Profª. Mara Magaña SIMBOLISMO. SIMBOLISMO A valorização da Música.
notas sobre o simbolismo
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Simbolismo Ohomemqueacreditavateracessoaossegredosdouniverso,viarazoeviaprogresso,vde repente que tudo no passa de iluso, que o universo regido por foras incontrolveis que ele desconhece completamente.Essesentimentoleva-odescrena,aodesalentoefazcomqueadoteumaposturade desprezo em relao a tudo que lembra o mundo burgus da luta, da operosidade, da conquista. Refletindoopessimismodoperodo,surgenessapocaumtipodehomemquevoltaascostas sociedadematerialistaequeprocuracultivardentrodesiassensaesmaisrefinadas.Essehomem, conhecidocomodecadente,fecha-seemsuatorredemarfimesnaorgulhosasolidoqueparece encontrar conforto para o sofrimento proveniente do desconforto com o mundo grosseiro e hostil. lvaro Cardoso Gomes OSimbolismoseriaaartebaseadanarepresentaodasimagensdomundodasidias.Eles propem uma expresso, na pintura, que correspondia usada na linguagem, ou seja, livre para misturar o concretoeoabstrato,omaterialeoidealdentrodeumtodonico.(...)Ascoisasdevem,portanto,ser apresentadas no atravs de uma nomeao direta e definitiva, mas por meio de smbolos. Pois o smbolo , em si mesmo, inesgotvel.Arte nos Sculos OsfundamentosdeumateoriadoSimbolismoencontramrazodesernaprpriaconstituioda linguagem,nosentidodequealinguagemumaestruturasimblica.Quandoalinguagemficamais prximadarealidade,representando-ametonimicamente,estamosnoRealismoliterrio;equandose afastadorealsensvelebuscaouarealidadepsquicaouapuraabstrao,valendo-separaisso preferentementedametforaedossmbolos,temososperodosromnticosesimbolistasdashistrias literrias. Gilberto Mendona de Teles I. Alguns significados da palavra Smbolo: Aquilo que, por um princpio de analogia, representa ou substitui outra coisa; Aquiloqueporsuaformaousuanatureza,evoca,representaousubstitui,numdeterminado contexto, algo abstrato ou ausente: o sol smbolo da vida; a gua smbolo da purificao; Aquilo que tem valor evocativo, mgico ou mstico: a cruz o smbolo do cristianismo; Sinal que substitui o nome de uma coisa ou de uma ao; (psicologia) idia consciente que representa e encerra a significao de outra inconsciente.(Fonte: Dicionrio Aurlio) Aspalavras-chavesparaentenderoestilosimbolistaso:representar,evocar,magia, misticismo, inconsciente. II. Os Tericos: Baudelaire: teoria das correspondncias sinestesia. A imaginao a faculdade essencial do artista. Rimbaud: alquimia verbal fixao do inexprimvel. Verlaine: Msica aliteraes, assonncias, explorao da musicalidade. (...)nemaidiaclara,nemosentimentopreciso,masovagodocorao,oclaro-escurodas sensaes, o indeciso dos estados de alma Mallarm: poesia no descritiva, no narrativa: Poesia sugesto. Alan Poe: Mestre do Suspense III.As Caractersticas: Retorno ao subjetivismo romntico Retorno atitude conflitual do Barroco Negao do Positivismo, Cientificismo e Materialismo. Espiritualidade e religiosidade: Misticismo, Ocultismo e Subjetivismo. Criao potica como fruto da associao de idias e imagens. Comunho com o Esprito, a Alma, o Infinito, a Essncia e o Desconhecido. Poesia como mistrio, ilgica e indireta. Maisculas alegorizantes e uso de reticncias Linguagemnova:neologismo,empregodetermoslitrgicoseinesperadascombinaes vocabulares, alm do emprego de arcasmos. Antecipaes da Modernidade:Rupturacomodescritivoelinear,fluxodeconscinciaelinguagemdointerior,desarticulao sinttica e semntica. Intuio e os Mistrios seduzem os escritores da poca Evocao, sugesto e linguagem indireta. IV. Cruz e Souza uma poesia que no descreve nem narra, mas sugere.Utilizandofrasesvagas,aparentementedesarticuladas,opoetaremeteoleitorpararegies indefinidas, mundos nem sempre reconhecveis.Muitospoemasconstroem-seatravsdeumaenumeraodediversasfacetasdomesmoobjeto, como se o poeta procurasse explorar todos os ngulos possveis do que descreve.Essamaneiracaleidoscpicadeconhecerarealidaderesponsvelpelaintensaadjetivaoque se observa nos poemas de Cruz e Sousa. Pessimismo e melancolia do o tom da viso de mundo do poeta. Observa-se em geral uma necessidade de transcender o plano material e o desejo de integrar-se ao cosmos. A musicalidade dos poemas de Cruz eSousa no obedece simplesmente necessidade de ritmo, mas visa sobretudo a sugerir determinada atmosfera (iluminada, melanclica, repulsiva...). Muitos poemas so metalingsticos, ou seja, tratam do prprio ato de escrever. O erotismo percorre alguns poemas, principalmente de Broquis. Poemas calcados em episdios autobiogrficos ocorrem no livro Faris. V. Alphonsus de Guimaraens Por ter uma formao mais clssica e uma influncia de cunho medieval, h oemprego constante das redondilhas, alm dos versos alexandrinos e decasslabos, com nfase no soneto.A presena da amada perdida, Constana, est sempre presente, retratada aos moldes medievais: uma divindade intocvel, perfeita, livre de qualquer toque de erotismo e somente acessvel atravs da morte.PorvriasvezeselaconfundidacomaimagempuradaVirgemMaria,dequemopoeta profundamente devoto.Sua obra considerada a mais mstica de nossa literatura. A morte outro fator importante dentro de sua obra, o que o aproxima muito dos poetas romnticos: h a simpatia e o desejo pela morte, j que ela o nico caminho para se chegar amada.Cria-seassimumciclodemisticismo,amoridealizadoeobsessodamorte,ondeamelancolia sempreumfatormarcante,aliadaaossonhosesamarguraspessoaisdopoeta,muitasvezes refletidas pelos traumas do passado.Seussonetossotransbordantesdedevooreligiosa,algunsparecendoverdadeirasoraes versificadas, que conferem ao prprio autor uma espcie de aura santificada. Organizao: Professor Gilmar Ramos de Souza