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Ano IV- N o 41 Novembro 2010 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL PETGeo INFORMATIVO ISSN: 1982-517X Editorial O mês de outubro foi extremamente movimentado com as ações de extensão e ensino. O grupo participou da organização de dois eventos: o III Seminário Interuniversitário do Plano Diretor Participativo e o X SIMGeo, que sempre é promovido pela Departamento de Geografia e ocorre no mês de outubro. Desta vez foi organizado em conjunto por todos os laboratórios sob coordenação das professoras Isa Rocha e Maria Paula Marimon. O PET organizou e promoveu a Aula Inaugural do Segundo Semestre, que ocorreu no dia 07 de Outubro, no auditório da FAED. O tema da aula foi "La Geografía en el análisis del espacio y los procesos socioterritoriales", ministrada pelo convidado, professor Héctor Ávila-Sánches, professor e pesquisador da Universad Nacional Autónoma de México. O cinePET e a Oficina de Educação Ambiental, ações de extensão, foram desenvolvidas na Escola Básica Estadual Leonor de Barros. O grupo ainda começou a desenvolver o planejamento do XI SIMGeo e o V EnaPETGeo do ano de 2011, eventos que serão realizados simultaneamente e que serão organizados apenas pelo grupo PET Geografia da UDESC. Neste mês a bolsista Gabriela informou que se desligará do PET no mês de dezembro e o novo processo de seleção já esta em andamento. Grupo PET-Geografia FAED/UDESC Nessa edição: Página Caracterização Dos Principais Depósitos Praiais Da Ilha De Santa Catarina, SC – Brasil:.........................................................................................02 Seminário:....................................................................................................................18 CinePET outubro:.........................................................................................................19 X SIMGEO:..................................................................................................................20 Oficina de Educação Ambiental: .................................................................................21 PET Indica:...................................................................................................................22 Eventos:........................................................................................................................23 PetGeo FAED/UDESC Expediente: Bolsistas : Ana Paula Esnidei Pereira, Emannuel dos Santos Costa, Gabriela Bassani Fahl, João Garcia Neto, Laura Dias Prestes, Leonardo Lenzi Barbosa, Maria Carolina Soares, Michelle Martins de Oliveira, Morgana Giovanella de Farias, Paula Carvalho de Castro e Pedro Martins Gomes. Tutor(a) : Vera Lúcia Nehls Dias. Edição : Laura Dias Prestes Revisão : Grupo PET-Geografia Impresso pelo Grupo PET-Geografia FAED/UDESC, em tamanho A4, fonte Times New Roman. Sugestões, reclamações, convites, opiniões: [email protected]

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Ano IV- No 41 Novembro 2010

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL

PETGeo INFORMATIVO

ISSN: 1982-517X

Editorial

O mês de outubro foi extremamente movimentado com as ações de extensão e ensino. O grupo participou da organização de dois eventos: o III Seminário Interuniversitário do Plano Diretor Participativo e o X SIMGeo, que sempre é promovido pela Departamento de Geografia e ocorre no mês de outubro. Desta vez foi organizado em conjunto por todos os laboratórios sob coordenação das professoras Isa Rocha e Maria Paula Marimon.

O PET organizou e promoveu a Aula Inaugural do Segundo Semestre, que ocorreu no dia 07 de Outubro, no auditório da FAED. O tema da aula foi "La Geografía en el análisis del espacio y los procesos socioterritoriales", ministrada pelo convidado, professor Héctor Ávila-Sánches, professor e pesquisador da Universad Nacional Autónoma de México. O cinePET e a Oficina de Educação Ambiental, ações de extensão, foram desenvolvidas na Escola Básica Estadual Leonor de Barros. O grupo ainda começou a desenvolver o planejamento do XI SIMGeo e o V EnaPETGeo do ano de 2011, eventos que serão realizados simultaneamente e que serão organizados apenas pelo grupo PET Geografia da UDESC. Neste mês a bolsista Gabriela informou que se desligará do PET no mês de dezembro e o novo processo de seleção já esta em andamento.

Grupo PET-Geografia FAED/UDESC

Nessa edição: Página Caracterização Dos Principais Depósitos Praiais Da Ilha De Santa Catarina, SC – Brasil:.........................................................................................02 Seminário:....................................................................................................................18 CinePET outubro:.........................................................................................................19 X SIMGEO:..................................................................................................................20 Oficina de Educação Ambiental: .................................................................................21 PET Indica:...................................................................................................................22 Eventos:........................................................................................................................23

PetGeo FAED/UDESC Expediente: Bolsistas: Ana Paula Esnidei Pereira, Emannuel dos Santos Costa, Gabriela Bassani Fahl, João Garcia Neto, Laura Dias Prestes, Leonardo Lenzi Barbosa, Maria Carolina Soares, Michelle Martins de Oliveira, Morgana Giovanella de Farias, Paula Carvalho de Castro e Pedro Martins Gomes. Tutor(a): Vera Lúcia Nehls Dias. Edição: Laura Dias Prestes Revisão: Grupo PET-Geografia Impresso pelo Grupo PET-Geografia FAED/UDESC, em tamanho A4, fonte Times New Roman. Sugestões, reclamações, convites, opiniões: [email protected]

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Caracterização dos Principais Depósitos Praiais da Ilha de Santa Catarina, SC – Brasil

Alexandre Berri André Bertoncini Fernando Ribeiro

Sullen Lourenço Lehmkuhl

Introdução

O planeta Terra é um local que está constantemente em mudança, as energias internas

do planeta condicionam mudanças estruturais forçadas pela ação das placas tectônicas, dos

terremotos e do vulcanismo, as forças externas têm o poder de moldar o relevo por processos

como o intemperismo e a erosão.

A região costeira, uma região onde o continente se encontra com o mar, figura-se como

uma zona fronteiriça, local onde importantes alterações morfodinâmicas ocorrem forçadas por

ondas, ventos, correntes, marés, até mesmo influência fluvial e da oscilação do nível do mar.

Tais alterações são responsáveis pela modelagem da linha de costa com inúmeras feições,

cada uma com sua particularidade e peculiaridade, dentre elas temos baías, estuários, praias

arenosas, lagunas, dunas, deltas, costões rochosos, dentre outros. Várias destas feições serão

abordadas neste estudo.

O estudo destes ambientes é muito importante para seu entendimento, para

conhecimentos sobre o balanço sedimentar, sobre a sua formação e estruturação, bem como

sua interação com o meio ambiente, seja ele do ecossistema local ou sua relação com o ser

humano. A ação humana é muitas vezes responsável pela destruição destas feições, fazendo

com que o seu conhecimento é de suma importância para a preservação.

A caracterização de uma feição como uma praia arenosa, por exemplo, se dá pelo estudo

de vários parâmetros, todos sob a luz da Sedimentação, tais como a granulometria, a origem

dos sedimentos, o grau de seleção, o tipo de grão, quais minerais se encontram neste

sedimento, qual é a maturidade deste sedimento, quais são os processos que atuam no seu

transporte, qual sua cor, a presença de material biológico, dentre inúmeras outras vertentes.

Vários destes parâmetros serão várias vezes abordados neste estudo.

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Saber da proveniência do sedimento é um parâmetro importante. Nas feições arenosas,

por exemplo, os rios se figuram como a principal fonte dos sedimentos que são originados dos

locais por onde o rio passa.

A Granulometria também nos dá informações importantes sobre qual são as forças

atuantes neste ambiente, a energia que atua sobre ele. A homogeneidade dos grãos nos dá a

seleção, se foi bem selecionado quer dizer que é um sedimento mais homogêneo, caso não, a

heterogeneidade ficará clara.

A cor do sedimento pode caracterizar a sua constituição mineralógica, um sedimento

mais escuro, por exemplo, pode caracterizar um ambiente com grande aporte material

orgânico ou um ambiente com presença de minerais pesados.

O arredondamento dos grãos, em um depósito arenoso, nos dá a “maturidade” do

sedimentos, indicando muitas vezes se a origem deste sedimento é próxima e ele é pouco

trabalhada (sedimentos menos arredondados) ou distante e mais trabalhados (mais

arredondados).

A caracterização através do conhecimento dos processos envolvidos na formação de

vários dos ambientes costeiros de nossa Ilha de Santa Catarina será feita no presente estudo,

tentado fazer uma espécie de “biografia” de cada ambiente, uma vida que pode ter levados

centenas de milhares de anos para se formar e que será explicada em algumas poucas páginas.

Objetivos

O Presente estudo pretende caracterizar os ambientes costeiros e detalhar alguns dos

processos de formação destes ambientes estudados na Ilha de Santa Catarina, utilizando-se de

parâmetros sedimentológicos de estudo como a granulometria, a cor do sedimento, a

maturidade dos grãos, a homogeneidade, as forças envolvidas no transporte, sua origem,

dentre outros aspectos. Tentando posteriormente fazer um link entre eles e as características

de formação do ambiente, demonstrando a peculiaridade de cada qual.

Caracterização das áreas

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Praia de Santo Antônio de Lisboa: Localizada na face Oeste da Ilha de Santa Catarina.

Este ambiente teve sua gênese na geologia montanhosa existente ao seu redor, que é

responsável pelo carregamento do sedimento. Sendo assim é formado por grãos rolados,

principalmente feldspatos e quartzos e vários minerais. Não é possível observar muito a

intemperização química, já que a característica indica uma origem muito próxima. Por seu um

ambiente de baixa energia, também é considerado de pouca seleção, sendo que está é

realizada pelas marés, ondas e ventos que possuem uma influencia muito grande sobre o

sedimento.

Praia do Pântano do Sul: Localizada no Sul da Ilha de Santa Catarina é caracterizada

como uma praia dissipativa, com pouca força de ondas devido a presença de ilhas em frente à

praia. Apresenta grande concentração de minerais pesados, provavelmente oriundos de diques

de Diabásio próximos, ocorre o bandeamento de quartzo e minerais pesados, relacionados

com a atuação de frentes frias, que com maior energia deixam na praia os minerais pesados

que formam uma banda. Espera-se que a constituição da praia seja caracterizada por grãos

arenosos, de médios a finos e com um baixo grau de seleção por ser um ambiente de baixa

energia. Ocorre influência do vento, de ondas e da maré sobre os sedimentos.

Praia de Moçambique: Uma praia reflexiva possui duas zonas erosivas, com formação

de duas pequenas escarpas, possui sedimentos mais grossos e melhor selecionados,

principalmente relacionados a maior energia de ondas, puderam ser observadas algumas

sequências sedimentares, provavelmente relacionadas a eventos de tempestades. É dominada

por ondas oceânicas, sendo a principal força atuante nos sedimentos, o vento também tem

uma boa importâncias, até mesmo com a formação de algumas dunas frontais.

Praia da Barra da Lagoa: Possui a mesma fonte de sedimentos que a praia do

Moçambique, porém é atingida por ondas que difrataram e por este modo têm menos energia,

a declividade da praia é mais baixa, possui grande quantidades de biodetritos, principalmente

na linha de deixa. Os principais agentes atuantes na morfologia são o vento e as ondas, sofre

alguns problemas de erosão durante tempestades, mas é rapidamente recomposta após alguns

dias de tempo bom.

Praia da Armação: Formada por oscilações do nível do mar, pelo sistema laguna

barreira, que originou a lagoa do Peri. É um ambiente dominado por ondas, é exposta, tendo

como principal agente de seleção as ondas. A ocupação onde antes era duna acabou

prejudicando o aporte de sedimentos em alguns pontos da praia. Os sedimentos desta praia

são mais maduros e mais bem selecionados e de mineralogia mais restrita.

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É uma praia dividida em dois arcos praiais, uma parte Sul e outra Norte, a parte Sul

sofre grande erosão devido às construções sobre as dunas frontais. A outra face é mais

inclinada, como uma praia de tombo, diferentemente da face Sul que é mais plana e atingida

por ondas difratadas.

Manguezal Itacorubi: Um ambiente de baixa energia, caracterizado por sedimentos

finos lamosos, os principais aportes de sedimentos se dá por rios e a maré, que tem grande

influência no ambiente. Possui ainda grande quantidade de matéria orgânica no sedimento,

com muitos fragmentos vegetais. É um local que serve de abrigo para muitas espécies, tendo

muitas espécies, principalmente vegetais que se especializam a este ambiente.

Dunas da Praia da Joaquina: Um depósito costeiro, formado provavelmente quando o

mar se encontrava em um nível mais baixo, pelo fato de a praia não ter tanta areia disponível.

O principal agente de transporte que atua neste ambiente é o vento, principalmente o vento

Sul, que se figura como o principal movimentador das dunas, que migram várias vezes.

Possui algumas bandas de minerais pesados e afloramentos do lençol freático.

Materiais e métodos

Local de estudo

As coletas foram realizadas durante todo o dia 06 de abril de 2010. A área escolhida é

a Ilha de Santa Catarina, em Santa Catarina - Brasil. Foram escolhidos seis pontos de coleta

para a análise sedimentológica e subseqüente caracterização e comparação dos ambientes.

O primeiro local foi a Praia de Santo Antônio, -27.507668310973°; -

48.520002765276°, localizada na zona oeste da ilha, é uma praia caracterizada pela baixa

energia e pouca seleção de grãos. A coleta foi feita às 9h23min, de modo superficial através

de uma colher e a amostras foram armazenadas em sacos plásticos e devidamente

identificadas. Apesar de a praia apresentar dois tipos de sedimento, um mais superficial e

mais grosso, o qual foi coletado, e outro que vai ficando mais abundante conforme vai

entrando no mar, com características de grãos mais finos. Foi observado a presença de

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carbonatos biodetríticos, fragmentos vegetais e animais, com os grãos possuindo uma

coloração 10yr74, segundo a tabela “Rock Color Chart”.

O manguezal do Itacorubi, -27.577089414217°; -48.519384210232°, foi o segundo

ponto de coleta às 10h29min. Caracterizado por um ambiente de alta decomposição, apresenta

um cheiro muito forte, principalmente de enxofre, e uma coloração mais escura (2n2). É de

um sedimento mais fino e pastoso com uma alta concentração de lama e uma camada de

óxido-redução superficial. Para a coleta nesse local usamos o amostrador de mandíbula

Petersen modificado, a uma profundidade de 0,6 metros. Foi observado também uma grande

quantidade de fragmentos vegetais.

O Pântano do Sul (-27.782106086320°; -48.507796148185°) veio na sequência, com

uma coleta às 13h38min. É uma praia extensa, de baixa energia, situada no extremo sul da

ilha, rica em sedimentos finos com alta presença de minerais pesados. A coleta foi realizada

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na área com mais concentração de minerais pesados, fornecendo uma amostra com uma

coloração mais escura, 2n2.

Às 14h44min, fizemos a coleta nas dunas da Praia da Joaquina, -27.622234290383° -

48.450901955677°. Um depósito sedimentar característico, com a presença de grãos de areia

fina, que possuem uma grande influência, principalmente, do vento Sul. Possui uma coloração

muito clara, 1OYR812.

A Praia do Moçambique, -27.523200767766°; -48.416686306515°, localizada na

porção nordeste da ilha. Caracterizada por uma maior energia, possui uma composição de

areia mais grossa e uma coloração clara, IOYR714.

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O último local foi a Praia da Barra da Lagoa, -27.574109873748°; -

48.423189269154°. Caracterizada por sedimentos de areia fina, com uma coloração mediana,

5Y512, com grande presença de carbonatos detríticos.

Análises sedimentológicas

Em laboratório as amostras coletadas foram levadas para o laboratório de sedimentos,

lavadas pra retirar os sais presentes nas amostras que quando presentes podem modificar os

resultados da granulometria com a sua característica de servir como cimento entre os

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minerais. Podemos notar a presença deles devido à formação uma espuma na superfície

quando agitamos a amostra com água. Sendo assim lavamos até que toda a espuma saísse e

parasse de ser formada, ou seja, até a retirada total dos sais. Após a lavação, secamos as

amostras em uma estufa a 60oC até a secagem total.

Em seguida, maceramos as amostras que estavam como uma “massa dura” devido à

matéria orgânica que nela estava presente, mais presente na amostra do mangue. Foi feito o

quarteamento, necessário para a homogeneização, retirando a quarta parte da amostra para

continuar os procedimentos.

Na amostra do mangue do Itacorubi fizemos a análise de matéria orgânica. Para obter

a porcentagem de matéria orgânica na amostra, adicionamos H2O2 (peróxido de hidrogênio),

que irá reagir com a matéria degradando-a. Após a reação, lavamos novamente a amostra,

retirando toda a matéria orgânica que ficou em suspensão para que ela não interfira na análise

final. O cálculo da porcentagem é possível com a diferença de peso encontrada entre a

amostra inicial e a amostra sem a matéria orgânica. O que sobrou foi passado numa peneira de

0.0062 mm, o que passou foi colocado com água destilada em uma bureta de 1 litro,

adicionando 0,65g de oxalato de sódio, para evitar a floculação dos sedimentos finos,

agitando a amostra durante 30 segundos para homogeneizar a amostra na coluna d’água. Logo

após um cronometro foi acionado e, em intervalos pré-estabelecidos, foi retirado uma alíquota

de 20 ml a 20 cm de profundidade, num total de seis alíquotas, que foram pesadas antes e

depois de secá-las e anotadas as diferenças de peso, foi calculado a porcentagem de cada

fração de sedimento. O que não passou foi seco, foi feita a granulometria.

Na amostra do Moçambique, provocamos uma reação para desintegrar o carbonato de

cálcio, com a adição de HCL (ácido clorídrico), o que além de ajudar na análise

granulométrica também nos possibilita o encontro da porcentagem deste na amostra através

da diferença de peso.

Análises estatísticas

Para a classificação da amostra, utilizamos o diagrama de Shepard. Além disso, foram

feitos histogramas no Excel para determinar a porcentagem de diferentes grãos em cada

amostra. Foi utilizada a escala em phi para uma melhor compreensão em relação aos

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tamanhos de grão. As porcentagens foram calculadas a partir da diferença de peso em relação

à amostra utilizada na análise.

Resultados e discussão

Para melhor compreensão dos dados sedimentológicos, estaremos analisando cada

ponto de coleta separadamente, para que seja feita uma comparação conjunta posteriormente.

O sedimento do Manguezal do Itacorubi apresentou predominância, 56%, na classe 5

phi de tamanho de grão (0,031 a 0,062 mm) caracterizando-se como Silte Grosso. O resultado

mostrou-se de acordo com a relação da energia de ondas e correntes, como o mangue é um

ambiente de sedimentação abrigado ele tende a apresentar sedimentos mais finos, pois a

hidrodinâmica não é forte o bastante para haver uma acreção de sedimentos grossos.

Já a praia da Barra da Lagoa mostrou um sedimento com 51% na classe 2,5 phi e

42,5% na classe 3 phi, com tamanho de grão variando entre 0,125 a 0,25 mm, ou seja,

classificando-a como Areia Fina. Esse padrão de tamanho de grão é visto em praias do tipo

semi-dissipativa onde atua uma arrebentação deslizante, a ação das ondas nesse tipo de costa é

intermediária portando é visível sedimentos de tamanho médio a fino.

A complexo de dunas da Joaquina teve 56% de tamanho 2,5 phi e 42,5% de 3 phi,

classificada também como Areia Fina. O ambiente de sedimentação aqui é outro, e tem agora

como agente de transporte o vento, o que afirma o padrão bem selecionado observado na

amostra. As dunas da Joaquina são classificadas como longitudinais, devido à atuação de dois

ventos, um mais constante (Nordeste) e outro com maior intensidade (Sul).

A sedimentologia mais variada entre tamanhos de grão é a da Moçambique com 92%

entre 0,5 e 2,5 phi; 23,5% de 0,5 phi, 23% de 1 phi, 18,25% de 1,5 phi, 12,25% de 2 phi e

15% de 2,5 phi. Essa praia apresenta um tamanho de grão maior, 46,5% de Areia Grossa (0,5

a 1,0 mm), 30,5% de Areia Média (0,25 a 0,5 mm) e 15% de Areia Fina (0,125 a 0,25 mm).

Ela é classificada como reflexiva, onde predomina a ação de ondas do tipo mergulhante, o que

apresenta força o suficiente para o carregamento de grãos maiores.

Uma particularidade acontece na praia do Santo Antônio, por estar localizada em uma

baia bem protegida da ação de ventos e ondas ela é uma praia classificada como dissipativa,

porém o tamanho do grão aqui é o maior entre as praias; o tamanho varia entre -2 e -0,5 phi,

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com 60% de -1 phi, 25% de -1,5 phi, 8% de -2 phi e 7% -0,5 phi. Ou seja, 67% de Areia

Grossa e 33% de Grânulos (2 a 4 mm). Isso se deve provavelmente a uma devida imaturidade

do sedimento, como sua fonte é fluvial e a nascente a montante ser muito próxima a sua foz

que deságua na praia do Santo Antônio.

O Pântano do Sul apresentou uma classe granulométrica fina, com a predominância de

sedimentos entre 3,5 e 4 phi, 90%. Portanto, o tamanho do grão foi classificado como Areia

Muito Fina (0,062 a 0,125 mm), o que caracteriza uma praia dissipativa abrigada da ação

constante de fortes ondas.

Gráfico 1: Manguezal do Itacorubi Gráfico 2: Barra da Lagoa

Gráfico 3: Joaquina Gráfico 4: Moçambique

Gráfico 5: Santo Antônio Gráfico 6: Pântano do Sul

A maioria dos pontos de coleta apresentou predominância do tamanho de grão

classificado como Areia de -1 a 4 phi (1 a 0,062 mm). Mas a praia do Santo Antônio mostrou

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sedimentos da classe de Grânulos, -1 a -2 phi (2 a 4 mm). E o manguezal do Itacorubi

mostrou sedimentos finos da classe dos Siltes Grossos, 4 a 5 phi (0,031 a 0,062 mm). As

praias da Joaquina (dunas) e Barra da Lagoa apresentaram um padrão de tamanho de grão

muito semelhante, predominando sedimentos de tamanho entre 2 e 3 phi. A variedade e

uniformidade da frequência do grão aparecem bem evidentes na praia do Moçambique, que

oscila entre 0 e 3 phi. A praia do Pântano do Sul mostra maioria do sedimente entre 3 e 4 phi,

sedimentos finos (gráfico 7).

Gráfico 7: Frequência acumulada da granulometria, porcentagem VS tamanho (phi).

Dentro da classificação do diagrama de Shepard, quatro praias foram classificadas

como Arenosas; Barra da Lagoa, Joaquina, Moçambique e Santo Antônio. E dois ambientes

foram classificados como Silte Arenosos; Manguezal do Itacorubi e Pântano do Sul. Porém,

dentro dessa classificação pode ser observada a variação entre o tamanho das areias e siltes.

Onde é visto, em ordem decrescente de tamanho de grão, na classe das Areias, o seguinte

padrão: Santo Antônio, Moçambique, Joaquina e Barra da Lagoa. E também em ordem

decrescente, dentro da classe de Silte Arenoso; Pântano do sul e Manguezal do Itacorubi,

(Diagrama 1).

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Diagrama 1: Classificação granulométrica segundo Shepard.

Com o corte transversal da coluna de areia, foi possível observar em três das amostras:

a da praia do Pântano do Sul, Barra da Lagoa e Moçambique a estratificação causada por

eventos extremos ocorridos recentemente, mês de abril de 2010, na Ilha de Santa Catarina.

Esses eventos são marcados pelo aumento da energia de ondas o que possibilita o transporte

de minerais pesados, que são visíveis pela cor escura apresentada por esses metais, ou de

grãos de tamanho maior que o predominante.

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Figura 1: Estratificação marcada por, Figura 2: Estratificação vista em testemunho

minerais pesados, Pântano do Sul. estratigráfico, Pântano do Sul.

Figura 3: Estratificação vertical, Moçambique. Figura 4: Estratificação vertical, Barra da Lagoa.

Na amostragem feita no Manguezal do Itacorubi, foi feita a análise do teor de matéria

orgânica e dos sedimentos finos (siltes e argilas). Foi evidenciado 12,07% de matéria

orgânica, resultado esse característico de ambientes de decomposição. É visível também pela

estratificação amostrada pelo pegador de fundo, que mostra claramente a zona anóxica nas

camadas inferiores, mais escuras (redutoras).

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Figura 5: Amostra feita através de pegador de fundo, enfoque a zona anóxica (escura).

A maior parte dos sedimentos finos, analisados na amostra do manguezal do Itacorubi,

foi menor que Argila Média, ou seja, maior que 10 phi (e menor que 0,001 mm), com

42,46%. A freqüência das outras classes granulométricas foi: Argila Média (10 a 9 phi),

17,43%; Argila Grossa (9 a 8 phi), 3,23%; Silte Muito Fino (8 a 7 phi), 9,59%; Silte Fino (7 a

6 phi), 8,53%; Silte Médio (6 a 5 phi), 7,66%; Silte Grosso (5 a 4 phi), 11,09%; (gráfico 8).

Gráfico 8: Frequência absoluta da concentração de sedimentos finos, amostra Itacorubi.

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A coloração do sedimento foi observada, sendo deduzivel sua possível composição e

origem. Na praia da Barra da Lagoa e no complexo de dunas da Joaquina é bem característica

a presença predominate e uniforme de sedimentos claros, creme ou bege, oriundos da

composição quartsoza. No manquezal do Itacorubi o sedimento é escuro, onde é possível

perceber a estratificação; superfície marrom (mais clara), e o sedimento preto mais profundo -

cor essa derivada da alta decomposição da matéria orgânica. O Pântano do Sul apresentou

uma coloração clara de superfície, típica de praias arenosas quartsozas, porém o sedimento

um pouco mais profundo apresenta-se escuro (preto), devido a presença de minerais pesados.

A praia do Moçambique apresentou-se uma pouco mais clara que a Barra da Lagoa e

Joaquina, devido, provavelmente, a presença de carbonato de cálcio oriundos de organismos

calcificadores. E a praia do Santo Antônio mostrou-se um pouco mais acizentada em

decorrência de sua imaturidade e de sua rocha fonte ser de orgirem granítica.

Conclusão

Sabendo que os depósitos sedimentares são diretamente influenciados pelos fatores

como ondas, marés e ventos, e com as análises granulométricas podemos caracterizar os

locais de estudo.

O Manguezal do Itacorubi é um ambiente de sedimentação abrigado com uma baixa

hidrodinâmica, formando um depósito de sedimentos finos, com grãos da ordem de silte

grosso, apresentando uma alta concentração de matéria orgânica. A Praia da Barra da Lagoa,

assim como a maioria dos locais em estudo, se mostrou uma praia arenosa, com um grão

classificado em areia fina, sendo uma praia semi-dissipativa de energia intermediária. Assim

como o complexo de dunas da Joaquina, que também apresenta uma característica arenosa,

com grãos da ordem de areia fina, e uma energia eólica muito alta com os ventos de maior

intensidade, o vento sul, sendo um depósito que está em constante mudança.

Já a Praia de Moçambique apresentou uma variedade muito alta de grãos,

predominando a areia grossa, característica de praia reflexiva, de alta energia, capaz de

carregar tamanhos maiores de grãos. A Praia de Santo Antonio é uma praia mais

característica, que apesar de apresentar uma baixa energia e de ser uma praia dissipativa,

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apresenta a presença de grânulos que possuem sua origem nas formações montanhosas nos

arredores da praia, alem de apresentar também sedimentos finos.

A Praia do Pântano do Sul é uma praia dissipativa, arenosa de grãos classificados em

areia muito fina e com uma presença alta de minerais pesados. Além de uma estratificação

intensificada pelos eventos intensos que vêem ocorrendo na ilha.

Com esse estudo conseguimos entender melhor o que realmente define as

características sedimentológicas do depósito, que estão não somente ligadas à energia, mas

também às zonas erosivas aos redores da área praial.

Referências bibliográficas

. SHEPARD, Francis P. Submarine Geology. 3. ed. San Francisco: Harper and Row, 1973.

126-129 p.

. GROSS, M. Grant; GROSS, Elizabeth. Oceanography: A view of earth. 7. ed. Upper Saddle

River, NJ: Prentice-Hall, 1972. 125-127 p.

. TEIXEIRA, Wilson, et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 272-275

p.

. http://www.aprh.pt/rgci/imagens/DiagrShepard%2008.jpg

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Seminário

III SEMINÁRIO INTERUNIVERSITÁRIO DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO O Estaleiro OSX em Biguaçu e a Fosfateira em Anitápolis: Impactos Regionais em Debate

Nos dias 13 e 14 de outubro de 2010, o grupo PET – Geografia UDESC, juntamente

com o Comitê Interuniversitário do Plano Diretor Participativo organizou o III SEMINÁRIO INTERUNIVERSITÁRIO DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO, com a temática “O Estaleiro OSX em Biguaçu e a Fosfateira em Anitápolis: Impactos Regionais em Debate”.

Professores/as, pesquisadores/as e estudantes das universidades catarinenses (UDESC, UFSC, UNISUL, UNIVALI), se reuniram com participantes de movimentos comunitários, pescadores, maricultores, ambientalistas e cidadãos preocupados com o futuro da cidade e do estado se reuniram para discutir diversos aspectos relacionados ao Projeto de Construção do Estaleiro OSX (Grupo Empresarial do bilionário Eike Batista) em Biguaçu, bem como ao Projeto da Fosfateira no município de Anitapólis (SC), vinculado hoje ao grupo da empresa Vale do Rio Doce.

O debate foi dividido para que no primeiro dia os empreendedores pudessem defender seus projetos e que num segundo momento fosse ouvida a sociedade a respeito de como eles se posicionam quanto ao impacto que poderá atingir seus bairros, suas cidades. Entretanto, os empresários não puderam comparecer e não mandaram representação. Foram ouvidos no primeiro dia os representantes da sociedade organizada que vêm se manifestando contrária quanto aos empreendimentos. Tivemos a presença de representantes da associação de moradores do Sambaqui, da associação de moradores de Jurerê e Daniela, representante da ONG Montanha Viva, da FAMESC, da FEEC, e dos moradores de Governador Celso Ramos. No auditório e durante as falas pudemos perceber dos espectadores uma opinião contrária a implantação do Estaleiro e da Fosfateira, inclusive faixas foram colocadas para exaltar a contrariedade e a indignação, especialmente das associações dos moradores dos bairros mais ameaçados com a construção do estaleiro. No segundo dia a comunidade científica foi chamada para o debate. Professores e pesquisadores que têm estudos sobre as regiões afetadas vieram esclarecer os possíveis impactos desses empreendimentos. Segue a Carta Aberta à População de Santa Catarina, a carta foi produzida a partir do que foi discutido durante o Seminário:

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO DE SANTA CATARINA

SOBRE OS GRANDES EMPREENDIMENTOS PROJETADOS E EM APOIO

A CAMPANHA DE AMOR À ILHA DE SANTA CATARINA Durante os dias 13 e 14 de outubro de 2010, nós professores/as, pesquisadores/as e

estudantes das universidades catarinenses (UDESC, UFSC, UNISUL, UNIVALI), nos reunimos com participantes de movimentos comunitários, pescadores, maricultores, ambientalistas e cidadãos preocupados com o futuro da cidade e do estado, no III Seminário InterUniversitário para discutir diversos aspectos relacionados ao Projeto de Construção do Estaleiro OSX (Grupo Empresarial do bilionário Eike Batista) em Biguaçu, bem como ao

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Projeto da Fosfateira no município de Anitapólis (SC), vinculado hoje ao grupo da empresa Vale do Rio Doce.

O encontro reuniu cerca de 500 pessoas, dentre as quais pesquisadores das áreas de

biologia, oceanografia, sociologia, geografia, arquitetura e urbanismo, direito, jornalismo, serviço social, antropologia, entre outras com o objetivo de conhecer mais profundamente os dois projetos (Fosfateira em Anitápolis e Estaleiro OSX em Biguaçu) e os possíveis impactos ambientais, sociais e econômicos que poderiam gerar.

Chegamos à conclusão que a situação é muito grave e que temos que unir todos os

esforços para que enfrentemos esta situação, pois as consequências, mesmo em curto prazo, serão irreparáveis para todo território catarinense.

É importante esclarecer que quando empresas propõem projetos de grande monta,

como estes é obrigatório a elaboração deEstudo de Impacto Ambiental - EIA e Relatório de Impacto Ambiental - RIMA esclarecendo os impactos e as formas previstas pela empresa para amenizá-los.

No caso destes dois empreendimentos a mesma empresa, CARUSO JUNIOR, foi

contratada para a elaboração dos mencionados estudos. Ambos os relatórios afirmam a viabilidade dos projetos e que estes não causariam grandes impactos ambientais nas regiões onde se instalariam.

No Seminário mencionado, ao contrário dos Relatórios da empresa, constatamos

várias irregularidades técnicas contidas Relatórios com estudos que contradizem as conclusões dos EIAs-RIMAs.

Em primeiro lugar, é fundamental mencionar o parecer elaborado pelo Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) - órgão federal de proteção ao meio ambiente, que desaconselha a autorização para construção do empreendimento. Resulta curioso que um dos técnicos que elaborou este Relatório foi destituído do seu cargo, exatamente porque o Relatório do ICMBio contraria o Relatório da Empresa de Consultoria contratada pelo Estaleiro OSX. Repudiamos energicamente este fato no seio de um órgão federal.

Em segundo lugar, no seminário foram apresentados pareceres técnicos, elaborados de

forma independente por pesquisadores capacitados que mostram que os Relatórios da empresa Caruso Junior apresentam lacunas e erros gritantes. No relatório referente ao projeto de estaleiro, por exemplo, foram catalogadas 52 espécies de peixes que viveriam na região afetada pelo empreendimento. Destas espécies, 47 foram escritas com nomes errados, duas são típicas de água doce (que sequer vivem em águas salgadas como a da região onde o Estaleiro pretende se instalar) e não constam peixes como a Anchova, tão comuns nas mesas dos pescadores e dos moradores da região.

No caso da Fosfateira de Anitápolis um parecer técnico elaborado pelo Comitê de

Bacias Hidrográficas do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, em suas conclusões listou 14(quatorze) motivos pelos quais entende que o projeto não deva ser licenciado identificando inúmeras inconsistências no Estudo de Impacto Ambiental. Entre os vários pontos que considerados críticos no empreendimento, podemos citar a interferência/impactos no leito do Rio dos Pinheiros, causado pela modificação do seu curso em função de barramento

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antrópico, seja pela barragem de captação de água ou pelas barragens de rejeitos que são projetadas para serem executadas a partir, inclusive, do eixo do Rio dos Pinheiros, tendo seus lagos/lâminas d’água e de rejeitos cobrindo ou atingindo suas margens em uma grande extensão de área de vegetação nativa. Esta seria sumariamente suprimida, o que culminaria em diversos impactos de grande relevância em que afetariam, caso implantado o projeto, significativamente as propriedades físicas, químicas e, por consequência, alterações biológicas com reflexos negativos para a saúde humana.

Na defesa destes empreendimentos é destacada a possibilidade de gerar

desenvolvimento e empregos para a região onde se instalam. Entretanto, estas promessas - os maiores atrativos para convencer à população devem ser muito bem contextualizadas e analisadas criticamente.

No caso do Projeto do Estaleiro OSX , cerca de 12.500 pessoas , segundo dados da

EPAGRI , vivem hoje, da pesca e da maricultura, no litoral,destas, 3500 diretamente, assim como outros tantas famílias de agricultores vivem da agricultura ecológica e do eco-turismo. Estas pessoas teriam suas ocupações ameaçadas, bem como sua qualidade de vida e cultura modificadas drástica e irreversivelmente.

As políticas públicas e as decisões dos governos local, estadual e federal deveriam em

sua essência proteger/salvaguardar os empregos e ocupações já existentes assim como o nosso patrimônio ambiental, como manda a constituição. Ao mesmo tempo, deveriam estimular o bem estar de toda a população, em respeito a sua cultura e a sua identidade.

No entanto, o que vemos no caso da Fosfateira e do Estaleiro OSX são medidas

gestadas pelo Estado com objetivo único e exclusivo de atender e defender aos interesses empresariais, desconsiderando os interesses coletivos da população local. Os grandes empreendimentos passam por cima de toda a legislação, contando com apoio do sistema político para alterar Códigos e Leis, revelando a desigualdade no tratamento de mega-empreendedores e pequenos produtores familiares. É revelador neste ponto o fato de que, na área afetada pelo estaleiro, anos atrás, foi negada a permissão de pesca artesanal, em razão de ser esta uma área de proteção ambiental.

Restou evidenciado no seminário que as comunidades agricultoras, pescadores,

maricultores e os moradores das regiões diretamente atingidas não foram consultados de forma correta e adequada, com amplo conhecimento dos impactos e das implicações das obras, como sugerem as leis de Planejamento Urbano, desconsiderando os saberes tradicionais e os direitos culturais que estas comunidades detêm e que as caracterizam. Neste sentido, é necessário contestar a forma autoritária, apressada e enganosa com que o processo está sendo conduzido pelos órgãos competentes do poder público. Não é possível concordar com isto: é fundamental que a sociedade decida seu futuro, de forma participativa fundada em estudos científico-técnicos, nos conhecimentos tradicionais dos moradores e na prudência no uso dos recursos naturais.

Chamamos atenção para o fato de que está em curso no litoral de Santa Catarina

o Programa Estadual de Gerenciamento Costeiro elaborado também por uma empresa de consultoria, a AMBIENS, em conjunto com a Secretaria Estadual de Planejamento de Santa Catarina. Este tem como finalidade elaborar o Diagnóstico Ambiental do litoral catarinense a ainda o Zoneamento Ecológico Econômico Costeiro - ZEEC. Os resultados técnicos destes produtos são de natureza amadora, tecnocrática e de qualidade duvidosa, pois

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não refletem a realidade socioambiental e econômica da zona costeira de Santa Catarina. Os relatórios apresentados pela empresa possuem dados defasados, inconsistentes e com qualidade técnica analítica e interpretativa inexistentes. O mesmo não possui visão de longo prazo e não traduz os anseios da sociedade costeira catarinense, pois a proposta do Zoneamento Costeiro é baseada num sistema de participação manipulativa, passiva e funcional.Coincidentemente, para o litoral Central de Santa Catarina o zoneamento referenda para o município de Biguaçu a instalação do estaleiro por meio da criação de uma Zona Portuária e Retroportuária baseada somente no Plano Diretor de Biguaçu, sendo este instituído em 2009, ou seja, durante a execução do EIA do estaleiro OSX no município. Nos produtos apresentados pela empresaAMBIENS sequer existem análises estratégicas sobre os impactos sociais, ambientais e econômicos em escala local e regional decorrentes de empreendimentos de grande porte, como é o caso do estaleiro OSX. Destaca-se que a qualidade dos produtos da empresa AMBIENS também é estendido para todo o litoral de Santa Catarina. Portanto, é necessário exigirmos URGENTEMENTEtransparência, seriedade técnica e democratização na gestão do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (GERCO) transformado hoje, infelizmente, antes em uma espécie de empresa de promoção de investimentos, do que em um instrumento de planejamento criterioso dos recursos naturais do litoral do Estado.

É fundamental, no caso de Florianópolis, a retomada do processo do Plano Diretor

Participativo e da discussão aprofundada acerca do uso da costa, das águas e dos recursos econômicos, culturais e ambientais afetados pelos empreendimentos propostos.

Acreditamos que existem outras formas de gerar trabalho e desenvolver um

estado como Santa Catarina. Manter os empregos gerados hoje já é uma das maneiras de preservar a cultura e a identidade locais. Não precisamos de projetos que beneficiam uma minoria e que desconsideram a população local e suas atividades. Não precisamos de empresas que querem somente tirar seus lucros e quando estes diminuem, simplesmente mudam-se de lugar num piscar de olhos, deixando para trás um rastro de problemas que terão que ser administrados por nosso filhos e netos.

Não há medidas compensatórias que possam diminuir o impacto destes

projetos! Somos, por tudo isso, contrários a instalação do estaleiro OSX, em Biguaçu, bem como da Fosfateira, em Anitápolis.

Temos hoje, elaborado pelas mãos da população no processo do Plano Diretor

Participativo, propostas de desenvolvimento econômica, cultural e ambientalmente sustentável, onde o crescimento econômico seja posto a serviço da sociedade. É necessário garantir os espaços que viabilizam a participação popular nos municípios, nas áreas costeiras, nas unidades de conservação. Temos cientistas, técnicos, pesquisadores verdadeiramente preocupados com os destinos sociais de seus saberes, e comprometidos com as propostas de desenvolvimento com preservação da qualidade de vida e da preservação do meio ambiente.

Queremos que as autoridades que estão à frente dos poderes públicos apóiem projetos

de desenvolvimento do Estado guiados não por interesses imediatos, mas por interesses maiores de um futuro sustentável que nasce das mãos do povo catarinense pensando nas futuras gerações.

Comitê InterUniversitário de pesquisadores e docentes da UDESC, UFSC, UNISUL,

UNIVALI

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CinePET – Outubro

No dia 13 de outubro, às 10 horas, Ocorreu o Cine PET do mês de outubro. O filme apresentado foi “Além do Samba, a Resistência Afro-brasileira”, documentário de Cesar Cavalcanti, de 50 minutos, para a sétima série da Escola de Ensino Básico Leonor de barros.

O filme investiga o cotidiano e a cultura da população de origem africana em Florianópolis, capital de um estado do sul do Brasil marcado pela diversidade étnico-cultural, especialmente pela forte presença de culturas européias, mas que mantém os afro-descendentes invisíveis.

A partir de depoimentos de historiadores, artistas, ativistas, estudantes e cidadãos comuns, a narrativa do documentário utiliza destes fragmentos para questionar e provocar o público sobre os motivos pelos quais a cultura afro-brasileira só se torna evidente em Florianópolis na época do carnaval.

Infelizmente, por falta de acompanhamento por parte de professores ou orientadores da escola, o filme não pôde ser discutido de maneira profunda e articulada, pois em função disso faltou tempo para a discussão.

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X SIMGeo

No último mês de Outubro, entre os dias 18 e 20, aconteceu a décima edição do

Simpósio de Geografia da UDESC. Neste ano, o SIMGeo abordou a temática "Planejamento e Desenvolvimento".

A conferência de abertura foi ministrada pelo renomado geógrafo brasileiro João José Bigarella, da UFPR. O “professor Bigarella” abordou em sua fala o tema Planejamento e a Questão Ambiental. Ao longo dos três dias, foram oferecidos 06 mini-cursos e 04 mesas-redondas, sendo cada um desses eventos oferecidos pelos laboratórios do curso de Geografia da UDESC.

Ao PET coube o oferecimento do mini-curso Movimentos Sociais e Participação Política – Estado, Poder e Território na América Latina, ministrado por Tarson Nuñez. Nuñez tem pesquisa de fôlego sobre os Movimentos Sociais e o Orçamento Participativo em Porto Alegre. Além do mini-curso, ele participou também da Mesa Redonda intitulada Cidade e Desenvolvimento, junto com a advogada Betânia Alfonsin, também de Porto Alegre, professora da PUC. Esta mesa também foi organizada pelo grupo PETGeo.

A conferência de encerramento foi ministrada pela professora argentina Nelly Gray de Cérdan, de Mendoza. Na oportunidade, ela falou sobre o tema Planejamento e Recursos Naturais: preservação das águas.

Em 2011 a organização do SIMGeo retornará aos cuidados dos petianos. O desafio será maior ainda, quando conciliaremos o simpósio de Geografia da UDESC ao V Encontro Nacional de Grupos PET de Geografia (EnaPETGeo). O evento “2 em 1” já tem data marcada: acontecerá de 17 a 21 de Outubro de 2011. Nosso grupo já está nos trabalhos iniciais desse encontro, que promete bastante ano que vem. Em breve mais informações!

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Oficina de Educação Ambiental

A oficina de Educação Ambiental realizou-se nos dias 18, 19, 20 e 21 de Outubro, com a turma da 4ª série do período vespertino da E.E.B. Leonor de Barros. A Oficina é desenvolvida pelo grupo PET uma vez por ano durante o segundo semestre. Este ano o tema escolhido pelo PET foi: Conhecendo o Bairro Itacorubi, Cartografia e Ecossistemas da Ilha.

Na primeira aula foi abordado o tema Bairro do Itacorubi. Realizamos uma série de atividades para apresentar o bairro: localização do bairro e da escola com o intuito de reconhecerem o ambiente onde vivem e as características físicas e humanas do bairro. Trabalhamos principalmente com a percepção. As atividade mais importantes da aula foram a confecção de um mapa mental residência-escola, a utilização de fotos de satélite do bairro projetadas pelo data show e a explicação de como são obtidas tais fotos. Na segunda aula o tema principal foi alfabetização cartografia. Trabalhamos com noção de orientação, proporção e direção. Foi apresentado um histórico da cartografia mostrando mapas antigos, passando por temas como geocentrismo e heliocentrismo, até chegar ao sistema solar e movimento de rotação e translação da terra. Realizamos duas atividades principais. Uma delas foi a Brincadeira do Zodíaco no pátio da escola e a outra a confecção da rosa dos ventos com pontos cardeis e colaterais representados nela. Instrumentos como bússola, globo terrestre e data show e mapas da ilha de santa Catarina foram utilizados para dar mais dinamismo ao aprendizado do tema. O terceiro dia de aula priorizou um roteiro mais ambiental. Primeiro tratamos sobre o histórico de povoamento da ilha e sua urbanização. Depois foram abordados vários conceitos ambientais e ecossistemas da Ilha. A “dinâmica da teia”, “do elástico” foram realizadas com as crianças com o intuito de fazer os alunos captarem melhor o conteúdo, além de rodar o vídeo “Os Guardiões da Floresta” para dar um destaque a preservação ambiental. No ultimo dia, depois de os alunos aprenderem sobre seu bairro, sobre elementos do mapa, histórico, urbanização e ecossistemas da ilha, eles localizaram e pintaram no mapa da ilha a localização dos ecossistemas da ilha, incluindo também nesse mapa legenda, orientação e título.

De maneira geral a oficina conseguiu alcançar os objetivos, que consistiam em: 1)Despertar o interesse dos alunos pelos elementos naturais e construídos que o cercam através da alfabetização cartográfica e do ensino sobre ecossistemas da ilha de Santa Catarina; 2)Perceber o ambiente onde vivem e as formas como podem se relacionar com ele e; 3) Aumentar a percepção deles quanto aos aspectos geográficos inseridos no bairro que freqüentam diariamente - Itacorubi - e a cidade onde vivem. Com as dinâmicas desenvolvidas pretendemos ampliar o conhecimento sobre as relações ecológicas e a evolução do espaço.

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PET-Indica (sugestão de filmes, livros, etc)

‘Um Homem Sério’ é o último trabalho dos irmãos Joel e Ethan Coen (diretores reconhecidos pelos premiados filmes ‘O Grande Lebowski’, ‘Fargo’, ‘Onde os Fracos Não Têm Vez’, entre outros). A história se passa em 1967, nos subúrbios de Minneapolis, nos Estados Unidos, em uma comunidade judaica. É o filme mais pessoal de Joel e Ethan Coen, também judeus, que passaram sua infância e adolescência nos subúrbios norte-americanos. Trata-se de uma comédia de humor negro centrada na vida do protagonista Larry Gopnik, professor da Universidade Midwestern que vê sua vida desmoronar por completo, em todos os sentidos: profissional, familiar, pessoal... O filme consegue, ao mesmo tempo, satirizar com o senso clínico de humor que apenas os irmãos Coen possuem, e também responder à diversas questões , tudo sobre judaísmo (como contos, tradições, filosofias) e a vida em bairros judeus, como o bairro onde se passa o filme. Antes da história de Larry Gopnik ser arremessada para a tela, um prólogo conta uma pequena passagem de um casal judeu da Polônia no início do século XX falada em yiddish, onde bem e mal é o flagelo de um velho rabino.

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Este trabalho do geógrafo brasileiro Demétrio Magnoli (professor da USP) inscreve-se numa tendência de estudos recentes que tomam a formação do território como um importante eixo estruturador da história brasileira. Enfoca a formação nacional como profundamente condicionada pelos processos de conquista e apropriação de espaços, onde a própria construção material do país é alçada a condição de projeto nacional básico e recorrente.

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Eventos

III Encontro Latino-americano Ciências Sociais e Barragens Local: Centro de Convenções Benedito Nunes - Universidade Federal do Pará Belém, Pará, Brasil Informações: Fone: (91) 3201-8515 / 8514 Fax (91) 3201-7677 E-mail: [email protected] Site: http://www.ecsbarragens.ufpa.br Blog: http://www.encsb.blogspot.com/ Seminário das metrópoles Cidades e práticas espaciais: Diferentes dinâmicas em metrópoles brasileiras nacionais e regionais De 08 à 10 de Dezembro de 2010 Local: Instituto de Estudos Socioambientais - Campus Samambaia - Universidade Federal de Goiás Informações: E-mail: [email protected] Telefone: (62) 3521-1095 (ramal 226) http://www.seminariodasmetropoles.com.br/ V Congresso Nacional de Geomorfologia de 8 a 11 de dezembro de 2010 Local: Instituto Superior de Engenharia do Porto | ISEP Rua do Dr. António Bernardino de Almeida, 431 Porto, Portugal Informações: http://www.isep.ipp.pt/cng2010/