NOTA ESPECIAL - abmt.org.br · caminhos de um novo tempo, ... estarem presas ao velho arcabouço...

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ABMT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHO FUNDADA EM14/12/1944 . DECLARADA DE UTILIDADE PÚBLICA . DECRETO 40162, DE 10/10/1955 DO GOVERNO FEDERAL. LEI MUNICIPAL 892, DE 12/08/1958 DO RIO DE JANEIRO ANO XL N° 2 - 2 o SEMESTRE / 2014 “A redução, neutralização e controle dos riscos inerentes ao trabalho são condições fundamentais para garantir a qualidade do trabalho e do ambiente, a preservação da vida dos trabalhadores e essencial para o desenvolvimento sustentado da nação”. Nossa D o u t r i n a Nossa D o u t r i n a NOTA ESPECIAL Congresso Comemorativo dos 70 anos da ABMT e 21ª. Jornada de Atualização do Médico do Trabalho ABMT/ Immunitá O ano de 2014 foi um ano especial, pois comemoramos os 70 anos da ABMT, com muitos eventos acontecendo em paralelo. Leia nas páginas de 5 a 7, o que aconteceu e não deixem de acessar a nossa página www.abmt.org.br/ 70anos.. Dr. Daphnis Uma História de dedicação e respeito Dando sequência às comemorações dos 70 anos da ABMT, o NOTA ESPECIAL - NE, continua a entrevista com Dr. Daphnis, pois, ainda há detalhes importantes do papel da ABMT. na evolução da formação especializada do Médico do Trabalho. Nessa 2ª parte, vamos focar a sua entrada na Petrobras, quando desenvolveu e formalizou pioneiramente o Programa de Assistência Medica Suplementar - AMS; e mais recentemente o Programa de Complementação das Aposentadorias - Petros (Fun- dação Petrobras de Seguridade Social). Leia na íntegra a matéria nas páginas de 8 a 12. A ABMT deseja a todos um Feliz 2015! Aconteceu Agenda Nossa programação científica de 2015 será iniciada em 27 de março, no evento de Educa- ção Continuada da ABMT com o CREMERJ, que abordará o tema das "Recentes Mu- danças Na Legislação Trabalhista, Previdenciária e do CONTRAN".

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ABMT- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHOFUNDADA EM14/12/1944 . DECLARADA DE UTILIDADE PÚBLICA .

DECRETO 40162, DE 10/10/1955 DO GOVERNO FEDERAL.LEI MUNICIPAL 892, DE 12/08/1958 DO RIO DE JANEIRO

ANO XL N° 2 - 2o SEMESTRE / 2014

“A redução, neutralização e controle dos riscos inerentes ao trabalho são condiçõesfundamentais para garantir a qualidade do trabalho e do ambiente, a preservação davida dos trabalhadores e essencial para o desenvolvimento sustentado da nação”.

Nossa

D o u t r i n aNossa

D o u t r i n a

NOTA ESPECIAL

Congresso Comemorativo dos 70 anos da ABMT e 21ª. Jornada deAtualização do Médico do Trabalho ABMT/ Immunitá

O ano de 2014 foi um anoespecial, pois comemoramosos 70 anos da ABMT, commuitos eventos acontecendoem paralelo.

Leia nas páginas de 5 a 7,o que aconteceu e nãodeixem de acessar a nossapágina www.abmt.org.br/70anos..

Dr. DaphnisUma História de dedicação e respeito

Dando sequência às comemorações dos 70 anos da ABMT, o NOTA ESPECIAL -NE, continua a entrevista com Dr. Daphnis, pois, ainda há detalhes importantes dopapel da ABMT. na evolução da formação especializada do Médico do Trabalho.

Nessa 2ª parte, vamos focar a sua entrada na Petrobras, quando desenvolveu eformalizou pioneiramente o Programa de Assistência Medica Suplementar - AMS; emais recentemente o Programa de Complementação das Aposentadorias - Petros (Fun-dação Petrobras de Seguridade Social). Leia na íntegra a matéria nas páginas de 8 a 12.

A ABMT deseja a todos um Feliz 2015!

Aconteceu

Agenda Nossa programação científica de 2015 será iniciada em 27 de março, no evento de Educa-ção Continuada da ABMT com o CREMERJ, que abordará o tema das "Recentes Mu-danças Na Legislação Trabalhista, Previdenciária e do CONTRAN".

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2 NOTA ESPECIALANO XL N° 2/14

Expediente

Boletim de Divulgação da Associação Brasileirade Medicina do Trabalho - ABMT

Av. Almirante Barroso, 63/301 - Centro - RJCEP: 20031-003 Fax: 0XX(21)

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Coordenação Editorial Daphnis Ferreira Souto,

Eduardo L. Souto,Nadja de Sousa Ferreirae Armando J. M.Pimenta

Diretoria ExecutivaPresidente:

Nadja de Sousa FerreiraDiretor da Área Administrativa:

Eliane Monteiro RaposoAdjunto: Valéria Nascimento Brion

Diretor da Área Financeira:Ricardo Rodrigues da Cunha

Adjunto:Vera Lúcia Santos Nogueira PintoDiretor da Área Científica:Paulo Antonio de Paiva Rebelo

Adjunto: Carla de Matos Queiros SaavedraDiretor da Área de Relações Externas:

Luiz Carlos CarnevaliAdjunto: Mônica Machado M. Ferreira

Werneck

Órgãos DeliberativosConselho Superior

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Jorge da Cunha Barbosa LeiteEduardo Leal Souto

Osmond Degow da RochaLaura Maria Campello Martins

Leocádia Sales da Cunha

Conselho Técnico - CientíficoAntonio Edson Alves Sampaio

Daphnis Ferreira SoutoArmando Jorge Marques Pimenta

Sergio Cruz CamposMarcia Jardim Simões

Adjunto:Antonio Mario de Almeida Russo

Conselho FiscalElizabeth Mota Schiavo

Laura M. de Povina CavalcantiLumena Tereza Gandra

Adjuntos:Gualter Nunes MaiaTommaso Di Martino

Andrea Morgado Coelho

Editoração: Fátima Bréa - Reg.Prof. 3264/RJImpressão: 3MARC Impressões Gráficas Ltda.Tiragem: 1.000 exemplares

Conversando com você

- As matérias assinadas são de inteiraresponsabilidade de seus autores.- Autorizada a reprodução, desde quecitada a fonte.

Como mensagem para trilhar oscaminhos de um novo tempo,lanço um desafio aos meus ca-

ros amigos e pacientes leitores: "Em 2015proceda com inteligência". O objetivo é levá-los a raciocinar sobre a visão que cada umtem da sua maneira de viver o dia-a-dia.

Na realidade a mensagem vai maisalém, na medida em que se verifica não setratar somente de ver e perceber os fatosde nossa vida, como se estivessemprojetadas em uma tela acontecendo emum dado momento, mas, também, comonos colocamos em face da necessidadede buscar um novo estilo de vida, onde oprocesso de valorização da saúde e domodo de viver ocupe um lugar de desta-que.

O problema central será a sensibilida-de das pessoas para enxergar e perceberas conexões do modo de viver, das nossasações, atos e hábitos com os conceitos quea observação e a pesquisa cientifica pro-vam ser agressivas ao organismo huma-no.

São bem conhecidos alguns "cavalei-ros do apocalipse" contra a saúde: o fumo,álcool, obesidade, sedentarismo ou ativi-dades em excesso, depressão e algunsoutros menos em voga, que com desusa-da frequência aparecem diariamente naspaginas da imprensa e nos programas detelevisão. Apesar de todo esse aparatoesclarecedor há uma espécie de entorpe-cimento, de preguiça para tomada de umaatitude firme por parte de cada um, em seubenefício.

Na realidade, muitas pessoas tentamenveredar por outro caminho, por aindaestarem presas ao velho arcabouçocomportamental que vem de muitos anosatrás como uma espécie de herança, peloqual transferem aos outros a responsabili-dade pela solução dos problemas criadospor seus maus hábitos e costumes.

É o que se dá no caso do relaciona-mento com os médicos do qual esperam,quando já doentes, a solução de proble-mas por elas mesmas criados por ummodo de viver insensato, como se essesprofissionais tivessem "o dom" de curarmales que se arrastaram por anos até setornarem crônicos. Em verdade a higidêspessoal depende de um estilo de vida pen-sado com inteligência, de força de vontadepara substituir condições de vida nocivaspor práticas mais naturais e saudáveis.

Todos sabem que a palavra medicinavem do grego medeor, que significa aque-le que cuida. A medicina, juridicamente,não tem compromisso com os resultados,a ela não se pode atribuir o compromissocom a cura. Apenas existe o compromis-so de cuidados. Se o médico não tem con-dições de curar a pessoa, deve estar aoseu lado, cuidando dela ou apoiando-apsicologicamente.

A equação que temos de resolver é anecessidade de cada vez maior empenhode atualizar nosso conhecimento sobre osfatos vitais. Quando as pessoas se capa-citarem dessa necessidade - mudar al-guns hábitos e alguns aspectos do seumodo de viver negativo, segundo o que alógica da saúde lhes dita, ou atendendoos conselhos vindos da experiência dequem os pode dar, você modifica e recria -a você mesmo. Quanto melhor entender-mos essa realidade, mais claramente en-xergarmos as formas de dar significado àsaúde em nossas vidas e em nossasações no dia-a-dia, haverá um modo devida bem mais equilibrado e alegre.

Cada ato nosso, por mais simples queseja, passa a ser vivenciado com uma for-te consciência de que ele está afetando aminha existência e a realização de todosos meus planos, até os mais sutis.

Esse é o desafio para todos nós. Paratodas as pessoas. Ele exige uma grandeabertura que só é possível quando se abremão dos arcabouços mentais obsoletos,nossas premissas, nossas teorias, nos-sa própria forma de ver a realidade e sedispuzer a considerar uma outra forma deentender o mundo em uma fantástica eveloz mudança que está envolvendo a pró-pria natureza e a própria vida. O maior de-safio está em mudar a maneira de pen-sar...

Não é uma tarefa fácil. Não será algorápido para muitos, principalmente osmais idosos. Mas se pensarmos bemexiste maior desafio do que entendercomo funciona nosso organismo e comoé a base de uma vida alegre e prazerosa!

Em verdade esta será uma grande jor-nada em busca das verdades que nos fa-zem bem. Humildemente vamos pensarnuma "transição", num estado permanentede busca, de descoberta, sempre procu-rando aprender, desaprender ereaprender.

Esse é o convite para fazermos juntos!

Uma jornada da vida

Desejamos a todos nossos associados, colegas e amigos que nesteano de 2015 sejam felizes, mas não se descuidem da saúde e de seu bemestar!

3NOTA ESPECIAL ANO XL N° 2/14

ABMT Homenageia

Difícil dizer algumas palavras sobreo André sem o envolvimento emocionalda amizade e de respeitosa camarada-gem.

Conheço o André há mais de 5 dé-cadas sempre nos consideramos ami-gos. A dupla condição de ser seu par-ceiro e colaborador em inúmeros traba-lhos já bastaria, pela convivência, paracaracteriza-lo como um bom cidadão.Mas ele é mais do que isso. Talvez eudeva empregar aqui uma expressão que,embora menos corrente hoje do quequando o conheci, nada perdeu do seusignificado: o Engenheiro André é umhomem de bem.

Ao lado de suas demais qualidadese pairando acima delas, ao mesmo tem-po em que lhe serve de sólida base, estáseu caráter: íntegro, firme, responsável,imune ao incorreto; uma espécie demarca registrada sempre nítida, tantonos grandes eventos como nos aconte-cimentos do dia-a-dia.

Passando do caráter ao tempera-mento, a tonica não se altera. Firme nassuas convicções, afirmativo como aspessoas que sabem o que querem epara onde vão, não é radical nem muitomenos obsessivo.

Seguro na defesa de seu ponto-de-vista é um esgrimista sagaz e argumen-tador atilado nos debates e nos enten-dimentos dos quais participa.

Nossas eventuais divergênciasconceituais, ditadas pela diferença deformação acadêmica, já se tornaram tra-dicionais pelo acalorado debate em pú-blico onde é claro preciso estar atentoà vivacidade de seu envolvimento e a cer-rada lógica de seu raciocínio. Mas to-

dos sabem que não é preciso preocupar-se com o desfecho, pelo equilíbrio desuas reações e a lisura de sua atitudeacima de tudo pelo mútuo respeito quetemos um pelo outro.

Discreto, contido, reservado quandoo ambiente não lhe é de plena familiari-dade, se impacienta ante a fraqueza dointerlocutor na reserva natural que odespreparo costuma provocar naquelesque dominam o assunto.

Não é incomum vê-lo sorrateiramentedeixar o auditório e ir "lá fora" apreciar oseu cachimbo, quando o expositor não éoriginal, convincente ou seguro. Todaviasua atitude discreta não provoca mal es-tar ou vai além do educado constrangi-mento.

Com um pouco mais de audácia deminha parte e saindo do terreno profissi-onal para o pessoal, pelo que posso tes-temunhar, o que surge é uma pessoa ge-nerosa, de bom coração, emocionalmen-te envolvido nos problemas do trabalha-dor brasileiro, mas também preocupadocom seus colegas de profissão e discí-pulos.

Somos amigos e tenho especial vai-dade em mencionar que era do corpodocente da Escola de Saúde Pública,quando André ali esteve, como aluno es-pecializando-se no que já constituía suaprincipal preocupação, mesmo em suabrilhante carreira militar, a busca de apri-morar seus conhecimento em seguran-ça do trabalho e na preservação da vidadas pessoas em suas ocupações, quepressentia com lúcida sensibilidade e pri-vilegiada inteligência.

Apaixonado por esse problema sem-pre se dedicou com rara tenacidade ao

estudo e a interpretação precisa dos atoslegais nesse campo especializado, aomesmo tempo em que promove junto àsempresas para as quais presta sua co-laboração, pertinaz campanhas e medi-das de prevenção dos infortúnios do tra-balho e promoção de programas que vi-sam melhores condições de salubridadeambiental.

Hoje, mais do que antes, não há acon-tecimento ou situação, no campo da se-gurança do trabalho, em que ao se fazersua análise, não esteja presente a figurado Eng° André, mostrando caminhos nãovislumbrados imediatamente pelos de-mais profissionais do fato, sempre pormeio do detalhe fundamental, do aspec-to inusitado, em princípio insuspeitado,onde se oculta a possibilidade de solu-ção.

Esse seu comportamento é usual den-tro da especialidade, mas habitualmen-te assume a liderança das questões deinteresse dos engenheiros de seguran-ça principalmente no que se refere à de-fesa da competência profissional e docomportamento ético.

No ensejo dessa homenagem de re-conhecimento que seus colegas e ami-gos lhe prestam é muito importante paramim dizer como eu lhe vejo. Isso quequando comecei a escrever parecia difí-cil, não foi impossível dado os seuspredicados pessoais e intelectuais.

Dr. André Lopes Netto. Nasceu no Rio Grandedo Sul, em 24 de julho de 1924, e faleceu no dia 20de maio de 2014. Engenheiro Militar e na épocaCoronel do Exército.

Dentre outras atividades, ele foi o idealizador emembro fundador da Sociedade Brasileira de En-genharia de Segurança -SOBES, presidiu-a de 1992a 2006.

No quadro de associados da ABMT, recebeu otítulo de EMÉRITO por sua qualificação científicae intelectual, postura moral e pelo reconhecido des-prendimento e elevado trabalho profissional, em proldo engrandecimento da Medicina do Trabalho.

Transcrevemos abaixo um texto do Dr. Daphinis, proferido por ocasião damorte do amigo.

André Lopes Netto1924-2014

Sobretudo inteligência

Também lamentamos informar que,infelizmente, um pouco antes do nossoCongresso de 70 anos, o nosso ex-Pre-sidente Dr. Arlindo Gomes - 1° a termandato trianual (2001/2004), médico dotrabalho, faleceu no dia 03/12/2014.

Nós da ABMT estamos de luto peloamigo e médico que foi exemplo de de-dicação ao trabalho e sempre dispostoa contribuir para o conhecimento e amelhoria das condições de trabalho.

Na oportunidade, prestamos nossascondolências e solidariedade aos famili-ares.

Arlindo Gomes1949-2014

4 NOTA ESPECIALANO XL N° 2/14

ABMT Eventos

Bernardino Ramazzini (4 de outubrode 1633, Carpi - 5 de novembro de 1714,Pádua) .

Foi um médico italiano. Considera-do o Pai da Medicina do Trabalho.

Ramazzini desenvolveu sua forma-ção escolar básica em escola jesuíticada mesma cidade onde nasceu, indo aos19 anos para a Universidade de Parma,a fim de completar sua formação emFilosofia. Cursou posteriormente Medi-cina na mesma universidade, onde gra-duou-se em 21 de fevereiro de 1659,portanto com pouco mais de 25 anos.Cabe lembrar que na Itália, desde o sé-culo XIII, os estudos filosóficos de trêsanos de duração antecediam, obrigato-riamente, a formação acadêmica e prá-tica do médico.

Sentindo a necessidade de prosse-guir seus estudos e ampliar sua experi-ência prática, Ramazzini fixou-se poralguns anos em Roma, onde, acompa-nhado de seu mestre Antonio MariaRossi, trabalhou em diversos hospitaisda cidade. Afirmam alguns que, nesta

Quem foi Ramazzini?

primeira fase de sua vida profissional,Ramazzini teria também trabalhado al-guns anos nas comunidades de Caninoe de Marta, na província de Viterbo.

Consta que Ramazzini, durante seusprimeiros anos de prática profissional,teria então adoecido, aparentemente pormalária-quartã, com crises de icterícia,o que o forçou a retornar à casa de seuspais, em Carpi.

Ramazzini foi precursor no uso dossais de quinino no tratamento de malá-ria. Porém sua mais importante contri-buição à medicina foi o trabalho sobredoenças ocupacionais chamado DeMorbis Artificum Diatriba (Doenças doTrabalho) que relacionava os riscos àsaúde ocasionados por produtos quími-cos, poeiras e gases, metais e outrosagentes encontrados em contato comos trabalhadores em 52 ocupações. Estefoi um dos trabalhos pioneiros e baseda medicina ocupacional, que desem-penhou um papel fundamental em seudesenvolvimento. Ele trabalhou comoprofessor de medicina na Universidade

Estimados colegas, dia 5 de novem-bro de 2014, marca os 300 anos da mortede Bernandino Ramazzini, na cidade dePádua, na Itália, aos 81 anos de vida.Foi médico de grande conhecimento nasáreas de medicina geral, clínica médi-ca, epidemiologia, saúde pública, medi-cina do trabalho, meteorologia, filoso-fia, história, letras e poesia.

Um sábio que se mantematual hoje.

Na Medicina do Trabalhocontribuiu ao sugerir que seincluísse na anamnese a per-gunta "qual seu ofício?". Tam-bém sistematizou o estudo de52 ocupações no livro "DeMorbis Artificum Diatriba",traduzido para o portuguêscom o nome de "As Doenças

dos Trabalhadores" pelo médico Dr.Raimundo Estrela, que foi membro e di-retor da ABMT. No livro, que é a baseconceitual da Medicina do Trabalho,correlaciona os riscos à saúde aos pro-dutos químicos, poeira, metais,sedentarismo, clima e outros agentes.

No Congresso Comemorativo dos70 anos da ABMT, celebraremos tam-bém esta data, em homenagem a

RamazzinoRamazzini também foi precursor da

Saúde Ambiental e do uso de um deri-vado do quinino no tratamento da Ma-lária. Se graduou em Medicina emParma e trabalhou como professor nasUniversidades de Pádua e Módena. Aolongo da vida pronunciou 16 conferên-cias, escreveu 42 trabalhos científicos.

Ramazzini é, portanto um padrão aser seguido, devido a sua atualidade, vi-são sistêmica, contribuição científica, or-ganização do raciocínio e da prática clí-nica.

Por todas essas razões, hojeenaltecemos a sua vida profícua, mes-mo na data de sua morte, significandoque para nós ele ainda está vivo emnossos corações e mentes.

Sabemos que os Médicos do Traba-lho são continuidade de Ramazzini.

de Pádua desde 1700 até sua morte.Ramazzini alertava que: "o médico

que vai atender a um paciente operárionão deve se limitar a pôr a mão no pul-so, com pressa. Assim que chegar, seminformar-se de suas condições de vidae de trabalho; não delibere de pé sobreo que convém ou não convém fazer,como se não jogasse com a vida huma-na. Deve sentar-se, com a dignidade deum juiz, ainda que não seja em cadeiradourada, como em casa de magnatas;sente-se mesmo num banco, examine opaciente com fisionomia alegre e obser-ve detidamente o que ele necessita dosseus conselhos médicos e dos seus cui-dados preciosos". Os passos de abor-dagem utilizados e ensinados porRamazzini seguem-se pelas visitas aolocal de trabalho e pelas entrevistas comtrabalhadores. Aliás, como antes visto,foi o impacto da observação do traba-lho e a da conversa com o trabalhadorque levou Ramazzini a se dedicar aotema das doenças dos trabalhadores,como o fez.

História

Em 4 de outubro celebramos o dia da Medicina do Trabalho, em homenagem ao nascimento de Ramazzini

5NOTA ESPECIAL ANO XL N° 2/14

ABMT Eventos

Para celebrar os 70 anos de fun-dação da Associação Brasileira deMedicina do Trabalho - ABMT, foi re-alizado no Centro de Convenções doColégio Brasileiro de Cirurgiões, umCongresso Comemorativo cujo temafoi "Celebrando as Conquistas eConstruindo o Futuro", realizado du-rante três dias e antecedido por umdia de cursos pré-congresso.

Nos dois dias de programação ci-entífica, foram realizadas 9 conferên-cias e 13 Mesas Redondas que con-taram com 41 palestrantes, vindos doParaná, São Paulo, Rio de Janeiro,Minas Gerais, Goiás e Brasília.

Ocorreram ainda dois eventos pa-ralelos, a 1º Jornada de Médicos Re-sidentes em Medicina do Trabalho,coordenado pelas médicas Nadia ElKadi - RJ, Flávia Souza e SilvaAlmeida - SP e Laura Campello - RJ,com a participação de colegas resi-dentes do Rio de Janeiro, São Pau-lo, Rio Grande do Sul, Bahia e Mi-nas Gerais e a 21ª Jornada de Atua-lização do médico do TrabalhoABMT/Immunità que tratou dos te-mas de doenças emergentes e novi-dades em vacinação, com os médi-cos Alberto Lemos e DéboraScholnik.

Como parte das comemoraçõesfoi montada a exposição "Contribui-ção de Bernardino Ramazzini à Me-dicina do Trabalho" cedida pelaFundacentro e que muitos tiveram a

oportunidade de visitar e constatar a im-portância e atualidade dos ensinamentosdo grande mestre e mentor, nos 300 anosde seu falecimento.

Os trabalhos científicos dos participan-tes foram apresentados oralmente em se-ções de temas livre ou expostos comopôsteres, sendo avaliados pela ComissãoCientifica por tres dias.

No quarto dia foi realizada a prova detítulo de especialista em Medicina do Tra-balho no Centro de ConvençõesSulAmérica, na Cidade Nova, com mais de350 inscritos.

Como principal legado, a atual dire-toria da ABMT decidiu recuperar a his-tória da Associação e produziu um li-vro, um documentário em vídeo, do qualparticiparam com depoimento, todos ospresidentes vivos e criou a EditoraABMT.

Da solenidade de abertura participa-ram o Presidente da ANAMT, Dr. ZuherHandar e representantes de Academi-as de Medicina, Associações de Espe-cialidades Médicas, da SOBES, dosSindicatos e Conselhos Regionais deMedicina e de Engenharia e familiaresde ex-presidentes falecidos.

Congresso Comemorativo dos70 anos da ABMT e 21ª. Jorna-da de Atualização do Médico

do Trabalho ABMT/ Immunitá

Foi realizado de 11 a 14 de dezembro/ 2014 o Con-gresso comemorativo dos 70 anos da ABMT, 300 anosde falecimento de Ramazzini e 20 anos do PCMSO. Etambém o nosso já tradicional Encontro: a 21ª. Jorna-da de Atualização da ABMT e Immunitá, no Centro deConvenções do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

Aconteceu

6 NOTA ESPECIALANO XL N° 2/14

ABMT Eventos

Também foi realizado o lançamento oficial do Selo Comemorativo dos 70Anos da ABMT pela da ECT, com a cerimônia de obliteração.

A Conferência de abertura "O Cuidado Humanizado", foi proferida pelo Aca-dêmico da ANM e Professor da UFRJ Padre Aníbal Lopes, mantendo a tradiçãoda ABMT de abrir seus congressos com palestra de um filósofo ou humanista,versando sobre um tema que não é exclusivamente técnico.

A seguir, o Médico Zuher Handar - Presidente da ANAMT, falou sobre "Cons-truindo o Futuro da Medicina do Trabalho".

No mesmo dia, o Médico Airton Marinho do Ministério do Trabalho em MinasGerais e coordenador da Comissão de revisão da NR-I, apresentou a "A NovaNR-1", sendo seguido pelo Médico João Anastácio de Goiás que apresentou aconferência "A NR-4 e a obrigatoriedade da Especialidade de Medicina do Tra-balho".

Claudio Azevedo RS com participaçãoda Central de Regulação de UrgênciasMédicas com a Méd. Sandra Lümer -RJ.

Mesa redonda 6 - "Avaliação da Ap-tidão para o Trabalho Off-Shore",palestrantes Méd. Mauricio Souza - RJ,

Méd. Renato Kanto - RJ, Cdt ÁlvaroDiniz de Carvalho - RJ e coordenado peloMéd. Sérgio Cruz - RJ.

Mesa Redonda 7 - "Segurança eSaúde no Serviço Público" palestrantesMéd. Rosylane Rocha e Méd. LauraCampelo.

Mesa Redonda 8 - "A Inclusão pelo

Trabalho da Pessoa com Deficiência",palestrantes: Médica Isabel Maior - RJ,Profa. Ethel Rosenfeld - RJ e Méd. Már-cia Bandini - SP.

Mesa Redonda 9 - "Uso indevido eAbusivo de Substâncias", palestrantes:Méd. Joaquim Neto - RJ, Méd. Mauri-

cio Souza - RJ e AS Valéria Mello Bar-bosa - RJ.

Mesa Redonda 10 - "IntegraçãoPCMSO/PPRA", palestrantes:MédElizabeth Schiavo - RJ, Eng. MarliseMatozinho Vasconcelos - Vice Pres.do CREA - SOBES e Méd. TarcisioBuschinelli - SP.

Congresso Comemorativo dos 70 anos da ABMT e 21ª. Jornada deAtualização do Médico do Trabalho ABMT/ Immunitá

Também foram realizadas as seguin-tes Mesas Redondas:

Mesa Redonda 1 - "RiscoPsicossocial - O que é e como avaliá-lo", com os palestrantes Méd. MiguelChalub - RJ e Méd. Waldoneli Antoniode Oliveira - RJ.

Mesa Redonda 2 - "Reabilitação eReadaptação Profissional", com Méd.Mauro Pena - ABMR - RJ e Med. NadjaFerreira ABMT - RJ.

Mesa Redonda 3 - "MonitoramentoBiológico de Trabalhadores", com Med.Tarcísio Buschinelli - SP, Med. BasildesChaves - RJ e Med. Ricardo GarciaDuarte - RJ.

Mesa Redonda 4 - "Contratos deTrabalho do Expatriado e Impatriado.Planejamento e documento",palestrantes: Adv. Aline Mendes - RJ,Méd. Cristiano Mota - RJ e Méd. AliceDadorian - MG.

O terceiro dia foi iniciado com a Con-ferência 4 - "Saúde Ocupacional Inte-gral, Integrada e com a Participação dosTrabalhadores", do Médico EduardoBahia Santiago - RJ, seguido da Confe-rência 5 - "Trabalhadores Agrícolas emPlantações de Cana de Açúcar - NovosDesafios na Vigilância Médica", pelaMédica Alice Nobre da British Petroleumdo Reino Unido.

Mantendo o altíssimo nível técnicocientífico do dia anterior, foram realiza-das as seguintes Mesas Redondas:

Mesa Redonda 5 - "Emergência Am-pliada - Eu Estive Lá".

- Atendimento Médico às Vítimas daBoite Kiss em Santa Maria RS Med.

Continuação

7NOTA ESPECIAL ANO XL N° 2/14

ABMT Eventos

Mesa Redonda 11 - "Análise de Risco Ambiental",palestrantes: Eng. Alexandre Mosca - MSc e PhD -RJ e Eng.Marlise Matozinho Vasconcelos - Vice Pres. Do CREA -SOBES

Mesa Redonda 12 - "Pericia Médica, Ética e Medicina doTrabalho", palestrantes: Méd. Nadja Sousa Ferreira - RJ e Med.Rosylane Rocha - DF

Mesa Redonda 13 - "Vigilância Sanitária e Inspeções aoslocais de Trabalho", palestrantes: Méd. Távira Sucupira e MédClaudia Mello - Vigilância Sanitária - RJ.

Congresso Comemorativo dos 70 anos da ABMT e 21ª. Jornada deAtualização do Médico do Trabalho ABMT/ Immunitá

A ABMT reconhece o lamentável erroocorrido no número 3 de 2013 do NotaEspecial.

Naquela edição, foi reproduzido, sema permissão do autor, o artigo "CONHECI-MENTO JURÍDICO-LEGISLATIVO QUE EN-VOLVE O MÉDICO DO TRABALHO", de au-toria de SAULO CERQUEIRA DE AGUIARSOARES que foi identificado equivocada-mente como Especialista em Medicina doTrabalho. O autor é aluno de Pós-Gradua-ção em Medicina do Trabalho. O autor éEspecialista em Direito Civil, com ênfaseem responsabilidade civil médica.

Solicitamos desculpas ao autor pelafalha, agradecemos sua compreensão emter autorizado a publicação do artigo e re-afirmamos nosso compromisso de res-peitar os direitos de autor e citarmos sem-pre as nossas fontes.

ERRATA

No último dia, foi realizada pela ANAMT a Prova de Títulode Especialista em Medicina do Trabalho - ANAMT/AMB.

Completando as comemorações, à noite, foi realizada aCelebração Solene dos 70 anos da ABMT com o Lançamen-to do Livro Comemorativo dos 70 anos da ABMT - do MédicoPaulo Rebelo, Diretor Científico da Associação e Posfácio daMedica Nadja Ferreira atual Presidente, seguido das confe-rências "A Importância da ABMT para a Medicina do Traba-lho" pelo Presidente de Honra - Méd. Daphnis Ferreira Soutoe "A Contribuição de Ramazzini - 300 anos" pelo Prof. ReneMendes.

A seguir foi realizada a entrega dos prêmios de melhores trabalhos com apresentação oral e pôsteres e o reconhecimentoao Médico Claudio Azevedo, responsável pelo atendimento médico às vitimas da Boite Kiss em Santa Maria RS, representan-do os médicos que salvam vidas. À Família do Dr. Carlos Alberto Fontenelle Moreira, que morreu no atendimento às vítimas doacidente na Refinaria de São José dos Campos, representado por sua esposa Sandra e filhos como símbolo do médico que dáa vida pelo paciente e ao Médico Daphnis Ferreira Souto pelo exemplo do médico que dedica a vida ao ensino da medicina dotrabalho. Após a cerimônia foi oferecido um coquetel de congraçamento.

Continuação

8 NOTA ESPECIALANO XL N° 2/14

ABMT Entrevista

NE - O Senhor ressalta, quandofala nos empregados, a questão dasaúde dos mesmos. Gostaria queo senhor definisse o que é Saúde?

Segundo a definição dada pela Or-ganização Mundial da Saúde - OMS -"Saúde é um estado de completo bemestar físico, mental e social e não ape-nas a ausência de doença ou enfermi-dade".

Verifica-se que geralmenteindepende do indivíduo estar doente ounão, é um estado de estar bem em suasrelações, seja com seu trabalho, nomeio em que vive e com as pessoasque convive. Portanto, um estado debem-estar físico e mental. É uma defi-nição um tanto utópica, preferimos re-sumi-la e simplificá-la, para ser melhorentendida: "Assim sendo pode-se dizer:"Saúde como, o equilíbrio entre as nos-sas funções orgânicas e as condiçõesdo ambiente que nos rodeia".

NE - E a Saúde do trabalhador?Partindo dessa definição: "Existe

saúde quando o trabalhador se encon-tra satisfeito com aquilo que faz, estáintegrado ao grupo de pessoas queexerce a mesma atividade, participan-do da manutenção das condições desalubridade do ambiente em que estáinserido, como também em equilíbriocom as condições materiais, econômi-cas e psicológicas que lhe garante ummodo de vida saudável, incluindo o dafamília

Dr. DaphnisUma História de dedicação e respeito

Dando sequência às comemorações dos 70 anos da ABMT, oNOTA ESPECIAL - NE, continua a entrevista com Dr. Daphnis,pois, ainda há detalhes importantes do papel da ABMT na evoluçãoda formação especializada do Médico do Trabalho.

Nessa 2ª parte, vamos focar o começo de sua vida profissional:quando foi para uma pequena cidade no interior de S.Paulo, até suaentrada na Petrobras, quando desenvolveu e formalizou pioneira-

mente o Programa de Assistência Médica Suplementar - AMS; e mais recentemente o Programa de Complementação dasAposentadorias - Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social). Além de uma série de iniciativas como o de Assistên-cia Alimentar; o Auxílio Creche; Auxílio Medicamentos e outros mais, dentro da diretriz da empresa dispor de uma orienta-ção geral de Seguridade Social com a participação conjunta da empresa e de todos os demais elementos que a compõem.

NE - Qual a importância da NR7?A NR7 - Programa de Controle Mé-

dico de Saúde Ocupacional - estabele-ce uma diretriz para o tratamento a serdado à questão da saúde do trabalhadorface ao conteúdo das funções e dasdemais obrigações do trabalho, visandodiminuir os acidentes e as demais pato-logias decorrentes das condições de tra-balho.

NE - A Medicina do Trabalho cui-da da saúde do trabalhador só quan-do ele está doente?

Contrariamente ao que a maioria daspessoas imagina, já dizia Ramazzini, amedicina do trabalho deve estar em per-manente vigilância sobre a saúde dostrabalhadores, evitando o adoecimentoprecoce, contribuindo para sualongevidade útil, usando preferente-mente métodos preventivos. Dentrodesse pensamento, o médico deve pro-mover e estabelecer programas visan-do a promoção, a manutenção e a recu-peração da saúde dos trabalhadores.

Vida Profissional

NE - Porque o senhor se decidiupela Medicina do Trabalho?

Comecei a estudar Medicina do Tra-balho, influenciado pelos discursos deGetúlio Vargas. Ele dizia que o futurodo Brasil estava em desenvolver bonsprogramas visando a agricultura, a in-dustrialização e ao segmento de petró-leo.

Getulio Vargas dizia que elas deveri-am ser desenvolvidas equilibradamentepara um futuro promissor para o Brasil.Os governantes atuais não entendemessa verdade.

NE - Sua experiência como mé-dico do interior foi proveitosa?

Sim. Procurei aplicar àquela medici-na que eu tinha observado, junto à mis-são médica americana, aplicar lá naAmazônia ainda como estudante. De-diquei-me muito a isso. Pouco tempodepois, eu estava entusiasmado e asso-ciei-me a dois médicos, que já residiamna cidade, e os ajudei na construção deum pequeno e bem montado hospital emMococa. Eu era o responsável médicoe permanente plantonista. Formei o pri-meiro grupo de auxiliares de enferma-gem.

Aprendi muito com os trabalhadoresrurais, dado o modo de vida que eles ti-nham. Nem sempre eles tinham dinhei-ro para pagar o serviço recebido. Paga-vam com sacos de arroz, de feijão, gali-nhas, frutas. E assim, em contrapartida,comecei a influenciar sobre os seusmodos de vida - nos fins de semanaquando estava de folga eu ia para umafazenda e dava aulas de higiene para opessoal, procurando influenciá-los sobreuma melhor maneira de viver.

NE - Como mencionado na en-trevista anterior, o senhor voltoupara o Rio, se especializou em Me-dicina do Trabalho, entrou no SESP

9NOTA ESPECIAL ANO XL N° 2/14

ABMT Entrevista

- Serviço Especial de Saúde Públi-ca?

Sim. Esse órgão prestou relevantesserviços à saúde pública do país e àMedicina do Trabalho. Criou diversoshospitais em cidades ribeirinhas daAmazônia, Vale do São Francisco e RioDoce, participou ativamente nas cam-panhas de erradicação da varíola, dahanseníase e outras doençastransmissíveis nos serviços do SAAE -Serviço Autônomo de Água e Esgoto(ao levar água tratada aos rincões donosso imenso Brasil) e na formação deprofissionais de saúde.

A criação do Serviço Especial deSaúde Pública (SESP) ocorreu durantea 2ª Guerra Mundial, comoconsequência do convênio firmado en-tre os governos brasileiro e norte-ame-ricano durante a Terceira Reunião deConsulta aos Ministérios das RelaçõesExteriores das Repúblicas Americanas,realizada no Rio de Janeiro em 1942.

O SESP tinha como atribuições cen-trais, naquele momento, melhorar o sa-neamento da Amazônia - onde se pro-duzia a borracha e a região do Vale doRio Doce, onde se explorava o minériode ferro, matérias-primas estratégicaspara o esforço de guerra americano,tendo em vista os altos índices de ma-lária e febre amarela que atingiam ostrabalhadores desta região. Neste acor-do a Medicina do Trabalho também foicontemplada.

NE - E a sua experiência emNiterói, como foi?

Foi muito boa! A primeira coisa quefiz foi um inquérito sobre verminose nasescolas. Mas enquanto o laboratório deHigiene Industrial, não estava totalmen-te pronto, fui designado para o recémcriado Centro de Saúde Santa Rosa,na época veio a grande epidemia depoliomielite, e o Dr.Sabin ainda não ti-nha inventando a vacina. Havia a pos-sibilidade de recuperar as crianças com

cirurgias ortopédicas, mudando a liga-ção muscular. Tinha o Dr. Hernani Sil-va, que fazia esse procedimento, masprecisava de um bom hospital. Conse-guimos combater a epidemia e para darassistências posterior às crianças euassumi construir um hospital infantil, jun-tamente com o arquiteto OrlandoCampofiorito. Entregamos em menos deum ano o Getulinho - que está lá no Fon-seca até hoje. Um hospital só para cri-anças e que é um motivo de grande or-gulho para mim! Esse nome foi dadoatendendo a um pedido de D. Darcy -esposa do Presidente Vargas, para ho-menagear seu filho, que tinha morridoem um acidente de carro. Esse hospitaltem uma história muito especial. A datamarcada para sua inauguração nãopôde ser cumprida, pois, coincidente-mente foi a data do suicídio de GetúlioVargas!

NE - O que o senhor aprendeunos Estados Unidos e aplicou aquiquando voltou ?

Eu estava no Serviço Especial deSaúde Pública- SESP. Um dia recebiuma mensagem que dizia: "você vai paraos Estados Unidos para estudar Medi-cina do Trabalho". O governo america-no havia oferecido uma bolsa, para fa-zer o curso completo. Passei lá cercade 2 anos. Eu quase fiquei por lá, mas oGoverno insistiu para eu voltar ao Bra-sil. Era o tempo da guerra fria - Esta-dos Unidos X União Soviética. Parapoder manter a soberania e o poder deintimidação um aos outros, era precisoter elementos fundamentais, ou seja,armas, conhecimento e capacidade eco-nômica. E principalmente dispor dematéria prima para manter o esforço deguerra.

Voltei para o Brasil para iniciar ummovimento de mudança da Medicina doTrabalho dentro de novos critérios deprevenção. Continuei trabalhando no la-boratório, que passei a dirigir. Foi o pri-meiro Laboratório de Higiene Industri-

al, construído no Brasil voltado para asaúde do trabalhador. Como já dito,os Estados Unidos fizeram três gran-des centros de estudos na América doSul: um no Peru, para fazer a defesado trabalhador contra a agressividadedo chumbo. e o trabalho em alturas poisas minas se situavam nos Andes. Ochumbo era fundamental ao desenvol-vimento nuclear, não tinha possibilida-de da bomba atômica avançar sem aproteção que o chumbo dava, defen-dendo da radiação. Precisavam tam-bém de cobre que era no Chile, que éo grande produtor desse metal no mun-do. Para que cobre? Para transmitir aenergia elétrica em grande distância,os fios de cobre têm pouca perda deenergia, enquanto que o ferro ou o alu-mínio tem uma grande perda, até de50% da energia transmitida. No Brasiléramos responsáveis pelo ferro, omanganês e outros metais pesados. Aestrada de ferro que vai de Vitória atéBelo Horizonte, foi construída pelosEstados Unidos por causa da guerrafria. Eles precisavam do ferro de Mi-nas Gerais e do cristal de rocha do in-terior do Brasil, senão não tinha co-municação aeroespacial. Todo sistemade comunicação tem um cristalzinhode rocha que é a peça fundamental dosistema.

Durante o período que chefiei o La-boratório participei do levantamentosobre as condições de trabalho, abran-gendo a maioria das empresas de maisde 50 trabalhadores no Estado do Rioe em decorrência vários estudos paramelhorar as condições de trabalho emdiversas grandes empresas como jámencionei anteriormente.

Dr. DaphnisUma História de dedicação e respeito

Continuação

10 NOTA ESPECIALANO XL N° 2/14

ABMT Entrevista

NE - Em 1957 o senhor entroupara Petrobras, era na ocasião umaempresa recém-criada (1953), osenhor precisou criar tudo na ativi-dade médica?

Não. Já existia um incipiente servi-ço médico, na Bahia. Existia a necessi-dade de se estabelecer a medicina dotrabalho, nos moldes de outras empre-sas de petróleo, então tive que fazertodo o fundamental. Antes da criaçãoda Petrobras já existia algumas refina-rias, como a de Cubatão e da Bahia.

Em 1948, o Presidente da Repúbli-ca, na época - Eurico Gaspar Dutra,enviou ao congresso um ante projetoque permitia a entrada de capital priva-do na exploração do petróleo. Não ha-via empresa nacional com suficientesrecursos financeiros e tecnológicos.Pensou-se que as multinacionais de pe-tróleo iriam tomar conta de tudo. Aí en-tão, aconteceu a campanha do "Petró-leo é nosso", amplo movimento populardo qual participaram ilustres brasileiroscivis e militares. E eu ainda muito jo-vem, apoiava essas campanhas tam-bém! O movimento foi tão grande queem 1953 a Petrobras foi criada e ficoutambém estabelecido o monopólio.

Nesta época foi contratado para tra-balhar na Petrobras Mr. Link (1),geólogo, trabalhava na Standard Oil. Elesabia das coisas, dizia que o petróleodo Brasil estava no mar! Muitos brasi-leiros não cofiavam nesses estudos, masaplicações posteriores de técnicas maisavançadas vieram confirmar o que ageologia indicava e hoje temos o pré-sal.

NE - Como foi desenvolver aA.M.S - Assistência Médica Su-pletiva na Petrobras?

No início, começaram imitando oBanco do Brasil que representava o ha-bitual na época. Seriam utilizados mé-

dicos generalistas locais de caráter pri-vado na prestação serviços para dar as-sistência aos empregados e seus fami-liares. O atendimento em geral era gra-tuito e precário. A responsabilidade dopagamento de despesas não estava de-finida. Predominava em geral agratuidade e a falta de critérios. Emverdade, o que predominava era a ma-neira como era feito no Conselho Na-cional do Petróleo, donde provinha aEmpresa.

Com o desenvolvimento da empre-sa e aumento de pessoal, a Petrobrascomeçou a desenvolver serviços médi-cos próprios nas localidades onde es-ses empregados moravam. Os médicoseram remunerados por meios de pre-ços estabelecidos entre as partes e pra-ticamente sem controle

Foi nessa época que cheguei naEmpresa.

Depois de fazer um levantamentocompleto sobre as condições dos am-bulatórios e das facilidades médicasoferecidas pelo estado, comecei a cons-truir um planejamento em que pudessefazer a transposição do que existia, paraum sistema viável para o interior daBahia e da Amazônia, locais onde seconcentrava a maior força de trabalhoda Petrobras, sem criar conflitos ou ad-versidades de monta. O problema prin-cipal foi de se encontrar uma saída deuma gratuidade total, para um modo deintegrar todos os empregados para con-tribuir na manutenção de um sistemaprovisório para atender sem limitaçõestodas as necessidades de assistênciamédica, foi quando lancei a primeira ori-entação que denominei "sistema de li-vre escolha".

Bolei esse sistema de saúde em1958. Ele é o resultado de uma experi-mentação de pequeno porte, de umaoutra empresa que eu prestavaconsultoria. Transformei no plano da

Petrobras após consultar meu amigoPedro Kassab (2) - Presidente da AMB,que aprovou a iniciativa. Aprovado pelaDiretoria da Petrobras, começou a fun-cionar em 1960. Sua diretriz principal foiproporcionar um atendimento médico-hospitalar consistente e de qualidade re-conhecendo o direito do trabalhador es-colher o profissional ou instituição de suaconfiança. Naturalmente obedecido oprincípio de solidariedade entre as par-tes determinado pela Petrobras, ou seja,"em todo programa de caráterassistencial deverá existir a participaçãode toda a comunidade de trabalho daempresa". Essa iniciativa ia de encontroa um postulado em saúde pública de quea solução dos problemas no campo dasaúde "deve ser o resultado do esforçoconjugado de toda comunidade". Era umsistema de reembolso. Posteriormenteele evoluiu para um plano misto de se-guro saúde de auto-gestão no grande ris-co e de reembolso no pequeno risco.Sem finalidades comerciais ou de lucro,ele é o mais completo e "barato" planode saúde em vigor no país.

A prestação de serviços pela estru-tura de saúde existentes nas cidades éfeita através de tabelas adequadamentepreparadas pelos órgãos de classe, maisa pesquisa da própria empresa. O fun-cionamento é através do acreditamentodas instituições ou dos profissionais quequeiram se filiar ao sistema. Esse siste-ma já completou mais de 50 anos!

Uma empresa da mobilidade daPetrobras tem que dispor de um plano

Dr. DaphnisUma História de dedicação e respeito

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11NOTA ESPECIAL ANO XL N° 2/14

ABMT Entrevista

com capacidade de atender seus em-pregados em qualquer ponto do país oudo exterior, disponibilizando os meios desaúde com a agilidade, flexibilidade ecom mobilidade, capacitada a dar prontoatendimento aos seus empregados.

É preciso chamar atenção que o pla-no se adapta a qualquer realidade sejano País ou no Exterior.

NE - Esse plano se compara aosque existem hoje por aí?

Compara sim. A maioria dos planosque existem hoje teve como base o quefoi criado para a Petrobras. Uma van-tagem do plano é que o mesmo não visalucro, nem tampouco é pródigo. Visabenefício para a empresa e para os em-pregados, por várias razões, sendo aprincipal dela, a tranquilidade que trazpara os empregados. Nisso se diferedos outros planos.

Também foram estudados e esta-belecidos outros aspectos da SeguridadeSocial, com objetivo de baratear seuscustos tanto para o empregado comopara a empresa, como exemplo temoso seguro para cobrir custos de medica-mentos; auxílio alimentação; auxíliotransporte e outros mais, cada qual comcaracterísticas próprias.

NE - E o que o senhor me diz daPETROS?

A PETROS foi o resultado de umanecessidade sentida pela Petrobras eseus empregados desde a sua funda-ção. Esse fato decorria das disfunçõese precariedades do sistema oficial deprevidência social. Algumas iniciativasforam tentadas para resolver essa situ-ação, mas não ofereciam estruturaçãotécnica consistente que garantisse suaaplicação com segurança. Os proble-mas foram se agravando e já não sejustificava deixar de dar algum tipo de

solução para os mesmos, pois confor-me a empresa crescia também aumen-tava o número de empregados que seincapacitavam devido às duras condi-ções do trabalho em petróleo ou que seaposentavam em precárias condiçõesfinanceiras.

Foi nessa ocasião que assumi a res-ponsabilidade de estruturar a atividademédica na Petrobras e com ela veiotambém a questão previdenciária. Co-mecei a estudar esses dois difíceis pro-blemas, sem me fixar em modelos deoutras origens pelas dificuldades deadaptação às nossas condições cultu-rais e econômicas. Parti para uma fór-mula própria que dispusesse de todoembasamento conceitual e técnico ne-cessário para atender a situação de umaempresa brasileira, procurando, entre-tanto, evitar um confronto com o siste-ma oficial que também passava por umprocesso de unificação e dereestruturação. Tinha que ser economi-camente viável para todos os seus par-ticipantes. Era importante não se criaradversidades daí a idéia de umasuplementação ao sistema governamen-tal, que sem pesar financeiramente so-bre os demais contribuintes, garantisseao petroleiro ou aos seus dependentesdiretos, manter um padrão de vida dig-no em seus afastamentos por aposen-tadorias.

NE - Como senhor se inspiroupara idealizar a Petros?

A Petros é uma Fundação de cará-ter previdenciário e assistencial criadapara complementar a aposentadoria doempregado. Complementar seuprovento que passou a fazer jus ao ní-vel do último salário recebido na em-presa. Isso com a enormidade que aempresa já era na época, foi muito difí-cil, porque isso abrange não só o em-

pregado como também em caso demorte todo o grupo famíliar oficialmen-te dependente.

Os engenheiros queriam receber osalário integral, mas sem o ônus dacontribuição. Como, se não participa-vam?

Conversei bastante com os empre-gados até formar uma opinião consis-tente: sempre que eu ia em alguma uni-dade, aproveitava a hora de almoçopara conversar com os empregados.Todos me falavam sobre aposentado-ria. Até que um dia levei o assunto àdiretoria, então me permitiram estudaro assunto.

Eu era médico, não era matemáti-co, nem atuário, nem tão eclético paraenfrentar um tema tão difícil, entãocriei um grupo. Entre eles: RamiroTostes, Wolmar Gotschal, AmílcarGiffoni, Marilia Gaspar de Oliveira,Fernando Reys de Andrade, SergioPiper, Eno Wanke, Aloísio Melo,Banaiote Gazal, Cosme Urubatan,Ednéia Machado, Marilia Sampaio,Marlene Sirnes e outros mais.

Comecei a fornecer literaturas paraleitura e relatórios de pesquisas sobreo tema, e começamos a trabalhar. Oprimeiro trabalho, você nem imagina!Fizemos um levantamento de todosfuncionários procurando levantar da-dos referentes ao tema: quanto tempoestava na Previdência, qual o tempode contribuição, família, tamanho da fa-mília, se era casado, se tinha compa-nheira, etc.! Era um trabalho confiden-cial, então eu tinha que dispor de todos

Dr. DaphnisUma História de dedicação e respeito

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12 NOTA ESPECIALANO XL N° 2/14

ABMT Entrevista

os detalhes. Fiz todos os estudos que precisávamos e saí a procura deum especialista de valor, na área da Atuária. Recebi a recomendaçãode um colega Argemiro Dias, para aproveitar um especialista que jáprestava serviços à Petrobras, o professor Rio Nogueira(3), matemáti-co - atuário. Professor catedrático da UFRJ. Eu passava os dados eele transformava tudo em fórmulas e cálculos. O Rio Nogueira, grandematemático, foi um dos responsáveis pela unificação dos institutos deprevidência. Na época eram divididos por categorias, IAPTC, IAPC,dos Marítimos e etc.

Cada obstáculo vencido aumentava o entusiasmo dos companhei-ros que faziam parte do grupo! Estruturamos uma instituição para sermodelo do que se pretendia fazer. Esse estudo foi entregue aos órgãossuperiores da empresa.

Na época, nos Estados Unidos e Europa, já existiam os chamadosfundos de pensão - que eram administrados pela empresa e faziamparte de sua estrutura. Mas não era a mesma coisa que pretendíamos,face à legislação brasileira. Esse trabalho depois de passar pelo julga-mento da diretoria da Petrobras, de diversos ministros do governo eaprovação de Roberto Campos - ministro do planejamento e DelfimNeto - ministro da fazenda e de outros órgãos da Administração Públi-ca, levou 9 anos!. Esse plano abrangia todos os empregados, inclusiveos que já estavam aposentados, todos receberiam um suplemento dasua aposentadoria.

Em 31 de março de 1970, a Petros foi instituída quando a primeiraDiretoria Executiva foi empossada. Contudo, o início oficial das ativi-dades foi no dia 1º de julho de 1970. Em 14 de julho deste mesmo ano,a Petros pagou o seu primeiro benefício, um pecúlio de morte. Até adata de 29 de agosto daquele ano mais de 29.000 empregados daPetrobras e da Petros já estavam inscritos no sistema, isentos do paga-mento de joia!

(1) Walter Link, mais popularmente co-nhecido como Mr. Link, prestigiadogeólogo da Standard Oil chegou ao Bra-sil em 1955, a pedido do general JuracyMagalhães, o primeiro presidente daPetrobras, para liderar a busca pelo pe-tróleo nacional. Apesar de ter auxílio dealguns técnicos brasileiros formados,em sua maioria, pelo Conselho Naci-onal do Petróleo, Link ainda não esta-va satisfeito com a qualidade dos pro-fissionais e decidiu enviar diversas tur-mas de profissionais do país para asmelhores universidades dos EstadosUnidos, como a Colorado School ofMines, a Universidade do Texas e a de

Oklahoma, por exemplo. Porém, ogeólogo corria contra o tempo e a ansi-edade do Brasil em se tornar uma po-tência petrolífera. Assim, Link tomou aousada decisão de importar dezenas deoutros geólogos, geofísicos e engenhei-ros estrangeiros, que fariam o trabalhodos técnicos brasileiros e, depois, seri-am repatriados e substituídos, à medi-da em que os nossos profissionais vol-tassem dos estudos nas universidadesamericanas.

(2) Pedro Kassab foi um dos mais notá-veis exemplos de médico e educadorque já teve o nosso país. Dedicou todasua vida às causas da medicina e da

educação. Na defesa da educação mé-dica e da própria profissão destaca-sesua atuação na Associação Paulista deMedicina (APM) e na Associação MédicaBrasileira (AMB) da qual foi SecretárioGeral e Presidente durante vários anos.

(3) Rio Nogueira - Engenheiro civil, estatís-tico, atuário, doutor em matemática e ci-ências econômicas, professor catedrá-tico da Universidade Federal do Rio deJaneiro, criador do modelo atuarial dasinstituições de seguridade brasileirase um dos responsáveis pela lei nº 6435,de 15/07/77, 1º ato oficial que regula-mentou as entidades de previdência pri-vada.

"Era importante não secriar adversidades daí a idéia

de uma suplementação aosistema governamental, quesem pesar financeiramente

sobre os demais contribuin-tes, garantisse ao petroleiroou aos seus dependentes di-retos, manter um padrão devida digno em seus afasta-

mentos por aposentadorias."

Dr. DaphnisUma História de dedicação e respeito

Notas da Redação

Continuação

1. Publicação da Resolução Contran No 517 de 29 de janeiro de 2015 que dispõe sobre exames de aptidãofisica e mental incluindo exames toxicologicos para Motoristas de categoria C,D e E.2. A primeira turma de Residencia Médica em Medicina do Trabalho do INCA teve sua formatura dia 30 dejaneiro de 2015. Parabenizamos as Dras: Lille Gertrudes Costa Hoetz e Raquel Bruno Kalile

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