Nove Mestres Da USP e William Bonner - SPressoSP
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1/9/2014 Nove mestres da USP e William Bonner - SPressoSP
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Nove mestres da USP e William Bonner , by Redao Nenhum Comentrio 2573
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Em artigo escrito em 2005, Laurindo Lalo Leal Filho conta um episdio em que professores da
USP acompanham a produo do Jornal Nacional. Retomado, a tica da passagem retratada em
detalhes pelo socilogo e professor de jornalismo da ECA-USP ainda atual
Por Pragmatismo Poltico
Em artigo escrito em 2005, Laurindo Lalo Leal Filho conta um episdio em que professores da USP
acompanham a produo do Jornal Nacional. Retomado, a tica da passagem retratada em detalhes
pelo socilogo e professor de jornalismo da ECA-USP ainda atual.
Durante uma reunio de pauta, Laurindo revela a escolha superficial de William Bonner para as
reportagens que, posteriormente, so transmitidas pelo jornal carro-chefe da Rede Globo. Com ela, o
constrangimento vivido e acompanhado por nove mestres da Universidade.
Como se no bastasse a explcita busca pelo apelo da opinio pblica e a dispensa de notcias de
impacto social e poltico, Bonner explicou aos professores e pesquisadores o perfil do telespectador
mdio do Jornal Nacional: so Homers Simpsons, contou o ncora e editor-chefe.
Por Laurindo Lalo Leal Filho*
Perplexidade no ar. Um grupo de professores da USP est reunido em torno da mesa onde o
apresentador de tev William Bonner realiza a reunio de pauta matutina do Jornal Nacional, na quarta-
feira, 23 de novembro.
Alguns custam a acreditar no que vem e ouvem. A escolha dos principais assuntos a serem transmitidos
para milhes de pessoas em todo o Brasil, dali a algumas horas, feita superficialmente, quase sem
discusso.
VEJA TAMBM: Postura imperial de William Bonner faz parecer que a Globo no tem mazelas
Os professores esto l a convite da Rede Globo para conhecer um pouco do funcionamento do Jornal
Nacional e algumas das instalaes da empresa no Rio de Janeiro. So nove, de diferentes faculdades e
foram convidados por terem dado palestras num curso de telejornalismo promovido pela emissora
juntamente com a Escola de Comunicaes e Artes da USP. Chegaram ao Rio no meio da manh e do
Santos Dumont uma van os levou ao Jardim Botnico.
A conversa com o apresentador, que tambm editor-chefe do jornal, comea um pouco antes da
reunio de pauta, ainda de p numa ante-sala bem suprida de doces, salgados, sucos e caf. E sua
primeira informao viria a se tornar referncia para todas as conversas seguintes. Depois de um
simptico bom-dia, Bonner informa sobre uma pesquisa realizada pela Globo que identificou o perfil do
telespectador mdio do Jornal Nacional. Constatou-se que ele tem muita dificuldade para entender
notcias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo. Na redao, foi
Ciclovia na Paulista: obrascomeam neste ms
Governador do Massacre doCarandiru tenta aproximarSkaf de policiais
Nove mestres da USP e WilliamBonner
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notcias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo. Na redao, foi
apelidado de Homer Simpson. Trata-se do simptico mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das
sries estadunidenses de maior sucesso na televiso em todo o mundo. Pai da famlia Simpson, Homer
adora ficar no sof, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. preguioso e tem o raciocnio lento.
A explicao inicial seria mais do que necessria. Da para a frente o nome mais citado pelo editor-chefe
do Jornal Nacional o do senhor Simpson. Essa o Homer no vai entender, diz Bonner, com convico,
antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, o telespectador brasileiro mdio no compreenderia.
Mal-estar entre alguns professores. Dada a linha condutora dos trabalhos atender ao Homer -, passa-
se reunio para discutir a pauta do dia. Na cabeceira, o editor-chefe; nas laterais, alguns jornalistas
responsveis por determinadas editorias e pela produo do jornal; e na tela instalada numa das
paredes, imagens das redaes de Nova York, Braslia, So Paulo e Belo Horizonte, com os seus
representantes. Outras cidades tambm suprem o JN de notcias (Pequim, Porto Alegre, Roma), mas
elas no entram nessa conversa eletrnica. E, num crculo maior, ainda ao redor da mesa, os
professores convidados. a teleconferncia diria, acompanhada de perto pelos visitantes.
Todos recebem, por escrito, uma breve descrio dos temas oferecidos pelas praas (cidades onde se
produzem reportagens para o jornal) que so analisados pelo editor-chefe. Esse resumo transmitido
logo cedo para o Rio e depois, na reunio, cada editor tenta explicar e defender as ofertas, mas eles no
vo muito alm do que est no papel. Ningum contraria o chefe.
A primeira reportagem oferecida pela praa de Nova York trata da venda de leo para calefao a baixo
custo feita por uma empresa de petrleo da Venezuela para famlias pobres do estado de
Massachusetts. O resumo da oferta jornalstica informa que a empresa venezuelana, que tem 14 mil
postos de gasolina nos Estados Unidos, separou 45 milhes de litros de combustvel para serem
vendidos em parcerias com ONGs locais a preos 40% mais baixos do que os praticados no mercado
americano. Uma notcia de impacto social e poltico.
O editor-chefe do Jornal Nacional apenas pergunta se os jornalistas tm a posio do governo dos
Estados Unidos antes de, rapidamente, dizer que considera a notcia imprpria para o jornal. E segue em
frente.
Na seqncia, entre uma imitao do presidente Lula e da fala de um argentino, passa a defender com
grande empolgao uma matria oferecida pela praa de Belo Horizonte. Em Contagem, um juiz estava
determinando a soltura de presos por falta de condies carcerrias. A argumentao do editor-chefe
sobre o perigo de criminosos voltarem s ruas. Esse juiz um louco, chega a dizer, indignado. Nenhuma
palavra sobre os motivos que levaram o magistrado a tomar essa medida e, muito menos, sobre a
situao dos presdios no Brasil. A defesa da matria em cima do medo, sentimento que se espalha
pelo Pas e rende preciosos pontos de audincia.
Sobre a greve dos peritos do INSS, que completava um ms matria oferecida por So Paulo -, o
comentrio gira em torno dos prejuzos causados ao rgo. Quantos segurados j poderiam ter voltado
ao trabalho e, sem percia, continuam onerando o INSS, ouve-se. E sobre os grevistas? Nada.
De Braslia oferecida uma reportagem sobre a importncia do supervit fiscal para reduzir a dvida
pblica. Um dos visitantes, o professor Gilson Schwartz, observou como a argumentao da proponente
obedecia aos cnones econmicos ortodoxos e ressaltou a falta de vises alternativas no noticirio
global.
Encerrada a reunio segue-se um tour pelas reas tcnica e jornalstica, com a inevitvel parada em
torno da bancada onde o editor-chefe senta-se diariamente ao lado da esposa para falar ao Brasil. A
visita inclui a passagem diante da tela do computador em que os ndices de audincia chegam em tempo
real. Lder eterna, a Globo pela manh assediada pelo Chaves mexicano, transmitido pelo SBT. Pelo
menos o que dizem os nmeros do Ibope.
E no almoo, antes da sobremesa, chega o espelho do Jornal Nacional daquela noite (no jargo, espelho
a previso das reportagens a serem transmitidas, relacionadas pela ordem de entrada e com a
respectiva durao). Nenhuma grande novidade. A matria dos presos libertados pelo juiz de Contagem
abriria o jornal. E o leo barato do Chvez venezuelano foi para o limbo.
Diante de saborosas tortas e antes de seguirem para o Projac o centro de produes de novelas,
seriados e programas de auditrio da Globo em Jacarepagu os professores continuam ouvindo
inmeras referncias ao Homer. A mesa comprida e em torno dela notam-se alguns olhares
constrangidos.
Comentrios
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Nove mestres da USP e WilliamBonner
Famlias do Copa do Povodesocupam terreno eaguardam moradia regular
Entidades criticam governoAlckmin por sonegarinformaes sobre crise hdrica
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Marcio Pereira FAFIC
A Rede Globo, mais precisamente Willian Bonner, acredita queo telespectador do Jornal Nacional tem o perfil do HomerSimpson. Por esta e por outras evito o jornalismo VnusPlatinada. Leia o texto.
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Aparecida Lana Quem mais comentou Tcnico
Administrativo na empresa BEMGE
Lamentvel e h muito percebo isso, ento t explicado - "Essao Homer no vai entender", 'dizendo Bonner, com convico,antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, otelespectador brasileiro mdio no compreenderia...' E assim,a rede Globo vai nos entorpecendo com suas ideologias'intelectualides'. H muito compreendi essa insanidade, comomuitos e muitos outros brasileiros. H muitos papagaios por a,ento, se liguem!!!
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Kleber Leao Professor na empresa Contagem
assim que a globo nos v ? assim que somos?
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