O Berrão -2014-2015- 2.ª Edição

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http://jornalavem.wordpress.com Na promoção do conhecimento, na divulgação do saber, na escola ou em sua casa através da nossa presença ONLI NE Agrupamento de Escolas de Mur ça O BERRÃO Um olhar atento e contemporâneo O Berrão | Edição nº 28| Maio 2015 JB // PÁG.13 De onde viemos e para onde vamos // PÁG.7 PINTANDO A NOSSA TERRA CRÓNICA DE MALDIZER O MUNDO VISTO POR A minha vida dava um filme... // PÁG.29 Ensinar a quem não quer “Prevenção com ARte”

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O Berrão -2014-2015- 2.ª Edição

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  • http://jornalavem.wordpress.com Na promoo do conhecimento, na divulgao do saber, na escola ou em sua casa atravs da nossa presena ONLINEA g r u p a m e n t o d e E s c o l a s d e M u r a

    O BERRO

    U m o l h a r a t e n t o e c o n t e m p o r n e o

    O Berro | Edio n 28| Maio 2015

    JB

    // PG.13

    De onde viemos e para onde vamos

    // PG.7

    PINTANDO A NOSSA TERRA

    CRNICA DE MALDIZER

    O MUNDO VISTO POR

    A minha vida dava um filme...// PG.29

    Ensinar a quem no quer

    Preveno com ARte

  • O BERROFicha Tcnica

    Propriedade | Agrupamento de Escolas de Mura http://www.avmurca.org

    Coordenao Jos Alexandre de S Pacheco

    RevisoSuzana Cerqueira

    Projeto Editorial e DesignAntnio BernardesPaulo SantosRosa Pais

    ImpressoServimira, Lda.

    Colaboradores

    Tiragem150 exemplares

    n 28 | Maio | Edio 2015

    2 JB / Maio 2015 . O Berro

    Albertino Lousa; Alexandrina Mouro; Andreia Ribeiro; Antnio Bernardes; Bruna Carvalho; Carla Alves; Catarina Cerdeira; Cristiana Fonseca;Cristina Gomes; Daniel Almei-da; Daniela; Diogo Nascimento;Felisberto Fontela; Gracinda Marques;Humberto Nascimento; Joana Martinho;Jos Ale-xandre de S Pacheco; Jos Ral; Laurinda Lopes;Lina Cabral; Lus Mouro; Manuel Mofreita; Maria Alice; Maria Ana; Ma-ria Isabel Breia; Maria Regina Guedes; Marisa Ribeiro;Mnica Vaz; Rosa Pais; Snia Martinho; Suzana Cerqueira; Susana Fernandes; Susana Martinho; Tiago Fonseca; Vernica Pinto; Vtor Cardoso.

    Biblioteca Escolar; Centro Sade de Mura; Clube de Arte; Clube de Cincias Naturais; Clube WebTv; Departamento Educao Pr-escolar; Equipa do Jornal; Grupo Disciplinar de Matemtica; Grupo Educao Especial; Turmas:1.B, 9.A, 10.A,EFA-B3A, EFA-B3B.

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    Uma mo feliz produz exteriormente, muito longe do nosso bem protegido ego, quanto mais longe alcana, tanto mais se distancia de ns; uma mo feliz - sobretudo - apenas "pontas dos dedos felizes"; e ainda mais: um corpo feliz uma mo feliz, : felizes pontas dos dedos.

    Arnold Schoenberg

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  • EDITORIAL3JB / Maio 2015 . O Berro

    O rudo e o silncioVivemos governados por uma excesso de estmulos, amplificados por uma sociedade que encontra na per-manente exposio a melhor forma de se esconder, isto , de no se pensar. Estranho modo de vida, este que nos leva de rudo em rudo, preferindo o aborrecimento de viver alegria de pensar (Gaston Bachelard).

    Precisa-se, neste tempo detergente, de um pacto de silncio, de uma pausa que permita ver para alm da poeira dos dias que correm. Pensar exige tranquilidade, persistncia, seriedade, exigncia, mtodo, cincia (An-tnio Nvoa, Evidentemente. Histrias da Educao).

    Como se no campo da educao, no houvesse a possi-bilidade de acumular conhecimento, de nos apropriar-mos da experincia histrica e de sobre ela praticarmos um exerccio de lucidez (ibidem).

    Estranha familiaridade de uma litania discursiva, pe-daggica e poltica, que no soube substituir o alarido e a crena, a crena e o alarido, pela lenta serenidade das realizaes (ibidem).

    Sei que, em educao, a histria no tem lies para dar. Mas tem, certamente, matria suficiente para nos dar que pensar (ibidem).

    Recusar no esquecer, no negar, no omitir. Recu-sar conhecer, estudar, investigar, compreender. tentar imaginar outros destinos (ibidem)

    Imaginar, primeiro, ver. Imaginar conhecer, portan-to agir (Alexandre ONeill).

    Como sempre, vou tentar tecer uma teia entre frases e entre os pensamentos que elas transportam. Como sempre, vou falar da escola e da muita vida que h dentro dela. Porque h sempre vida dentro da escola, a nossa vida e a vida dos outros. Uma e outra plenas de diversidade, de diferena, que muitas vezes tentamos amalgamar numa massa estranha e irreal a que chama-mos professor tipo ou aluno mdio. Enfim, ideias e conceitos sem sustentao cientfica mas com uma enorme e rgida constncia temporal. H coisas que perduram na escola contra todas as razes educativas e pedaggicas. a gramtica da escola, ou seja, a imuta-bilidade e o mimetismo que acompanha a escola desde a sua origem. Avancemos!A frase de Gaston Bachelard aqui trazida porque toca na essncia do que eu considero ser o sentido, o obje-tivo estruturante do ato educativo: ensinar a pensar no meio da espuma e dos rudos de cada dia. Ensinar o silncio, o tempo longo, o exerccio da ddiva persis-tente, da construo paulatina. no meio do silncio que lemos melhor, a ns e aos outros, que conhecemos as pessoas para l dos rostos, dos gestos e das palavras. Sampaio da Nvoa, hoje um professor com muito ru-do sua volta, alerta-nos para os perigos do tempo de-tergente que tudo lava e dissolve, especialmente o que no est arreigado em convices, princpios e valores. Precisamos de uma tica atitudinal e essa s pode advir do respeito pelo outro e do nosso compromisso ativo na sua construo como ser livre e lcido. Nestes tempos em que andamos a comemorar a revo-luo de abril, bom seria que recordssemos a impor-tncia da liberdade como resultado do nosso trabalho dirio e no como dia festivo, dia de discursos prontos mas desmentidos na prtica do dia seguinte. Cuidado, portanto, com o tempo detergente. Lavar a alma no esvazi-la. apur-la, aprimor-la, retirar as excres-cncias impuras, a poeira acumulada nas viagens con-tnuas da nossa vida. Sampaio da Nvoa estranha que a litania dos discursos no tenha sido substituda pelas realizaes constantes e serenas. Faz bem em estranhar! O gongorismo da palavra, o barroco comportamental dos portugueses sempre os afastou da austeridade do carter focalizado na obra, no agir contnuo, esforado, para que a construo seja agregao de contributos e no obra de gnio, milagre divino ou coincidncia feliz. Aquilo que para muitos povos fundamental- a doce orao do trabalho, o trabalho bem feito oferecido a Deus-, para ns triste aborrecimento. Ns precisamos

    de luz, de barulho, de excesso, de banquetes, de paixo e, com tudo isso, com emoes intensas em tempos curtos, ficamos rapidamente cansados e nas mos da-queles que com seriedade e serenidade constroem dias de progressivas realizaes: financeiras, empresariais, artsticas, humanas (). Mas, ns somos assim! Somos persistentemente assim e, aparentemente, no conse-guimos mudar!O que a histria em educao ou a histria da educa-o? Como toda a histria um exerccio de memria, essencial para quem quer estar criticamente situado na vida, vivendo-a com a lucidez necessria para fazer opes fundamentadas, apuradas em juzo e em equil-brio. Com a histria pensamos e ponderamos a nosso agir, conhecendo outras aes feitas noutros contextos, diversas porventura, parecidas outras vezes. Nas escolas e no transcurso temporal da sua existncia, muito foi feito e muito foi pensado. H matria de sobra, matria essencial para a nossa localizao nesta viagem, mapa orientador na expedio humana que a nossa vida. Portanto, alunos e professores, devem pensar, refletir no que fazem e no que acontece sua volta, forma de serem sujeitos autores e no funcionrios de delibe-raes alheias. A escola precisa de produzir conheci-mento e de refletir sobre ele. Pensar sobre as coisas ter voz e ter a oportunidade de recusar tudo aquilo que nos afaste da dignidade pessoal e profissional. Quem pen-sa, quem conhece, traa os seus prprios objetivos, abre caminhos, alarga horizontes, transforma a imaginao em ao, une uma teoria a uma prtica, levando a que a utopia no seja uma ilha mgica situada em algures, mas uma progressiva construo em direo ao bem e ao bom (religioso, mstico, filosfico, espiritual, social). Quem o diz o poeta, um poeta enorme do nosso pas, infelizmente to esquecido: Alexandre ONeill. Para alm de ser poeta, era um homem que pensava muito para alm do lirismo lamechas, da paixo assolapada e do erotismo serdio do tornozelo desnudo e ebrneo da vizinha do 2. andar. Enfim, so os tempos que vivemos, onde o barulho e o consumo substituram muita coisa importante. bom que penseis ser possvel resistir, persistir, ser diferente, ser senhor e dono da prpria vida. E, j agora, cultivai a liberdade como um bem essencial, origem de muitos outros, todos eles fundamentais para a nossa elevao interior, para a nossa riqueza humana. JB

    Jos Alexandre de S Pacheco

  • 4 JB / Maio 2015 . O Berro

    Mais varandas, menos marquises. Esta a potente frase (vale o que vale a minha adjectivao) com que nos bofeteiam os novos outdoors IKEA. No nos iludamos que esto limpos de assdio, mas o que certo que uma metfora do caneco para o geral da vida humana. que somos todos meios (para no dizer todinhos) mar-quises e diga-se de passagem que estas marquisisses nos do cabo, mais coisa menos coisa, da vivncia autenticamente desafogada. Se h fenmeno contemporneo o abafamento a que nos submetemos, pelo medo do toque, da diferena, do espanto, do arrebatamento do cora-o e da consequente positiva e regeneradora desestruturao. Pelo tudo e pelo nada cai o Carmo e a Trindade. Florzinhas de estufa o que ! Pois estamos ainda espera do autocarro e, j de desinfetante em riste, pen-sando nas bactrias que nos daro literalmente cabo do cabedal se ousar-mos ali entrar desprotegidos. E a vai a marquise fechadinha, entenda-se, surda, cega e muda mas com o umbigo ao lu. Porque Eu que importo; porque Eu, pessoalmente, a meu ver e na minha opinio, sou mais valioso. Antnio Lobo Antunes desbravou todo este aparato marqusico fazendo--nos notar, alis, que somos casas muito grandes, muito compridas. E

    como se morssemos apenas num quarto ou dois. s vezes, por medo ou cegueira, no abrimos as nossas portas. Por mim, se morssemos todos cada qual na sua varanda, j seria o bastante. Porque uma viso panormica vale por si s, enquanto tal. diamante. E j que olhos quadrados no veem, ao invs de sacar do desinfetante, levaramos a ateno. Ateno ao simples; ao que se passa; aos que falam alto porque entendem que a vida para ser ouvida; e aos que escutam, porque esse o seu credo. s que esto cansadas e dizem mal da vida e da malvada patroa (Miguel Esteves Cardoso agora, para dizer o que eu aqui no posso dizer). s que discutem porque o namoro findou mal findado. Ateno aos Zs. Ateno s Marias. Aos chiques e aos tolos. Ateno a todos. H drama em gente onde h gente. No onde abun-dam marquises. E o racismo uma marquise, bem como a homofobia, e os etno e egocentrismos. H vida onde h contacto, sob todas as suas formas. Que se acabe a jornada se j nem nos valemos uns aos outros e nos esgotamos na mera aglomerao de corpos inertes, que a fora da gravidade sustenta. Que se acabe a jornada se j no se pegam os piolhos da alegria de ser gente. Ponham as flores na varanda, haver sempre quem vos a gabe, nem que seja para dizer que so feias. Ningum espreita para dentro das marquises. JB

    Sobre as coisas simples

    CRNICA DE MALDIZER

    Estudante universitriaAndreia Ribeiro

  • 5JB / Maio 2015 . O Berro

    Humberto Nascimento

    No prximo dia 10 de junho ce-lebram-se 30 anos da assinatura do Tratado de adeso de Portu-gal ento Comunidade Econ-mica Europeia (CEE). Nestes anos muita coisa mudou em Portu-gal, na Europa e no Mundo. inevitvel que olhemos para o passado e que faamos uma comparao com o presente. Para tal, im-perioso que nos baseemos em indicadores estatsticos fidedignos, a exemplo do que apresentamos em artigos anteriores.De forma a que possamos compreender me-lhor as alteraes ocorridas em Portugal nos ltimos trinta anos, compararemos indica-dores estatsticos populacionais, econmi-cos e socioculturais para os anos correspon-dentes aos censos mais prximos de 1985 e de 2015. As tabelas permitem-nos verificar as diferenas entre os dois anos em apreo. Evidenciaremos as transformaes mais marcantes, atravs da anlise individualiza-da desses indicadores. Por uma questo de espao e de facilitar a perceo dos dados, apresentaremos neste artigo apenas as alte-raes referentes aos indicadores demogr-ficos.

    Uma das transformaes mais relevantes em termos demogrficos tem a ver com o aumento do ndice de envelhecimento da populao, aumentando para o triplo, pas-sando de cerca de 45 para mais de 125, o que significa que por cada cem jovens existem hoje mais de 125 idosos (fig. 1).

    Outro indicador que se alterou substancial-mente foi o saldo natural. Verificou-se nos ltimos trinta anos uma reduo acentuada do nmero de nados vivos em Portugal, ao que se associou um ligeiro aumento da mor-talidade que resulta do forte envelhecimento da populao, j referenciado anteriormen-te. Assim, passamos de um saldo fisiolgico superior a 56000 indivduos, para um cresci-mento negativo que ultrapassa os 5000 indi-vduos, ou seja, a manuteno da populao do nosso pas passa a estar dependente do saldo migratrio (fig. 2).

    Outros indicadores demogrficos que apre-sentaram uma evoluo no sentido positivo foram a esperana mdia de vida e a taxa de mortalidade infantil. Enquanto que o primeiro progrediu mais de sete anos para as mulheres e mais de oito para os homens; para o segundo indicador houve um decrs-cimo para valores similares aos restantes pa-ses desenvolvidos, sendo, de forma susten-tvel, inferior a 4 . J no que se refere ao ndice sinttico de fe-cundidade, o decrscimo verificado coloca em causa a nossa sobrevivncia enquanto pas, pois ficamos longe dos desejveis 2,1 que nos permitiriam a renovao das gera-es. Ficamo-nos por valores prximos do 1,3 dos mais baixos dos pases desenvolvi-dos (fig. 3).

    As estatsticas oficiais permitiram funda-mentar as vises diversas que se apresentam da realidade de 1985 e do Portugal contem-porneo. Constatamos que a sociedade por-tuguesa muito mudou nestes trinta anos de adeso Unio Europeia. As caractersticas demogrficas so hoje substancialmente di-ferentes de h 30 anos atrs. Estes indicado-res aproximam-se hoje muito mais daquilo que existe na Europa: para o bom e para o mau. Somos mais envelhecidos, temos um saldo fisiolgico substancialmente menor, temos uma esperana mdia de vida supe-rior, mas no conseguimos renovar as ge-raes. A qualidade de vida da populao portuguesa e europeia melhorou, mas pode estar em causa a sustentabilidade destes in-dicadores, se no houver alteraes em ter-mos de polticas demogrficas.

    Portugal deu um passo em frente na cons-truo de uma sociedade mais desenvolvi-da e coesa. Precisa de continuar na linha da frente da construo daquilo que se preten-de ser a cidadania europeia, para que a Eu-ropa do futuro se nos possa apresentar mais unida e determinada em construir um mun-do mais justo, solidrio e sustentvel. JB

    CELEBRAR OS 30 ANOS DA ADESO COMUNIDADE ECONMICA EUROPEIA

    CRNICA DE MALDIZER

  • 6 JB / Maio 2015 . O Berro

    Porque ser que os professores no so ouvidos quando se fala do en-sino e da educao?Claro que iremos dizer que so ouvidos sim; Os ltimos Minis-tros da Educao, exceo de Maria de Lurdes Rodrigues, eram (e ) profes-sores na Universidade. Por isso, as questes relacionadas com a educao e com o ensino tm sido tratadas de uma forma que me atrevia a apelidar de leviana. No importa muito referir que estamos ao nvel dos outros pases da OCDE em termos estats-ticos, se depois a realidade no corresponder ao que vamos vendo (lendo), no quotidiano. Aos professores interessava fazer uma anlise apro-fundada da situao no sentido de valorizar a Escola, de valorizar a educao e, claro, a pro-fisso docente. Importa referir que neste momento a Escola serve todo o tipo de agendas. Aos professores pede-se tudo, menos que ensinem. Veja-se o caso do Programa Novas Oportuni-dades. O atual governo acabou com o programa sem qualquer explicao que no fosse poupar

    dinheiro, mas a verdade que importava termi-nar com o programa apenas porque tinha sido implementado pelo anterior governoEntretanto, os membros do anterior governo vo dizendo que o programa no devia ter termina-do, apenas porque foram os progenitores do dito Programa.Veja-se o caso do Ensino Profissional. At hoje, praticamente todos os Ministros da Educao do ps 25 de Abril proclamaram que era muito im-portante o investimento no Ensino Profissional, que iam aumentar os investimentos no Ensino Profissional, que iam aumentar o nmero de va-gas,A verdade que o Ensino Profissional no s continua a ser o parente pobre do Ensino em Portugal, como no contribuiu para a resoluo de nenhum dos problemas, como a falta de tc-nicos com que o pas se debate j h muitos anos.Entretanto, os Programas de Formao Cont-nua vo proliferando, no no sentido de levar a cabo uma formao tcnica que o pas neces-sita como de po pra boca, mas no sentido de mascarar um outro problema que o pas tambm atravessa, o desemprego. Sabemos que o tempo

    do emprego para a vida acabou, e que se torna necessrio uma aprendizagem constante no sen-tido de estarmos preparados para a execuo das mais variadas tarefas que nos podero surgir no caminho da vida. No entanto, a maior parte dos programas de formao so isso mesmo, progra-mas de ocupao de pessoas desempregadas.Esse , alis, um problema no apenas de Por-tugal, mas do mundo desenvolvido e, principal-mente, da Unio Europeia e que nos levaria a uma discusso muito profunda e muito longa, e que talvez os pases da Unio Europeia no te-nham grande motivao para fazer.O mesmo se pode dizer do ensino em Portugal, pois isso seria colocar em cima da mesa trunfos que importa neste momento esconder.At l, os professores vo levando a cabo todo um conjunto de papis , que vai desde assistente social a educador, mas o pedagogo vai ficando cada vez mais para um segundo plano, porque afinal mais do que ser, tambm no ensino, im-porta parecer e talvez importasse aos professores que, a bem do ensino e dos alunos, procurassem intervir um pouco mais nos destinos a dar ao en-sino. JB

    Porque ser que os professoresno so ouvidos quando se falado ensino e da educao?

    Felisberto Fontela

    CRNICA DE MALDIZER

  • 7JB / Maio 2015 . O Berro

    ...Uma das chamadas obras de misericrdia al-terou o clssico enunciado de ensinara quem no sabe para outro mais exato e mais verdadeiro: ensinar a quemno quer. De facto, nas escolas surgem agora alunos e alunas que no querem aprender e que no esto dispostos a que haja quem o faa. En-sinar quem no tem vontade de aprender se-mear um campo sem o lavrar. Como ensinar quem no quer aprender? Eis uma das misses (im)possveis dos professores. Ensinar a quem no quer, na escolaridade obrigatria, agora at aos 18 anos, um dos maiores desafios que se co-loca ao docente. Porque quem no quer sem-pre perturba a aula, ora com o tdio ostensivo, ora com a indiferena, por vezes, com o escrnio e o absoluto alheamento.Um dos maiores desafios e um dos maiores tor-mentos. Pois, nessas circunstncias, o professor v que no toca esse ser ausente, que no cum-pre a sua misso de ensinar. Sente-se ento um intil e, em parte, co-responsvel por manifesto insucesso.Como ensinar a quem no quer aprender? In-quirir das razes essa ausncia; interpelar, insis-tir para que esse sujeito ausente volte ao crculo da aprendizagem, ligar a matria vida, fazer de cada aula uma oficina onde sempre se faa alguma coisa diferente da escuta passiva; variar estratgias, inventar desafios, expressar expec-tativas positivas e verosmeis, instalar um clima de confiana nas possibilidades de progresso; desatar os ns da indiferena, criar novos laos, mostrar a pertinncia e relevncia do que se pre-tende ensinar (s vezes, misso bem difcil).Para ensinar a quem no quer preciso recorrer a todos os ensinamentos de todas as pedagogias, desde as mais antigas at s mais recentes. E, so-bretudo, tecer os laos que possibilitem um tra-balho docente mais colaborativo, onde as vozes dos professores e das professoras possam emergir para dizerem o que sabem, o que no sabem, o que sentem, o que precisam.Porque, face s muitas misses (im)possveis, ns, professores, somos a nica fora, o nico alento, (quase o) nico remdio para a sobrevi-vncia profissional. Que bom seria que soubs-semos isso. Que sentssemos isso. Nessa altura a nossa vida comeariaa ser um pouquinho diferente e melhor...

    Jos Matias Alves

    Ensinar a quem no querJos Ral Guerra

    O grande desafio dos tempos atuais rela-tivamente ao ensinar, entrelaa-se com a questo da escolaridade obrigatria. Esta integra na escola uma massa hu-mana completamente heterognea, uns oriundos de famlias que valorizam a escola e que o futuro dos seus filhos passa obviamente pela sua frequncias e as restantes para quem a escola um local que contraria a natureza humana, que nasceu para ser livre de amarras e para quem a escola uma perda de tempo, ainda que o tempo, caso ela no existisse, no fos-se provavelmente aproveitado de forma til e responsvel. O professor atual tem obrigatoriamente de ter inmeras valncias que ultrapassam pedagogias e didticas. Cruza o psiclogo, o legista, o assistente social Acima de tudo, o professor dos nossos dias tem de ter a capacidade de sentir que os seus sucessos no se confinam aos sucessos aca-dmicos dos alunos e os seus falhanos, so nada mais do que formas de crescer como docente e ser humano e seguir em frente na luta diria de chegar a muitos: os que querem ou no aprender. JB

    CRNICA DE MALDIZER

    ... O professor atual tem obrigatoriamente de ter inmeras valncias que ultrapassam pedagogias e didticas.

  • 8 JB / Maio 2015 . O BerroPINTANDO A NOSSA TERRA

    ExposioOrlando Ribeiro

    Esteve patente, entre os dias 13 e 27 fevereiro, no espao da Escola, uma exposio sobre a vida e obra de Orlando Ribeiro, considerado o pai da Geogra-fia Portuguesa.Aproveitando a data do seu aniversrio, a exposio, que envolveu os trabalhos re-alizados pelos alunos do 3 ciclo e secun-drio, teve como propsito divulgar junto da comunidade escolar a importncia de Orlando Ribeiro na autonomizao da Ge-ografia enquanto cincia.Tendo Orlando Ribeiro estudado as erup-es vulcnicas da Ilha do Fogo e publicado a obra A Ilha do Fogo e as suas Erupes em 1954, no ano passado o vulco entrou novamente em erupo e torna assim ain-da mais atual e importante o trabalho do grande gegrafo portugus.Como forma de perdurar a exposio, fo-ram distribudos pelos professores marca-dores de livros evocativos da obra de orlan-do Ribeiro elaborados pelos alunos, sobre a orientao dos professores de Geografia do Agrupamento. JB

    O Parque Natural do Alvo uma das reas protegidas de Portugal. Abrangendo uma rea territorial pertencente aos concelhos de Vila Real e de Mondim de Basto, possui paisagens que deslum-bram pela sua biodiversidade, cuja atividade hu-mana tem contribudo, de forma sustentada, para a sua conservao. As Fisgas de Ermelo, situadas na serra do Alvo, constituem uma das suas principais maravilhas.Foi com o propsito de conhecer o Parque Natural do Alvo, a sua geologia, os principais habitats, a flora e a fauna, bem como as prticas agrcolas an-cestrais que tm contribudo para a conservao da biodiversidade, que os alunos do ensino profissio-nal do 10 C e do 12 C efetuaram, no mbito das disciplinas de Biologia e de Conservao da Natu-reza, uma visita de estudo.

    O Parque Natural do Alvoem visita de estudo

    No perodo da manh, o grupo visitou o Centro de Interpretao do Parque Natural do Alvo, sito em Vila Real, para um enquadramento terico. Teve, ainda, oportunidade, de visitar uma exposi-o temporria de esqueletos de diversos animais carnvoros e herbvoros, alguns dos quais existen-tes no Parque. No perodo da tarde, aps almoo na cantina da Escola Secundria Camilo Castelo Branco, os alu-nos visitaram alguns locais emblemticos do Par-que Natural do Alvo, nomeadamente, os proce-dimentos desenvolvidos para a conservao dos Sapos-Comuns, a aldeia de Lamas de Olo, os la-meiros espontneos, a comunidade arbustiva e as Fisgas de Ermelo.Uma palavra de gratido tcnica responsvel pelo Parque Natural do Alvo que muito contribuiu para o enriquecimento dos nossos alunos. JB

    Albertino LousaLus Mouro

    Vitor Cardoso

  • Clarinha nome de prin-cesa, uma princesa que se transformou em su-per herona, com po-deres que lhe so con-feridos pela energia que advem da prtica de bons hbitos de higiene e, sobretudo, de bons hbitos alimenta-res. A Clarinha nasceu de um desafio lanado pela BE/CRE no mbito do projeto SOBE Um ovo por inven-tar, ao qual o grupo B do Jardim de Infncia de Mura Amarelinho aderiu. Feito o desafio, foi a vez de as crianas olharem para um ovo, tal-vez do tamanho do de uma avestruz, de pensarem e projetarem no papel, atravs do desenho, em que se trans-formaria aquele ovo. Deste modo, foi democraticamente definido que o ovo seria feminino, uma vez que a maioria das crianas do grupo do sexo feminino, e que se chamaria Clarinha. Este nome no foi consen-

    sual, mas entre Geminha e Clarinha, por maioria de votos, o ovo ganhou a identidade que se lhe conhece.O ovo foi crescendo, foi-se transfor-mando, ganhou olhos verdes com longas pestanas, uma coroa brilhan-te, em ouro, com incrustaes de joias e pedras preciosas feitas com frutos secos, como convm a uma verdadeira princesa, e uns braos que, quando se abrem, levam a Clari-nha a voar para qualquer local onde se exige a sua presena, seja ela como protetora da natureza ou das fadas. As suas roupas, modelos nicos de alta-costura, foram embelezadas por pequenas flores de papel em tons violeta, feitas medida pela estilista Tina, e um belo manto verde com crculos prateados. No foi fcil dar corpo a to bela princesa; No entan-to, o grupo contou com a colabora-o do professor Daniel Almeida.A Clarinha nasceu oficialmente no

    Maria Regina Guedes Texto construdo a partir de ideias das crianas da sala B

    Quem aClarinha?

    dia 30 de janeiro s16:30h, pesava cerca de 6,343 kg e media 82 cm. A partir desse dia, tem sido inspirao para vrias atividades e uma estrat-gia de motivao para as crianas do jardim-de-infncia. A sopa de legu-mes da Clarinha foi um exemplo cla-ro dessa fonte de inspirao. Sendo uma princesa, gosta de se exibir e engalanar, de participar em festas e de viajar. Participou num concurso de beleza e 539 pessoas vo-taram nela e consideraram-na a mais bela princesa do mundo!Com uma agenda algo preenchida, ainda arranjou tempo para desfilar no Carnaval, no seu belo coche con-duzido por um prncipe.Dada a causas sociais, ajudou a lem-brar que O sol tem horas do diabo, das 12:00h s 16:00h, campanha que visa alertar para a preveno e so-lidariedade para quem luta contra o cancro, pelo que, nesse horrio, no

    apanha banhos de sol e no prescin-de dos seus protetores solares.A princesa Clarinha, no intervalo das suas viagens, escreveu para os meninos a contar as suas aventuras. As crianas responderam-lhe da mesma forma, escrevendo uma carta que foram entregar ao posto de Cor-reios de Mura. No podemos esquecer que a prin-cesa Clarinha viaja em transporte prprio por esse mundo fora, mas sa-bemos que no prescinde do seu pa-lcio, onde gosta de repousar na sua cama grande e fofa, depois de tomar um bom banho perfumado. Isso d--nos a certeza de que em breve rece-beremos uma resposta nossa carta. At l, resta-nos a imaginaoonde estar a Clarinha? O que an-dar a fazer? Quem ajudou a salvar? Que pases visitou? Com quem se en-controu? Aguardamos pacientemen-te resposta a estas questes. JB

    9JB / Maio 2015 . O Berro PINTANDO A NOSSA TERRA

  • 10 JB / Maio 2015 . O Berro

    Porque a Educao Pr-Escolar deve ser uma continuidade da famlia, no Plano Anual de Ati-vidades do Agrupamento consta a comemorao do Dia do Pai, entre outras promotoras de maior proximi-dade e articulao. Este ano, para que fosse vivel a um maior nmero de pais comemo-rarem com os seus filhos este dia especial, os mesmos foram convidados a almoarem no Jardim de Infncia. Os pais estiveram presentes ou fizeram-se representar de uma

    Dia do PaiMaria Regina Guedes19 de Maro

    forma massiva. Antes do almoo, ouviram os seus filhos que cantaram e repetiram um poema, construdo com frases das crianas da sala A, assim como tiveram oportunida-de de escutar o poema da autoria de Jos Jorge Letria, declamado pelo Sr. Diretor do Agrupamento. Como se v nas fotografias, depois de uma boa feijoada, ainda tiveram tempo de deixar a sua marca para a poste-ridade, numa pea de um puzzle que est neste momento a embelezar uma das pare-des do nosso Jardim de Infncia. JB

    PINTANDO A NOSSA TERRA

  • 2015 Ano Internacional da Luz

    Alunos do 10CDiretor de Curso Manuel Jos Mofreita

    A LUZ SOLAR NA ALIMENTAO, tema para o 1 ciclo.

    O Sol muito importante para a Natureza. Sem ele no havia vida para os animais e para as plantas.Sem a luz solar no haveria os alimentos da horta como as alfaces, os nabos, as cenouras, e nem os importantes frutos, como as laranjas. Todos eles so to importantes na nossa alimentao e na alimentao dos passarinhos!

    Concurso para a rede de Escolas Associadas da UNESCO

    No mbito da celebrao de 2015 Ano Interna-cional da Luz, a Comisso Nacional da UNESCO com o lanamento do concurso sobre o tema Ano Internacional da Luz pretende reconhecer a importncia de aumentar a conscincia global sobre a forma como as tecnologias base da luz promovem o desenvolvimento sustentvel e for-necem solues para desafios energticos, edu-cativos, na agricultura, ou na sade.

    Laura Maria Sousa dos Santos 2A

    11JB / Maio 2015 . O Berro

    Cristina Gomes

    PINTANDO A NOSSA TERRA

    Neste sentido, o Agrupamento inte-grado na Rede de escolas Associa-das da UNESCO e de acordo com o tema para o ensino secundrio, A LUZ SOLAR NOS ECOSSISTEMAS

    DA TERRA, e no desenvolvimento do processo educativo do Curso Pro-fissional Tcnico de Recursos Flo-restais e Ambientais, procedeu-se, com recurso mquina fotogrfica, recolha de fotos representativas de diferentes ecossistemas do Parque Natural de Montesinho, no concelho de Bragana. Esta atividade, integra-da nos objetivos das disciplinas de

    Operaes Culturais e de Silvicultu-ra, ajudou-nos a perceber a impor-tncia de um melhor conhecimento dos ecossistemas e da importncia da luz na manuteno e preservao da biodiversidade do Parque.Com as fotos recolhidas e a partici-pao no concurso, procurmos le-var um pouco dos ecossistemas ter-restres e aquticos at todos aqueles,

    com maior ou menor responsabilida-de social, cultural ou poltica possam aferir no sentido da defesa da fauna e da flora como parte da vida do nosso planeta.Para terminar, gostaramos de referir que foi muito gratificante para ns participar neste concurso. JB

  • 12 JB / Maio 2015 . O Berro

    Preveno com ARte em Mura Luta Contra o Cancro atravs dos olhares dos nossos alunos

    Preveno com ARte (Ateno, Rastreio, Tratamento, Esperan-a), um projeto da Liga Portu-guesa contra o Cancro Ncleo Regional Norte, Municpio de Mura, Centro de Sade, Agrupamento de Es-colas de Mura e Escola Profissional, tem como objetivo aumentar a sensi-bilidade e a conscincia da populao para a temtica do cancro e para a per-tinncia da Ateno do Rastreio.O Clube de Arte - Escola Amiga da Arte do Agrupamento de Escolas de Mura desde logo abraou esta inicia-tiva. O Clube de Arte-Escola Amiga da Arte tem 16 alunos do 5 ao 10 ano, orientados pela professora Rosa Pais e pelo professor Antnio Bernar-des; Fizemos desenhos, imensos de-senhos, procurando um conceito que servisse de base para toda esta luta. Surgiu assim, em termos formais, O Sol. O Sol o smbolo que rene o projeto apresentado.

    Tal desafio contagiou todo o Agru-pamento que levou os alunos do 2 e 3 ciclos, o Ensino Especial e curso EFA, orientados pelos seus respetivos docentes, a desenvolverem plstica e conceptualmente as vivncias, senti-mentos, preocupaes e esperanas.O resultado desse trabalho figurou numa exposio no interior da Galeria e ao longo do Parque Urbano de Mur-a estando devidamente identificados com ttulo e autores. So trabalhos de pintura, escultura, tcnicas mistas, v-deo e fotografia. Salientamos que, em todo o projeto, foi assumido uma ati-tude de reutilizao de diversos mate-riais que existiam na escola, sendo es-tes, em muitos casos, o prprio motor do processo criativo.Foi um trabalho que nos envolveu bastante, proporcionando alegria e motivao em participar e no temos dvidas que nos recordaremos destes momentos ao longo da nossa vida. JB

    Alunos do Clube de Arte

    PINTANDO A NOSSA TERRA

  • 13JB / Maio 2015 . O Berro

    Maria Isabel BreiaRepresentante Local LPCC-NRN

    Naquele dia pleno de emoes, 19 maro 2015, dia da abertura da Exposio Pre-veno com Arte em Mura, animou-me o esprito de partilha que penso ter sido bastante enriquecedor.Tendo acompanhado, na sua globali-dade, e em vrias etapas esse projeto, agora e neste preciso momento, ape-nas me quero debruar nessa Expo-sio e no abrir de portas comuni-

    dade murcense, um ponto alto para todos os envolvidos aqui, quero referenciar Srgio Niza, membro fundador do Movimento da Escola Moderna, que num dos seus princ-pios menciona as prticas escolares podero ter mais impacto e consoli-dao, quando inseridas na comuni-dade a que pertencem. Assim, foi o que senti.Na verdade, desde o passado dia 4 fe-vereiro, Dia Mundial do Cancro, que me fui deixando envolver pelo entu-siasmo da abertura de caminhos dos alunos e professores do Agrupamen-to de Escolas de Mura.Do corao, transmito que o resulta-do ficou bem vista, nessa to bela Exposio, na qual a ARTE se tornou mestra da sensibilidade, do dilogo, do encontro, da ateno, da prtica e, sobretudo, do grito de alerta, para a

    Preveno com ARte De onde viemos epara onde vamos

    Prevenir com ARTE (Ateno, Ras-treio, Tratamento e Esperana) o desafio que desde Setembro de 2014 tem inspirado todos os parceiros da LPCC NRN nas suas aes de edu-cao para a sade.Consideramos, no trabalho que de-senvolvemos h j 26 anos com es-colas e outras instituies de todo o norte do pas, que prevenir o cancro s possvel com aes de sensibi-lizao e informao. Preparamos assim, cada vez mais e melhor, a po-pulao para lidar com esta doena, que se afasta cada vez mais da ideia determinstica do passado, segundo a qual o destino certo era a morte, e se afirma, inexoravelmente, como a doena dos tempos modernos, cami-nhando para a cronicidade.Sabemos tambm, no entanto, que populao informada no , necessa-riamente, populao empenhada em mudar comportamentos. Por isso, as estratgias vo-se multiplicando para atrair cada vez mais combatentes , tornando a luta contra o cancro ao alcance de todos, desde os mais pe-quenos aos mais velhos.Seguramente que os alunos de Mura deram um passo de gigante nesta ta-refa. Os trabalhos que prepararam e agora expem no Parque Urbano de Mura, e que ficaro disposio de todos durante ms e meio, so fruto, claramente, de um trabalho em pro-gresso. O resultado que agora est vista de todos produto de meses de reflexo e ao dos alunos e, segura-mente, dos seus professores.So trabalhos que atraem pela sua beleza e que cativam pelo seu signi-ficado. No podemos ficar indiferentes a to-das as sensaes e emoes que nos so transmitidas pelas vrias escultu-ras, pinturas, projees enfim, por toda a interveno artstica presente no espao de exposio interior e ex-terior.Um imenso obrigado ao Agrupa-mento de Escolas de Mura por ter aceitado o desafio e por t-lo traduzi-do de forma, simplesmente, brilhan-te, com muita A(mor) R(eflexo) T(alento) E(mpenho). JB

    Cristiana FonsecaCoordenadora do Departamento de Educao para a SadeLPCC-NRN

    preveno da problemtica do can-cro. Estou em crer que a comunidade educativa disso tomou plena cons-cincia e que, com ela, todos possa-mos entender que falamos de cancro e que precisamos de o continuar a faz-lo...E porqu?Porque Preveno com ARte repre-senta a Esperana de que aqueles que foram levados pelo cancro no sero esquecidos, que aqueles que o esto a combater sero apoiados e que um dia o cancro ser vencido.Oxal que Preveno com ARte em Mura, com essa e outas iniciativas que j se fizeram, tenha ensinado a gerar comunidades disponveis para, atravs da ARTE de pensar, sentir e agir da VIDA e para a VIDA. a ex-perienciem , a partilhem e se criem pontes para o bem comum. Bem hajam. JB

    PINTANDO A NOSSA TERRA

  • 14 JB / Maio 2015 . O Berro

    No cumprimento da programao da Preveno com ARte em Mura na sexta-feira, dia 17 de Abril, decorreu a aco de sensibilizao Brigada(s) _O Sol tem horas do Diabo - das 12h s 16h levado acabo pelas turmas do 7A, 7B e 7C. Com o objetivo de exercitar uma formao cvica em que as metas curriculares da discipli-na de Educao Visual participam, nomeadamente no desenvolvimento de uma campanha de comunicao de solidariedade/preveno do Me-lanoma ( cancro da Pele ), os alu-nos percorreram o centro de Mura com os produtos j desenvolvidos (Tshirts, Chapus de Chuva/Sol, Sa-cos de Compras) de forma a intera-gir com a comunidade. A estrutura da ao tinha trs momentos pre-definidos em aula: 1, uma foto em grupo entrada do estabelecimento, onde pudemos ensaiar a mensagem a transmitir comunidade (O SOL TEM HORAS DO DIABO - DAS 12h S 16h PRECISO TER CUI-DADO); 2, fotos de grupo junto ao pelourinho e escultura zoomrfica

    que simboliza Mura; 3, trs ele-mentos da turma, como representan-tes da turma, entrariam nos estabe-lecimentos comerciais para explicar aos comerciantes os propsitos da aco, para depois serem convidados a tirar uma foto de grupo frente do seu estabelecimento. Aps ultrapassarem as primeiras inibies e de exercitarem o discurso perante os donos dos estabelecimen-tos e concidados, os alunos foram definindo com alegria o percurso e os estabelecimentos a agregar ao da Brigada. Sem querermos estabelecer qual-quer hierarquia de participao, gostaramos de agradecer o momen-to que o Sr Presidente da Cmara Municipal de Mura proporcionou ao grupo de trabalho, pois ao inter-romper uma reunio do seu executi-vo para receber uma das turmas, ele-vou os propsitos cvicos da Aco Brigada(s)_O Sol tem horas do Dia-bo - das 12h s 16h. Tambm de dirigir uma especial ateno Maria Isabel Breia, representante local da Liga Portuguesa Contra o Cancro do ncleo Regional do Norte, que desde o incio fez questo de estar presen-

    Daniel AlmeidaO Sol tem horas do Diabo-das 12h s 16h

    No desenvolvimento da estratgia de comunicao delineada pela turma 8B, na disciplina de Educao Vi-sual, foi concluda a primeira fase, na qual todas as turmas tiraram uma foto de grupo em forma de sol para materializar visualmente um abrao coletivo pela preveno do cancro cutneo, mas tambm um gesto soli-drio para com os que lutam diaria-mente contra este doena to severa.

    Outdoor/ Cartaz - O sol temhoras do Diabo - das 12h s 16hPor definio, outdoors so objetos de publicidade/propaganda expos-tas no espao pblico. Atualmente, o espao pblico reflete uma fase de transio, onde as mudanas ao n-veltecnolgico, econmico, poltico, social e cultural so indissociveis. Os profissionais das atividades cul-turais eartsticas, das indstrias cul-turais, das indstrias do turismo e lazer, ao desenvolverem os seuspro-dutose servios, foram progressiva-menteintroduzindo um componen-te simblico acrescido atravs das suas preocupaes com a imagem dos produtos. Desse modo, os obje-tos ganham relevo de reflexo peda-ggica, pois eles so mediadores da nossa vivncia coletiva, com capaci-dade comunicativa de representao social que participaram na definio da pluralidade ou no do lugar p-blico. Este trabalho teve como base a anlise de obras de Barbara Kruger, Jenny Holzer, Oliviero Tuscany car-tazes daescola Bauhaus e dacorren-te Construtivista. JB

    Com a colaborao da Orquestra Gerao, no 8B, e no mbito do de-senvolvimento das Metas Curricula-res da disciplina de Educao Visual, foram desenvolvido os conceitos Fashion+ Video clip + Redes Sociais na campanha O Sol tem horas do Diabo - das 12h s 16h, uma cam-panha de preveno e solidariedade para com os que lutam diariamente contra o melanoma cutneo (cancro da pele).O acesso s novas tecnologias de informao e comunicao tem ori-ginado uma nova realidade urbana e novos modos de vida quotidiana entre as pessoas. Os fluxos de ativi-dades econmicas, materiais e ima-teriais, no conhecem fronteiras e questionam a delimitao de um

    -As Brigada(s)

    -Fashion+Video clip+Redes Sociais

    te, e aos Bombeiros Voluntrios de Mura, aos quais ficou prometido uma fotografia mais alargada. Por l-timo, agradecer a todos que, de uma forma informal, alegre e principal-mente surpreendidos se associaram a esta aco cvica que permitiu criar cumplicidades intergeracionais ali-mentadas de afetos, o que torna qual-quer momento inesquecvel.

    territrio poltico - administrativo. Neste sentido, o debate e a revita-lizao do espao pblico ganham relevo pedaggico, porque a capaci-dade de regenerar o espao pblico um vetor capaz de construir uma cadeia de valores, onde o sentimento de pertena, o bem estar individual e coletivo permite que todos sejam mais do que a soma das suas partes.

    PINTANDO A NOSSA TERRA

  • A Nau Lambreta

    L vem a nau LambretaSempre a acelerarOuvi agora, meninos,A histria que tem para contar:

    Navegava eu plo PacficoSem ter medo de arriscarQuando ouvi um rudoQue me fez logo hesitar.

    meu Deus, o que era aquilo?Seria o canto das sereias?Ou talvez o das baleiasHavia que verificar.

    Nada vinada sentiApenas a voz do marUma voz louca e vorazQue me chamava a gritar.

    -Bom-pensei-agora vou-me embora,Pois no h nada a temerNo h tubares vistaNem h orcas a aparecer.

    E assim meto a primeiraE o prego at ao fundoVou-me j daqui embora,Pois quero correr o mundo!

    Maria Ana e famlia | 5. A

    L vai a Nau PernetaPelo caminho a coxearOuvi de agora nobres senhoresUma histria de ensinar.

    Passava mais de um ano e diaQuando decidiu pernoitarNuma grande e bela pousadaPensando por ali descansar.

    S que este seu desejoNo foi fcil de concretizar,Um ignorante porteiroQueria-a impedir de ficar.

    -Dizei-me, pois, caro criado,O porqu de no entrar,Sou perneta sim senhor Mas tenho o direito aqui estar.No estais a ser corretosCom a vossa atuaoEspero que a minha deficinciaVos d uma boa lio.

    -Perdoai-me, Nau Perneta,J de vs ouvi muito falarPensei que era uma grande tretaUma Nau assim conseguir navegar.

    Daniela | 5.B

    Uma certa Nau MaginetaFoi despedidapois no esperava a sua vezDe entrar na opereta.Mudou, ento, de profissoCom alma de artistaDe imediato decidiu:- Outro lugar tenho de encontrar.No queria ser fadistaE no circo gostaria de atuar.Mas para issoAinda havia muito a navegar.S que nesse dia no alto-mar,O trnsito estava infernalTudo parecia correr mal.Ela at estava a aguentarMas apetecia-lhe apitarPois no se podia atrasar.Subiu ao mastro, o marinheiro,Para ver se a situao estava a melhorarS avistou um astro num galinheiro!Quando desceu, j o capitoSe preparava para disparar o canho!Logo nesse momentoApareceu um ratito a gritar:- Vi uma luz no alto a brilharS que era a sirene a soar!A hora de ponta depressa acabouA Nau Magineta acelerou e no circo parou.Tirou a cartola e cumprimentou:- Bom dia a todos, a magia chegou!

    Tiago Fonseca | 5.C

    Nau Perneta

    Nau Magineta

    Ento tentei arrancar Mas o motor discordouRindo-se na minha caraO maldito som voltou!

    Logo peguei no telefoneE chamei o meu mecnicoS que ele no pde virE, claro, entrei em pnico!

    J desconsolada e quase a chorarEu no desisti, fui investigar.Armada em esperta, avancei,Eis a situao com que me deparei:

    Pneus calibradosGasleo atestado,Traves afinadosTudo em bom estado!

    Ento mergulheiE, oh, que fiasco!Em vez de umas rodasEncontrei um casco!

    Onde estava a hlice Da minha lambreta?J confundo um barcoCom a motoreta!

    15JB / Maio 2015 . O Berro PINTANDO A NOSSA TERRA

  • FLAGRANTES

    Rosa Pais / Antnio BernardesBECRE

    No dia 3 de fevereiro, na biblioteca escolar, na sequncia do Progra-ma GEA terra Me, que dinamiza temticas na rea das Geocincias junto das comunidades escolares, e ainda no mbito do concurso es-colar A Qumica entre Ns, os alu-nos do 9. A e 10.A, e professores envolvidos no projeto, tiveram um encontro com a escritora Maria Jos Moreno.Foi um momento de particular in-teresse, na medida em que permi-tiu, depois da exposio itinerante A Qumica entre Ns e da leitura do livro, reforar os objetivos deste concurso junto dos nossos alunos, que de forma criativa podiam dar o seu contributo, numa perspetiva de educao para a sustentabilidade, para o ltimo captulo do livro, que tem o alto patrocnio da Comisso Nacional da UNESCO, em parceria

    Literacia da cinciacom o IGCP e o apoio da Bayer Portugal.Num registo de proximidade com o pblico, a autora de TerraVita Sa-dia conduziu-nos atravs dos me-andros do processo criativo do seu livro, todo ele a transbordar de ima-ginao e criatividade e que, de for-ma rimada, aborda assuntos srios.Ficamos rendidos e com vontade de, nem que seja por um dia, fazer algo pelo planeta. Depois deste encontro e de a biblioteca ter sido presenteada com o livro Chocolate Com Sabor a Disparate (tambm da sua autoria), os nossos alunos ficaram na expetativa de deliciosos disparates.A semente est lanada. A bibliote-ca e os docentes envolvidos desejam que este encontro inspire e d asas imaginao e criatividade. JB

    16 JB / Maio 2015 . O Berro

  • 17JB / Maio 2015 . O Berro FLAGRANTES

    Aps os kits serem lanados, foi um rebulio em todos os lados. Nos quatro cantos do Mundo estavam todos atarefados para os kits esta-rem preparados. Estes eram todos diferentes: havia uns sobre a Terra, outros sobre o ar e havia outros que ensina-vam quanto e como se devia pescar. Em me-nos de uma semana estavam os kits prontos para trabalhar e contra a poluio comear a lutar.As pessoas comearam a ajudar, cada um sua maneira: a Joana Anacleta passou a ir para a escola de bicicleta; o Joo plantou um pinheiro e depois um castanheiro, mas, como no h duas sem trs, o Joo plantou um pinheiro outra vez.Passaram duas semanas e algumas melhorias j se notavam, porm nem todos ajudavam e parecia que uma catstrofe tinha que acon-tecer para estas pessoas comearem a apren-der.Meses depois, a Terra comeou a tremer. Esta sabia que estava a melhorar, mas tam-bm sabia que a este ritmo, esta trabalheira de nada iria adiantar. Ento, chegou con-

    A Terra Vita Sadia

    Bruna Carvalho, 10.A

    Foi um produto especialDesenhado num grande projeto finalPara ser utilizado no dia-a-dia.Milhares foram feitosMilhes foram testados,A produo no parouAt que toda a gente o usou.A Terra estava a melhorarA salvao estava pertoJamais se podia pararAt estar tudo perfeito.Mas as pessoas tinham que perceberO que tinham que fazerO remdio tinha de ser dadoAntes de tarde demais ser,Embora estivesse melhorA Terra Vita Sadia no estava curadaE um problema maior a deixou preocupada:deixara de funcionar!...O que iria acontecer?A Terra voltou a adoecer!Quando que isto iria parar?Quando que este tormento deixaria de importunar?

    cluso que se todos, sem exceo, no come-assem a ajudar, estes tremores no iriam pa-rar. Os humanos ficaram aterrorizados que bem pior do que assustados e precisaram de se sentar uma horita por dia para interiori-zar o projeto Terra Vita Sadia. O senhor Le-onardo, que inicialmente no tinha aderido ao projeto, deixou de conduzir o seu antigo carro para andar de autocarro. E at a Dona Clementina, que, coitadinha mal se mexia, para no deixar de ajudar, levantou-se do seu sof e, do seu jardim, comeou logo a cuidar.Assim, passavam mais tempo a ajudar do que propriamente a trabalhar. As pessoas es-tavam to empenhadas que nem conseguiam dormir descansadas. A verdade, que tinha de ser assim, ou ento, do Mundo iriam ver o fim.Com todos a ajudar a Terra estava a reju-venescer e esta, aos humanos iria agradecer. Melhores no poderiam ter sido esperados, a Terra parou de tremer e os humanos come-aram a perceber que esta era a sua razo de viver. A Terra deixou de se sentir mal e foi cancelado o seu funeral.Estes feitos so dignos de uma histria que ir ficar na memria. JB

    Terra Vita SadiaConcurso escolar A Qumica entre ns

    Letra da Msica

    Nossa me no nos falhouE por ns foi atraioada Tantas facadas dadasNa nossa Terra amadaMas num dia iluminadoUma regra se imps Curar um PlanetaFoi o que o mundo se imps A Terra assim renasceu,Dos anjos se ergueu

    SPOT PUBLICITRIOTerra Vita Sadia

    Bruna Carvalho, 10. ACarolina Canrio, 10. ADiogo Nascimento, 10. AFrancisco Borges, 10. ARita Preguia, 10. A

    TEXTO E ILUSTRAOSoluo finalAlunos do 9.A

    Depois de lanado o desafio proposto pelo Concurso Escolar A Qumica entre ns, os alunos deram asas imaginao e reve-laram o seu talento das mais variadas formas. Aqui ficam alguns desses exemplos que podero integrar o ltimo captulo do livro Terra Vita Sadia da autora Maria Jos Moreno.

  • MeQuando o corao sangra e as lgrimas correm,Quando estou para l de mim e me desconheo,Socorro-me da tua imagem porque no possoAbraar-te e sentir os teus lbios a percorrerOs sulcos abertos na minha pele pelos desgostos e tristezas.

    Quando te tive o mundo tirou-me o sensoDe te perceber para l do momento.No percebi que as tuas carcias eram finitasE que precisava de as colher e guardarNum cofre mgico e s meu.

    No percebi, me, que esse cofreTinha de ser alimentado como ser vivoE que a chave que o abria e fechavaEram as tuas recordaesQue hoje me voam e esquecem.

    Hoje, me, sou um pobre sem ti, agito os braos e desespero de no agarrar imagens tuas,Mesmo volteis ou imprecisas.Mas que permitam esquecer como sou incompleto,Como falta a tua parte de mim, a melhor de todas elas.

    Hoje, me, tenho tantas saudades tuas e preciso tanto dos teus beijos!Como fao me, como te alcano, como posso falar contigo?No consigo passar para a margem em que estsE donde me acenas, to tranquila.Como desespero me, mesmo vendo o teu sorriso!Perdoa-me me por no te ter tornado eterna.

    Abril 2008Jos Alexandre de S Pacheco

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    18 JB / Maio 2015 . O BerroFLAGRANTES

  • 19JB / Maio 2015 . O Berro FLAGRANTES

    O Concurso "Escola Alerta de 2014-15, na sua 12 edio promovido pelo Instituto Nacional para a Re-abilitao, IP, apresentou-se com uma oportunidade para o desen-volvimento de competncias de cidadania ativa e para a promoo de uma educao inclusiva. Tem como objetivo essencial sensibilizar

    a escola e a juventude, interiorizar e exercitar a cidadania, mobilizar a comunidade educativa para a igual-dade de oportunidades e a no dis-criminao.Docentes e alunos da Educao Es-pecial e da Unidade de Multidefi-cincia debateram questes sobre a deficincia e de que forma pode-riam combater a discriminao e as incapacidades de algumas pessoas. Escolheram a comunicao de forma global e, mais especficamente, uma comunicao para adultos e jovens com deficincia auditiva. Selecio-naram seis palavras que renem os conceitos estudados-Humanismo, Diferena, Dignidade, Igualdade, Incluso e Respeito-, investigaram e estudaram a lngua gestual. Preten-deu-se a promoo de um processo de transformao dos alunos em ci-dados conscientes, capazes de lutar por uma sociedade mais justa e so-lidria e a compreenso do sistema de comunicao e a sua relao com o Outro, porque a lngua gestual a expresso cultural e instrumento de acesso educao e igualdade de oportunidades pelas pessoas com surdez. No nosso projeto, por se tra-tar de palavras/conceitos, recorreu--se a esta lngua, que produzida por movimentos das mos e a sua rece-o visual. Tem um vocabulrio e gramtica prprios. Os alunos que integram o Clube de Arte Escola Amiga da Arte, com as palavras selecionadas, fizeram o registo fotogrfico em alfabeto ges-tual; selecionaram-se as paredes do recinto escolar a intervir; fez-se o es-tudo bidimensional e deu-se incio pintura mural. Ao longo das semanas todos os alunos pintaram ao som dos violinos da Orquestra Gerao que, em perfeita harmonia, tornou o tra-balho profcuo.Projeto desenvolvido pelos alunos do Clube de Arte e pelos alunos de Educao Especial com o apoio dos alunos da Orquestra Gerao e Clu-be WebTV. JB

    DAR GESTO DIFERENA

    Escola Amiga da Arte

    Alunos do Clube de Arte

  • 20 JB / Maio 2015 . O BerroFLAGRANTES

    Conversasinformais no secundrioSusana Fernandes | SPO

    No mbito da orien-tao vocacional ocorreram, no dia 19 de maro, as conversas infor-mais no secundrio. Com esta ini-ciativa pretendeu-se que os alunos do 12 ano partilhassem com os seus colegas do 10ano, do mesmo curso, informaes, opinies e ex-perincias sobre o seu percurso es-colar, nomeadamente no que res-peita motivao e envolvimento nos estudos e restantes atividades escolares. Todos manifestaram o seu agrado pela atividade colocan-do questes e dvidas, partilhando receios e anseios e, acima de tudo,

    refletindo sobre a atitude que tm de adotar, desde o incio, para o alcance de sucesso. Foi deixada a mensagem para refletirem e darem seguimento s conversas!Estiveram presentes, como media-dores, o subdiretor Humberto Nas-cimento e a psicloga Susana Fer-nandes e ainda alguns docentes que cooperaram para o desenrolar da atividade. JB

    10.A

    10.B

    12.B

    12A

  • 21JB / Maio 2015 . O Berro FLAGRANTES

    Como te chamas?Chamo-me Estela Ribeiro.

    Que idade tens?Eu tenho 33 anos.

    Como trabalhar nesta Junta de Freguesia?Para mim mesmo muito bom.

    At que horas ficas a trabalhar?Eu trabalho at s 17:00 e depois fe-cho.

    Trabalhas bastantes horas. Acordas muito cedo?Um bocadinho, acordo s 7:00 horas.

    H quantos anos trabalhas aqui?H j 12 anos.

    Tens ajuda ou trabalhas sozinha? Tens muitos clientes?Em alguns dias tenho ajuda.H dias que tenho muitos clientes e outros que no. conforme a necessidade das pessoas.

    E quando tens folgas? Nunca, eu trabalho todos os dias.

    Este trabalho difcil? Que tipo de coisas se faz aqui?Para mim o trabalho no difcil. Aqui paga-se contas de telefone, te-leviso, internet, luz etc.

    J IMAGINARAM O QUE TRABALHAR NUMA JUNTA DE FREGUE-SIA? PARECE UM TRABALHO DIFCIL, MAS SER MESMO?

    BOM, ISSO O QUE VENHO DESCOBRIR. VOU TAMBM RECOLHER ALGUMAS INFORMAES SOBRE A SENHORA QUE TRABALHA NESSE LUGAR.

    Vernica Pinto | 6. B

    Estou a ver aqui muitas chaves. J perdeste alguma?Nunca, sou bastante responsvel.

    Se pudesses mudar de trabalho, para onde ias?Gostaria de trabalhar numa creche.

    O que fazes nos teus tempos livres?Trabalho em casa e no campo, fao bordados, crochet e tambm passeio.

    Tu tens um filho. bom ter um fi-lho como ele?Claro, ele meu filho.

    Se tivesses uma filha, que nome lhe davas?O nome da minha irm, Slvia.

    E se fosse um filho, qual seria o nome? No sei, talvez Martim.

    Se pudesses, que mudarias em ti?Gostaria de ser mais paciente.

    Qual seria o teu maior sonho?O sonho de qualquer me, ter sade para criar e ver crescer o meu filho.

    Muito obrigada pelo teu tempo e ateno.

    JB

    A IMPORTNCIA DE UM ELEMENTO GUIA NA VIDA DE CADA ADOLESCENTE

    Susana Martinho | 11. B

    Hoje e cada vez mais, dado o perigo iminente a que cada jovem se expe, a superviso constante de um adulto perante as atitudes que os mais novos tomam necessria.Talvez por ser um momento das nossas vidas que pensamos que ne-cessrio ultrapass-lo sozinhos, no , nem tem de ser assim. Mas nem sempre fcil, eu no fui fcil, por exemplo. preciso o contributo de ambas as partes e, quanto mais cedo te aper-ceberes disso, mais cedo sers ver-dadeiramente feliz. Quem que

    no gosta de, aps um dia cansativo, chegar a casa, estar com aqueles que estima e sentir um carinho especial, e o sentimento abundante ser a con-fiana, o bem-estar, a segurana e a felicidade? saudvel, faz-nos bem. Desliga-te das coisas suprfluas, que te fazem mal e te corroem e liga-te aos teus amigos, aos teus familiares, escola. Sim, porque graas escola que um dia, quem sabe, venhas a ser algum influente! Chega de afastares os outros, faz o inverso, atrai-os para ti. E lembra-te, ainda ests a tempo!

    SONHANDOSonho sonhando,Que um dia vou sonharIr Lua e vir,E novas coisas descobrir.

    Sonho sonhando,Que um dia vou sonharViajar pelo MundoE a Paz declarar.

    Sonho sonhando,Que um dia vou sonharNo poder sonhar maisE no outro mundo habitar.

    Joana Martinho | 7. B

    Imagem: Andr da Loba

  • 22 JB / Maio 2015 . O BerroFLAGRANTES

    Nsta poca do ano a Natureza torna--se mais bela que nunca, vestindo-se de flores das mais variadas cores, dos mais ricos matizes, de intensos e di-versos perfumes. Nesta poca inicia--se o perodo reprodutivo de muitas rvores e plantas. o nascimento da primavera, que reinstala a alegria e o colorido, depois de uma era cinzenta e fria. Ela prepara a vinda do Vero, com o seu intenso calor.Os animais e os vegetais reanimam--se ao longo do espao onde a Prima-vera retorna. A primavera a estao do ano que se segue ao Inverno e pre-cede o Vero. tipicamente associa-da ao reflorescimento da flora.O incio da primavera em 2015 ocor-re a 20 de maro, s 22h45. Esta hora do Equincio da Primavera, ou seja, o instante exato em que comea a primavera.Equincio da PrimaveraEntende-se por equincio da prima-vera o momento em que o sol cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre que projeta-da na esfera celeste). Quando este acontecimento decorre em maro, ele recebe o nome de equincio da primavera no hemisfrio norte. J no hemisfrio sul o equincio da prima-vera tem lugar em setembro.Fim da PrimaveraA primavera, em 2015 desabrocha a 20 de maro no hemisfrio norte e termina a 21 de junho, dando lugar estao seguinte: o vero, a estao do calor. O solstcio de junho marca o fim da primavera. Em 2015 a pri-mavera d o seu ltimo suspiro s 16h38 do dia 21 de junho.Na primavera com o clima quente e o sol aparente a maior parte do dia, necessrio ficar atento rega das plantas, pois elas costumam absorver mais gua, por isso indicado reg--las pelo menos duas vezes ao dia. Mas ateno, regar mais vezes no

    significa aumentar a quantidade de gua de cada rega. O horrio ideal para rega de plantas de rea externa logo pela manh ou no final da tarde. A temperatura ambiente ideal para a maioria das plantas domsticas de 18 a 21C. Quanto iluminao, importante observar a intensidade de luz e durao da exposio, que varia de espcie para espcie. Pode-mos considerar trs tipos de ilumi-nao, sol pleno, muita intensidade e durao, meia sombra, pouca in-tensidade e grande durao e som-bra pouca intensidade e durao.Tem uma varanda? Um jardim? Um terrao? Um ptio? E no sabe o que lhes fazer? Este o momento certo para renovar, e florir o seu espao. Mos obra!

    PrimaveraEFA B3 -AManuel Jos Mofreita

    Plantas para a primavera

    As condies climatricas no obe-decem necessariamente a calend-rios e a primavera pode chegar mais cedo... ou mais tarde! No entanto, to-dos os anos, por esta altura, o jardim enche-se de cores e aromas, ganhan-do novo flego para os meses seguin-tes. Esta estao marca o refloresci-mento da flora e caracteriza-se pela instabilidade trmica e geadas que podem afetar algumas plantas. Em caso de geadas, proteja as plantas do seu jardim.

    Cuidados a ter com as plantas:

    -Prmula Sombra e solo fresco constituem duas exigncias desta planta para que tudo corra bem, mas ateno porque podem favorecer o aparecimento de fungos. Em tempo crtico, faa trata-mentos preventivos contra o mldio e o apodrecimento da raiz. Adube com hmus e divida as matas depois de florescer. Esta planta d-se bem em

    climas como o atlntico e mediterr-nico, sombra.-Tlipa das plantas mais precoces. A t-lipa floresce em poucas semanas, o que constitui uma vantagem relati-vamente a outras. Nesta poca, deve ser plantada em vaso mas no outono pode colocar os bolbos no terreno a 10 cm de profundidade, em solo ligeiro e bem drenado. Esta planta d-se bem em todos os climas, a sol pleno.-Narciso As flores necessitam humidade cons-tante no solo mas sem encharcar para no apodrecer o bolbo. No corte as folhas at ficarem murchas. Nesta altura faa um adubo rico em azoto. Esta planta esguia d-se bem em todos os climas, ao sol ou sombra tnue.-CamliaPlante camlias em solo cido. A gua da rega no deve ser calcria e em locais sujeitos a geadas proteja dos primeiros raios de sol da esta-o para no danificar os botes de flor. Esta planta d-se bem em climas como o atlntico, sombra.Begnia Aplique hmus antes de plantar. Mantenha as daninhas afastadas. Esta planta d-se bem em todos os climas.-Forsitia Nesta poca, apesar de no ter folhas, cobre-se de flores. Resiste bem s ge-adas e deve ser podada aps a flora-o. Esta planta d-se bem em climas como o continental, ao sol.-Lrio Depois da florao, adube com pro-duto rico em azoto e divida a folha-gem depois de seca. Esta planta d-se bem em climas como o atlntico, ao sol.-Amor-perfeito Resistente ao frio. Apto para jardina-

    gem. Para ter flores contnuas, corte as flores secas. Esta planta d-se bem em todos os climas, ao sol.-Rododendro Este magnfico arbusto requer um terreno pouco profundo devido s suas razes superficiais. Mantenha a planta hmida. Para regar, use gua mole ou da chuva. Assegure-se que no lhe faltam nutrientes. Esta planta d-se bem em climas como o atlnti-co, em sombra ligeira.-Lils Solo moderadamente rico em nu-trientes, com boa drenagem e rega intensa nos meses mais quentes do ano. Isto o que necessita o lils para oferecer cor e fragrncia. Suporta o calor e o frio. A acidez prejudicial. Esta planta d-se bem em todos os climas, a sol pleno ou meia sombra.-Anmona No admite transplante. Cuidado com os fungos. Esta planta d-se bem em todos os climas, ao sol e em sol-sombra.-Glicnia Trepadeira ideal para conduzir por prgolas e gelosias. Os ramos com-pridos cheios de flores consomem muito adubo. As suas cores embe-lezam qualquer jardim. Esta planta d-se bem em climas como o conti-nental, ao sol.-Hibisco Flor grande com apenas um estam-bre. Deve estar protegido dos ventos frios. Esta planta d-se bem em cli-mas como o tropical, ao sol.-Jacinto Bolbosa primaveril de grande dura-o. Necessita solo profundo. Esta planta d-se bem em todos os climas, ao sol e em sol-sombra. JB

  • 23JB / Maio 2015 . O Berro FLAGRANTES

    CONHEA ALGUMAS PLANTAS E OS PRINCIPAIS CUIDADOS A SEREM TOMADOS: Avenca: regar 3 vezes por semana, adubar men-salmente. Por ser uma planta delicada, deve ser

    mantida em local protegido em reas internas.

    Azlea: regar 2 vezes por semana. Manter em ambiente com bastante claridade, mas no deixar exposta ao sol direto.

    Crisntemo: regar 2 vezes por semana, aps a flo-rao, pode ficar em ambiente externo ou interna, sempre com bastante claridade.

    Gerbera: regar 2 vezes por semana. Manter em ambiente com bastante claridade, podendo ficar exposta ao sol direto. Aps a florao, deixar o vaso em rea externa.

    Bromlia e Orqudea: regar 2 vezes por sema-na, quando em ambientes internos, e rega diria quando em rea aberta. Adubao apenas no in-verno e pulverizao a cada 40 dias.

    Catos: regar quinzenalmente, somente nas razes, adubao anual. Deve ser mantida em local com exposio diria ao sol.

    Jasmim: rega diria na primavera e vero e mode-rada nas outras estaes. A primavera o perodo ideal para a adubao.

    Lrio: regar 2 vezes por semana. Gosta de muita luz. Aps a florao, deixar o vaso em ambiente interno com bastante claridade.

    Girassol: regar 3 vezes por semana. Precisa de um ambiente ensolarado, com sol direto pelo menos de trs a quatro horas por dia.

    Hera e trepadeiras: regar semanalmente e adubar 2 vezes por ano, assim como a pulverizao com calda bordalesa.

    Tlipa: manter o solo moderadamente hmido, deixando a terra um pouco seca entre cada rega. Manter em ambientes internos.

    Violetas: gosta de muita luz, mas no deixar di-retamente exposta ao sol. Manter o solo modera-damente hmido, deixando a terra um pouco seca entre cada rega.

    Rosa: regar cerca de 2 vezes por semana ou dei-xando a terra um pouco seca entre as regas.

    Samambaia: regar 2 vezes por semana e adubar a cada 2 meses. No deve ficar exposta diretamente ao sol ou vento.

  • 24 JB / Maio 2015 . O BerroFLAGRANTES

    A vida feita de escolhas. A todo o momento somos confrontados com a necessidade de fazer opes, de es-colher entre alternativas, de tomar decises. Se h decises tomadas no dia a dia que recorrem a processos mecnicos, instintivos, outras envol-vem atos mais ou menos refletidos no tempo. Escolher o caminho que pretendemos trilhar prprio do Homem, ainda que muitas vezes nos parea inacessvel.Os alunos finalistas do Agrupamento de Escolas de Mura esto prestes a fazer escolhas quanto ao seu futuro acadmico. Que curso devo esco-lher? Onde pretendo frequentar esse curso? Duas questes que, em breve, aps a concluso dos exames nacio-

    nais, tero de equacionar.Cientes da necessidade de ajudar os alunos a fazer escolhas, o Agrupa-mento de Escolas de Mura tem uma prtica instituda no sentido de con-tribuir para facilitar as suas tomadas de deciso, desenvolvendo diversas aes de orientao vocacional e profissional. Foi nesse contexto que, no passado dia 18.03.2015 os alunos do 12 ano de escolaridade se des-locaram UTAD no mbito do seu Dia Aberto. Cada uma das turmas do ensino regular e do ensino profis-sional vivenciaram um dia diferente, colhendo experincias do quotidia-no do ensino superior e participando em diversas atividades relacionadas com o perfil do seu curso do ensino secundrio, entre as quais palestras, atividades prticas, prticas simula-das, entre outras, intercaladas com o perodo de almoo, oferta da UTAD.Este ano o programa foi alargado tambm ao 11 ano, numa primeira tentativa de aproximar os alunos ao ensino superior.Cientes que o processo de orientao

    vocacional e profissional no se esgo-ta nesta ao, as experincias e infor-maes recolhidas na UTAD decerto contribuiro para a consolidao das escolhas dos nossos alunos.Uma palavra de reconhecimento UTAD pela organizao e, especial-mente, pela oportunidade que confe-re todos os anos aos alunos do ensino secundrio. JB

    Albertino LousaAlexandrina MouroCarla AlvesMarisa RibeiroSusana Fernandes

    Um dia aberto na UTAD

  • 25JB / Maio 2015 . O Berro FLAGRANTESUMA HISTRIA AZULBruna Carvalho | 10. A

    Quando acordou, de manh bem cedo, abriu os olhos sem saber onde estava, mas as paredes brancas do quarto, cobertas por quadros bran-cos a envolver moveis tambm bran-cos, depressa a fizeram perceber que estava na Terra-de-Onde-as-Cores--Tinham-Desertado. Abriu a janela, olhou com melancolia o cu cin-zento, as rvores cinzentas, os mon-tes cinzentos e ps-se a recordar os acontecimentos dos ltimos dias.Lembrou-se da agitao invulgar, os olhares surpreendidos nos rostos inexpressivos da multido reunida na sala ampla e branca do hospital. No era motivo para menos, afinal

    no havia um caso assim desde a Quarta Grande Guerra, desde a altu-ra em que o mundo tinha cor, em que o arco ris era uma constante e no um sonho proibido. Mas os conflitos acabaram com a vida. A natureza era sombria e o que era feito pelo Ho-mem era branco, planeado sem qual-quer personalizao ou sentimento. A Terra era desinteressante, morta e a imaginao sinnimo de perigo.Mas algo mudara com a menina que nascera no quarto 3333, nascera esperana tambm. Uma esperana que quebrara os muros limitativos da raa que um dia se designou como a nica que podia rir.

    Fora isso que ela fizera ao ver os olhos azuis da pequena beb. Azuis, como costumavam ser as guas do mar, a cor do cu E estes, grandes e belos, emoldurados por uma au-rola de cabelos amarelos como os campos de trigo do seu av h muito queimados, trouxeram um xtase tal comunidade do recinto que, por momentos, tudo voltou a ser como era na poca em que que os olhos azuis eram naturais, altura em que o gene da cor ainda existia e as pessoas podiam rir. A partir desse momento, as mudanas comearam. A cor nas faces das pessoas voltou, medida que a notcia se foi espalhando e com

    este vermelho rosado voltaram os ri-sos, as conversas e, a pouco e pouco, foi-se perdendo o medo de sonhar.Com esta bela memria, a mulher afastou-se da janela e foi buscar o bem mais precioso do seu av, uma lata de tinta azul. E pintou. Pintou tudo quanto podia, comeando pelo quarto sem vida, at ao cabelo preto como carvo. E teve a certeza de algo. Assim como a sua mente se abriria luz, as rvores floresceriam e as guas voltariam a correr. E a poderia ser feliz, pois o seu mundo poderia chamar-se outra vez, assim como nos livros de histrias antigas, o Planeta Azul. JB

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  • 26 JB / Maio 2015 . O BerroFLAGRANTESCONCURSO NACIONAL DE LEITURA

    BE/CRE

    O CONCURSO NACIONAL DE LEITURA (CNL), ESTE ANO NA SUA 9 EDIO, UMA INICIATIVA DO PLANO NACIONAL DE LEITURA, COM O OB-JETIVO DE ESTIMULAR O TREINO DA LEITURA E DESENVOLVER COMPETNCIAS DE EXPRESSO ESCRITA E ORAL.

    A 2 fase distrital deste concurso de-correu na bonita cidade do Peso da Rgua, com a presena dos alunos do 3 ciclo- Beatriz Aires do 9 A, Diogo Aires do 8 C e Salvador Coelho do 7. A., e dos alunos do ensino secun-drio-Diogo Nascimento do 10 A, Miguel Plcido do 12 A e a Susana

    Martinho do 11 B. A nossa escola esteve brilhantemen-te representada pelos nossos alunos neste encontro,onde o livro e a leitu-ra estiveram em destaque, bem como as prestaes do Miguel Plcido e da Beatriz Aires, que ficaram nos cinco primeiros lugares. JB

    No mbito do trabalho PRESSE, os alunos individualmente ou em grupo, na biblioteca, escreveram uma mensagem criativa, apelativa e reflexiva sobre o namoro ou sobre o amor e tiraram uma selfie.Criatividade, imaginao e a boa disposio que caracterizam os nossos alu-nos podem ser apreciadas no PRESSEPARTOUT coletivo.

    Faa l um poema

    SomenteDiogo Nascimento | 10. A

    Nesse cu de bruma fumosaEm que o negro se agita indiferenteAbala uma luz, forte, somente,Como uma dolcerosaEntre o vazio de um deserto solvente.

    Chora, sei que chora para mimE suas lgrimas de cetimEscorregam, ligeiras aladasCobrem o negro, douradasCuja vida no v fim.

    E rompem, como assaltantesO vaso do meu corao,Essas gotas incessantesVertem-se, cleres viajantesE no se perdem, no!

    Guardo-as todas, uma a umaAs que caem da fumosa bruma,No se perdem no raso choIrei com elas lavar o vaso,O vaso do meu corao.

    Maureen Berend | 9. B

    O SonhoAcorda a almaO corpo adormeceProcuro em mim o eu Que o meu eu no conhece.A procura do que sente a alma,Eu no consigo descrever.Pois sonhar uma arte,A arte de tecer.Tecer o sonho aconchegadolongo, curto, oval ou quadrado.Entrego-me a mime deixo-me levar.Procuro-me em mime acabo por me encontrar.E encontro em mim a arte de sonhar.

  • 27JB / Maio 2015 . O Berro FLAGRANTES

    A tabuada

    Maria Coelho | 5. A

    Maria Macedo | 4. BO mundo das fadasNo planeta Rosas RasasExistem seres pequenos Coloridos, tmidos e com asas

    Que seres eram estes, ento?Pois claro, eram fadas.Sempre muito engraadasCom a sua varinha de condo.

    Cheiravam a fruta com mel,Usavam um anel de papel,E viajavam atravs do pensamentoPor todos os sonhos e firmamento.

    Sentavam-se nas nuvens a cantarEra to bom ouvi-las, mesmo a desafinarQue me custa muito recordarO tempo em que s queria nelas acreditar.

    A tabuada divertida,Pois s temos de pensar,E at a podemos, Dizer a cantar.

    A tabuada muito fcil de dizer,Pois no temos de temer.Ela no nos vai comer,E vamos logo aprender.

    Com a professora a ensinar,Nada mais vai faltarPois ela decorou a tabuadaDecor e a saltar.

    Agora j para acabarA tabuada vou elogiar,Ela muito divertida E muito minha amiga.

    SEM

    AN

    A D

    A L

    EITU

    RA

    De 16 a 20 de Maro, a Biblioteca Escolar, as escolas do Agrupa-mento de Escolas de Mura e a Biblioteca Municipal, promove-ram a Semana da Leitura, uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura que para este ano elegeu o tema Palavras do Mundo. Foram vrias as iniciativas e atividades dinamizadas pela Bi-blioteca Escolar, pelos docentes e pelas educadoras, que pro-porcionaram aos alunos e comunidade educativa experin-cias de leitura enriquecedoras. Das vrias iniciativas, destacam-se a BE vai s salas de aula, numa partilha das palavras dos poetas, o concerto da Orques-tra Nova Gerao, onde a leitura foi feita atravs das partituras pelos alunos e professores que integram a projeto da Orquestra Nova Gerao de Mura e onde as palavras ecoaram atravs dos instrumentos musicais, tocados com mestria e dirigidos pelo maestro Loureno Cruz;a estafeta da leitura; a dramatizao da fbula A raposa e o Corvo, pelos alunos do curso de Educa-o e Formao de Adultos; a participao de pais e avs em leituras para as crianas do pr-escolar; o Sarau de Poesia, com a participao dos alunos do projeto Geraes a Ler+; elabo-rao e exposio de poesia; as Palavras Partilhadas em todos os lugares, pelos alunos da educao especial; as Palavras ao Ventopelos alunos dos 8 anos; o Jantar com histrias de pija-ma (3 edio) na BM e integrada no projeto Preveno com ARte com leituras para pais, de poemas escritos pelos alunos do 5 ano. JB

  • CANTINHO DA EDUCAO ESPECIAL

    SEE

    28 JB / Maio 2015 . O Berro

    Ao longo do segundo perodo foram desenvolvidas atividades previstas no Plano Anual de Atividades e no previstas, que permitiram aos alunos da sala da Educao Especial e Unidade de Multidefi-cincia desenvolver competncias especficas e sobretudo valorizar e promover as relaes interpessoais e diferentes formas de comuni-cao.

    As aulas de Arte, Decorao e Reciclagem, Culinria e Horta Pedaggica foram um laboratrio aberto onde se ganharam experincias de saberes interculturais e transdisciplinares.

  • 29JB / Maio 2015 . O Berro

    Colabormos em atividades pro-postas por outros grupos, com os objetivos de par-tilhar e promover a integrao dos nossos alunos na vida da escola. Participmos, de uma forma ativa, com trabalhos para a Preveno com Arte, Crculo com livros na BECRE , no programa PES, e ainda em Ler em diversos espaos e Dia do Pai visando sempre o desen-volvimento da nossa dimenso humanista e cvica.

    O ms de fevereiro foi o ms das emo-es dos sentimentos e do carnaval. Os alunos da Educao Especial e da Unidade de Multideficincia no es-queceram estas datas e deram asas aos cupidos, realizaram coraes, fizeram lindas composies e painis, tendo tambm decorado a sala e uma rvore. Foram os correios do amor, ao realizarem a distribuio das cartas pelas respeti-vas turmas. O servio prestado foi agraciado pelo professor de msica, que nos presenteou com uma bela composio musical. JB

  • MUNDO VISTO POR

    30 JB /Maio 2015 . O Berro

    Frankenstein Files

    On 4th February of the current year, five classes of our school went on a school trip to Oporto, including the class A of the 10th grade my class. The leading objective of this trip was to improve our listening and speaking skills in English. We wa-tched a play, named Frankenstein Fi-les, by Interacting Theatre Company. We were all gathering ready to laugh and have a funny time with the show.The story was based on one of the most famous and incredible horror--thrillers ever made Frankens-tein (by Mary Shelley). Two cinema cleaners get locked out of a cinema building and, in order to have some joy and pass the time, they start re-cording the ending of an unfinished film called Frankenstein!!! Tyger Poppycock is a comic person trying to stop the wicked professor doctor Victor Frankenstein. During the pre-sentation, the two actors asked for the public participation. At the end of the show, the evil character Victor Frankenstein is arrested by peculiar Tyger Poppycock.The moments of silence were thin on the ground because the audience couldnt stop laughing about the ri-diculous characters and action which were being presented.It is really important for us, as stu-dents, to have the opportunity to have contact with British people and to improve our language skills with this kind of activities.After the play, we took the bus to the Norteshopping. We had lunch in one of the many famous fast food restau-rants and we visited the various sto-res. Some of us spent our money on CDs, games, clothes and posters.It was a valuable, rewarding and unforgettable experience. We have indeed to say Thank you! to our teachers, who gave us this important and educational opportunity.Diogo Nascimento | 10. A

  • 31JB / Maio 2015 . O Berro

    Bruna Carvalho | 10. A

    A minha vida dava um filme...!

    Sabem, quando ouvimos uma histria de vida extraordinria e a pessoa que a conta afirma a minha vida dava um filme!?

    Pois foi exatamente nessa expresso que pensei quando, numa conversa com o meu av, observando as suas fortes e calejadas mos, vi nele um homem que j viveu praticamente tudo que h neste mundo para viver.Esta conversa foi realmente elucida-tiva e deu-me uma lio de vida que provavelmente no esquecerei No vejas a escola como uma obri-gao, querida no tens noo da sorte que tens por poder desfrutar da sabedoria! Ora, eu acho que quem quer que seja que esteja a ler este de-sabafo j se sentiu como eu, cansa-da, com vontade de dormir mais um bocadinho ou de trocar os trabalhos de casa por um bom filme Mas o

    meu av tem toda a razo, ns temos a obrigao de aprender tudo o que pudermos enquanto andarmos na escola, por ele e por todas as pessoas que tiveram que a trocar por motivos de fora maior.O meu av nasceu pobre, numa hu-milde famlia do interior e, desde cedo, trabalhou duro para poder sus-tentar os irmos mais novos e viu-se forado a sair da escola dois anos de-pois de comear a frequent-la. No entanto, ainda hoje, quase sessenta anos depois, mantm a escrita de que tanto se orgulha, bem como a fama de no se deixar enganar nas contas.Mas a vida nem sempre simples e, aos dezanove anos, pouco tempo de-pois de se ter casado com a minha av, parte para Moambique, para

    a guerra do Ultramar, deixando-a grvida. V ento muitos amigos ce-derem s balas e ele prprio atingi-do numa das muitas guerrilhas que ainda hoje considera inteis. Volta quando a filha tem j dois anos, filha esta que teve medo do homem ma-gro e queimado pelo sol ardente de frica, em nada semelhante ao pai das fotografias mostradas pela me.V-se pouco tempo depois obrigado a deixar do novo o seu pas e partir para o Luxemburgo, onde trabalhou afincadamente para sobreviver, e so-freu a perda de um amado filho de cinco anos, que ainda hoje recorda-do com um sorriso melanclico por parte do pai.No entanto, nem este desgosto, nem a grave doena que se vem a revelar

    no corao de meu av, o param. De-pois de ser operado a uma vlvula e lhe substiturem a aorta por outra mecnica, supostamente vitalcia, j nenhum mdico esperou que um caso como o dele conseguisse so-breviver muito tempo. Agora, vinte cinco anos depois, foi de novo inter-vencionado tendo corrido como es-perado, o meu av est pronto para outra!As mos deste homem tm realmen-te muitas histrias para contar, hist-rias engraadas, histrias de terror, de amor, de coragem, de perda, mas uma coisa elas tm em comum: todas elas foram vividas por um homem que ainda tem fora e sentido de hu-mor para enfrentar tudo aquilo que a vier!... JB

    MUNDO VISTO POR

  • Educao literriaTrabalho realizado pelos alunos do 1 B

    32 JB / Maio 2015 . O BerroMUNDO VISTO POR

  • 33JB / Maio 2015 . O Berro MUNDO VISTO POR

  • 34 JB / Maio 2015 . O Berro

    Os formandos do curso EFA B3A, orientados pela docente Gracinda Alves, realizaram uma pesquisa so-bre o significado da Pscoa, os fes-tejos e as tradies mais relevantes dessa poca. Inserindo a temtica na unidade de formao a decorrer, investigaram sobre as espcies mais emblemticas usadas no ramo que benzido nas celebraes crists.As origens do termo A Pscoa uma das datas comemo-rativas mais importantes entre as culturas ocidentais. A origem des-ta comemorao remonta h vrios sculos. O termo Pscoa tem uma origem religiosa que vem do latim Pascae. Na Grcia Antiga, este ter-mo tambm encontrado como Paska. Porm, a sua origem mais remota entre os hebreus, onde apa-rece o termo Pesach, cujo significa-do passagem. A Pscoa JudaicaEntre os judeus, esta data assume um significado muito importante, pois marca o xodo deste povo do Egito, por volta de 1250 A.C., quando fo-ram aprisionados pelos faras duran-tes vrios anos. Esta histria encon-tra-se no Velho Testamento, no livro xodo. A Pscoa Judaica tambm est relacionada com a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho onde, li-derados por Moiss, fugiram do Egi-to. Nesta data, os judeus fazem e co-mem o matz (po sem fermento) para lembrar a rpida fuga do Egito.A Pscoa entre os cristosEntre os primeiros cristos, esta data celebrava a ressurreio de Jesus. O festejo era realizado no domingo se-guinte lua cheia, posterior ao Equi-ncio da Primavera (21 de maro). A semana anterior Pscoa conside-rada como Semana Santa. Tem incio no Domingo de Ramos que marca a entrada de Jesus na cidade de Jeru-salm.

    Significado para os cristosPara os cristos, a Pscoa a cele-brao da ressurreio de Jesus Cris-to, que ocorreu no terceiro dia aps sua morte na cruz, de acordo com o Novo Testamento da Bblia. Por-tanto, a Pscoa um fundamento da f crist. A ressurreio de Cristo considerada como uma esperana viva dada por Deus aos homens.A Semana Santa tradio religiosa catlicaCom incio no Domingo de Ramos, a semana santa aquela que antecede a Pscoa e onde ocorre a celebrao da Paixo de Cristo, a sua morte na cruz e a ressurreio. Quando Jesus entrou em Jerusalm e antes de ser condenado morte, o povo agitava ramos de oliveira e de palmeira acla-mando Hossana, hossana ao filho de David. A oliveira o smbolo da paz. No relato bblico do dilvio (Gne-

    Pscoa religio, festejos e tradio

    OLIVEIRA (Olea Europaea)

    Reino: Plantae Diviso: Magnoliophyta

    Classe: Magnoliopsida Ordem: LamialesFamlia: Oleaceae

    Gnero: OleaEspcie: O. Europaea

    sis, cap. VIII) quando as guas come-aram a descer, No solta primeiro um corvo e depois uma pomba. Pri-meiro a pomba regressa porque no encontra lugar para pousar. Passado sete dias volta a solt-la e desta vez ela traz no bico um ramo de oliveira. No soube assim que as guas sobre a Terra tinham baixado. O Alecrim e a Oliveira so smbolos da Pscoa, mais propriamente no Domingo de Ramos, estando pre-sentes nos ramos que as pessoas le-vam Missa de Ramos, para serem benzidos. Os ramos de oliveira sim-bolizam a Paz e o alecrim significa Alegria.

    Ecologia

    A oliveira um elemento importante da vegetao mediterrnea. Prospera no clima mediterrnico, com tempe-raturas mdias anuais entre os 15 e o 20 centgrados, entre 500 e 700 mil-metros de precipitao, sendo neces-srios, no mnimo, 200 milmetros.A oliveira (nome cientfico Olea europaea L.) uma rvore da fam-lia das oleceas. Tem pouca altura e tronco retorcido, sendo nativas da parte oriental do mar Mediterrneo, bem como do norte do atual Iro, no extremo sul do mar Cspio. A rvore e os seus frutos do nome famlia de plantas que tambm incluem es-pcies como o lils e o jasmim. Dos frutos, as azeitonas, o homem no final do perodo neoltico aprendeu a extrair o azeite, empregado como unguento, combustvel ou na ali-mentao. Por todas estas utilidades,

    tornou-se uma rvore venerada por diversos povos.A Civilizao Minoica, que flores-ceu na Ilha de Creta at 1500 a.C., prosperou com o comrcio do azeite, que primeiro aprendeu a cultivar. J os gregos, que possivelmente herda-ram as tcnicas de cultivo da oliveira dos minoicos, associavam a rvore fora e vida. A oliveira tambm citada na Bblia em vrias passagens, tanto a rvore como os seus frutos. de realar a longevidade da olivei-ra. Estima-se que algumas das olivei-ras presentes em Israel, atualmente, devam ter mais de 2500 anos de ida-de.

    ALECRIM (Rosmaninus officinalis)

    Reino: Plantae Filo: Magnoliophyta

    Classe: MagnoliopsidaOrdem: Lamiales

    Famlia: Lamiaceae Gnero: Rosmarinus Espcie: R. officinalis

    Em Santa Iria de Azia, Portugal, existe uma oliveira com 2850 anos. Nomes Populares : Alecrim, rosma-ninho, alecrim-de-jardim, erva-da--recordao, erva-da-graa, erva--a- alegria, erva-mgica ou ainda erva-das-bruxas...Partes utilizadas: folhas e partes flo-ridas. Solo: Cresce de forma nativa e es-pontnea nos pases ao redor do mar Mediterrneo em local de solos pe-dregosos e arenosos.Habitat: encontrado no sul da Es-panha, Frana, Itlia, Grcia, Portu-gal, nas ilhas Canrias, Aores, Ma-deira, no norte da frica, sendo mais comum no norte do Lbano, Egito e regies da Turquia.Produtores: Atualmente os princi-pais produtores de alecrim so a It-lia, Espanha, Frana e Tunsia. um arbusto que pode atingir at 1,5 metro de altura. Existem inmeras variedades, de porte mdio at ras-teiro; a cor das flores vai do branco puro at ao azul-escuro, passando pelo rosa e azul.

    O alecrim sempre foi muito apre-ciado por suas virtudes aromticas e medicinais. Emblema do amor e smbolo da saudade, o alecrim con-siderado uma planta mgica contra o mau-olhado.

    MUNDO VISTO POR

    Curso EFA B3A

  • 35JB / Maio 2015 . O BerroEntre os povos gregos e romano era tida como uma erva sagrada.Os gregos denominavam-na flor por excelncia, e serviam-se dela para enfeitar as coroas, com as quais cobriam a cabea por ocasio de cer-tas festas. O alecrim era queimado nos santurios da Grcia antiga e o fumo utilizado na idade mdia para desinfetar e afastar os maus espritos. O seu cultivo era vulgar nos mostei-ros da Europa desde a Idade Mdia. Em muitas regies de Portugal subs-titui a palma e a oliveira na festa reli-giosa do Dia de Ramos.Os romanos acreditavam que esta planta estava associada ao amor e, juntamente com o cipreste associa-da morte. uma planta que desde tempos imemoriais tem sido objeto de muitas lendas e, por isso, era plan-tada nas soleiras das portas, hbito que perdurou at Idade Mdia.Tambm os egpcios usavam o ale-crim nos seus rituais, visto que os

    tmulos tm vestgios da planta. As suas hastes com muitas folhas eram considerados como um smbolo de imortalidade.As suas propriedades antisspticas tambm eram reconhecidas nos hos-pitais franceses, onde o alecrim era queimado durante as epidemias. Os mouros acreditavam que espan-tava as pragas. A Igreja Catlica in-corporou o alecrim nos seus rituais, queimando-o em incensrios desde a antiguidade. Na Igreja Ortodoxa, ainda hoje se utiliza o seu leo para uno.

    Utilizao:

    Uso caseiro em culinria e como condimento de queijos. repelente natural de pragas caseiras, de moscas e borboletas. Colocada nos armrios, espanta as traas. utilizado na indstria de perfu-maria e cosmtica (sabonete, de-sodorante e tnico capilar). O mel produzido a partir das suas flores reputado como sendo da mais alta qualidade alimentar e medicinal.As propriedades medicinais do ale-crim so conhecidas desde a mais re-mota antiguidade.Hipcrates j a re-comendava assim como os mdicos rabes.A sua fama foi extraordinria na Idade Mdia e Renascena. O al-coolato de alecrim tornou-se famoso com o nome degua da rainha da Hungriae fez furor na corte de Lus XIV.

    Usomgico

    O Alecrim combate os invejosos! Os antigos curandeiros usavam o ale-crim em encantamentos de adivinha-

    o, de proteo, de amor e de curas em geral. Est ligado fidelidade, amor, lembranas felizes. O cheiro de alecrim mantm a pessoa alegre, um smbolo de amizade. (tirado de livros e texto antigos). Na Idade Mdia eram colocados raminhos de Alecrim nas almofadas para afastar os maus espritos.Shakespeare referiu-o em Hamlet

    Eis Alecrim, isto para a memria.Era muito usado por curandeiros e benzedeiras de diversos lugares e pa-ses, por isso ficou conhecido como erva forte da cozinha ou erva das bruxasembora depois da inquisio tenha sido adotado pela igreja ca-tlica e usado nos incensrios...mas, segundo a histria, as religies j fa-ziam uso dele desde a antiguidade...

    Gastronomia

    Ao falarmos sobre Mura no pode-mos deixar de referir a sua gastro-

    Aromatizando vinagtes e azeites

    nomia, que se reveste de particular interesse, nomeadamente, no que se refere doaria, nomeadamente queijadas, toucinho-do-cu e o folar da pscoa.Estes doces confecionados de forma artesanal, originrios da gastrono-mia conventual, so uma herana das Freiras Beneditinas, instaladas du-rante vrios sculos no concelho de

    Mura. O seu fabrico foi continuado por senhoras doceiras da vila.A culinria Murcense tima e sem condimentos. No Natal, Pscoa e na matana do porco eram pocas em que as donas de casa tinham a opor-tunidade para mostrar a arte de bem cozinhar: o polvo para o tempo do advento, o bacalhau na sert ou na grelha na Quaresma, a empada e o cabrito na Pscoa. Cada ementa para a respetiva ocasio. JB

    No final das atividades letivas e antecipando os festejos da pscoa, as formandas do curso confecionaram um folar para celebrar a poca.

    MUNDO VISTO POR

  • PALADARES36 JB / Maio 2015 . O Berro

    MILHO PAINO COM COSTELETAS DE BORREGO

    Preparao