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GUILHERME LIMA TERÁ A IMPORTANTE MISSÃO DE COMANDAR NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA A NOVÍSSIMA COTY PROFESSIONAL BEAUTY, EMPRESA NASCIDA DA FUSÃO DA WELLA PROFESSIONALS COM A GIGANTE MULTINACIONAL COTY. CONHEÇA TODOS OS PLANOS DESSE PAULISTANO FOCADO EM ATINGIR SEUS OBJETIVOSTEXTO: Sandra Hirata FOTOS: Gustavo MoritaLÍDER

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Como essa rica experiência forjou seu futuro profissional?Mais uma conjunção do bem: nessa empresa, aprendi a trabalhar com especialistas, no caso os veterinários, e a liderar uma equipe multifun-cional. Depois de um tempo, em 2000, ela foi adquirida pela P&G e eu fui junto, como diretor de trade por cinco anos e como líder de vendas no Chile por mais quatro anos e meio. Depois, fui morar no Panamá para gerenciar todas as marcas de cuidados orais, ou seja, outra opor-tunidade de desenvolver atividades educacionais com técnicos, no caso, os odontólogos. Em resumo, está no meu sangue, nesses 23 anos de carreira, lidar diretamente e entender as necessidades do mercado profissional, que é muito mais exigente do que o de varejo. Aliás, quando fui entrevistado pela presidente global Sylvie, essa minha expertise anterior gerou mui-ta positividade em nossa relação, o que, tenho certeza, foi fundamental para minha escolha. Fale um pouco da Coty. O que levou a marca a esse patamar, levando-a a adquirir uma potência como a Wella? Eu estou entusiasmado em fazer parte da Coty, que tem mais de cem anos de tradição no mun-do dos perfumes e maquiagem de luxo. Há alguns anos, a companhia lançou um desafio de ser uma empresa muito maior para viver e respirar beleza. Esse é um grande diferencial em relação à P&G, que tinha uma parte peque-na de seu negócio global focado nessa área. A estratégia da Coty é baseada em três nichos: luxo, com marcas comercializadas via duty free; um segmento profissional, no qual a Wella entra; e a terceira, de consumo massivo, com produ-tos de beauté. Com isso, ela se transforma em um big business, que nasce com um faturamen-to global de US$ 10 bilhões.

Como a fusão da Wella com a Coty irá impactar os negócios da grife no Brasil? Primeiro, o mercado brasileiro é prioridade para qualquer empresa que queira ser líder em beauté. Nós somos o terceiro, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. E na área pro-

o final de 2015, o mercado de beleza foi sacudido por uma notí-cia bombástica: após meses de negociação, a Coty, considerada a empresa líder de beleza no mun-do, adquiriu a poderosa Wella da Procter&Gamble. E agora em outubro, após um período de tran-sição, nasce oficialmente a Coty

Professional Beauty, que tem a Wella Professionals como a maior marca do portfólio, e a grife americana dedicada aos produtos para unhas, OPI, como outro braço, mas ainda sem planos de ser tra-balhada no País. Sylvie Moreau será a presidente mundial e Guilherme Lima atuará como general manager para o Brasil e América Latina. Ele, que era líder comercial da divisão de negó-cios de Oral Care na P&G, conta com 20 anos de experiência como líder de educadores de suas áreas e um histórico de resultados positivos. Fui encontrá- lo no Studio Wella, em plena Avenida Paulista, em mais uma manhã de trânsito caótico em São Paulo. Mas nada que abalasse a serenidade e o bom humor do paulistano que já viveu nos Estados Unidos, Chile e Panamá e agora, estabe-lecido no Rio de Janeiro, mergulha no mundo da beleza profissio-nal, cheio de vontade de torná-la cada vez mais poderosa. A seguir, acompanhe a entrevista exclusiva e descubra como ele pretende levar o know-how de uma das mais conhecidas grifes profissionais do mercado a todos os beauty artists do País.

Apresente-se para nossos leitores contando um pouco da sua trajetória antes de aceitar ser o novo general manager da Coty Professional Beauty e da Wella.Meu nome é Guilherme Lima, mas gosto que me chamem de “Gui”. Nasci e cresci em São Paulo, onde estudei no Colégio São Luís, na Avenida Paulista, a mesma do nosso Studio Wella. Com 16 anos, fui fazer um programa de intercâmbio nos Estados Unidos por um ano, mas acabei ficando oito. Por lá, me formei em Administração de Empresas e fiz MBA. Depois dessa jornada, voltei para o Brasil e comecei minha vida profissional em uma empresa de alimentos para pets. Olha a coincidência: nesse meu primeiro trabalho, eu era responsável por comercializar os produtos, que eram americanos, no Brasil e, posteriormente, na América Latina!

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fissional, no caso da Wella, daremos continui-dade ao bom trabalho que vem sendo feito, sempre mantendo o foco no beauty artist, ago-ra com mais agilidade e rapidez para atender às necessidades de nossos clientes.

A fusão inclui o portfólio completo da Wella para cabelo e a marca líder mundial na indústria de unhas, OPI. Quais são seus planos iniciais para as duas grifes? Você pensa em educar as manicures da mesma maneira que faz com os cabeleireiros? OPI e outras marcas fazem parte da nova família, mas, no momento, não temos um direcionamen-to de como vamos incorporá-las ao portfólio.

O foco da Wella sempre foi inovação e edu-cação. Quais são seus planos nessa área?Eu vejo essa vocação sendo muito fortalecida no futuro. Como? O Brasil é um território gigan-te, temos um time de educadores, estúdios acadêmicos, mas enfrentamos limitações para educar um número maior de profissionais. Por isso, considero explorarmos o campo digital para atingirmos milhares de cabeleireiros. O plano é expandir exponencialmente o alcance da Wella do norte ao sul do País?Hoje, qualquer profissional, esteja ele no interior de Pernambuco ou no Rio de Janeiro, tem aces-so a um celular. Essa pode ser uma grande oportunidade de ajudar a educar esse expert.

Você fará alguma alteração no papel dos embaixadores e líderes?Primeiro, quero deixar claro que eles são impor-tantíssimos por divulgarem novas tendências e nos representar. O grande desafio é como multiplicar esse papel tão crucial. Eu penso que, hoje, temos as redes sociais – Facebook, Instagram, Twitter – na mão de todos os cabe-leireiros. Por exemplo, se o Glauco Braga, líder de educação, está dando um curso, por que não criar uma ferramenta para que um beauty artist em Recife, por exemplo, possa assistir ao mes-mo conteúdo? É uma oportunidade fantástica de disseminar o conhecimento.

Isso significa mudar a plataforma digital?Eu diria divulgar em grande escala o que já faze-mos em nosso trabalho educacional. Podemos alcançar 300 mil profissionais? É um desafio, mas acho que o Brasil está preparado para isso porque tem uma grande penetração no ramo de celulares e utilização altíssima de internet.

Como você pretende incorporar o mundo digital nos serviços, nos produtos, na gestão e em ações que alavanquem a carreira do beauty artist?Hoje, essa ferramenta não pode ser responsa-bilidade de um só departamento. Ela tem de fazer parte da estratégia de todas as áreas para que elas possam interligar o trabalho nessa plataforma. Por exemplo, se estamos fazendo

Guilherme no lançamento da

técnica Hair Contour com embaixadores

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um evento com Stephen Moody, reitor global da Wella Academy, no Rio de Janeiro, para 60 profissionais, por que não podemos ter um live streaming para que muitos outros possam usufruir de sua sabedoria? Isso ainda é feito em uma escala pequena e, a partir de agora, que-remos expandir de uma maneira mais massiva para profissionalizar e educar mais e mais cabe-leireiros. Sempre, é claro, mantendo o foco de transformar o profissional em um consultor de beleza e não somente treiná-lo em técnicas de coloração, corte, styling.

É uma espécie de democracia da educação de alto nível?Eu vejo a plataforma de e-education como uma universidade aberta. E o mesmo pode aconte-cer com eventos com personalidades interna-cionais, que seriam, sim, free para todos.

Como você vê o hairstylist hoje? Em que áreas ele pode melhorar? Todos os beauty artists que conheci me impac-taram positivamente por serem criativos e sem-pre buscando conhecimento. Todos elogiaram o trabalho educacional da Wella, principalmen-te no tocante aos nossos lançamentos de téc-nicas e tendências, como hair contour. Isso só reforça a importância de dar continuidade a tudo que já fazemos bem, adicionando o desafio de incrementar essa parceria com ideias inovado-ras para que eles possam melhorar o tíquete médio, serem valorizados como consultores de beleza e, claro, consigam atingir suas aspirações profissionais e pessoais.

Como sua expertise o ajudará a encontrar o equilíbrio entre essas ideias ambiciosas e a sua concretização de fato?Meus 23 anos de experiência certamente vão ser cruciais para assumir os negócios da Wella no Brasil e na América Latina. A minha principal qualidade é organizacional, ou seja, liderar bem grandes grupos, extrair o melhor de cada indi-víduo, desenvolvendo-o para que possa ter alta performance. Mas sempre lembro: liderar com o botão aceso de aprender, com humildade. Outro aprendizado do Gui: a estratégia é impor-tante, mas executá-la é muito mais. Uma boa ideia bem-realizada é melhor do que uma gran-de malfeita. A Wella tem métodos fantásticos, de anos de trabalho, e minha prioridade é simplificá-los para que possam ser executados com excelência. E para tudo isso acontecer, pretendo ficar menos tempo atrás da mesa e mais junto ao mercado, nos salões. Como você vai lidar com o varejo? Vejo a revenda como parte importante do nos-so serviço. Tudo começa ao preparar nossos profissionais para serem bons consultores de beleza. Hoje, existe uma quantidade enorme de consumidores que fazem um tratamento, mas por falta de informação, adquirem produtos inadequados em outro lugar, como no super-mercado. Então, a comercialização de cosmé-ticos dentro dos salões está interligada à exce-lência da consultoria que, quando bem-feita, faz com que a cliente volte ao estabelecimento.

Sobre cosméticos profissionais, quais são as grandes inovações que ainda virão? Tem alguma novidade em vias de ser lançada aqui no Brasil?Primeiro, gostaria de compartilhar com vocês a informação que, na Wella Professionals, o Brasil faz parte de seleto grupo considerado design marketing. O que isso significa? Todas as pesquisas globais da empresa incorporam nosso país como parte da sua inovação e dos seus planos futuros. Por exemplo, em setembro, recebemos a visita de dois profissionais da Alemanha que saíram a campo para entender

QUEREMOS LEVAR A EXPERTISE DA WELLA PARA MILHARES DE PROFISSIONAIS POR MEIO DE FERRAMENTAS DIGITAIS

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melhor a consumidora brasileira e as ideias de nossos hairstylists. Estou começando a ter aces-so às informações dos próximos três anos de lançamentos e o que faremos nesse período. Isso me dá tranquilidade porque sei que inova-remos bastante em coloração e em tratamento e, já no início de 2017, teremos novidades, mas ainda não posso divulgar!

Como será sua relação com Andrew Kelsall, que foi seu antecessor e hoje é o atual general manager no Reino Unido e na Irlanda, e com a presidente Sylvie Moreau? O Andrew deixou um ótimo legado e os resul-tados que a Wella Brasil obteve nos últimos anos são reconhecidos em nível global. Meu objetivo é aprender com ele e, ao mesmo tem-po, dar continuidade ao seu trabalho. Uma das vantagens de ser uma empresa mundial é incorporar as melhores práticas de outros países e, ao mesmo tempo, exportar. O Brasil tem uma série de atividades que são conside-radas best in class (melhores práticas), e isso é exportado globalmente. Participo de uma reunião a cada três meses com todos os geren-

tes-gerais da Wella e, nessas reu-niões, existem seções específicas de sharing reply, ou seja, o Andrew e outros dirigentes nos passam informações de ações que dão cer-to para que não precisemos reinven-tar a roda. Com a Sylvie, pretendo manter um relacionamento estreito, já que ela respira Wella. É muito gratificante saber que ela continua-rá como presidente porque assim temos certeza de que nossa líder é uma pessoa que realmente olha e cuida do cabeleireiro.

Em entrevista à CABELOS&CIA, a presidente Sylvie Moreau afirmou que, apesar da crise, a Coty quer continuar investindo forte no Brasil. Isso o anima?Eu, como ela, vejo este momento difícil

como oportunidade. Salões grandes e médios sairão fortalecidos se eles se preocupa-rem, assim como nós, em treinar, capacitar e mo-tivar a equipe e, claro, em reter os clientes por meio do melhor serviço e atendimento possível.

Como vê as empresas que competem com a Wella? Você tem alguma estratégia?A competição entre empresas globais e regio-nais focadas no profissional, vejo como positiva, uma somatória de forças. O nosso trabalho, que é de educar o beauty artist, só fortalece o mer-cado. Hoje, três em cada dez mulheres colorem o cabelo. E se, no futuro, quatro a seis fizerem esse serviço? Quanto mais trabalharmos pelo mesmo objetivo, maior a oportunidade de “divi-dir essa grande torta”. Por isso, é importante não ignorar os rivais e sim aprender com eles.

Qual é a sua visão de Trend Vision? A tradição desse evento de sucesso me sur-preendeu, já que todo mundo fala, traz entu-siasmo, é aspiracional. Por isso, fico muito feliz em saber que nossa iniciativa não só revela os melhores do futuro, como também transforma a vida de pessoas e suas famílias.

Na final do Trend Vision, Guilherme está ao lado dos vencedores e de Lucas Menendez (à direita), líder de educação

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