notas sobre o "edifício transparente"

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‘edifício TransparenTe’ SAMUEL PEREIRA PINTO ESPAÇO PÚBLICO E FORMAS DOS EQUIPAMENTOS | FAUP noTas sobre o

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Espaço Público e Formas dos Equipamentos| FAUP. Fevereiro de 2008. autor: Samuel Pinto A4: 210mm × 297mm | 22 pag. Português

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Page 1: notas sobre o "edifício transparente"

‘edifício TransparenTe’SAMUEL PEREIRA PINTO ESPAÇO PÚBLICO E FORMAS DOS EQUIPAMENTOS | FAUP

noTas sobre o

Page 2: notas sobre o "edifício transparente"

MEMÓRIA DO PROJ./ PROCESSO

DIVULGAÇÃO NOS MEDIA

TEXTOApresentação, Maria Teresa Lago, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Registos de uma Transformação, Julieta Quintas de Oliveira, Luís Tavares Pereira, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Requalificar a Cidade, Paulo Sarmento e Cunha, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Modo de Ver, Álvaro Domingues, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Dificuldades de uma Nova Política de Mobilidade, António Pérez Babo, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Fotografia, Arquivo e História, Sérgio Mah, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Foz do Porto Antiga e Moderna, SkycraperCity Forums, 23 Fevereiro 2007Proposta n.º 131/05/DMFP - Transferência da propriedade e ónus reais do Edifício Transparente e do Parque de Estacionamento do Castelo do Queijo, da Casa da Música/Porto 2001 para a CMP. REG. 1524/06, 10.ª REUNIÃO PRIVADA DA CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO REALIZADA, 10 DE JANEIRO DE 2006

MATERIAL GRÁFICOImagens 2000/2002, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Área de Intervenção Antes/ Depois, Home Page Manuel Solà-MoralesImagens Projecto Manuel Solà-Morales/ Projecto Carlos Prata, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 45-50

Habitar Portugal 2000 - 2002, 23. Passeio Atlântico, Porto, Manuel de Solà-Morales, Ordem dos Arquitectos, 2003A reformulação transparente, David Furtado, Jornal Primeiro de Janeiro, 17 de Abril de 2007Edifício Transparente vai “Ultrapassar Conflito” com a Cidade, Álvaro Vieira, Jornal Público, 17 de Abril de 2007Edifício Transparente abrirá em Março, Marcos Cruz, Jornal Diário de Noticias, 17 de Abril de 2007Edifício Transparente inaugurado em Portugal investimento de 15 milhões, Agência Financeira, Net, 15 de Junho de 2007Nevogilde na rota do ambiente, Folheto, Câmara de Nevogilde, Junho de 2007Câmara do Porto "herda" Edifício Transparente da Casa da Música SA, RTP Notícias, Terça, 8 de Janeiro 2008Edifício Transparente abrirá em Novembro, Alfredo Mendes, Diário de Notícias, Sexta, 19 de Maio de 2006 Edifício Transparente abrirá em Novembro, SkycraperCity Forums, Sexta, 19 de Maio de 2006 Edifício Transparente abre as portas no Porto, Portugalmail Notícias, 15 Junho de 2007 Edifício Transparente assinala o S. João no Porto, Portugalmail Notícias, 22 Junho de 2007 Edifício Transparente será convertido a centro de lazer, SkycraperCity Forums, Sexta, 31 de Dezembro 2005 Edifício Transparente terá Parque Radical, Carla Sofia Luz, Jornal de Notícias, 18 de Novembro de 2007Edifício Transparente abre hoje ao público, Gaia FM, 15 de Junho de 2007Consórcio reclama 11 milhões ou demolição do Transparente, Carla Sofia Luz, Jornal de Notícias, 24 de Julho de 2004Edifício Transparente abre as porta depois de amanhã, Inês Schreck, Jornal de Notícias, 13 de Junho de 2007Edifício Transparente demolição reclamada em tribunal, Carla Sofia Luz, Jornal de Notícias, 20 de Novembro de 2005Arquitecto da reconversão do Edifício Transparente acredita que portuenses vão valorizar projecto, Pedro Rios, Jornalismo Porto Net, 4 de Janeiro de 2008Edifício Transparente espera 1,5 milhões de visitantes este ano, Sara Santos Silva, 4 de Janeiro de 2008Palestra “A Reconversão do Edifício Transparente”, Secção de Construções Civis

EDIFÍCIO TRANSPARENTE

Passeio Atlântico, , Portugal * 2002

colaboração: Xavier Fabregas,Nuno Monteiro, Marta Labastida, Kris Scheerlinck, J.Ignacio Estrella, Susana Freitascliente: Câmara Municipal do Porto, Porto 2001

Porto

MANUEL SOLÀ-MORALES

OPINIÃO PÚBLICA

ENTREVISTA

AUTOR (OBRA EM PARTICULAR)

AUTOR (TEORIA GERAL)

CRÍTICA SOBRE A OBRA

TEXTO Edifício Transparente, Cristina Santos, Blog A Baixa do Porto, 4 de Dezembro 2004Edifício Transparente? Brandão de Pinho, Blog A Arte da Guerra, 23 de Dezembro 2003Edifício Transparente, Blog Melhor Que Prozac!!!, 27 de Março de 2005Porto Edifício Transparente, Blog Porto Norte, Francisco Oliveira, 9 de Julho de 2007Edifício Transparente…Finalmente? Valenti, Blog Quero Surfar no Porto, 3 de Janeiro 2008M.I.C.E. ou o Edifício Opaco…, Blog Breakbit, Nuno Gomes, 10 de Abril 2007

Manuel Solà-Morales - Um Olhar Urbano, Revista Arquitectura e Vida, Nº 22, Dezembro 2001, pp 34-40

TEXTONotas de Autor, Manuel Solà-Morales, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 52Projecto da Avenida Marginal do Parque da Cidade Requalificação da Avenida Montevideu, Manuel de Solà-Morales, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002

MATERIAL GRÁFICOPlanta Intervenção Passeio Atlântico, Home Page Manuel Solà-MoralesPlanta Piso -1, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Planta Piso 0, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Planta Piso 1, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Planta Piso 2, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Alçado Nascente, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44Alçado Poente, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Alçado Norte, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Alçado Sul, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Corte 1, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Corte 2, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Corte 3, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Corte 4, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53

TEXTOAs formas de Crescimento Urbano, Manuel Solà-Morales, Laboratório de Urbanismo, Ediciones UPC, Espaços Públicos/ Espaços Colectivos, Manuel Solà-Morales, Urbanismo 4, Associação de Urbanistas Portugueses, Inverno 2005

TEXTOFormas Urbanas, Colecção Paisagens Artificials, Fátima Fernandes y Michele Cannatà, Ediçoes ASA, 2002.(Re)habi(li)tar a arquitectura três pontos para uma releitura do Edifício Transparente , arq. Gisela Lameira, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 45-50Notas de Autor, Carlos Prata, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 53O Passeio Atlântico, o Polis e o Grande Porto, Francisco Nunes Correia, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002Porto 2001 e Polis, Teresa Lago, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002Memória dos Lugares, José Salgado, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002Passeio Atlântico três faces de um projecto urbano, Nuno Grande, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002

MATERIAL GRÁFICOPlanta Intervenção Passeio Atlântico, Foz do Porto Antiga e Moderna, SkycraperCity Forums, 23 Fevereiro 2007Implantação 1-500, Atelier Arq. Carlos PrataFotos Aéreas, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Fotos Percurso Marginal, Foz do Porto Antiga e Moderna, SkycraperCity Forums, 23 Fevereiro 2007Fotos Relação do Edifício e ContextoFotos Edifício Geral ExteriorFotos Edifício InteriorFotos Pormenores ConstrutivosFotos Sinais, Comunicação Visual

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MEMÓRIA DO PROJ./ PROCESSO

DIVULGAÇÃO NOS MEDIA

TEXTOApresentação, Maria Teresa Lago, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Registos de uma Transformação, Julieta Quintas de Oliveira, Luís Tavares Pereira, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Requalificar a Cidade, Paulo Sarmento e Cunha, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Modo de Ver, Álvaro Domingues, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Dificuldades de uma Nova Política de Mobilidade, António Pérez Babo, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Fotografia, Arquivo e História, Sérgio Mah, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Foz do Porto Antiga e Moderna, SkycraperCity Forums, 23 Fevereiro 2007Proposta n.º 131/05/DMFP - Transferência da propriedade e ónus reais do Edifício Transparente e do Parque de Estacionamento do Castelo do Queijo, da Casa da Música/Porto 2001 para a CMP. REG. 1524/06, 10.ª REUNIÃO PRIVADA DA CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO REALIZADA, 10 DE JANEIRO DE 2006

MATERIAL GRÁFICOImagens 2000/2002, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Área de Intervenção Antes/ Depois, Home Page Manuel Solà-MoralesImagens Projecto Manuel Solà-Morales/ Projecto Carlos Prata, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 45-50

Habitar Portugal 2000 - 2002, 23. Passeio Atlântico, Porto, Manuel de Solà-Morales, Ordem dos Arquitectos, 2003A reformulação transparente, David Furtado, Jornal Primeiro de Janeiro, 17 de Abril de 2007Edifício Transparente vai “Ultrapassar Conflito” com a Cidade, Álvaro Vieira, Jornal Público, 17 de Abril de 2007Edifício Transparente abrirá em Março, Marcos Cruz, Jornal Diário de Noticias, 17 de Abril de 2007Edifício Transparente inaugurado em Portugal investimento de 15 milhões, Agência Financeira, Net, 15 de Junho de 2007Nevogilde na rota do ambiente, Folheto, Câmara de Nevogilde, Junho de 2007Câmara do Porto "herda" Edifício Transparente da Casa da Música SA, RTP Notícias, Terça, 8 de Janeiro 2008Edifício Transparente abrirá em Novembro, Alfredo Mendes, Diário de Notícias, Sexta, 19 de Maio de 2006 Edifício Transparente abrirá em Novembro, SkycraperCity Forums, Sexta, 19 de Maio de 2006 Edifício Transparente abre as portas no Porto, Portugalmail Notícias, 15 Junho de 2007 Edifício Transparente assinala o S. João no Porto, Portugalmail Notícias, 22 Junho de 2007 Edifício Transparente será convertido a centro de lazer, SkycraperCity Forums, Sexta, 31 de Dezembro 2005 Edifício Transparente terá Parque Radical, Carla Sofia Luz, Jornal de Notícias, 18 de Novembro de 2007Edifício Transparente abre hoje ao público, Gaia FM, 15 de Junho de 2007Consórcio reclama 11 milhões ou demolição do Transparente, Carla Sofia Luz, Jornal de Notícias, 24 de Julho de 2004Edifício Transparente abre as porta depois de amanhã, Inês Schreck, Jornal de Notícias, 13 de Junho de 2007Edifício Transparente demolição reclamada em tribunal, Carla Sofia Luz, Jornal de Notícias, 20 de Novembro de 2005Arquitecto da reconversão do Edifício Transparente acredita que portuenses vão valorizar projecto, Pedro Rios, Jornalismo Porto Net, 4 de Janeiro de 2008Edifício Transparente espera 1,5 milhões de visitantes este ano, Sara Santos Silva, 4 de Janeiro de 2008Palestra “A Reconversão do Edifício Transparente”, Secção de Construções Civis

EDIFÍCIO TRANSPARENTE

Passeio Atlântico, , Portugal * 2002

colaboração: Xavier Fabregas,Nuno Monteiro, Marta Labastida, Kris Scheerlinck, J.Ignacio Estrella, Susana Freitascliente: Câmara Municipal do Porto, Porto 2001

Porto

MANUEL SOLÀ-MORALES

OPINIÃO PÚBLICA

ENTREVISTA

AUTOR (OBRA EM PARTICULAR)

AUTOR (TEORIA GERAL)

CRÍTICA SOBRE A OBRA

TEXTO Edifício Transparente, Cristina Santos, Blog A Baixa do Porto, 4 de Dezembro 2004Edifício Transparente? Brandão de Pinho, Blog A Arte da Guerra, 23 de Dezembro 2003Edifício Transparente, Blog Melhor Que Prozac!!!, 27 de Março de 2005Porto Edifício Transparente, Blog Porto Norte, Francisco Oliveira, 9 de Julho de 2007Edifício Transparente…Finalmente? Valenti, Blog Quero Surfar no Porto, 3 de Janeiro 2008M.I.C.E. ou o Edifício Opaco…, Blog Breakbit, Nuno Gomes, 10 de Abril 2007

Manuel Solà-Morales - Um Olhar Urbano, Revista Arquitectura e Vida, Nº 22, Dezembro 2001, pp 34-40

TEXTONotas de Autor, Manuel Solà-Morales, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 52Projecto da Avenida Marginal do Parque da Cidade Requalificação da Avenida Montevideu, Manuel de Solà-Morales, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002

MATERIAL GRÁFICOPlanta Intervenção Passeio Atlântico, Home Page Manuel Solà-MoralesPlanta Piso -1, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Planta Piso 0, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Planta Piso 1, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Planta Piso 2, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Alçado Nascente, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44Alçado Poente, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Alçado Norte, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Alçado Sul, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Corte 1, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Corte 2, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Corte 3, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53Corte 4, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 44-53

TEXTOAs formas de Crescimento Urbano, Manuel Solà-Morales, Laboratório de Urbanismo, Ediciones UPC, Espaços Públicos/ Espaços Colectivos, Manuel Solà-Morales, Urbanismo 4, Associação de Urbanistas Portugueses, Inverno 2005

TEXTOFormas Urbanas, Colecção Paisagens Artificials, Fátima Fernandes y Michele Cannatà, Ediçoes ASA, 2002.(Re)habi(li)tar a arquitectura três pontos para uma releitura do Edifício Transparente , arq. Gisela Lameira, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 45-50Notas de Autor, Carlos Prata, Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006, Edifício Transparente (Manuel Solà-Morales e Carlos Prata) pp 53O Passeio Atlântico, o Polis e o Grande Porto, Francisco Nunes Correia, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002Porto 2001 e Polis, Teresa Lago, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002Memória dos Lugares, José Salgado, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002Passeio Atlântico três faces de um projecto urbano, Nuno Grande, Passeio Atlântico, Programa Polis, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, Lisboa, Março 2002

MATERIAL GRÁFICOPlanta Intervenção Passeio Atlântico, Foz do Porto Antiga e Moderna, SkycraperCity Forums, 23 Fevereiro 2007Implantação 1-500, Atelier Arq. Carlos PrataFotos Aéreas, Registos de uma Transformação, Porto 2001 S.A., Lisboa, 2002Fotos Percurso Marginal, Foz do Porto Antiga e Moderna, SkycraperCity Forums, 23 Fevereiro 2007Fotos Relação do Edifício e ContextoFotos Edifício Geral ExteriorFotos Edifício InteriorFotos Pormenores ConstrutivosFotos Sinais, Comunicação Visual

Page 4: notas sobre o "edifício transparente"

consumismo na arquitectura arruinou as cidades, e a banalidade da paisagem pode acabar par arruinar a arquitectura.

A estrutura do Edifício Transparente coloca-se como uma tribuna de um estádio para olhar o mar. E betão e vidro que acolhe a passagem de pessoas que circulam desde o alto das colinas do parque até à praia e, entretanto, opções de recreio, de cultura e de intercâmbio. O projecto original estabelecia de forma perfeitamente clara, quantificada e definida, onde podia ser a discoteca, os bares de praia, as lojas e as boutiques, os espaços expositivos, o restaurante de luxo, os amplos percursos abertos onde o clima e a humidade se misturariam com as vozes e o ruído do mar, sob a protecção de uma cobertura em pórtico. E não um centro comercial climatizado; não um espaço delicado e convencional, mas uma estrutura brutalista e refinada, desportiva e costeira.

A organização interna do edifício é a de um percurso. As rampas aguardam a passagem de transeuntes desportistas, visitantes e todo o tipo de cidadãos ociosos - que a partir das cotas altas do Parque passeiem, a pé ou de bicicleta, até às praias e rochedos atlânticas, E são estas rampas que mostram a variedade de aproveitamentos inferiores que as diversas partes do edifício podem ir adquirindo. A visão continua do interior multíplice, onde o movimento das pessoas é o melhor espectáculo, combina-se com a contemplação

«O chamado Edifício Transparente é uma aposta na abstracção da paisagem. Num projecto (o da Frente Marítima do Parque da Cidade e Avenida Marginal) que reconstrói o protagonismo da forma natural da praia e a proeminência artificial do Castelo do Queijo, o Edifício Transparente constitui-se como um novo volume abstracto, dialogando com o horizonte do mar e ampla distância urbana. Pela sua posição e escala, é um objecto de referência num terreno que foi inóspito, e apenas transitório entre o velho passeio das vilas burguesas do Porto e a nova frente especulativa do que foi o bairro popular e portuário de Matosinhos.

A abstracção é criada com duas opções principais: o edifício é transparente (sem fachada) e ambíguo (sem designação). Algumas pessoas, intuindo talvez o edifício como o que ele é, mas sem o compreender, acreditaram que a sua ambiguidade e a sua transparência indicavam que não tinha nem utilidade, nem programa. Entendendo-o, pensaram que não o entendiam. A aposta na abstracção supõe, neste caso, projectar um edifício 'contentor' - Kenneth Frampton chamar-lhe-á “megaforma”, isto é, uma construção cuja arquitectura não é ditada por um determinado uso, monograficamente, como no funcionalismo ingénuo, mas pela sua significação urbana. A opção de forma nasce aqui de uma responsabilidade perante o lugar, mais como oferta do que como obrigação; mais coma geradora do que como produto. O

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um palácio de congressos, ainda que possa ser, algo disto em conjunto ou em separado. O interesse da moderna arquitectura urbana é por estruturas polifuncionais, híbridas, adaptáveis. Só os velhos usos monumentais, os museus, os auditórios, as catedrais, as sedes municipais defendem ainda a especificidade tipológica e uma arquitectura monográfica. Mas a cidade contemporânea necessita de outras flexibilidades.

A minha intenção, ao recomendar a sua encomenda, foi expandir a ideia de transparência, obtendo ao mesmo tempo uma peça de transição entre as diferentes escalas do lugar, tendo também por opção um grande volume de interior vazio. Oxalá que a injecção de inteligência de Hottrade Ltd e a boa arquitectura do amigo Carlos Prata permitam a etapa definitiva para um projecto tão importante para a valorização do litoral atlântico do Porto como espaço metropolitano de primeira ordem.»

in: Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006

constante do oceano e das costas, do parque e da cidade, com efectiva transparência. A Porto 2001 não tinha dinheiro para construir este edifício mas apenas para o iniciar. Forçando os números incluiu a estrutura. E depois com o mesmo dinheiro tentou ainda que disponibilizassem serviços comuns... Obviamente não existiam elevadores nem acabamentos, que nunca foram cabimentados. Nem sequer as galerias de fachadas que deveriam oferecer sombra matizada aos envidraçados e fachadas, facilidade na sua manutenção e limpeza; nem tão pouco as caixilharias interiores; nem mesmo uma gestão inteligente e inovadora da sua exploração...

Não há pior surdo do que aquele que não quer ouvir. O projecto de um “edifício-contentor” com versatilidade para uma multiplicidade de usos, mas com os percursos públicos como estrutura interna fixa, era uma proposta moderna que poucas pessoas na cidade quiseram entender. A limitação económica daquela que era apenas a primeira fase de construção, juntaram-se os obstáculos administrativos e a obstrução política que, incansavelmente, combateram um final feliz, imediato.

Este edifício não é um hotel, nem um centro comercial, nem um complexo cultural, nem

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consumismo na arquitectura arruinou as cidades, e a banalidade da paisagem pode acabar par arruinar a arquitectura.

A estrutura do Edifício Transparente coloca-se como uma tribuna de um estádio para olhar o mar. E betão e vidro que acolhe a passagem de pessoas que circulam desde o alto das colinas do parque até à praia e, entretanto, opções de recreio, de cultura e de intercâmbio. O projecto original estabelecia de forma perfeitamente clara, quantificada e definida, onde podia ser a discoteca, os bares de praia, as lojas e as boutiques, os espaços expositivos, o restaurante de luxo, os amplos percursos abertos onde o clima e a humidade se misturariam com as vozes e o ruído do mar, sob a protecção de uma cobertura em pórtico. E não um centro comercial climatizado; não um espaço delicado e convencional, mas uma estrutura brutalista e refinada, desportiva e costeira.

A organização interna do edifício é a de um percurso. As rampas aguardam a passagem de transeuntes desportistas, visitantes e todo o tipo de cidadãos ociosos - que a partir das cotas altas do Parque passeiem, a pé ou de bicicleta, até às praias e rochedos atlânticas, E são estas rampas que mostram a variedade de aproveitamentos inferiores que as diversas partes do edifício podem ir adquirindo. A visão continua do interior multíplice, onde o movimento das pessoas é o melhor espectáculo, combina-se com a contemplação

«O chamado Edifício Transparente é uma aposta na abstracção da paisagem. Num projecto (o da Frente Marítima do Parque da Cidade e Avenida Marginal) que reconstrói o protagonismo da forma natural da praia e a proeminência artificial do Castelo do Queijo, o Edifício Transparente constitui-se como um novo volume abstracto, dialogando com o horizonte do mar e ampla distância urbana. Pela sua posição e escala, é um objecto de referência num terreno que foi inóspito, e apenas transitório entre o velho passeio das vilas burguesas do Porto e a nova frente especulativa do que foi o bairro popular e portuário de Matosinhos.

A abstracção é criada com duas opções principais: o edifício é transparente (sem fachada) e ambíguo (sem designação). Algumas pessoas, intuindo talvez o edifício como o que ele é, mas sem o compreender, acreditaram que a sua ambiguidade e a sua transparência indicavam que não tinha nem utilidade, nem programa. Entendendo-o, pensaram que não o entendiam. A aposta na abstracção supõe, neste caso, projectar um edifício 'contentor' - Kenneth Frampton chamar-lhe-á “megaforma”, isto é, uma construção cuja arquitectura não é ditada por um determinado uso, monograficamente, como no funcionalismo ingénuo, mas pela sua significação urbana. A opção de forma nasce aqui de uma responsabilidade perante o lugar, mais como oferta do que como obrigação; mais coma geradora do que como produto. O

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um palácio de congressos, ainda que possa ser, algo disto em conjunto ou em separado. O interesse da moderna arquitectura urbana é por estruturas polifuncionais, híbridas, adaptáveis. Só os velhos usos monumentais, os museus, os auditórios, as catedrais, as sedes municipais defendem ainda a especificidade tipológica e uma arquitectura monográfica. Mas a cidade contemporânea necessita de outras flexibilidades.

A minha intenção, ao recomendar a sua encomenda, foi expandir a ideia de transparência, obtendo ao mesmo tempo uma peça de transição entre as diferentes escalas do lugar, tendo também por opção um grande volume de interior vazio. Oxalá que a injecção de inteligência de Hottrade Ltd e a boa arquitectura do amigo Carlos Prata permitam a etapa definitiva para um projecto tão importante para a valorização do litoral atlântico do Porto como espaço metropolitano de primeira ordem.»

in: Revista Arquitectura e Vida, Nº 76, Novembro 2006

constante do oceano e das costas, do parque e da cidade, com efectiva transparência. A Porto 2001 não tinha dinheiro para construir este edifício mas apenas para o iniciar. Forçando os números incluiu a estrutura. E depois com o mesmo dinheiro tentou ainda que disponibilizassem serviços comuns... Obviamente não existiam elevadores nem acabamentos, que nunca foram cabimentados. Nem sequer as galerias de fachadas que deveriam oferecer sombra matizada aos envidraçados e fachadas, facilidade na sua manutenção e limpeza; nem tão pouco as caixilharias interiores; nem mesmo uma gestão inteligente e inovadora da sua exploração...

Não há pior surdo do que aquele que não quer ouvir. O projecto de um “edifício-contentor” com versatilidade para uma multiplicidade de usos, mas com os percursos públicos como estrutura interna fixa, era uma proposta moderna que poucas pessoas na cidade quiseram entender. A limitação económica daquela que era apenas a primeira fase de construção, juntaram-se os obstáculos administrativos e a obstrução política que, incansavelmente, combateram um final feliz, imediato.

Este edifício não é um hotel, nem um centro comercial, nem um complexo cultural, nem

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o processo

A obra do Edifício Transparente insere-se num processo mais vasto de requalificação da Frente Marítima da Cidade do Porto. Um projecto em execução no âmbito da intervenção urbana associada ao evento PORTO 2001 – Capital Europeia da Cultura, que representava à altura a oportunidade de proporcionar aos portuenses um novo espaço urbano de excelência, estabelecendo uma relação mais estreita entre o Atlântico e o Parque da Cidade.

A primeira fase do projecto de requalificação, em execução desde 1 de Julho de 2000, localiza-se na zona de mediação entre o Parque da Cidade e o mar, onde está implantada a Esplanada Rio de Janeiro, entre a Praça Cidade do Salvador, a Norte, e a Praça Gonçalves Zarco, a Sul. A primeira empreitada da intervenção diz respeito à requalificação da Praça Gonçalves Zarco e à construção do viaduto, do parque de estacionamento subterrâneo e da estrutura de betão do Edifício Transparente.

noTas sobre o ‘edifício TransparenTe’samuel Pereira pinTo

Inicialmente concebido pela Câmara Municipal do Porto, o programa do projecto foi atribuído à PORTO 2001 S.A, em 1999, tendo a sociedade assumido a responsabilidade pelo seu desenvolvimento e execução. As condições para uma implementação mais ampla e consistente, e em curto período de tempo, do projecto de requalificação da Frente Marítima da Cidade do Porto são asseguradas pela integração do projecto no Programa Polis – Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades – lançado pelo Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território.

Perante a possibilidade de desenvolver o projecto de requalificação da Frente Marítima da Cidade do Porto no âmbito do Programa Polis, a área de intervenção foi prolongada para sul, ao espaço entre a Avenida Montevideu e a costa, até ao Molhe. Integrado no Plano de Intervenção, este projecto será executado numa fase posterior. O orçamento global previsto ronda os 5,1 milhões de contos, dos quais parte significativa diz respeito a investimentos de valorização

A nova Avenida Marginal inclui um viaduto em betão branco sob o qual se estabelece a ligação directa entre a praia e o parque; construção de um edifício de lazer, também em betão branco, em frente ao mar, denominado “Edifício Transparente”, projecto que inclui um grande miradouro ao ar livre, coberto, ligado ao parque por uma rampa; requalificação do edifício da antiga subestação do Castelo do Queijo adquirido recentemente pela PORTO 2001 à Sociedade de Transportes Colectivos do Porto – STCP, permitindo uma nova vocação ligada às actividades de hotelaria e lazer e ao apoio à utilização da praia; construção de um parque de estacionamento subterrâneo sob a Praça Gonçalves Zarco, com capacidade para 280 lugares. O parque de estacionamento tem ligações directas à praia e ao Parque da Cidade, bem como a diversos pontos da Praça

ambiental e reestruturação urbana. O Planeamento da Intervenção foi definido tendo em conta o objectivo de disponibilizar os novos espaços a criar na Avenida Marginal do Parque da Cidade e na Avenida de Montevideu no final 2001.

No projecto de requalificação da Avenida Marginal do Parque da Cidade, da autoria do arquitecto catalão Manuel de Solà-Morales, estão definidos os seguintes princípios: modelação de toda a área no sentido de reconstituir a Praia Internacional e restabelecer a ligação directa ao Parque da Cidade, seguindo-se o prolongamento do espaço verde até à costa; redesenho da Avenida Marginal, implantando-a a nascente do actual traçado, mantendo por ela a ligação entre as praças Cidade do Salvador e Gonçalves Zarco.

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o processo

A obra do Edifício Transparente insere-se num processo mais vasto de requalificação da Frente Marítima da Cidade do Porto. Um projecto em execução no âmbito da intervenção urbana associada ao evento PORTO 2001 – Capital Europeia da Cultura, que representava à altura a oportunidade de proporcionar aos portuenses um novo espaço urbano de excelência, estabelecendo uma relação mais estreita entre o Atlântico e o Parque da Cidade.

A primeira fase do projecto de requalificação, em execução desde 1 de Julho de 2000, localiza-se na zona de mediação entre o Parque da Cidade e o mar, onde está implantada a Esplanada Rio de Janeiro, entre a Praça Cidade do Salvador, a Norte, e a Praça Gonçalves Zarco, a Sul. A primeira empreitada da intervenção diz respeito à requalificação da Praça Gonçalves Zarco e à construção do viaduto, do parque de estacionamento subterrâneo e da estrutura de betão do Edifício Transparente.

noTas sobre o ‘edifício TransparenTe’samuel Pereira pinTo

Inicialmente concebido pela Câmara Municipal do Porto, o programa do projecto foi atribuído à PORTO 2001 S.A, em 1999, tendo a sociedade assumido a responsabilidade pelo seu desenvolvimento e execução. As condições para uma implementação mais ampla e consistente, e em curto período de tempo, do projecto de requalificação da Frente Marítima da Cidade do Porto são asseguradas pela integração do projecto no Programa Polis – Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades – lançado pelo Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território.

Perante a possibilidade de desenvolver o projecto de requalificação da Frente Marítima da Cidade do Porto no âmbito do Programa Polis, a área de intervenção foi prolongada para sul, ao espaço entre a Avenida Montevideu e a costa, até ao Molhe. Integrado no Plano de Intervenção, este projecto será executado numa fase posterior. O orçamento global previsto ronda os 5,1 milhões de contos, dos quais parte significativa diz respeito a investimentos de valorização

A nova Avenida Marginal inclui um viaduto em betão branco sob o qual se estabelece a ligação directa entre a praia e o parque; construção de um edifício de lazer, também em betão branco, em frente ao mar, denominado “Edifício Transparente”, projecto que inclui um grande miradouro ao ar livre, coberto, ligado ao parque por uma rampa; requalificação do edifício da antiga subestação do Castelo do Queijo adquirido recentemente pela PORTO 2001 à Sociedade de Transportes Colectivos do Porto – STCP, permitindo uma nova vocação ligada às actividades de hotelaria e lazer e ao apoio à utilização da praia; construção de um parque de estacionamento subterrâneo sob a Praça Gonçalves Zarco, com capacidade para 280 lugares. O parque de estacionamento tem ligações directas à praia e ao Parque da Cidade, bem como a diversos pontos da Praça

ambiental e reestruturação urbana. O Planeamento da Intervenção foi definido tendo em conta o objectivo de disponibilizar os novos espaços a criar na Avenida Marginal do Parque da Cidade e na Avenida de Montevideu no final 2001.

No projecto de requalificação da Avenida Marginal do Parque da Cidade, da autoria do arquitecto catalão Manuel de Solà-Morales, estão definidos os seguintes princípios: modelação de toda a área no sentido de reconstituir a Praia Internacional e restabelecer a ligação directa ao Parque da Cidade, seguindo-se o prolongamento do espaço verde até à costa; redesenho da Avenida Marginal, implantando-a a nascente do actual traçado, mantendo por ela a ligação entre as praças Cidade do Salvador e Gonçalves Zarco.

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A Hottrade anunciou em 22 de Dezembro de 2003 o seu projecto para o Edifício Transparente, previsto para estar pronto a tempo do Euro 2004, mas as obras nunca chegaram a realizar-se.

Em Março de 2004, a administração da Casa da Música, então presidida por Alves Monteiro, anunciou a abertura de um procedimento tendente à anulação da concessão do Edifício Transparente e, simultaneamente, à rescisão do contrato por alegado incumprimento pela Hottrade.

A Casa da Música baseava a sua decisão em alegados vícios de forma do contrato de concessão, assinado em 10 de Julho de 2003, a "escassas horas" de a anterior administração, presidida por Rui Amaral, cessar funções.

Em resposta, a Hottrade responsabilizou a Casa da Música pelos atrasos na aplicação do seu projecto, revelando que pretendia ser ressarcida de todos os prejuízos causados.No entanto, em Junho de 2004, a Casa da Música acabou por devolver a concessão à Hottrade, mediante a alteração do contrato original, por mútuo acordo.

Gonçalves Zarco (Av. Montevideu e Av. da Boavista); redesenho da praça Gonçalves Zarco, incluindo o seu espaço envolvente, nomeadamente junto ao Castelo do Queijo.

Todo o espaço de intervenção será sujeito a um tratamento paisagístico através da plantação de novas espécies e, nalguns casos, da pavimentação de áreas destinadas ao desporto e lazer. A concepção desta intervenção teve em linha de conta a necessidade de a conciliar com outros projectos já executados ou planeados, designadamente o do próprio Parque da Cidade, criado pelo arquitecto Sidónio Pardal, das frentes urbanas viradas para a Av. da Boavista e para a Circunvalação, elaborados pelo arquitecto João Paciência, e da requalificação da linha marítima de Matosinhos, da autoria do arquitecto Eduardo Souto de Moura.

Depois de um longo período de indefinição sobre o uso a dar ao imóvel, a administração da Casa da Música lançou um concurso de ideias, que culminou na assinatura de um contrato de concessão com a Hottrade - Representações de Equipamentos de Aquecimento.

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A Hottrade anunciou em 22 de Dezembro de 2003 o seu projecto para o Edifício Transparente, previsto para estar pronto a tempo do Euro 2004, mas as obras nunca chegaram a realizar-se.

Em Março de 2004, a administração da Casa da Música, então presidida por Alves Monteiro, anunciou a abertura de um procedimento tendente à anulação da concessão do Edifício Transparente e, simultaneamente, à rescisão do contrato por alegado incumprimento pela Hottrade.

A Casa da Música baseava a sua decisão em alegados vícios de forma do contrato de concessão, assinado em 10 de Julho de 2003, a "escassas horas" de a anterior administração, presidida por Rui Amaral, cessar funções.

Em resposta, a Hottrade responsabilizou a Casa da Música pelos atrasos na aplicação do seu projecto, revelando que pretendia ser ressarcida de todos os prejuízos causados.No entanto, em Junho de 2004, a Casa da Música acabou por devolver a concessão à Hottrade, mediante a alteração do contrato original, por mútuo acordo.

Gonçalves Zarco (Av. Montevideu e Av. da Boavista); redesenho da praça Gonçalves Zarco, incluindo o seu espaço envolvente, nomeadamente junto ao Castelo do Queijo.

Todo o espaço de intervenção será sujeito a um tratamento paisagístico através da plantação de novas espécies e, nalguns casos, da pavimentação de áreas destinadas ao desporto e lazer. A concepção desta intervenção teve em linha de conta a necessidade de a conciliar com outros projectos já executados ou planeados, designadamente o do próprio Parque da Cidade, criado pelo arquitecto Sidónio Pardal, das frentes urbanas viradas para a Av. da Boavista e para a Circunvalação, elaborados pelo arquitecto João Paciência, e da requalificação da linha marítima de Matosinhos, da autoria do arquitecto Eduardo Souto de Moura.

Depois de um longo período de indefinição sobre o uso a dar ao imóvel, a administração da Casa da Música lançou um concurso de ideias, que culminou na assinatura de um contrato de concessão com a Hottrade - Representações de Equipamentos de Aquecimento.

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A comercialização e a gestão do espaço foram atribuídas à empresa Guedes Pinto/ Donaldsons Portugal, que tem "contactos em fase adiantada" para a subconcessão "dos mais destacados espaços, tais como uma discoteca no piso da praia e uma loja multimédia-livraria".

O Edifício Transparente, agora propriedade da Câmara do Porto, ficará equipado com 23 espaços comerciais e de restauração, lazer e entretenimento, entre os quais 10 restaurantes e nove lojas de moda e serviços.

As obras de requalificação, projectadas pelo arquitecto português Carlos Prata, deverão prolongar-se por quatro meses, estimando a concessionária que o edifício venha a receber mais de 1,5 milhões de frequentadores por ano.

Apesar desta devolução, a Hottrade só recentemente implementou o seu projecto, escusando-se sempre a dar uma explicação pública para este impasse.

O projecto original previa o fecho a vidro a toda a volta do Edifício Transparente, para poder ser utilizado também no Inverno com restaurantes, bares, discoteca, centro de negócios e galeria de arte. Ao todo, o projecto de remodelação do Edifício Transparente apontava para um investimento de cerca de cinco milhões de euros, metade dos quais a suportar pelos subconcessionários, estimando a Hottrade a criação de 250 empregos directos e indirectos.

Num comunicado recente, a empresa refere que o investimento está agora previsto para o triplo ("15 milhões de euros") e a criação de emprego para pelo menos o dobro ("500 postos de trabalho directos").

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A comercialização e a gestão do espaço foram atribuídas à empresa Guedes Pinto/ Donaldsons Portugal, que tem "contactos em fase adiantada" para a subconcessão "dos mais destacados espaços, tais como uma discoteca no piso da praia e uma loja multimédia-livraria".

O Edifício Transparente, agora propriedade da Câmara do Porto, ficará equipado com 23 espaços comerciais e de restauração, lazer e entretenimento, entre os quais 10 restaurantes e nove lojas de moda e serviços.

As obras de requalificação, projectadas pelo arquitecto português Carlos Prata, deverão prolongar-se por quatro meses, estimando a concessionária que o edifício venha a receber mais de 1,5 milhões de frequentadores por ano.

Apesar desta devolução, a Hottrade só recentemente implementou o seu projecto, escusando-se sempre a dar uma explicação pública para este impasse.

O projecto original previa o fecho a vidro a toda a volta do Edifício Transparente, para poder ser utilizado também no Inverno com restaurantes, bares, discoteca, centro de negócios e galeria de arte. Ao todo, o projecto de remodelação do Edifício Transparente apontava para um investimento de cerca de cinco milhões de euros, metade dos quais a suportar pelos subconcessionários, estimando a Hottrade a criação de 250 empregos directos e indirectos.

Num comunicado recente, a empresa refere que o investimento está agora previsto para o triplo ("15 milhões de euros") e a criação de emprego para pelo menos o dobro ("500 postos de trabalho directos").

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intervenção, mais ligada ao lazer junto do mar, como dos espaços existentes predominantemente associados ao campo, são colmatadas por meio de um percurso aéreo, que se assume como o acesso simbólico.

Partindo das últimas dunas do parque prolonga-se sobre as faixas de transito até rasgar o edifício e se desfazer nas rampas que suavemente vão atenuando as diferenças de cota até ao nível mais baixo onde se desenvolve uma ampla esplanada em proximidade com o mar.

De igual modo pode aceder-se ao edifício através do piso -1 (praia) ou ao nível da estrada (piso0). A definição de várias entradas é uma questão de princípio que atesta a polivalência do espaço e o define como equipamento aberto à cidade.

O percurso que se estabelece entre os vários pisos, a que correspondem diferentes estratos e realidades da cidade, organizado segundo a relação visual que se estabelece com o horizonte marítimo, pretende-se o único elemento físico de animação de um interior que se espera o mais diversificado possível, não possuindo o edifício um programa fixo.

os facTos

O edifício enquanto volume, nasce da intencionalidade do arquitecto em dar resposta às necessidades específicas do lugar. Neste contexto, o edifício assume-se como peça charneira na transição entre um conjunto abrangente de realidades distintas.

Visualmente, é um objecto de referência que pela sua posição e escala como elo de ligação entre o casario composto pelas habitações burguesas mais ou menos dispersas que pontuam a foz portuense e uma frente urbana muito marcada pela especulação imobiliária, a que correspondem os novos bairros de Matosinhos Sul.

Funcionalmente, pretende resolver as carências de articulação do Parque a uma cota alta e a frente de costa que se desenvolve em baixo, isolada pelos trajectos destinados ao trânsito automóvel que se faz sentir com relativa intensidade.

Assim o edifício implanta-se paralelamente à rua, ancorado no desnível entre esta e a praia.As necessidades de travessia desta “barreira física”, sentidas pela diversidade de utilizadores tanto dos espaços propostos pela

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intervenção, mais ligada ao lazer junto do mar, como dos espaços existentes predominantemente associados ao campo, são colmatadas por meio de um percurso aéreo, que se assume como o acesso simbólico.

Partindo das últimas dunas do parque prolonga-se sobre as faixas de transito até rasgar o edifício e se desfazer nas rampas que suavemente vão atenuando as diferenças de cota até ao nível mais baixo onde se desenvolve uma ampla esplanada em proximidade com o mar.

De igual modo pode aceder-se ao edifício através do piso -1 (praia) ou ao nível da estrada (piso0). A definição de várias entradas é uma questão de princípio que atesta a polivalência do espaço e o define como equipamento aberto à cidade.

O percurso que se estabelece entre os vários pisos, a que correspondem diferentes estratos e realidades da cidade, organizado segundo a relação visual que se estabelece com o horizonte marítimo, pretende-se o único elemento físico de animação de um interior que se espera o mais diversificado possível, não possuindo o edifício um programa fixo.

os facTos

O edifício enquanto volume, nasce da intencionalidade do arquitecto em dar resposta às necessidades específicas do lugar. Neste contexto, o edifício assume-se como peça charneira na transição entre um conjunto abrangente de realidades distintas.

Visualmente, é um objecto de referência que pela sua posição e escala como elo de ligação entre o casario composto pelas habitações burguesas mais ou menos dispersas que pontuam a foz portuense e uma frente urbana muito marcada pela especulação imobiliária, a que correspondem os novos bairros de Matosinhos Sul.

Funcionalmente, pretende resolver as carências de articulação do Parque a uma cota alta e a frente de costa que se desenvolve em baixo, isolada pelos trajectos destinados ao trânsito automóvel que se faz sentir com relativa intensidade.

Assim o edifício implanta-se paralelamente à rua, ancorado no desnível entre esta e a praia.As necessidades de travessia desta “barreira física”, sentidas pela diversidade de utilizadores tanto dos espaços propostos pela

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Dai que os padrões de conforto dos espaços sejam reduzidos ao mínimo, resumindo-se quase unicamente ao abrigo do sol e da chuva sobre a cobertura. Em verdade, até à recente intervenção do arquitecto Carlos Prata o edifício não era sequer encerrado, não possuindo fachada e estando expostos às intempéries.

Este brutalismo construtivo patente na quase omnipresença do betão como elemento estrutural e de revestimento justifica-se pela expressividade da forma, quase minimalista, “...como tribuna de um estádio para olhar o mar.”, como se de uma “abstracção da paisagem” se tratasse, “dialogando directamente com o horizonte e o mar e com a ampla distância urbana”.

A esta intenção não é alheio o refinamento do desenho dos elementos estruturais, e de suporte dos percursos (rampas...), sempre autónomos do volume principal, da delicada composição dos alçados, dos panos abertos envidraçados e encerrados, bem como o uso simbólico do azulejo azul ligado ao imaginário marítimo e à história da própria cidade.

Sendo nas palavras do autor um “contentor” que se propõe à espera de ser adoptado, mais que uma resposta específica a uma determinada necessidade de uso.

Assumindo essa polivalência como um princípio, o interior é concebido na base do possível, dotado unicamente das estruturas mínimas ao desenvolvimento de actividades, confundindo-se a regra da estrutura com a própria modelação dos espaços e a própria construção com a estrutura. Assiste-se a um maior investimento nos espaços de circulação, mas unicamente a nível espacial, através da complexidade imposta pela permeabilidade visual entre os vários pisos.

A construção e materialidade dos espaços assume sempre uma pertinência que toca um brutalismo intencional, por meio a valorizar um uso que se pretende descontraído e movimentado, privilegiando a relação sensorial com o exterior.

Nas palavras do autor: “ ... não um centro comercial climatizado; não um espaço delicado e convencional, mas uma estrutura brutalista e refinada, desportiva e costeira”

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Dai que os padrões de conforto dos espaços sejam reduzidos ao mínimo, resumindo-se quase unicamente ao abrigo do sol e da chuva sobre a cobertura. Em verdade, até à recente intervenção do arquitecto Carlos Prata o edifício não era sequer encerrado, não possuindo fachada e estando expostos às intempéries.

Este brutalismo construtivo patente na quase omnipresença do betão como elemento estrutural e de revestimento justifica-se pela expressividade da forma, quase minimalista, “...como tribuna de um estádio para olhar o mar.”, como se de uma “abstracção da paisagem” se tratasse, “dialogando directamente com o horizonte e o mar e com a ampla distância urbana”.

A esta intenção não é alheio o refinamento do desenho dos elementos estruturais, e de suporte dos percursos (rampas...), sempre autónomos do volume principal, da delicada composição dos alçados, dos panos abertos envidraçados e encerrados, bem como o uso simbólico do azulejo azul ligado ao imaginário marítimo e à história da própria cidade.

Sendo nas palavras do autor um “contentor” que se propõe à espera de ser adoptado, mais que uma resposta específica a uma determinada necessidade de uso.

Assumindo essa polivalência como um princípio, o interior é concebido na base do possível, dotado unicamente das estruturas mínimas ao desenvolvimento de actividades, confundindo-se a regra da estrutura com a própria modelação dos espaços e a própria construção com a estrutura. Assiste-se a um maior investimento nos espaços de circulação, mas unicamente a nível espacial, através da complexidade imposta pela permeabilidade visual entre os vários pisos.

A construção e materialidade dos espaços assume sempre uma pertinência que toca um brutalismo intencional, por meio a valorizar um uso que se pretende descontraído e movimentado, privilegiando a relação sensorial com o exterior.

Nas palavras do autor: “ ... não um centro comercial climatizado; não um espaço delicado e convencional, mas uma estrutura brutalista e refinada, desportiva e costeira”

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Ao desejo de notoriedade não é alheia a escolha de arquitectos de reconhecido impacto junto da opinião pública. Figuras mediáticas, entre as quais Manuel Solà-Morales, capazes de imprimir às obras uma necessária imagem de marca, associada a qualidade.

“O Passeio Atlântico, é um exemplo paradigmático da oportunidade que a Capital Europeia da Cultura representa para a cidade.” Teresa Lago Presidente da Sociedade Porto 2001

A exploração da oportunidade criada pelo evento ditou um processo apressado de concepção e de realização da obra, que fez desta um mero produto de circunstância passível de ser vendido pelo marketing político ao público em geral, mas que na realidade não tinha perspectivas de futuro e por isso, era à partida um projecto com “prazo de validade”!

Vários aspectos do projecto ficaram por concluir e a convicção do arquitecto na responsabilidade das pessoas perante o lugar, baseada na crença que o carácter excepcional que o espaço iria adquirir enquanto ponto de interface e por isso elemento de centralidade

arquiTecTura e mediaTização

Interpretar o “Edifício Transparente” à luz do tema em estudo “Arquitectura e Mediatização” implica antes de mais compreender o fenómeno da mediatização da Arquitectura, o que nos remete necessariamente para o contexto específico do projecto em estudo.

O Edifício Transparente engloba-se numa intervenção mais abrangente de requalificação da orla costeira da cidade do Porto e Matosinhos, denominada como Passeio Atlântico. Os projectos de requalificação da marginal de cada uma das cidades ficaram a cargo respectivamente dos arquitectos Manuel Solà-Morales e Eduardo Souto de Moura.

Esta intervenção alargada só foi possível devido ao evento do “Porto 2001 - capital europeia da cultura”, que despoletou um conjunto de obras emblemáticas e desejavelmente mediáticas, da qual o exemplo maior é o projecto da Casa da Música, que pretendiam melhorar a imagem da Cidade do Porto no exterior.

uma obra de interesses e de oportunidades, de desempenho manifestamente deficitário, senão mesmo obsoleto.

Sentindo-se o público manifestamente enganado com o investimento feito, inicia-se um clima de contestação, bastante perceptível pelos registos recolhidos, que leva mesmo a equacionar a certa altura a demolição do mesmo apenas três anos após a sua edificação.

Polémicas à parte, a concepção do Edifício Transparente denúncia em si, um desejo de mediatismo, que nas intenções iniciais funcionaria positivamente, mas que a execução da obra e o contexto específico da sociedade comprometeu.

Numa atitude próxima dos produtos de consumo imediato do dia-a-dia, os intervenientes no projecto encararam o edifício como algo que interessa ”vender”.Criam-se expectativas e necessidades, de forma a controlar as variáveis que determinam a aceitação por parte do público.

Inventa-se depois, uma resposta a tais expectativas, concebendo uma “entidade”, materializável numa imagem ícone de um

em que a cidade se manifestaria, apropriando o espaço simbólico e dotando-o de actividade, gorou nas suas expectativas.

A posição do arquitecto nunca parece ter sido cabalmente explicada ao público, em parte por este se ter remetido ao silêncio, tendo as suas intenções sido reduzidas pelos intervenientes político a mensagens mais facilmente assimiláveis pela opinião pública, mas destituídas do essencial.

Assim, o edifício foi frequentemente justificado pela necessidade de uma “estrutura transparente” que possibilite à semelhança da “tribuna de um estádio” olhar o mar. De resto foi esta a ideia de utilização que foi passada para o público em geral.

Teresa Lago, Presidente da Sociedade Porto, 2001: “Nos belos dias soalheiros, ou nos outros mais cinzentos tão característicos do Porto vai ser bom (...) contemplar da bancada especial que é o Edifício Transparente, um mar de azul quase contundente ou a bravura das ondas alteadas.”

Os media rapidamente se apoderaram do edifício, instalando uma polémica sob muitos pontos vantajosa, definindo o projecto como

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Ao desejo de notoriedade não é alheia a escolha de arquitectos de reconhecido impacto junto da opinião pública. Figuras mediáticas, entre as quais Manuel Solà-Morales, capazes de imprimir às obras uma necessária imagem de marca, associada a qualidade.

“O Passeio Atlântico, é um exemplo paradigmático da oportunidade que a Capital Europeia da Cultura representa para a cidade.” Teresa Lago Presidente da Sociedade Porto 2001

A exploração da oportunidade criada pelo evento ditou um processo apressado de concepção e de realização da obra, que fez desta um mero produto de circunstância passível de ser vendido pelo marketing político ao público em geral, mas que na realidade não tinha perspectivas de futuro e por isso, era à partida um projecto com “prazo de validade”!

Vários aspectos do projecto ficaram por concluir e a convicção do arquitecto na responsabilidade das pessoas perante o lugar, baseada na crença que o carácter excepcional que o espaço iria adquirir enquanto ponto de interface e por isso elemento de centralidade

arquiTecTura e mediaTização

Interpretar o “Edifício Transparente” à luz do tema em estudo “Arquitectura e Mediatização” implica antes de mais compreender o fenómeno da mediatização da Arquitectura, o que nos remete necessariamente para o contexto específico do projecto em estudo.

O Edifício Transparente engloba-se numa intervenção mais abrangente de requalificação da orla costeira da cidade do Porto e Matosinhos, denominada como Passeio Atlântico. Os projectos de requalificação da marginal de cada uma das cidades ficaram a cargo respectivamente dos arquitectos Manuel Solà-Morales e Eduardo Souto de Moura.

Esta intervenção alargada só foi possível devido ao evento do “Porto 2001 - capital europeia da cultura”, que despoletou um conjunto de obras emblemáticas e desejavelmente mediáticas, da qual o exemplo maior é o projecto da Casa da Música, que pretendiam melhorar a imagem da Cidade do Porto no exterior.

uma obra de interesses e de oportunidades, de desempenho manifestamente deficitário, senão mesmo obsoleto.

Sentindo-se o público manifestamente enganado com o investimento feito, inicia-se um clima de contestação, bastante perceptível pelos registos recolhidos, que leva mesmo a equacionar a certa altura a demolição do mesmo apenas três anos após a sua edificação.

Polémicas à parte, a concepção do Edifício Transparente denúncia em si, um desejo de mediatismo, que nas intenções iniciais funcionaria positivamente, mas que a execução da obra e o contexto específico da sociedade comprometeu.

Numa atitude próxima dos produtos de consumo imediato do dia-a-dia, os intervenientes no projecto encararam o edifício como algo que interessa ”vender”.Criam-se expectativas e necessidades, de forma a controlar as variáveis que determinam a aceitação por parte do público.

Inventa-se depois, uma resposta a tais expectativas, concebendo uma “entidade”, materializável numa imagem ícone de um

em que a cidade se manifestaria, apropriando o espaço simbólico e dotando-o de actividade, gorou nas suas expectativas.

A posição do arquitecto nunca parece ter sido cabalmente explicada ao público, em parte por este se ter remetido ao silêncio, tendo as suas intenções sido reduzidas pelos intervenientes político a mensagens mais facilmente assimiláveis pela opinião pública, mas destituídas do essencial.

Assim, o edifício foi frequentemente justificado pela necessidade de uma “estrutura transparente” que possibilite à semelhança da “tribuna de um estádio” olhar o mar. De resto foi esta a ideia de utilização que foi passada para o público em geral.

Teresa Lago, Presidente da Sociedade Porto, 2001: “Nos belos dias soalheiros, ou nos outros mais cinzentos tão característicos do Porto vai ser bom (...) contemplar da bancada especial que é o Edifício Transparente, um mar de azul quase contundente ou a bravura das ondas alteadas.”

Os media rapidamente se apoderaram do edifício, instalando uma polémica sob muitos pontos vantajosa, definindo o projecto como

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principais: o edifício é transparente (sem fachada) e ambíguo (sem designação) e divulgada pela relação do edifício com o território.

O volume segue estas opções, destacando-se na excepcionalidade da sua grande escala, como a única construção humana, elemento vertical, ponto de referência isolado numa paisagem naturalista marcada pela horizontalidade do mar, da praia e do parque, bem como pelo carácter intimista da restante intervenção.

Neste contexto a diferença, como capacidade comunicativa, parece ser para o autor fundamental, um aspecto positivo, que se estende desde a concepção do lugar enquanto espaço abstracto à materialização desse mesmo espaço numa forma concreta. O sucesso parece depender da hibridez da forma, mas sobretudo do programa, factores polarizadores de interesse.

Segundo a visão particular do autor não cabe ao arquitecto a reprodução de lugares existentes, mas a criação de novos campos especulativos, realizáveis em estruturas polifuncionais, híbridas, adaptáveis… com

“edifício transparente”, passível de ser consumido, como marca simbólica de uma intervenção mais global à escala da cidade; nas palavras de Nuno Grande “Landmark de operação” e ”espécie de farol urbano”.

A ideia de concepção de todo um projecto como imagem abstracta, ideia de princípio que se vive pelo intelecto, construindo-se o edifício como campo teórico e, por isso imaterializável é bastante clara na memória descritiva que o autor faz da obra:

“O Edifício Transparente é uma aposta na abstracção da paisagem (...) constitui-se como um novo volume abstracto, dialogando directamente com o horizonte do mar e com a ampla distância urbana.”

A construção da obra como campo abstracto representa um valor acrescentado. Ao se ligar a imagem a uma mensagem, está-se a promover um uso do objecto que ultrapassa a dimensão física e palpável do equipamento, e que neste caso se tornou uma questão de principio que o pragmatismo portuense tratou de liquidar.

Esta abstracção é criada com duas opções

Esta postura denuncia uma atitude muito particular face à sociedade que passa pelo descrédito nos lugares existentes (entenda-se lugar como construção social, ligada à memória), e necessidade de reinvenção, ou pela derrota face à sociedade de consumo, ávida de novidade e diferença.

De resto esta é uma posição contrariada por outros autores de reconhecido valor. Siza continua a acreditar que a história e a memória colectiva não morreram e neste sentido continua a fazer sentido produzir arquitectura a partir do lugar, o que invalida qualquer ideia apriorista da forma que frequentemente se manifesta numa imagem de autor, ou na sobreposição dos valores intangíveis expressos pela forma à função.

capacidade de geral novidade e atracção, e que intencional ou intencionalmente regra geral se tornam mediáticas.

A este propósito diz o autor:“A máxima ambição que posso ter como arquitecto é (...) criar lugares que não existam, e que, graças ao projecto e a uma resposta colectiva, começam a existir com uma imagem clara, referência objectiva e uma utilidade pública evidente, não mimética, mas como se fossem naturais.” Manuel Solà-Morales em entrevista à revista Arquitectura e Vida, Dezembro 2001

“O interesse da arquitectura urbana é por estruturas polifuncionais, híbridas, adaptáveis. Só os velhos usos monumentais, os museus, os auditórios, as catedrais, as sedes municipais defendem ainda a tipologia de uma arquitectura monográfica. Mas a cidade contemporânea necessita de outras flexibilidades.” Manuel Solà-Morales, Notas do Autor acerca do Edifício Transparente

“Nós os arquitectos não somos os salvadores das cidades (...) O que podemos dar às cidades é alguma claridade e alguma emoção, e isto já é muitíssimo.”

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principais: o edifício é transparente (sem fachada) e ambíguo (sem designação) e divulgada pela relação do edifício com o território.

O volume segue estas opções, destacando-se na excepcionalidade da sua grande escala, como a única construção humana, elemento vertical, ponto de referência isolado numa paisagem naturalista marcada pela horizontalidade do mar, da praia e do parque, bem como pelo carácter intimista da restante intervenção.

Neste contexto a diferença, como capacidade comunicativa, parece ser para o autor fundamental, um aspecto positivo, que se estende desde a concepção do lugar enquanto espaço abstracto à materialização desse mesmo espaço numa forma concreta. O sucesso parece depender da hibridez da forma, mas sobretudo do programa, factores polarizadores de interesse.

Segundo a visão particular do autor não cabe ao arquitecto a reprodução de lugares existentes, mas a criação de novos campos especulativos, realizáveis em estruturas polifuncionais, híbridas, adaptáveis… com

“edifício transparente”, passível de ser consumido, como marca simbólica de uma intervenção mais global à escala da cidade; nas palavras de Nuno Grande “Landmark de operação” e ”espécie de farol urbano”.

A ideia de concepção de todo um projecto como imagem abstracta, ideia de princípio que se vive pelo intelecto, construindo-se o edifício como campo teórico e, por isso imaterializável é bastante clara na memória descritiva que o autor faz da obra:

“O Edifício Transparente é uma aposta na abstracção da paisagem (...) constitui-se como um novo volume abstracto, dialogando directamente com o horizonte do mar e com a ampla distância urbana.”

A construção da obra como campo abstracto representa um valor acrescentado. Ao se ligar a imagem a uma mensagem, está-se a promover um uso do objecto que ultrapassa a dimensão física e palpável do equipamento, e que neste caso se tornou uma questão de principio que o pragmatismo portuense tratou de liquidar.

Esta abstracção é criada com duas opções

Esta postura denuncia uma atitude muito particular face à sociedade que passa pelo descrédito nos lugares existentes (entenda-se lugar como construção social, ligada à memória), e necessidade de reinvenção, ou pela derrota face à sociedade de consumo, ávida de novidade e diferença.

De resto esta é uma posição contrariada por outros autores de reconhecido valor. Siza continua a acreditar que a história e a memória colectiva não morreram e neste sentido continua a fazer sentido produzir arquitectura a partir do lugar, o que invalida qualquer ideia apriorista da forma que frequentemente se manifesta numa imagem de autor, ou na sobreposição dos valores intangíveis expressos pela forma à função.

capacidade de geral novidade e atracção, e que intencional ou intencionalmente regra geral se tornam mediáticas.

A este propósito diz o autor:“A máxima ambição que posso ter como arquitecto é (...) criar lugares que não existam, e que, graças ao projecto e a uma resposta colectiva, começam a existir com uma imagem clara, referência objectiva e uma utilidade pública evidente, não mimética, mas como se fossem naturais.” Manuel Solà-Morales em entrevista à revista Arquitectura e Vida, Dezembro 2001

“O interesse da arquitectura urbana é por estruturas polifuncionais, híbridas, adaptáveis. Só os velhos usos monumentais, os museus, os auditórios, as catedrais, as sedes municipais defendem ainda a tipologia de uma arquitectura monográfica. Mas a cidade contemporânea necessita de outras flexibilidades.” Manuel Solà-Morales, Notas do Autor acerca do Edifício Transparente

“Nós os arquitectos não somos os salvadores das cidades (...) O que podemos dar às cidades é alguma claridade e alguma emoção, e isto já é muitíssimo.”

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