O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVOpaulista ainda aguarda receber a oferta que foi aceita pela CBF para...

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A Comissão de Clubes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) resol- veu escolher a proposta de maior valor para a comercialização de placas de publicidade e direitos internacionais de transmissão do Campeonato Brasileiro entre 2019 e 2022. Dessa forma, a desconhecida BRMedia, empresa que tem por trás um fundo de investimentos que tem, entre os sócios, um dos funda- dores da Grendene e um ex-presidente do STJD, ganhou a concorrência, desban- cando agências tradicionais como Lagardère, IMG e Sportpromotion. Nos próximos dias os clubes que jogam a Série A do Brasileirão devem receber a oficialização da proposta, que pagará R$ 550 milhões por quatro anos de contrato, o que significa uma garantia de recebimento de R$ 137,5 mi por temporada. Esse O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO EDIÇÃO 1002 - QUINTA-FEIRA, 17 / MAIO / 2018 POR REDAÇÃO 1,6 mi de reais foi a receita bruta do Palmeiras no jogo contra o Junior Barranquilla, a menor do time nesta Libertadores Por R$ 550 mi, clubes vendem direitos do BR 1 NÚMERO DO DIA O FE R E C I M E N T O

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AComissão de Clubes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) resol-veu escolher a proposta de maior valor para a comercialização de placas de publicidade e direitos internacionais de transmissão do Campeonato

Brasileiro entre 2019 e 2022. Dessa forma, a desconhecida BRMedia, empresa que tem por trás um fundo de investimentos que tem, entre os sócios, um dos funda-dores da Grendene e um ex-presidente do STJD, ganhou a concorrência, desban-cando agências tradicionais como Lagardère, IMG e Sportpromotion.

Nos próximos dias os clubes que jogam a Série A do Brasileirão devem receber a oficialização da proposta, que pagará R$ 550 milhões por quatro anos de contrato, o que significa uma garantia de recebimento de R$ 137,5 mi por temporada. Esse

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

EDIÇÃO 1002 - QUINTA-FEIRA, 17 / MAIO / 2018

POR REDAÇÃO

1,6 mi de reais foi a receita bruta do Palmeiras no jogo contra o Junior Barranquilla, a menor do time nesta Libertadores

Por R$ 550 mi, clubes vendem direitos do BR

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N Ú M E R O D O D I A

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FE R E C I M E N

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valor tende a ser dividido igualmente entre os clubes que aceitarem o acordo, o que representaria um valor de quase R$ 7 milhões por equipe pelos direitos.

O problema é que já existe um racha nessa negociação. Corinthians e Flamengo esperam negociar separadamente os direitos da placas de publicidade. O clube paulista ainda aguarda receber a oferta que foi aceita pela CBF para compará-la com a que tem de outra agência para a negociação da publicidade estática. Se o valor da oferta que ele já tem for maior, o acordo coletivo não será assinado.

Segundo apurou a Máquina do Esporte, a proporção da proposta da BRMedia é de 80% do valor destinado para as placas de publicidade (R$ 110 milhões por tem-porada) e 20% (R$ 27,5 milhões) pelos direitos internacionais. A empresa bancaria esse valor para os clubes e correria o risco de ir buscar o dinheiro no mercado.

Em entrevista ao UOL, Marco Antonio Lage, vice-presidente executivo do Cru-zeiro, afirmou que, além de maior valor em dinheiro, a proposta do fundo de in-vestimentos contempla um bom conceito de exposição internacional dos clubes.

‘’O mais importante é que, além de ser a melhor proposta, a empresa está dis-posta a atuar junto com os clubes na promoção do futebol brasileiro no exterior com a venda dos direitos. Os clubes querem participar’’, afirmou o dirigente.

O problema, agora, é saber quem fará a venda internacional. A empresa vence-dora não tem um histórico de atuação no mercado de direitos de transmissão, ao contrário da maioria dos outros concorrentes. A tendência é que ela busque uma parceira para revender, no exterior, os direitos de transmissão do Brasileirão.

S K Y FA Z A Ç Õ E S E M E TA PA D O

V Ô L E I D E P R A I A

P O K E R C R I A L U VA PA R A H O M E N A G E A R S E L E Ç Ã O

A operadora Sky vai fazer mais uma ativação no vôlei. Desta vez, a marca criou ações para a etapa brasileira do circuito mundial, que acontece neste final de semana em Itapema (SC).

Durante o torneio, haverá distri-buição gratuita de batecos e bonés para a torcida, que terá ainda sorvete de graça. Já na área VIP, a operadora disponibilizará copos personalizados para. Outra ativação será a Bazuca Sky, que vai disparar regatas com a marca da operadora ao público na arquibancada.

Outra ação será o Desafio Sky, em que o torcedor que acertar um saque na quadra num balde de pipoca gan-hará uma bola oficial de vôlei de praia.

A marca de luvas Poker, que veste a maioria dos goleiros da Série A do Campeonato Brasileiro, decidiu fazer uma ação que remete à seleção brasileira. No final de semana de 12 e 13 de junho, quando o Brasileirão faz a última rodada antes da parada para a Copa do Mundo, os goleiros patrocinados pela marca usarão um modelo que tem predominância das cores verde e amarela.

Batizado de World Cup, o modelo será também com-ercializado pela marca a partir do próximo mês.

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O P I N I Ã O

Maior valor não pode ditar escolha de time

Mas a proposta era muito mais alta. Foi esse o argumento que recebi de pessoas ligadas a alguns clubes para justificar a escolha feita por eles para a venda dos direitos de placas de publicidade estática e de

transmissão internacional do Campeonato Brasileiro a uma empresa desconhecida.O que se sabe da BRMedia, que tem por trás o banco de investimentos Riza

Capital, é quem são as pessoas que estavam representando a empresa na apresentação da proposta para a Comissão de Clubes da CBF: Patricia Coelho, o ex-presidente do STJD Celso Rocha e o empresário Alexandre Grendene, sócio da Vulcabras. E só.

Qual a experiência que eles têm na venda de placas de publicidade ou de direitos de mídia ninguém se preocupou em saber. Ou, então, aceitaram qualquer resposta.

Antes, a preocupação que tinha em relação a essa venda era se os clubes, final-mente, aceitariam fazer uma negociação em bloco. Logicamente Flamengo e Co-rinthians não aceitaram. Seguem sem que-rer dividir por igual o dinheiro e acreditam que futebol pode ser feito sozinho. Eles só não vendem sozinho direitos internacio-nais de transmissão porque sabem que não teriam apelo no mercado para tal.

Mas o buraco é mais embaixo. Para variar, os clubes seguem a lógica de olhar o dinheiro, sem perguntar a que preço ele chegaria a seus combalidos cofres. Na ne-

cessidade de ajustar o fluxo de caixa (ou de pelo menos tapar o buraco da sangria), os clubes aceitam sempre a proposta de maior valor, sem saber se ela é a melhor entrega.

Como será a exploração comercial das placas? O que as empresas terão de benefí-cio além da entrega de mídia? Quem vai realizar a montagem das placas? Como serão as ações a que essas empresas eventualmente tenham direito? Quem coordena isso?

E na venda internacional? Qual o critério para escolha dos parceiros de transmis-são? De que forma haverá a exportação da marca do futebol brasileiro? Como será o alcance desse negócio? De que forma isso fará o Brasileirão virar um produto intera-cional, que ajude a promover também as marcas do clube?

Ah, mas o valor era muito maior... Há dois anos, a Dry World surgiu com pro-postas mirabolantes para vestir clubes de futebol no Brasil. Em menos de seis meses, Atlético-MG, Fluminense e Goiás não viram sequer qual era a cor do dinheiro.

Enquanto a lógica de um negócio for só a do maior valor oferecido, seguiremos apostando em milagres para fazer crescer o futebol brasileiro como produto.

Enquanto a lógica de uma negociação

for apenas a do dinheiro, futebol no

Brasil seguirá sem ser um bom produto

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

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Pré-Copa, Dunga vira protagonista

improvável

Após definir a venda de direitos da Copa Libertadores, a FCDiez Media, empresa que comprou os di-reitos de negociação dos principais torneios da Conmebol, anunciou um edital para negociar os pacotes de transmissão da Sul-Americana.

De acordo com a FCDiez, dois pacotes de direitos estão sendo dis-ponibilizados: um incluindo a pri-meira escolha de jogos e a final de forma exclusiva, e o outro com a segunda escolha de jogos com di-reitos exclusivos para a Recopa, tor-neio decidido entre os campeões da Libertadores e da Sul-Americana.

As empresas têm até 6 de junho para demonstrar interesse e mandar suas propostas para a empresa.

F C D I E Z L A N Ç A E D I TA L PA R A O S D I R E I T O S D A S U L - A M E R I C A N A

A ESPN e a Netflix anunciaram que irão coproduzir um documentário de dez horas de duração, divididas em dez capítulos, que contarão a história

de Michael Jordan, considerado o maior jogador de basquete da história.

Batizada de “The Last Dance”, a série vai narrar a dinastia de Jordan e do Chicago Bulls nos anos 90. A

ESPN vai disponibilizar um acervo de mais de 500 horas de imagens e

o próprio Jordan dará “contribuição irrestrita” para a produção.

ESPN E NETFL IX SE UNEM PARA

FAZER SÉRIE SOBRE JORDAN

POR REDAÇÃO

Qual o nome mais improvável que uma marca escolheria para protagonizar uma campanha pré-Copa do Mundo? Mui-to provavelmente seria o de Dunga, técnico que antecedeu Tite no comando da seleção até 2016. Mas o ex-capitão do tetra e ex-técnico do time nacional é o protagonista impro-vável da nova campanha da GoDaddy, empresa que auxilia pequenos empreendedores a montarem seus sites.

“Nós optamos pelo momento de Copa do Mundo, pela carreira de sucesso que ele teve como capitão da Copa de 94 e depois como técnico. Muitas vezes você tem planos para a sua vida e gostaria de estar atuando nisso, mas as coi-sas mudam. Então você tem de se reinventar e desenvolver seu plano B”, afirma à Máquina do Esporte Valeria Molina, diretora de marketing da GoDaddy no Brasil.

Na propaganda, Dunga brinca com o fato de estar fora do que gostaria atualmente e diz que lançará um novo site, que divulga o seu lado como pintor. A ideia é mostrar que ele tem na GoDaddy o parceiro para auxiliar nessa empreitada.

“Nos últimos anos, temos crescido muito no Brasil por con-ta desse momento de crise, em que as pessoas buscam no-vas soluções de negócios para as suas vidas”, conta Valeria.

A campanha com Dunga (veja aqui) vai ao ar a partir desta quinta-feira na televisão. A GoDaddy é a segunda marca a apostar nele para a publicidade. A outra foi a rede de farmá-cias Ultrafarma, que inclusive é patrocinadora da seleção e que entrou no time nacional quando Dunga era o treinador.

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POR ERICH BETING

ABrahma se juntou à Vivo, ambas patrocinadoras da seleção brasileira, para realizar uma ação que levará internet gratuita a cidades de 21 esta-dos durante a Copa do Mundo. Serão caminhões da cervejaria que serão

espalhados em cem municípios e que terão um roteador wifi, oferecido pela Vivo.A ação é uma referência à transmissão de rádio patrocinada pela Brahma em

1958, quando o Brasil foi pela primeira vez campeão mundial. A iniciativa terá até o mesmo nome que foi usado na época: “Grande Rede Esportiva Brahma”. Na ocasião, a companhia uniu cem estações de rádio para transmitir os jogos ao vivo.

A ideia da Brahma em 2018 não é levar o torneio aos brasileiros, mas contemplar a “segunda tela” aos torcedores espalhados pelo país. O foco é fazer com que to-dos possam acompanhar o Mundial também pelas redes sociais. O serviço de wifi será gratuito e estará disponível durante os jogos da seleção brasileira.

“Se antigamente as pessoas se juntavam para acompanhar as partidas pelo rá-dio, agora, elas assistem pela televisão e comentam em tempo real pela internet. Queremos que todos curtam a Copa do Mundo juntos, e essa é mais uma forma de unir os brasileiros”, diz em nota Pedro Adamy, diretor de marketing da Brahma.

A ação foi pensada pela agência África, e um vídeo promocional já está no You-tube. No site da Brahma, a empresa já disponibilizou todas as cidades que serão abraçadas pela campanha. Além de patrocinadora da seleção brasileira, a Brahma é, por meio do contrato da A-B Inbev, parceira oficial da Copa do Mundo. Global-mente, no entanto, a multinacional belgo-brasileira usa a marca da Budweiser.

Brahma se une a Vivo e dará internet na Copa

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POR REDAÇÃO