doenças menos fre-quentes, utilizava dicaxi, ki-bassa, para a dor de cabeça,Santa Maria, que dava aos fi-lhos para a bronquite, e ndon-ga, que servia para tratar a in-flamação das pernas e outraspestes.

A pensar no futuroQuanto ao futuro, os pensa-mentos da anciã recaem so-bre a educação, a preservaçãodos ideais da nação e a recu-peração generalizada dos va-

lores. Afirma que, hoje em dia,raramente vê indivíduos bon-dosos, ou mesmo educados,que sirvam como exemplopara as outras pessoas, obser-vando apenas um númerocrescente dos que se dedicamas más práticas.

Bernarda lamenta que, ul-timamente, não seja notória asolidariedade entre os angola-nos, que o amor ao próximo seencontre apenas escrito nos li-vros e que, por receio de sofre-rem consequências pela suahonestidade, as pessoas nãose sintam confortáveis no mo-mento de aconselhar o outro,preferindo tornar-se testemu-nhas do seu sofrimento.

Ainda assim, a centenáriaaconselha os seus conterrâ-neos a utilizarem o diálogo, aoinvés da violência, como ferra-menta fundamental na edu-cação dos seus filhos. Apelaainda aos adolescentes e jo-vens para não menospreza-rem ou desvalorizarem a edu-cação, tanto escolar como emcasa, e para não se deixaremimpressionar apenas pelosexemplos difundidos atravésda televisão e de outros meiosde comunicação social.

Viúva de Domingos Fran-cisco Pedro Manuel, comquem teve treze filhos, três dosquais sobrevivem, tem hoje 24netos e dez bisnetos.

Bernarda Neves completou

105 anos de idade

BErNArdA NEvES, 105 anos, assegura que a sua boa forma

física é resultante dos bons hábitos alimentares cultivados no

passado. No Cuanza Norte, onde passou a maior parte da sua

vida, toda a sua alimentação baseava-se simplesmente nos pro-

dutos do campo, da pastorícia, peixes dos rios da aldeia e ani-

mais de caça

Entrevista: Francisco cosmE

dos santos

Edição: madalEna morEira dE sá

FotograFia: JorgE ViEira

Bernarda nasceu num tem-

po em que ainda havia reis e

rainhas em Portugal, a aboli-

ção oficial da escravatura em

Angola era recente, os cua-

nhamas no baixo Cunene fa-

ziam frente ao poder colo-

nial e a população não che-

gava aos três milhões. Corria

o ano de 1910, quando, na

modesta comuna de Hady Ya

Kiluanje, município de Luca-

la, no Cuanza Norte, a 16 de

Agosto, Bernarda Salvador

Manuel Neves viu a luz do

dia. Este mês, rodeada dos

seus filhos, 24 netos e 10 bis-

netos, comemorou 105 anos

de idade.

Os sábios

ensinamentos

de uma anciã

do século XXI

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23publicidAdeJSA Agosto 2015

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24 Agosto 2015 JsAhipertensão